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EPIDEMIOLOGIA
Sugerindo que o processo autoimune tenha sido
Foram registrados um total de 10030 casos de óbito por desencadeado pelo antígeno da vacina que causa um
Lúpus Eritematoso Sistêmico e Lúpus Eritematoso aumento na resposta imune do indivíduo.
Disseminado no Brasil entre os anos de 2010 a 2019.
A lista de medicamentos envolvidos na etiologia do LES é
Sendo o Sudeste a região como o maior número de casos
grande.
(4255 casos) seguido de Nordeste (2473 casos), Sul (1298
casos), Norte (1298 casos) e Centro-Oeste (978 casos).
O LES induzido por medicação pode surgir logo no início do
Foram observados os maiores números de casos de óbitos tratamento ou anos após.
para o sexo feminino em comparação ao sexo
masculinocom o percentual de casos superior a 86% para Entre os fármacos que podem induzir o LES estão alguns
todas as regiões do país anticonvulsivantes, penicilinas, sulfonamidas, tetraciclinas,
metildopa, bloqueadores Beta, contraceptivos orais,
No Brasil, ainda segundo a Sociedade Brasileira de estreptomicinas, tiazidas, estatinas e terbinafina
Reumatologia, “as estimativas indicam que existam cerca
de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres” Gestação
A incidência estimada de LES em diferentes locais do A gravidez depende de uma adaptação do sistema imune
mundo é de aproximadamente 1 a 22 casos para cada materno que se torna tolerante aos antigênios fetais de
100.000 pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a origem paterna.
160 casos para cada 100.000 pessoas.
Uma das mais importantes alterações imunológicas que
No Brasil, estima-se uma incidência em torno de 8,7 casos ocorrem durante a gravidez consiste na substituição de
para cada 100.000 pessoas por ano, sendo mais comum em células Th1 por células Th2 ao nível da barreira feto-
mulheres, negras, na faixa etária entre 20 e 45 anos placentária e da circulação materna
(Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2019).
Em condições normais, os estrogênios estimulam tanto a
De todos os indivíduos com LES, 10% a 20% tem seu estágio resposta imune elular como a humoral (citocinas Th1 e
de desenvolvimento inicial da doença na infância. Th2).
Deficiências hereditárias nos componentes do complemento A etiologia do LES aponta que a combinação de fatores
C1q, C2 ou C4 também tem influência na doença. genéticos, hormonais e ambientais contribui para elevar os
índices da doença, isso acontece de forma que a junção de
A Imunoglobulina A (IgA) é o segundo anticorpo mais comum, fatores em pessoas predispostas pode gerar um
desempenhando um papel importante na proteção imune. desequilíbrio no sistema imunológico.
Estudos demonstram que 5,2% das crianças e 2,6% dos adultos
com LES tem o anticorpo SIgAD. APOPTOSE
Autoanticorpos AUTO-ANTICORPOS
De acordo com Cruz et.al.,10 a produção de autoanticorpos A fonte mais provável dos auto-antigénios que vão dar
constitui o distúrbio imunológico central no LES. O principal é origem aos auto-anticorpos no lúpus são os restos celulares
o Fator Antinuclear (FAN). resultantes da apoptose
Entre os autoanticorpos presentes no LES estão: Anti-DNA As vesículas apoptóticas expõem na sua superfície
que acometem o material genético das células e encontram- moléculas intracelulares, que normalmente não são
se fundamentalmente no LES e valores elevados evidenciam a apresentadas ao sistema imunitário, como nucleossomas,
atividade da doença; Anti-SM que são altamente específicos Ro 62, Ro 50, La, entre outros.
para o LES e sua presença está associada ao acometimento do
Anticorpos contra estas substâncias são frequentes em
SNC.
pacientes com LES, e têm sido associados ao
Hormônios desenvolvimento de lesões cutâneas e de LEC.
O LES é nove vezes mais freqüente em mulheres em idade
reprodutiva que em homens.
