Você está na página 1de 49

DISCIPLÍNA CLÍNICA CIRÚRGICAII

APENDICITE AGUDA
Prof.Gilvando Dias de Sousa Filho
APENDICITE AGUDA
• OBJETIVO DA APRENDIZAGEM:

Reconhecer os sinais e sintomas da apendicite aguda


 Saber como conduzir um paciente com suspeita de
apendicite.
Quais exames laboratoriais e de imagem a serem
solicitados
Como conduzir pacientes em situações especiais
APENDICITE AGUDA

Latim, apendice, o que está pendurado, anexado


 Étimo grego, ite, inflamação
 Órgão imunológico que ativamente secreta imunoglobulina A
 Emergência cirúrgica mais comum
• Gabriele Fallopio, em 1561, parece ter sido o primeiro escritor
a comparar o apêndice a um verme.
• A primeira apendicectomia bem-sucedida foi realizada em
1735 por Claudius Amyand. 
• Em 1880, Robert Lawson Tait fez o primeiro diagnóstico de
apendicite e removeu cirurgicamente o apêndice
• Em 1886, Reginald Heber Fitz publicou um estudo sobre
apendicite e chamou o procedimento de apendicectomia. 
APENDICITE AGUDA
Apêndice Vermiforme


APENDICITE AGUDA
Variações Anatômicas
APENDICITE AGUDA
Histologia do apêndice

 Folículos linfóides raros no nascimento

 Até 200 folículos entre 12 e 20 anos

 Após 30 anos redução dos folículos

pela metade

 Após 60 anos traços ou ausência de

folículos
APENDICITE AGUDA
Fisiopatologia

OBSTRUÇÃO
Hiperplasia folicular

Estase fecal ou fecalitos

Corpos estranhos

Estenoses (neoplasias)
APENDICITE AGUDA

Fisiopatologia

Obstrução em alça fechada Distensão Luminal Comprometimento vascular Apendicite


Aumento da pressão parede Isquemia mucosa
FISIOPATOLOGIA DA APENDICITE
obstrução mecânica hiperplasia linfóide

síndrome da “alça cega "

dor difusa
hipertensão intra-lúmen
cólica

oclusão de vênulas permanece o fluxo


e capilares arteriolar

FASE CATARRAL congestão vascular

náuseas
distensão
vômitos

FASE SUPURATIVA comprometimento da serosa dor localizada

comprometimento da vitalidade da mucosa

invasão bacteriana febre

FASE NECRÓTICA necrose

peritonite localizada PERFURAÇÃO peritonite difusa


APENDICITE AGUDA
Fisiopatologia
Fases da Apendicite

I - Fase Catarral
II - Fase Supurativa FASE I FASE II
III- Fase Necrótica
IV- Fase Perfurativa

FASE III FASE IV


APENDICITE AGUDA
Diagnóstico
História + exame físico completo

É necessário o desenvolvimento de habilidades clínicas para fechar o


diagnóstico
 Quadro Inicial
Dor visceral Dor Periumbilical Apendicite CATARRAL
Anorexia – náuseas – vômitos ocasionais
Evolução
Dor somática Dor Quadrante inferior direito Apendicite SUPURATIVA
Anorexia acentuada – febre baixa
APENDICITE AGUDA
Diagnóstico
Apendicite gangrenosa Peritonite
Apendicite perfurada (localizada ou difusa)
Dor mais acentuada, localizada – Febre alta – Sinais de sepse

Características dos sintomas:


 Dor abdominal atípica em 45% dos pacientes Triade de Murphy
 Náuseas de 9 para 10 pacientes
 Vômitos variáveis

 Diagnóstico clínico versus localização variável


APENDICITE AGUDA
Diagnóstico

Exame físico na fase inicial:

