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Fisiopatologia
• H. pylori é uma bactéria flagelada – importante para atravessar barreira de muco do estômago. Após atravessar muco,
bactéria se adere ao epitélio da mucosa gástrica e através da enzima uréase, transforma ureia e água em amônia e
CO2.
• A amônia produzida será importante para neutralizar o ácido
gástrico, criando um ambiente favorável para sua replicação
e o CO2 é importante como método diagnóstico.
• Replicação da bactéria: inflamação da mucosa – podendo
causar lesão ulcerada. Quebra da barreira de muco: pepsina
e HCl causam lesão da mucosa. Ou seja, lesão por 2
mecanismos (lesão do H. pylori e lesão direta pelo ácido e
pepsinas encontradas no estômago.
Complicações
• Linfoma MALT: < 1% dos casos - baixa prevalência mas a
relação é forte
• Úlcera gástricas ou duodenais: cerca de 10%
• Gastrite atrófica: 5% (leva ao câncer gástrico)
• Câncer gástrico: 1%
• Gastrite aguda/crônica 100% - todos os pacientes com H. pylori, nem sempre há sintomatologia
Diagnóstico
Importante no diagnóstico – saber se o paciente recebeu todas as informações necessárias para não gerar exames falso
negativos.
• Uso de inibidor da bomba de prótons: 2 semanas sem usar antes da pesquisa de H. pylori
• Antibióticos e sal de bismuto: 4 semanas sem usar antes da pesquisa de H. pylori
― Se as recomendações não forem seguidas pensar em resultados falsos negativos, também pode ocorrer de o paciente
fazer teste da urease e histopatológico e um vir negativo e o outro positivo por não seguir as orientações.
Indicações de tratamento
• Úlcera gastroduodenal ativa ou cicatrizada.
Cicatrizada: importante erradicar a bactéria. Grande chance de recidiva ou novas úlceras.
• Gastrite atrófica e metaplasia intestinal – fatores de risco para adenocarcinoma.
• Linfoma MALT.
Linfoma MALT precoce com a erradicação da H. pylori, consegue regredir e curar o câncer
• Pacientes com história prévia de úlcera ou hemorragia digestiva alta em uso de AINES/AAS
• Após ressecção de câncer gástrico precoce
Importante eliminar esse fator de risco
• História de câncer gástrico em parentes de 1º grau
• Anemia ferropriva e deficiência de vitamina B12 de causa desconhecida
Menor grau de evidência
• Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
• Antes Cirurgia bariátrica por by-pass
Grande parte do estômago excluso – difícil acesso e complicações da H. pylori
H. pylori x AINES/AAS
• Todo paciente que faz uso contínuo de AINES/AAS/anticoagulantes, mesmo que em pequenas doses, associado à
HP, tem risco aumentado de úlcera e suas complicações.
• Esses pacientes devem ser investigados e tratados para HP quando positivos.
H. pylori x DRGE
• Comum paciente com DRGE com endoscopia positiva para teste da urease – explicar que HP não tem relação com
sintomas do DRGE
• Tratar DRGE, reavaliar paciente
Consenso de Maastricht
• Nível de evidência baixo mas com forte recomendação: pacientes com DRGE fazem uso contínuo de inibidor da
bomba de prótons (IBP), então devem ser tratados, pois o uso contínuo de IBP faz com que a H. pylori migre do antro
para o corpo e no corpo há maior chance de desenvolver gastrite atrófica, progredindo para câncer.
Tratamento
• A duração é de 14 dias, devido à resistência aos antibióticos
• Tratamento tríplice
Amoxicilina: 1g 12/12h
Claritromicina 500mg 12/12h
IBP dose máxima 12/12h
• SUS: pega medicações separadas. Particular: kit com todos os medicamentos.
Controle de cura
• Resistência cada vez maior
• Tratamento adequado: cura 60 a 70%
• Após 4 semanas – controle de cura: teste respiratório/Ag fecal* ou EDA (teste por histologia, não por urease**).
*não tem Ag fecal no Brasil, indicar teste respiratório quando tiver acesso.
**risco de falso positivo
Tratamento de resgate
• Quando o primeiro tratamento falha, não se deve repetir o mesmo
• Tratamento tríplice com levofloxacina – amoxicilina + levofloxacina (24/24h) + IBP
• Tratamento quádruplo com bismuto – IBP + tetraciclina + metronidazol + bismuto
Posologia desconfortável e metronidazol tem muitos efeitos colaterais – não é 1ª escolha no retratamento
• Tratamento quádruplo com furazolidona – não é feito pois saiu do mercado