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LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

EPIDEMIOLOGIA
Sugerindo que o processo autoimune tenha sido
Foram registrados um total de 10030 casos de óbito por desencadeado pelo antígeno da vacina que causa um
Lúpus Eritematoso Sistêmico e Lúpus Eritematoso aumento na resposta imune do indivíduo.
Disseminado no Brasil entre os anos de 2010 a 2019.
A lista de medicamentos envolvidos na etiologia do LES é
Sendo o Sudeste a região como o maior número de casos
grande.
(4255 casos) seguido de Nordeste (2473 casos), Sul (1298
casos), Norte (1298 casos) e Centro-Oeste (978 casos).
O LES induzido por medicação pode surgir logo no início do
Foram observados os maiores números de casos de óbitos tratamento ou anos após.
para o sexo feminino em comparação ao sexo
masculinocom o percentual de casos superior a 86% para Entre os fármacos que podem induzir o LES estão alguns
todas as regiões do país anticonvulsivantes, penicilinas, sulfonamidas, tetraciclinas,
metildopa, bloqueadores Beta, contraceptivos orais,
No Brasil, ainda segundo a Sociedade Brasileira de estreptomicinas, tiazidas, estatinas e terbinafina
Reumatologia, “as estimativas indicam que existam cerca
de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres”  Gestação

A incidência estimada de LES em diferentes locais do A gravidez depende de uma adaptação do sistema imune
mundo é de aproximadamente 1 a 22 casos para cada materno que se torna tolerante aos antigênios fetais de
100.000 pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a origem paterna.
160 casos para cada 100.000 pessoas.
Uma das mais importantes alterações imunológicas que
No Brasil, estima-se uma incidência em torno de 8,7 casos ocorrem durante a gravidez consiste na substituição de
para cada 100.000 pessoas por ano, sendo mais comum em células Th1 por células Th2 ao nível da barreira feto-
mulheres, negras, na faixa etária entre 20 e 45 anos placentária e da circulação materna
(Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2019).
Em condições normais, os estrogênios estimulam tanto a
De todos os indivíduos com LES, 10% a 20% tem seu estágio resposta imune elular como a humoral (citocinas Th1 e
de desenvolvimento inicial da doença na infância. Th2).

FATORES DE RISCO Porém, em concentrações mais altas, como durante a


gestação, os estrogênios inibem a resposta mediada
Ainda não existe uma causa definida para o LES, mas pelas células Th1 e induzem a produção de anticorpos
acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, Th2.
imunológicos, hormonais e ambientais seja responsável por
seu desenvolvimento, sendo chamado de “Mosaico da Por esta razão, as doenças mediadas por células Th2,
Autoimunidade” como o LES, tendem a ter uma piora durante a gravidez

Estudos mais recentes demonstram uma ligação estreita do  Vitamina D


LES com deficiência nas células T reguladoras e linfócitos B.
Os efeitos da vitamina D sobre o LES é alvo de cada vez
 Vacinas e Medicamentos mais estudos. Vários autores têm evidenciado maior
A relação entre vacinas e doenças autoimunes é uma mão de prevalência da deficiência de vitamina D em pacientes com
duas vias. LES quando comparados com pacientes saudáveis.
De um lado, as vacinas previnem o surgimento de quadros
infecciosos, impedem o desenvolvimento de diversas Sugere-se que as alterações imunológicas causadas pela
doenças, inclusive as autoimunes de origem infecciosa. redução de vitamina D levam a uma diminuição da
tolerância imunológica, permitindo o desenvolvimento de
doença autoimune em indivíduos que já tem uma
predisposição genética
Por outro lado, há diversos casos de doenças autoimunes que
 Predisposição genética:
foram desencadeadas após a vacinação.
Vários genes contribuem para uma susceptibilidade ao LES, ETIOLOGIA
dificilmente um único gene é responsável pelo
desenvolvimento da doença e sim um conjunto de genes exemplo de outras doenças autoimunes, a etiologia do LES
como: é desconhecida, no entanto, a teoria mais aceita envolve a
o genes da classe II de Histocompatibilidade (HLA, DR2 exposição de pessoas geneticamente suscetíveis a agentes
e DR3 ambientais como vírus e drogas. A preponderância
o autoanticorpos como anti-SM (proteína ribonuclear feminina forte também sugere um papel para os fatores
pequena); anti-Ro, anti-La e antiDNA hormonais.

