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doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i6p573-580 Rev Med (São Paulo). 2020 nov.-dez.;99(6):573-80.

Lúpus Eritematoso Sistêmico: relação entre os diferentes tratamentos


e evolução clínica

Systemic Lupus Erythematosus: relationship between different treatments


and clinical evolution

Rafaela Melo Macedo, Thaís Ribeiro Garcia, Eduarda Pereira Castanheira,


Débora Costa Noleto, Thales Vieira Medeiros Freitas, Aline de Araújo Freitas

Macedo RM, Garcia TR. Castanheira EP, Noleto DC, Freitas TVM, Freitas AA. Lúpus Eritematoso Sistêmico: relação entre os diferentes
tratamentos e evolução clínica / Systemic Lupus Erythematosus: relationship between different treatments and clinical evolution. Rev
Med (São Paulo). 2020 nov.-dez.;99(6):573-80.
RESUMO: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma ABSTRACT: Systemic Lupus Erythematosus (SLE) is a
doença inflamatória crônica de origem autoimune que chronic inflammatory disease of autoimmune origin that presents
apresenta manifestações clínicas variáveis, sendo progressiva variable clinical manifestations, being progressive and potentially
e potencialmente fatal, se não tratado. Os tratamentos padrões fatal, if not treated. Standard treatments include antimalarials,
incluem antimaláricos, corticosteroides (CS) e imunossupressores. corticosteroids (CS) and immunosuppressants. However, despite
No entanto, apesar do melhor entendimento do processo da a better understanding of the disease process, there is still a
doença, ainda há uma necessidade significativa e não atendida de significant and unmet need for new treatment due to the continued
novo tratamento devido ao alto risco continuado de mortalidade high risk of mortality and progression of organ damage. Thus, the
e progressão de danos aos órgãos. Assim, o objetivo do presente objective of the present study was making a bibliographical survey
estudo foi fazer um levantamento bibliográfico acerca dos about the different treatments published for the management of
diferentes tratamentos publicados para o manejo do LES SLE related to the patient’s clinical improvement. For that, the
relacionando com a melhora clínica do paciente. Para tanto, Lilacs, SciELO, PubMed and Google Scholar databases were
utilizou-se as bases de dados Lilacs, SciELO, PubMed e Google used, and the Health Sciences Descriptors (DeCS) used were:
Acadêmico e os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “systemic lupus erythematosus”, “therapeutics” and “quality
utilizados foram: “lúpus eritematoso sistêmico”, “terapêutica” e of life”. The selected articles were published in English and
“qualidade de vida”. Os artigos selecionados foram publicados Portuguese, between the years 2014 and 2020. The references
em língua inglesa e portuguesa, entre os anos de 2014 e 2020. As found showed that antimalarials and the infusion of fresh frozen
referências encontradas permitiram constatar que os antimaláricos plasma are the most effective therapeutic resources. In addition,
e a infusão de plasma fresco congelado são os recursos terapêuticos vitamin D supplementation showed to have a beneficial function
com maior eficácia. Além disso, a suplementação com vitamina under the clinical picture of lupus patients. Another effective
D apresentou mostrou ter função benéfica sob o quadro clínico treatment for skin lesions was the use of pulsed dye laser. Thus,
de pacientes lúpicos. Outro tratamento efetivo para as lesões further studies are needed on demonstrating the effectiveness of
dermáticas foi a utilização de laser de corante pulsado. Desse different treatments for SLE in order to elucidate the efficacy and
modo, são necessários mais estudos acerca da demonstração da safety of the different therapies used.
eficácia dos diferentes tratamentos para o LES, a fim de elucidar
a eficácia e a segurança das diversas terapias utilizadas.
Keywords: Lupus erythematosus, systemic; Immunosuppressive
Palavras-chave: Lúpus eritematoso sistêmico; Imunossupressores; agents; Quality of life; Therapeutics.
Qualidade de vida; Terapêutica.

Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA. ORCID: Macedo RM - https://orcid.org/0000-0001-8005-5236; Garcia TR


- https://orcid.org/0000-0002-5658-4151; Castanheira EP - https://orcid.org/0000-0002-1804-3864; Noleto DC - https://orcid.org/0000-
0003-3215-1949; Freitas TVM - https://orcid.org/0000-0002-0089-8629; Freitas AA - https://orcid.org/0000-0002-4480-4882. Email:
melorafamed@gmail.com, thaisrgarcia13@hotmail.com, eduarda_castanheira@hotmail.com, deboracnoleto@gmail.com, thalesunieva@
gmail.com, alinefreitas2@gmail.com.
Endereço para correspondência: Rafaela Melo Macedo. Rua João Pinheiro; Quadra 29; Lote 378, Casa B - Bairro Jaiara. CEP:
75064060. E-mail: melorafamed@gmail.com.

