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DESCRIÇÃO

Conceituação de patologia, etiologia, patogenia e fisiopatologia. Patologias endócrinas,


infecciosas, metabólicas, tumores e lesões semelhantes a tumores.

PROPÓSITO
Conhecer o processo de desenvolvimento de doenças, suas causas e seus mecanismos de
ação,
a reação do organismo ao agente patológico e, por fim, as lesões e as patologias
metabólicas, infecciosas, endócrinas e tumorais, além da identificação de lesões nas
imagens
radiográficas convencionais e do entendimento do aspecto radiográfico normal
para a
classificação dos achados anormais e a possibilidade de enquadramento como
processos
patológicos.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar a leitura deste conteúdo, procure nas bibliotecas virtuais de sua
universidade
livros de anatomia radiológica para revisar os conceitos gerais e melhorar
sua compreensão do
conteúdo.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar as principais lesões infecciosas, endócrinas e


metabólicas, além dos achados
relevantes na interpretação radiográfica

MÓDULO 2

Correlacionar as lesões tumorais e pseudotumorais aos possíveis


achados radiográficos,
assim como suas relações e diferenças

MÓDULO 1

 Identificar as principais lesões


infecciosas, endócrinas e metabólicas, além dos achados
relevantes na interpretação
radiográfica

CONCEITOS
O QUE É PATOLOGIA?

Muitos profissionais de saúde pouco se debruçam sobre assuntos relacionados ao processo


saúde/doença. Eles tampouco buscam conhecer mais sobre uma patologia. É comum ainda
que
entendam saúde como ausência de doença e vice-versa, embora a literatura médica
reconheça que os conceitos sobre ambos são bem mais amplos e multifacetados.

Outro ponto a se considerar é que a patologia é o principal objeto do exame de imagem.


Portanto, o profissional deve ter um conhecimento de base para a compreensão do objetivo
diagnóstico dos conhecimentos sobre ela na sua prática.

A patologia é o estudo do sofrimento e da dor. Pode parecer exagero, mas,


etimologicamente, é
isso que ela significa. Do grego, a palavra “patologia” deriva de
pathos (sofrimento) e logos
(estudo).

DE MODO MAIS AMPLO


DE MODO MAIS TÉCNICO

DE MODO MAIS AMPLO

A Patologia é um campo de saber responsável por investigar os processos de


desenvolvimento
das doenças.

DE MODO MAIS TÉCNICO

A Patologia é definida como o estudo das alterações estruturais, bioquímicas e


funcionais do
organismo que caracterizam uma doença. Seu campo visa explicar os
“porquês” e as causas
dos sinais manifestados pelo paciente, fornecendo uma base
racional para o diagnóstico e o
cuidado do doente.

Os quatro eixos que norteiam os estudos em Patologia são:

Etiologia – estudo das causas ou dos causadores da doença.

Patogenia – estudo dos mecanismos de desenvolvimento de


ação/reação.
Fisiopatologia – estudo das alterações bioquímicas e
estruturais em razão da manifestação da
doença.

Sintomatologia – estudo das consequências funcionais e das


manifestações clínicas no
paciente.

ETIOLOGIA

Para a etiologia, o importante é investigar a causa da doença e os seus


agentes, sejam
eles
hereditários ou adquiridos ao longo da vida. Hoje em dia, a Medicina explica que
algumas
doenças têm causas multifatoriais, como o câncer e a aterosclerose, reconhecendo
que esse é
um dos motivos que dificulta a descoberta da “cura” para essas doenças.
Vírus, bactérias,
fungos, vermes, tabagismo ou alcoolismo também são considerados
agentes etiológicos.

Veja com a atenção a figura 1. Na primeira imagem,


há uma flora vaginal saudável composta
por lactobacilos (bastonetes). Na segunda, as
células azuladas são amebas fagocitando outras
células. Na terceira, existem fungos
causadores da candidíase vaginal. Na quarta, as bactérias
causadoras da gonorreia são
esféricas (cocos).

Foto: Shutterstock.com
 Figura 1:
Lâminas observadas no microscópio mostram agentes etiológicos.

PATOGENIA

Sequência de eventos provocados pelo agente etiológico nas células ou nos tecidos. A
partir
dessa perspectiva, não é importante apenas caracterizar o agente causador da
doença, mas
também compreender como ela se instala nos tecidos, como age sobre o
organismo e quais
são as respostas dele à permanência e à progressão da doença. É o que
a Patologia chama de
“expressão da doença”. A inflamação, por exemplo, é um processo
patogênico comum em
diversas doenças.

FISIOPATOLOGIA

Estuda o grupo de alterações estruturais, funcionais e bioquímicas que caracterizam uma


determinada doença, mas não deve ser confundida com sintoma. Seu objetivo, afinal, é
avaliar
as consequências morfofuncionais, ainda que elas não produzam reações ou
sintomas
aparentes no paciente. A leucopenia (queda do número de leucócitos) é um bom
exemplo de
processo fisiopatológico.

SINTOMATOLOGIA

Avalia as consequências da fisiopatologia na vida do paciente de forma clínica, ou seja,


como
essas alterações influenciam nas atividades normais do organismo dele,
preocupando-se
também com o curso clínico. O corpo dá sinais que indicam determinada
doença, como, por
exemplo, a cor amarelada dos olhos (icterícia) causada pelo aumento de
bilirrubina no sangue.
Essa manifestação física sugere algum tipo de doença hepática.

Foto: Shutterstock.com
 Figura 2:
Paciente com pigmento amarelado nos olhos resultante de altos

níveis séricos
de
bilirrubina.

 COMENTÁRIO

Neste módulo, as patologias serão abordadas e descritas


com base nos quatro eixos que
acabamos de estudar. Vale frisar que todas as
lesões e processos patológicos podem ser
categorizados com base nesses quatro
quesitos, o que facilita a identificação e a tomada de
decisões.

AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS INFECCIOSAS


Infecção é um processo pelo qual um tecido é invadido por agentes
causadores de doenças.
De acordo com o agente etiológico, ela pode ter vários causadores:

Vírus

Bactérias

Fungos

Protozoários ou por outros microrganismos

PRIMEIRO SINAL DE INFECÇÃO


A primeira reação do corpo diante de uma infecção é a leucocitose (Aumento do número de
glóbulos brancos.) .
Quando a infecção ocorre em tecidos de revestimento, ela pode ser
seguida de processos inflamatórios: ocorre, assim, uma hiperamia (Aumento do fluxo
sanguíneo.) ,
um
edema (Inchaço.) e a migração de
hematócitos (Células sanguíneas.)
para
o interstício, que seria a
zona entre o vaso de migração e a área lesionada. Esse movimento
produz vermelhidão aparente (ou não) e o surgimento de exsudato (Pus.) ,
pois ocorre uma
intensa produção de macrófagos e linfócitos com o
objetivo de combater o invasor.

SEGUNDO SINAL DE INFECÇÃO

O segundo sinal de um processo infeccioso é a pirexia (Febre.) , que consiste


no aumento da
temperatura induzido pelo sistema imunológico para
matar os micróbios, os quais, por sua vez,
sobrevivem em
temperaturas corporais normais (entre 34 e 36°C). Em alguns casos, a
febre é
apenas uma evidência da intensa produção de macrófagos.

A figura 3 apresenta o processo de uma inflamação bacteriana decorrente


de trauma
(perfuração):

01
02
03
04
05
Após a injúria física, as bactérias se proliferam e as histaminas liberam sinais
químicos aos
capilares;

Ao receber a sinalização, os fagócitos macrófagos migram dos capilares ao local do


trauma;

A intensa atividade local causa hiperemia e pirexia;


Por fim, os fagócitos e os macrófagos consomem as bactérias e os restos celulares, os
quais
também podem ser expelidos na forma de pus;

As plaquetas são enviadas dos capilares para cicatrizar a abertura da ferida.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 3:
Esquema básico de uma infecção bacteriana decorrente de trauma (perfuração).

Conheceremos a seguir algumas lesões infecciosas visíveis em exames


radiográficos, como a
osteomielite e a tuberculose.
Também vamos relembrar algumas
“-ites” já estudadas, bem
como os quadros de evolução das doenças na imagem em
comparação com outras imagens
de aspecto clínico normal.

OSTEOMIELITE

O sufixo “-ite” é indicador de inflamação ou infecção para a maioria das patologias. O


termo
“osteomielite” deriva do grego ostéon (osso) e
myelós (medula); logo, trata-se de
uma
inflamação da medula óssea causada por agentes infecciosos.

O quadro mais comum é a osteomielite piogênica (formadora de pus). No estágio


inicial da
infecção, as bactérias se multiplicam, desencadeando uma reação inflamatória localizada
que
resulta em morte celular focal.
Com o tempo, a infecção torna-se
demarcada por uma
borda de tecido de granulação e por
uma nova deposição óssea. Os membros inferiores são
os mais acometidos, seguidos pela
coluna vertebral e pela porção distal do rádio.

