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REPÚBLICA DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE PRIVADA DE ANGOLA
UNIDADE CURRICULAR DE REUMATOLOGIA

TEMA: FEBRE REUMÁTICA

Docente:
_________________
Prof: Zenaida Brito
Luanda, 2020

REPÚBLICA DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE PRIVADA DE ANGOLA
UNIDADE CURRICULAR DE REUMATOLOGIA

Grupo nº D1

1-Erica Alexandre
2-Preciosa Paulino
3-Purquéria do Vale
4-Raiza Paiva
5-Risandra Ribeiro
6-Sara Malonda
7-Sara Vicente
8-Sabina Tati
9-Silvano Salamajane
10-Silvina Pinto
11-Silvia Octávio
12-Silzia da Silva
INDÍCE
INTRODUÇÂO

A febre reumática (FR) é uma complicação não supurativa da faringoamigdalite causada


pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) e decorrem de
resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas.
Atualmente, estima-se que, ocorram a cada ano por volta de 500.000 novos casos de FR,
determinando uma prevalência de mais de 15 milhões de casos de cardite reumática.
Não há predomínio de cor e afeta ambos os sexos por igual, ainda que o prognóstico
seja pior para as mulheres. É uma doença que predomina na idade pediátrica, entre 5 a
15 anos, sendo a média de idade de 10 anos. Apenas em 20% dos casos ocorre em
adultos. É muito rara antes dos três anos e depois dos 23 anos. Existe certa
predisposição genética. Além disso, é mais frequente em ambientes desfavoráveis
caracterizados por pobreza, acesso restringido aos serviços de saúde e má nutrição.
Muitos estudos têm demonstrado que as condições socioeconômicas desempenham um
papel crítico na determinação do risco de FR, especialmente nos países em
desenvolvimento.
OBJECTIVO
Geral
 Conhecer a febre reumática
Específicos
 Descrever a fisiopatologia da febre reumática
 Apresentar o quadro clínico da febre reumática
 Identificar os fatores de risco
 Descrever o diagnostico da febre reumática
 Conhecer o seu tratamento e prevenção.
Fundamentação teórica

Conceito

Febre Reumática: é uma doença inflamatória difusa, autoimune, por hiperreactividade,


humoral e celular, em indivíduos geneticamente predispostos, ocorre 2 à 3 semanas ápos
uma infecção faringeamigdalite, causada pelo estreptococos beta-hemolítico do grupo A
de Lancefiel. Afecta geralmente o coração, articulações, pele e cérebro, com maior
predominância no coração causando lesões nas válvulas cardíacas.

Epidemiologia
É rara antes dos três e após os vinte anos, sendo maior a sua frequência entre cinco e
quinze anos. As recidivas são mais comuns nos primeiros cinco anos. Existe um
declínio na incidência e na gravidade dos casos.

Etiologia
A febre reumática ocorre ápos uma complicação da garganta e infecção da pele, por
bactéria Estreptococo Beta-Hemolítico do grupo A. Se a infecção não foi
adequadamente tratada pode induzir febre reumática. Acredita-se que o mecanismo
subjacente implique a produção de anticorpos contra os próprios tecidos da pessoa.
Dependendo da constituição genética, algumas pessoas têm mais probabilidade de
adquirir a doença quando exposto a bactérias do que outras.

Fisiopatologia
A febre reumática ocorre através de um mecanismo de hipersensibilidade. A origem da
doença parece estar associada a uma reação cruzada de anticorpos produzidos
originalmente contra produtos e estruturas dos estreptococos, porém passam a
reconhecer também as células do hospedeiro, que se tornam alvos dos anticorpos
produzidos contra o antígeno infeccioso, processo chamado mimetização molécula.

