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DISCIPLINA: IMUNOLOGIA
PROFESSORA: CRISTINA BALCHIOR
PERIODO: 3 - NOTURNO
PATOS-PB
2023
Fazer um resumo sobre as principais doenças autoimunes:
1. Artrite reumatoide:
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória e crônica que afeta
aproximadamente 1% da população adulta mundial. A doença caracteriza-se pela inflamação
do tecido sinovial de múltiplas articulações, levando a destruição tecidual, dor, deformidades
e redução na qualidade de vida do paciente. Sua etiologia é complexa e em grande parte
desconhecida, porém estudos demonstram a influência de fatores genéticos e ambientais em
sua patogênese. Devido à forte influência genética, familiares de pacientes com AR formam
um grupo de risco para o desenvolvimento da doença, principalmente em sua forma mais
grave. Apesar de seu elevado potencial incapacitante, o curso da AR pode ser modificado por
meio do diagnóstico precoce e do manejo adequado do paciente. No entanto, o diagnóstico
precoce da AR é ainda bastante difícil diante da heterogeneidade das manifestações clínicas
da doença, o que acaba retardando a implantação terapêutica. O tratamento da AR baseia-se
no uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), corticosteroides, drogas antirreumáticas
modificadoras do curso da doença (DMARD) e agentes imunobiológicos. Além da terapia
medicamentosa, também são adotadas medidas como educação do paciente e terapias psico-
ocupacionais. Atualmente, estudos têm se voltado à identificação de fatores preditores de
doença mais grave, como autoanticorpos como fator reumatoide (FR) e anticorpo antipeptídio
cíclico citrulinado (anti-CCP), que constituem importantes marcadores imunológicos de
diagnóstico e prognóstico da AR. Apesar dos significativos avanços tanto no entendimento
como no diagnóstico e no tratamento da AR, ainda persistem inúmeros desafios a serem
superados. O diagnóstico depende da associação de uma série de sintomas e sinais clínicos,
achados laboratoriais e radiográficos.
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que
apresenta grande variação de etiopatogenia, manifestações clínico-laboratoriais e
prognósticos. De modo geral, há predomínio de acometimento cutâneo e articular e alterações
imunológicas com formação excessiva de múltiplos autoanticorpos. Seu diagnóstico se baseia
em critérios clínicos e laboratoriais manifestados ao longo do tempo, com amplo diagnóstico
diferencial, especialmente em fases iniciais. A apresentação clássica é de lesões cutâneas em
mulheres jovens, no período fértil, mas há imensa variedade sindrômica. Sua etiologia ainda
não está completamente elucidada, sendo provavelmente multifatorial e variável para
diferentes indivíduos. Acredita-se que seja necessária a predisposição genética interagindo
com fatores hormonais, ambientais e infecciosos, que levem à quebra da tolerância
imunológica com formação de autoanticorpos contra-antígenos diversos, principalmente
situados no núcleo celular. A evolução não é uniforme e são comuns os períodos de
exacerbação, algumas vezes com reconhecidos desencadeantes - exposição solar, alterações
hormonais, estresse físico e emocional. Pior prognóstico se associa ao acometimento renal,
do sistema nervoso central, do cardiovascular e do hematopoiético, seja por evolução natural
ou exigência de terapêutica mais agressiva. Os objetivos do tratamento são restabelecimento
da homeostase imunológica, controle de sintomas e preservação de órgãos evitando-se efeitos
adversos da terapêutica medicamentosa prolongada. O vasto arsenal terapêutico inclui
analgésicos, anti-inflamatórios não hormonais, corticosteroides, imunomoduladores e agentes
biológicos. Com os progressos no tratamento tem ocorrido redução das lesões teciduais e
aumento substancialmente da sobrevida, mas as complicações infecciosas ainda são
preocupantes e, em pacientes com maior faixa etária, elevam-se as doenças cardiovasculares.
3. Febre reumática
Doença inflamatória que ocorre após um episódio de amigdalite bacteriana provocada por
Streptococcus, tratada inadequadamente. Pode atingir as articulações, o coração e o cérebro,
deixando seqüelas cardíacas graves, com conseqüências por toda a vida e podendo levar à
morte. A doença ocorre em surtos, se não for prevenida, e a cada surto aumenta a chance de
ocorrerem lesões cardíacas graves. A doença pode ocorrer em todas as idades, porém, a faixa
etária de 5 a 15 anos é a mais acometida.
