Você está na página 1de 4

Streptococcus pyogenes

S. pyogenes zoom 900x. From Centers for Disease Control


and Prevention's Public Health Image Library's

Taxonomia Caracteristicas
Domínio: Bacteria
Cocci, aerotolerante, com cerca de 0,5 - 1
Reino: Monera micrômetros, gram positivas, catalase
negativo. Extracelulares, sem mobilidade e sem
Filo: Firmicutes esporulação. Enquadrada no agrupamento
Classe: Bacilli Lancefield 1 de antígeno A (denominada GAS).
Streptococcus do grupo A cultivados em agar
Ordem: Lactobacillales com sangue produzem zonas de beta hemólise
Família: Streptococcaceae que é a completa destruição de hemácias. É não
frequentemente encontrada na biota da pele e é
Género: Streptococcus patogênica.

Genoma Histórico
Único cromossomo, circular; Algumas pessoas portam S. pyogenes na
aproximadamente 1,8 Mbp; com média garganta sem problemas, apesar desta
de 38.5 ± 0.1% de GC; 1,826 ± 92 poder causar infecções diversas. Algumas
protein-coding regions (CDSs), 5 ou 6 mais leves como impetigo em infantes, ou
rRNA operons, e de 57 a 67 genes gargantas inflamadas (faringite). Como
codificantes de tRNA. Esse tamanho de infectar camadas profundas da pele e
genoma e quantidade de GC são comuns causar também celulite e erisipela. Ao
no filo Firmicutes e são baixos no afetar o compartimento fascial, pode
domínio Eubacteria. Genoma causar a necrose dos tecidos moles do
sequenciado em 2001 da estirpe SF370. corpo e a eventual perca de membros e
morte. As infecções estão relacionadas a
Ciclo de vida toxinas bacterianas; febre escarlate, e febre
puerperal. Além disso, S. pyogenes podem
também causar doenças não pyogenicas,
gerando complicações mediadas no
sistema autoimune pós infecção como
febre reumática e glomerulonefrite aguda.
A importante descoberta da penicilina foi
sublime para combater S. pyogenes, que é
sensível ao mesmo; Outras infecções
toxigênicas de S. pyogenes podem levar a
síndrome de choque tóxico streptococcal,
levando á morte em 7 dias 44% de quem a
contrai (LAMAGNI et al., 2008). Quando
o tratamento com penicilina falha, atribui-
se a outros microrganismos que em
comensalismo produzam B-lactamase.
Mecanismos genéticos
S. pyogenes é dotada de diversos fatores de virulência eu a possibilitam unir-se
aos tecidos hospedeiros, evitar a resposta imunológica e se difundir penetrando nas
camadas dos tecidos. Esta possui uma capsula envoltória de ácido hilaurônico que a
protege de fagocitose pelos neutrófilos. Na sua membrana detêm proteínas M, ácido
lipoteicoico e proteína F que a ajudam anexar a várias células hospedeiras. A proteína
M inibe a opsonização pelo sistema complemento por se ligar a reguladores do
complemento. Entretanto a proteína M também é seu ponto fraco pois é o antígeno
reconhecido pelo sistema imunológico. Esta proteína é também diferente em c ada
estirpe e portanto utilizada clinicamente para confirmar qual a cepa causadora da
infecção.

Estreptolisina Uma exotoxina, uma das bases da propriedade beta-hemolítica do


O organismo, a estreptolisina O causa uma resposta imune e a detecção de
anticorpos; A antistreptolisina O (ASO) pode ser usada clinicamente para
confirmar a infecção recente.
Estreptolisina Exotoxina cardiotóxica, outro componente beta-hemolítico, não
S imunogênico e estável ao O2: Potente toxina celular que afeta muitos
tipos de células, incluindo neutrófilos, plaquetas e organelas subcelulares.
Superantígenos Superantígenos secretados por muitas cepas de S. pyogenes: Essa
pirogênicos da exotoxina pirogênica é responsável pela erupção cutânea da escarlatina e
exotoxina por muitos dos sintomas da síndrome do choque tóxico estreptocócico
estreptocócica (TSLS).
A e C (SpeA,
SpeC)
Streptokinase Ativa enzimaticamente o plasminogênio, uma enzima proteolítica, na
plasmina, que por sua vez digere fibrina e outras proteínas
Hialuronidase É amplamente assumido que a hialuronidase facilita a disseminação de
bactérias através dos tecidos, quebrando o ácido hialurônico, um
componente importante do tecido conjuntivo. Os poucos isolados capazes
de secretar hialuronidase parecem não precisar dele para se espalhar pelos
tecidos ou causar lesões na pele. O verdadeiro papel da hialuronidase na
patogênese, se houver, permanece desconhecido.
Streptodornase A maioria das cepas de S. pyogenes secretam até quatro DNases
diferentes, às vezes chamadas de estreptodornase. As DNases protegem as
bactérias do aprisionamento em armadilhas extracelulares de neutrófilos
(NETs), digerindo a rede de DNA das NETs, que estão ligadas às serina
proteases de neutrófilos que podem matar as bactérias.
C5a peptidase A C5a peptidase cliva uma quimiotaxina de neutrófilos potente chamada
C5a, que é produzida pelo sistema complemento.
Protease O tecido afetado de pacientes com casos graves de fasceíte necrosante é
estreptocócica desprovido de neutrófilos. A serina protease ScpC, liberada por S.
de quimiocina pyogenes, é responsável por impedir a migração de neutrófilos para a
infecção disseminada. ScpC degrada a quimiocina IL-8, que de outra
forma atrairia neutrófilos para o local da infecção.
Aplicações biotecnológicas

Valendo-se de uma adesina chamada FbaB, Zakeri et al., do departamento de


Bioquímica da universidade de Oxford, construíram uma super cola biológica de proteínas
muito resistente (1nN) e portanto estabilidade mecânica e termodinâmica. Separando-a em
dois fragmentos um maior e outro menor respectivamente: Spycatcher e SpyTag. Ao unir
os pedaços, formassem rapidamente ligações covalentes com alta eficiência e estabilidade,
tal que detergente fervendo não separa. Possíveis usos seriam para unir enzimas em uma
bioreação e aumentar a velocidade da reação e assim os lucros. Ou unir o aparato
fotossintético de plantas e recriar artificialmente o processo natural em maior escala.
Fora desvendado o sistema CRISPR/Cas através da observação dos mecanismos
dessa bactéria, que é basicamente uma função imune bacteriana para proteger a célula de
plasmídeos e fagos, utilizando crRNAs em conjunto com a proteína cas9 pra destruir
DNAs invasores, apartir de 2012, através do trabalho de Jennifer Doudna da Berkeley
University of Carlifornia e Emmanuelle Charpentier diretora do Instituto Max Planck de
Biologia de Infecção em Berlim sendo usado para editar DNA e mais recentemente
pesquisadores exploram a sua capacidade para editar RNA.

Referências
Foto: Streptococcus pyogenes.jpg. (1979). En.wikipedia.org. Retrieved 24 September 2019,
from https://en.wikipedia.org/wiki/File:Streptococcus_pyogenes.jpg
1 Lancefield grouping of clinically relevant beta-hemolytic streptococci - Microbeonline.
(2015). Microbeonline. Retrieved 24 September 2019, from
https://microbeonline.com/lancefield-grouping-clinically-relevant-beta-hemolytic-
streptococci/
²LAMAGNI, Theresa L. et al. Epidemiology of Severe Streptococcus pyogenes Disease in
Europe [s. l.], v. 46, n. 7, p. 2359–2367, 2008.
AMELUNG, Silva et al. The FbaB-type fibronectin-binding protein of Streptococcus
pyogenes promotes specific invasion into endothelial cells. [s. l.], v. 13, n. May, p. 1200–
1211, 2011.
BIOLOGY, Basic; MANIFESTATIONS, Clinical. Streptococcus pyogenes. [s. l.], 2017.
DELTCHEVA, Elitza et al. Europe PMC Funders Group Europe PMC Funders Author
Manuscripts CRISPR RNA maturation by trans -encoded small RNA and host factor RNase
III. [s. l.], v. 471, n. 7340, p. 602–607, 2011.
HEALTH, Public; LIBRARY, Image. Streptococcus pyogenes. [s. l.], p. 7–9, 2008.
ZAKERI, Bijan et al. Peptide tag forming a rapid covalent bond to a protein , through
engineering a bacterial adhesin. [s. l.], v. 109, n. 12, 2012.
Nytimes.com. (2019). Scientists Find Form of Crispr Gene Editing With New
Capabilities. [online] Available at: https://www.nytimes.com/2016/06/04/science/rna-c2c2-
gene-editing-dna-crispr.html [Accessed 25 Sep. 2019].

Pancholi V, Caparon M. Streptococcus pyogenes Metabolism. 2016 Feb 10. In: Ferretti JJ,
Stevens DL, Fischetti VA, editors. Streptococcus pyogenes : Basic Biology to Clinical
Manifestations [Internet]. Oklahoma City (OK): University of Oklahoma Health Sciences
Center; 2016-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK333417/
(AMELUNG et al., 2011; BIOLOGY; MANIFESTATIONS, 2017; DELTCHEVA et al.,
2011; HEALTH; LIBRARY, 2008; LAMAGNI et al., 2008; ZAKERI et al., 2012)

Você também pode gostar