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Macedo RM, et al. Lúpus Eritematoso Sistêmico: relação entre os diferentes tratamentos e evolução clínica

INTRODUÇÃO de mortalidade e progressão de danos aos órgãos. Além


disso, a carga crônica dos sintomas e a toxicidade das

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) terapias imunossupressoras também têm um impacto


corresponde a uma doença crônica e inflamatória significativo na qualidade de vida do paciente7,8.
de natureza autoimune, caracterizado, principalmente, pela Diversos medicamentos operam modulando o
perda de tolerância a ácidos nucleicos e suas proteínas sistema imunológico dos pacientes, já que um aspecto
de ligação, cuja fisiopatologia pode ser explicada pela fundamental do LES é a participação de linfócitos B na
geração de autoanticorpos antinucleares (ANAs), formação patogenicidade da doença, uma vez que essas células
e deposição de imunocomplexos em diversos órgãos e são ativadas e a partir disso migram para diferentes
tecidos. Sua etiologia ainda é desconhecida, podendo estar regiões, onde sofrem expansão clonal, proliferando-se,
relacionada a fatores ambientais, hormonais, imunológicos e formando os agregados linfoides que se depositam nos
ou genéticos. Apresenta manifestações clínicas variáveis, tecidos. Dentre as medicações mais utilizadas, pode-se
sendo progressiva e potencialmente fatal, se não tratado1,2,3. citar a hidroxicloroquina, que atua inibindo o receptor
A nível mundial as taxas de incidência de LES de células B e a sinalização; a ciclofosfamida, agente
variaram em torno de 0,3 a 23,7 a cada 100.000 pessoas/ aniquilante de células B e T e supressor da produção de
ano, enquanto a prevalência dos casos foi de 6,5 a 178,0 anticorpos; o rituximabe, anticorpo monoclonal anti-CD20
a cada 100.000, sendo que as variações observadas que leva a depleção de células B periféricas; o belimumab,
nessas taxas refletem diferenças de idade, sexo, origem responsável por reduzir as células B circulantes; inibidores
étnica, condição socioeconômica e região geográfica de calcineurina como ciclosporina e imunossupressores
dos pacientes. Apresenta maior prevalência em pessoas como azatioprina, micofenolato e tacrolimus9,10.
adultas, mulheres em idade fértil e não caucasianos, como Diante do exposto, fica evidente que o LES é
os afrodescendentes. No Brasil, estima-se uma incidência uma doença que afeta negativamente a qualidade de
de LES por volta de 8,7 casos para cada 100.000 pessoas/ vida dos indivíduos acometidos, trazendo sintomas
ano, sendo que a mortalidade é cerca de 3 a 5 vezes maior desfavoráveis a sua sobrevida, além de não apresentar
do que a da população geral4,5. cura definitiva. Assim, o objetivo do presente estudo foi
Como uma doença multissistêmica, o LES apresenta fazer um levantamento bibliográfico acerca dos diferentes
uma heterogeneidade de manifestações clínicas com tratamentos publicados para o manejo do LES relacionando
períodos de acentuação e remissão. O quadro clínico inclui com a melhora clínica do paciente.
a presença de manifestações monocutâneas, dentre as
quais eritema malar e fotossensibilidade, além de úlceras MATERIAL E MÉTODOS
orais, comprometimento renal, cardíaco, neurológico,
musculoesquelético e hematológico. Com frequência, Este estudo refere-se a uma revisão bibliográfica
observam-se, também, manifestações imunológicas, como do tipo integrativa com abordagem qualitativa, com
a presença de anticorpos antinucleares (ANA) no sangue5,6. objetivo descritivo de estudos nacionais e internacionais.
Quanto ao diagnóstico do LES, o critério mais aceito Foram utilizadas as seguintes etapas para a construção
e bem difundido é o proposto pelo American College of desta revisão: identificação do tema; seleção da questão
Rheumatology (ACR) em 1982, o qual estabelece que a de pesquisa; coleta de dados pela busca na literatura,
presença de LES pode ser confirmada pela comprovação nas bases de dados eletrônicas, com estabelecimento de
de pelo menos 4 dos 11 critérios classificatórios seguintes: critérios de inclusão para selecionar a amostra; elaboração
eritema malar, lesão discoide, fotossensibilidade, úlcera de um instrumento de coleta de dados com as informações
oral, artrite, serosite (pleurite ou pericardite), alteração renal a serem extraídas; avaliação dos estudos incluídos
(proteinúria ou cilindros celulares), alterações neurológicas na revisão integrativa; interpretação dos resultados e
(convulsão ou psicose), alterações hematológicas (anemia apresentação dos resultados evidenciados.
hemolítica com reticulocitose, leucopenia, linfopenia ou Para a elaboração do estudo, foi realizada uma
trombocitopenia), alterações imunológicas (presença de busca por produções nas bases de dados Literatura
anti-DNA nativo, anti-Sm ou anticorpos antifosfolipídios) Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
e fatores antinucleares (FAN)5. (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (SciELO),
O desenvolvimento de terapias para o LES foi Public Medlines (PubMed) e Google Acadêmico. Para a
limitado pela heterogeneidade clínica e biológica, incluindo escolha dos descritores apropriados ao corpo de trabalho
a diversidade de assinaturas de expressão gênica no sangue e correspondentes ao estudo, foi realizada uma busca na
periférico dos pacientes. Os tratamentos padrões incluem base Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), resultando
antimaláricos, corticosteroides (CS) e imunossupressores. nos seguintes descritores: “lúpus eritematoso sistêmico”,
No entanto, apesar do melhor entendimento do processo “terapêutica” e “qualidade de vida”. Além dessa seleção,
da doença, ainda há uma necessidade significativa e não a fim de selecionar os estudos que melhor contribuíssem
atendida de novo tratamento devido ao alto risco continuado para a pesquisa, foi feito uso dos operadores booleanos,

