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Stephane Bispo Patologia @fisio.

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Stephane Bispo Patologia @fisio.stephanebispo

Sumário
1. Introdução a patologia.........................................................................................................................4
2. Lesão celular........................................................................................................................................7
3. Radiais livres.......................................................................................................................................11
4. Morte celular......................................................................................................................................12
5. Calcificação.........................................................................................................................................15
6. Pigmentação.......................................................................................................................................17
7. Degeneração.......................................................................................................................................20
8. Inflamação...........................................................................................................................................22
9. Distúrbios Circulatórios hemodinâmico..............................................................................................24
10. Adaptações celulares - Hiperplasia, hipertrofia, metaplasia...............................................................31

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Introdução O que é a Patologia?

Os conceitos variam de acordo com o universo em questão. Para o estudante, a patologia deve ser encarada
como uma introdução ao estudo (gr. "logos") da doença (gr. "pathos"), abordando principalmente o mecanismo de
formação das doenças e também as causas, as características macro e microscópicas e as conseqüências destas sobre
o organismo. A Patologia cuida dos aspectos de Etiologia (estudo das causas), Patogênese (estudo dos mecanismos),
Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões)
e Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais de órgãos e sistemas afetados).

Para o patologista (profissional treinado para reconhecer morfologicamente as lesões), a patologia é o estudo das
lesões decorrentes das doenças. Mas para o bom patologista, mais que um objetivo, o grande desafio é entender a
doença (i.e., saber como e por que determinadas lesões ocorrem em determinadas circunstâncias, e quais as suas
consequências.). Isto explica por que muitas vezes um quadro patológico muito ruim (para o paciente) desperta nos
patologistas exclamações com entusiasmo.

MAS O QUE É DOENÇA?

A doença é uma alteração orgânica geralmente constatada a partir de alterações na função (sintomas) de
determinado órgão ou tecido, decorrentes de alterações bioquímicas e morfológicas causadas por alguma agressão,
de tal maneira que se ultrapasse os limites de adaptação do organismo.

Disciplinas:

1. Patologia Geral - que estuda os fundamentos das doenças e objetiva a compreensão e a classificação das lesões
básicas que determinam e que são determinadas pelas mesmas.
2. Patologia Especial - que estuda as características de cada doença, de acordo com o órgão e sistema acometido.
De acordo com a ênfase dado a determinado aspecto.

A patologia pode ser subclassificada em:

1. Etiologia: Parte da patologia que se atém às causas das lesões;

2. Patogenia: Parte da patologia que se atém ao mecanismo de formação das lesões;

3. Morfopatologia : que por sua vez subdivide-se em:

• Anatomia Patológica - Parte da patologia que estuda as características macroscópicas das lesões;
• Histopatologia - Parte da patologia que estuda as características microscópicas das lesões.
• Fisiopatologia - Parte da patologia que se dedica ao estudo das alterações da função de órgãos lesados.

È importante também tratarmos do conceito de saúde que é estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu
ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua
forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. Saúde, vem do Latim salus, "bom estado físico, saudação", relacionado a
salvus, "salvo".

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
e não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades. Assim a patologia visa estudar as doenças bem como
estado de saúde do paciente porém de forma geral abordado a etiologia, fisiopatologia e os sinais e sintomas da
formação das doenças de modo geral.

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Agressão/ Defesa / adaptação / lesão

Agressões podem ser provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, por alterações na expressão gênica ou
por modificações nutricionais, metabólicas ou dos próprios mecanismos de defesa do organismo. As agressões podem
se originar no ambiente externo ou a partir do próprio organismo.

Os mecanismos de defesa contra agentes externos são muito numerosos. Ao lado de barreiras mecânicas e químicas
existentes no revestimento externo e interno (pele e mucosas), o organismo conta com diversos mecanismos
defensivos:

(1) contra agentes infecciosos, atuam a fagocitose, o sistema complemento e, sobretudo, a reação inflamatória, que
é a expressão morfológica da resposta imunitária; esta tem dois componentes: (a) resposta inata, que surge
imediatamente após agressões; (b) resposta adaptativa;
(2) contra agentes genotóxicos (que agridem o genoma), existe o sistema de reparo do DNA;
(3) contra compostos químicos tóxicos, incluindo radicais livres, as células dispõem de sistemas enzimáticos de
destoxificação e antioxidantes. É importante salientar que, com certa frequência, os próprios mecanismos
defensivos podem se tornar agressores. A desregulação da reação imunitária, por exemplo, para mais ou para
menos, está na base de muitas doenças prevalentes.

A adaptação refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo de, frente a um estímulo,
modificar suas funções dentro de certos limites (faixa da normalidade), para ajustar-se às modificações induzidas pelo
estímulo. A adaptação pode envolver apenas células (ou suas organelas) ou o indivíduo como um todo. São exemplos
da primeira situação:

(1) pré-condicionamento das células à hipóxia, que permite a sobrevivência delas em condições de baixa
disponibilidade de O2;

(2) hipertrofia do retículo endoplasmático liso (REL) por substâncias nele metabolizadas (p. ex., a administração de
fenobarbital provoca hipertrofia do REL em hepatócitos); (3) hipertrofia muscular por sobrecarga de trabalho (do
miocárdio do ventrículo esquerdo na hipertensão arterial, da musculatura esquelética em atletas ou em pessoas que
fazem trabalho físico vigoroso etc.).

A resposta adaptativa geral, inespecífica e sistêmica que o organismo monta frente a diferentes agressões por agentes
físicos, químicos, biológicos ou emocionais é conhecida como estresse

Lesão é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas células e nos tecidos após
agressões. As alterações morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas a olho nu (alterações
macroscópicas) ou ao microscópio de luz ou eletrônico (alterações microscópicas e submicroscópicas). As alterações
moleculares, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações morfológicas, podem ser detectadas por
métodos bioquímicos e de biologia molecular. Os distúrbios funcionais manifestam-se por alterações da função de
células, tecidos, órgãos ou sistemas e representam a fisiopatologia.

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Como as doenças surgem e evoluem de maneiras muito variadas, as lesões são dinâmicas: começam, evoluem e
tendem para a cura ou para a cronicidade. Por esse motivo, elas são também conhecidas como processos patológicos.

O alvo dos agentes agressores são as moléculas, sobretudo as macromoléculas de cuja ação dependem as funções
vitais. Portanto, toda lesão se inicia no nível molecular.

As alterações morfológicas surgem em consequência de modificações na estrutura das membranas, do


citoesqueleto, do núcleo ou de outros componentes citoplasmáticos, além do acúmulo desubstâncias dentro ou fora
das células. As lesões celulares resultam em lesões nos órgãos e sistemas funcionais.

A ação dos agentes agressores se faz por dois mecanismos:

(1) ação direta, por meio de alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas;
(2) ação indireta, por intermédio de mecanismos de adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou
eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas.

Muitos agentes lesivos agem pela redução do fluxo sanguíneo, o que diminui o fornecimento de O2 para as células
e reduz a produção de energia. A redução da síntese de ATP pode ser provocada também por agentes que inibem
enzimas da cadeia respiratória; já outros diminuem a produção de ATP porque impedem o acoplamento da oxidação
com o processo de fosforilação do ADP; há ainda agressões que aumentam as exigências de ATP sem induzir aumento
proporcional do fornecimento de oxigênio. Em todas essas situações, a deficiência de ATP interfere nas bombas
eletrolíticas, nas sínteses celulares, no pH intracelular e em outras funções que culminam com o acúmulo de água no
espaço intracelular e em uma série de alterações ultraestruturais que recebem, em conjunto, o nome de degeneração
hidrópica. São, portanto, diferentes os agentes agressores capazes de produzir uma mesma lesão por meio de redução
absoluta ou relativa da síntese de ATP.

Ação do calor (queimadura), de um agente químico corrosivo ou de uma bactéria que invade o organismo é seguida
de respostas teciduais que se traduzem por modificações da microcirculação e pela saída de leucócitos e de plasma
dos vasos para o interstício. Nessas três situações, ocorre uma reação inflamatória, que é uma modalidade comum e
muito frequente de resposta do organismo frente a agressões muito variadas.

Nas inflamações, os leucócitos são mobilizados por agressões diferentes, porque muitos deles são células
fagocitárias, especializadas em matar microrganismos e em fagocitar tecidos lesados para facilitar a reparação ou a
regeneração. Por essa razão, é fácil compreender que, quando os leucócitos são estimulados por agressões diversas,
eles possam também produzir lesão nos tecidos. Do exposto, fica claro: a própria resposta defensiva (adaptativa) que
o agente agressor estimula no organismo pode também contribuir para o aparecimento de lesões.

Toda agressão gera estímulos que induzem respostas adaptativas que visam aumentar a resistência às agressões
subsequentes. Os estímulos geradores dessas respostas não são ainda bem conhecidos, mas já se tem ideia de algumas
reações muito conservadas na natureza. A expressão de proteínas do estresse, também chamadas proteínas do
choque térmico (em inglês HSP, de heat shock proteins), ocorre em todo tipo de célula diante das mais variadas
agressões.

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Lesão Celular
Causas de lesão celular

1. Agentes físicos

• Força mecânica: Abrasão, Contusão, Incisão, Perfuração, fratura,


• Grandes altitudes.
• Variação de temperatura
• Radiação
• Corrente elétrica
• Luz solar

2. Agentes químicos

3. Agentes biológicos

• Vírus, bactéria fungos, parasitas, protozoários.

1. Mecanismos auto-imune

2. Alterações genéticas

3. Deficiências nutricionais

• A Resposta à lesão depende do tipo, intensidade e duração do estímulo.


• As Consequências da lesão depende do tipo, estado e adaptabilidade da célula.
• O comprometimento de algum sistema celular produz efeitos secundários generalizados.

Lesão Celular Reversível


Alterações Celulares patológicas que podem ser restauradas a normalidade, com a retirada do estimulo ou se este
não for muito grave.

Eventos:

• Diminuição da atividade da bomba de Na+


• Aumento da taxa da glicólise anaeróbica
• Redução da síntese protéica
• Morfologicamente:
• Bolhas na superfície celular
• Tumefação de organelas e de toda a célula

Lesão Celular Irreversível

• Ocorre quando excede a capacidade da célula a se adaptar, levando a alterações permanentes.


• Tumefação intensa das mitocôndrias
• Densidades amorfas, grandes e floculentas na matriz mitocondrial.
• Influxo maciço de Ca++.
• Perda de proteínas, coenzimas, enzimas ácidos ribonucléicos e de metabólitos que reconstituem o ATP
• Lesão de membranas lisossômicas

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• Ativação de RNases, DNases, proteases, fosfatases,, glicosidases e catepsinas.


• Extravazamento de enzimas celulares para o espaço extracelular.
• Entrada de macromoléculas extracelulares para a célula.
• A célula morta é substituída por figuras de mielina que são fagocitadas ou degradadas em ácidos graxos.

Mecanismos de lesão irreversível

As lesões da membrana se dão por:

• Disfunção mitocondrial – fosfolipases


• Perda dos fosfolipídeos da membrana
• Anormalidades citoesqueléticas-proteases
• Espécies de oxigênio reativo
• Produtos de degradação de lipídeos
• Possuem efeito detergente ou se inserem na membrana
• Perda dos aminoácidos intracelulares
• A perda da glicina protege contra lesão estrutural e dos efeitos do Ca++

Respostas Imunitárias na origem da lesão

Anticorpos

• Bloqueio ou estimulação da função celular


• Formação do complexo Ag-Ac e fixação do complemento levando a formação de fatores quimiotáticos.
• As células citotóxicas reconhecem o fragmento FC de anticorpos presente na célula alvo e a destrói.

Imunidade celular

• Reconhece o epitopo MHCI e as células T citotóxias liberam substancias anfipáticas que se aprofundam na
membrana e a faz perder eletrólitos – Morre – Perfurina.
• Células Citotóxicas liberam Granzimas que penetram nos poros das células e ativam as caspases induzindo a
apoptose.

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Resposta localizada por agressão

Inflamação

Respostas Sistêmicas

Modificações na síntese protéica (Fase aguda)

• Os hépatócitos sintetizam menos albumina e ferritina e aumenta a produção de:


• Proteina C reativa – inibidora da blastogenese;
• Ceruluplasmina – Remove radicais livres.
• α –2- Macroglobulina;
• Fibrinogênio - etapas finais da coagulação .

Alterações metabólicas

• Liberação de Adrenalina
• Estimula a gliconeogenese;
• Inibe a produção de glucágon e inibe a insulina.

- Impede a utilização periférica de glicose

• Incrementa o trabalho cardíaco


• Vasodilatação nos músculos esqueléticos
• Alterações no apetite e no Sono

Manifestações inespecíficas – pós agressão

• Fraqueza;
• Mal-estar;
• Cansaço
• Depressão
• Letargia e febre

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• Falta de apetite
• Dores musculares e articulações

Febre

Síndrome clínica caracterizada por sensação de frio, tremores, hipertermia e taquicardia;

1. Momento - Hiperalgesia – excitação, elevação da pressão arterial e insônia produção de calor –


hipertermia
2. Momento Perda de calor – pecilotermia Hipoalgesia – redução da atividade motora. Sonolência hipotensão.

• A febre resulta da desregulação dos neurônios termosensiveis


• Aumento na produção de tiroxina – produção de calor – individuo sente frio.
• Estimulação da contração muscular – Tremores.

Cessado a ação do agente lesivo:

• Neurônios termosensíveis voltam ao normal – 37ºc.


• O organismos recebem sinalizações para reduzir a produção e aumentar a perda de calor – Sudorese.
• Taquicardia

- Aumento a pressão sistólica;

- Aumento da filtração glomerular;

- Diurese.

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Radicais Livres
Em níveis considerados normais, os radicais livres não são prejudiciais à saúde. Em excesso, essas moléculas podem
ser tóxicas ao nosso organismo.

Radicais livres são moléculas instáveis e que apresentam um elétron que tende a se associar de maneira rápida a
outras moléculas de carga positiva com as quais pode reagir ou oxidar. No nosso organismo, os radicais livres são
produzidos pelas células, durante o processo de queima do oxigênio, utilizado para converter os nutrientes dos
alimentos absorvidos em energia. Os radicais livres podem danificar células sadias do nosso corpo, entretanto, nosso
organismo possui enzimas protetoras que reparam 99% dos danos causados pela oxidação, ou seja, nosso organismo
consegue controlar o nível desses radicais produzidos através do nosso metabolismo. Os processos metabólicos não
são a única fonte de radicais livres. Fatores externos podem contribuir para o aumento da formação dessas moléculas.
Entre esses fatores estão:

• Poluição ambiental;
• Raios-X e radiação ultravioleta;
• Cigarro;
• Álcool;
• Resíduos de pesticidas;
• Substâncias presentes em alimentos e bebidas (aditivos químicos, hormônios, entre outros);
• Estresse;
• Consumo excessivo de gorduras saturadas (frituras, etc).

Os radicais livres podem prejudicar nossa saúde?

Em níveis considerados normais, os radicais livres não são prejudiciais à saúde. Em excesso, essas moléculas podem
ser tóxicas ao nosso organismo. Os radicais livres podem contribuir para o surgimento de alguns problemas de saúde,
como o enfraquecimento do sistema imunológico e o envelhecimento, bem como de distúrbios mais sérios, como
artrite, arteriosclerose, catarata, entre outros.

O que fazer para evitar que nosso organismo acumule radicais livres?

Os antioxidantes são moléculas com carga positiva que se combinam com os radicais livres, tornando-os inofensivos.
Uma alimentação rica em vegetais é a melhor opção para se proteger contra os radicais livres, diminuindo assim o
risco de várias doenças e evitando o envelhecimento precoce.

Embora os antioxidantes ajam reduzindo a concentração de radicais livres, seu papel é modulador, moderador e não
bloqueador, ou seja, a mera ingestão de vitaminas não evita completamente a ocorrência de doenças causadas pelos
radicais livres, embora sua ausência possa favorecer, em alguns casos, a ocorrência delas.

Algumas substâncias antioxidantes - Existe uma série de substâncias antioxidantes, mais as principais são:

• Vitamina C: Frutas cítricas e vegetais verde-escuros (laranja, limão, cerola, morango, brócolis, tomate, entre
outros);
• Vitamina E: Presente principalmente no gérmen de trigo, mas também no óleo de soja, arroz, nozes, vegetais
folhosos e legumes;
• Vitamina A: Cenoura, abóbora, brócolis, melão, etc;
• Zinco: Carnes, peixes, aves e leite;
• Selênio: Fígado, ave, etc;
• Licopeno: Tomate, etc.

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Morte Celular
• Lesões celulares reversíveis e irreversíveis
• Se a morte celular ocorrer seguida de autólise – Necrose
• Se a morte celular ocorrer por contração, condensação das estruturas celulares, fragmentação e fagocitose da
célula – Apoptose

Necrose

• Morte celular ocorrida no organismo vivo e seguida de autólise


• Os lisossomos perdem a capacidade de conter a hidrolise no seu interior e esta sai para o citosol

Qualquer agente lesivo pode produzir necrose por:

• Redução da energia por obstrução dos vasos ou por inibição do processo respiratório
• Aumento dos radicais livres
• Ação direta da membrana

Evolução da necrose

• Regeneração: o processo inflamatório se encarrega de digerir as células mortas para que possam ser
reabsorvidos e substituídas por células semelhantes aquelas destruídas (lesão pequena)
• Cicatrização: Quando substituídas por tecido fibroso (lesão grande, membrana basal danificada)
• Calcificação distrófica: O Tecido vai sendo encapsulado. Ex: pseudocitos do pâncreas
• Eliminação: eliminação do tecido lesado para fora do local afetado . Ex. Caverna Tuberculosa

Tipos de Necrose

1. Necrose por coagulação – Isquêmica: Causada por isquemia no local. é frequentemente observada nos infartos
isquêmicos. Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular divididoa presença e
permanência de proteínas coaguladas no citoplasma, sem haver rompimento da membrana celular.

2. Necrose por liquefação: O tecido necrótico fica limitado a uma região geralmente cavitaria, havendo presença de
grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (os quais originam pus). É comum em infecções
bacterianas. Pode ser observada nos abcessos e no sistema nervoso central, em processos isquêmicos bem como
em algumas neoplasias malignas.

3. Necrose Caseosa: Tecido esbranquiçado, granulosos, amolecido, com aspecto de ‘’queijo friável’’.
Microscopicamente o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por proteínas. É comum na
tuberculose, em neoplasias malignas e alguns tipos de infarto. Na sífilis, por ter consistência borrachoide, é
denominada de necrose gamosa.

4. Necrose Fibrinóide: O tecido necrótico adquire um aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina. Pode aparecer
na ateroesclerose, na ulcera péptica etc.

5. Esteatonecrose: Calcificação de ácidos graxos na superfície do órgão. Esteatocito irregulares com núcleos não
periféricos e material necrótico amorfo rosa interposto e células inflamatórias.

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Apoptose

Onde ocorre?