Hiperestesia local ponto de McBurney


Hiperestesia de rebote

Defesa muscular

Elevação de temperatura até 38° C

Sinal de Rovsing – hiperestesia de rebote referida

Exame ginecológico

Toque retal Sinal de Bloomberg


• O triângulo de Sherren é formado pelas linhas que unem o
cume da crista ilíaca, o tubérculo púbico e o umbigo. Sherren
propôs que a pele deste triângulo é hiperestésica encontrada
na apendicite aguda
• Dor à palpação no ponto de McBurney.
• Sinal de Blumberg: Dor à descompressão súbita no ponto de McBurney.
• Sinal de Rovsing: Dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda. Palpação no cólon
descendente desloca os gases para o cólon ascendente, atingindo o apêndice inflamado
hipersensível, provocando dor.
• Sinal de Lenander: Temperatura retal maior que a temperatura axilar em mais de 1º C.
• Sinal de Dunphy: Dor na FID que piora com a tosse.
• Sinal de Lapinsky: Dor à compressão da FID enquanto se eleva o membro inferior direito esticado.
Presente no apêndice retrocecal.
• Sinal de Aaron: Dor epigástrica referida à palpação do ponto de McBurney.
• Sinal do Iliopsoas: Dor à extensão e abdução da coxa direita com o paciente em decúbito lateral
esquerdo. Presente no apêndice retrocecal.
• Sinal do Obturador: Dor hipogástrica à flexão e rotação interna do quadril. Presente no apêndic
• Dor em choque nos quadros de peritonite.Markle
• Desvio da cicatriz umbilical, devido a abcesso intraperitoneal
(apendicite).Chutro
• (1) Hipersensibilidade cutânea, (2) dor e (3) defesa
involuntária no ponto de McBurney (apendicite aguda)
Dielafoy
APENDICITE AGUDA
Diagnóstico

 Exame físico na fase avançada:

Defesa muscular aumenta com progressão do processo inflamatório

Massa palpável em fossa ilíaca direita

Flexão do quadril direito

Paciente evita o movimento

Elevação de temperatura e pulso


APENDICITE AGUDA
Diagnóstico

 Exame físico na fase avançada:


Sinal do psoas e obturador positivo
Hiperestesia de rebote acentuada
Rigidez muscular acentuada
Toque retal
Sinal de Lennander
Sinal de Dunphy
Sinal de Lapinsk
• Contratura de Arapov
• A contratura de Arapov é uma contração reflexa da articulação
do quadril direito na apendicite aguda. Contração reflexa
induzida pela dor da articulação do quadril direito na
apendicite aguda
APENDICITE AGUDA
 Exames Complementares

Exames Laboratoriais: Hemograma completo

Amilase

EAS / Βhcg
 Exames de Imagem: Rotina radiológica de abdome agudo

Ultrassonografia de abdome

Tomografia de abdome
RNM de abdome

Laparoscopia
APENDICITE AGUDA
• Intervalo.....
APENDICITE AGUDA
Exames Laboratoriais
Hemograma
Contagem de leucócitos normal ou anormal
( 10000 a 18000 leucócitos por mm³)
75% com desvio à esquerda

Amilase
 βHCG

 LEMBRAR
O exame de urina( EAS) às vezes pode retardar o estabelecimento do diagnóstico de apendicite
aguda, pois as localizações não habituais do apêndice inflamado, podem surgir alterações do
sedimento urinário ( elevação hemácias e piócitos)
APENDICITE AGUDA
 Exames de Imagem
Ultrassonografia de abdome
Tomografia de abdome

RNM de abdome
Laparoscopia

 Os exames de imagem como ultrassonografia, tomografia e laparoscopia , a


taxa de diagnóstico de apendicite incorreta permanece constante, bem como a
taxa de complicação. A porcentagem de diagnósticos incorretos é
significativamente maior entre mulheres do que entre homens
APENDICITE AGUDA
Rotina radiológica de abdome agudo

Fases mais avançadas da apendicite podemos visualizar no exame :


 Velamento da linha do músculo psoas
 “Alça sentinela" na fossa ilíaca direita
 Pneumoperitônio local embora raro, indicando perfuração do apêndice

Fecalito à radiografia simples do abdome ?


APENDICITE AGUDA

FECALITO

ALÇA SENTINELA
APENDICITE AGUDA
Ultrassonografia de abdome

Achados da US:

 Apêndice inflamado: Fundo cego, imóvel, não compressível, lúmen anecóico,


mucosa ecogênica e parede muscular espessada e hipoecóica e um diâmetro
do apêndice > 6 mm.