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sendo eles: “parênteses”, “AND” e “OR”. de vida dos pacientes em relação ao tipo de tratamento
Com isso, foram filtrados, em ordem sequencial adotado. Além disso, foram excluídos os artigos que não
citada, os artigos que estavam disponíveis na íntegra, estavam disponíveis na íntegra, duplicados e artigos de
indexados com recorte temporal contido nos últimos opinião.
5 anos e nos seguintes idiomas: inglês e português.
Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos que RESULTADOS E DISCUSSÃO
elucidassem pacientes, independente de sua etnia ou sexo;
estudos que apresentassem a fisiopatologia e trouxessem O Quadro 1 contém os principais tratamentos
dados referentes tanto aos tratamentos para LES quanto ao encontrados na literatura moderna para o tratamento de
nível de eficácia dos mesmos; e abordassem a qualidade LES.

Quadro 1: Caracterização dos principais estudos analisados


Autores/Ano Revista - Qualis Objetivo Principais achados
A suplementação de vitamina D3 até 4000 UI
Investigar os efeitos da suplementação
Aranow et al. Arthritis Rheumatol. diariamente foi segura e bem tolerada, mas não
de vitamina D no sinal do IFN em
2015 Qualis A1 diminuiu a assinatura de IFN em pacientes com
pacientes com LES.
LES com deficiência de vitamina D19.
Avaliar a farmacocinética, a segurança Uma dose única de tabalumab administrada I.V.
e a atividade biológica do tabalumab, ou S.C. foi bem tolerada. O tabalumab mostrou
Witcher et al. Brit J Clin Pharmacol.
administrado por via intravenosa ou atividade biológica baseada em alterações nos
2015 Qualis A1
subcutânea em indivíduos com artrite números periféricos de linfócitos CD20 + em
reumatoide ou LES. ambos os indivíduos com AR e LES25.
Avaliar a resposta ao tratamento O micofenolato mofetil MMF pode ser superior
Mejía-Vilet et al. Clin Rheumatol. imunossupressor de hispânicos com ao ciclofosfamida intravenosa, enquanto
2016 Qualis A4 nefrite lúpica membranosa (MLN) a azatioprina pode permanecer como uma
puro. alternativa válida para o tratamento26.
O tabalumab resultou em uma redução
Rovin et al. SAGE J. Avaliar a segurança e a eficácia do significativa das células B e na diminuição dos
2016 Qualis B4 tabalumab no tratamento de LES. níveis de imunoglobulina G nas duas doses. Não
houve sinais significativos de segurança renal14.
Avaliar o efeito da suplementação de A suplementação de colecalciferol por 24
Lima et al. Osteoporosis Int. vitamina D em pacientes com lúpus semanas melhorou efetivamente os parâmetros
2017 Qualis A2 eritematoso sistêmico de início juvenil da microarquitetura óssea em pacientes com
(JoSLE). suplementação de vitamina D27.
Este relatório sugere que lesões cutâneas graves,
O objetivo deste relato foi compartilhar como observadas nesses pacientes com LES com
experiência sobre o curso do manejo deficiência de C1q, não podem ser controladas
Ekinci; Ozturk SAGE J.
de três casos diagnosticados como com tratamento imunossupressor convencional.
2017 Qualis B4
LES com deficiência de C1q, à luz da Em vez disso, propõem-se infusões regulares de
literatura atual. plasma fresco congelado como um método de
tratamento mais razoável16.
O uso de antimaláricos foi associado à menor
ocorrência de psicose e lesões renais, apesar de
Avaliar se o bem-estar global de
Furlan et al. Rev Soc Bras Clín levar a uma frequência maior de convulsões.
pacientes com LES é afetado pelo uso
2018 Med. Qualis C Quanto à percepção individual da qualidade de
de antimaláricos.
vida, não houve diferença significativa entre os
três grupos12.
A adição de ustecinumab ao tratamento padrão
Avaliar a eficácia e segurança do
resultou em melhor eficácia em parâmetros
ustecinumab no tratamento do LES
Vollenhoven et al. Lancet clínicos e laboratoriais que o placebo no
em pacientes com atividade moderada
2018 Qualis A1 tratamento de LES ativo. Os resultados apoiam
a grave, apesar do tratamento
o desenvolvimento de ustecinumab como um
convencional.
novo tratamento no lúpus eritematoso sistêmico11.
Os dados mostram que uma melhoria progressiva
Avaliar a segurança, a tolerância e a da atividade da doença está associada à correção
Lai et al. Lancet eficácia do Sirolimus em um estudo da especificação da linhagem pró-inflamatória
2018 Qualis A1 clínico prospectivo, controlado por de células T em pacientes com lúpus eritematoso
biomarcador, aberto. sistêmico ativo durante 12 meses de tratamento
com Sirolimus21.

