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Márcio Candido

Definição
 Complicação tardia causada por
infecção dos streptococus.
 Caracterizado por um processo
inflamatório transitório de diversos
órgãos.
 Com predisposição geneticamente,
podendo lesar coração, articulações,
pele e sistema nervoso central, sem
promover seqüelas, com exceção do
coração.
Febre Reumática

o Doença auto-imune

o Origem está relacionada a uma


faringite por streptococus.

o Fibrose das Válvulas Cardíacas


Epidemiologia
 Problema de saúde pública.
 No Brasil, a febre reumática é
uma das principais causas de
cardiopatia crônica, adquirida
por menores de 20 anos e
elevados índices de morbidade e
mortalidade.
 Ocorrência após epidemias de
faringite estreptocócica.
 Discreto predomínio em
mulheres.
Epidemiologia

 Pico: 5 – 15 anos  crianças e


adolescentes.
 Raro antes dos 4 anos e reduz
sua incidência após 18 anos.
 Baixo nível socioeconômico.

 No Brasil é uma doença


endêmica.
Epidemiologia
 Aproximadamente 0,3% das
crianças com faringite por
streptococcus desenvolverão
febre Reumática (FR).
 Em todo o mundo, estima-se
que a FR afete de 5 a 30
milhões de crianças e jovens,
respondendo por 90.000 óbitos
a cada ano.
Etiopatogenia
 A uma infecção por streptococcus
com origem na região orofaringe.
 Independente do fator ambiental,
estudos demonstram fator
genético associado.
 Mecanismo patogênico ainda é
pouco conhecido.
 Uma das teorias seria baixa
imunidade.
Fisiopatologia

 Não foi completamente


elucidada.
 A Proteína do streptococcus
são semelhantes a antígenos
de tecidos humanos.
 Resposta imunológica cruzada.

 Diagnóstico: essencialmente
clínico (critérios de Jones).
Quadro Clínico
 Três fases distintas:
 Infecção da orofarige: 30%.

 Período de latência:
assintomático, 7 a 14 dias (pode
chegar até 45).
 Doença propriamente dita:
febre, taquicardia, palidez,
sudorese e dores abdominais.
 Após isso, os sinais clássicos:
FEBRE REUMÁTICA

FARINGITE

FEBRE REUMÁTICA

ARTRITE CARDITE

NÓDULOS SUBCUTÂNEOS ERITEMA MARGINADO

CORÉIA
Quadro Clínico

 Artrite: Não deixam sequelas.


Dor intensa e desproporcinal aos
sinais flogísticos.
 Manifestação mais precoce e
comum (60-80%) dos casos.
 Artrite poliarticular, assimétrica
e migratória.
Quadro Clínico

 Artrite: Acomete grandes


articulações periféricas (punhos,
ombros, tornozelos, joelhos,
cotovelos).
 Duração de 2-4 semanas.

 Líquido sinovial revela-se


inflamatório com bacterioscopia
negativa.
Quadro Clínico
Quadro Clínico
 Cardite: manifestação mais
importante.
 Responsável pela morbidade e
mortalidade de 50% pela válvula
mitral.
 Principal determinante do
prognóstico.
 Mais comum em crianças pré-
escolares e nas recidivas.
 Pode acometer os folhetos
cardíacos.
Quadro Clínico
 Cardite: Pode ser classificada
em leve, moderada e grave
 Leve e Moderada: Sinais de
pericardite aguda, sopros
(mitral ou aórtico), aumento
moderado de área cardíaca na
radiografia de tórax, sinais
eletrocardiográficos de
sobrecarga ventricular.
 Grave: insuficiência cardíaca
(palidez, anorexia e edema).
Quadro Clínico

 Coréia: manifestação tardia,


10 a 30% dos casos.
Irritabilidade, fraqueza
muscular (quedas frequentes)
e movimentos desordenados. O
surto dura de 2 a 3 meses e
pode chegar a 1 ano.
 Surge após meses da FR (1-6
meses).
 Maior incidência nas mulheres.
Quadro Clínico
 Coréia: Auto-anticorpos se
ligam a neurônios dos gânglios
da base (caudado e
subtalâmico).

