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Apendicite aguda

DEFINIÇÃO: processo de inflamação do apêndice.

EPIDEMIOLOGIA:
Nos EUA, são realizadas cerca de 200.000 apen- dicectomias anualmente, representando, sem
dúvida, a mais frequente urgência abdominal cirúrgica.
Incidência é maior na faixa etária de 10 a 20 anos
Preponderância em indivi ́duos do sexo masculino, na proporção de 1,4:1. O risco de incidência,
ao longo da vida, nos EUA, é de 8,6% para o sexo masculino e de 6,7% para o feminino.
A apendicite aguda representa também a mais comum das urgências na gravidez, com
incidência de 0,15 a 2,10% por 1.000. Mortalidade fetal de 20 a 35% nos casos de apendicites
com perfuração.

ETIOPATOLOGIA:
 70% causada por obstrução do lúmen proximal do órgão, provocada por fecalito,
parasitos, tumores ou corpo estranho, representa o fator desencadeante do processo,
com consequente proliferação bacteriana; e
 30% restantes, o fator desencadeante pode ser a hiperplasia linfoide ou, então, um
processo catarral.
Gangrena e perfuração poderão ocorrer dentro das 24 h após o ini ́cio do processo, levando a
quadro de peritonite,

MANIFESTAÇÃO CLINICA:
O diagnóstico de apendicite em adultos, puramente em ba- ses cli ́nicas, pode ser alcançado em
até 80% dos casos.
Varia conforme a evolução do quadro
 Inicia-se com dor periumbilical ou epigástrica (inicio), com posterior localizaçao
̃ na
fossa ili ́aca direita. Piora com a movimentação e deambulação, podendo também ser
acompanhada de náuseas e desconforto epigástrico.
 Constipação intestinal
 Febre moderada, de até 38°C. A presença de temperaturas mais elevadas poderá
sugerir outros diagnósticos ou, então, perfuraçao ̃ do apêndice.
 O exame fi ́sico do abdome revela sensibilidade dolorosa junto ao quadrante inferior
direito, e, em formas mais avançadas, poderemos perceber massa palpável no local,
consequente ao bloqueio do processo pelo epi ́plon; a descompressão brusca dolorosa
decorre do comprometimento peritoneal local.
 Toque retal, para avaliaçao ̃ de eventual coleçao
̃ em fundo de saco, percebida pelo
abaulamento local.

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL:
IAM; DM descompensada; uremia; anemia falciforme; pneumopatias; outros

Isquemia mesentérica: abdome aguda que possui discrepância entre a anamnese e o exame
físico
Cicatriz = bridas
RHA aumentados = obstrução; GECA
Sinais específicos: sinal da alça careca
EXAMES COMPLEMENTARES:
 Hemograma
 Leucograma
 Urina I
 Raio X
 US abdominal
 US transvaginal
 TC pelvica

Raios X simples do abdome:


RESULTADO: alça intestinal sentinela bloqueando o processo apendicular, além do velamento
da margem direita do músculo psoas, decorrente do comprometimento peritoneal.

US:
exame ultrassono- gráfico tem uma sensibilidade de 81% e uma especificidade de 96%,

TC:
preconiza-se a realização da tomografia sem uso de qualquer contraste, como suficiente para a
determinação do diagnóstico da apendicite aguda.
não opacificação do apêndice representa um critério maior para a sua confirmação do
diagnóstico, ou, então, o encontro do órgão espessado (diâmetro superior a 6 mm) e/ou
processo periapendicular.
A tomografia apresenta, de modo geral, sensitividade de 86% e especificidade de 81%.
exame mais caro e, na maioria das vezes, pode ser dispensado, pois os métodos cli ́nicos e de
exa- mes subsidiários mais simples já fecharam o diagnóstico. A TC estaria mais indicada em
casos de difi ́cil diagnóstico.

Ponto de Mac Burney: cuidado com variações anatômicas. Se muito baixo pode simular ITU e
se muito alto parece colelitiase
Parede com espessura >6 mm de diâmetro = inflamação
Tiflite = Inflamação no ceco
Triade de Lafoy: dor; febre; náusea e vomito
Dor referida em outros locais
Sinal do psoas

Testes com escores para a realização do diagnóstico auxiliam os clínicos a realizarem o


diagnóstico correto. Reduzem as taxas de apendicectomia negativa (cirurgia de retirada da
apêndice sem necessidade) devido ao erro de diagnostico. Isso ajuda a reduzir custo
 Escore de Alvorado
 Escore de Lintula et al.
 Escore de Ohmann

Escala do Alvarado:
O escore mais utilizado
baseado em três sintomas, três sinais e dois dados laboratoriais.

Escore
Sintomas Dor migratória da fossa ilíaca direita 1
Anorexia 1
Náusea e ou vômito 1
Sinais Defesa de parede no quadrante inferior direito do abdome 2
Dor a descompressão 1
Elevação da temperatura 1
Exame Leucocitose 2
laboratorial Desvio à esquerda 1
Total 10
LEGENDA: sete pontos ou mais a probabilidade de apendicite aguda é alta e a apendicectomia
já pode ser indicada

Classificação da apendicite em relação a aparência macroscópica (AM) do apêndice


 Grau I: apêndice sem perfuração e modificações mínimas;
 Grau II: apêndice sem perfuração e a presença de gangrena supuração ou necrose;
 Grau III: apêndice com perfuração e peritonite ou abscesso no local;
 Grau IV: apêndice com perfuração e peritonite difusa

TRATAMENTO:
 Cirurgia

 Antibioticoprofilaxia  grau I e II
 Antibicoterapia  grau III e IV

COMPLICAÇÃO:
A perfuração do apêndice ocorre em cerca de 20% dos casos e deverá ser sempre considerada
em casos com evolução superior a 24 h,

BIBLIOGRAFIA:

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