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WBA0289_v1.

Assistência de enfermagem
em emergências cirúrgicas
e psiquiátricas
Assistência de enfermagem
no abdome agudo
Bloco 1
Caroline Lopes Ciofi Silva
Não devemos subestimar a dor
Figura 1 – Mulher com expressão de dor abdominal Dor
• Principal manifestação do abdome
agudo.
• Deve ser avaliada com critério e
cautela.
• Experiência subjetiva e individual.
(HINKLE; CHEEVER, 2016)
Fonte: yacobchuk/Istock.com.
Abdome agudo: múltiplas causas

Inflamatório

Obstrutivo

Perfurativo

Vascular

Hemorrágico
Identificando o tipo de abdome agudo

História
clínica

Exame
físico Exames de
imagem e
laboratoriais
Assistência de enfermagem
no abdome agudo
Bloco 2
Caroline Lopes Ciofi Silva
Exame físico do abdome: método dos quadrantes

Quadrante superior direito Quadrante superior esquerdo


Fígado e vesícula biliar Lobo esquerdo do fígado
Piloro Estômago
Duodeno Corpo e cauda do pâncreas
Cabeça do pâncreas Flexura esplênica do cólon
Flexura hepática do cólon Partes do cólon transverso e
Porções do cólon ascendente e descendente
transverso

Quadrante inferior direito Quadrante inferior esquerdo


Ceco e apêndice Cólon sigmoide
Porção do cólon ascendente Parte do cólon descendente
Exame físico do abdome

• Inspeção, ausculta, percussão, palpação Figura 2 – Exame físico do abdome: descompressão


brusca
superficial e profunda.
• Descompressão brusca.
• Sinal de Blumberg (apendicite).
• Sinal de Murphy (colecistite).
• Sinal de Cullen e de Grey Turner
(pancreatite).
• Atenção para as particularidades nos
idosos. Fonte: Alona Siniehina/IStock.com.

(COLEMAN, 2011; LOPES; REIBSCHEID; SZEJNFELD, 2006)


Exames complementares

Laboratoriais Imagem
Hemograma e leucograma Radiografia simples
Gasometria arterial Ultrassonografia
Enzimas pancreáticas Tomografia computadorizada
Função hepática Ressonância magnética
Urina e Beta HCG (diferencial) Exames endoscópicos

(HIGA et al., 2013; HINKLE; CHEEVER, 2016)


Assistência de enfermagem
no abdome agudo
Bloco 3
Caroline Lopes Ciofi Silva
Tipos de abdome agudo

Dor no quadrante inferior direito +


Apendicite febre, náusea e vômitos, Apendicectomia
leucocitose

Dor no hipocôndrio direito que


Colecistite Colecistectomia
irradia para o epigástrio

Inflamatório

Ressecção
Diverticulite Dor com localização variável (perfuração)

Sintomas inespecíficos, dor abdominal


Pancreatite Tratamento intensivo
em faixa. Sinais de disfunção orgânica

(STEELE; SABOL, 2011; LOPES; REIBSCHEID; SZEJNFELD, 2006)


Tipos de abdome agudo
Figura 3 – Radiografia de abdome com obstrução
Abdome agudo obstrutivo intestinal
• Causas extrínsecas, intrínsecas e
intraluminais.
• Dor + distensão abdominal + vômito
(conteúdo fecalóide). Ausência total
ou parcial de eliminação de fezes e
flatos.
• Tratamento com antibiótico por 24-48
horas. Se houver falha >> cirurgia.
Fonte: stockdevil/iStock.com.
(HIGA et al., 2013; HINKLE; CHEEVER, 2016)
Sonda para drenagem gástrica
Figura 4 – Inserção de sonda
nasogástrica em manequim

• Realizar inserção de acordo as


delimitações anatômicas.
• Atentar para lesão na narina e no
ponto de fixação da sonda.
• Avaliar e registrar características
do conteúdo drenado.

Fonte: SubstanceP/IStock.com.
(ARAÚJO, 2008)
Tipos de abdome agudo
• Abdome agudo perfurativo: liberação do conteúdo na cavidade abdominal
>> peritonite.
• Dor de início súbito, intensa e difusa + sinais de sepse.
• Abdome agudo vascular: isquemia de áreas do intestino >> necrose >> pode
ocorrer perfuração + proliferação bacteriana >> peritonite.
• Dor após refeições (isquemia crônica); dor súbita e intensa (aguda).

Complicações: deiscência, infecção da ferida


Tratamento: cirurgia operatória, sepse, hemorragia, estenose da
anastomose, fístula etc.