Os agentes etiológicos mais comuns são as bactérias, embora também


existam quadros
infecciosos causados por fungos. Das bactérias, as mais comuns são o Staphylococcus
aureus
e o Streptococcus pyogenes. O processo infeccioso causa febre, dor
intensa, edema
(inchaço)
no local da infecção (fase aguda, < 7 dias) e permanência da febre devido à
formação de pus e
fístulas (fase crônica,> 7 dias).

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 4:
Fotomicrografia colorida exibe um tecido ósseo infeccionado.

Por meio da fotomicrografia colorida, é possível percebermos:

Áreas rosas mais homogêneas: Tecidos lesionados, com


células ósseas substituídas por um
tecido fibroso formando as
fístulas.

Áreas com pontilhados roxos: Células ósseas.

Manchas brancas: Tecidos em processo infeccioso ativo.

Em termos fisiopatológicos, a osteomielite causa edemas nos tecidos


moles, redução da
massa óssea, destruição progressiva do osso cortical, esclerose endosteal (enrijecimento
interno da medula), reabsorção da massa medular e remodelação interna. Na maioria dos
casos, esses aspectos são imperceptíveis em exames de imagem, sendo vistas em estágio
inicial somente em exames de ressonância – o que geralmente não é indicado por se tratar
de
um exame de alta complexidade.
 IMPORTANTE

Os achados radiográficos iniciais podem


ser sutis e as
alterações podem não ser óbvias até 7
dias (crianças) e 14 dias (adultos) após o
início da infecção. Nas radiografias realizadas após
esse período, várias
alterações podem ser observadas. Dentre os achados mais relevantes,
podemos
citar osteopenia regional, com reações periosteais de espessamento conhecidas
com periostite.

Na imagem radiográfica, são visíveis edemas nos tecidos moles (opacos), destruição do
tecido
ósseo (transparentes), esclerose endosteal (cavidade medular opaca) e fístulas
(canais
transparentes com paredes opacas) evidentes nas epífises ou metáfises de ossos
longos.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
5: Ilustração da fisiopatologia na osteomielite. A área infectada
(verde) pode destruir
a matriz óssea morta na parte interna. Quando
avança para a região periosteal, ela é capaz de
formar abscessos
envolvidos por invólucro ósseo.

Imagem: Shuttestock.com

 Figura
6: Na radiografia, as bordas ósseas ficam deformadas e o osso tem um
aspecto
dilatado, como se observa na radiografia da perna e do úmero. As
zonas transparentes são
áreas infeccionadas, enquanto as bordas ósseas
aparecem radiopacas.

A redução da massa óssea ocorre sempre de dentro para fora, o que vai
modificando a
arquitetura cortical. Na medida em que o corpo reage à antibioticoterapia, é produzida
nova
deposição óssea, seguida ou não de esclerose (opacidade) periférica.

Nos casos mais graves e mais crônicos, observa-se uma região medular totalmente radiopaca
em razão da neoformação óssea na parte interna. Essa reação resulta em trabeculação
grosseira e, consequentemente, em imagens irregulares na trama óssea.

Veja estas duas imagens para entender melhor este quadro:


Imagem: Shutterstock.com

 Figura
6: Radiografia de antebraço, projeção lateral, exibe a diáfise radial
totalmente
deteriorada. Note as bordas corticais inteiramente
deterioradas e uma fratura patológica no
terço distal em razão de um
sequestro ósseo (lesão lítica).

Imagem: sarindam7 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
7: Radiografias da perna, projeções AP e lateral, mostram neoformação
óssea e
trabeculação grosseira da diáfise tibial. Observe o contorno
ósseo e perceba a irregularidade
das bordas corticais.

Um caso importante de se discutir é a fase subaguda da doença: antes do início da fase


crônica. A lesão típica dessa fase é conhecida como abscesso de
Brodie. Nesses casos, é
comum a formação de lesões líticas com uma espessa borda de esclerose
periférica. Essas
lesões costumam estar localizadas mais perto das placas metafisárias. Em membros
inferiores, sua localização pode ser mais comum próximo do platô da tíbia ou em sua
porção
distal, na direção da articulação do tornozelo.


SAIBA MAIS

A lesão recebeu o nome de Sir Benjamin Collins


Brodie
(1783-1862), que, na década de 1830,
descreveu inicialmente um processo
inflamatório crônico afetando a tíbia sem fatores
precipitantes agudos. Além
disso, vale lembrar que um abscesso é uma coleção de pus dentro
de espaços ou
cavidades fechadas. Em razão disso, a ação de antibióticos pode ser mais
demorada ou ineficaz, o que prolonga o quadro patológico.

Fonte: Radiopaedia.org

Imagem: Jto410 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
8: Radiografia de tornozelo, projeção AP, mostra uma grande lesão lítica
aparentemente fechada com bordas opacas.

Imagem: Jto410 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
9: Imagem de RM em plano sagital exibe com mais nitidez a cavidade
lítica fechada
e a borda espessa na tíbia.

Imagem: Jto410 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
10: Na imagem de RM em plano axial, a lesão está topograficamente
localizada no
tecido medular, pois o córtex ósseo está integramente
preservado.
TUBERCULOSE
A tuberculose abrange uma gama de doenças que afetam múltiplos órgãos e sistemas do
corpo. Predominantemente causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, sua
manifestação mais comum é no sistema respiratório, apresentando-se como tuberculose
pulmonar.

Sua patologia divide-se em dois tipos:

TUBERCULOSE PRIMÁRIA

Ocorre em pacientes que nunca tiveram a doença – em sua maioria, crianças ou jovens.
Manifesta-se na radiografia como pequenas opacidades focais que podem ser encontradas em
qualquer região dos pulmões.

Essas lesões têm aparências que variam muito: desde pequenas demais para serem
detectáveis até grandes áreas irregulares de consolidação alveolar e intersticial. No
primeiro
caso, podem se desenvolver pequenos e múltiplos nódulos densos, medindo até
4mm. Esse
quadro é denominado tuberculose miliar, pois as lesões parecem sementes de
painço ou
milhete.

Foto: Shutterstock.com

 Figura
11: Sementes de painço ou milhete.

Imagem: Benjamín Herreros, Isabel Plaza, Rebeca García, Marta Chichón, Carmen Guerrero and
Emilio Pintor / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
12: Radiografia torácica com aspecto radiográfico de tuberculose miliar:
microlesões
difusas de bordas calcificadas.
Quando a infecção acomete grandes áreas do tecido pulmonar, a lesão pode se apresentar na
forma de consolidações lobares (principalmente os lobos superiores). Na
maioria dos
casos, a
infecção se torna localizada, formando granulomas
(tuberculomas) que geralmente
calcificam
e formam as opacidades. Esses nódulos calcificados são conhecidos como
nódulos de Ghon.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
13: Radiografia de tórax: projeção PA com consolidações no lobo superior
direito nas
áreas opacas.

Imagem: James Heilman, MD / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
14: Consolidações bilaterais e difusas com cavitação (área transparente)
na parte
inferior do lobo superior direito.

Imagem: Doc. MUDr. Jan Šprindrich CSc. / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
15: Nódulos de Ghon (área calcificada) na região apical do pulmão
esquerdo.
TUBERCULOSE SECUNDÁRIA

Já a tuberculose secundária, mais comum em adultos, ocorre por reativação em pacientes


que
já tiveram a versão primária ou em fase de cura (aqueles com a imunidade
comprometida).

Por meio da radiografia, são vistas calcificações irregulares esparsas nos dois lobos
pulmonares na região superior, com áreas radiolucentes de destruição do tecido pulmonar
chamadas de cavitações: os achados mais característicos dessa fase da doença. Os hilos
estão retraídos para cima; com o processo de cura, desenvolve-se um tecido fibrótico com
calcificações ao redor da região afetada, formando as cicatrizes pulmonares, que são a
marca
de pacientes curados de tuberculose em exames radiográficos.

Imagem: Giller Boris / Wikimedia Commons / CC0 1.0

 Figura
16: Caso severo de consolidação lobar em todo o pulmão esquerdo e lesão
cavitaria
no ápice (possível fibroma).

Imagem: Aniskov / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
16: Focos de consolidações espalhados com áreas no lobo inferior
direito, lesões
nodulares difusas e áreas broncovasculares dilatadas e
opacas.

Imagem: CNX OpenStax / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
17: Grande infiltrado no lobo superior direito (setas brancas) e uma
lesão cística
(setas pretas).
GOTA
Clinicamente, gota é o acúmulo de urato monossódico nas articulações. Ela é muito comum
quando ocorre um aumento dos níveis séricos de ureia (Hiperuricemia.) .
O acúmulo dessa
substância, que é
um subproduto do metabolismo hepático, acarreta a formação de cristais.

Portanto, suas principais causas estão relacionadas ao mau funcionamento do fígado ou à


sobrecarga dele (como ocorre em pacientes que tomam remédios controlados ou são
dependentes de álcool).

Imagem: Shuttestock.com

 Figura
18: Diagrama ilustrativo da formação dos cristais de ácido úrico nas
articulações.

Imagem: Arthritis Research UK Primary Care Centre, Primary Care Sciences, Keele University,
Keele, UK / Wikimedia Commons / CC BY 2.0

 Figura
19: Registro fotográfico de paciente com calcificações tofáceas bem
superficiais em
um pododáctilo.