• Embriogenese
• Morte neuronal, desaparecimento do timo e ducto tireoglosso, atrofia prostática pós castração
• Involução de tecidos dependentes de hormônios
• Processo de reparo e inflamação aguda
• Controle do turnover celular
• Neoplasia – Células malignas tem a capacidade diminuída em sofrer apoptose frente a um estimulo fisiológico
• Doenças auto-imunes – Perda do controle fisiológico da morte de linfócitos auto-reativos após o termino da
resposta imune
• Infecção viral – Capacidade de inibir a apoptose pela produção de proteínas supressoras da morte celular

Ciclo Celular

Ciclinas

• O processo das células através das diferentes fases do ciclo celular é controlado por complexos de proteínas
quinase (CDKs), as quais são controladas por proteínas designadas ciclinas
• CDKs: Cyclin Depend Kinase:
o Moleculas que possuem níveis celulares constantes;
o Apresentam-se em formas ativas e inativas;
o Ativadas pelas ciclinas

• Os níveis celulares de cada ciclina apresentam picos em fases específicas do ciclo celular
o Ciclina D combina-se com CDK4 e CDK6 na fase G1
o Ciclina E Combina-se com CDK2 no final da fase G1
o Ciclina A Combina-se com CDK2 e CDK1 na fase S
o Ciclina B combina-se com CDK1 na fase G2

• As ciclinas são cofatores na ativação de proteínas especificas:


o Quinases dependentes da ciclina (CDK)
o Fosforilam inúmeras outras proteínas
o estimulam a passagem pelas diversas etapas do ciclo celular
o inibidas por proteínas inibidors de quinases
o Especificas: p15,16,18 e 19, Inespecificas: p21, 27 e 57

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Genes Supressores Tumorais

• Genes que codificam proteínas capazes de alterar o ciclo celular na presença de mutações ou danos ao DNA
o Reparam o DNA lesado
o Interrompem o ciclo celular em células com danos severos (induzem a apoptose)
o Liberam o Ciclo após o reparo

• Apoptose consiste na morte celular programada, na qual a célula entra em um rígido processo de auto-
destruição
• Presença de intensa condensação da cromatina com aspecto bolhoso e picnose nuclear.
• Freqüentemente acompanhada por degradação internucleossomal do DNA
o -A eletroforese apresenta um padrão escalonado (“ladder”)
• A apoptose é controlada por uma família de proteínas:

➢ Apoptose é um mecanismo de lesão tecidual precoce, antes da necrose; aumento da apoptose deve ser
interpretado como um sinal precoce de isquemia indicando oclusão vascular inicial (SEDIV, et al - Histopathology
1998).
➢ Apoptose de células endoteliais seguida pela dos hepatócitos é um importante evento da morte celular após
injúria por isquemia/ reperfusão (KOHLI. V, et al - Transplantation, 1999).
➢ Inibição da apoptose através de alvos moleculares específicos pode servir para controlar a injúria por reperfusão
(KUO. P.C, et al - Clin Transplantation, 1998).

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Calcificações
Calcificação patológica - consiste na deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados. Calcificação
é uma lesão muito frequente, embora geralmente não traga consequências graves. No organismo, os níveis
plasmáticos de cálcio estão em um balanço delicado, no sentido de que pequenos desequilíbrios podem ocasionar
precipitação de sais de cálcio. Tanto no tecido ósseo quanto em focos de calcificação patológica, forma-se
hidroxiapatita – Ca10(PO4)6(OH)2. A diferença básica é que, no tecido ósseo mineralizado, a calcificação se dá sobre
o colágeno, formando a matriz osteoide. Em calcificações patológicas, os depósitos minerais ocorrem sobre outros
substratos celulares (viáveis ou necróticos) e extracelulares (tecido conjuntivo ou secreções). As calcificações
patológicas podem ser distrófica, quando predominam fatores locais, como necrose, ou metastática, em casos de
hipercalcemia. Há ainda calcificações idiopáticas, em que nenhum desses fatores está presente.

Calcificação distrófica - Resulta de modificação local nos tecidos (distrofia significa alteração tecidual prévia). Várias
modificações celulares ou teciduais favorecem a nucleação e a precipitação de cristais de cálcio. Restos necróticos são
particularmente suscetíveis de deposição de cálcio, que ocorre, sobretudo, em locais com necrose caseosa, necrose
por coagulação ou necrose gordurosa. Em tecidos necróticos, a deposição de cálcio ocorre de maneira gradativa,
iniciando-se por pequenos grânulos basofílicos periféricos, que, às vezes, apresentam aspecto em alvo (calcosferitas),
resultantes da deposição concêntrica. À medida que mais cálcio se deposita, os grânulos coalescem e formam faixas
que se estendem gradativamente ao centro da lesão. A calcificação aparece também em cicatrizes, ateromas e
cartilagens.

• Flebólitos: trombos venosos calcificados


• Sialólito: calcificação de secreção em ducto salivar, podendo causar obstrução
• Litopédio: calcificação de fetos mortos retidos

Mecanismos:

Exposição de núcleos primários: parece ser necessária para iniciar a calcificação. Fosfolipídeos de membranas
celulares representam núcleos primários, uma vez que o cálcio pode ligar-se a essas moléculas. Outras moléculas ou
estruturas podem atuar como núcleos primários e iniciadores da calcificação, como fibras elásticas, fibras colágenas,
proteínas desnaturadas, fosfoproteínas, ácidos graxos e bactérias.

1. Aumento local na concentração de fosfato e/ou de cálcio


2. Remoção de inibidores de calcificação.

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Figura 1: Calcificação distrófica da valva aórtica (Fonte: Robbins 9ed.).

Calcificação metastática - Indica que o cálcio reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, se não
houver excreção adequada pelos rins, depósitos em outros locais. Tal calcificação ocorre caracteristicamente quando
há hipercalcemia e, mais raramente, hiperfosfatemia. A principal causa de hipercalcemia é a hipersecreção de
paratormônio ou de moléculas semelhantes. Muitas doenças dos ossos podem causar hipercalcemia. Acometimento
extenso por neoplasias, como mieloma ou metástases disseminadas, pode provocar rápida destruição óssea, com
aumento da calcemia. A imobilização prolongada remove estímulos para formação de tecido ósseo, enquanto
continua ocorrendo reabsorção.

Os depósitos de cálcio metastáticos podem formar-se em qualquer local, mas especialmente em pulmões, rins, artérias
sistêmicas, veias pulmonares e córneas. Esses órgãos e estruturas têm em comum o fato de secretarem ácidos, criando
um compartimento interno alcalinizado. Os pulmões eliminam CO2; a córnea perde CO2 por difusão. Os depósitos em
vasos com sangue oxigenado (artérias sistêmicas e veias pulmonares) explicam-se pelo mesmo princípio, já que o
sangue venoso é mais ácido que o arterial.

Em calcificações metastáticas, a precipitação de cálcio inicia-se nas mitocôndrias. Quando há morte celular, as células
acabam envolvidas pela calcificação. A deposição de sais de cálcio também ocorre no compartimento extracelular,
sendo as membranas basais dos pulmões e dos rins sítios particularmente suscetíveis. Os achados anatomopatológicos
na calcificação metastática são característicos. Os órgãos apresentam-se muito endurecidos e calcários e rangem ao
corte com faca

Calcinose idiopática

Consiste em depósitos de calcificação geralmente cutâneos e frequentemente múltiplos, sem lesão prévia e com níveis
séricos normais de cálcio e de fosfato. As lesões podem ulcerar-se, permitindo drenagem do material calcário.

A calcinose escrotal caracteriza-se por múltiplos nódulos duros que se formam na pele do escroto. Considerada
idiopática, essa forma de calcificação parece relacionada, em certos casos, com cistos epidermoides que se rompem e
se inflamam, com posterior calcificação distrófica do conteúdo. Nesse estágio, os depósitos calcificados ocupam a
derme, por vezes circundados por histiócitos e reação gigantocelular.

Figura 2: Calcinose idiopática escrotal (Fonte: Rev. Bras. Cir. Plást. 2019;34(2):295-298).

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Pigmentação
Pigmentos: São substancias com cor própria amplamente distribuídas na natureza nos meios animais e vegetais. Ex.
Citocromos, melanina, clorofila.

→ Pigmentação: é o acúmulo anormal de pigmentos no organismo.

Exógena

• Por Prata - Exposição por um logo período a prata.


• Carotenose - Ingestão excessiva de caroteno.
• Pneumoconiose - São alterações pulmonares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de partículas
provindas do ambiente (poeiras/poluição do ar).
• Antracose – Exposição prolongada a Poluição, poeira.
• Silicose – Exposição prolongada a Sílica
• Tatuagem: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos por agulha com propósitos
decorativos ou identificadores.

Endógena

Podem ser derivada:

• Hemoglobina
• Melanina
• Acido Homogentísico
• Lipofuscina

Hemoglobina:

Pigmentos Biliares:

• Bilirrubina (Bb) – pigmento amarelo derivado do catabolismo da hemoglobina e outras proteínas.


• Esta relacionada com
• Kerniceterus
• Doenas hereditarias ou adquiridas
• Hiperbilurrubinemia – Ictericia
• Pigmentação de pele, mucosa e escleras.
• Formação de cálculos biliares

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Hiperbilirrubinemia e icterícia podem ser originadas, portanto, por inúmeras causas e mecanismos. De forma
resumida, isso acontece em:

1. aumento da produção de Bb, como ocorre em anemias hemolíticas;


2. redução na captação e no transporte de Bb nos hepatócitos, que se dá por defeitos genéticos;
3. diminuição na conjugação da Bb, por carência de enzimas envolvidas no processo, como ocorre em
algumas doenças genéticas;
4. baixa excreção celular de Bb, por doenças genéticas;
5. obstrução biliar, intra ou extra-hepática, sobretudo por cálculos ou tumores;
6. combinação de lesões, como acontece em hepatites e na cirrose hepática.

Hematoitina: É constituída pela mistura de lipídeos e um pigmento semelhante à Bb, sem ferro, que se forma em
focos hemorrágicos, após a degradação das hemácias por macrófagos.

Hemossiderina: Hemossiderina e ferritina são as duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro ( 20
a 25% ).

• Funcões do Ferro e o Excesso de ferro.


• Ferritina: proteína constituída pela apoferrina e ferro – armazena ferro e controla os radicais livres.
• A ferritina distribui-se no citoplasma formando agregados de moléculas em suspensão (micelas). A degradação da
ferritina no citosol libera ferro. Quando há excesso de ferro, micelas de ferritina se agregam e formam a
hemossiderina.
• A deposição excessiva de hemossiderina nos tecidos (hemossiderose) pode ser localizada ou sistêmica.

