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Meningites e

encefalites na
prática clínica
DR. RODRIGO SCHRAGE LINS
HOSPITAL OESTE D’OR
HOSPITAL MUNICIPAL ALBERT SCHWEITZER
SOCIEDADE DE INFECTOLOGIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Definição / Introdução

 Inflamação de etiologia infecciosa das


meninges com comprometimento
subaracnóideo, do líquor (LCR) e ventrículos
cerebrais.
 1.2 milhões de casos em todo o mundo. Está
entre as 10 principais causas de morte por
doença infecciosa com 135,000 óbitos/ano.
 Sequelas neurológicas entre os sobreviventes.
Epidemiologia

 As meningites podem ser adquiridas na comunidade ou no


ambiente hospitalar.
 Principais agentes causadores de meningite comunitária são:
Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis e Listeria
monocytogenes (especialmente acima de 50-60 anos ou
deficiência na imunidade celular).
 Principais agentes causadores de meningite hospitalar são:
Staphylococcus aureus e gram negativos aeróbicos. Outros
agentes podem ser considerados em caso de neurocirurgia,
dependendo de colonização prévia e/ou antibiótico profilático
utilizado no procedimento. Também podem ocorrer em pacientes
com derivação ventricular ou após trauma (especialmente base
de crânio, com ou sem evidência de fístula liquórica).
Apresentação clínica
 Pacientes tem sintomatologia abundante e procuram atendimento
no início da doença. Em uma série de casos de 301 adultos, o
tempo entre o início dos sintomas e a internação teve media de
24h (variando de 1 h a 14 dias). (*)
 A tríade clássica: febre, rigidez de nuca e alteração do estado
mental. Muitos pacientes não tem os três juntos. (*). Muitos tem
febre alta (>38ºC) e poucos tem hipotermia. Quase nenhum tem
temperature normal (*)
 Dor de cabeça é comum, descrita como forte e generalizada.
Apresentação clínica
 Revisão de 279 episódios de meningite comunitária (*):
 Febre 95% (+4% após 24h)
 Rigidez de nuca 88%, persistindo em alguns casos apesar de melhora
geral.
 Estado mental alterado 78%, responsivo a dor 22%, irresponsivo 6%.
 Outros estudos com resultados semelhantes: febre 77-85%, rigidez de
nuca em 83-94%, cefaléia em 79-94%, alteração do estado mental em
83% (coma em 14-16%).
 Um ou mais dos sintomas clássicos podem estar ausentes em muitos
pacientes (*). Em uma revisão de 696 casos de meningite comunitária,
só 44% tinham os 3 sintomas. 95% tinham dois deles. A tríade clássica é
mais provável em pacientes com pneumococo se comparado com
meningococo (58 x 27%).
 Pacientes mais velhos ou com comorbidades como DM ou doença
cardiopulmonary podem ter letargia insidiosa, sem febre e sinais
variáveis de inflamação meníngea.
Apresentação clínica

 Complicações neurológicas como convulsões, deficit focal e


papilledema (<5%) podem estar presents de forma precoce ou
tardia. Convulsões são descritas em 15-30% e déficit focal em 10-
35%. Perda auditiva é complicação tardia.
 Dexametasona pode reduzir a taxa de sequela neurológica,
particularmente nos casos de gravidade moderada/severa.
 Meningococo: rash purpúrico e/ou petequial. Em duas grandes
séries de casos: rash 11-26%, 75-92% das vezes associado com
meningococo.
 Outro estudo de 258 adultos: rash presente em 64%.
 Rash petequial não é específico de meningococo, que também
pode ter rash máculo popular. Estafilococos também pode ter rash
purpúrico petequial por exemplo.
Apresentação clínica