Lúpus Discoide: esse tipo de lúpus fica limitado à Lesões de pele específicas: presença de dermatite de
pele da pessoa. Pode ser identificado com o interface na biópsia de pele (infiltrado inflamatório
surgimento de lesões avermelhadas com distribuído ao longo da junção dermoepidérmica).
tamanhos, formatos e colorações específicas na
pele, especialmente no rosto, na nuca e/ou no AGUDAS:
coro cabeludo.
Presença de lesão em região malar ou em “asa de
borboleta” que se caracteriza por erupção sobre as
Lúpus Sistêmico: esse tipo de lúpus é o mais bochechas e nariz, elevada, por vezes dolorosa e
comum e pode ser leve ou grave, conforme cada pruriginosa, frequentemente precipitada pela exposição
situação.
Pode durar horas a dias e é um evento recorrente. solar.
Nessa forma da doença, a inflamação acontece em
todo o organismo da pessoa, o que compremete Ausência de pápulas e pústulas e não acometimento dos
vários órgãos ou sistemas, além da pele, como sulcos nasolabiais.
rins, coração, pulmões, sangue e articulações.
A fotossensibilidade está associada a presença do anticorpo
Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem,
anti-Ro.
eventualmente, evoluir para o lúpus sistêmico.
SUBAGUDAS: fenômeno de Raynaud, Lúpus bolhoso,
úlceras de mucosas (tipicamente não doem).
Referem-se ao lúpus cutâneo subagudo, uma entidade
distinta, que pode estar associada ou não à forma sistêmica ARTICULARES/MUSCULARES
do lúpus.
Poliartralgia e mialgias
Cursa com lesões cutâneas eritematosas e descamativas
difusas, não ulcerativas, predominando em membros A dor poliarticular (poliartralgia) envolve múltiplas
superiores e parte superior do tronco (a face geralmente é articulações
poupada).
CRÔNICAS:
Osteonecrose (ou necrose óssea avascular) deve ser
Lúpus discoide é a lesão cutânea crônica do LES. MAIS
suspeitada em pacientes lúpicos que se apresentam com
COMUM.
dor persistente.
Ela pode tanto ocorrer na ausência de quaisquer
Ocorre geralmente no quadril após a resolução de um
manifestações sistêmicas, quanto aparecer como parte de
quadro de poliartrite
um quadro de LES clássico.
Miopatia/miosite
Há predomínio na face, pescoço, couro cabeludo e pavilhão
auricular. RENAIS
Vasculite cutânea
alopecia não discoide
livedo reticular (vasoespasmo das arteríolas
ascendentes da derme intercalado com regiões
onde essas arteriolar estão dilatadas), PULMONARES
telangiectasias,
Pleurite lúpica (50%): embora possa haver derrames Podem ocorrer de forma isolada, mas geralmente
maciços, a dor pleurítica é mais comum do que o achado acontecem na vigência de um quadro sistêmico.
radiográfico de derrame pleural.
A manifestação mais frequente é a cefaleia (25%), seguida
O derrame é mais comumente bilateral, sendo sempre um de convulsões, AVE isquêmico (10%), AVE hemorrágico,
exsudato com níveis de glicose geralmente normais. Neuropatia periférica (15%), Mielite transversa (<1%) e
Meningite asséptica (<1%).
Pneumonite lúpica (10%): pode causar febre, tosse,
dispneia, hemoptise. HEMATOLÓGICA
Quando um paciente com LES desenvolve quadro São frequentes em pacientes com LES, sendo a mais
pneumônico, até que se prove ao contrário, este deve-se a comum a anemia (70%) normocítica e normocrômica,
infecção (pneumonia). associada ao aumento de VHS (causada por eritropoese
deficitária e disponibilização de ferro bloqueada, comum
“Síndrome do pulmão contraído”: é uma rara entidade em doenças crônicas).
lúpica.
Pode ser usada para avaliar a progressão/atividade da
Se caracteriza doença.
CARDÍACAS - Pancreatite
NEUROLÓGICA
EXAMES LABORATORIAIS
Hemograma completo com contagem de
plaquetas;
Contagem de reticulócitos; Ecocardiograma é indicado para avaliação de
acometimento valvar e o espessamento valvar é a alteração
Teste de Coombs direto;
mais encontrada. Também indicado para avaliação de
Velocidade de hemossedimentação (VHS);
hipertensão pulmonar, derrame pericárdico / pericardite,
Proteína C reativa;
endocardite de Libman-Sacks.