Hemossiderose Localizada - Ex. Nas Hemorragias.

- No interior dos macrógafos 24 a 48 h após o sangramento.

• A transformação progressiva das hemácias em hemossiderina na área de hemorragia pode ser evidenciada nas
contusões cutâneas.

Hemossiderose Sistêmica: ocorre por aumento da absorção intestinal de ferro, em anemias hemolíticas e após
transfusões de sangue repetidas.

• O pigmento acumula-se, sobretudo, nos macrófagos do fígado, baço e medula óssea e em linfonodos, Na maioria
dos pacientes, não há distúrbio funcional dos órgãos afetados.

Hemocromatose: há aumento da absorção intestinal do ferro por defeito genético. Devido à limitada capacidade de
excreção, há o aumento de ferro na circulação.

• Ocorre lesão por meio da formação de radicais livres e/ou da liberação de enzimas hidrolíticas e de ferro
acumulado nos lisossomos.
• Leva a cirrose hepática e hipotrofia do pâncreas exócrino e endócrino, que provoca diabetes (diabetes bronzeado),
hipogonadismo, insuficiência cardíaca e artropatia.

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Pigmento Malárico – Hemozoína: Resulta da degradação da hemoglobina ingerida pelo plasmódio durante o seu
ciclo de vida nas hemácias. Ahemoglobina ingerida pelo plasmódio sofre proteólise em vacúolos digestivos.

O heme liberado é potencialmente tóxico, podendo resultar em inibição de proteases no vacúolo digestivo,
peroxidação de lipídeos, geração de radicais livres e morte do parasito.

• O heme é sequestrado sob a forma de matriz cristalina insolúvel (hemozoína)-biomineralização.


• Medicamentos como Cloroquina impede a Biomineralização.
• O pigmento forma grânulos castanho-escuros e acumula-se em macrófagos do fígado, baço, medula óssea,
linfonodos e de outros locais, onde permanece por muitos anos.
• O acumulo de Hemozoína leva a diminuição da resposta imune alem de inibir a eritropoese.

Pigmento Equistossômico

• Origina-se no trato digestivo do Schistosoma a partir do sangue do hospedeiro, que é ingerido pelo verme.
• Proteases do intestino do parasito degradam a hemoglobina em peptídeos, aminoácidos e heme.
• Este forma um cristal de heme estruturalmente idêntico à hemozoína na luz do intestino do verme, sob a forma
de agregados de cristais.
• O pigmento é regurgitado pelo verme na circulação sanguínea do hospedeiro e se acumula como grânulos
castanho-escuros ou negros.

Hiperpigmentação Melânica

• Melanina - pigmento cuja cor varia do castanho ao negro, é amplamente encontrada.


• Função da Melanina - proteção contra a radiação ultravioleta B (fotoproteção), ação antioxidante, absorção de
calor, cosmética, comunicação social, camuflagem em várias espécies animais (p. ex., peixes e anfíbios) e reforço
da cutícula de insetos e parede de células vegetais.
• A melanodermias e leucodermias, são frequentes e associam-se a numerosas doenças:
• As lesões hiperpigmentadas mais comuns são: Manchas de idade, melanomas, sardas.

O que causar hiperpigmentação melânica?

• Medicamentos (sulfonamidas, hidantoína, cloroquina, levodopa), anticoncepcionais orais, metais pesados


(arsênico, bismuto, ouro, prata)
• Agentes quimioterápicos (ciclofosfamida, 5-fluoruracila, doxorrubicina, bleomicina).
• A hipopigmentação pode ser congênita (p. ex., albinismo) ou adquirida (p. ex., vitiligo). Pigmentação melânica do
envelhecimento – cabelos brancos.

Lipofucina

• Também chamada lipocromo,


• Marcador de envelhecimento celular.
• Acumula-se no tecido. A lipofuscina resulta da peroxidação de material autofagocitado e acumulado em
lisossomo.
• Deposita-se em alguns tecidos com o passar da idade e leva a atrofia destes órgãos:
• Retina - Idade
• Fígado e Miocárdio – Desnutrição

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Degeneração
→ São alterações celulares, geralmente reversíveis quando o estímulo cessa, e que podem ou não evoluir para a morte
celular. O citoplasma apresenta-se lesionado, com acúmulo de substâncias exógenas ou préexistentes, o que reduz ou
cessa a função celular.

1. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR /TUMEFAÇÃO

• Resposta mais comum as agressões celulares.


• Principal consequência = perda do controle osmótico (entrada de água na célula) e aumento do volume celular.
• Está relacionada a permeabilidade da membrana celular - a membrana torna-se permeável ao Na+ e ao Ca++, que
entram na célula, o K+ sai e a água entra na célula diluindo o citoplasma, devido a falha da bomba de Na+/K+.

Tumefação/Edema Celular

Possíveis mecanismos:

• Hipóxia - reduz produção de ATP


• Hipertermia - aumento no consumo de ATP
• Toxinas e Radicais Livres - lesam diretamente a membrana
• Substâncias inibidoras de ATPase - inibe produção de ATP
• Para causar EDEMA, uma substância nociva lesa a membrana plasmática e interfere na sua permeabilidade e no
transporte de água e eletrólitos. Tumefação/Edema Celular

Morfologia:

• macroscópicamente - palidez, aumento do turgor e do peso do órgão, quando afeta todas as células.
• microscópicamente - aumento do tamanho da célula, citoplasma aparentemente inchado e turvo, núcleos
deslocados para a periferia, alterações nucleares (picnose - diminuição do tamanho da célula; cariólise -
rompimento da carioteca;)

2. DEGENERAÇÃO GORDUROSA - (ESTEATOSE)

• Ácidos graxos livres e monoglicerídeos - Alimentação e Tecido Adiposo.


• São absorvidos pelo intestino delgado e transportados para o sangue, podendo chegar a todos os tecidos.
• Passam pelo fígado para serem metabolizados (esterificados) e transformados em Triglicerídeos, que por sua vez
podem ser transformados em Colesterol, Fosfolipídeos e Corpos Cetônicos.
• O acúmulo se dá por erro na entrada, utilização ou eliminação destas moléculas.
• As células precisam de ácido graxo para produzir membranas, hormônios e até neuromoduladores.
• Acúmulo de Triglicerídeos
• Mais comum nas células do fígado (hepatócitos), podendo ainda acontecer no coração, músculo esquelético, rim
ou outros órgãos.
• Pode ser causadas por substâncias químicas (drogas, álcool e creolina (fenol), destruição proteica, diabetes
mellitus, obesidade e anóxia.

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3. DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE PROTEÍNA (HIALINA)

Acúmulo se dá por desequilíbrio entre produção e degradação das proteínas celulares, causando perda da
homeostase. Geralmente formam corpúsculos no interior da célula. Gotículas de reabsorção – em doenças renais
associadas a perda de proteína na urina (proteinúria).

Normalmente se reabsorve proteínas nos túbulos renais proximais, na proteinúria, com a perda de proteínas na urina,
a vesícula de pinocitose que reabsorve estas proteínas começa a a se fundir com os lisossomas celulares e acumular
proteínas até que o estimulo acabe.

• Corpúsculo de Mallory - Formado na cirrose hepática pode ser também causada por uma infecção virótica
(citomegalovirus), onde se tem acúmulo de proteínas.
• Corpúsculo de Russel - Acúmulo de Imunoglobulina no citoplasma das células plasmáticas.

4. Degeneração por acúmulo de açucares (carboidratos)

• São doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio nas células do fígado, rins, músculos
esqueléticos e coração.
• O glicogênio é uma reserva de energia prontamente disponível que está presente no citoplasma.
• Causa: Deficiência da enzimas que atua no processo de degradação de glicogênio em glicose.

Acúmulo de Glicogênio

• Diabetes Mellitus – Com a falta do hormônio insulina, a glicose fica em alta concentração no sangue, mas com
dificuldade para entrar na célula, isso faz com que a célula acumule glicogênio.
• Doença de Niemann-Pick (fígado, baço, medula óssea linfonodos) - doença genética onde o indivíduo não produz
as enzimas de degradação corretamente.
• Gangliosidose juvenil (neurônios do SNC) –degeneração dos neurônios por doença genética que tem como
característica o acúmulo de glicogênio no neurônio.

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Inflamação
A inflamação é uma síndrome que se apresenta com alterações imunológicas, bioquímicas e fisiológicas, produzindo
no local agredido aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular, recrutamento leucocitário e liberação de
mediadores químicos pró-inflamatórios. Traduz uma resposta do organismo a um agente agressor, podendo ser esse:
micro-organismos, parasitas, agentes químicos ou físicos, reações imunológicas, ou mesmo células danificadas,
geralmente necróticas. Consiste em respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas,
sendo as primeiras mais características, levando ao acúmulo de fluidos e leucócitos nos tecidos extra vasculares. Isso
se traduz como edema, dor, vermelhidão, calor e perda da função, sinais conhecidos como flogísticos.

Dessa forma, a inflamação é um mecanismo de defesa que visa cessar a causa inicial da lesão celular e as
conseqüências de tal lesão. Logo, o processo inflamatório cessa quando os agentes agressores e os mediadores que
foram secretados são destruídos. Esse processo pode ser dividido em agudo ou crônico. Inflamação aguda quando se
inicia rapidamente, com ação curta, tendo como principais características o edema e a migração de leucócitos
(neutrófilos). Inflamação crônica tem como características uma maior duração, presença de linfócitos e macrófagos,
proliferação de vasos, fibrose e necrose.

Inflamação aguda

Resposta imediata a um agente nocivo, onde há um recrutamento dos mediadores químicos do hospedeiro ao local
da lesão. As alterações vasculares decorrentes da inflamação visam facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e
células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou infecção. As principais alterações são vasodilatação, aumento
da permeabilidade da microcirculação, estase e migração leucocitária que alteram o fluxo e o calibre vascular. Eventos
celulares também ocorrem para que haja extravasamento de leucócitos e fagocitose do agente nocivo.

