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AINES
• 2ª causa mais comum de úlceras
• 20 a 30% úlceras gástricas
• 5 a 10% das úlceras duodenais
Fatores de risco para desenvolver HDA quando em uso de AINES
• Idade acima de 60 anos
• História pregressa de úlcera
• Uso de corticoide – inibição da Cox causa lesão gástrica
• Uso de anticoagulantes, clopidogrel e AAS
• Associação de AINES (AAS por cardiopatia + remédios para dor): aumenta o risco de sangramento
• Infecção pelo H. pylori
Manifestações clínicas
• 40% assintomáticos ou dispepsia de baixo valor preditivo (sintomas inespecíficos)
• Dispepsia: dor epigástrica em queimação, recorrente, plenitude pós-prandial, náuseas. Úlcera duodenal dói um tempo após se
alimentar. Úlcera gástrica melhora sintomas após se alimentar.
Complicações
• HEMORRAGIA
Mais frequente
Causa mais comum de hemorragia digestiva alta (HDA) não varicosa.
10% mortalidade.
Maior gravidade: perfuração da artéria gastroduodenal (parede posterior do bulbo) – maior risco de sangramento importante
e instabilidade clínica. A gravidade vai depender do tamanho e da localização.
Maior risco: associação de AINES e H. pylori.
Tratamento: medicamentoso/endoscópico – geralmente são usados 2 métodos: injeção de adrenalina na base da úlcera +
colocação de um clip (método mecânico) no coto do vaso para estabilizar/cessar o sangramento.
• Perfuração
2ª complicação mais frequente (hoje já não é tão comum devido a redução da prevalência das úlceras devido ao maior
conhecimento sobre o H. pylori e o desenvolvimento dos inibidores da bomba de prótons). Antes era comum a perfuração de
úlceras que não recebiam o tratamento adequado.
Diagnóstico por RX simples abdômen/tórax (pneumoperitônio). A EDA retarda diagnóstico e piora o pneumoperitônio e quadro
clínico.
Úlcera penetrante/terebrante: perfuram e são tamponada pelo pâncreas – demora mais para diagnóstico e úlcera perfurada, já
abre o quadro com pancreatite grave e posteriormente descobre a perfuração gástrica ou duodenal que foi tamponada pelo
pâncreas.
Alta mortalidade
Tratamento cirúrgico
• Estenose
Menos frequente. 1 a 2% dos doentes (era mais frequente antigamente pelo tratamento não eficaz)
Secundária ao processo inflamatório/fibrose
Em região pilórica: parte mais estreita do estômago
Dor abdominal, vômitos pós-prandial (não tem passagem adequado do alimento pelo piloro) e perda de peso (simulação de
neoplasia)
Tratamento medicamentoso (IBP), por EDA (dilatação da estenose) ou cirúrgico (piloroplastia) se dilatação falhar.
OBS: a dilatação da estenose é sempre em região pilórica – local mais estreito e passagem do alimento para o bulbo duodenal.
Tratamento
• Clínico
Suspender fumo, álcool, uso contínuo/frequente de AINES (perguntar ao paciente sobre dores de cabeça, coluna, uso de
antigripais, sonrisal, engov): causas de sintomas dispépticos e úlcera. Orientar os pacientes sobre uso dos AINES (risco de
úlceras gástricas e duodenais, hepatite medicamentosa, lesão renal)
Redução da secreção gástrica ácida
➢ Bloqueador H2 (ranitidina): quase não utilizado
➢ Inibidor da bomba de prótons (IBP): omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol – em jejum, 20 a 30min
antes de comer e depois comer para ocorrer a ação correta do IBP. Quando o paciente chega no PS com HDA devem ser
feitos EV. Ambulatorial feito VO.
Erradicar H. pylori: sempre fazer investigação em úlceras gástricas ou duodenais, tratar e fazer controle de cura do H. pylori
e da úlcera. Se paciente com história prévia de úlcera sem investigação anterior, fazer investigação. Na prática é comum o
paciente chegar com HDA por úlcera e nem sempre é pesquisado o H. pylori quando feita a endoscopia na emergência, essa
pesquisa deve ser feita posteriormente. Em úlceras duodenais essa investigação pode até ser feita por métodos não invasivos
mas na úlcera gástrica pela necessidade do diagnóstico diferencial de neoplasia, a investigação deve ser feita por endoscopia
para pesquisa do H. pylori e biopsia das úlceras.
• Cirúrgico (somente para complicações)
Hemorragia, perfuração, obstrução, recidivas
Síndrome de Zollinger-Ellison – gastrinoma
• Tumor neuroendócrino (pode estar em qualquer localização do TGI, geralmente em pâncreas ou parede duodenal)
• Produtor de gastrina
• Localização: pâncreas ou parede duodenal
• 1% das úlceras pépticas (múltiplas): estomago e duodeno podendo chegar até a segunda porção duodenal
• Refratários ao uso de IBP ou melhoram pouco (não tem outros fatores de risco para doença ulcerosa péptica)
• 25% associadas à NEM-1 – neoplasias neuroendócrinas múltiplas - (hiperparatireoidismo/adenoma hipofisário)
• Diagnóstico: gastrina sérica maior que 1000 pg/mL (sugestivo de gastrinoma, fazer investigação mais específica)
Anamnese
Doença funcional
• Início dos sintomas na adolescência ou juventude
• Dor abdominal que piora com as refeições, alivia com evacuações e não acorda o paciente (diferente de úlceras gástricas que
podem causar despertar noturno pelas dores)
• Distensão abdominal
• Fezes em cíbalos – fezes ressecadas em bolinhas (constipação intestinal)
• Padrão estável de sintomatologia em cada paciente (não tem piora progressiva apesar de crônicos e de longa data)
• Sintomas relacionados a problemas emocionais – ansiedade, depressão
• Estado geral e peso mantidos (sempre perguntar)
Doença crônica
• Início dos sintomas após a 4ª década de vida
• Sintomas com curso progressivo e aparecimento de novos sintomas com o passar do tempo (piora com o passar do tempo)
• Quadro doloroso acorda o paciente – clocking
• Sangramento vivo retal, excluindo-se patologia orificial (ex: hemorroidas)
• Esteatorréia e outras evidências de má absorção: emagrecimento, desnutrição
Critérios de ROMA
• Sistematização e uniformização dos conceitos e da classificação dos distúrbios funcionais gastrointestinais (padronização das
doenças).