Continua

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Quadro 1: Caracterização dos principais estudos analisados

Autores/Ano Revista - Qualis Objetivo Principais achados


Investigar se a interferência na O RTX þ BLM pareceu ser seguro e obteve
formação de imuno-complexos, respostas clinicamente significativas: o estado de
Kraaij et al. J. Autoimmunity usando uma combinação de rituximabe baixa atividade da doença lúpica foi alcançado em
2018 Qualis A1 (RTX) e belimumabe (BLM), pode 10 pacientes, as respostas renais em 11 pacientes
diminuir a formação de NETs e e a medicação imunossupressora concomitante foi
melhorar a doença. reduzida em 14 dos 16 pacientes3.
Caracterizar a variabilidade da
depleção de células B no sangue Houve variabilidade substancial na depleção de
Mendez et al. Am Soc Nephrol.
periférico após rituximab e avaliar sua células B no sangue periférico em pacientes com
2018 Qualis A1
associação com resposta completa em nefrite lúpica tratados com rituximab no estudo9.
pacientes com nefrite lúpica.
Avaliar a eficácia e segurança de um
Comparado à ciclofosfamida, a leflunomida em
curso de 24 semanas com leflunomida
baixas doses em combinação com a prednisona
Zhang et al. Clin Rheumatol. em baixa dose e combinada com
mostrou eficácia e segurança na terapia de
2018 Qualis B2 prednisona no tratamento de indução
indução da nefrite lúpica proliferativa em
da nefrite lúpica proliferativa em
pacientes chineses22.
pacientes chineses.
Int League Assoc Buscar maior taxa de remissão da O tratamento com um agente imunossupressor
An et al.
Rheumatol. nefrite lúpica usando uma estratégia combinado é superior à terapia de rotina apenas
2018
Qualis B2 combinada. com ciclofosfamida na nefrite lúpica23.
Como a terapia com bortezomibe para o LES
Avaliar a eficácia e segurança do
está associada a muitas reações adversas, as
Ishii et al. Japan Col Rheumatol. Bortezomibe no tratamento de LES
indicações de tratamento devem ser selecionadas
2018 Qualis A2 em pacientes cuja atividade da doença
com cuidado e os protocolos devem ter o objetivo
não pôde ser controlada.
de evitar essas ocorrências15.
Verificou-se que o uso diário de 4 mg de
Avaliar a eficácia, segurança e baricitinibe apresentou melhora dos sinais e
tolerabilidade do Baricitinibe oral em sintomas LES, além de melhorar o quadro clínico
Wallace et al. Lancet
pacientes com LES ativo, que estavam de pacientes com artrite e dor articular. Outrossim,
2018 Qualis A1
recebendo tratamento terapêutico observou-se que o baricitinibe tem efeitos
padrão. positivos sob várias condições dermatológicas,
como dermatite atópica, a psoríase e a alopécia13.
O tratamento com Atacicept mostrou evidências
Avaliar a eficácia e segurança
eficazes no tratamento de LES, particularmente
Merrill et al. Arthritis Rheumatol. do Atacicept, um antagonista do
no HDA e pacientes sorologicamente ativos.
2018 Qualis A1 estimulador de linfócitos B, em
Reduções de crises severas foram observadas,
pacientes com LES.
com perfil de segurança aceitável7.
Descrição de três pacientes com LES Observou-se um efeito benéfico após o tratamento
ativo que alcançaram controle da sequencial com rituximabe e belimumabe.
Gualtierotti et al. Clin Exp Rheumatol.
doença após tratamento sequencial Todos os pacientes alcançaram remissão de
2018 Qualis A3
com rituximabe e belimumabe e longa data e puderam reduzir ou interromper
discussão da lógica por trás disso. corticosteroides28.
Avaliar a eficácia da psicoterapia
A psicoterapia psicanalítica foi eficaz para
psicanalítica de grupo breve para
melhorar muitos aspectos da qualidade de vida
Conceição et al. Adv. Rheumatol. melhorar a qualidade de vida, a
e uma habilidade positiva de enfrentamento,
2019 Qualis C depressão, a ansiedade e as estratégias
além de reduzir os sintomas do LES, os níveis
de enfrentamento em pacientes com
de ansiedade e depressão24.
LES.
No geral, a HCQ foi altamente eficaz para a pele,
uma vez que 87% dos pacientes tiveram pelo
Investigar a eficácia da
menos alguma resposta benéfica em pelo menos
hidroxicloroquina no tratamento de
Ototake et al. Jpn. Dermatol. um tipo de lesão cutânea. Em 74% dos doentes
manifestações cutâneas de acordo
2019 Qualis A1 tratados com terapêutica sistêmica concomitante,
com os subtipos de LEC em pacientes
toda a atividade da doença diminuiu em cerca
japoneses.
de 32 semanas pela administração adicional de
HCQ17.

Fonte: Artigos utilizados para realização do trabalho.

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As armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs) ao LES, outro medicamento utilizado no tratamento são
foram demonstradas como autoantígenos proeminentes, os antimaláricos, os quais estão associados à uma menor
levando à produção de autoanticorpos relevantes à doença. ocorrência de psicose e lesões renais, apesar de levar à
Além das NETs, que são propostas como autoantígenos frequência maior de convulsões nos pacientes lúpicos. A
importantes para o desenvolvimento de ANAs, os pacientes percepção individual da qualidade de vida mostrou que o
com LES apresentam características de hiperatividade dos uso de antimaláricos (ATM) não tem influência no bem-
linfócitos B, incluindo o aumento típico de plasmócitos estar dos pacientes, exceto pela saúde mental nos usuários
circulantes. Experimentalmente, foi observado que, se de tabaco. As evidências permitem considerar os ATM
essas células fossem removidas de “modelos de lúpus” como drogas seguras, que têm mais benefícios clínicos do
de camundongos, por meio de manipulação genética ou que efeitos adversos12.
anticorpo terapia, a cadeia de reações imunológicas seria Outro ponto que merece destaque é que, apesar dos
largamente suprimida, inclusive as anomalias induzidas inúmeros avanços no tratamento para o LES, essa doença
pelas células T2,3. ainda permanece com uma alta taxa de morbimortalidade.
O uso combinado de rituximab e belimumab (RTX Estudos recentes mostram que o baricitinibe, sobretudo
þ BLM) provocou reduções preferenciais nos níveis de quando utilizado 4 mg/dia, está associado a melhorias
autoanticorpos em comparação com os níveis fisiológicos clínicas significativas nos pacientes lúpicos. Contudo,
de anticorpos, sugerindo que os plasmócitos secretores de são necessários estudos mais aprofundados acerca do
autoanticorpos são mais suscetíveis a este tratamento. Foi baricitinibe como uma terapia potencial para pacientes
demonstrado, também, que o RTX þ BLM melhorou os com LES13.
fenômenos autoimunes, reduzindo os ANAs circulantes A partir da fisiopatologia da doença, é importante
e regredindo a formação excessiva de NETs mediada por ressaltar que em pacientes com LES, os níveis do
imunocomplexos no LES. Simultaneamente, o RTX þ BLM fator de ativação das células B (BAFF) são elevados e
provocou respostas clínicas significativas em pacientes com correlacionam-se com a produção de anticorpos e atividade
LES refratário grave. A terapia com RTX þ BLM representa da doença. Assim, o tabalumab, que é um anticorpo
um novo e promissor conceito de tratamento que visa monoclonal que neutraliza a membrana, e o BAFF solúvel
especificamente à autoimunidade em pacientes com LES3. demonstrou ser eficaz na redução da atividade da doença.
Outro estudo comparou a eficácia e segurança de Tal medicamento apresentou efeitos farmacodinâmicos
duas doses de atacicept (75 e 150 mg) com placebo em significativos sobre o número de células B e os níveis de