Deficiências hereditárias nos componentes do complemento A etiologia do LES aponta que a combinação de fatores
C1q, C2 ou C4 também tem influência na doença. genéticos, hormonais e ambientais contribui para elevar os
índices da doença, isso acontece de forma que a junção de
A Imunoglobulina A (IgA) é o segundo anticorpo mais comum, fatores em pessoas predispostas pode gerar um
desempenhando um papel importante na proteção imune. desequilíbrio no sistema imunológico.
Estudos demonstram que 5,2% das crianças e 2,6% dos adultos
com LES tem o anticorpo SIgAD. APOPTOSE

 Desregulação das células T A apoptose é um processo de destruição celular ordenado e


O entendimento do que são as células T é imprescindível para de remoção dos restos celulares.
a compreensão da patogênese do LES. Os linfócitos T ou
Várias doenças autoimunes têm sido associadas a
células T são um glóbulo branco e o principal efetor da
alterações no processo de apoptose.
chamada imunidade celular
A visão mais aceite sobre o assunto é que, durante o
Diversos estudos abordam o papel dos linfócitos T no LES e turnover normal dos tecidos, as células apoptóticas são
todos relatam que uma desregulação das respostas de LT capturadas pelas DC e transportadas para os gânglios
helper (Th) resulta em níveis anormais de várias citocinas linfáticos onde é induzida tolerância aos antígenos
relacionadas à patogênese do LES expostos.

 Autoanticorpos AUTO-ANTICORPOS

De acordo com Cruz et.al.,10 a produção de autoanticorpos A fonte mais provável dos auto-antigénios que vão dar
constitui o distúrbio imunológico central no LES. O principal é origem aos auto-anticorpos no lúpus são os restos celulares
o Fator Antinuclear (FAN). resultantes da apoptose

Entre os autoanticorpos presentes no LES estão: Anti-DNA As vesículas apoptóticas expõem na sua superfície
que acometem o material genético das células e encontram- moléculas intracelulares, que normalmente não são
se fundamentalmente no LES e valores elevados evidenciam a apresentadas ao sistema imunitário, como nucleossomas,
atividade da doença; Anti-SM que são altamente específicos Ro 62, Ro 50, La, entre outros.
para o LES e sua presença está associada ao acometimento do
Anticorpos contra estas substâncias são frequentes em
SNC.
pacientes com LES, e têm sido associados ao
 Hormônios desenvolvimento de lesões cutâneas e de LEC.
O LES é nove vezes mais freqüente em mulheres em idade
reprodutiva que em homens.

Além disso, os períodos de exacerbação da doença ocorrem


com mais freqüência durante a gestação, enquanto que as
remissões ocorrem na menopausa ou quando da falência
ovariana.

Os estrogênios e a prolactina (PRL) são hormônios


imunomoduladores que intervêm no processo da
autoimunidade. Esses hormônios interferem na maturação
das células B e consequentemente na produção de anticorpos
FISIOPATOLOGIA  Lúpus induzido por drogas: essa forma do lúpus
também é comum e acontece porque substância
O LES é uma doença multifatorial, com o seu ponto de algumas drogas e/ou medicamentos podem
principal um desequilíbrio do sistema imunológico, causada provocar inflamação com sintomas parecidos com
principalmente por uma inter-relação de fatores. o lúpus sistêmico.

Entre eles genéticos, hormonais e ambientais.