Eletroforese de proteínas;
Aspartato-aminotransferase (AST/TGO);
Alanina-aminotransferase (ALT/TGP);
Fosfatase alcalina; RNM de Crânio: Indicado para avaliação neurolúpus,
Bilirrubinas total e frações; vasculite em SNC ou acidente vascular encefálico.
Desidrogenase láctica (LDH);
Ureia e creatinina; OUTROS EXAMES
Eletrólitos (cálcio, fósforo, sódio, potássio e cloro); Artrocentese: Indicada, principalmente, para alívio em
Exame qualitativo de urina (EQU); pacientes com derrame articular importante. Se
Complementos (CH50, C3 e C4); monoartrite, o líquido sinovial deve ser enviado para
Albumina sérica; culturas, visando descartar a possibilidade de artrite séptica
Proteinúria de 24 horas ou relação
proteína/creatinina;
VDRL;
Punção Lombar: Indicada em vigência de febre e sintomas
Avaliação de autoanticorpos (FAN, anti-DNA
neurológicos, para exclusão de infecção do SNC. Achados
nativo, anti-Sm, anticardiolipina IgG e IgM,
compatíveis com inflamação podem estar presentes
anticoagulante lúpico, anti-La/SSB, anti-Ro/SSA e
durante a atividade de doença no neurolúpus.
anti-RNP).
AUTOANTICORPOS
Biópsia Renal indicada na presença de:
ator Antinuclear (FAN) Teste de screening
(Sensibilidade = 95-98%). Baixa especificidade. Creatinina sérica crescente na ausência de outra
Anti-dsDNA : Alta especificidade, baixa causa;
sensibilidade. Relação com atividade de doença, Proteinuria maior que 1,0 g na urina de 24 horas
principalmente renal. ou estimada pelo spot urinário;
Anti-Sm : Maior especificidade, porém baixa Proteinuria maior que 0,5 g na urina de 24 horas
sensibilidade. associada com hematuria ou cilindros celulares
Anti-Ro (SSA) / Anti-La (SSB) Associação com lesões (confirmados em dois testes em curto período de
cutâneas subagudas e crônicas, síndrome de tempo entre eles), na ausência de outras causas
Sjögren e lúpus neonatal.
Anti-P ribossomal : Relação com psicose lúpica. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Anti-beta2-glicoproteína I IgM, IgG e IgA :
Desde 2012 o diagnóstico é realizado através dos critérios
Relacionada a síndrome do anticorpo
do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating
antifosfolipídio.
Clinics).
Anticardiolipina IgM, IgG e IgA : Relacionada a
síndrome do anticorpo antifosfolipídeo.
Anticoagulante lúpico Relacionada a síndrome do
anticorpo antifosfolipídeo.
Anti-histona : Presente em 70% dos LES. No lúpus
farmacoinduzido, deve estar obrigatoriamente
presente (100% dos casos).
Teste de Coombs Direto : Denota hemólise
imunomediada. 4 ou mais dos 17 critérios, sendo, pelo menos, um critério
clínico e, pelo menos, um critério imunológico
MEDIDAS GERAIS
Repouso relativo (10 horas de sono por noite + um
cochilo pela tarde) → quanto mais ativa a doença
maior a fadiga e, portanto, maior a necessidade de
repouso.
Atividades físicas apropriadas ao momento clínico
da doença. Evitar exaustão.
Uso de protetor solar de preferência > 30 FPS para
proteção da luz ultravioleta.
Evitar estresse, pois pode exacerbar a doença.
Medidas que reduzam o risco cardiovascular como
monitorização e controle da PA, glicemia, perfil
lipídico, dieta saudável e abandono do tabagismo.
Existem poucas evidências de que paciente lúpicos
não possam utilizar medicamentos que podem
causar lúpus farmacológico, exceto as
sulfonamidas que costumam ser mal toleradas.