Sintomas da febre reumática:
Os primeiros sintomas em geral são febre, edema (inchaço) e dores nas articulações
(principalmente joelhos, cotovelos e tornozelos), cerca de duas semanas após uma infecção
de garganta mal curada;
– muitas vezes o paciente não consegue andar por causa da dor;
– quando atinge o coração, o paciente, em geral, sente cansaço constante, falta de ar e a
sensação de coração disparado.
5. Doença de Graves
A doença de Graves é uma enfermidade tireoidiana autoimune que se caracteriza por
hipertireoidismo, orbitopatia em cerca de 25% dos casos, ocasionalmente dermopatia e
acropaquia, sinais esses geralmente observados na orbitopatia. A ativação do receptor de TSH
é responsável pelo hipertireoidismo nesta doença. Os anticorpos anti-receptores de hormônio
estimulante da tireoide (TSH) ligam-se ao receptor de TSH, desencadeando síntese e secreção
hormonal e crescimento da glândula tireóide (bócio difuso). O diagnóstico é clínico e
confirmado por evidências laboratoriais de disfunção tireoidiana (principalmente
hipertireoidismo).
Tendo como principais 3 anticorpos:
1º) Anticorpos anti-tireoperoxidase (também chamado anticorpo anti TPO)
2º) Anticorpos anti-tireoglobulina (anti-Tg)
3º) Anticorpos anti-receptores de TSH (TRAb)
Os anticorpos comportam-se como TSH, se ligam ao seu receptor na célula da
tireóide, estimulando e fazendo com que esta aumente de tamanho (ocasionando bócio) e
edema da glândula.
Quadro Clínico. Fadiga, nervosismo, taquicardia, palpitações, intolerância ao calor e
perda de peso são sintomas comuns. Pacientes idosos podem se apresentar de forma
relativamente assintomática, embora perda de peso, perda de apetite e miopatia possam estar
presentes; pacientes do sexo feminino podem ter irregularidades menstruais, como por
exemplo oligomenorreia e os homens podem desenvolver ginecomastia e/ou disfunção erétil.
A oftalmopatia clinicamente evidente ocorre em cerca de 50%. Os sinais mais
frequentes da oftalmopatia são a retração palpebral e o edema periorbitário. As manifestações
extratireoidianas incluem orbitopatia, mixedema pré-tibial (dermopatia tireoidiana) ou
acropaquia, que não ocorrem com outras causas de hipertireoidismo. Dermopatia e/ou
acropaquia quase nunca são observadas sem orbitopatia. A exoftalmia (proptose) ocorre em
até um terço dos doentes e a diplopia ocorre em 5 a 10% dos pacientes.
O diagnóstico laboratorial do Hipertireoidismo de Graves se dá pela diminuição do
TSH abaixo dos limites de detecção (< 0,01 mIU/L), elevação de T3/T3 livre, T4 normal ou
elevado e presença de anticorpo anti-receptor de TSH elevado.
Os exames radiológicos não são necessários em pacientes cujos exames laboratoriais
indicam diminuição do TSH e anticorpo anti-receptor de TSH elevado, a ultrassonografia da
tireoide é necessária quando há presença de nódulos e a medição de captação de iodo
radioativo (I-131 ou I-123) pode ser utilizada para diferenciar a Doença de Graves do Bócio
Multinodular Tóxico.
O diagnóstico diferencial pode ser o Bócio Nodular Tóxico, Tireoidite Indolor,
Hipertireoidismo Gestacional, Tireoidite Subaguda, Adenoma Hipofisário produtor de TSH,
Resistência ao Hormônio Tireoidiano.
Tratamento. Drogas Antitireoidianas: Os medicamentos antitireoidianos (carbimazol,
tiamazol e propiltiouracila) bloqueiam a síntese do hormônio tireoidiano, porém não
degradam os depósitos pré-existentes, sendo necessário que esses depósitos acabem antes do
início do tratamento; pacientes em uso desses medicamentos devem ter sua função tireoidiana
monitorada entre 3 a 12 meses para evitar o aparecimento de hipotireoidismo iatrogênico.