No entanto, a doença, nesse caso, tende a
O ponto principal é a produção anormal de autoanticorpos desaparecer assim que o uso da substância
pelas células B. Alguns anticorpos são bem específicos pra terminar.
LES, como anti-DNA, o anti-smith e o anti-P.
 Lúpus neonatal: esse tipo de lúpus é bastante raro
Em relação aos fatores genéticos, no LES, os indivíduos e afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm
possuem uma deficiência dos componentes da cascata de lúpus
complemento (C1q, C2 e C4), e tem-se que o C1q é o fator
mais associado mesmo que a alteração genética neste seja Normalmente, ao nascer, a criança pode ter
menos frequente. erupções na pele, problemas no fígado ou baixa
contagem de células sanguíneas, mas esses
Desta forma, essa relação de fatores vão ocasionar o não
sintomas tendem a desaparecer naturalmente
reconhecimento dos próprios anticorpos.
após alguns meses
Assim, com a não apoptose dos linfócitos B e a continua
MANIFESTAÇÕES CLÍNICA LES
produção de auto anticorpos, vai ocorrer um aumento de
BAFF/Blys, relacionados a sobrevida dos Linfócitos B, e a Sintomas constitucionais são bastante frequentes:
diminuição dos linfócitos T reguladores que são
responsáveis pela apoptose do linfócito B.  mal-estar,
 fadiga
Esses auto anticorpos produzidos em excesso, ativam o  queda do estado geral,
imuno complexo, que por sua vez estimula a resposta  febre
imune inata, pelas IL1 /TNF gerando um processo  perda ponderal
inflamatório.
Apesar de comuns são inespecíficos e de modo isolado não
O imuno complexo ativa o sistema complemento, levando o configuram diagnóstico da doença.
maior consumo dos complementos, dando inicio a um
processo de quimiotaxia e inflamação tecidual, causando A maioria dos pacientes possuem períodos de exacerbações
uma diminuição no Clarence do imuno complexo e dos intercalados por períodos de relativa melhora ou mesmo
restos apoptóticos inatividade.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PELE E MUCOSAS

 Lúpus Discoide: esse tipo de lúpus fica limitado à Lesões de pele específicas: presença de dermatite de
pele da pessoa. Pode ser identificado com o interface na biópsia de pele (infiltrado inflamatório
surgimento de lesões avermelhadas com distribuído ao longo da junção dermoepidérmica).
tamanhos, formatos e colorações específicas na
pele, especialmente no rosto, na nuca e/ou no AGUDAS:
coro cabeludo.
Presença de lesão em região malar ou em “asa de
borboleta” que se caracteriza por erupção sobre as
 Lúpus Sistêmico: esse tipo de lúpus é o mais bochechas e nariz, elevada, por vezes dolorosa e
comum e pode ser leve ou grave, conforme cada pruriginosa, frequentemente precipitada pela exposição
situação.
Pode durar horas a dias e é um evento recorrente. solar.
Nessa forma da doença, a inflamação acontece em
todo o organismo da pessoa, o que compremete Ausência de pápulas e pústulas e não acometimento dos
vários órgãos ou sistemas, além da pele, como sulcos nasolabiais.
rins, coração, pulmões, sangue e articulações.
A fotossensibilidade está associada a presença do anticorpo
Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem,
anti-Ro.
eventualmente, evoluir para o lúpus sistêmico.
SUBAGUDAS:  fenômeno de Raynaud, Lúpus bolhoso,
 úlceras de mucosas (tipicamente não doem).
Referem-se ao lúpus cutâneo subagudo, uma entidade
distinta, que pode estar associada ou não à forma sistêmica ARTICULARES/MUSCULARES
do lúpus.
 Poliartralgia e mialgias
Cursa com lesões cutâneas eritematosas e descamativas
difusas, não ulcerativas, predominando em membros A dor poliarticular (poliartralgia) envolve múltiplas
superiores e parte superior do tronco (a face geralmente é articulações
poupada).

Frequentemente são desencadeadas pela exposição solar e


são acompanhadas por sintomas musculares e Artrite lúpica geralmente segue um padrão simétrico, distal
anormalidade sorológicas (anti-Ro). e migratório com os sintomas durante 1 a 3 dias em cada
articulação.
 Erupção papuloescamosa (lenticular) que simula
psoríase ou lesões eritematoanulares, policíclicas, Apresenta-se associada a rigidez matinal inferior a 1 hora e,
que simulam eritema anular centrífugo. geralmente, possui pouco ou nenhum derrame articular.
 Lesão comum de lúpus: envolvimento do dorso
A artrite é critério diagnóstico, diferentemente da
das falanges de forma a poupar os nós articulares
artralgia.
das interfalangianas (espelho do sinal de Gottron
da polimiosite). As articulações mais envolvidas são das mãos, punhos e
joelhos.