No corpo humano, a gota se manifesta nas principais articulações, como ombros, cotovelos,
joelhos e tornozelos. Nos pés e nas mãos, o acometimento ocorre nas articulações
interfalângicas.

GOTA TOFÁCEA
A gota tofácea é um quadro clínico em que há a presença de
estruturas radiopacas
de grandes
proporções geralmente na articulação metatarsofalangeana (MTF).
Quando a deposição dos
cristais é muito alta, grandes aglomerados
(radiograficamente opacos) podem se formar dentro
da articulação denominados
tofos.

Veja a figura a seguir.


Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 19:
Diferentes imagens da deposição de cristais (tofos) em articulações
metatarsosofalangeas (MTF).

AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS ENDÓCRINAS

POR QUE É TÃO DIFÍCIL DIFERENCIAR TRANSTORNOS


METABÓLICOS DE
ENDÓCRINOS?

Um metabolismo geralmente é coordenado pela ação de hormônios na comunicação


entre as
células. Dessa forma, uma lesão em um metabolismo pode interferir no
funcionamento de
glândulas, enquanto uma glandular é capaz de alterar todo o
metabolismo. Vamos rever esses
conceitos.

SISTEMA ENDÓCRINO

É o conjunto de glândulas responsáveis por produzir e secretar hormônios, como é o caso


da
hipófise, da tireoide, do fígado e das gônadas, por exemplo.
HORMÔNIOS

São moléculas responsáveis pela sinalização entre células. Eles liberam ligantes
(moléculas
com códigos) endereçados para células com receptores específicos a fim de
regular a
atividade metabólica de alguns órgãos. Insulina, glucagon, estrogênio,
tiroxina (T3 e T4) e
bilirrubina são exemplos de hormônios.

A figura 20 a seguir mostra os tipos de sinalização:

SINALIZAÇÃO AUTÓCRINA
quando a célula emite ligantes para organelas de sua própria estrutura;

SINALIZAÇÃO PARÁCRINA
quando a sinalização é feita para receptores em uma célula-alvo de forma
direta;

SINALIZAÇÃO ENDÓCRINA
quando a sinalização ocorre em grandes distâncias ou entre sistemas muito
diferentes, é
comum que a célula sinalizadora disperse os hormônios na
corrente sanguínea para que eles
sejam captados por receptores específicos.
Esse processo é o mais comum.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 20:
Tipos de sinalização celular.
METABOLISMO

É a razão entre as fases de anabolismo e catabolismo.

Evento anabólico

realiza a síntese de glicose e proteínas para


consumo e reserva energética. A insulina é
responsável por reduzir a
glicemia quando os níveis séricos estão altos (hiperglicemia),
quebrando as moléculas de glicose do sangue para as células
produzirem energia;


Evento catabólico

faz a quebra de reservas energéticas para manter


as funções vitais. O glucagon, por sua vez, é
responsável por
aumentar a glicemia quando os níveis séricos estão baixos
(hipoglicemia),
quebrando as reservas de gordura para disponibilizar
glicose no sangue.

Percebeu por que é tão complicado diferenciar as doenças metabólicas das endócrinas? Elas
parecem estar sempre interrelacionadas.

Inicialmente, avaliaremos as doenças endócrinas e entenderemos como elas se desenvolvem,


bem como os aspectos radiográficos apresentados. Em seguida, observaremos esses detalhes
ao estudarmos as lesões produzidas pelo hiperparatireoidismo.

HIPERPARATIREOIDISMO
Também conhecida como osteíte fibrosa ou doença de Recklinghausen, o
hiperparatireoidismo
é um distúrbio causado pela hiperatividade das glândulas paratireoides. Essa patologia
causa
uma produção excessiva de paratormônio (PTH), que influencia diretamente no
metabolismo
de cálcio e fósforo do organismo.

Na maioria dos casos, a patologia é secundária em relação às adenomas (nódulos benignos)


das paratireoides ou à hiperplasia (aumento) das glândulas. Quando os níveis de cálcio
no
sangue estão muito baixos, as glândulas secretam o PTH, cuja ação ocorre por três
vias:

Aumento da captação de cálcio nos rins.


Aumento da captação de cálcio nos intestinos.

Estímulo da remoção de cálcio dos ossos para equilibrar os níveis


séricos novamente.

Veja a figura a seguir para entender melhor como funciona o mecanismo de ação das
glândulas
paratireoides no metabolismo ósseo:

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 21: Ação
das glândulas paratireoides.

A principal ação do excesso de PTH na corrente sanguínea é aumentar a recaptação de


cálcio
nos rins e intestinos e a das reservas ósseas quando os níveis séricos estão
baixos
(hipocalcemia). Com um aumento descontrolado de PTH, a reação é de reabsorção
subperiosteal (No córtex.) ou subcondral (Nas epífises.) e depressão da atividade
renal.

A consequência para o tecido ósseo é um tecido cortical mais escavado e osteopenia


generalizada. Em razão disso, o paciente pode apresentar fraqueza óssea e muscular,
fraturas
frequentes e polaciúria (micção recorrente).

Nas imagens radiográficas, um quadro de hiperparatireoidismo pode ser reconhecido de duas


formas básicas:

ADELGAÇAMENTO DAS FALANGES


Perda da espessura cortical nos ossos longos.

TUMORES MARRONS
Formação de grandes lesões císticas nas metáfises dos ossos longos.
No primeiro caso, as bordas radiopacas das falanges aparecem mais finas e côncavas, o que
sugere um adelgaçamento. O aspecto dos ossos é mais transparente que o normal, indicando
o processo de osteopenia generalizada.

Os tumores marrons não são neoplásicos, mas causam a destruição focal de


massa óssea
convertida em tecido fibroso (cicatrizes). Veja as figuras a seguir:

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 937.

 Figura
22: Reabsorção subperiosteal vista na diáfise das falanges médias e na
borda medial
do platô da tíbia. Como resultado, as bordas laterais
aparecem escavadas, com o córtex mais
delgado.

Imagem: Frank Gaillard / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
23: Radiografia bilateral das mãos mostra uma grande lesão circunscrita
e cística na
epífise distal do segundo metacarpo da mão direita e na
terceira falange média,
correspondendo a tumores marrons do
hiperparatireoidismo.

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 938.

 Figura
24: Radiografia bilateral das pernas exibe várias lesões císticas de
grandes
proporções na diáfise e nas epífises da tíbia. Essas lesões
caracterizam tumores marrons do
hiperparatireoidismo.

Quando a doença está em fase de cura (espontânea ou por tratamento), ocorre um aumento da
densidade óssea que naturalmente aumenta a radiopacidade. Na coluna, o aspecto
esclerótico
das bordas superiores e inferiores do corpo vertebral forma o sinal
da
camisa de rúgbi, pois o
aspecto do corpo parece listrado: duas faixas
brancas
(escleróticas nas bordas) e uma faixa
escura (osteopenia no centro).

Observe o aspecto na radiografia a seguir:

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 939.

 Figura
25: Radiografia lateral da coluna lombar evidencia escleroses nas bordas
superiores
e inferiores dos corpos vertebrais e osteopenia, ao centro,
que forma um aspecto listrado
conhecido como sinal de camisa de
rugby.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
26: Jogador de rugby veste uma típica camisa listrada para uma partida.

 DICA

Para guardar esse conceito, lembre-se dos


anabolizantes.
Eles são medicamentos que levam a
um aumento de massa muscular por meio do
estímulo à síntese de energia. Vale destacar que
anabolizantes são substâncias
proibidas por órgãos de vigilância sanitária, como, por exemplo,
Anvisa
(Brasil), FDA (Estados Unidos) e EMA (Europa).

AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS METABÓLICAS

São lesões produzidas por falhas em processos fisiológicos no corpo humano. A digestão,
por
exemplo, é um longo e complexo processo metabólico de captação de nutrientes e
energia por
meio da glicose contida em açúcares, carboidratos e gorduras ingeridas. Já
uma falha hepática
pode prejudicar o sistema digestório e favorecer o desenvolvimento de
patologias metabólicas.

Como vimos anteriormente, uma


captação
falha no de
construção
de cálcio — seja ela realizada por
funcionamento via renal ou digestória — pode
influenciar diretamente no
influenciar
metabolismo de e na
matriz
manutenção da
metabolismo óssea. Em outras palavras,
dependendo do local em que
órgão

ocorre a falha, um metabolismo


sistema
alterado pode nas
atividades de um e de
um ou interferir no
de outros sistemas.

Para delimitar o tema em anatomia radiológica, abordaremos três patologias associadas ao


metabolismo ósseo visualizadas em radiografias sem dificuldade. Vamos conhecer um pouco
mais sobre a osteoporose, o raquitismo e a
osteomalácia.

OSTEOPOROSE
A osteoporose é clinicamente definida como uma redução brusca da densidade mineral óssea
muito abaixo do limite definido como normal. Também pode ser entendida como um processo
de formação insuficiente ou reabsorção aumentada da matriz óssea, provocando uma redução
da massa óssea sem alteração aparente da mineralização.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 27:
Aspecto morfofisiológico da osteoporose. À esquerda, um osso normal.