 Movimentos involuntários e
bruscos.
Patogenia da Coréia
 Patogenia é provavelmente uma
resposta auto-imune do SNC aos
microorganismos streptococus.
Anticorpos Vasculite de arteríola
antineuronais corticais com infiltrado de
células nas substancias
cinzenta e branca
Hiperatividade circundante
funcional do sistema
dopaminergico Inflamação do córtex
motor
Coréia Hipotonia
Coréia

 Desaparece com sono e sedação.


 Presente em extremidades e
face.
 Piora com estresse emocional.

 Labilidade emocional
(fragilidade).
 Disartria (dificuldade na fala).
Quadro Clínico
 Nódulos subcutâneos: menos de
3%, duros, indolores, não-
aderentes e não puriginosos.
Apresentam durante surtos agudos
e desaparecem após 1 mês.
 Eritema: pouco frequente, 3%.
Bordas nítidas, centro claro,
contornos arrendondados ou
irregulares. Tronco, abdômem e
face interna dos MMSS e MMII.
Nódulos
subcutâneos
Nódulos Subcutâneos
Quadro Clínico Eritema
Eritema Marginado
Eritema Marginado

Figura eritema marginado


Diagnóstico

 Dois ou mais critérios maiores


ou um maior e dois menores.
 Maiores: cardite, artrite,
nódulos subcutâneos, coréia e
Eritema.
Diagnóstico

 Menores: Febre, artralgia,


elevação das provas
inflamatórias na fase aguda e
alterações no
eletrocardiograma.
Diagnóstico

Confirmado:

2 critérios maiores
ou
1 maior e 2 menores
Tratamento

 Tratamento da infecção
streptococus.

 Tratamento sintomático.

 Profilaxia secundária.
Infecção

 Penicilina benzatina em dose


única, dependendo do peso da
criança.
Sintomático
 Individualizado.
 Repouso: orientar a família.

 Na Cardite: repouso mais


severo.
 Coréia: repouso em local calmo.

 Artrite: cama com colchão firme


e travesseiro médio. Variar de
decúbito e evitar a posição semi-
sentada ou recostada.
Tratamento
 Orientações Importantes: Repouso
no leito até que diminuam os
sintomas articulares e cardíacos.
 Manter ou reiniciar as atividades
lentamente, dentro da capacidade da
criança.
 Esporte  após 6 meses a 1 ano.
 Ficar em ambiente com luz solar e
evitar lugar cheio de pessoas.
Profilaxia Secundária
 Para evitar novos surtos: penicilina
 Quanto mais jovem, maiores as
chances de recidiva.
 Maioria das recidivas ocorrem e são
mais freqüentes em pacientes com
cardite.
 Tratamento medicamentoso.
 Fisioterapia: orientações de
posicionamento e profilaxia.
 Artrites: condutas fisioterapêuticas
OMS
 Todo paciente com FR, sem cardite,
com até 18 anos, receba, após o
ataque, no mínimo 5 anos de
tratamento profilático.
 Aqueles com cardite, com até 25
anos de idade, recebam o
tratamento profilático por 10 anos.
 Aqueles com cardite com
permanência de lesão valvar
recebam tratamento por toda a
vida.
ATIVIDADE
 Escolher uma das três opções:

 Fazer um resumo;
 Fazer um mapa mental;
 Elaborar 10 perguntas com
resposta.
Bibliografia

 KAPLAN,E.L. Febre Reumática. In:


BRAUNWALD,E; et al.Harrison
Medicina Interna. Rio de Janeiro:
McGraw-Hill,2002. p.1418 – 1421.
 Robbins, Patologia Estrutural e
Funcional, 6a Edição, 2000.

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