CRÔNICAS:
Osteonecrose (ou necrose óssea avascular) deve ser
Lúpus discoide é a lesão cutânea crônica do LES. MAIS
suspeitada em pacientes lúpicos que se apresentam com
COMUM.
dor persistente.
Ela pode tanto ocorrer na ausência de quaisquer
Ocorre geralmente no quadril após a resolução de um
manifestações sistêmicas, quanto aparecer como parte de
quadro de poliartrite
um quadro de LES clássico.
Miopatia/miosite
Há predomínio na face, pescoço, couro cabeludo e pavilhão
auricular. RENAIS

Correspondem a placas eritematosas, infiltradas e Achados:


hiperpigmentadas, que evoluem lentamente com uma
cicatriz despigmentada e atrófica, principalmente no centro  Proteinúria > 500mg/24 h ou ≥ 3+ no EAS (50%)
da lesão.  Identificação de cilindros celulares no sedimento
urinário (50%)
Costuma deixar cicatrizes, incluindo alopecia irreversível.
A maioria dos portadores de LES acaba desenvolvendo
Paniculite de Kaposi: forma rara de lúpus cutâneo crônico. algum grau de nefropatia no decorrer da doença, sendo os
glomérulos os principais alvos renais.
 Nódulos firmes e dolorosos no tecido subcutâneo
 Quando a paniculite está presente abaixo de uma A deposição dos imunocomplexos DNa/anti-DNA é a base
região com lúpus discoide na superfície, temos o fisiopatológica da nefrite lúpica.
que se chama de lúpus profundo.

Lesões de pele não específicas de LES

 Vasculite cutânea
 alopecia não discoide
 livedo reticular (vasoespasmo das arteríolas
ascendentes da derme intercalado com regiões
onde essas arteriolar estão dilatadas), PULMONARES
 telangiectasias,
Pleurite lúpica (50%): embora possa haver derrames Podem ocorrer de forma isolada, mas geralmente
maciços, a dor pleurítica é mais comum do que o achado acontecem na vigência de um quadro sistêmico.
radiográfico de derrame pleural.
A manifestação mais frequente é a cefaleia (25%), seguida
O derrame é mais comumente bilateral, sendo sempre um de convulsões, AVE isquêmico (10%), AVE hemorrágico,
exsudato com níveis de glicose geralmente normais. Neuropatia periférica (15%), Mielite transversa (<1%) e
Meningite asséptica (<1%).
Pneumonite lúpica (10%): pode causar febre, tosse,
dispneia, hemoptise. HEMATOLÓGICA

Quando um paciente com LES desenvolve quadro São frequentes em pacientes com LES, sendo a mais
pneumônico, até que se prove ao contrário, este deve-se a comum a anemia (70%) normocítica e normocrômica,
infecção (pneumonia). associada ao aumento de VHS (causada por eritropoese
deficitária e disponibilização de ferro bloqueada, comum
“Síndrome do pulmão contraído”: é uma rara entidade em doenças crônicas).
lúpica.
Pode ser usada para avaliar a progressão/atividade da
Se caracteriza doença.

por dispneia + raio-X com elevação da cúpula diafragmática GASTROINTESTINAL


sem alterações de parênquima.
- Peritonite (serosite)
Ocorre devido fraqueza muscular, pela miosite lúpica.
- Vasculite mesentérica, que pode ser complicar com
infarto intestinal.