pacientes com LES ativo e com nível de autoanticorpos, IgG. Porém, após um ano de tratamento em pacientes com
baseando-se no fato de que níveis séricos elevados das LES ativo, moderado a grave, mas sem nefrite lúpica ativa
citocinas BLyS (estimulador de linfócitos B) e APRIL grave, o tabalumab não apresentou efeitos em comparação
(um indutor da proliferação) em pacientes com LES com placebo na população ITT (pacientes com intenção
correlacionam-se com a atividade da doença e produção de de tratar)14.
autoanticorpos. Esses fatores foram metas promissoras para Embora muitas estratégias direcionadas às linhas
novas terapias de investigação e a partir disso, a eficácia de células B tenham sido recentemente investigadas,
do atacicept, o duplo inibidor APRIL e BLyS, também apenas o belimumab foi aprovado para terapia com LES
foi sugerida por esse estudo, confirmando sua atividade pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. O
biológica na redução total de células B, plasmócitos e bortezomibe é um inibidor de proteassoma que foi aprovado
imunoglobulina sérica em pacientes com LES7. para o tratamento de mieloma múltiplo (MM). Entretanto,
Outra terapia recentemente investigada para o inibidor de proteassoma também funciona efetivamente
o tratamento de LES é o Ustecinumab, o qual é um como um inibidor para a produção de citocinas pró-
medicamento com base em um anticorpo monoclonal que se inflamatórias através da regulação da ativação de NF-kB.
liga a subunidade p40 compartilhada pela interleucina 12 e Um estudo recente investigou os efeitos do bortezomibe em
pela interleucina 23, as principais citocinas inflamatórias do pacientes com LES persistente, apesar do uso de terapias
corpo. Seu uso se demonstrou eficaz no tratamento de LES, imunossupressoras. Neste pequeno estudo não controlado,
uma vez que teve como principal benefício a redução dos a atividade da doença diminuiu significativamente com o
surtos da doença após a 12º semana de uso. Houve também tratamento com bortezomibe. Esses achados sugerem que
uma redução considerável na quantidade de autoanticorpos o bortezomibe pode ser eficaz no tratamento de vários
e da proteína C3 do complemento na corrente sanguínea. sintomas do LES, por meio de outro mecanismo que não
Foi considerado eficiente para um tratamento tanto local a inibição da produção de anticorpos anti-dsDNA. Assim,
quanto sistêmico. A principal desvantagem encontrada para indicação deste tratamento é necessário analisar cada
foi o aumento no número de infecções do trato urinário e caso individualmente, e verificar se o sintoma tratado
da nasofaringe, dor de cabeça e doenças respiratórias no realmente é de grande importância para o tratamento e
grupo caso11. melhora da qualidade de vida do paciente15.
Além das investigações para terapias alternativas Sabe-se que a deficiência hereditária dos

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Macedo RM, et al. Lúpus Eritematoso Sistêmico: relação entre os diferentes tratamentos e evolução clínica

componentes precoces do sistema complemento, sobretudo potencial impacto da suplementação de vitamina D3 na


