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Joaquim
Critérios de SIDA
A candidose esofágica é um critério de SIDA, já a candidose oral não é.
Perda de > 10% do peso corporal sem outra causa aparente Síndrome de
emaciação (Wasting Syndrome).
Para alguns autores, os 2-6 semanas de virémia inicial são considerados o período de maior
transmissão, ou seja, no Síndrome viral agudo. Nessa altura, há surgimento de várias
infecções.
Caso 2
Emagrecimento
Anorexia
Tosse seca
Febrícula
Homossexual
Teste VIH+
Linfócitos T CD4 – 133
Virémia VIH – 448.000 cópias/mL
Diagnóstico: Pneumocistose.
Tratamento:
o Cotrimoxazole em doses muito elevadas
o Trimetoprim 10-15 mg/Kg/dia
o Corticoterapia pois PO2 <70 mmHg
o Após manter linfócitos T CD4 > 200 por 6 meses, a terapêutica supressora é
cessada.
Outros rastreios:
Tuberculose
CMV É necessário fazer biópsia, semelhante ao que ocorre na infecção GI por CMV.
o Tratamento durante 3 semanas com manutenção de profilaxia enquanto
linfócitos T CD4 < 200.
Fases/Estádios da SIDA
Infecções oportunistas
Bactérias
o Bacilo de Kock – pode aparecer em qualquer fase.
Tem que ter um teste positivo
Formas extrapulmonares pois são indicadoras de imunidade
células.
o Micobactérias atípicas surgem quando os linfócitos T CD4 < 50 (fazer
tratamento profiláctico com azitromicina ou outro macrólido).
o Salmonellas não tíficas
o Pneumococos
o Haemophilus
Parasitas
o Toxoplasma
o Leishmaníase
o Criptosporidium
o Isosporum belli
o Strongiloidíase invasiva
Fungos
o Candidose esofágica
o Pneumocystis jirovecci
o Criptococos
o Histoplasmose nas zonas endémicas
o Blastomicose nas zonas endémicas
o Coccidiomicose nas zonas endémicas
Vírus
o CMV (Não se faz profilaxia primária; só secundária).
Terapêutica anti-retrovírica
NOTA:
Dá-se prioridade aos que têm <350 mas geralmente tratam-se também os que têm
<500.
As grávidas têm sempre indicação: iniciar às 12/24 semanas para evitar transmissão ao
feto (cuidado com o efavirenze, pois é teratogénico).
Os que têm > 500 não são tratados. Contudo, a OMS defende o tratamento para estes
doentes sendo uma das razões a prevenção da transmissão, já que doentes com
virémia baixas, têm risco mais baixo de transmissão. Por outro l ado, doentes com >
500 podem ter mais prejuízo pelo terapêutica do que pela doença. ainda em
estudo!
Em 2000 começou a ser usada apenas quando existia benefício imediato, ou seja, quando
linfócitos T CD4 < 200.
Os doentes que iniciam mais precocemente a terapêutica têm melhor desempenho e menor
probabilidade de desenvolvimento de doenças oportunistas.
Zidovudina
RAMs
o Toxicidade medular (anemia macrocítica)
o Toxicidade muscular (fraqueza, mialgias)
o Neuropatia periférica
Abacavir
Saber se o doente é HLA 5701, pois se for positivo há maior risco de ter alergia ao
fármaco.
Reacção de hipersensibilidade (febre, exantema, fadiga,…).
Pode causar toxicodermia (inclusive o síndrome de Stevens Johnson)
Aumenta o risco cardiovascular.
1. Nevirapina (NVP)
a. Já não é primeira linha
b. RAMs:
i. Toxicidade hepática (hepatite fulminante)
ii. Toxicidade cutânea (SS Johnson)
c. Não usar em:
i. Homens com mais de > 400 linfócitos T CD4
ii. Mulheres com mais de 250 linfócitos T CD4
d. Hoje em dia usa-se mais para simplificar a terapêutica, ou seja, quando o
indivíduo está controlado com outro fármaco.
2. Efavirenze
a. É o mais usado deste grupo.
b. RAMs
i. Tolerância imediata
ii. Sobretudo nas primeiras 4 semanas de utilização, pode causar
problemas do SNC:
1. Depressão
2. Dificuldades de concentração
3. Insónias
4. Pesadelos
c. Boa eficácia e segurança a longo prazo.
d. Pode usar-se em associação com APV?
e. Toma única diária.
