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1. Introdução...................................................................... 4
2. Epidemiologia............................................................... 4
3. Etiologia ......................................................................... 4
4. Fisiopatologia............................................................... 6
5. Manifestações clínicas.............................................. 7
6. Diagnóstico.................................................................18
7. Tratamento..................................................................21
8. Gestação e anticoncepção....................................27
9. Vacinação.....................................................................28
10. Acompanhameno do les.....................................29
11. Nefrite lúpica............................................................29
Referências bibliográficas .........................................37
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 3
ETIOLOGIA
MULTIFATORIA
IMUNOCOMPLEXOS
Figura 6. Fonte: LANNOTTI J. P. The Netter Collection of Medical illustrations. 2 ed. 2013
Psicose Plexopatia
Doença cerebrovascular
Mielopatia
Desordens do movimento
Síndromes desmielinizantes
Convulsões
Meningite asséptica
Pleurite
Rash malar em asa de borboleta
Pneumonite lúpica
Lúpus discoide
Miocardite
Alopecia
Infarto
Fotossensibilidade
Hemorragia pulmonar
Endocardite de Libman-Sacks
Pele e anexos
Grave: sistema Embolia pulmonar
nervoso, miocárdio, Cardiorrespiratória
pulmonar, vasculite Hipertensão
Pericardite
Segue “padrão” nos
Gastrointestinal
primeiros 5 anos
Úlceras orais
Hepatite
+ Comum: cutâneo-
Renal Isquemia intestinal
articular
Pancreatite
Sintomas
Sanguínea Urina muito espumosa
constitucionais
Nefrite lúpica
Insuficiência renal
Musculoarticulares Articular
Hematúria
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Lúpus cutâneo agudo, incluindo: eritema malar (não discoide), lúpus bolhoso, necrólise epidérmica tóxi-
ca – variante lúpus, eritema maculopapular, eritema fotossensível do lúpus ou lúpus cutâneo subagudo
(psoriasiforme/anular)
Lúpus cutâneo crônico: lúpus discoide, lúpus hipertrófico/verrucoso, lúpus profundus (paniculite), lúpus
túmido, lúpus mucoso, sobreposição líquen plano/lúpus discoide
Úlcera mucosa: palato, cavidade oral, língua ou úlcera nasal (na ausência de outras causas)
Artrite/Artralgia
- Sinovite (edema/derrame articular) ≥ 2 articulações
- Artralgia (dor) em 2 ou + articulações com rigidez matinal ≥ 30 min
Serosite
- Pleurite (dor ≥ 1 dia/derrame pleural/atrito pleural)
- Pericardite (dor ≥ 1 dia/derrame/atrito/alterações ECG)
Nefrite: proteinúria 24h > 500mg ou relação prot/creat > 500 mcg/mg (mg/g), cilindro eritrocitário
Neurológica: convulsão, psicose, mononeurite múltipla, mielite, neuropatia periférica/craniana, estado con-
fusional agudo (na ausência de outras causas)
Anemia hemolítica
Leucopenia (<4.000/mm3, em pelo menos uma ocasião) ou linfopenia (<1000/mm3, em pelo menos uma
ocasião)
Alteração imunológica
Anti-DNA positivo
Anti-Sm positivo
Anticorpo antifosfolípide positivo: anticoagulante lúpico positivo, anticardiolipina positivo (título modera-
do/alto – IgA/IgM/IgG), VDRL falso positiva, anti-α2 glicoproteína 1 positivo
O paciente deverá preencher pelo menos 4 critérios (incluindo 1 clínico e 1 imunológico) OU ter nefrite lú-
pica comprovada por biópsia renal com presença de FAN positivo ou anti-DNAn posito.
tenham nenhuma doença evidente. Com relação aos exames que refle-
Os anticorpos antiproteína P ribosso- tem envolvimento dos órgãos e sis-
mal (anti-P) são marcadores especí- temas: o hemograma pode revelar
ficos de LES, ocorrendo em 10 a 20% anemia, leucopenia e trombocitope-
dos casos e, possivelmente, apresen- nia; o exame de sedimento urinário
tando associação com manifestações pode apresentar proteinúria, hamatú-
neuropsiquiátricas da doença. ria, leucocitúria e cilindrúria; a biópsia
Outros anticorpos, os antifosfolípi- renal reflete a classe histológica da
des, são autoanticorpos que intera- nefrite; as enzimas musculares pode
gem com fosfolipídeos associados confirma a suspeita de miosite; as en-
a um cofator no endotélio vascular, zimas hepáticas podem fornecer in-
provocando tromboses arteriais e ve- dícios de hepatite; entre outros. Esses
nosas, plaquetopenia e abortos de exames complementares devem ser
repetição, além de insuficiência adre- realizados de acordo com a suspeita
nal, pré-eclâmpsia, livedo reticular, de acometimento de órgãos/sistemas,
valvopatia, entre outras. Os grupos exceto para os quadros hematológico
mais comuns de anticorpos antifosfo- e renal que devem ser avaliados in-
lípides são o anticoagulante lúpico dependentemente da manifestação.