a deficiência de C1q, é uma das razões para o LES de início superexpressão de genes induzíveis ao IFN em pacientes
precoce, ou seja, na infância. Evidências sugerem que a com LES com deficiência de vitamina D e não se observou
infusão regular de plasma fresco congelado (FFP) para o redução na resposta da assinatura do IFN após 12 semanas
tratamento de pacientes com LES associado à deficiência de suplementação com vitamina D3 em comparação ao
de C1q tem alta eficácia, além de os riscos de infecções, placebo19.
hipocalcemia e lesão pulmonar aguda associadas a esse tipo Uma pesquisa randomizada acerca da eficácia e da
de transfusão serem consideravelmente baixos. Com isso, segurança do laser de corante pulsado (PDL) no tratamento
observa-se que a administração do FFP normaliza o nível de lesões cutâneas lúpicas, sugere que lesões tratadas com
de C1q por um período muito curto, porém considerável e o PDL demonstraram uma diminuição significativamente
significativo para a melhora do quadro clínico do paciente16. maior no índice de eritema e no índice de textura em
Outro fator a ser considerado é que existem comparação ao controle. Curiosamente, a reação em cadeia
evidências que apoiam o envolvimento da via do interferon da polimerase em tempo real mostrou uma redução nas
tipo I no LES. Nesse sentido, o benefício terapêutico citocinas CXCL-9, 10, IFN-γ, IL-1β, TNF-α e TGF-β.
da inibição da via do interferon em pacientes com LES Além disso, as lesões lúpicas pós-tratamento demonstraram
foi relatado em um estudo do uso de anifrolumabe, um diminuição das células positivas para CD3, CD4, CD8 e
anticorpo monoclonal IgG1κ totalmente humano para CXCR320.
a subunidade 1 do receptor de interferon do tipo 1, que Em um estudo clínico e prospectivo, verificou-se
inibe a sinalização por todos os interferons do tipo I. que a rapamicina inibe a proliferação de linfócitos T e foi
Os pacientes que receberam anifrolumabe apresentaram desenvolvida como um medicamento sob a designação
maior probabilidade de reduzir a dose de glicocorticoide genérica de sirolimus. Nessa pesquisa, observou-se que o
e a gravidade da doença de pele do que os pacientes que uso de sirolimus para o tratamento do LES foi satisfatório,
receberam placebo. No entanto, as diferenças entre os uma vez que mostrou uma melhora progressiva na atividade
grupos em relação às contagens de articulações inchadas da doença, a qual estaria associada à linhagem de células
e doloridas e a taxa atualizada de crises de LES não foram T pró-inflamatórias nesses pacientes. No entanto, fica
significativas. Ademais, este estudo não foi projetado para evidente a necessidade de mais estudos clínicos controlados
determinar a durabilidade do efeito ou dos riscos além de por placebo utilizando o sirolimus como terapia nas
52 semanas8. diversas populações, a fim de elucidar melhor o mecanismo
Uma análise retrospectiva acerca da eficácia da de ação e a eficácia desse medicamento na melhora da
hidroxicloroquina (HCQ) no tratamento da pele sugere que qualidade de vida dos pacientes lúpicos21.
a HCQ demonstra ser extremamente eficaz na minimização Um dos novos tratamentos com melhor resultado
das lesões dermáticas. Em contrapartida, verificou-se que os em fase de teste foi o ustecinumab. O medicamento
pacientes com LES que apresentavam essas lesões cutâneas que tem como base anticorpos monoclonais totalmente
foram mais sensíveis ao tratamento com HQC, uma vez que humanos direcionados a subunidade p40 compartilhada
apresentaram efeitos adversos em detrimento da melhora pela interleucina 12 e a interleucina 23 acaba de passar da
dos sinais e sintomas. Existem várias limitações nessa fase 2 para a fase 3, sendo aplicado agora em uma escala
pesquisa, visto que foi um pequeno estudo retrospectivo muito maior. Foi demonstrada redução acentuada nos
e inscreveu pacientes com diversas origens, com distintas surtos da doença, melhora nos níveis de autoanticorpos e
gravidades da doença e com diferentes durações da doença. de proteína C3 e a possibilidade de um tratamento tanto
Esses fatores podem afetar significativamente a eficácia da local quanto sistêmico11.
HCQ, sendo necessários mais estudos, com maior duração O tratamento de nefrite lúpica membranosa
e com amostras mais significativas, para uma melhor (MLN) obteve resultados promissores com a utilização
constatação da eficácia desse medicamento em questão17. de micofenolato de mofetila (MMF) e azatioprina (AZA).
O estudo randomizado e duplo-cego demonstrou A utilização dos dois medicamentos levou a uma taxa
que a suplementação de vitamina D (colecalciferol 50.000 de remissão completa da doença de 76,4% e 54,6%
UI /semana durante seis meses) em pacientes com lúpus respectivamente e mais de 89% responderam ao tratamento
juvenis melhorou a microarquiterura do osso, tendo como de AZA e MMF isolados. O estudo analisou sua utilização
parâmetro a tíbia. Outra vantagem desse estudo foi que o combinada a corticoides na população hispânica e, com
tratamento dos pacientes com suplementação de vitamina os resultados obtidos, pretende-se continuar o estudo com
D permaneceram estáveis durante os seis meses de diferentes etnias para garantir que o fator genético da
seguimento, permitindo, assim, uma análise mais precisa população analisada não seja um determinante na resposta
do efeito dessa suplementação nessa condição reumática18. esperada aos medicamentos12.
Outro estudo sugere que a vitamina D modula a A leflunomida é um medicamento de base
resposta imune e bloqueia a indução de interferon (IFN) antirreumática que inibe a síntese de pirimidina inibindo
soro de pacientes com LES. Essa pesquisa analisou o a síntese diidroorotato desidrogenase (DHODH). É

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Rev Med (São Paulo). 2020 nov.-dez.;99(6):573-80.