CARDÍACAS - Pancreatite

A manifestação mais frequente é a pericardite (30%). - Hepatomegalia é comum e as enzimas hepáticas,


principalmente as aminotransferases, podem estar
- Miocardite (10%)
elevadas, mas não há lesões hepáticas significativas.
- Endocardite de Libman-Sacks (10%): forma verrucosa e
É importante diferenciar de hepatite autoimune pela
não bacteriana de endocardite ou valvulite cardíaca.
presença do anticorpo anti músculo liso (anti-LKM1).
Ocorre principalmente na valva mitral (face atrial) e menos
Oculares
frequente na valva aórtica (face arterial).
- Ceratoconjutivite seca (Síndrome de Sjogren): é a
A manifestação mais temida desse tipo de endocardite é a
manifestação ocular mais comum, podendo apresenta-se
embolia pulmonar
associada ou não à xerostomia (15%).
- Coronariopatia (10%): LES é considerada fator de risco
- Vasculite retiniana é uma complicação rara, porém grave.
cardiovascular independente, ou seja, por si só já coloca o
O diagnóstico é feito pela presença de sinais algodonosos
paciente na categoria “alto risco”.
na fundoscopia (corpos citoides).
PSIQUIÁTRICAS

Cerca de metade dos casos de LES apresentam alguma


disfunção cognitiva, geralmente leve.

 Demência lúpica: fase mais avançada do quadro,


ocorrendo raramente.
 Psicose lúpica: ocorre geralmente no 1o ano de
doença, surgindo como um quadro de delirium.

O autoanticorpo anti-P tem sido associado com alterações


psiquiátricas do LES,em especial psicose e depressão.

NEUROLÓGICA
EXAMES LABORATORIAIS
 Hemograma completo com contagem de
plaquetas;
 Contagem de reticulócitos; Ecocardiograma é indicado para avaliação de
acometimento valvar e o espessamento valvar é a alteração
 Teste de Coombs direto;
mais encontrada. Também indicado para avaliação de
 Velocidade de hemossedimentação (VHS);
hipertensão pulmonar, derrame pericárdico / pericardite,
 Proteína C reativa;
endocardite de Libman-Sacks.
 Eletroforese de proteínas;
 Aspartato-aminotransferase (AST/TGO);
 Alanina-aminotransferase (ALT/TGP);
 Fosfatase alcalina; RNM de Crânio: Indicado para avaliação neurolúpus,
 Bilirrubinas total e frações; vasculite em SNC ou acidente vascular encefálico.
 Desidrogenase láctica (LDH);
 Ureia e creatinina; OUTROS EXAMES
 Eletrólitos (cálcio, fósforo, sódio, potássio e cloro); Artrocentese: Indicada, principalmente, para alívio em
 Exame qualitativo de urina (EQU); pacientes com derrame articular importante. Se
 Complementos (CH50, C3 e C4); monoartrite, o líquido sinovial deve ser enviado para
 Albumina sérica; culturas, visando descartar a possibilidade de artrite séptica
 Proteinúria de 24 horas ou relação
proteína/creatinina;
 VDRL;
Punção Lombar: Indicada em vigência de febre e sintomas
 Avaliação de autoanticorpos (FAN, anti-DNA
neurológicos, para exclusão de infecção do SNC. Achados
nativo, anti-Sm, anticardiolipina IgG e IgM,
compatíveis com inflamação podem estar presentes
anticoagulante lúpico, anti-La/SSB, anti-Ro/SSA e
durante a atividade de doença no neurolúpus.
anti-RNP).