 Artrite: em 696 pacientes, artrite em 48 (7%, 2/3 eram


meningococo). 23 pacientes tiveram punção articular com cultura
positiva em 6 (23%). Reconhecer artrite infecciosa associada é
importante porque antibiótico prolongado é necessário. Pode ter
artrite inflamatória reacional também.
 Rigidez de nuca/ Kernig / Brudzinski – descritos há mais de 100 anos.
Avaliados pela 1ª vez em 2002. Foram 297 pacientes suspeitos:
Sensibilidade 5% para cada sinal e 30% para rigidez de nuca.
Especificidade 95% para cada teste e 68% para rigidez de nuca.
Estratificação de risco

 Hipotensão, alteração do estado mental e convulsões foram


associadas de forma independente com pior prognóstico (morte
ou sequela) e estratificados em 3 grupos:
 Baixo risco (nenhum fator de risco) — 9% pior prognóstico
 Médio risco (1 fator de risco) — 33% pior prognóstico
 Alto risco (2-3 fatores de risco) — 56% pior prognóstico
Principais agentes

GRUPO BACTÉRIAS

< 3 meses S. agalactiae, E. coli, L. Monocytogenes

> 3 meses e <18 anos N. meningitidis, H. influenzae, S. Pneumoniae

>18 anos e < 50 anos N. Meningitidis e S. Pneumoniae

S. pneumoniae, N. meningitidis,
> 50 anos
L monocytogenes, gram-negativos

Immunosupressão L. monocytogenes, gram-negativos, S.pneumoniae

TCE, neurocirurgia S.aureus, gram-negativos, S.pneumoniae


Exames de sangue

 Exames gerais são inespecíficos e mostram alterações compatíveis


com a maior parte dos quadros infecciosos ou sepse grave, com
pior prognóstico nas leucopenias e trombocitopenias.
 Coagulação: pode mostrar resultados compatíveis com
coagulação intravascular disseminada. Quadro de maior
gravidade, não característico de meningite, mas presente em
sepse grave.
 HEMOCULTURAS: Colher 2 sets antes do antibiótico. Estudos variam
entre 50-90% de positividade em meningites.
Punção lombar
 Todo paciente deve realizar a não ser que contraindicado.
 TC não é necessária na maioria dos casos. IDSA 2004: só faz TC antes
da PL se tiver um ou mais dos seguintes:
Imunodeprimido (ex, HIV, uso de imunossupressores, transplantados)
História de doença do SNC (lesão de massa, AVC, ou infecção focal)
Nova convulsão (uma semana antes do atendimento)
Papiledema
Alteração do nível de consciência
Déficit neurológico focal
 Se PL atrasou colher HMC, iniciar ATB
 Contraindicações relativas: pressão intracraniana elevada (massa),
trombocitopenia, abscesso, sinais clínicos de herniação.
Líquor

 Valores normais
 Proteína menor que 50 mg/dL
 Taxa de glucose sérica/liquórica maior que 0,6
 Menos de 5 céls/microL
 Lactato menor que 3.5 mEq/L

 Observar o tempo entre coleta e processamento.


Líquor
Características esperadas do LCR

ETIOLOGIA ASPECTO CELULARIDADE PTN GLICOSE

Bacteriana Turvo ou purulento PMN  Diminuída

Viral Claro LMN  Normal

Tuberculosa Turvo LMN  Diminuída

Fúngica Claro ou turvo LMN N ou  Normal ou diminuída

Parcialmente tratada Claro ou turvo Variável  Normal ou diminuída


Líquor - Gram

 Diplococos gram positivos sugerem pneumococo


 Diplococos gram negativos sugerem meningococo
 Cocobacilos pleomórficos pequenos sugerem Haemophilus
influenza
 Bastonetes e cocobacilos gram positivos sugerem Listeria
monocytogenes

 Sensibilidade do gram = 60-90%. Especificidade perto de 100%.