• Início rápido - segundos a alguns minutos


• Duração curta - minutos e alguns dias
• Presença de exsudação de líquido (edema)
• Recrutamento de neutrófilos e monócitos

Sinais da inflamação

• Vasodilatação - calor e rubor


• Perda de proteínas no compartimento vascular levam a alteração da pressão osmótica no interstício.
(Extravazamento do plasma proteico para os tecidos: exsudato)
• Edema (Migração leucocitária e acúmulo no local da lesão-dor)
• Extravasamento de leucócitos para o interstício ( Marginação devido a estase: acúmulo de leucócitos na periferia
do vaso sanguíneo
• Rolamento: aderência transitória mediada principalmente pelas selectinas
• Adesão: mediada principalmente pelas integrinas
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Inflamação crônica

Observa-se a inflamação ativa, a destruição do tecido e a tentativa de reparar os danos, simultaneamente. Ocorre
devido a infecções persistentes; exposição prolongada a agentes tóxicos, exógenos ou endógenos; e a auto-
imunidade. Observa-se morfologicamente infiltrado de células mononucleares, destruição tecidual e tentativas de
cicatrização pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo A inflamação granulomatosa é um padrão
distinto de reação inflamatória crônica caracterizada pelo acúmulo focal de macrófagos ativados, que geralmente
desenvolvem uma aparência epitelióde. Sua origem está relacionada com as reações imunológicas.

• Ocorre após infecção aguda


• Resposta a lesões teciduais prolongadas
• Recrutamento e ativação de monócitos e linfócitos
• Angiogênese e fibrose

A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:

• Infecção persistente
• Exposição prolongada
• Reações autoimunes

Características celulares

• Infiltrado inflamatório por macrófagos, linfócitos e plasmócitos


• Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias
• Tentativa de reparo com produção de tecido conjuntivo.

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Distúrbios Circulatórios
Alterações circulatórias com distúrbio que acometem a irrigação sanguínea.

Transitação dos fluidos

• Intracelular
• Intersticial Homeostase
• Intravascular

Patologias Relacionadas:

• Alterações hídricas intersticiais → Edema


• Alterações no volume sanguíneos → Hiperemia, Choque, Hemorragia.
• Alterações por obstrução intravascular → Embolia, Trombose, Isquemia, Infarto

Edema

• Aumento de liquido no meio extravascular.


• Hemodinamica – Troca equilibrada entre os dois meios intra e extravascular.

Liquido do corpo

o 50% nas células


o 40% interstícios
o 5% vasos e outros
o 5% ossos

• Movimento de liquido dos vasos p/ interstício é devido a pressão hidrostática.


• Algumas denominações:
o Hidrotórax – Edema na Região toráxica
o Hidropericárdio
o Hidroperitônio – Ascite
o Edema generalizado – anasarca

• Edema inflamatório – aumento local da vascularização


• Pressão Hidrostática X Pressão coloidosmótica – Controlam o fluxo e movimento dos líquido nos espaços extra
vascular.
• Aumento do fluxo de água para o interstício é compensado pela remoção da água pelos vasos linfáticos
• ↑ da pressão hidrostática – Água sai dos vasos para o interstício.
• ↑ da pressão coloidosmótica – Água sai do interstício para a corrente sanguínea.
• Retenção de sódio provoca o edema.
• Transudato (Edema sistêmico) X Exsudato (edema Localizado).

Pressão Hidrostatica

• Aumento local da pressão hidrostática - Formação de edema. Ex: trombose venosa


• Aumento generalzado da pressão venosa Ex. insuficiencia cardíaca congestiva.

↓ do debito Cardíaco ↑ Perfusão renal

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A diminuição do edema se dá por:

• Restauração do débito cardíaco


• Redução da retenção de água.
o Restrição de sal
o Diuréticos
o Antagonistas da aldesterona

Pressão Coloidosmótica elevada

• ↓ síntese de Albumina – Cirrose - Hidrotórax


• Perda excessiva – Síndrome nefrótica
• ↓ Pressão Coloidosmótica – Aumento do vol. De água no interstício → diminuição do volume plasmático →
Hiperperfusão renal

Obstrução linfática

• Filariose – Fibrose dos vasos Linfáticos


• Câncer de mama – após curado pode provocar edema.

Retenção de água e sódio

↑ Sódio ↑ Pressão hidrostática ↓ Pressão coloidosmótica

EX: Glomerulonefrite pós estreptocócica, Insuficiêcia Renal Aguda

Morfologia do Edema

• Tumefação celular sutil.


• Empaledecimento.
• Separação dos elementos extracelular.
• Comum em tecidos:
o Tecido Subcutâneo
o Influenciado pela gravidade
o Quando ocorre nas partes inferiores do corpo – deficiência cardíaca congestiva – principalmente do
ventrículo esquerdo.
o Edemas – Pernas na Posição ereta e Sacro em decúbito

Cérebro

• Local – Abcesso ou neoplasias


• Generalizado – encefalite, crises hipertensivas ou obstrução do efluxo venoso cerebral
• Traumatismo – provoca edema local ou generalizado.
• Correlações clinicas – produz hérnia.

Pulmão

• Causas: Insuficiência ventricular esquerda, insuficiência renal, síndrome da angustia respiratória.


• Apresenta: Liquido espumoso e tinto de sangue,mistura de ar, hemácia extravasadas e edema.
• Correlaçoes clinicas – diminuição do espaço para troca gasosa, local propicio para proliferação de bactérias.
• Hiperemia
• Aumento do volume de sangue em uma região por intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do
escoamento venoso.
• Resultado de uma excessiva quantidade de sangue local – Tecido mais vermelho (eritema).

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CLASSIFICAÇÃO

Hiperemia Arterial ou ativa - Aumento do volume de sangue em uma determinada região.

• O grande volume de sangue provoca o eritema, pulsação local e calor.


o Órgãos em atividade
o Inflamação
o Queimaduras Hiperemia Arterial
o Radiação
o Veneno

Hiperemia Venosa ou Passiva ou Congestão

• Diminuição do escoamento venoso


• Provoca – Edema, estase sanguínea, proliferação fibrosa, hiperpigmentação.

Interferência na Drenagem → Venosa Hiperemia Venosa

Hemorragia
Sangramento ou perda de sangue do sistema circulatório.

Classificação:

Quanto a origem:

• Capilar
• Venoso
• Arterial
• Cardíaco

Quanto a visibilidade:

• Externa
• Interna

Quanto ao Volume

• Petéquias – pequenas manchas. 1 a 2 mm.


• Associados a aumento da pressão intravascular, baixa contagem plaquetaria, déficit no fator de coagulação.
• Hematoma – em tecido (ex. equimose ou hematoma retroperitonial maciço)
• Púrpura – hemorragia espontânea. >3mm. Associados a traumatismos, inflamações vascular local (vasculite), ou
aumento da fragilidade vascular.
• Apoplexia – hemorragia intensa em órgão. (AVE)

Quanto ao local

• Epistaxe – nariz
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→ Etiopatogenia - Diapedese provocada pela rotura ou erosão da parede vascular.

Causas de Hemorragia

• Trauma físico ou mecânico;


• Aumento da pressão intravascular;
• Doenças na parede vascular – aneurisma;
• Diátese hemorrágica – tendência a hemorragia em múltiplos tecidos.

Perda de Sangue - Sem significado Clínico – hemorragia local sem envolver órgãos;

• Hemorragia Sistêmica provoca Choque hemorrágico devido a diminuição do aporte sanguíneo periférico.
• Perda de sangue acima de 1/3 – morte
• Importância da Hemorragia cerebral.

Choque

• Diminuição da perfusão de nutrientes para a célula devido a deficiência do aporte sanguíneo.


• Distúrbio progressivo, se não corrigido – morte.

Causa

• Queda do volume sanguíneo circundante.


• Propulsão cardiopulmonar inadequada.
• Grande vasodilatação periférica.
• Condições anormais – mudança para um estado de respiração aeróbia para anaeróbia – lesão reversível.
• Persistência do estimulo provoca lesão celular irreversível.

Categorias de Choque

Tipos de choque –menos comum

• Neurogênico – acidente anestésico.


• Anafilático - hipersensibilidade mediada por IgE. Aumento da permeabilidade vascular.

Estágios do choque

• Fase não-progressiva inicial: Fase inicial onde ocorre a ação de mecanismos compensatórios como liberação de
catecolaminas, eixo renina angiotensina, hormônio diuréticos – manter vitalidade
• Fase progressiva: inicio de desequilíbrio circulatório e metabólicos incluindo acidose.
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• Fase Irreversível: lesão celular intensa. Extravasamento lisossômico, baixa contração do miocárdio, penetração
da flora intestinal na circulação (sepse). Morte.
• Hemostasia Normal e Doenças tromboembólicas
• Resultado de processos bem regulados em que se mantem o sangue em um estado fluido e livre de coágulos.
• Oposto a homestasia normal – trombose
• Processos da Hemostasia Normal.

Trombose

• Alterações circulatórias oriundas de reações hipermétricas (heterométricas) do sistema de coagulação e


hemostasia.
• Patogenia: Três influências primárias predispõem um trombo

• Lesão endotelial
o Influência dominante
o Trombose no coração – Infarto
o Trombose na circulação arterial – Valvulite
o Hipertensão arterial, fluxo turbulento sobre válvulas cicatrizadas, endotoxinas bacterianas.

Exposição do colágeno subendotelial

o Adesão plaquetária
o Exposição dos fatores tecidual
o Redução da Prostaciclina e PA

Alterações no fluxo Sanguíneo

o Turbulências
o Estase

• Pertubam o fluxo laminar e trazem plaquetas.


• Previne a diluição pelo fluxo renovado de sangue e de fatores de coagulação.
• Retarda o influxo de inibidores de fatores de coagulação – permite o acumulo de trombos.
• Promove ativação das células endoteliais, predispondo a trombose local.