AUTOANTICORPOS
Biópsia Renal indicada na presença de:
 ator Antinuclear (FAN) Teste de screening
(Sensibilidade = 95-98%). Baixa especificidade.  Creatinina sérica crescente na ausência de outra
 Anti-dsDNA : Alta especificidade, baixa causa;
sensibilidade. Relação com atividade de doença,  Proteinuria maior que 1,0 g na urina de 24 horas
principalmente renal. ou estimada pelo spot urinário;
 Anti-Sm : Maior especificidade, porém baixa  Proteinuria maior que 0,5 g na urina de 24 horas
sensibilidade. associada com hematuria ou cilindros celulares
 Anti-Ro (SSA) / Anti-La (SSB) Associação com lesões (confirmados em dois testes em curto período de
cutâneas subagudas e crônicas, síndrome de tempo entre eles), na ausência de outras causas
Sjögren e lúpus neonatal.
 Anti-P ribossomal : Relação com psicose lúpica. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
 Anti-beta2-glicoproteína I IgM, IgG e IgA :
Desde 2012 o diagnóstico é realizado através dos critérios
Relacionada a síndrome do anticorpo
do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating
antifosfolipídio.
Clinics).
 Anticardiolipina IgM, IgG e IgA : Relacionada a
síndrome do anticorpo antifosfolipídeo.
 Anticoagulante lúpico Relacionada a síndrome do
anticorpo antifosfolipídeo.
 Anti-histona : Presente em 70% dos LES. No lúpus
farmacoinduzido, deve estar obrigatoriamente
presente (100% dos casos).
 Teste de Coombs Direto : Denota hemólise
imunomediada. 4 ou mais dos 17 critérios, sendo, pelo menos, um critério
 clínico e, pelo menos, um critério imunológico

Exames radiológicos são indicados na suspeita de


alterações (derrame pleural, doença pulmonar intersticial,
vasculite, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo). OU
corticosteroides (prednisona ou prednisolona) na dose de
1-2 mg/kg/ dia, ou pulsoterapia com metilprednisolona (30
Biópsia renal demonstrando nefrite lúpica + positividade mg/kg/ dose) por três a cinco dias consecutivos, é o
para algum anticorpo presente na doença (FAN e/ou anti- tratamento inicial preconizado para o paciente com LESJ.
DNAds)
As doses de prednisona ou prednisolona devem ser
progressivamente reduzidas até sua suspensão completa,
minimizando os eventos adversos da droga.

Hidroxicloroquina é também utilizada para todos os


pacientes (independentemente do órgão ou sistema
associado) na dose de 5 a 7 mg/kg/ dia, visando à redução
precoce da corticoterapia e à diminuição das recidivas, já
que esse medicamento reduz mortalidade, dislipidemia e
anticorpos antifosfolípides

MEDIDAS GERAIS
 Repouso relativo (10 horas de sono por noite + um
cochilo pela tarde) → quanto mais ativa a doença
maior a fadiga e, portanto, maior a necessidade de
repouso.
 Atividades físicas apropriadas ao momento clínico
da doença. Evitar exaustão.
 Uso de protetor solar de preferência > 30 FPS para
proteção da luz ultravioleta.
 Evitar estresse, pois pode exacerbar a doença.
 Medidas que reduzam o risco cardiovascular como
monitorização e controle da PA, glicemia, perfil
lipídico, dieta saudável e abandono do tabagismo.
 Existem poucas evidências de que paciente lúpicos
não possam utilizar medicamentos que podem
causar lúpus farmacológico, exceto as
sulfonamidas que costumam ser mal toleradas.
 - Vacinas antipneumocócica e anti-influenza
inativadas são seguras para administração em
pacientes lúpicos.

TRATAMENTO
TERAPIA MEDICAMENTOSA – ANTIMALÁRICOS:
O tratamento visa controle dos sintomas, prevenção e/ou
redução das complicações e aumento da sobrevida do Hidroxicloroquina (até 400 mg/dia ou 5 mg/kg/dia) ou
paciente. cloroquina (250-500 mg/dia) são utilizadas para controle de
manifestações dermatológicas, fadiga e episódios de
artrite.
 - Exame oftalmológico inicial com associação aos glicocorticoides no tratamento das
acompanhamento anual (trimestral, se usada manifestações graves da doença (p.ex. glomerulonefrites
cloroquina) → toxicidade retiniana dependente de proliferativas).
dose cumulativa.
 - Ajudam a reduzir os índices de recidivas e BELIMUMAB:
permitem poupar corticoides, além de ter efeito
- É um anticorpo monoclonar, totalmente humano, que
antitrombótico e hipolipemiante, auxiliando na
inibe a atividade do fator estimulador de linfócitos B (BLys
redução do risco cardiovascular.
ou BAFF), uma citocina envolvida na patogênese do LES.