- Vacinas antipneumocócica e anti-influenza
inativadas são seguras para administração em
pacientes lúpicos.
TRATAMENTO
TERAPIA MEDICAMENTOSA – ANTIMALÁRICOS:
O tratamento visa controle dos sintomas, prevenção e/ou
redução das complicações e aumento da sobrevida do Hidroxicloroquina (até 400 mg/dia ou 5 mg/kg/dia) ou
paciente. cloroquina (250-500 mg/dia) são utilizadas para controle de
manifestações dermatológicas, fadiga e episódios de
artrite.
- Exame oftalmológico inicial com associação aos glicocorticoides no tratamento das
acompanhamento anual (trimestral, se usada manifestações graves da doença (p.ex. glomerulonefrites
cloroquina) → toxicidade retiniana dependente de proliferativas).
dose cumulativa.
- Ajudam a reduzir os índices de recidivas e BELIMUMAB:
permitem poupar corticoides, além de ter efeito
- É um anticorpo monoclonar, totalmente humano, que
antitrombótico e hipolipemiante, auxiliando na
inibe a atividade do fator estimulador de linfócitos B (BLys
redução do risco cardiovascular.
ou BAFF), uma citocina envolvida na patogênese do LES.
TERAPIA MEDICAMENTOSA – AINES - Deve ser utilizado na seguinte dosagem: 10 mg/kg IV, a
- Controle das manifestações musculoesqueléticas e cada duas semanas. Nos 3 primeiros ciclos, seguidos de 10
atuação nas serosites. mg/kg IV mensal.
- Atenção!! Pacientes lúpicos são mais propensos do que a EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO
população em geral a desenvolver hipertensão arterial
CORTICOIDES:
induzida (ou agravada) por AINEs.
Fraqueza muscular, miopatia corticosteroide, perda de
- Caso haja sinais de nefrite lúpica, os AINEs devem ser
massa muscular; agravamento dos sintomas de miastenia
interrompidos imediatamente.
gravis; osteoporose; fraturas por compressão vertebral;
necrose asséptica da cabeça do fêmur e do úmero; fratura
patológica de ossos longos; ruptura de tendão.
TERAPIA MEDICAMENTOSA – CORTICOIDES Entre eles, a pessoa pode ter cansaço, aumento dos níveis
- Pode ser utilizado em formulações tópicas, intralesionais, de açúcar no sangue, diminuição das defesas corporais,
orais e parenterais, sendo sua ação dose dependente. agitação, insônia, aumento de colesterol e de triglicerídeos,
dor de cabeça e glaucoma.
- Baixas doses → anti-inflamatório
- Altas doses → imunossupressão CICLOFOSFAMIDA
Aumenta o risco do paciente lúpico a desenvolver Alguns dos principais efeitos colaterais são queda do
osteoporose. cabelo, neutropenia (baixa da imunidade), náusea e
vômitos. Um efeito adverso importante é a cistite
Portanto é recomendado a reposição de cálcio e vitamina D hemorrágica (saída de sangue pela urina) que ocorre
nas pacientes em menopausa e em todos os usuários de quando as doses prescritas são superiores a 750mg/m2.
corticoide.
BELIMUMAB
- Paciente em uso de corticoide em doses ≥ 5
mg/dia de prednisona por mais de 3 meses devem As reações de hipersensibilidade não agudas, do tipo
receber doses profiláticas de bifosfonados (ex.: retardado, foram também observadas e incluíram sintomas
alendronato 35 Mmg/semana). como erupções cutâneas, náuseas, fadiga, mialgia, cefaleias
e edema facial. O mecanismo de ação de belimumab pode
aumentar o risco para o desenvolvimento de infeções,
incluindo infeções oportunistas.
CITOTÓXICOS:
- Ciclofosfamida, micofenolato e azatioprina geralmente
são empregados em HIDROXICLOROQUINA
Os efeitos colaterais mais comuns que podem surgir com o
uso da hidroxicloroquina são perda do apetite, mudança de
humor, dor de cabeça, visão turva, tontura, dor na barriga,
náuseas, diarreia, vômitos, erupções na pele e coceira.
AINES
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL