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DEFESA CIVIL NA ESCOLA

Primeiros Socorros

EMERGÊNCIAS DIVERSAS

Cap Amarildo
Objetivos

Conhecer as principais emergências clínicas e os


primeiros socorros para cada uma.
Conhecer sobre a doença cardíaca, seus sinais e
sintomas e os primeiros socorros.
Conhecer o acidente vascular cerebral, seus sintomas
e os primeiros socorros.
Saber os procedimentos em caso de crise convulsiva
e desmaio.
Conhecer os primeiros socorros em caso de
queimaduras, acidente com eletricidade e intoxicação.
Conhecer o atendimento ao afogado.
Doenças Cardiovasculares

1ª causa geral de
mortalidade;
250.000 brasileiros morrem
por ano.
50% das mortes nas 1ª duas
horas após o início dos
sintomas.
Aterosclerose:
Processo lento e gradual de oclusão dos vasos
coronarianos.
O coração com as coronárias obstruídas é
privado de oxigênio.
Angina de Peito

Início
Situações que exigem maior fluxo
de sangue (estresse, esforço físico
Doença coronariana não supre a
demanda de oxigênio.
Sinais e sintomas
Dor torácica;
Pode irradiar para os membros
superiores, ombro, mandíbula,
abdome;
Duração de 2 a 5 minutos;
Desaparece com repouso e com
medicamento (vasodilatador).
Angina de Peito

Atendimento pré-hospitalar
Acalmar e confortar o paciente;
Mantê-lo em repouso e posição confortável;
Informar-se sobre uso de medicamento;
Informar os dados a um médico;
Transporte devagar e monitorando sinais vitais.
Infarto Agudo do Miocárdio

Causa
Oclusão total da artéria coronária
Leva a falta de oxigênio
Consequência: necrose (morte) do músculo cardíaco
Fatores desencadeantes
Esforço físico;
Estresse;
Refeição pesada;
Temperaturas frias;
Abuso de drogas.
Infarto Agudo do Miocárdio

Sinais e sintomas
Dor torácica de forte intensidade;
Dura de 30 min. a várias horas;
Irradia para membros superiores, ombro pescoço,
mandíbula;
Não alivia com repouso;
Falta de ar;
Náusea, vômito, sudorese fria;
Ansiosa, inquieta;
Alteração de ritmo cardíaco;
Inconsciência;
Parada cardíaca.
Infarto Agudo do Miocárdio

Atendimento pré-hospitalar
A B C;
Tranqüilizar a vítima;
Mantê-la confortável, aquecida em repouso absoluto;
Oxigênio (se possível);
Monitorar sinais vitais;
Monitorização cardíaca;
Informar serviço médico;
Transporte calmo, ao hospital equipado com unidade
coronariana;
Manobras de Reanimação Cardiorrespiratória - RCP
em casos de Parada Cardiorrespiratória – PCR.
Acidente Vascular Cerebral

Doença Vascular Cerebral


Terceira causa de morte nas pessoas
acima de 20 anos;
Incide tanto em homens como
mulheres, e principalmente, após os
cinquenta anos de idade;
Sintomas dependem da área afetada.

Pode ser de dois tipos:


Isquêmico - obstrução de uma das artérias do
cérebro - morte daquela região cerebral que ficou
sem o aporte sanguíneo adequado;
Hemorrágico - ocorre por sangramento de uma
das artérias do cérebro. Mais grave. Circulação cerebral
Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico
Fatores de risco
Hipertensão não tratada;
Tabagismo;
Diabetes;
Obesidade;
Colesterol alto;
Sedentarismo.

Estenose - obstrução por placa de gordura (aterosclerose).


Trombo ou êmbolo (coágulo sanguíneo)
80% dos casos;
A alteração clínica depende da área do cérebro afetada.
Acidente Vascular Cerebral
Hemorrágico
Mais grave porque gera aumento
da pressão intracraniana;
Maiores sequelas;
Ruptura de vaso sanguíneo;
Mal formação vascular –
aneurismas.
Acidente Vascular Cerebral

Sinais e sintomas
Perda súbita de força em um lado
do corpo ou na face (desvio da
boca para um lado);
Perda repentina de sensibilidade
em um lado do corpo;
Perda de visão súbita;
Perda de fala ou dificuldade
repentina de falar;
Dor de cabeça súbita, forte, sem
nenhuma causa aparente;
Dificuldade súbita para caminhar;
Coma, convulsão, respiração difícil.
Acidente Vascular Cerebral