 ATB um pouco antes da PL não interfere muito na celularidade, mas
diminui muito a positividade do gram e da cultura do liquor.
Streptococcus pneumoniae
Neisseria meningitidis
Haemophilus influenza
Listeria monocytogenes
Triagem

 Meningite bacteriana = doença que ameaça a vida e sinônimo de


internação e ATB venoso.
 Meningite asséptica viral = quadro mais leve, que pode ser
monitorizado sem ATB fora do hospital.
 Devido a ausência de sintomas ou alterações no LCR em alguns
casos de meningite bacteriana, não existe um score que permita
diferenciar com certeza em adultos 100% dos casos de meningite
bacteriana e viral.
 Na falta de um gram (100% especificidade), se houver celularidade
elevada, nenhuma variável bioquímica exclui meningite
bacteriana.
Tratamento

 Atraso do antibiótico é maior preditor de mortalidade do que


apresentação mais grave da doença e até do que meningite por
bactéria resistente a betalactâmicos.
 Antibiótico sempre VENOSO, bactericida e de alta penetração.
 Dexametasona – prevenção de sequela em pneumococo.
Suspender em meningococo.
Tratamento empírico sem gram

 Vancomicina + Ceftriaxona
 Acrescentar ampicilina em caso de cobertura adicional para
Listeria monocytogenes.
 Pergunta: precisa mesmo de vancomicina?

 Em caso de alergia grave a beta-lactâmicos:


 Vancomicina + Moxifloxacino
 Acrescentar SMTX+TMP em caso de cobertura adicional para
Listeria monocytogenes.
Tratamento empírico com gram
Tratamento com cultura
Tratamento empírico – situações
especiais
 Em caso de deficiência de imunidade celular:
 Vancomicina + ampicilina + cefepime ou meropenem

 Meningite hospitalar:
 Vancomicina + cefepime ou meropenem
 Enterobactérias e não fermentadores resistentes a carbapenêmicos
 Meropenem dose dobrada + poli B + poli B intratecal. Considerar
tigeciclina de acordo com TSA.
Complicações e sequelas

 Alteração do estado mental


 Edema cerebral e aumento da PIC
 Convulsões
 Déficit neurológico focal (ex: paralisia de nervos cranianos,
hemiparesias)
 Anormalidades cerebrovasculares (ex: aneurismas, AVC,
sangramento, trombose)
 Perda auditiva sensório neural
 Prejuízo intelectual/neurocognitivo
 Síndrome de Guillain-Barré
 Hidrocefalia, abscesso, mielite transversa, vasculite são mais raras
Profilaxia com antibiótico

 Rifampicina ou ciprofloxacino
 Comunicantes íntimos expostos 7-10 dias antes dos sintomas.
 1- Conviveu com o doente por 4 ou mais horas diárias por pelo
menos 5 dos 7 dias que antecederam a admissão hospitalar (ex:
colegas de trabalho).
 2- Compartilhamento de escova de dentes, toalha de rosto,
alimentos e utensílios sem higiene prévia (copos, talheres, etc),
beijo, garrafa de água mineral.
 3- Sentados próximos a caso de meningite em vôo/viagem com
mais de 8 horas.
 4- Contatos domiciliares.
Profilaxia com antibiótico

 5- Quartéis e orfanatos – Mesmo dormitório


 6- Profissionais de saúde: em geral não se recomenda, a não ser
que haja exposição sem máscara cirúrgica:
 Fundo de olho ou intubação antes de 48 horas de ATB adequado.
 Aspiração de secreção de via aérea antes de 48 horas de ATB
adequado.
 Exposição direta a sangue ou secreções. Exemplos: contato direto com
secreção de espirro, tosse, vômito, respiração boca-a-boca
(procedimento atualmente proscrito).
Meningite vs Encefalite

 Diferença: função cerebral


 Pacientes com meningite estão desconfortáveis, letárgicos e com
forte cefaléia, mas sua função cerebral é normal.
 Na encefalite tem alteração da função cerebral, como alteração
do estado mental, deficit motor ou sensitive, alteração do
comportamento/personalidade e desordens do movimento e da
fala.
 Convulsão e estado pós ictal podem ser vistos em meningite e não
devem ser considerados evidência de encefalite.
 Outras manifestações de encefalite podem ser hemiparesias,
paralisia flácida e parestesias.
Meningite asséptica