TERAPIA MEDICAMENTOSA – AINES - Deve ser utilizado na seguinte dosagem: 10 mg/kg IV, a
- Controle das manifestações musculoesqueléticas e cada duas semanas. Nos 3 primeiros ciclos, seguidos de 10
atuação nas serosites. mg/kg IV mensal.

- Atenção!! Pacientes lúpicos são mais propensos do que a EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO
população em geral a desenvolver hipertensão arterial
CORTICOIDES:
induzida (ou agravada) por AINEs.
Fraqueza muscular, miopatia corticosteroide, perda de
- Caso haja sinais de nefrite lúpica, os AINEs devem ser
massa muscular; agravamento dos sintomas de miastenia
interrompidos imediatamente.
gravis; osteoporose; fraturas por compressão vertebral;
necrose asséptica da cabeça do fêmur e do úmero; fratura
patológica de ossos longos; ruptura de tendão.

TERAPIA MEDICAMENTOSA – CORTICOIDES Entre eles, a pessoa pode ter cansaço, aumento dos níveis
- Pode ser utilizado em formulações tópicas, intralesionais, de açúcar no sangue, diminuição das defesas corporais,
orais e parenterais, sendo sua ação dose dependente. agitação, insônia, aumento de colesterol e de triglicerídeos,
dor de cabeça e glaucoma.
 - Baixas doses → anti-inflamatório
 - Altas doses → imunossupressão CICLOFOSFAMIDA

Aumenta o risco do paciente lúpico a desenvolver Alguns dos principais efeitos colaterais são queda do
osteoporose. cabelo, neutropenia (baixa da imunidade), náusea e
vômitos. Um efeito adverso importante é a cistite
Portanto é recomendado a reposição de cálcio e vitamina D hemorrágica (saída de sangue pela urina) que ocorre
nas pacientes em menopausa e em todos os usuários de quando as doses prescritas são superiores a 750mg/m2.
corticoide.
BELIMUMAB
 - Paciente em uso de corticoide em doses ≥ 5
mg/dia de prednisona por mais de 3 meses devem As reações de hipersensibilidade não agudas, do tipo
receber doses profiláticas de bifosfonados (ex.: retardado, foram também observadas e incluíram sintomas
alendronato 35 Mmg/semana). como erupções cutâneas, náuseas, fadiga, mialgia, cefaleias
e edema facial. O mecanismo de ação de belimumab pode
aumentar o risco para o desenvolvimento de infeções,
incluindo infeções oportunistas.

CITOTÓXICOS:
- Ciclofosfamida, micofenolato e azatioprina geralmente
são empregados em HIDROXICLOROQUINA
Os efeitos colaterais mais comuns que podem surgir com o
uso da hidroxicloroquina são perda do apetite, mudança de
humor, dor de cabeça, visão turva, tontura, dor na barriga,
náuseas, diarreia, vômitos, erupções na pele e coceira.

Além disso, em casos mais raros, esse remédio também


pode causar reações mais graves, como problemas de
visão, hipoglicemia, taquicardia, arritmia, problemas de
saúde mental, como ansiedade, alucinações e depressão.

AINES

No geral, o uso abusivo de anti-inflamatórios pode estar


associado a problemas como gastrite, úlceras, insuficiência
renal e hepatite medicamentosa.

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL

As manifestações do LES podem ser inespecíficas e o


diagnóstico diferencial irá incluir doenças inflamatórias,
infecciosas e, quando associadas a linfadenomegalia e
hepatoeplenomegalia, deve ser diferenciado das doenças
linfoproliferativas.

AFASTAR CONDIÇÕES QUE EXPLIQUEM OS SINTOMAS.

As manifestações cardíacas que devem ser consideradas no


diagnóstico diferencial incluem principalmente outras
causas de miocardite, Serosite, distúrbios de condução e
causas atero-embólicas

O mais importante no diagnóstico do lúpus como causa de


alterações do sistema nervoso é afastar as demais
condições que as justifiquem, como infecção,
anormalidades metabólicas, hemorragias, tromboses,
isquemias, distúrbios psiquiátricos não relacionados ao
lúpus, hipertensão arterial e drogas.

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