Atendimento
ABC
Identificar o AVC
Atenção especial com as vias
aéreas;
Repouso;
Monitorar sinais vitais;
Reavaliar nível de consciência;
Não ofertar nada via oral;
Oxigênio (se possível);
Transporte;
Crise Convulsiva

Convulsão
Desordem temporária do cérebro, estímulos
desordenados “Ataque”
Sintoma comum - 50 casos para 1000 habitantes
Múltiplas causas
Epilepsia - crises convulsivas ao longo da vida (Não é
contagiosa)
Crise Convulsiva

Sinais e Sintomas
Perda súbita de consciência;
Queda;
Rigidez generalizada;
Tremor de alguma parte do corpo e/ou generalizado;
Salivação, eliminação de urina ou fezes;
Demora 3 a 5 minutos;
Recobra a consciência aos poucos;
Pode ou não dar um sinal de início de crise;
Confusão mental, dor de cabeça, vômitos.
Crise Convulsiva

Atendimento
Manter-se calmo e acalmar os
outros;
Proteger a vítima;
Girar a cabeça para o lado sem
forçar;
Não tentar abrir a boca;
Não conter a vítima; Girar a vítima
para o lado
Não introduzir nada pela boca;
Não tentar fazer a vítima voltar a si
lançando água;
Ficar ao seu lado até que a
respiração volte ao normal.
Síncope (desmaio)

Perda de consciência de curta de duração e que não


necessita de manobras específicas de recuperação.
Diminuição da atividade cerebral
Causas
Vasogênica: queda súbita da pressão arterial de curta
duração.
Em geral vítima em pé, palidez, pele fria e respiração
suspirosa, tontura, visão embaçada e perda de consciência.
Ambientes lotados, cenas de sangue, calor.
Metabólica: diabete ou hipoglicemia.
Neurogênica: agressão direta ao encéfalo - trauma,
intoxicações, hipertensão intracraniana.
Síncope (desmaio)

Atendimento pré-hospitalar
Mantê-lo deitado - elevar membros inferiores;
Remoção para local arejado;
Liberar vestimentas apertadas;
Não oferecer nada para comer ou beber;
Informar-se sobre história (doenças, medicamentos);
Transporte ao hospital se necessário
Queimaduras

Funções da pele:
Proteção: barreira protetora física(frio, calor, radiações) química(água e
substâncias) e biológica (microorganismos).
Regulação temperatura: vasoconstrição ou vasodilatação, sudorese.
Função sensitiva: através das terminações nervosas especializadas
(temperatura, dor, tato)
Camadas da Pele:
Epiderme: mais externa, não possui vasos, Epiderme
espessura variada, impermeável, proteção.
Derme: mais interna, vasos sanguíneos,
glândulas e terminações nervosas. Derme
Hipoderme - tecido subcutâneo: abaixo da
derme, combinação de tecido fibroso,
elástico e gorduroso, espessura varia de
Hipoderme
acordo com a região do corpo
Queimaduras

As queimaduras são lesões graves;


4ª causa de morte;
Quando não levam a morte causam grande sofrimento
físico;
Sequelas físicas e psicológicas;
Pessoas de todas as faixas etárias estão sujeitas
As queimaduras são classificadas de acordo com:
Causa;
Profundidade;
Extensão;
Localização;
Gravidade.
Queimaduras

Causas
Térmicas
Elétricas

Radiação
Químicas
Queimaduras

PROFUNDIDADE
1º Grau Queimadura

Atingem apenas a Epiderme.


Pele fica vermelha(eritema)
Causa dor leve ou moderada.
(ex: queimaduras solares)
Queimaduras

PROFUNDIDADE
2º Grau
Atingem epiderme e derme.
Dor severa.
Pele vermelha e bolhas.
Curativos corretos melhoram
estado da vítima
Queimaduras

PROFUNDIDADE
3º Grau
Atingem toda pele e
subcutâneo.
Lesões secas c/ cor
esbranquiçada ou
carbonizada
Geralmente não
dolorasas.
Nas bordas outros graus
Risco infecção
Queimaduras

Extensão
Porcentagem área queimada;
Importante para determinar gravidade da lesão e
tratamento
Regra dos nove

Note nas figuras ao


lado que o corpo é
dividido em partes
com porcentagens
de queimaduras
múltiplas de 9 (daí o
nome da regra)
Queimaduras

Gravidade
A gravidade da queimadura leva
em conta:
Profundidade (1, 2, 3 graus)
Extensão(regra dos nove)
Envolvimento áreas críticas
Idade da vítima
Presença lesão pulmonar
Lesões associadas
Doenças preexistentes
Queimaduras