Hipercoagulabilidade

• Contribui com menor frequência


• Qualquer alteração das vias de coagulação que predispõem a uma trombose.
• Divisão: Genética e Adquirida

Classificação das Tromboses

Quanto a composição

• Branca (Plaquetas)
• Vermelha (Hemácias)
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• Mista ou Hialina (Comum em capilares )

Quanto a localização Nervosa

• Parentais ou Murais (parede vascular ou ) cavidade Oclusiva (luz do vaso)

Quanto ao local

• Arterial (aorta, membros inferiores e artérias viscerais, cerebrais e coronariana)


• Venosa (estase venosa)
• Capilares
• Arteriolar
• Cardíaca

Evolução da Trombose

• Lise da trombose – sistema fibrinolítico


• Sofrer deslocamento e provocar embolia, obstrução das vias sanguínea, morte da região irrigada (isquemia e
infarto).
• Calcifica-se.
• Organiza-se (divisão por capilares, fibroblastos e recanalização)
• Fragmentos de trombos – forma êmbolos
• Trombos artérias tendem a ser oclusivos: artérias coronária, cerebrais e femorais.
• Trombos venosos – forma um ambiente estático – devido a estase.
• Comuns em membros inferiores
• Significado Clínico dos trombos
• Causam obstrução das veias e artérias
• São possíveis êmbolos.

Embolia

• Presença de substância estranha ao sangue na circulação levando a oclusão parcial ou completa da luz do vaso.
• 99% das embolias são originaria de trombose

Classificação de acordo a constituição:

1. Sólida – Formada por trombos – Trombo embolia

• Segmento de placa de ateromas, parasita ou bactérias.


• Corpos estranhos
• Restos de tecido
• Células neoplásicas
• Pode levar a morte súbita, infarto, hemorragia

2. Liquida – Sob forma de gordura.

• Ex: pacientes com extensas queimaduras ou com fratura generalizada.


• Globos gordurosos podem ser deslocados da medula ossea ou tec. Adiposo para a circulação.
• Morte rápida devido a alta capacidade de infiltração
• Infusão de liquido amniótico.

3. Gasosa – Sob forma de gases.

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Stephane Bispo Patologia @fisio.stephanebispo

• Origem venosa. Ex: Entrada de ar nas veias durante ato cirúrgico.


• Origem arterial. Ex: Entrada de ar durante parto ou aborto.
• Doença da descompressão.

Isquemia

• Ausência total de afluxo sanguíneo em um determinado local.


• Ausência parcial – oligoemia
• Influencia do por vários fatores com:
o Angiomecânicos extrínsecos.
o Angiomecânicos intrínsecos (doenças vasculares, trombose, embolia, atereosclerose)
o Agiospermáticos – Contrações vasculares reflexos.
o Distúrbio na distribuição sanguínea.

Vários graus de isquemia

Adaptação tecidual a falta de oxigênio a morte celular.

• Associação de fatores que contribui para a formação de quadros isquêmicos:


o Afluência sanguínea comprometida
o Existência de circulação colateral
o Demanda metabólica do tecido atingido pela carência de irrigação.

Tipos de Isquemia

• Isquemia Relativa prolongada - Atrofia – Necrose


• Isquemia absoluta - Necrose extensa - Infarto
• Isquemia leve gradual – circulação colateral – evita o infarto

Infarto
Processo de irreversibilidade da vitalidade tecidual divido a diminuição ou falta de sangue provocando morte celular.

Tipos de infarto:

o Branco ou isquêmico – caracteriza-se pela tumefação e palidez local. Ex: infarto do miocardio.
o Vermelho ou Hemorrágico – caracterizado pela permanência de sangue no local em que ocorreu
obstrução arterial

• Oclusão das veias


• Os fatores que condicionam ao infarto estão relacionados aos mesmo que estabelece a isquemia.
• Estado geral do sistema cardiovascular.
• Anatomia da rede vascular (circulação dupla, obstrução parcial, circulação colateral).
• Vulnerabilidade do tecido a isquemia.

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Stephane Bispo Patologia @fisio.stephanebispo

Adaptações Celulares
Hipertrofia
Aumento volumétrico dos constituintes celulares, aumento volumétrico da célula e órgãos.

So ocorre quando:

• Aumento do fornecimento de O2 e nutrientes,


• A célula deve ter o seu sistema enzimático e as organelas integras.
• Em células nervosas só ocorre hipertrofia se a inervação estiver integra.

*Miocárdio desnervado não se hipertrofia*

Tipos de hipertrofia:

Fisiológica (fenômenos programados): Hipertrofia muscular uterina durante a gravidez.

Patológica

o Hipertrofia do miocárdio - CAUSA: SOBRECARGA NO CORAÇÃO


o Hipertrofia da musculatura esquelética - Em atletas e indivíduos que tem grande esforço físico
o Hipertrofia da parede muscular de orgão ocos - Musculatura da bexiga após obstrução urinária, Parede
intestinal após obstrução do tubo digestivo.
o Hipertrofia dos neurônios
o Hipertrofia dos hepatócitos- Por estimulação de barbitúricos

→ Tecidos e Órgão hipertróficos tornam-se aumentados

• Mantida a arquitetura básica


• Aumenta o fluxo de sangue e linfa.
• Pode haver o aumento do número de células

A capacidade de hipertrofiar depende do tipo de célula. Em excesso pode haver poliploidia ou multiplicação celular.

• Processo reversível.
• Em órgãos com hipertrofia e hiperplasia – pode ocorre apoptose.
• Se a hipertrofia persistir o orgão – as células podem sofre apoptose - insuficiência do orgão.

Hiperplasia
Aumento do número de células de um orgão. Aumento da proliferação, mas a diferenciação normal.

• Ocorre geralmente por retardo da apoptose.


• Só ocorre em células órgãos com células lábeis ou estáveis.
• Órgão fica aumentado o volume e o peso
• A hiperplasia também é um processo de adaptação a sobrecarga de trabalho.
• A capacidade de proliferação hiperplásica tem limites.
o Não se multiplica indefinidamente;
o Conserva o mecanismo de controle da divisão celular;
o Processo reversível.
o Pode-se confundir com tumor benigno.
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Stephane Bispo Patologia @fisio.stephanebispo

Podem ser fisiológicas:

• Ex 1. como ocorre no útero durante a gravidez.


• Na mama durante na puberdade ou lactação.

Ex. Hiperplasia compensadora – rins após nefrectomia ou hepactomia parcial

Podem ser patológicas:

• Hiper estimulação hormonal:


• Hiper estimulação da hipófise – órgão alvos hiperplásicos
• Síndrome de cushing ( hiperplasia e hipertrofia da supra renal).
• Produção excessiva de TSH – hiperplasia da tireóide.
• Hiperplasia inflamatória – nas inflamação crônicas.
• São consideradas lesões potencialmente neoplásicas:

Atrofia
(sem alimento) é a diminuição adquirida do tamanho de uma célula, tecido ou órgão, com consequ entediminuição
de seu metabolismo ou atividade.

Patogenia: A causa geral da atrofia é a diminuição do metabolismo, devido à falta de nutrientes ou de estímulos
que controlam a atividade celular.

Os principais fatores são:

• Diminuição da atividade
• Perda da inervação
• Diminuição do suprimento sangüíneo
• Diminuição da nutrição
• Diminuição da estimulação endócrina
• Envelhecimento

Metaplasia
Mudança de um tipo de tecido epitelial adulto para um de outro tipo de tecido epitelial;

Termos genéticos: inativação de alguns genes e ativação de outros.

Tipos mais frequentes:

• Transformação do epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em pavimentoso ceratinizado – Ocorre


naboca e esôfago.
• Transformação do epitélio brônquico (pseudo estratificado / estratificado pavimentoso devido ao tabagismo.
• Metaplasia da mucosa gástrica ( epitélio glandular seroso / mucíparo).
• Tecido conjuntivo / cartilaginoso ou ósseo.
• O tecido metaplásico é mais resistenete a agressão.