INIBIDORES DA PROTEASE
Fármacos:
Ritonavir
Indinavir Os primeiros a surgir
Saquinavir
Nelfinavir
Surgiram mais tarde
Lopinavir
Atazanavir
São actualmente os melhores IP. Não usar com IBPs
Darunavir /antiácidos? porque reduz a sua absorção. (não estão
na sebenta)
Raramente ocorrem resistências.
Vantagens:
o Grande barreira genética
o Permitem maior recuperação imunológica (em relação aos doentes que
fazem ITI, ficam com + 40-50 linfócitos T CD4).
Os IP usam-se associados ao ritonavir. As RAMs devem-se sobretudo a este fármaco?
RAMs:
o Toxicidade GI
o Alterações do metabolismo dos lípidos e glúcidos
o Interacções medicamentosas (+ritonavir).
Ritonavir
É agora usado pelas suas propriedades sobre o citocromo P450 e melhora a
farmacocinética dos outros fármacos.
Usa-se em doses baixas com fármacos do mesmo grupo (lopinavir, saquinavir,…), pois
potencia os outros fármacos.
Indinavir
Era o melhor, mas com necessidade de ingerir 1,5 L de água por dia, devido ao risco de
litíase renal.
Lopinavir
Era o fármaco padrão deste grupo
RAMs:
o Diarreia
o Dislipidémia
Caiu para fármaco alternativo porque surgiram novos fármacos com menos efeitos
adversos, logo mais eficazes porque assim o doente não interrompe a terapêutica.
INIBIDORES DA INTEGRASE
Raltegavir
o Barreira genética baixa, mas maior do que ITINAN
o 2 vezes por dia
o Caro (o mais caro dos de primeira linha)
Elvitegravir
o Ainda não licenciado em Portugal
o Vem numa associação (Cobicistat)
Dolutegravir
o 2ª Geração
o Ainda não licenciado em Portugal
o Poucas RAMs.
o Melhor barreira genética
o Existe em coformulação com o abacavir.
INIBIDORES DO CCR5
Fármaco: maraviroc
Actuam sobre o receptor celular do vírus
Pouco usados devido ao custo, apesar da eficácia e poucas RAMs.
Atenção que é preciso confirmar se o vírus usa o receptor CCR5 antes de o utilizar.
Profilaxia pós-exposição
NOTA: Se uma pessoa se picar acidentalmente por um objecto usado previamente por um
toxicodependente ou pessoa infectada, a probabilidade de estar infectado é de 0,3% = 1/333 =
3 em 1000.
A zidovudina reduz esse valor em 80%
Com terapêutica dupla é possível reduzir até 98%.
a. Picada por agulha que foi utilizada em colheita (artéria ou veia) de sangue de
doente infectado.
ATENÇÃO! É uma emergência médica! Mesmo que não se saiba se o doente é VIH positivo ou
não.
1. Caracterizar o tipo de doente
a. Se é VIH positivo
i. Se está a fazer a terapêutica anti-retrovírica
ii. Virémia (se virémia baixa, o risco também é baixo)
2. Caracterizar o tipo de exposição
a. Fluidos potencialmente infectantes
i. SANGUE +++
ii. Sémen
iii. Fluidos vaginais
iv. LCR
v. Líquido pleural
vi. Líquido peritoneal
vii. Todos os que têm sangue visível
b. Fluidos não infectantes
i. Saliva
ii. Lágrimas
iii. Fezes
iv. Urina
v. Suor
vi. Leite materno
Esquema
Zidovudina na mãe a partir do 2º trimestre da gravidez
Zidovudina e.v. durante o parto
No recém-nascido fazer tratamento durante 4 a 6 semanas.
- Depois de começar a terapêutica esta deve ser continuada durante o resto da vida. Contudo,
o esquema terapêutico poderá ser alterado na grávida (porque no parto são evitados os
fármacos teratogénicos).
- Quando a mãe já faz terapêutica para a infecção HIV antes da gravidez, a medicação deve ser
continuada.
- Existe uma questão sobre a teratogenecidade do efavirenze, mas pensa-se que não terá
influência.
- Quando as virémias são indetectáveis, a cesariana pode não ser obrigatória. Nesse caso,
poderá ocorrer parto normal.
- Se a mãe não fizer tratamento, o risco de infecção vertical é de 15-20%. Com terapêutica o
risco é tendencialmente 0%.
Opções de procriação
1. Mãe e pai +
a. Podem fazer normalmente, já que à partida estão a ser medicados e assim a
criança já está protegida.
2. Pai + e mãe – (mais comum)