Queimaduras Graves
2º e 3º graus maior 10% e idade menor que 10 anos ou
maior que 50 anos;
Área queimada maior que 20% nas outras faixas
etárias;
Queimadura de 3º grau maior que 5%;
Face, mãos, pés, olhos, orelhas e períneo;
Queimaduras elétricas e por raios;
Lesão por inalação;
Queimaduras químicas significativas;
Lesões associadas;
Doenças pré-existentes.
Queimaduras

Atendimento
Controle da Cena (interromper o processo queima);
Segurança do socorrista;
ABCD
Fazer curativo (diminui a dor, evita a contaminação e perda de
calor).
Para curativos usar compressas e gases estéreis sendo:
Curativo seco – para áreas acima de 10%
Curativo úmido (soro fisiológico) – áreas menores 10%
Objetivo
Fazer com que a vítima chegue ao hospital adequado na melhor
condição e menor tempo possíveis.
Prioridade
O queimado tem as mesmas prioridades do Politraumatizado
Queimaduras

Eletricidade: é uma forma de energia (corrente


elétrica) que pode fluir entre dois pontos, desde que
entre eles exista uma diferença de potencial elétrico
(voltagem ou tensão), ou seja, desde que um deles
esteja mais carregado de energia elétrica que o outro.

ISOLANTE

Corrente elétrica

Diferença de potencial elétrico (voltagem ou tensão)


Acidentes com Eletricidade

Condutividade elétrica: A corrente elétrica flui com


maior facilidade através de materiais específicos
(condutores), se houver um caminho completo para
que se processe o fluxo (circuito). Se este é
interrompido em qualquer ponto por um material não-
condutor (isolante), o fluxo da eletricidade não se
processa.
Bons condutores: água, metais, seres vivos;
Isolantes: ar seco, madeira seca, plásticos;
Terra: carga nula - receptor.
Acidentes com Eletricidade

Efeitos no Organismo depende de:


Condutividade dos Tecidos;
Intensidade da Corrente;
Circuito percorrido no corpo;
Duração da corrente;
Natureza da Corrente (alternada ou contínua).
Efeitos no organismo:
Queimaduras
Por arco voltaico, por chamas e por carbonização direta
Fibrilação Ventricular (Lesão cardíaca);
Parada Cardiorrespiratória;
Fraturas (lesão secundária - quedas).
Acidentes com Eletricidade

Atendimento
Segurança
Não tocar na vítima (risco para o socorrista);
Desligar chave geral da edificação;
Acionar COPEL;
Certificar-se que o cabo não está energizado.
Abordagem Primária
ABCD
A vítima pode estar em Parada Cardiorrespiratória - iniciar RCP
Abordagem Secundária
Curativos para queimaduras;
Imobilização de possíveis fraturas ocasionas pela queda.
Remoção
Hospital com unidade para queimados.
Intoxicação

Definição: emergência médica causada pela absorção


de agentes, que por suas características e quantidade,
produzem danos ao organismo ou risco de vida às
pessoas
Causas de intoxicação
Acidentais – crianças.
Intencionais:
Tentativas de suicídio;
Tentativas de homicídio.
Fatores individuais que prejudicam:
Idade;
Doenças pré-existentes;
Fatores genéticos;
Tolerância.
Intoxicação

Vias de penetração dos venenos


Ingerido: substâncias químicas industriais,
medicamentos, derivados de petróleo,
agrotóxicos, raticidas, plantas, alimentos
contaminados, etc;
Inalado: gases e poeiras tóxicas: monóxido de
carbono, amônia, GLP, agrotóxico, cola a base de
tolueno (sapateiro), acetona, benzina, éter, etc;
Absorvido: pela pele e mucosas – inseticidas e
agrotóxicos;
Injetado: com seringa e agulha – drogas, toxina de
animais peçonhentos.
Intoxicação

