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Maria Emília Viana | Turma XXIV

Aula 2 – HIV/AIDS e Infecções Oportunistas

HIV

 SIDA ou AIDS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HI)


 O HIV ataca e destrói as células do sistema imune, especialmente linfócitos TCD4+
 Induz imunodeficiência
o Especialmente da imunidade celular

HIV

 É um retrovírus – retrovírus humanos

ETIOLOGIA

 HIV
 2 fitas simples RNA
 Envelope lipídico
 Enzimas importantes: #principais alvos dos medicamentes coquetéis.
o Transcriptase reversa
o Integrase
o Protease

CICLO DE VIDA DO HIV

# Um dos motivos pelo qual até hoje não se descobriu a cura, material do vírus integrado ao material do hospedeiro,
difícil de eliminar.

CONDIÇÕES PARA INFECÇÃO PELO HIV

 Molécula de CD4 é um receptor com alta afinidade para o HIV


 Entretanto, ligar apenas ao CD4 não é suficiente para a infecção
 A gp 120 do HIV deve também ligar-se a um co-receptor de superfície da célula hospedeira
o CCR5
o CXCR4

PROGESSÃO DO HIV

# Curso clínico natural da infecção pelo HIV. A fase aguda- 12 semanas- caracteriza-se pela rápida expansão da
replicação viral e queda inicial da contagem de linfócitos TCD4+. Esta fase é parcialmente controlada por uma rápida
resposta do sistema imunológico que permite, em parte, a estabilização da replicação viral e a restauração parcial
dos níveis de linfócitos TCD4+, dando início a fase crônica da infecção. A fase crônica se caracteriza por um longo
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período assintomático onde a replicação viral se mantém estabilizada- latência clínica, enquanto os níveis de TCD4+
diminuem lentamente. Quando os níveis de linfócitos TCD4+ diminuem drasticamente identifica-se a fase de AIDS,
na qual, se o paciente não for tratado, pode ir a óbito.

# Pior fase para fazer o diagnóstico é quando a pessoa já está com AIDS. Melhor fazer o diagnóstico na fase aguda.

EPIDEMIOLOGIA

 Definição de caso de AIDS (> 12 anos) # no áudio falou 13 anos


o Desde 2004:
 Sorologia positiva para HIV
+
 Imunodeficiência:
 CD4+ < 350 cel/mm3 e/ou
 Doença indicativa de AIDS
o Desde dezembro de 2013:
 Importante saber sobre a infecção pelo HIV
 Estratégia MS “Test and treat”- oferecer tratamento para todo mundo que tiver a
sorologia positva.
 CD4 e carga viral são importantes para o acompanhamento da doença e em especial da
resposta ao tratamento com a ATRV de alta potência

DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO

 Teste rápido- sangue ou saliva\fluido oral (não pode fechar diagnostico só com saliva, serve só para triagem)

#Para diagnosticar faz 1 teste rápido, se negativo teste encerrado não reagente ao HIV. Teste sensível e não
específico.

# EX: Se individuo teve exposição de risco com profissional do sexo há 10 dias atrás com teste negativo, orientar
acerca da doença e da importância de se fazer um novo teste em 30 dias. Se esse paciente tivesse chegado até 72
horas faz a profilaxia.

# Se +, faz segundo teste rápido, se + = diagnostico confirmado \ se - = vai fazer sorologia.

 Diagnóstico sorológico:
o Pesquisa Ac contra HIV (6 a 12 semanas após a infecção)
o Imprescindível o consentimento do indivíduo ou seu responsável legal para realizar o exame
o Testes realizados:
 ELISA (1 - 4 gerações)- se + faz exame confirmatório molecular\PCR \ se -: não reagente
 Imunofluorescência/WB
 PCR: Se acima de 5000 cópias= reagente \ se abaixo: segundo teste confirmatório-
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TRANSMISSÃO DO HIV