• Facilitar a comunicação entre médicos e pesquisadores
• Simplificar o atendimento dos pacientes com diagnóstico de distúrbios funcionais baseados em sinais e sintomas
Diagnóstico
• Não tem exames específicos que consigam dar o diagnóstico até porque não existem alterações orgânicas.
• Critérios de ROMA IV
• Descartar causas orgânicas de dispepsia orgânica (diagnóstico diferencial)
• Sempre solicitar EPF ou realizar tratamento empírico para verminose (causa orgânica frequente de dispepsia)
• Descartar intolerância alimentar específica (intolerância à lactose – sintomas semelhantes a dispepsia funcional)
Sempre investigar sinais e sintomas de alarme! (fala mais a favor de doenças orgânicas)
Tratamento
• Não há medicamentos que melhorem completamente os • Aliviar os sintomas
sintomas • Melhorar a qualidade de vida
• Boa relação médico-paciente • Melhora clínica em menos de 60% dos casos
• Mudanças estilo de vida • Resposta placebo elevada
Diagnóstico
• Clínico – critérios de ROMA IV + exame físico (afastar sinais de alarme)
• Avaliar sinais e sintomas de alarme
• Avaliação psicossocial
• Exames complementares
Conforme clínica: hemograma, EPF (afastar parasitose ou fazer tratamento empírico), coprocultura, PCR, calprotectina
fecal (marcador de atividade inflamatória a nível de intestino grosso), TSH, T4 livre (avaliar função tireoidiana tanto na
diarreia quanto na constipação), sorologia para HIV (mesmo em diarreia crônica), etc
Colonoscopia: pacientes acima de 45 anos, suspeita clínica de neoplasia ou doença inflamatória intestinal
Tratamento
• Função intestinal alterada
Constipação: fibras, laxativos osmóticos (Prucaloprida – Resolor)
Diarreia: fibras solúveis, loperamida (Imosec), colestiramina (questran) – quelante de sais biliares
• Dor abdominal/distensão abdominal (pós prandial/crônica)
Antiespasmódicos (buscopam) e relaxantes da musculatura lisa
Antidepressivos tricíclicos
ISRS
Conclusões
• Doenças de evolução benigna porém que afetam a qualidade de vida dos pacientes
• Tratamento limitado, poucas opções de tratamento com sucesso terapêutico
• Boa relação médico-paciente para que o paciente tenha confiança, como são sintomas crônicos eles sempre acham que são
doenças mais graves, principalmente câncer.
• Mudanças de hábitos de vida – alimentação, prática de exercícios, qualidade de sono
• Futuro: conhecimento da fisiopatologia – novas opções terapêuticas.
TGPI
Em relação às indicações de tratamento do H. pylori nas doenças associadas, assinale a alternativa que apresenta as indicações
consideradas consensuais pela literatura.
a. Doença ulcerosa péptica e esôfago de Barrett
b. Linfoma MALT e adenocarcinoma do esôfago.
c. Doença ulcerosa péptica e linfoma MALT.
d. Dispepsia não ulcerosa e doença do refluxo gastroesofágico
Além da infecção crônica pelo Helicobacter pylori, a doença ulcerosa péptica tem como principal etiologia:
a. Gastrinomas.
b. Doença de Crohn.
c. Tabagismo e alcoolismo.
d. Uso de anti-inflamatórios não esteroidais
Segundo o 4º Consenso Brasileiro sobre Helicobacter pylori o exame de controle de erradicação do H. pylori deverá ser feito a partir
de:
a. Quatro meses após o tratamento.
b. Quatro semanas após o tratamento.
c. Duas semanas após o tratamento.
d. Seis meses após o tratamento.
Sobre a sensibilidade e a especificidade dos métodos de detecção do Helicobacter pylori, assinale a opção correta.
a. A especificidade do teste respiratório é de apenas 50%.
b. A sensibilidade da urease é menor que 40%.
c. O teste respiratório atinge cerca de 95% de sensibilidade.
d. A sensibilidade da histologia é menor que 50%.
Os seguintes eventos podem estar relacionados com a fisiopatologia da síndrome do intestino irritável, EXCETO:
a. Hipersensibilidade visceral.
b. Infecção bacteriana.
c. Desregulação cerebrointestino.
d. Diverticulose.
Segundo o consenso Roma IV, para o diagnóstico de dispepsia funcional, entre outros critérios, é necessário que os sintomas estejam
presentes por:
a. 3 meses, consecutivos ou não, no último ano.
b. 6 meses, consecutivos ou não, no último ano.
c. 3 meses, consecutivos ou não, nos últimos 6 meses.
d. 3 semanas, consecutivas ou não, nos últimos 3 meses
Sobre a Síndrome do Intestino Irritável, assinale a alternativa que NÃO é um sinal de alarme
a. Hematoquezia
b. Perda ponderal
c. Anemia
d. Sensação de evacuação incompleta