Na
sequência, são apresentados os estágios da doença.

 ATENÇÃO

A doença, em si, é assintomática e mais comum em


indivíduos que possuem alguns fatores de
risco que conheceremos a seguir. A
osteoporose pode ser considerada em pacientes que
apresentam fraturas
espontâneas ou decorrentes de baixo impacto. Embora seja uma doença
metabólica,
sua causa pode ser genética, adquirida (alcoolismo, doenças
renais, uso
excessivo
de alguns medicamentos etc.) ou endócrina
(hipertireoidismo, redução
das taxas de estrogênio
ou remoção de gônadas).

Veja os principais tipos de osteoporose:

A. Primária – nenhuma causa ou alteração considerável é identificável;

B. Pós-menopausa (tipo 1) – ocorre em mulheres de 50 a 65 anos após a


redução das taxas de
estrogênio e progesterona. Observa-se uma perda desproporcional de
osso esponjoso em
comparação com o osso cortical, resultando em maior envolvimento de
áreas ricas em
esponjoso, como, por exemplo, vértebras e extremidades de ossos longos;

C. Senil (tipo 2) – é a mais típica e ocorre em idosos com idade mais


avançada. Nesse caso,
ela é caracterizada como uma perda proporcional entre ossos
corticais e esponjosos,
geralmente na coluna, na articulação do quadril e nos ossos
longos;
D. Secundária (tipo 3) – ocorre devido a uma variedade de causas, desde
doenças
endócrinas,
crônicas e inflamatórias até o uso excessivo de medicamentos
(corticosteroides, por exemplo)
ou maus hábitos de vida (alcoolismo, uso abusivo de
drogas, problemas nutricionais etc.).

Em termos anatômicos, um quadro de osteoporose é caracterizado quando a redução da


massa
óssea é observada pela diminuição da espessura cortical e pela maior abertura da
trama
ósseas das trabéculas. Ossos, como o corpo das vértebras, o fêmur proximal, o calcâneo
e
os do antebraço, são geralmente examinados para evidências de osteoporose. O método
padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose é a densitometria óssea, que avalia o grau
de
absorção dos raios X nos ossos, medindo, assim, o grau de porosidade.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 28:
Exemplos de danos à trabeculação da matriz óssea. Na primeira imagem, temos
uma
trama óssea normal. Na segunda, as trabéculas abertas indicam osteoporose. Na
última
imagem, observa-se a lesão nas vértebras lombares.

O especialista Raphael Santos mostra as características das


imagens patológicas oriundas de
doenças morfofisiológicas.
Radiografias simples mostram apenas os desgastes em estágios já avançados. O que se
observa com mais frequência é o afinamento do córtex ósseo e a perda das trabéculas nas
epífises, o que favorece fraturas patológicas.

Algumas estruturas podem aparecer completamente "apagadas" na imagem devido ao


baixíssimo
índice de densidade óssea. Esse é o caso da vértebra "fantasma", que pode
ocorrer
em
ossos curtos ou longos de pequeno porte (falanges, por exemplo).

Imagem: Nevit Dilmen and Mikael Häggström / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
29: Radiografia comparativa com a ausência de bordas corticais e ossos
de aspecto
“fantasma”.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
30: Imagem da perda de massa óssea na cabeça dos metatarsos e nos ossos
tarsais.

Imagem: Lucien Monfils / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
31: Fratura por compressão da vértebra L3 com corpos vertebrais em
aspecto
“fantasma”.

REABSORÇÃO OSTEOCLÁSTICA
A reabsorção osteoclástica torna o colo dos ossos longos mais
esponjoso
(transparente) e
suscetível a fraturas em razão da baixa compactação da matriz
óssea. O principal ponto
afetado é a cabeça umeral e o terço proximal do fêmur
em razão da posição obtusa e medial
do colo femoral (colo cirúrgico). Com isso,
fraturas nesse colo são comuns em pacientes
osteoporóticos.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
32: Perda de massa óssea evidenciada pelas transparências em toda a
cabeça
umeral, na cavidade glenoide e nas bordas do acrômio e clavícula.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
33: Perda de massa óssea nas epífises proximais evidenciada pelas
transparências
nas bordas corticais e pelas áreas escuras nos ilíacos,
no púbis e nas cabeças femorais.

RAQUITISMO
O raquitismo está relacionado à mineralização deficiente da placa de crescimento na
população pediátrica. Esse quadro provoca deformações estruturais na arquitetura óssea.

Anormalidades na homeostase do fosfato de cálcio perturbam a ossificação endocondral. As


causas podem ser classificadas de acordo com duas condições:

A. Pela absorção inadequada de cálcio (hipocalcemia);

B. Pela excreção excessiva de fosfato (hiperfosfatúria).

A desregulação na mineralização é provocada por deficiência de vitamina D (principalmente


o
colecalciferol ou a vitamina D3), que favorece a absorção de cálcio. O complexo de
vitaminas D
atua em conjunto com o PTH (reveja a seção sobre patologias endócrinas) no
controle do
metabolismo intestinal e renal para favorecer a captação de cálcio da
alimentação.

Por isso, a investigação deve considerar problemas hepáticos (calcidiol


ou vitamina D é
metabolizado no fígado a partir da vitamina D3), renais (a vitamina D
ativada ou
calcitriol é
metabolizada nos rins) ou intestinais, uma vez que é
nesses últimos que
ocorre a maior parcela
de absorção de cálcio.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 34:
Esquema de absorção e metabolismo da vitamina D.

Nos pacientes com raquitismo, é comum haver fraqueza muscular, atraso no


crescimento e dor
na região do quadril, da coluna e das pernas. Os ossos longos
tornam-se “moles”, estando
sujeitos a arqueamento nos joelhos e/ou na porção proximal do
fêmur quando a criança
começa a andar. O formato do crânio pode ser afetado, assim como
o crescimento ósseo.

Na figura 35, a primeira imagem, à esquerda,


apresenta o aspecto normal. Na segunda imagem,
há uma lesão no terço superior da diáfise
femoral com o arqueamento lateral de todo o osso.
Na terceira e quarta imagem,
observa-se respectivamente o arqueamento lateral e medial
produzido pela lesão na
epífise distal do fêmur.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 35: Os
membros inferiores e os tipos de alterações no raquitismo.

Nas radiografias simples, a deficiência na mineralização normal é mais


evidente nas zonas
metafisárias de calcificação provisória, onde há excesso de massa osteoide (matriz
óssea) não
mineralizada, o que resulta em alargamento da placa de crescimento e
configuração anormal
da metáfise.

É comum o esgarçamento, o espalhamento e a escavação da região metafisária em razão da



distribuição do cálcio na região. Veja tal quadro nas figuras apresentadas a seguir:

Imagem: Autor Desconhecido / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
36: Fotografia dos membros inferiores de uma paciente pediátrica.

Imagem: Nevit Dilmen (talk) / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
37: Os joelhos dilatados se devem ao alargamento das placas metafisárias
do fêmur
e do platô tibial.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
38: Arqueamento da porção distal do fêmur e de toda a diáfise tibial. Na
sequência,
procedimento ortopédico corretivo com o implante de pinos.
Isso também pode ocorrer nos membros superiores, sendo mais comum na articulação do
punho
e nos ossos longos da mão. Os arqueamentos não são observados, uma vez que não há
sobrecarga sobre eles em sua fisiologia normal.

As falanges são vistas mais curtas, enquanto os metacarpos são observados com um
processo
de calcificação insuficiente na região metacarpofalangeana. Da mesma forma que
ocorre
nos joelhos, os punhos apresentam um alargamento no terço distal do antebraço.
Observe
esse quadro clínico nas figuras a seguir:

Imagem: DRPEDS / Wikimedia Commons / Domínio Público

 Figura
39: Punhos dilatados com evidência na radiografia bilateral. As placas
metafisárias
de rádio e ulna distal aparecem alargadas, assim como as
cabeças metacarpais.

Imagem: Frank Gaillard / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
40: A área radiotransparente evidencia uma calcificação endocondral
prejudicada, o
que deixa o aspecto das epífises distais desses ossos
completamente transparentes.

OSTEOMALÁCIA

Osteomalácia é o amolecimento ósseo devido à mineralização insuficiente do tecido


osteoide,
sendo uma doença secundária a qualquer alteração no metabolismo do fosfato. A
principal
diferença entre o raquitismo e a osteomalácia é que ela ocorre após o
fechamento da placa de
crescimento ósseo. No entanto, a principal razão para isso é a má
absorção de vitamina D.
Pacientes com osteomalácia podem ser assintomáticos ou
apresentar dor, sensibilidade óssea
ou fraqueza muscular.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
41: Diagrama ilustrativo para a osteomalácia. A patologia pode se
apresentar na
articulação do joelho, arqueando os ossos da perna ou no
terço proximal do fêmur, arqueando a
coxa.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
42: O exame radiográfico mostra o arqueamento na perna.
 IMPORTANTE

Embora o raquitismo e a osteomalácia tenham


fisiopatologias semelhantes, aquele acomete
crianças, enquanto esta é comum em
adultos com a fase de crescimento finalizada.