 Pacientes com provável meningite viral incluem: celularidade


<500/microL, >50% linfócitos no liquor, proteína menor que 80-100
mg/dL, glucose normal e gram negativo.
 Pacientes idosos, imunocomprometidos ou que receberam
antibiótico previamente devem ser tratados com antibiótico
mesmo que a suspeita seja de etiologia não bacteriana.
 Principais agentes: enterovirose (echovirus, cocsackie), herpes,
flavivirus (febre amarela, dengue), arbovirus, arenavirus e buniavirus
 Encefalite grave: iniciar aciclovir venoso 10 mg/kg a cada 8 horas
Meningite asséptica

 Atentar para outras causas de meningite asséptica:


 HIV na síndrome de soroconversão
 Criptococose (criptococcus gatti)
 Espiroquetas:
Sífilis – Treponema pallidum
Borrelia burgdoferi (Lyme)
 Febre maculosa
 Erlichiose
 Sarampo
 Mononucleose (CMV, Toxo, EBV, Herpes-6)
 Coriomeningite linfocítica viral – zoonose relacionada a roedores
Vacinas

 Meningocócica C
 Meningocócica ACWY
 Meningocócica B
5 sorogrupos de Neisseria meningitidis causam a maioria
dos casos de DMI, variando entre países e regiões*
9% 4% Europa
18% 41% 12% (2017, n=2979) 6
22% 26% Canadá 17% 51% 13% 9%
EUA †
24% (2017, n=119) 1 4% 7%
8% 16% Turquia 12%
9%
(2019, n=375) 2 18% 23% 65% (2017, n=21) 7 36% 3% Japão
11% 6% 4% (2014, n=59) 11
Cinturão Africano da 42%
A 8% 4% 5% 3%
17%
Meningite 26%
4%
Colômbia (2015, n=1758) 9
64% 36% Arábia Saudita
40%
B (2019, n=76) 3
67% (2002-2012, n=115) 8
17%

C 19% Brasil
23% (2019, n=1021)
4
52% 15%
13%
6% 6% foram notificados 2
W 4% casos pelo sorogrupo A 16% Austrália 28% 51%
32% 12% Nova Zelândia
Argentina 18% 2%
África do Sul 24% (2019, n=89) 12 44%
(2020, n=17) 5 70% (2019, n=139) 13
Y (2019, n=111) 10 23% 5% 6% 26%
5%
Outros sorogrupos, não sorogrupados, não testados ou faltantes
* A distribuição de sorogrupos não pode ser comparada diretamente entre os países devido à variabilidade na disponibilidade dos dados de vigilância; † Os dados de vigilância cobrem apenas algumas áreas dos EUA, representando ~ 44,2 milhões de pessoas; 2 DMI, doença meningocócica
invasiva. Os mesmos resultados foram publicados pela primeira vez nas fontes listadas nas notas. O gráfico foi criado de forma independente pela GSK usando dados originalmente publicados nas fontes.