 Relação sexual entre:


o Heterossexuais
o Homossexuais (masculinos)
 Exposição acidental a sangue ou material contaminado com sangue
 Transmissão mãe-criança durante:
o Gravidez
o Parto  o momento periparto é o mais crítico para transmissão, maior risco de transmissão.
o Aleitamento
 Vertical: pré-natal
 Intrauterina plascentária: intraparto
 Exposição ao sangue materno e secreções vaginais durante o trabalho de parto e o parto (pós-parto)
 Durante a lactação
 TARV na gravidez

Exposição com risco de transmissão do HIV:

» Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos perfurantes e/ou cortantes;

» Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual desprotegida; respingos em olhos, nariz e boca;

» Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas abertas;

» Mordeduras com presença de sangue – Nesses casos, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que
sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou.
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Exposição sem risco de transmissão do HIV:

» Cutâneas, exclusivamente, quando a pele exposta se encontra íntegra;

» Mordedura sem a presença de sangue.

EPIDEMIOLOGIA HIV/AIDS NO BRASIL

 Atualmente: casos acumulados (1990-2015) > 700.000 casos


 Casos de AIDS:
o Gestantes/ parturientes/ puérperas com HIV
o Crianças exposas ao HIV
 A partir de janeiro 2013: casos de infecção pelo HIV também são de notificação compulsória
 Prevalência infecção HIV:
o 15 aos 49 anos (H+M) 0,6%
 Homens 0,8%
 Mulheres 0,4%
o Grupos de maior vulnerabilidade:
 Usuários de drogas 5,9%
 HSH 10,5%
 Profissionais do sexo 4,9%

# Interiorização do HIV. Antigamente era restrita a centros urbanos.

# Outras DSTs voltaram junto com a AIDS  sífilis, tuberculose.

 Apesar do aumento da testagem sorológica e do conhecimento sobre HIV/AIDS, caiu o uso de


preservativos, especialmente entre jovens
 O futuro/presente da AIDS é virar uma doença crônica (motivo de descuido e aumento dos casos também).

DIANGÓSTICO CLÍNICO

 Fase aguda:

# IDEAL para fazer o diagnóstico- testes rápidos, rastreamento em populações de risco.

o Infecção primária
o Replicação viral e viremia  disseminação para órgãos linfóides:
 Assintomática ou oligossintomática
 Síndrome mono-like:
 Rash-cutâneo
 Meningite asséptica
 Guillain-Barré
 Fase progressiva ou crônica:
o Assintomática  descobre infecção pelo HIV:
 Doando sangue
 Sorologia para conhecer status sorológico
 Avaliação clínica e laboratorial periódicas
 CD4 + carga viral
o Fase importante para definir profilaxia para doenças oportunistas
 Fase avançada de imnuodficiência – doenças oportunistas:
o Neurotoxoplasmose
o Criptococose SNC
o Pneumocistose
o Micobacterioses
o Diarreias oportunistas
o Entre outros
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PRINCÍPIOS DO TARV

# TARV: terapia antirretroviral.

 Associação de drogas
 Uso regular: risco de resistência do vírus
 Tempo prolongado
o Não pode interromper
 Alvos do tratamento - inibir:
o Transcriptase reversa
o Integrase
o Protease

QUANDO TRATAR O HIV?

 Tratar todo mundo com HIV que der o consentimento.


 Profilaxia:
o Pré-exposição (casal discordante que deseja engravidar) - PREP
o Pós exposição sexual (consentida ou não) - PEP
 Tratar pessoa exposta
o Acidente ocupacional
 Trata a pessoa exposta se “paciente doente HIV+” ou fonte desconhecida
 22 medicamento, 6 classes

GESTANTE E HIV

 TARV – usar em todas as gestantes com HIV


 Via de parto
o Normal ou cesárea: se carga viral < 1000
o Cesárea: se carga viral > 1000
 Cuidados com o RN
o Via de parto
o Parto empelicado, se possível
o Cuidado com aspiração – para não ser porta de entrada
o Fazer o xarope – coquetel antirretroviral durante 6 semanas

# Se paciente descobre HIV durante a gestação, só pode começar a tomar TARV a partir da 14ª semana – evitar
neurotoxidade no feto. Se já tomava previamente, continuar tomando, ajustando se necessário.

ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA INFECÇÃO PELO HIV NA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO – Extra do


Ministério da Saúde

A gestante deve ser orientada sobre a importância da testagem no pré-natal e os benefícios do diagnóstico precoce,
tanto para o controle da infecção materna quanto para a prevenção da transmissão vertical. No momento da
testagem, faz-se necessário um ambiente de confiança e respeito, que favoreça o vínculo e a avaliação de
vulnerabilidades, permitindo a atenção resolutiva e a articulação com outros serviços de saúde para a continuidade
da assistência.

A testagem para HIV deve ser realizada no primeiro trimestre, idealmente na primeira consulta do pré-natal, e no
início do terceiro trimestre de gestação, podendo ainda ser feita em qualquer outro momento em que haja exposição
de risco ou violência sexual.

Está recomendada a realização de testagem rápida também na admissão da mulher na maternidade, hospital ou
casa de parto, devendo ser ofertada, nessa ocasião, a testagem combinada para HIV, sífilis e hepatite B (caso a
gestante não tenha esquema vacinal completo).
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Os testes rápidos para HIV são métodos preferenciais para diagnóstico, pois possibilitam início adequado da TARV e
resposta virológica mais precoce. A testagem laboratorial pode ser utilizada, desde que a entrega do resultado ocorra
em tempo oportuno (até 14 dias).

A realização imediata do teste de CV-HIV está indicada após a confirmação da infecção pelo HIV por qualquer um
dos fluxogramas de diagnóstico. O teste de genotipagem pré-tratamento está indicado para todas as gestantes. Esse
teste deverá ser solicitado e a amostra de sangue coletada antes de iniciar a TARV. Não é necessário aguardar o
resultado da genotipagem para o início da TARV.

Os itens listados a seguir servem como um roteiro para orientar a abordagem no acompanhamento inicial da gestante
infectada pelo HIV:

› Avaliar o nível de conhecimento da gestante sobre a doença e explicar a infecção pelo HIV e sua evolução, assim
como o risco de transmissão vertical e a elevada eficácia das medidas preventivas;

› Enfatizar o impacto positivo do início do uso de TARV para a PTV e para a qualidade de vida, destacando a
importância da adesão nesse processo;

› Identificar alguma condição que exija intervenção imediata, como sinais e sintomas sugestivos de IO, bem como a
necessidade de iniciar profilaxia para IO;

› Avaliar a possível infecção pelo HIV nas parcerias sexuais e filhos(as);

› Abordar aspectos relacionados à saúde sexual e à prevenção combinada durante o seguimento da gestante
infectada pelo HIV, devem ser realizados pelo menos três exames de CV-HIV durante a gestação:

› Na primeira consulta do pré-natal, para estabelecer a magnitude da viremia;

› Duas a quatro semanas após a introdução da TARV, para avaliar a resposta ao tratamento;

› A partir da 34ª semana, para indicação da via de parto.

A CV-HIV também deverá ser solicitada quando a TARV for modificada por qualquer motivo, duas a quatro semanas
após a mudança de esquema, para avaliar a resposta ao tratamento. A solicitação da CV-HIV, ainda, faz parte da
avaliação da gestante, em qualquer momento, quando há dúvidas quanto à adesão à TARV.

A contagem de LT-CD4+ deverá ser realizada na primeira consulta de pré-natal e pelo menos a cada três meses
durante a gestação para gestantes em início de tratamento. Para gestantes em seguimento clínico em uso de TARV,
com CV-HIV indetectável, solicitar contagem de LTCD4+ juntamente com CV-HIV na primeira consulta e na 34ª
semana

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