As causas estão ligadas à deficiência alimentar de vitamina D, falta de exposição à luz


solar,
deficiência de metabolismo dessa vitamina ou doença renal crônica (causa mais
comum), pois
a vitamina D é metabolizada nos rins.

PORTANTO, É COMUM O AMOLECIMENTO DO OSSO PELA


MÁ FORMAÇÃO DA
MATRIZ
ÓSSEA.

Isso faz com que os ossos se tornem suscetíveis a distorções, arqueamentos e


fraturas.
Mesmo que a osteomalácia seja bem parecida com o raquitismo, é importante
lembrar que
mesmo os ossos que parecem mineralizados são fracos e sofrem curvatura,
sendo mais
comumente observada nos membros inferiores: as pernas se curvam para fora com
uma
deformidade variável dos quadris (tanto em fêmur varo como em fêmur valgo as
deformidades
são vistas).

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 43: Tipos de arqueamento
da perna.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura 44: Curvatura em varo é


quando a articulação do joelho está projetada mais
lateralmente.

Imagem: Oxfordian Kissuth / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura 45: Curvatura em valgo


ocorre quando temos uma projeção medial dessas
articulações.
Nas imagens radiográficas, pode-se observar uma desmineralização difusa
(padrão
osteoporótico), o que deixa os ossos totalmente radiotransparentes. É
possível ver
linhas
radiotransparentes perpendiculares ao eixo longitudinal do osso (pseudofraturas),
o que é
comum nas bordas escapulares e nos ossos longos. Não se trata de fraturas, e sim
de má
formação da matriz cortical, que é caracterizada pela deformação
da arquitetura
normal dos
ossos longos, principalmente.

Imagem: Leslie Gamache, Mark R. Burge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
46: Espessura reduzida da borda cortical dos ossos e aspecto mais
radiotransparente evidenciam uma deformação na epífise distal do fêmur
facilmente
confundida com uma fratura.

Imagem: Leslie Gamache, Mark R. Burge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
47: Linhas com bordas opacas no corpo da diáfise tibial e na epífise
distal, aspecto
conhecido como pseudofraturas.

 ATENÇÃO

Outros sinais importantes são trabéculas grossas,


fraturas por estresse e uma condição
chamada de protrusio
acetabuli, que seria o
deslocamento intrapélvico do acetábulo e a epífise
femoral, de modo que a cabeça
se projeta medialmente em relação à linha isquiática. Esse
quadro pode ocorrer
com a desmineralização do colo femoral, o que ocasiona a deformação do
formato
original da cabeça do fêmur e da articulação coxofemoral.

Veja as figuras a seguir:


Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
48: Cabeça do fêmur esquerdo projetada mais internamente avança a linha
isquiática
em razão da baixa compactação óssea do acetábulo, condição
conhecida como protrusio
acetabuli.

Imagem: Mehlauge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura
49: Deformação no colo femoral esquerdo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUANDO OS NÍVEIS DE CÁLCIO NO SANGUE ESTÃO _______, O PTH
ESTIMULA OS RINS PARA A CAPTAÇÃO DE CÁLCIO NOS INTESTINOS COM A
_______. CASO AS TAXAS AINDA ESTEJAM DESCONTROLADAS, O
METABOLISMO FAZ O AJUSTE POR MEIO DA REABSORÇÃO DE CÁLCIO
_______.

A) Altos / calcitonina / nos rins.

B) Altos / vitamina D / nos ossos.

C) Baixos / vitamina D / nos ossos.

D) Baixos / vitamina C / nos ossos.

E) Altos / vitamina B / nos ureteres.

2. COM RELAÇÃO ÀS PATOLOGIAS INFECCIOSAS, AVALIE AS AFIRMAÇÕES A


SEGUIR:

I - CAVITAÇÕES E TUMORES MARRONS SÃO MAIS COMUNS NA


TUBERCULOSE PRIMÁRIA.

II - A GOTA TOFÁCEA É CAUSADA PELO ACÚMULO DE CRISTAIS DE CÁLCIO


NAS ARTICULAÇÕES.

III - O AUMENTO DA RADIOPACIDADE ÓSSEA É SINAL DE CURA NOS CASOS


DE OSTEOMIELITE.

MARQUE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA APENAS AFIRMAÇÕES


CORRETAS.

A) I, II e III

B) III

C) I e II

D) II e III

E) II
GABARITO

1. Quando os níveis de cálcio no sangue estão _______, o PTH estimula os rins para a captação
de cálcio nos intestinos com a _______. Caso as taxas ainda estejam descontroladas, o
metabolismo faz o ajuste por meio da reabsorção de cálcio _______.

A alternativa "C " está correta.

A ação do PTH ocorre apenas com baixos níveis séricos de cálcio. Além disso, a vitamina D
está associada com o metabolismo do cálcio nos ossos, o que justifica a prevalência de
algumas doenças, como o raquitismo e a osteomalácia. Quando não há cálcio suficiente na
dieta, ocorre uma reabsorção dele nos ossos.

2. Com relação às patologias infecciosas, avalie as afirmações a seguir:

I - Cavitações e tumores marrons são mais comuns na tuberculose primária.

II - A gota tofácea é causada pelo acúmulo de cristais de cálcio nas articulações.

III - O aumento da radiopacidade óssea é sinal de cura nos casos de osteomielite.

Marque a alternativa que contenha apenas afirmações corretas.

A alternativa "B " está correta.

Tumores marrons ocorrem em casos de hiperparatireoidismo. As cavitações são comuns em


tuberculose por reativação (secundária). Por fim, a gota tofácea é causada pelo acúmulo de
cristais de urato monossódico no espaço articular.

MÓDULO 2

 Correlacionar as lesões tumorais e


pseudotumorais aos possíveis achados radiográficos,
assim como suas relações e
diferenças
CONCEITOS
Neste módulo, compreenderemos a caracterização de tumores e lesões pseudotumorais.
Considerando a abordagem osteoarticular da anatomia radiográfica e a grande variedade de
tumores, o estudo será delimitado às lesões ósseas.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (2020), há mais de 100 diferentes tipos de
doenças malignas, o que deixaria o material muito extenso. Uma boa revisão de Anatomia
melhora a interpretação radiográfica e permite diferenciar achados patológicos de
radiografias
com aspecto clínico normal.

NEOPLASIA, TUMOR, NÓDULO OU CÂNCER?

Antes de começarmos, precisamos definir alguns conceitos que costumam causar


confusão
entre os estudantes de saúde.

NEOPLASIA

Etimologicamente, “neoplasia” significa “novo crescimento”: processo descontrolado com


mecanismos celulares anormais que favorece uma proliferação autônoma de células em
tecidos distintos.

Em outras palavras, quando há um crescimento anormal de células


exóticas em um tecido,
que
não consegue deter esse crescimento com seus mecanismos de controle, temos um caso
de
neoplasia.

CÉLULAS EXÓTICAS

Não nativas, estranhas a determinado local.


Analise a seguir uma imagem com padrão exótico em
uma lâmina histológica. O padrão normal
do tecido ósseo, nesse caso, seria a fixação das
cores rosa e azul. O excesso de tonalidade
vermelha sugere um padrão vascular aumentado.
Já as manchas brancas fazem referência a
condrócitos, o que caracteriza condrossarcoma.

Imagem: Sarahkayb / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 50:
Lâmina de biópsia observada no microscópio.

TUMOR

E O QUE SERIA O TUMOR?

Na literatura médica, “tumor” significa “massa”. Portanto, um tumor seria


todo aumento de
volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando essa massa tem
mais que 1cm de
diâmetro, é denominada nódulo.

E o câncer, o que seria então? Precisamos entender a relação entre tumores benignos e
malignos, que começaremos a estudar na próxima seção.

Imagem: Shutterstock.com e Autor Desconhecido / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0


 Figura 51:
Ilustração com a posição das estrelas nas constelações do zodíaco, com
destaque
para a constelação de câncer.

 VOCÊ
SABIA

A palavra “câncer” vem do grego


karkinos, que significa
“caranguejo”. Isso explica alguns
cânceres serem chamados de carcinomas. O nome
câncer foi dado pelo médico Hipócrates
(460-370 a.C.), que comparou o aspecto
vascular de um tumor com as patas de um caranguejo.
Além disso, a conformação
das patas do crustáceo permite a sua movimentação para todas as
direções.

Aprenderemos mais adiante que os tumores malignos têm justamente essas características:
aspecto espiculado, irregular e radial, enquanto suas células têm terminações
pedunculares
semelhantes às garras do caranguejo.

Verifique na imagem adiante o pleomorfismo


nuclear (Alteração no formato dos pontos
escuros.) e a matriz neoplásica (rosa) irregular
e peduncular que caracterizam uma lesão
tumoral maligna (nesse caso, osteossarcoma).

Imagem: Mikael Häggström / Wikimedia Commons / CC BY-SA 1.0


 Figura 52:
Lâmina de biópsia observada no microscópio.