1. Government of Canada, 2020. Vaccine preventable disease: surveillance report to December 31, 2017. Disponível em: https://www.canada.ca/en/public-health/services/publications/vaccines-immunization/vaccine-preventable-disease-surveillance-report-december-31-2017.html>. Acesso em: 05 jan. 2022. 2. Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), 2019 Enhanced meningococcal disease surveillance report, 2019*. Disponível em: <https://www.cdc.gov/meningococcal/downloads/NCIRD-EMS-Report-2019.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022. 3. Instituto Nacional de la Salud, Grupo de Microbiologia, 2020. Vigilancia por laboratorio Neisseria
meningitidis (aislaminetos invasores) periodo 2010–2019. Disponível em: <https://www.ins.gov.co/buscador-eventos/Informacin%20de%20laboratorio/Vigilancia-por-laboratorio-N-meningitidis-2010-2019.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2022. 4. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO” para
Linha, “FAIXA ETÁRIA” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, “2019” para períodos disponíveis, “MM”, “MCC” e “MM+MCC” para etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Base de dados disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.def>. Acesso em: 19 jan. 2022. 5.
Servicio Bacteriología Clínica-Departamento Bacteriología-INEI-ANLIS, Malbrán CG, 2020. Información sobre la vigilancia de las neumonías y meningitis bacterianas. SIREVA II. OPS. 2020. Disponível em: < http://antimicrobianos.com.ar/ATB/wp-content/uploads/2021/08/Tablas-de-vigilancia-SIREVA-II-Nme-2020.pdf>. Acesso em:
05 jan. 2022. . 6. European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), 2019. Invasive meningococcal disease. Annual epidemiological report for 2017. Disponível em: <https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/AER_for_2017-invasive-meningococcal-disease.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2022. 7. CEYHAN, M. et al.
The Changing Epidemiology of Bacterial Meningitis During 2015–2017 in Turkey: A Hospital-Based Prospective Surveillance Study. In: IDWeek 2018, San Francisco. 66. 682. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6255081/pdf/ofy210.689.pdf >. Acesso em: 19 jan. 2022. 8. MEMISH, Z. et al. Laboratory-confirmed
invasive meningococcal disease - effect of the Hajj vaccination policy Saudi Arabia 1995 to 2011. Euro surveillance, 18(37): pii=20581. 9. World Health Organization. Weekly Epidemiological Record, 2016, 91 (7), 73-88. Disponível em: >https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254291/WER9107.pdf?sequence=1&isAllowed=y<.
Acesso em: 19 jan. 2022 10. National Institute for Communicable Diseases, 2019. GERMS–South Africa Annual Report 2019. Disponível em: https://www.nicd.ac.za/wp-content/uploads/2021/02/GERMS-Annual-Review-2019_.pdf>. Acesso em: 19. jan. 2022. 11. FUKUSUMI, M. et al. National surveillance for meningococcal disease in
Japan, 1999-2014. Vaccine 34 (34): 4068–4071, 2016. 12. Australian Government Department of Health. Invasive meningococcal disease national surveillance report. Disponível em: < https://www1.health.gov.au/internet/main/publishing.nsf/Content/5FEABC4B495BDEC1CA25807D001327FA/$File/IMD-surveil-report-Jan-June-
2019.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022. 13. New Zealand Public Heath Surveillance, 2019. ESR Invasive Meningococcal Disease Report January-December 2019. Disponível em: < https://surv.esr.cri.nz/PDF_surveillance/MeningococcalDisease/2019/MeningococcalDisease_Q4_2019.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022
O sorogrupo B predomina em vários países*
9% 4% Europa
18% Canadá 12%
41% (2017, n=119) 1 (2017, n=2979) 4
17% 13% 9%
22% 26% 51%
EUA 24% 4%
(2019, n=375) 2 18%
8% 16% 9% Turquia
23% 65% (2017, n=21) 5
11%

C 15%
6% 13%
6% 16%
W 32% Austrália 28% 51% 12% Nova Zelândia
Argentina 18% África do Sul (2019, n=89) 7 44%
(2020, n=17) 3 70% 24% (2019, n=139) 8
5% 26%
(2019, n=111) 6 6%
Y 23%
5%