(LA) e os anticorpos anticardiolipi- Os exames que refletem alterações
na (aCL). inflamatórias são inespecíficos e in-
cluem VHS e PCR. No lúpus, a PCR,
Também podem ser encontrados an- geralmente, não se eleva muito, salvo
ticorpos anti-histona nos casos de quando existe infecção associada.
lúpus induzido por medicamentos.
Esses são de caráter temporário e
desaparecem poucos meses após o
término do tratamento com medica-
ção indutora.
Outra característica que auxilia no
diagnóstico e acompanhamento do
pacientes é a avaliação do sistema
complemento. O consumo do com-
plemento (C3, C4 e complemen-
to hemolítico total) é uma alteração
importante.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 20
FAN
ANTI-dsDNA
MANIFESTAÇÕES
CRITÉRIO DE CLÍNICAS
CLASSIFICAÇÃO ANTI-RO
(SLICC) MARCADORES
IMUNOLÓGICOS
ANTI-P
DIAGNÓSTICO
HEMOGRAMA
ANTI-HISTONA
ENZIMAS HEPÁTICAS/
MUSCULARES
VHS/PCR
I) Educação: informar, ao paciente e aos familiares, o que é a doença, sua evolução, riscos
e os recursos disponíveis para diagnóstico e tratamento. Recomenda-se a necessidade de
cumprimento das medidas estabelecidas pelo médico.
II) Apoio psicológico: transmitir otimismo e motivação para o tratamento, além de estimular
os projetos de vida. O paciente deve ser capaz de levar sua vida social, profissional e afetiva
de forma normal.
III) Atividade física: repouso nos períodos de atividade sistêmica da doença e medidas visan-
do melhora do condicionamento físico (estimular a atividade física regular).
IV) Dieta: recomenda-se a adoção de uma dieta balanceada, evitando-se excessos de sal,
carboidratos e lipídeos.
V) Proteção: contra luz solar e outras forma de irradiação ultravioleta (protetores solares,
roupas, chapéus, sombrinhas).
VI) Evitar: tabagismo, pois está implicado na patogenia da doença cardiovascular e exacer-
bação das lesões discoides.
MANIFESTAÇÃO CUTÂNEA
MANIFESTAÇÃO HEMATOLÓGICA
MANIFESTAÇÃO ARTICULAR
DIFOSFATO DE
CLOROQUINA
DEMAIS MANIFESTAÇÕES ANTIMALÁRICOS
SULFATO DE
HIDROXICLOROQUINA
TRAMENTOS
ESPECÍFICOS A
DEPENDER DO
PREDNISONA
ACOMETIMENTO
CORTICOIDES
METILPREDNISOLONA
IMUNOSSUPRESSORES MICOFENOLATO
CICLOFOSFAMIDA
MEDIDAS GERAIS
BELIMUMABE
IMUNOBIOLÓGICOS
PROTEÇÃO (LES REFRATÁRIO)
RITUXIMABE
CESSAR TABAGISMO
DIETA
ATIVIDADE FÍSICA
APOIO PSICOLÓGICO
EDUCAÇÃO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 26
SEMPRE CONSIDERADA
DE ALTO RISCO
SÍNDROME
ANTIFOSDOLÍPIDE
ACOMPANHAMENTO
GESTAÇÃO
MULTIDISCIPLINAR
LÚPUS NEONATAL
REPERCUSÕES DO LES
RETARDO DO
CRESCIMENTO
INTRAUTERINO
PROGESTERONA
HIPERTENSÃO
CONTRACEPÇÃO
MÉTODOS DE BARREIRA
Albumina
Relação proteína/creatinina
DO LES
11. NEFRITE LÚPICA
Periodicamente, os pacientes com lú-
pus precisam ser monitorados quanto A nefrite lúpica é frequente no LES,
a atividade da doença. Nesse sentido, uma vez que 74% dos pacientes se-
marcadores imunológicos como an- rão acometidos em algum momento
ti-DNA e complemento se mostram na evolução da doença, sendo um in-
úteis. Para a avaliação de toxicidade dicado de pior prognóstico. Essa pa-
medicamentosa da terapêutica podem tologia renal ocorre por depósito de
ser solicitados hemograma, função imunocomplexos circulantes ou for-
hepática e função renal. Também é mação local desses complexos nos
importante o perfil osteometabólico glomérulos levando à ativação do
devido ao uso recorrente de corticoi- complemento e subsequentemente
des no tratamento do LES. A albumina recrutamento de células inflamató-
pode ajudar a reconhecer danos renais rias. Além do processo inflamatório,
(proteinúria). O VHS e o PCR, apesar da necrose e da formação de cicatri-
de não serem marcadores a atividade zes nos glomérulos, a patologia renal
se caracteriza por lesões vasculares