considerado um dos mais seguros para o tratamento de Além dos tratamentos medicamentosos
nefrite lúpica, levando a menos reações adversas que a convencionais, pesquisas revelam a importância do papel
ciclofosfamida, pois leva uma redução mais acentuada psicológico no tratamento da LES. O auxílio psicológico
de anticorpos anti-dsDNA, juntamente a uma diminuição prepara os pacientes para os sintomas que são manifestados
dos níveis de proteína na urina. Seu preço e segurança são e ao peso social que a doença trará, servindo como uma
um dos pontos mais atrativos do medicamento, que possui complementação ao tratamento habitual farmacológico. O
uma alta eficiência além de menor número de casos de autor também destaca uma menor frequência de sintomas,
amenorreia no tratamento de mulheres. A ressalva do estudo menor nível de ansiedade e depressão e ainda aumento à
é o maior cuidado com a ingestão do medicamento quando adesão ao tratamento médico. Por mais que o estudo se
combinado com altas taxas de esteroides, pois o risco demonstrou benéfico, é necessário maior tempo de pesquisa
de infecção de trato respiratório superior e insuficiência para compreender o quanto o fator psicológico pode alterar
hepática se elevam22. as respostas imunológicas24.
A ciclofosfamida foi um medicamento testado
como alternativa para a leflunomida no tratamento de CONCLUSÃO
nefrite lúpica proliferativa. Sua utilização em conjunto com
glicocorticoides teve resultados próximos aos tratamentos No presente estudo, foram apresentados os principais
padrão. A redução de autoanticorpos anti-dsDNA e a tratamentos utilizados para o LES. Verificou-se que dentre
proteinúria reduziram significativamente após a ingestão os mais eficazes estão os medicamentos antimaláricos,
do medicamento combinado. Entretanto, o tratamento como a hidroxicloroquina, e a infusão com plasma fresco
ainda se mostra limitado, como os demais, pelo fato do congelado. Além disso, a suplementação com vitamina D
pequeno público analisado (população chinesa) e pela nesses pacientes tem função benéfica sob o quadro clínico
especificidade gênica que a etnia pode trazer ao tratamento, de pacientes lúpicos. Um tratamento efetivo para as lesões
com dificuldade de generalizar seus benefícios e malefícios dermáticas demonstrada também nesse estudo foi com a
para os demais povos22. utilização de laser de corante pulsado.
Outro estudo recente, realizado no ano de 2018, Todavia, muitos estudos ainda não constataram,
demonstrou a utilização combinada de medicamentos
com total segurança, os benefícios desses medicamentos
através do tratamento imunossupressor combinado (CIST).
na melhora da qualidade de vida desses pacientes, além
A aplicação de ciclofosfamida, hidroxicloroquina e algum
do que, muitos deles mostraram limitações relevantes,
agente imunossupressor demonstrou-se superior a terapia
sobretudo quanto ao tamanho da amostra e ao tipo de
exclusiva de ciclofosfamida na indução de remissão em
pacientes com nefrite lúpica. A taxa de remissão teve um estudo. Portanto, são necessários mais estudos acerca da
aumento considerável de 20,8% do tratamento isolado para demonstração da eficácia dos diferentes tratamentos para o
39,5% e uma taxa de falha no tratamento menor. Entretanto LES, com seguimentos em longo prazo e com número de
a taxa recidiva da doença se mostrou constante nos dois amostras mais satisfatórias, para melhor elucidar a eficácia
medicamentos, com uma média de 6 meses do retorno dos e a segurança das diversas terapias utilizadas na melhora
sintomas iniciais23. do quadro clínico dos pacientes lúpicos.

Participação dos autores: Rafaela Melo Macedo: Leitura e síntese dos artigos selecionados; Escrita dos resultados e discussão;
Formatação do texto para submissão à Revista. Tradução do resumo para a língua inglesa. Thaís Ribeiro Garcia: Leitura e síntese dos
artigos selecionados; Escrita dos resultados e discussão; Colaboração com a escrita do resumo. Eduarda Pereira Castanheira: Escrita
do resumo. Organização e citação das referências. Débora Costa Noleto: Escrita da introdução; Escrita dos objetivos; Tradução do
resumo para a língua inglesa. Colaboração com a escrita das referências. Thales Vieira Medeiros Freitas: Leitura e síntese dos artigos
selecionados; Escrita dos resultados e discussão. Colaboração com a escrita das referências. Aline de Araújo Freitas: Orientadora
docente do texto. 3. Kraaij T, Kamerling S, Rooji E, Daele P, Bredewod O,
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Submetido:12.08.2020
Aceito: 17.11.2020

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