Outros sorogrupos, não sorogrupados, não testados ou faltantes


* A distribuição de sorogrupos não pode ser comparada diretamente entre os países devido à variabilidade na disponibilidade dos dados de vigilância; † Os dados de vigilância cobrem apenas algumas áreas dos EUA, representando ~ 44,2 milhões de pessoas; 2 DMI, doença meningocócica
invasiva. Os mesmos resultados foram publicados pela primeira vez nas fontes listadas nas notas. O gráfico foi criado de forma independente pela GSK usando dados originalmente publicados nas fontes.
1. Government of Canada, 2020. Vaccine preventable disease: surveillance report to December 31, 2017. Disponível em: https://www.canada.ca/en/public-health/services/publications/vaccines-immunization/vaccine-preventable-disease-surveillance-report-december-31-2017.html>.
Acesso em: 05 jan. 2022. 2. Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 2019. Enhanced meningococcal disease surveillance report, 2019*. Disponível em: > https://www.cdc.gov/meningococcal/downloads/NCIRD-EMS-Report-2019.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2022. 3. Servicio
Bacteriología Clínica-Departamento Bacteriología-INEI-ANLIS, Malbrán CG, 2020. Información sobre la vigilancia de las neumonías y meningitis bacterianas. SIREVA II. OPS. 2020. Disponível em: < http://antimicrobianos.com.ar/ATB/wp-content/uploads/2021/08/Tablas-de-vigilancia-
SIREVA-II-Nme-2020.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2022. 4. European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), 2019. Invasive meningococcal disease. Annual epidemiological report for 2017. Disponível em: <https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/AER_for_2017-
invasive-meningococcal-disease.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2022. 5. CEYHAN, M. et al. The Changing Epidemiology of Bacterial Meningitis During 2015–2017 in Turkey: A Hospital-Based Prospective Surveillance Study. In: IDWeek 2018, San Francisco. 66. 682. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6255081/pdf/ofy210.689.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022. 6. National Institute for Communicable Diseases, 2019 GERMS–South Africa Annual Report 2019-20. Disponível em: <https://www.nicd.ac.za/wp-content/uploads/2021/02/GERMS-
Annual-Review-2019_.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022. 7. Australian Government Department of Health. Invasive meningococcal disease national surveillance report. Disponível em: <
https://www1.health.gov.au/internet/main/publishing.nsf/Content/5FEABC4B495BDEC1CA25807D001327FA/$File/IMD-surveil-report-Jan-June-2019.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022. 8. New Zealand Public Heath Surveillance, 2019. ESR Invasive Meningococcal Disease Report January-
December 2019. Disponível em: < https://surv.esr.cri.nz/PDF_surveillance/MeningococcalDisease/2019/MeningococcalDisease_Q4_2019.pdf >. Acesso em: 05 jan. 2022.
Distribuição de sorogrupos da DMI por região do Brasil,
2019 (todas as faixas etárias)
20,0%
20,0%

Norte 18,8%
N= 10 casos sorogrupados
20,0% 40,0%
86.3% de casos não sorogrupados
9,4% Nordeste
N= 32 casos sorogrupados
81,8% de casos não sorogrupados

71,9%
14,7%
42,2%
Centro-Oeste 8,8%
N= 34 casos sorogrupados 70,6%
48,3%
Sudeste
34,6% de casos não sorogrupados N= 294 casos sorogrupados
5,9%
47,2% de casos não sorogrupados
3,7%
5,8%
N=1.041
28,9% Sul
A B C W Y Outros N= 128 casos sorogrupados
10,9%
30,0% de casos não sorogrupados
Dados atualizados em abril/2021 6,3% 53.9%

DMI = Doença Meningocócica Invasiva


1. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO" para Linha, “REGIÃO DE NOTIFICAÇÃO" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, “2019" para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, e "TODAS AS CATEGORIAS" para os demais itens. Disponível em:
<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.def>. Acesso em: jan. 2022.
Distribuição de sorogrupos da DMI por região do Brasil,
2020 + 2021 (todas as faixas etárias)

Nordeste
Norte 33,3%
33,3% N= 1 caso sorogrupado
N= 3 casos sorogrupados
98.3% de casos não sorogrupados
90.6% de casos não sorogrupados 33,3%
100,0%

14,3%

Centro-Oeste 14,3%
N= 7 casos sorogrupados
40,2%
50,6% Sudeste
65% de casos não sorogrupados N= 87 casos sorogrupados
71,4% 56.1 % de casos não sorogrupados
5,7%
N=335 25,0%
3,4%