Comparadas com as de um tumor benigno (que não representa


risco à vida do indivíduo), as
características a seguir tornam o câncer tão perigoso.
Por ora, para acabar com a confusão,
vamos entendê-las da seguinte forma:

Neoplasia é todo aumento significativo do crescimento anormal de células;

Tumor é um aumento da massa de tecido em decorrência de uma neoplasia;

Todo nódulo é um tumor, mas nem todo tumor forma nódulos no organismo;

Alguns tumores são benignos por crescerem sem interferir em tecidos vizinhos;

Todo câncer é um tumor, mas nem todo tumor é câncer;

Todo câncer é maligno por invadir tecidos vizinhos.

Seja benigno ou maligno, um tumor ósseo pode ser osteogênico (produtor


de matriz óssea),
condrogênico (produtor de cartilagem), fibrogênico
(formador de fibras), osteolítico
(redutor de
matriz óssea) ou cístico (forma bolsas fibrosas repletas de
líquido).
O aspecto radiográfico (opaco ou transparente) do tumor vai depender da natureza das
células
neoplásicas e do local onde ocorre a proliferação. Estudaremos a seguir os
tumores mais
recorrentes e mais bem visualizados em exames radiográficos.

LESÕES TUMORAIS BENIGNAS


São células maduras com crescimento anômalo sem a capacidade de invadir tecidos ou
células adjacentes. Embora sua expansão não interfira em outros tecidos, o aumento
excessivo
de volume pode comprometer a função do próprio tecido. Um mioma (tumor benigno
uterino) é
capaz de comprometer o desenvolvimento do feto se estiver localizado na
parede interna do
útero (mioma submucoso), por exemplo.

COM DESENVOLVIMENTO MAIS LENTO, OS TUMORES


BENIGNOS PROPICIAM
UM MELHOR DIAGNÓSTICO E
CONSECUTIVO TRATAMENTO. NAS IMAGENS
RADIOGRÁFICAS, ESSES TUMORES
TENDEM A SER MAIS
BEM DEFINIDOS, CIRCUNSCRITOS, NÍTIDOS E DE
CRESCIMENTO UNIFORME.

Descreveremos a seguir três tipos de tumores ósseos benignos:


osteoblastoma,
osteocondroma e
osteoclastoma.

OSTEOBLASTOMA

É um tumor osteogênico primário histologicamente semelhante a um osteoma osteoide. Ele


desenvolve-se em razão da proliferação de osteoblastos, que são células formadoras de
tecido
osteoide (matriz óssea). Acomete mais frequentemente o esqueleto axial de
homens
na
segunda ou terceira década de vida, podendo ser localmente agressivo em razão da dor
ou da
limitação de movimento.
Imagem: Li Z, Zhao Y et al. / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0
 Figura 53:
Corte tomográfico de coluna cervical evidencia uma lesão tumoral no

pedículo
de
C7. O aspecto delimitado, opaco, osteogênico e

capsular sugere
osteoblastoma.

Os osteoblastomas apresentam diversos padrões radiográficos. As lesões têm


um tamanho
superior a 2cm, porém não se descarta a existência de algumas menores.

As células osteoides tumorais (matriz óssea “mole”) crescem dentro da matriz óssea
madura,
que é circundada por esclerose reativa. A lesão torna o osso fraco, gerando dor
intensa e
resistente a analgésicos.

Na radiografia, os osteoblastomas podem ser visualizados em quatro aspectos diferentes:

Osteoma osteoide gigante: massa transparente maior que 2,5cm com aro esclerótico
(opaco);

Cistos transparentes com pequenas opacidades ao centro;

Lesão opaca expansiva e deformante com aspecto agressivo, mas em formato


encapsulado;

Lesão transparente subperiosteal com pequena lâmina de esclerose reativa.


Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 671-673


 Figura 54:
Radiografias de osteoblastomas.

 COMENTÁRIO

Na figura 54, o tumor se apresenta como uma grande massa


transparente no córtex (em A) e
na região subperiosteal (em
B). As radiografias
da falange proximal revelam regiões císticas
com leves opacidades e reação
periosteal, formando uma esclerose reativa (borda mais
opaca). Em
F, a dilatação
cortical e o aumento difuso da opacidade caracterizam o aspecto
agressivo da
doença.

OSTEOCONDROMA

Trata-se de um tumor cartilaginoso, podendo ser considerado uma anomalia de


desenvolvimento. Geralmente, ele é caracterizado como uma projeção
óssea (Exostose.)
recoberta de
cartilagem na superfície externa do osso.

A massa calcificada surge na articulação e migra para a região periosteal do córtex. O


crescimento de condrócitos (Células formadoras de cartilagem.)
paralelos ao osso cortical
resulta na dilatação dos ossos
corticais recobertos por cartilagem.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-AS 3.0


 Figura 55:
Radiografia do joelho mostra a exostose no epicôndilo femoral esquerdo.

O
aspecto transparente na sua porção terminal sugere osteocondroma.

Frequentemente assintomáticos e com baixo potencial de malignidade, os osteocondromas se


desenvolvem majoritariamente na infância por ser o período de crescimento esquelético
mais
acelerado.

O DIAGNÓSTICO NORMALMENTE É ACIDENTAL E MAIS


COMUM NOS MEMBROS
INFERIORES.

Em geral, o osteocondroma se apresenta de forma pedunculada e séssil,


localizando-se na
região metafisária do osso e projetando-se longinquamente em relação à
epífise. Na
radiografia, ele é visto como uma transição contínua de tonalidade
radiográfica entre o córtex
original e o córtex do osteocondroma; a parte medular da
lesão e a cavidade medular do osso
adjacente comunicam-se, formando pedúnculos na placa
de crescimento.

Observe os casos de osteocondroma na figura 56. Em A (radiografia de


joelho), além da
exostose na face medial da tíbia, há uma união interóssea (sinostose) entre tíbia e
fíbula
causada pela massa osteocondral. Muito semelhante a esse caso, B
mostra uma
exostose na
região peritendínea abaixo da patela.
Já C contém uma radiografia bilateral da perna com um caso mais severo
de osteocondroma.
Veja as exostoses, as sinostoses, a dilatação grosseira na cabeça fibular e as lesões
císticas
nas metáfises superior e inferior da tíbia.

Imagem: Hellerhoff; Michael R Carmont, Sian Davies, Daniel Gey van Pittius and Robin Rees /
Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0 / CC BY-SA 2.0
 Figura 56:
Radiografias de membros inferiores com diversos aspectos do osteocondroma:
exostoses, sinostoses e lesões císticas.

OSTEOCLASTOMA

Também conhecido como tumor de células gigantes, o osteoclastoma é uma lesão benigna
que
produz grandes massas delimitadas de tecido osteolítico onde houve uma intensa
produção
de osteoclastos. Nesse tipo de lesão, a massa osteoclástica cresce, gerando grandes
áreas de reabsorção na região metafisária.

É um tipo de lesão comum em jovens e adultos, no terço proximal da tíbia


e no distal do
fêmur,
após o fechamento da placa epifisária. O tumor ataca o tecido já mineralizado,
gerando
grandes áreas de destruição cortical e trabecular.

Imagem: Nephron / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0 e Shutterstock.com


 Figura 57:
Lâminas histológicas com coloração artificial evidenciam as células gigantes
com
coloração avermelhada.

São os tumores ósseos mais comuns, tendo mais predileção pelos ossos longos, já que se
estendem da epífise adjacente até a superfície articular com uma pequena zona de
transição.
Essas lesões costumam ser únicas, apresentando diversos canais vascularizados
e septações
de parede fina, predispondo a área a hemorragias e, frequentemente, a cistos
ósseos
aneurismáticos.

Na figura 58, temos uma lesão osteolítica de grande proporção na região metafisária do
tornozelo. Em seguida, o mesmo padrão é visto na metafisária do fêmur na radiografia do
joelho.

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 744


 Figura 58:
Radiografias de membros inferiores evidenciam tumores de células gigantes no
tornozelo e no joelho.

Na imagem radiográfica, os tumores de células gigantes têm aspectos bem peculiares. Como
o
próprio nome sugere, são lesões de grandes proporções e geralmente
solitárias.
Seu formato é semelhante ao de grandes bolhas radiotransparentes bem
definidas, sem borda
esclerótica nem reação periosteal, atacando com mais frequência as regiões metafisárias.

Na figura 58, observe o aspecto bolhoso e hiperdilatado do terceiro metacarpo em sua


epífise
distal. Em seguida, a radiografia de punho (figura 59) mostra o mesmo padrão na
epífise distal
do rádio.

Imagem: James Heilman, MD / Wikimedia Commons / Domínio Público e GREENSPAN;


BELTRAN, 2017, p. 747, respectivamente
 Figura 59:
Radiografias de mão e punho mostram tumores de células gigantes e

hiperdilatação
no osso acometido.

LESÕES TUMORAIS MALIGNAS


Tumores malignos são lesões compostas por células imaturas e de pouca diferenciação. Eles
possuem a capacidade de produzir metástases e acometem outras células e tecidos
adjacentes ou sítios distantes.