 Corte transversal: imagem “em alvo”,


luz do órgão circundado pela parede espessada

 Presença de coleções liquidas.


APENDICITE AGUDA

Ultrassonografia de abdome
APENDICITE AGUDA

IMAGEM EM ALVO
APENDICITE AGUDA
Tomografia computadorizada

 Achados na TC:

 Distensão (Diâmetro igual ou maios que 6 mm)

 Espessamento

 Densificação da gordura periapendicular e realce da parede do órgão

 Mostra com precisão presença de coleções e abscessos associados


APENDICITE AGUDA
APENDICITE AGUDA
 Escala de Alvarado
APENDICITE AGUDA
 Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico diferencial de apendicite aguda é basicamente o diagnóstico de abdome agudo. O quadro
clinico praticamente idêntico pode ser resultado de uma variedade de processos agudos dentro da
cavidade peritoneal, que produzem as mesmas alterações funcionais da apendicite aguda.

 Adenite mesentérica
 Distúrbios ginecológicos: Doença Inflamatória Pélvica
Ruptura folículo de Graff
Cisto de Ovário Torcido
Gravidez Éctopica Rompida
 Gatroenterite aguda
APENDICITE AGUDA
Formas clínicas distintas:
APENDICITE AGUDA
LACTENTES E CRIANÇAS
Sintomas exacerbados e confusos

MULHERES JOVENS
Laparotomias brancas em 30 a 40%

GESTANTES
Indução ao parto prematuro no 3° trimestre

IDOSOS
Mortalidade alta pela escassez de dados
APENDICITE AGUDA
Tratamento

CIRÚRGICO

Apendicectomia ABERTA Incisão de Davis-Rockey


Incisão de Mc Burney
outras incisões
LAPAROSCÓPICA

Antibioticoterapia
APENDICITE AGUDA
Apendicectomia

Acesso cirúrgicos, incisões :


a. McBurney

b. Davis
a c
d
c. Jalaguier b

d. Mediana
APENDICITE AGUDA
Apendicectomia Aberta
APENDICITE AGUDA
Apendicectomia Laparoscópica
APENDICITE AGUDA
Antibioticoterapia

Apendicite fase I e II ANTIBIÓTICO PROFILAXIA

Cefoxitina (1-2g IV)


Ampicilina/sulbactam (3g IV)
Cefazolina (2g, se <120kg ou 3g se ≥120kg IV) + metronidazol (500mg IV)
Altenativas: ciprofloxacina , levofloxacina, gentamicina , ou aztreonam

Apendicite fase III e IV ANTIBIÓTICO TERAPIA

Cefalosporina de 3ª geração + metronidazol (ceftriaxona + metronidazol)


Cefalosporina de 2ª ou 3ª geração ou uma fluoroquinolona + metronidazol
Piperacilina-tazobactam ou ticarcilina-clavulanato
APENDICITE AGUDA
Complicações pós- operatórias

Infecções do tecido sub cutâneo ( frouxo )

pélvico
Abscessos intra-abdominais inter-alças
sub-frênico

Fístula fecal

Outras complicações
MANUSEIO DAS COMPLICAÇÕES PÓS OPERATÓRIAS
sinais e sintomas de complicações infecciosas

exame clínico/evolução da ferida infecção da ferida

tomografia de abdome / pelve escolher abertura/drenagem

discreto abscesso coleção fluida pequena ou multiloculada

clinicamente clinicamente
drenagem percutânea
estável deteriorado

considerar novo antibiótico laparotomia exploradora


modificar antibiótico de
até exame clinico normal e com drenagem de
acordo com a cultura
afebril abscessos
APENDICITE AGUDA

Referência Bibliográfica: Sabiston


Capítulo 49; página 1252
Schwartz, capítulo 30
• De todos os males dentro do abdômen
que causam aflição aos filhos dos homens
, não há nenhum que os ponha mais frequentemente do
que problemas no apêndice semelhante a um verme
• Zachary Cope 1921
Não
e squ
eça
do
Me
st re

Você também pode gostar