50,0% Sul
A B C W Y Outros N= 8 casos sorogrupados
12,5%
Dados atualizados em abril/2021 70.4% de casos não sorogrupados
OBS: Dados de 2020 do Espírito Santo não estão disponíveis neste sistema pois são oriundos do
Sistema de Informação e-SUS VS, em uso pelo estado desde janeiro de 2020 12,5%
DMI = Doença Meningocócica Invasiva
1. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO" para Linha, “REGIÃO DE NOTIFICAÇÃO" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, “2020“ e “2021” para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, e "TODAS AS
CATEGORIAS" para os demais itens. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.def>. Acesso em: 16 dez. 2021..
Distribuição de sorogrupos da DMI por região do Brasil,
2019 + 2020 + 2021 (todas as faixas etárias)
23,1%
23,1%

Norte 15,4% 18,2%


N= 13 casos sorogrupados 38,5%
87,6% de casos não sorogrupados
9,1% Nordeste
N= 33 casos sorogrupados
85.9% de casos não sorogrupados

72,7%
14,6%
44,1%
Centro-Oeste 7,3%
7,3%
N= 41 casos sorogrupados
46,5% Sudeste
43,1% de casos não sorogrupados N= 381 casos sorogrupados
70,7% 49.5% de casos não sorogrupados
5,8% 3,7%
N=1.376 30,1%
Sul
A B C W Y Outros N= 136 casos sorogrupados
11,0%
Dados atualizados em abril/2021 35.2% de casos não sorogrupados
OBS: Dados de 2020 do Espírito Santo não estão disponíveis neste sistema pois são oriundos do
6,6%
Sistema de Informação e-SUS VS, em uso pelo estado desde janeiro de 2020. 52.2%
DMI = Doença Meningocócica Invasiva
1. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO" para Linha, “REGIÃO DE NOTIFICAÇÃO" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, “2019“, “2020” e “2021” para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, e "TODAS
AS CATEGORIAS" para os demais itens. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.def>. Acesso em: 16 dez. 2021.
A proporção de casos de DMI pelo sorogrupo B vem
aumentando durante os anos em todas as faixas etárias
2010 2014 2019 2021
0,4%
0,5%
5,0% 13,3% 19,0%
39,0% 48,6%
7,4%
0,9% 28,6%
N=3.022 N=1.618 N=1.041 N=43

2,9%
71,4%
70,2% 0,4%
80,4%
7,8% 4,2%

N= 1.516 casos sorogrupados N= 781 casos sorogrupados N= 498 casos sorogrupados N= 7 casos sorogrupados
~50% de casos não sorogrupados ~52% de casos não sorogrupados ~52% de casos não sorogrupados ~84% de casos não
sorogrupados

*Dados atualizados em abril/2021


OBS: Dados de 2020 do Espírito Santo não estão
disponíveis neste sistema pois são oriundos do Sistema
B C W Y Outros de Informação e-SUS VS, em uso pelo estado desde
janeiro de 2020.
DMI = Doença Meningocócica Invasiva
1. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO” para Linha, “FAIXA ETÁRIA” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, “2010” para períodos disponíveis, “MM”, “MCC” e “MM+MCC” para etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Base de
dados disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.de>. Acesso em: 06 jan. 2022. 2. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO” para Linha, “FAIXA ETÁRIA” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, “2014” para
períodos disponíveis, “MM”, “MCC” e “MM+MCC” para etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Base de dados disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.de>. Acesso em: 06 jan. 2024. 3. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os
limites “SOROGRUPO” para Linha, “FAIXA ETÁRIA” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, “2019” para períodos disponíveis, “MM”, “MCC” e “MM+MCC” para etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Base de dados disponível em:
<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.de>. Acesso em: 06 jan. 2022. 4. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “SOROGRUPO” para Linha, “FAIXA ETÁRIA” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, “2021” para períodos disponíveis, “MM”,
“MCC” e “MM+MCC” para etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS” para os demais itens. Base de dados disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.de>. Acesso em: 06 jan 2022
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