Em outras palavras, esses tumores são neoplasias capazes de se proliferar, avançando os


limites de outros tecidos e causando alterações em mais de uma região. Geralmente, eles
são
lesões de crescimento rápido com um prognóstico ruim quando diagnosticadas
tardiamente.
O paciente perde peso abruptamente, e o local lesionado rapidamente começa a apresentar
sintomas de mau funcionamento em decorrência do aumento de volume da lesão. Em sua
maioria, os tumores malignos podem produzir metástase para outros órgãos a depender da
afinidade histopatológica entre eles.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
60: Diagrama comparativo entre células tumorais benignas e malignas. Na
primeira
imagem, à esquerda, as células exóticas têm o mesmo formato e
mantêm a mesma
conformação durante sua replicação.

Imagem: Shutterstock.com

 Figura
61: Observe o mesmo formato espiculado das células e a ausência de um
padrão
regular de crescimento na imagem microscópica da lâmina
histológica (colorida
artificialmente).

 IMPORTANTE

Metástase é um processo em que o câncer se espalha para


outros órgãos ou tecidos por meio
da corrente sanguínea. Alguns tumores têm a
capacidade de se dividir, se movimentar para
outro sítio e continuar se
replicando. Em geral, os pacientes oncológicos com metástase
recebem tratamentos
paliativos para aumentar o tempo de sobrevida e a qualidade de vida.

Nas imagens radiográficas, os tumores malignos geralmente têm um aspecto grosseiro,


agressivo e irregular. Sejam elas osteogênicas, condrogênicas ou osteolíticas, as lesões
são
expansivas, podendo ser difusas e múltiplas. Em alguns casos, alteram o formato
original do
osso ou podem causar reações periosteais doloridas no paciente.

Conheceremos a seguir quatro tipos de tumores malignos:

Osteossarcomas.

Condrossarcomas.

Sarcoma de Ewing.

Mielomas múltiplos.

OSTEOSSARCOMAS

São lesões malignas osteogênicas (conhecidas como sarcomas osteogênicos) que promovem
uma
produção descontrolada de matriz óssea. A dinâmica consiste em produzir tecido
osteoide
(radiopaco) e osteolítico (transparente) desordenadamente, provocando, assim, a
destruição óssea medular e cortical, além de lesões periosteais agressivas, o que leva à
formação de ossos neoplásicos.

Como consequência, há uma destruição óssea medular e cortical, além de reação periosteal
agressiva, massa de tecidos moles e osso neoplásico na lesão destrutiva, causando edema
e
dor local, assim como dificuldade de marcha e fraturas patológicas.

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 777


 Figura 62:
Padrão típico de osteossarcoma em uma rotina radiográfica de

joelho com a
destruição óssea cortical e medular, além de reação

periosteal (opaca)
agressiva
com o aspecto de “raios de sol”

na borda externa da tíbia.

Os osteossarcomas representam 20% de todos os cânceres. Eles


podem ser classificados
como primários ou secundários
dependendo do período em que
aparecerem:

Os primários são típicos de pacientes jovens;

Os secundários geralmente ocorrem em idosos.

Os pacientes com essa condição apresentam dor óssea. Em alguns casos, as lesões podem vir
acompanhadas por uma massa de tecido mole ou inchaço.


SAIBA MAIS

As imagens radiográficas oferecem uma importante


contribuição para o diagnóstico; nelas, as
lesões são visualizadas como
ossificação e calcificação da matriz tumoral com reação
periosteal agressiva.
Além disso, os osteossarcomas podem ser caracterizados como uma combinação de lesões
radiotransparentes (osteolíticas) e radiopacas (escleróticas) na região medular,
cortical e
periosteal, invadindo tecidos moles adjacentes. As bordas da lesão ficam
indistinguíveis,
havendo uma zona ampla de transição. Quando se observam massas opacas
aderidas ao
córtex ósseo, a lesão é conhecida como osteossarcoma parosteal.

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 790-791 e Yousef Samir / Wikimedia Commons / CC


BY-SA 4.0
 Figura 63:
Radiografias de osteossarcomas. Na primeira imagem, observe o aspecto mais
radiopaco da medula e do córtex

ósseo, havendo áreas “perfuradas” nessa


massa
osteogênica. Na segunda e terceira imagens,
temos dois casos de

osteossarcoma
parosteal com aderências de massas osteogênicas respectivamente no fêmur

posterior e região trocantérica.

CONDROSSARCOMA

Trata-se de um tumor cartilaginoso maligno que produz matriz cartilaginosa na medula


óssea e
no córtex de ossos já formados. O condrossarcoma é uma lesão expansiva que
provoca o
espessamento do córtex e o entalhamento endosteal profundo, podendo invadir
tecidos moles
e migrar para os pulmões (metástase).

O organismo reage, formando massas calcificadas volumosas dentro de regiões cavitosas


destruídas pelas massas tumorais. Seus casos são mais encontrados em idosos nos ossos
longos e podem surgir secundariamente a uma neoplasia cartilaginosa benigna
preexistente,
como encondromas ou osteomas osteoides. Os pacientes apresentam dor e
fratura patológica
com massa palpável na região superficial do osso.

Imagem: H & E stain / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura 64: Lâmina histológica


(corada artificialmente) demonstra massas malignas de
origem
ostecondral (brancas). Veja que as células normais também são
alteradas,
apresentando um aspecto esbranquiçado.

Imagem: Gregor1976 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 65: Ponderada em T2,
imagem de ressonância magnética da pelve com área de
hipersinal na
região trocantérica e muscular sugere condrossarcoma.

Nas imagens radiográficas, essas lesões apresentam mineralização da matriz, arcos com
características agressivas e extensão do tecido mole. Essas lesões aparecem como massas
radiopacas internas em estruturas radiotransparentes da medula e do córtex ósseo. Elas
podem ter aparência lobular, pontilhada ou anular da matriz cartilaginosa.

Imagem: Mehlauge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
66: Falange distal do primeiro pododáctilo totalmente destruída por
tecido
osteocondral.

Imagem: Mehlauge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

 Figura
67: Imagem da articulação coxofemoral apresenta uma zona de obliteração
no
trocânter maior e uma fratura patológica abaixo do trocânter menor.
SARCOMA DE EWING

É um tumor maligno que acomete a região medular e migra para a região cortical, podendo
se
espalhar (metástase) por meio da corrente sanguínea. Comum em indivíduos brancos
entre 5 e
25 anos de idade, ela ocorre com mais frequência em adolescentes.

Imagem: Autor desconhecido / Wikimedia Commons / Domínio Público


 Figura 68:
Médico patologista americano, James

Stephen Ewing (1866-1943) descreveu pela

primeira vez esse tumor em 1920.

As células tumorais são originadas na medula óssea e geram camadas de


neoformação óssea,
que migra para o córtex, formando lamelas (lâminas). Elas podem gerar focos de
destruição
óssea e aumento da massa dos tecidos moles. Esse aspecto é conhecido como
sinal da “casca
de cebola”.

Em linhas gerais, elas se apresentam como lesões destrutivas permanentes na diáfise dos
ossos longos, formado, em sua maior parte, por tecido mole sem matriz. Não há uma
apresentação clínica específica para o tumor, mas ele costuma apresentar dor localizada,
tecido mole palpável e fraturas patológicas. Também pode haver sintomas similares aos da
osteomielite, com febre baixa e perda abrupta de peso.

Imagem: GREENSPAN, BELTRAN, 2017, p. 816

 Figura
69: Radiografias de membros inferiores mostram o aspecto lamelar do
sarcoma de
Ewing.

Imagem: Wikimedia Commons

 Figura
70: Na radiografia do tornozelo, ainda é possível observar o padrão
permeativo no
maléolo lateral.

Nas imagens radiográficas, ele pode apresentar dois formatos


específicos:
Aspecto lamelar de “casca de cebola” quando produz a estratificação;

Lesões redondas líticas e permeativas com o aspecto de “roído de traça”.

Ocasionalmente, as lesões demonstram aparências espiculadas ou reações periosteais


espessas com uma expansão óssea para os tecidos moles.

Foto: Shutterstock.com

 Figura
71: Aspecto das lamelas em uma cebola cortada.

Imagem: GREENSPAN; BELTRAN, 2017, p. 817, respectivamente.


 Figura
72: Erosão cortical extrínseca e padrão mais esclerótico com reação
periosteal que
irradia para os tecidos moles adjacentes.

 COMENTÁRIO

Os padrões na figura 72 sugerem sarcoma de Ewing, embora


a segunda imagem possa
facilmente ser confundida com osteossarcoma.

MIELOMA MÚLTIPLO

Como o próprio nome sugere, são lesões tumorais oriundas da medula óssea; de matriz
hematopoiética, elas podem produzir uma lesão osteolítica solitária (mais rara) ou
lesões
difusas, o que atribui a ela o nome de mieloma múltiplo (mais comum).

Mielomas múltiplos são, portanto, aglomerados de plasmócitos que crescem e destroem


gradativamente as células da medula óssea, formando cavidades osteolíticas difusas e
múltiplas.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 73:
Fotomicrografias do tecido medular ósseo. Na primeira, vemos células sadias,
hematopoiéticas e tecido adiposo; na segunda, um aglomerado de plasmócitos
modificados
marcados com corante artificial.