Manifestações Clínicas
Além de febre, que pode chegar a 39ºC, os principais sintomas da febre reumática são:
• ARTRITE é a manifestação mais comum da FR, caracterizada por uma inflamação
das juntas, bastante dolorosa, com inchaço e vermelhidão. Ocorre uma a três semanas
após a infecção pelo estreptococo. Não deixa sequelas e melhora com o tratamento, que
é a base de um antiinflamatório (ácido acetilsalicílico
• CARDITE é a complicação mais temida porque pode deixar seqüelas, sendo uma das
principais causas de cirurgia cardíaca no Brasil. Tratase de uma inflamação em uma ou
mais válvulas do coração e que é diagnosticada pela presença de sopro. A lesão pode ser
leve ou grave, com insuficiência cardíaca. Além de ouvir o sopro, o médico completará
a avaliação com exames como o ecocar-diograma e o eletrocardiograma. Ocorre mais
ou menos 1 semana a 3 meses após a infecção de orofaringe. O tratamento consiste em
repouso e uso de um antiinflamatório bastante potente chamado corticosteróide

• CORÉIA DE SYDENHAM é a presença de movimentos involuntários,


desordenados, mais evidentes em extremidades (braços e pernas) e no rosto. Esses
movimentos, geralmente aumentam com as tensões emocionais e cessam com o
repouso. Pode alterar o comportamento (fica mais sensível emocionalmente), a fala e a
escrita. A presença da coréia isoladamente permite o diagnóstico de FR, porque ela
ocorre mais tardiamente, depois de um a seis meses após a infecção estreptocócica.
• NÓDULOS SUBCUTÂNEOS são pouco comuns e geralmente estão associados a
cardite. Caracterizam-se por nódulos duros, móveis, indolores localizados na pele.
• ERITEMA MARGINADO são lesões avermelhadas em tronco e membros que
aparecem e desaparecem sem motivo. Este tipo de alteração cutânea está quase sempre
associado a cardite.
DIAGNÓSTICO
Actualmente, para diagnosticar o primeiro surto de FR utilizam-se os critérios de Jones
modificados pela American Heart Association (AHA) ou critérios de Jones revistos pela
OMS.
De acordo com os critérios de Jones a probabilidade é alta quando há evidência de
infeção estreptocócica anterior, além de pelo menos 2 critérios maiores ou 1 critério
maior e 2 menor
Quadro 1 – Critério de Jones (1992) para o diagnóstico do surto inicial de febre
reumática
Sinais maiores Sinais menores
Artrite Artalgia
Cardite Febre
Coréia Aumento da VHS
Eritema Aumento do PCR
Nódulos Subcutâneo Aumento do espaço PR
Evidência de infecção estreptocócica
prévia

O diagnóstico é baseado no quadro clínico e exame físico detalhado e auxiliado por


exames laboratoriais inespecíficos, que quando associados com a clínica permitem o
diagnóstico da FR1 .
Reagentes de fase aguda:
• Velocidade de hemossedimentação (VHS)
• Proteína C-reativa (PCR)
• Alfa1 glicoproteína ácida
Exam\es complementares:
• Radiografia de tórax
• Eletrocardiograma (ECG)
• Ecocardiograma
TRATAMENTO

PROFILAXIA
A chave para a prevenção primária é reduzir a exposição aos estreptococos do grupo A,
o que exige melhorias em habitação, infraestrutura de higiene e acesso a cuidados de
saúde para a população do mundo em desenvolvimento

Prognóstico

Complicações
Se não for tratada nas primeiras semanas, pode ocorrer danos como:
Estenose de Válvula cardíaca;
Regurgitação;
Insuficiência Cardíada;

Prevenção
CONCLUSÃO
A FR é uma doença inflamatória que ocorre após uma faringo-amigdalite causada pelo
estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) em indivíduos
geneticamente predispostos, principalmente os da faixa etária entre 5 e 15 anos de
idade.
Por isso, em caso de sinais e sintomas de faringite e amigdalite recorrente, é
recomendado consultar o médico para que possa ser iniciado o tratamento adequado
para evitar as complicações da infecção por Streptococcus pyogenes
A doença tem origem na reação cruzada chamada mimetização molecular. Suas
manifestações são variadas como poliartrite, cardite, coréia de Sydenham, nódulos
subcutâneos e eritema marginado. É uma doença que pode evoluir com complicações
graves, mas que pode ser facilmente prevenida, contudo o percentual de pacientes
acometidos pela doença ainda é crescente. Atualmente, ainda estima-se que, ocorram a
cada ano por volta de 500.000 novos casos de FR, principalmente em países em
desenvolvimento

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