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Doença: alteração orgânica geralmente constatada a partir de alterações
Patologia Geral - que estuda os fundamentos das doenças e objetiva
na função (sintomas) de determinado órgão ou tecido, decorrentes de
a compreensão e a classificação das lesões básicas que determinam e
alterações bioquímicas e morfológicas causadas por alguma agressão, de
que são determinadas pelas mesmas.
tal maneira que se ultrapasse os limites de adaptação do organismo.
Agressões podem ser provocadas por agentes físicos, químicos e A adaptação refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do
biológicos, por alterações na expressão gênica ou por modificações próprio indivíduo de, frente a um estímulo, modificar suas funções
nutricionais, metabólicas ou dos próprios mecanismos de defesa do dentro de certos limites (faixa da normalidade), para ajustar-se às
organismo. As agressões podem se originar no ambiente externo ou a modificações induzidas pelo estímulo.
partir do próprio organismo.
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Introdução á Patologia
Patologia: Ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos as produzem, os
locais onde ocorrem as alterações moleculares, morfologias e funcionais que apresentam.
A patologia pode ser subclassificada em: Lesão é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou
1. Etiologia: Parte da patologia que se atém às causas das lesões; funcionais que surgem nas células e nos tecidos após agressões.
2. Patogenia: Parte da patologia que se atém ao mecanismo de
formação das lesões; Os mecanismos de defesa contra agentes externos são muito
3. Morfopatologia : que por sua vez subdivide-se em: numerosos. Ao lado de barreiras mecânicas e químicas existentes no
• Anatomia Patológica: Parte da patologia que estuda as revestimento externo e interno (pele e mucosas), o organismo conta
características macroscópicas das lesões; com diversos mecanismos defensivos:
• Histopatologia: Parte da patologia que estuda as
1. Contra compostos químicos tóxicos
características microscópicas das lesões.
2. Contra agentes infecciosos
• Fisiopatologia: Parte da patologia que se dedica ao estudo das
3. Contra agentes genotóxicos
alterações da função de órgãos lesados.
Causas de lesão celular
A lesão celular ocorre quando as células são submetidas a um estresse
1. Agentes físicos tão severo que não são capazes de se adaptar, ou quando são expostas a
• Força mecânica: Abrasão, Contusão, agentes perniciosos.
Incisão, Perfuração, fratura,
• Grandes altitudes ; Variação de temperatura • A Resposta à lesão depende do tipo, intensidade e duração do
• Radiação ; Corrente elétrica estímulo.
• Luz solar • As Consequências da lesão dependem do tipo, estado e
2. Agentes químicos adaptabilidade da célula.
3. Agentes biológicos
• O comprometimento de algum sistema celular produz efeitos
• Vírus, bactéria fungos, parasitas, protozoários.
secundários generalizados.
4. Mecanismos auto-imune
5.
6.
Alterações genéticas
Deficiências nutricionais
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Lesão Celular
Lesão Celular Reversível Lesão Celular Irreversível - Ocorre quando excede a capacidade da célula a se
adaptar, levando a alterações permanentes.
Alterações Celulares patológicas que podem ser restauradas a
normalidade, com a retirada do estimulo ou se este não for • Tumefação intensa das mitocôndrias
muito grave. • Densidades amorfas, grandes e floculentas na matriz mitocondrial.
• Influxo maciço de Ca++.
Eventos:
• Perda de proteínas, coenzimas, enzimas ácidos ribonucléicos e de metabólitos
• Diminuição da atividade da bomba de Na+ que reconstituem o ATP
• Aumento da taxa da glicólise anaeróbica • Lesão de membranas lisossômicas
• Redução da síntese protéica • Ativação de RNases, DNases, proteases, fosfatases,, glicosidases e catepsinas.
• Morfologicamente: • Extravazamento de enzimas celulares para o espaço extracelular.
• Bolhas na superfície celular • Entrada de macromoléculas extracelulares para a célula.
• Tumefação de organelas e de toda a célula • A célula morta é substituída por figuras de mielina que são fagocitadas ou
degradadas em ácidos graxos.
• Radicais livres são moléculas instáveis e que apresentam um elétron que tende Fatores externos podem contribuir para o aumento da
a se associar de maneira rápida a outras moléculas de carga positiva com as formação dessas moléculas. Entre esses fatores estão:
quais pode reagir ou oxidar. No nosso organismo, os radicais livres são
• Poluição ambiental;
produzidos pelas células, durante o processo de queima do oxigênio, utilizado
• Raios-X e radiação ultravioleta;
para converter os nutrientes dos alimentos absorvidos em energia.
• Cigarro;
• Os radicais livres podem danificar células sadias do nosso corpo, entretanto,
• Álcool;
nosso organismo possui enzimas protetoras que reparam 99% dos danos
causados pela oxidação, ou seja, nosso organismo consegue controlar o nível • Resíduos de pesticidas;
desses radicais produzidos através do nosso metabolismo. Os processos • Substâncias presentes em alimentos e bebidas (aditivos
metabólicos não são a única fonte de radicais livres. químicos, hormônios, entre outros);
• Estresse;
Substâncias antioxidantes - Existe • Consumo excessivo de gorduras saturadas (frituras,
uma série de substâncias etc).
antioxidantes, mais as principais são:


Vitamina C:
Vitamina E Radicais livres
• Vitamina A:
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• Zinco
• Selênio
• Licopeno
Os antioxidantes são moléculas com carga positiva que se combinam com os
Em níveis considerados normais, os radicais livres não são radicais livres, tornando-os inofensivos. Uma alimentação rica em vegetais é a
prejudiciais à saúde. Em excesso, essas moléculas podem ser melhor opção para se proteger contra os radicais livres, diminuindo assim o
tóxicas ao nosso organismo. Os radicais livres podem contribuir risco de várias doenças e evitando o envelhecimento precoce.
para o surgimento de alguns problemas de saúde, como o
enfraquecimento do sistema imunológico e o envelhecimento, Embora os antioxidantes ajam reduzindo a concentração de radicais livres, seu
bem como de distúrbios mais sérios, como artrite, papel é modulador, moderador e não bloqueador, ou seja, a mera ingestão de
arteriosclerose, catarata, entre outros. vitaminas não evita completamente a ocorrência de doenças causadas pelos
radicais livres, embora sua ausência possa favorecer, em alguns casos, a
ocorrência delas.
Respostas Sistêmicas Resposta localizada por agressão
Modificações na síntese protéica (Fase aguda) Inflamação
• Os hépatócitos sintetizam menos albumina e ferritina e aumenta a • O tecido lesado libera sinais químicos (histaminas, prostaglandinas)
produção de: • Ocorre a vasodilatação, aumento da permeabilidade de vaso e
• Proteina C reativa – inibidora da blastogenese; diapedese
• Ceruluplasmina – Remove radicais livres. • Os neutrófilos fagocitam os microrganismos e os restos das células
• α –2- Macroglobulina; mortas
• Fibrinogênio - etapas finais da coagulação .
Respostas na origem da lesão
@fisio.stephanebispo Alterações metabólicas
Respostas Imunitárias • Liberação de Adrenalina
• Estimula a gliconeogenese;
Anticorpos
• Inibe a produção de glucágon e inibe a insulina. - Impede a
• Bloqueio ou estimulação da função celular utilização periférica de glicose
• Formação do complexo Ag-Ac e fixação do complemento levando a • Incrementa o trabalho cardíaco
formação de fatores quimiotáticos. • Vasodilatação nos músculos esqueléticos - Proporciona condições
• As células citotóxicas reconhecem o fragmento FC de anticorpos de fuga para o indivíduo
presente na célula alvo e a destrói. • Alterações no apetite e no Sono
Imunidade celular - IL-1, TNF-α – agem sobre o sistema nervoso inibindo o apetite –
• Reconhece o epitopo MHCI e as células T citotóxias liberam anorexia leve ; Perda de sono e irritabilidade devido as citocinas.
substancias anfipáticas que se aprofundam na membrana e a faz Manifestações inespecíficas – pós agressão
perder eletrólitos – Morre – Perfurina.
• Células Citotóxicas liberam Granzimas que penetram nos poros das • Fraqueza; • Mal-estar; • Cansaço
células e ativam as caspases induzindo a apoptose. • Depressão • Letargia e febre • Falta de apetite
• Dores musculares e articulações
• Lesões celulares reversíveis e irreversíveis
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• Se a morte celular ocorrer seguida de autólise – Necrose
Tipos de Necrose • Se a morte celular ocorrer por contração, condensação das estruturas
• Necrose por coagulação celulares, fragmentação e fagocitose da célula – Apoptose
• Apoptose consiste na morte celular
• Necrose por liquefação:
programada, na qual a célula entra em