(LOPES; REIBSCHEID; SZEJNFELD, 2006; HINKLE; CHEEVER, 2016)


Procedimento cirúrgico minimamente invasivo
Figura 5 – Equipe cirúrgica realizando cirurgia
laparoscópica, que implica menor risco de
complicações

Fonte: bymuratdeniz /iStock.com.


Cuidados de enfermagem no abdome agudo

• Reconhecer precocemente os sinais e sintomas de abdome agudo.


• Controlar da dor.
• Monitorar sinais vitais e se atentar para alterações.
• Administrar líquido e eletrólitos, conforme prescrição.
• Administrar medidas para alívio de náusea e vômito.
• Coletar exames laboratoriais e encaminhar para exames de imagem.
• Administrar antibioticoterapia, conforme prescrição.
(HINKLE; CHEEVER, 2016; TOBASE et al., 2017)
Teoria em Prática
Bloco 4
Caroline Lopes Ciofi Silva
Reflita sobre a seguinte situação

Caso clínico
C. A. C., sexo feminino, 36 anos, sem antecedentes
pessoais e familiares de doenças cardiovasculares ou
gastrointestinais, relata dor na região lombar há dois
dias. Após esse período, refere dor abdominal com piora
progressiva, no quadrante inferior esquerdo, que irradia
para o dorso.
No dia seguinte, a paciente relata dor abdominal difusa,
inapetência, dificuldade para deambular e náusea, mas
nega alterações na eliminação de fezes e flatos.
Reflita sobre a seguinte situação

Ela decide, então, procurar o pronto-socorro, onde,


durante a avaliação de enfermagem e médica, são
evidenciadas: taquicardia, hipotensão, dor abdominal à
descompressão brusca e distensão abdominal discreta.
É encaminhada à radiografia de abdome simples, que
mostra pneumoperitônio abaixo do rebordo costal direito,
e à tomografia computadorizada, que mostra ar
extravasado na cavidade abdominal, ao redor do cólon.
Reflita sobre a seguinte situação
Figura 7 – Tomografia computadorizada
Figura 6 – Radiografia do tórax
com pneumoperitônio mostrando perfuração de cólon intestinal

Fonte: acervo da autora. Fonte: acervo da autora.


Reflita sobre a seguinte situação

Responda:
• Quais são os sinais que sugerem o quadro de abdome
agudo nessa paciente?
• Taquicardia e hipotensão sugerem evolução para qual
tipo de agravo?
• Pelas imagens radiológicas, pode-se inferir que a
paciente apresenta qual tipo de abdome agudo?
Norte para a resolução...
• Quais são os sinais que sugerem o quadro de abdome agudo nessa
paciente?
Dor abdominal com piora progressiva, náusea e inapetência.
• Taquicardia e hipotensão sugerem evolução para qual tipo de agravo?
Sepse.
• Pelas imagens radiológicas, pode-se inferir que a paciente apresenta qual
tipo de abdome agudo?
Perfurativo (divertículo perfurado).

(BRUNETTI; SCARPELINI, 2007; HINKLE; CHEEVER, 2016)


Dica da Professora
Bloco 5
Caroline Lopes Ciofi Silva
Dica da Professora

A SOBEST é a Associação Brasileira de Estomatoterapia, órgão multiprofissional, de caráter


científico e cultural, que publica cartilhas, guias e orientações para público leigo e
profissionais de saúde sobre cuidados com ostomias abdominais, entre outros temas. Há
diversos materiais disponíveis, além da divulgações de estudos e eventos.
Confira o conteúdo no site.
Referências
ARAÚJO, C. L. Emergências gastrointestinais. In: ARAÚJO, C. L. Enfermagem de emergência – Série Incrivelmente Fácil. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. cap. 6

BRUNETTI, A.; SCARPELINI, S. Abdômen agudo. Medicina, Ribeirão Preto, v. 40, n. 3, p. 358-367, 2007.

COLEMAN, J. Histórico do paciente: sistema gastrointestinal. In: MORTON, P. G. et al. Cuidados críticos de enfermagem: uma
abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. cap. 39. p. 1001-1023.

HIGA, E. M. S. et al. Guia de medicina de emergência. 3. ed. Barueri: Manole, 2013.

HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016. cap. 47-49.

LOPES, A. C; REIBSCHEID, S.; SZEJNFELD, J. Abdome agudo – clínica e imagem. São Paulo: Atheneu, 2006.

STEELE, A. G.; SABOL, V. Distúrbios Gastrointestinais Comuns. In: MORTON, P. G. et al. Cuidados críticos de enfermagem:
uma abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. cap. 49. p. 1049-1091.

TOBASE, L. et al. Abdome agudo. In: TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e emergências em enfermagem. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. cap. 19.
Bons estudos!

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