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Exame Físico:
BEG, corada, hidratada, eupneica, febril
Cabeça e pesocoço: n.d.n
AR: MV+ bilateralmente com sopro tubario em ápice de pulmão direito
ACV: BCRNF sem sopros
Abdômen: plano e flácido, indolor a palpação
MM: sp
Qual a principal hipótese diagnóstica? Quais outros exames podem ser solicitados para
confirmação diagnóstica?
História da Doença Atual: Quadro se iniciou há 5 dias com disúria interna associada a
polaciúria e urina de odor desagradável. A dor é intensa apenas durante a micção e são
necessárias 7 a 8 idas ao banheiro durante o dia. Nega corrimento uretral ou vaginal,
dispareunia ou incontinência urinária. Há 1 dia surgiram sintomas de lombalgia à direita,
náuseas, vômitos, mal-estar geral e febre de 38,5ºC.
História Familiar: Pai vivo aos 61 anos com Hipertensão arterial sistêmica. Mãe viva aos
60 anos com Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes Mellitus. Irmãos hígidos.
Exame físico: Bom estado geral, febril (38,4ºC), acianótica, anictérica, normocorada,
desidratada 1+/4+, eupneica, orientada, cooperativa. Ritmo cardíaco regular em 2
tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros ou desdobramentos. Frequência cardíaca
de 124bpm. Pressão arterial de 110x70mmHg. Murmúrio vesicular universalmente
distribuído, sem ruídos adventícios. Frequência respiratória de 20irpm. SatO² 99% em ar
ambiente. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor, sem massas ou visceromegalias,
Traube livre. Giordano positivo à direita (dor intensa à punho-percussão de flanco
direito). Pulsos periféricos cheios e simétricos. Tempo de enchimento capilar menor que
3 segundos. Ausência de edema periférico ou de face. Ausência de corrimento uretral
ou lesões genitais. Ausência de lesões dermatológicas.
A causa mais frequente da infecção do trato urinário, é a infecção pela Escherichia coli.
Acredita-se que bactérias tenham acesso ao meato uretral através da relação sexual ou
contaminação local, e em seguida ascendam para a região afetada. Outras causas são
possíveis, como malformações, infecções por fungos, vírus e protozoários, fatores
neuropsiquiátricos (distúrbio de somatização, dependência química, depressão e outros)
ou o efeito de agentes que causam irritação e desencadeiam respostas inflamatórias,
como sangue, neoplasias e cálculos. Agentes químicos ou sabonete no meato uretral
também podem causar esses sintomas, sendo observados em meninas que tomam
banho de espuma com frequência. A inflamação pode ter causas mecânicas, como
trauma ou atividade física, principalmente quando se trata de andar de bicicleta ou
cavalgar. Outra causa é a pós-menopausa, pois a redução do estrogênio endógeno
pode levar a disfunção do trato urinário inferior, causando atrofia, ressecamento da
mucosa uretral e vaginal e, ocasionalmente, inflamação do epitélio vaginal, contribuindo
para sintomas como disúria, frequência e urgência. É importante investigar o uso de
medicações, pois alguns fármacos podem causar disúria, como ticarcilina, penicilina G,
ciclofosfamida e outros.
As mulheres podem, ainda, caracterizar a dor como interna ou externa. A interna refere-
se à uretra propriamente dita, enquanto a externa é causada pelo contato doloroso da
urina com a vulva inflamada ou mesmo ulcerada, sendo comum em doenças
vulvovaginais, como herpes genital e candidíase.
O exame físico cuidadoso deve ser realizado, com foco no sistema geniturinário. A
palpação e percussão do abdome pode fornecer informações importantes sobre
inflamação dos rins, ureteres ou bexiga. O exame pélvico nas mulheres e o exame
perineal e peniano nos homens pode identificar a presença de descarga uretral, trauma
ou lesões infecciosas, como herpes ou cancro mole. As particularidades do exame físico
das principais patologias causadoras de disúria serão vistas adiante.
Como visto, disúria é com frequência o primeiro sintoma sugestivo de infecção urinária,
e as principais causas são cistite, prostatite, uretrite, vaginite e, mais raramente,
infecção urinária alta (pielonefrite).
REFERÊNCIAS: ARAÚJO, Yuri Mota; SILVA JÚNIOR, Geraldo Bezerra da. CAPÍTULO
8 - DISÚRIA. In: SILVA, Renata Antunes Bruno da; CUNHA, Thais Aguiar; SILVA, Sônia
Leite da (org.). Semiologia em Checklists: Abordando Casos Clínicos. Ponta
Grossa, Pr: Atena Editora, 2019. p. 55-61. Disponível
em: https://www.finersistemas.com/atenaeditora/index.php/admin/api/artigoPDF....
Acesso em: 04 mar. 2021.