Iodo Radioativo: A concentração do Iodo Radioativo causa a destruição localizada do
tecido tireoidiano, controlando assim o hipertireoidismo, o principal efeito colateral deste
tratamento é o hipotireoidismo permanente, sendo necessário o monitoramento e a reposição
de levotiroxina durante toda a vida. O tratamento com Iodo Radioativo é contraindicado
durante a gravidez e a amamentação e em pacientes com orbitopatia ativa devido a seu
agravamento.
Cirurgia: A cirurgia é indicada em casos de bócios grandes, suspeita ou confirmação
de malignidade, hiperparatireoidismo e em pacientes com Doença de Graves moderada à
grave. Antes da realização do procedimento cirúrgico é realizado o tratamento com
medicamentos antitireoidianos e em alguns casos são administradas doses de iodo para
diminuição vascular da glândula, visando a diminuição do sangramento durante o
procedimento. A tireoidectomia total é mais indicada que a subtotal bilateral pois previne o
hipertireoidismo recorrente. Os riscos cirúrgicos incluem: hipoparatireoidismo, paralisia das
pregas vocais, sangramento, infecção, hipocalcemia e hipotireoidismo pós cirúrgico.
6. Tireoidite de Hashimoto
O processo de destruição das células beta pode ser desencadeado tanto por fatores
genéticos, quanto por fatores ambientais, como infecções virais. Ele ocorre devido a falhas
no auto tolerância das células T, causadas por problemas nas deleções clonais das células T
autor reativas no timo, ou pela resistência destas a sua eliminação pelas células reguladoras.
Desse modo, as células T autor reativas não são destruídas e agem contra os autoantígenos. A
princípio, as células T autor reativas são ativadas nos linfonodos peripancreáticos, chegando
ao pâncreas em resposta aos antígenos liberados pelas ilhotas de Langerhans defeituosas,
atacando a insulina, a enzima descarboxilase do ácido glutâmico (GAB) das células beta e o
autoantígeno das ilhotas pancreáticas 512. No pâncreas, as células betas são lesionadas
devido a ação das citocinas, principalmente IFN-γ e TNF-ß, secretadas pelas células T do tipo
Th1 e pela ação direta das células T do tipo CTL5 CD8+, que causam a sua morte. Esse
mecanismo de destruição das células beta causa uma deficiência progressiva de insulina, que
chega a níveis muito baixos, afetando tecidos como o fígado, os músculos e o tecido adiposo.
Os sintomas do Diabetes Mellitus tipo 1, em geral, surgem de forma abrupta, uma vez
que eles costumam aparecer após a destruição de mais de 80% das células beta. No entanto, o
processo autoimune geralmente é lento, podendo demorar alguns anos para a evidenciação da
doença. Por isso, o seu surgimento é mais frequente na infância e na adolescência. Dentre os
sintomas os mais característicos estão a hiperglicemia e a cetoacidose, mas também pode
haver a presença de polidipsia, polifagia e poliúria constantes, que são frequentemente
acompanhados pela perda de peso, fadiga e fraqueza.
O diagnóstico mais comum é feito por meio de um teste simples de glicemia, em que
é verificado se a taxa de glicose sanguínea é igual ou superior a 200 mg/dl ou, caso o paciente
esteja em jejum entre 8 e 16 horas, igual ou maior a 126mg/dl. Nos dois casos será feita uma
avaliação clínica para verificar a presença de outros sintomas característicos do diabetes.
Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), em que é administrado 75g de glicose via
oral no paciente que está em jejum de 8 horas e será verificada a sua concentração, ao
longo de 3 horas, em intervalos de 30 minutos.
Dosagem do peptídeo C e dos autoanticorpos IAA, GAD, ICA512 e do antitransportador
do zinco para a verificação do caráter autoimune do diabetes.
8. Púrpura trombocitopenia
A transfusão de plaquetas após a infusão da IVIG também pode ser indicada nos
casos muito graves. A esplenectomia deve ser considerada nos raros casos em que os
sangramentos graves não respondem aos glicocorticoides (PTI refratária) e nos casos de PTI
dependente do uso dos glicocorticóides.
1. Mediado por anticorpos: por exemplo, anemia hemolítica autoimune (AIHA), anemia
hemolítica aloimune, reação transfusional hemolítica aguda (AHTR), reação
transfusional hemolítica tardia (DHTR).
2. Induzida por drogas: antibióticos, especialmente cefalosporinas ou penicilinas, bem
como drogas anticancerígenas, incluindo compostos de platina e inibidores de
checkpoint imunológico.