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 29
CLASSE DESCRIÇÃO
PAS: H & E:
Glomérulos mostran- Glomérulos mostrando
do aumento da matriz proliferação focal e ade-
mesangial são de tufos glomerulares
Imunofluorescência: Imunofluorescência:
Depósito mesangial Depósitos granulares
de imunocomplexos de imunocomplexos nas
imunofluorescência paredes dos capilares
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 32
H & E:
Glomérulos apresentando PAS:
modificações proliferati- Espessamento difuso da
vas, necrose e corpos de membrana basal
hematoxilina (seta)
Imunofluorescência:
Imunofluorescência:
Depósito granular e
Depósitos maciços de
homogêneo difuso nas
imunocomplexos
paredes capilares
Diagrama:
Diagrama:
Depósito suben-
Depósitos subendoteliais
dotelial maciço de
difusos
imunocomplexos
Tabela 6. Fonte: LANNOTTI J. P. The Netter Collection of Medical illustrations. 2 ed. 2013
DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
Na prática clínica, nem sempre é pos- O tratamento da nefrite lúpica é di-
sível fazer a biópsia renal, embora vido em fases de indução e manu-
esse seja um procedimento relati- tenção. Ele é direcionado a pacientes
vamente simples quando feito por que apresentem lesão renal classe III,
profissionais experientes. A biópsia IV ou V. Para indivíduos que tenham
permite o reconhecimento de mar- lesão renal classe I ou II a conduta é
cadores diagnósticos e prognósticos expectante na maioria das vezes, sal-
que podem influenciar a escolha te- vo se houver proteinúria persistente
rapêutica. Para os pacientes não sub- ≥ 1 g/24. Nessa condição, considera-
metidos à biópsia renal, e para todos -se indução e manutenção com uso
ao longo da evolução, usam-se mar- de azatioprina ou micofenolato de
cadores clínicos e laboratoriais que mofetila. A lesão renal classe VI é se-
auxiliam a caracterizar a gravidade e quelar e não benefício de terapêutica
atividade da glomerulonefrite e orien- medicamentosa.
tam o uso dos agentes imunomodu- A fase de indução do tratamento
ladores e/ou imunossupressores. tem duração variável, sendo habitual
3 meses a 1 ano, mas em média apre-
senta duração de cerca de 6 meses.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 33
INDUÇÃO
PULSOTERAPIA PULSOTERAPIA
Ciclofosfamida
Metilprednisolona
EV - 500 a 1 g/m² por mês
EV - 1 grama ao dia por 3 dias
Após: Prednisona
Ou
VO - 0,5 a 1 mg/kg/dia
Micofenolato mofetil 3 g/dia
MANUTENÇÃO
(3 a 5 anos)
Azatioprina
2 a 3 mg/kg/dia
Micofenolato motefil
2 g/dia
Dose de prednisona:
10 mg em desmame
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Estrógeno
Afrodescentes
Inflamação de diversos órgãos Rara: crianças e idosos
Dano tecidual
Não é igual a Complexa e multifatorial
Epidemiologia
Formação e deposição de lúpus cutâneo
imunocomplexos Hormonal
Específico Anti-P
SLICC 2012
Atividade clínica Anti-ds DNA
Anti-P
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 36
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO MA; LANNA CCD; BERTOLO, MB; FERREIRA, GA. Reumatologia - Diagnóstico
e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.
VASCONCELOS, José Tupinambá Sousa; NETO, João Francisco Marques; SHINJO, Samuel
Katsuyuki; RADOMINSK, Sebastião Cezar. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia 1
ed. 2019.
Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o diagnóstico, manejo e tratamento
da nefrite lúpica. REV BRAS REUMATOL. 2015.
KASPER, Dennis L. et al. Medicina interna de Harrison. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2017.
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. SaundersElsevier, 2012.
LANNOTTI, J. P; PARKER, R.D. The Netter Collection of Medical illustrations. 2 ed. 2013.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 37