Sinais e sintomas de intoxicação


Sudorese, salivação, lacrimejamento;
Dor de cabeça;
Queimação nos olhos e mucosas;
Dificuldade para engolir;
Queimaduras/manchas ao redor da boca;
Alteração cor da pele;
Odores característicos;
Respiração anormal;
Distensão e dor abdominal;
Vômitos;
Alteração da consciência;
Alteração de pulso;
Convulsões e choque.
Intoxicação
Atendimento do intoxicado
Segurança da cena – identificar a causa da intoxicação;
Identificar o veneno e via de administração
Observar ambiente, roupas, pertences;
Histórico da intoxicação:
tempo, duração, circunstâncias, início dos sintomas,
medidas tomadas, história pregressa;
Abordagem primária: ABCD com atenção a vias aéreas,
sinais vitais, estado neurológico (nível de consciência);
Remover vítima do local para local arejado;
Abordagem secundária;
Chamar socorro ou conduzir ao hospital com suporte à
vítimas de intoxicação;
Levar a embalagem do produto.
Intoxicação
Atendimento do intoxicado
Vítima consciente e alerta:
Diluir veneno – 2 a 3 copos de água
Se ingestão há menos de 4 horas e veneno identificado.
Induzir vômito
Contra-indicado: se derivados de petróleo, corrosivos, vítima
sonolenta ou inconsciente.
Vítima inconsciente:
Não dê nada para a vítima beber
Tentar identificar a causa e levar a embalagem do produto
Acionar socorro ou conduzir para hospital, tendo atenção
com a respiração e possível vômito.
Contaminação nos olhos – irrigação com soro fisiológico ou
água corrente em abundância;
Contaminação pele: lavar com água e sabão;
Inalação produtos tóxicos: ar fresco e oxigênio.
Afogamento

Afogamento processo de experimentar dificuldades


respiratórias devido imersão ou submersão em meio líquido.
É uma das principais causas de morte de jovens e crinças
principalmente nos meses de verão.
Pode ser evitada com prevenção, conhecimento dos riscos
e primeiros socorros adequados nos primeiros minutos após
a submersão.
Afogamento
Medidas de Prevenção na Praia
Nade sempre perto de um guarda-vidas.
Pergunte ao Guarda-vidas o melhor local para o banho.
Não superestime sua capacidade de nadar - 46.6% dos afogados acham que
sabem nadar.
Tenha sempre atenção com as crianças.
Nade longe de pedras, estacas ou piers.
Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados, antes do banho de mar.
Crianças perdidas: leve-as ao posto de guarda-vidas
Mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas
Nunca tente salvar alguém em apuros se não tiver confiança em fazê-lo.
Muitas pessoas morrem desta forma.
Ao pescar em pedras - observe antes, se a onda pode alcançá-lo.
Antes de mergulhar no mar - certifique-se da profundidade.
Afaste-se de animais marinhos como água-viva e caravelas.
Tome conhecimento e obedeça as sinalizações de perigo na praia.
Afogamento
Medidas de Prevenção na Piscina
Mais de 65% das mortes por afogamento ocorrem em água doce, mesmo em
áreas quentes da costa.
Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto. 89% das
crianças não tem supervisão durante o banho de piscina.
Leve sempre sua criança consigo caso necessite afastar-se da piscina
Isole a piscina – tenha grades com altura de 1.50m e 12 cm entre as verticais.
Elas reduzem o afogamento em 50 a 70%.
Bóia de braço não é sinal de segurança - cuidado!.
Evite brinquedos próximos a piscina, isto atrai as crianças.
Desligue o filtro da piscina em caso de uso.
Use sempre telefone sem fio na área da piscina.
Não pratique hiperventilação para aumentar o fôlego sem supervisão confiável.
Cuidado ao mergulhar em local raso (coloque aviso)
Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros
socorros - CUIDADO!.
Afogamento
Salvamento
Segurança de quem faz o salvamento, não tentar fazer o salvamento
sozinho, alcance um objeto flutuante para a pessoa (colete, boia,
objetos flutuantes, corda);
Retire a vítima da água e leve-a para um local seguro na margem;
Suspeite de trauma cervical em águas rasas (salto de ponta em pedras)
Faça a avaliação inicial A-B-C-D e deixa a vítima lateralizada;
Chame socorro antes de iniciar a reanimação cardiorrespiratória;
Reanimação cardiorrespiratória se a vítima estiver em PCP;
Resumo

Tente Responder as questões para fixação do conteúdo:


Qual a diferença de angina e infarto?
Quais o atendimento prestado a uma vítima de infarto?
Qual a diferença de AVC isquêmico e hemorrágio?
O que fazer atendimento de pessoa com suspeita de
AVC?
Como atender uma pessoa em crise convulsiva?
Quais os primeiros socorros a vítima de desmaio?
Qual o atendimento prestado a uma vítima de
queimaduras de 2º grau com 20% do corpo?
Uma vítima intoxicada com soda cáustica pode ser
induzida ao vômito para melhor sua recuperação?
O que fazer em caso de afogamento?
Referências Bibliográficas

Corpo de Bombeiros da PMPR – Manual de Atendimento


Pré-hospitalar, 2006
Szpilman, David – Manual do Curso Emergências Aquáticas,
2007
Szpilman, David – Apostila de Suporte Básico de Vida, 2010
Corpo de Bombeiros da PMPR – Conjunto de CD’s APH,
2003

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