3. Trauma mecânico: trauma mecânico das hemácias secundário a mau funcionamento
das válvulas cardíacas ou dispositivos de assistência ventricular.
4. Exposição a oxidantes: corantes de anilina, dapsona e fenazopiridina.
5. Doenças infecciosas: malária, babesiose, bartonelose e clostridium perfringens.
6. Toxinas e venenos: picadas de cobras e insetos, certas toxinas, queimaduras térmicas
e envenenamento por cobre.
7. Hiperesplenismo
Essas diferenças podem estar relacionadas aos níveis de vitamina D. Quando a pele
fica exposta à luz solar, o corpo forma a vitamina D. Sendo assim, as pessoas que crescem em
climas temperados podem ter um nível menor de vitamina D. Pessoas com um nível baixo de
vitamina D têm mais probabilidade de desenvolver esclerose múltipla. Além disso, em
pessoas que apresentam a doença e baixos níveis de vitamina D, os sintomas parecem ocorrer
mais frequentemente e são mais graves. Mas não se sabe como a vitamina D pode proteger
contra a doença.
Onde as pessoas vivem por mais tempo, independentemente do clima, não muda suas
chances de desenvolver esclerose múltipla. A infecção anterior pelo vírus Epstein-Barr (que
causa mononucleose) parece aumentar o risco de desenvolver esclerose múltipla.
Avaliação médica
Ressonância magnética
Algumas vezes testes adicionais
Devidos aos sintomas variarem muito, é possível que o médico não reconheça o
problema nas suas etapas iniciais. O médico suspeita de esclerose múltipla em jovens que, de
repente, apresentam visão turva, visão dupla ou dificuldades de movimento e sensações
anormais em regiões aleatórias do corpo. Os sintomas oscilantes e um padrão de recaídas e
remissões confirmam o diagnóstico. As pessoas devem descrever claramente ao seu médico
todos os sintomas que apresentaram, particularmente se os sintomas não estiverem presentes
no momento da consulta.
Testes adicionais. Um diagnóstico de esclerose múltipla pode ser claro com base nos
sintomas atuais, no histórico de recaídas e remissões, no exame físico e na RM. Se não forem,
são realizados outros testes para obter informações adicionais:
Controle de sintomas. Outros medicamentos podem ser usados para aliviar ou controlar os
sintomas específicos da esclerose múltipla:
Espasmos musculares: Relaxantes musculares baclofeno ou tizanidina
Problemas com a marcha: Dalfampridina, tomada por via oral, para melhorar a marcha
Dores por anomalias nos nervos: Medicamentos anticonvulsivantes (como gabapentina,
pregabalina ou carbamazepina) ou, algumas vezes, antidepressivos tricíclicos (como
amitriptilina)
Tremores: Clonazepam ou gabapentina ou, em casos graves, encaminhamento a um
especialista com experiência na injeção de toxina botulínica (uma toxina bacteriana usada
para paralisar músculos ou tratar rugas)
Fadiga: Amantadina (usada para tratar a doença de Parkinson) ou, menos frequentemente,
medicamentos usados para tratar a sonolência excessiva (como modafinila, armodafinila
ou anfetamina)
Depressão: Antidepressivos, como sertralina ou amitriptilina, orientação ou ambos
Incontinência urinária: Oxibutinina, tansulosina ou outro medicamento para
incontinência, dependendo do tipo de incontinência
Constipação intestinal: Amolecedores do bolo fecal ou laxantes tomados regularmente
As pessoas com retenção urinária podem aprender a cateterizar-se sozinhas para esva-
ziar a bexiga.
Medidas gerais. As pessoas com esclerose múltipla conseguem, frequentemente,
manter um estilo de vida ativa, ainda que costumem se cansar com facilidade e possam não
ser capazes de cumprir muitas obrigações. Ajuda para encorajamento e reafirmação.
Os exercícios praticados com regularidade, como a bicicleta estática, os passeios, a natação
ou os alongamentos, reduzem a espasticidade e contribuem para manter a saúde
cardiovascular, muscular e psicológica.
Nas pessoas debilitadas e que não são capazes de se mover com facilidade podem
aparecer úlceras de decúbito. Assim sendo, tanto elas como seus cuidadores devem ter um
cuidado especial para prevenir estas úlceras.