Na imagem radiográfica, são mais comuns lesões pequenas e difusas em “saca-bocado”,


radiotransparentes, na região medular e cortical. Quando em área subperiosteal, elas
geram
entalhes na margem cortical. As lesões apresentadas com aspecto “saca-bocado”
recebem
esse nome pelo fato de que o tecido ósseo parece ter sido perfurado várias vezes
por esse
instrumento vazador de perfurar cintos e bolsas de couro.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 74:
Saca-bocado tradicional usado para perfurar couro e vazador de ponteira
empregado para perfurar couro, respectivamente.

Na figura 75, é possível observar todos os tipos de aspectos radiográficos. Inúmeras


áreas
radiotransparentes, pequenas e difusas são visualizadas nos três ossos longos. Na
porção
proximal do rádio e na distal do úmero, localizam-se as lesões subperiosteais que
produzem o
aspecto entalhado nas bordas corticais dos ossos. Por fim, no terço proximal
da ulna, o
acúmulo de lesões líticas na região metafisária causou uma fratura
patológica.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0


 Figura 75:
Radiografia lateral do antebraço evidencia mielomas múltiplos nos ossos do
antebraço e úmero distal.

LESÕES PSEUDOTUMORAIS
Agora vamos abordar os falsos tumores. Algumas lesões produzem grandes massas; no
entanto, elas não são classificadas como neoplasias. Mesmo assim, durante o diagnóstico
por
imagem, podem se assemelhar a lesões tumorais em uma primeira impressão.
Aproveitamos para frisar que o diagnóstico definitivo para tumores é dado somente por
biópsia
com análise histopatológica. Os exames de imagem são úteis para mostrar o grau
de extensão
da lesão e sua posição topográfica com relação ao tecido ou ao sistema em
que está inserida.

Apresentaremos alguns casos a seguir:

CISTOS ÓSSEOS SIMPLES

Em linhas gerais, um cisto ósseo simples (COS) é uma cavidade única dentro de um osso
preenchida por uma membrana fibrosa repleta de líquido. A lesão acomete a diáfise de
ossos
longos, principalmente o terço proximal do fêmur e do úmero.

O COS é considerado uma lesão reativa sem causas neoplásicas e está mais associada ao
processo de desenvolvimento. Quando ligado a eventos vasculares, pode ser apresentado
como cisto ósseo aneurismático (COA).

Os sinais e sintomas clínicos incluem dor, edema ou rigidez da articulação mais próxima.
Em
muitos casos, é a fratura patológica o primeiro sinal da lesão que leva o paciente à
emergência.

Imagem: James Heilman, MD / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura 76: Corte tomográfico da


coluna cervical exibe lesão cística no corpo vertebral de C4.

Imagem: Mehlauge / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

 Figura 77: Radiografia do


tornozelo evidencia grande cisto ósseo aneurismático antes e
após o
tratamento cirúrgico.

A partir do exame radiográfico, o COS evidencia-se por uma lesão radiotransparente


central ou
metafisária de proporções consideráveis com limites bem definidos e
bordas escleróticas. É
justamente essa combinação de aspectos que pode confundir um
cisto ósseo com um tumor
de células gigantes ou tumores marrons do
hiperparatireoidismo. No entanto, no caso de cistos
ósseos, a lesão pode seguir
assintomática e raramente rompe a barreira cortical.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 78:
Radiografias do esqueleto apendicular apontam cistos ósseos simples.

Na
primeira imagem, o cisto favorece uma fratura patológica do terço proximal
do

úmero em razão da redução da massa cortical óssea. Na segunda, vê-se um

cisto ósseo simples de pequena proporção com bordas escleróticas bem

definidas (aspecto radiográfico padrão).

MIOSITE OSSIFICANTE

Trata-se de uma lesão pós-traumática que atinge tecidos moles. Etimologicamente, a


miosite
ossificante é uma inflamação muscular decorrente de trauma. Por meio desse
trauma, formam-
se áreas fibrosas de tecido conjuntivo cuja tendência é passar por um
processo de ossificação.

MAS COMO ISSO OCORRE?


Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 79:
Radiografias de membros superiores em que é possível observar um padrão
radiopaco extraósseo

típico em casos de formação de osso heterotópico em


pacientes submetidos a cirurgias
ortopédicas

para a implantação de placas,


pinos
e implante radial.

Na imagem radiográfica, a lesão é observada em aspecto radiopaco, podendo ser lamelar ou


irregular, desarticulada e situada na região de tecidos moles. Geralmente, a
lesão é
formada
tanto por osso denso bem organizado na periferia da lesão quanto por osso
imaturo menos
organizado ao centro — e uma fenda radiotransparente separa a lesão do
córtex do osso
adjacente. A grande questão é que, em alguns casos, a lesão
pode ter
formato sarcomatoso
(irregular), podendo ser facilmente ser confundida com tumores
malignos.

Imagem: Hellerhoff / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0


 Figura 80:
Radiografia de acompanhamento depois de implante de prótese coxofemoral
que,
após

cinco meses, apresenta a formação de massa extraóssea. Em alguns casos,


é
necessário
reabrir a

região para realizar a remoção cirúrgica dos ossos


heterotópicos.

O especialista Raphael Santos apresenta as diferenças entre


tumores benignos e malignos nas
imagens radiográficas.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A PALAVRA CÂNCER (KARKINOS) E O
CARANGUEJO NA CONCEPÇÃO E NA DEFINIÇÃO DA PATOLOGIA?

A) A lesão se movimenta apenas para os lados.

B) A lesão é solitária e com consolidação focal.

C) A lesão é expansiva em todas as direções.

D) A lesão ocorre apenas em meio salino.

E) A lesão é arredondada como o casco do caranguejo.

2. QUAL A CARACTERÍSTICA DIFERENCIAL PARA O DIAGNÓSTICO DE UM


SARCOMA DE EWING?

A) O aspecto osteolítico e solitário nas epífises proximais.

B) O aspecto lamelar de neoformação óssea em "casca de cebola".

C) Lesão com aspecto radiopaco, solitária, inserida na região medular.

D) O aspecto em "saca-bocado", lesões líticas, pequenas, múltiplas e difusas.

E) O aspecto radiopaco, lesão solitária, multiforme.

GABARITO

1. Qual é a relação entre a palavra câncer (karkinos) e o caranguejo na concepção e na


definição da patologia?

A alternativa "C " está correta.

O aspecto estrelado das células cancerosas no microscópio pressupõe uma expansão para
todas as direções, o que caracteriza uma lesão maligna.

2. Qual a característica diferencial para o diagnóstico de um sarcoma de Ewing?

A alternativa "B " está correta.

O aspecto mais comum em sarcomas de Ewing é o padrão lamelar em "casca de cebola", pois
as camadas de neoformação óssea se sobrepõem ao córtex, tornando o osso fraco e dolorido.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo radiográfico de lesões tumorais avalia a extensão das lesões e auxilia na
identificação
de achados precoces que requeiram análise complementar. Entretanto, vale
frisar que nenhum
exame de imagem substitui uma consulta com um médico especialista
capacitado para
solicitar os exames necessários para delimitar um diagnóstico preciso.

As radiografias podem ser bastante sensíveis para a identificação de tumores ósseos,


muito
embora algumas lesões passem imperceptíveis e venham a se manifestar tardiamente.

outros tipos de carcinomas são percebidos apenas com exames morfofisiológicos, como é
o
caso das cintilografias ósseas ou do escaneamento com tomografia por emissão de
pósitrons
(PET-Scan).

A Oncologia é uma área muito estigmatizada, pois as pessoas ainda temem um diagnóstico
precoce de câncer. No entanto, é justamente um diagnóstico preciso e precoce que
favorece
um tratamento efetivo e com maiores chances de cura. Este conteúdo, portanto,
pretende
alertar sobre a necessidade de se manter um padrão de qualidade nos exames de
imagem,
principalmente em radiografias simples, uma vez que a maioria dos pacientes
demanda esses
exames em situações de emergência e as lesões oncológicas acabam
aparecendo como
achados acidentais.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BRASIL. O que é câncer?. In: Instituto Nacional do Câncer.
Publicado em: 30 nov. 2020.
Consultado na internet em: 23 maio 2021.

DAFFNER, R. H. Radiologia clínica básica. 3. ed. São Paulo: Manole,


2003.

GREENSPAN, A; BELTRAN, J. Radiologia ortopédica: uma abordagem prática.


6. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

LEWER, M. H. M (Org.). Tecnologia radiológica. Rio de Janeiro: MedBook,


2019.

MARCHIORI, E.; SANTOS, M. L. Introdução à Radiologia. 2. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara
Koogan, 2015.

MORAES, A.; SIQUEIRA, A. Posicionamento radiográfico. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan,
2017.

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Dr. Pixel: é um projeto da Faculdade de Ciências Médicas da


Unicamp. Aulas, cursos,
casos clínicos e artigos sobre temas específicos em anatomia
patológica por imagem.

CONTEUDISTA
Raphael de Oliveira Santos

 CURRÍCULO LATTES

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