Morte Celular
Necrose Caseosa
um rígido processo de auto-destruição
• Esteatonecrose:
• Presença de intensa condensação da
• Necrose Fibrinóide
cromatina com aspecto bolhoso e
picnose nuclear.
(Necrose e Apoptose) • Freqüentemente acompanhada por
degradação internucleossomal do DNA
• A apoptose é controlada por uma
Necrose Apoptose família de proteínas: Família bcl-2 e
• Morte celular ocorrida no organismo vivo e seguida de autólise Onde ocorre? Família Bax
• Os lisossomos perdem a capacidade de conter a hidrolise no
seu interior e esta sai para o citosol • Embriogenese
• Morte neuronal, desaparecimento do timo e ducto tireoglosso, atrofia
Causas e tipos de necrose prostática pós castração
Qualquer agente lesivo pode produzir necrose por: • Involução de tecidos dependentes de hormônios
• Processo de reparo e inflamação aguda
• Redução da energia por obstrução dos vasos ou por inibição do • Controle do turnover celular
processo respiratório • Neoplasia – Células malignas tem a capacidade diminuída em sofrer
• Aumento dos radicais livres apoptose frente a um estimulo fisiológico
• Ação direta da membrana • Doenças auto-imunes – Perda do controle fisiológico da morte de
Evolução da necrose linfócitos auto-reativos após o termino da resposta imune
• Infecção viral – Capacidade de inibir a apoptose pela produção de
• Regeneração proteínas supressoras da morte celular
• Cicatrização
A Apotose pode ocorrer através de duas vias: via Extrínseca ou via
• Calcificação distrófica
Intrínseca ou Mitocondrial
• Eliminação
• O ser humano contem cerca de 1 a 2 kg de cálcio onde 90% esta localizado nos A deposição patológica de minerais e sais de cálcio
ossos e dentes na forma de hodroxiapatita. pode ocorrer nos tecidos em duas formas: Na
• A absorção de cálcio se da no duodeno, por transporte ativo, dependente de calcificação distrófica ou local - que afeta tecidos
proteínas, sendo inibido na deficiência de vitamina D, uremia excesso de ácido lesados e não depende dos níveis plasmáticos de
graxo. cálcio e fósforo; e na calcificação metastática ou
• No plasma, esta presente na forma de ions livres Ca+2, sendo importante na geral ou discrásica ou gota cálcica - onde a
coagulação sanguínea e contração muscular. hipercalcemia resulta na precipitação dos sais em
• Quando os sais de cálcio são depositados em tecidos que não sejam ossos e dentes, tecidos normais.
da-se o nome de calcificação heterotrópicas (em locais diferentes do comum) ou
mineralização patológica.
Hipercalcemia é o nível elevado de
cálcio no sangue. A hipercalcemia pode
Mecanismo de calcificação fisiológica ser fatal e é a mais comum desordem
Ácidos Graxos + Ca⁺² → Sabão insolúvel +
Fostato (PO⁻³₄) ou Carbonato (CO⁻²₃) →
Calcificações metabólica associada ao câncer,
ocorrendo de 10% a 20% dos pacientes
com câncer. Enquanto a maioria do
Sal insolúvel (matriz óssea) que pode ser o @fisio.stephanebispo cálcio no corpo é armazenada nos ossos,
fosfato de cálcio ou carbonato de cálcio. cerca de 1% do cálcio do corpo circula
na corrente sanguínea.
Calcificação Distrófica Calcificação Metastática Calculose ou Litíase
Origina-se a partir de uma lesão pré-existente. Originada apartir da hipercalcemia, sem lesão pré- Origina-se a partir de uma lesão
Ocorre primeiro a necrose e depois a calcificação. existente. pré-existente;
→ É comum observar calcificação distrófica em Devido a: Ocorrem em qualquer estrutura
indivíduos com aterosclerose, que é caracterizado que não transporte sangue em
→ Excessos de vitamina D – absorção em excesso
pela presença de necroses no endotélio a partir da órgãos ocos e ductos.
de Ca+ no trato gastrointestinal
deposição de placas de ateroma.
→ Sarcoidose
→ Pigmentos: São substancias com cor própria amplamente Pigmentação Exógena
distribuídas na natureza nos meios animais e vegetais.
• Por Prata - Exposição por um logo período a prata.
Ex. Citocromos, melanina, clorofila. • Carotenose - Ingestão excessiva de caroteno.
→ Pigmentação: é o acúmulo anormal de pigmentos no • Pneumoconiose - São alterações pulmonares e de linfonodos regionais
organismo. decorrentes da inalação de partículas provindas do ambiente (poeiras/poluição
do ar).
Pigmentação Endógena • Antracose – Exposição prolongada a Poluição, poeira.
Podem ser derivada: • Silicose – Exposição prolongada a Sílica
• Tatuagem: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos
• Hemoglobina por agulha com propósitos decorativos ou identificadores.
• Melanina
• Acido Homogentísico
• Lipofuscina
Hemoglobina
Pigmentação @fisio.stephanebispo
Pigmento malárico – Hemozoína - Resulta da degradação da
• Pigmentos Biliares: Bilirrubina (Bb) – pigmento amarelo derivado do
hemoglobina ingerida pelo plasmódio durante o seu ciclo de vida nas
catabolismo da hemoglobina e outras proteínas.
hemácias. A hemoglobina ingerida pelo plasmódio sofre proteólise em
• Hematoitina: É constituída pela mistura de lipídeos e um pigmento
vacúolos digestivos.
semelhante à Bb, sem ferro, que se forma em focos hemorrágicos, após a
degradação das hemácias por macrófagos. Pigmento Equistossômico - Origina-se no trato digestivo do
• Hemossiderina: Hemossiderina e ferritina são as duas principais formas Schistosoma a partir do sangue do hospedeiro, que é ingerido pelo
de armazenamento intracelular de ferro A degradação da ferritina no verme.
citosol libera ferro. Quando há excesso de ferro, micelas de ferritina se
Hiperpigmentação Melânica - Melanina - pigmento cuja cor varia do
agregam e formam a hemossiderina.
castanho ao negro, é amplamente encontrada. As lesões
• Hemossiderose Localizada - Ex. Nas Hemorragias. No interior dos
hiperpigmentadas mais comuns são: Manchas de idade, melanomas,
macrógafos 24 a 48 h após o sangramento.
sardas.
• Hemossiderose Sistêmica: ocorre por aumento da absorção intestinal de
ferro, em anemias hemolíticas e após transfusões de sangue repetidas. O Lipofucina - Também chamada lipocromo, Marcador de
pigmento acumula-se, sobretudo, nos macrófagos do fígado, baço e envelhecimento celular. Acumula-se no tecido. A lipofuscina resulta da
medula óssea e em linfonodos. peroxidação de material autofagocitado e acumulado em lisossomo.
Degeneração Hidrópica (balonosa): É o acúmulo de água nas células, Degeneração Cálcica - São doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo
devido a alterações na bomba de sódio e potássio, retendo sódio na de glicogênio nas células do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração. O
célula, e consequentemente, retendo água. Suas principais causas são glicogênio é uma reserva de energia prontamente disponível que está
hipóxia, hipertermia, intoxicação, infecção de caráter agudo, toxinas, presente no citoplasma. Causa: Deficiência da enzimas que atua no processo
hipopotassemia e distúrbios circulatórios. de degradação de glicogênio em glicose
• Tumefação • Diabetes Mellitus
• Edema Celular • Doença de Niemann-Pick
• Gangliosidose juvenil
São lesões reversíveis decorrentes de alterações
que resultam em acúmulo de substâncias no @fisio.stephanebispo Classificação
Degeneração
interior da célula. Geralmente, as degenerações • Degeneração Hidrópica
são processos reversíveis quando o estímulo • Degeneração Hialina
cessa, mas, em algumas situações, podem evoluir • Degeneração Gordurosa
para a morte celular. O acúmulo de substâncias • Degeneração Cálcica
pode reduzir ou interromper a função celular.
Degeneração Hialina: O acúmulo de proteínas na célula lhe confere um Degeneração Gordurosa (esteatose, lipidose): É o acúmulo excessivo de
aspecto translúcido, homogêneo e eosinofílico, por isso também é triglicerídeos no citoplasma de células parenquimatosas, formando
conhecida por degeneração hialina. Proteínas acumuladas podem ser vacúolos que podem ser pequenos e múltiplos ou coalescentes e
intracelulares ou extracelulares. As principais causas de acúmulos volumosos, deslocam o núcleo para a periferia, e de limites nítidos, dando à
intracelulares são a reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal, célula um aspecto pálido e esponjoso, dependendo do órgão em que está
produção excessiva de proteínas normais e por defeitos no dobramento localizada. Os órgãos acometidos são as musculaturas cardíaca e
das proteínas. Infecções virais apresentam corpúsculos de inclusão, que esquelética, rins e principalmente o fígado, pois é o órgão que metaboliza a
são patognomônicos para certas doenças como a cinomose e a raiva. gordura.
• Corpúsculo de Mallory • Esteatose – acúmulo de lipídios no interior de células que metabolizam
• Corpúsculo de Russel gordura, mas não armazenam. Ex: triglicerídeos. Esteatose hepática
• Lipidose – acúmulo de gordura em células que normalmente não
metabolizam nem armazenam gordura. Ex: cristais de colesterol.
Características:
Inflamação aguda: Resposta imediata a um agente nocivo, onde há um
recrutamento dos mediadores químicos do hospedeiro ao local da lesão. • Vasodilatação
• Aumento da permeabilidade microvascular com
As alterações vasculares decorrentes da inflamação visam facilitar o movimento de
extravasamento de fluido proteico no tecido extravascular;
proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou
infecção. As principais alterações são vasodilatação, aumento da permeabilidade • A perda de fluidos resulta na concentração de células
da microcirculação, estase e migração leucocitária que alteram o fluxo e o calibre vermelhas nos pequenos vasos e aumento de viscosidade
vascular. Eventos celulares também ocorrem para que haja extravasamento de sanguínea = estase;
leucócitos e fagocitose do agente nocivo • A estase agrupa leucócitos (neutrófilos) acumulados em
todo endotélio vascular.
Fases que caracterizam a inflamação:
A inflamação é uma síndrome que se apresenta
Inflamações
1. Fase irritativa com alterações imunológicas, bioquímicas e
2. Fase vascular fisiológicas, produzindo no local agredido aumento
3. Fase exsudativa do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular,
recrutamento leucocitário e liberação de
4. Fase proliferativa
@fisio.stephanebispo mediadores químicos pró-inflamatórios.
Inflamação crônica: tem como características uma maior duração, Classificação
presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos, fibrose e Inespecífica: composta por vários tipos de celular (linfócitos,
necrose. Observa-se a inflamação ativa, a destruição do tecido e a plasmócitos, macrófagos) Ex: Gengivite
tentativa de reparar os danos, simultaneamente. Ocorre devido a
infecções persistentes; exposição prolongada a agentes tóxicos, Produtiva (hiperplasia)
exógenos ou endógenos; e a auto-imunidade.
• Aumento da quantidade de fibras colágenas e celular
Observa-se morfologicamente infiltrado de células mononucleares, • Aumento do volume local
destruição tecidual e tentativas de cicatrização pela substituição do • Produção de vasos sanguíneos
tecido danificado por tecido conjuntivo.
EDEMA- É o termo geralmente utilizado para HIPEREMIA - Consiste no aumento de volume INFARTO- Um infarto corresponde a uma área
designar o acúmulo anormal de líquido nos sanguíneo no interior dos vasos em uma de necrose tecidual isquêmica causada por uma
espaços intersticiais ou em cavidades corporais. região devido a uma intensificação do aporte obstrução do suprimento arterial ou da
Pode ocorrer como um processo localizado, como sanguíneo ou diminuição do escoamento drenagem venosa num tecido particular.
por exemplo, quando o retorno venoso de uma venoso. O tecido afetado é avermelhado pelo Ocasionalmente, o infarto pode ser causado por
perna é obstruído, ou pode ser sistêmico na congestionamento de vasos com sangue oclusão arterial (devido a eventos trombóticos
distribuição, como por exemplo, na insuficiência oxigenado. ou embólicos) , vasoespasmo local, expansão de
renal. um ateroma devido à hemorragia dentro de
• Hiperemia ativa uma placa ou compressão intrínseca de um vaso
• Transudato • A hiperemia passiva (p.ex.: tumor).
• Exsudato
• Edema localizado e • INFARTO HEMORRÁGICO
@fisio.stephanebispo
• Edema generalizado. • INFARTO BRANCO
Distúrbios Circulatórios
TROMBOSE- Corresponde em uma não ISQUEMIA - O termo CHOQUE - O choque ou colapso EMBOLIA - Um êmbolo é uma
manutenção do sangue em estado isquemia é empregado cardiovascular é a incapacidade massa intravascular solta, sólida,
líquido no vaso e a formação de um quando há uma falta de do sistema circulatório em líquida ou gasosa que é
tampão em caso de lesão endotelial. suprimento sanguíneo para reperfundir (restabelecer a transportada pelo sangue a um
Três influências principais predispõem a uma determinada região, circulação na isquemia para local distante de seu ponto de
formação do trombo conhecido como cujas possíveis causas a evitar infarto) os tecidos, gerando origem. Quase todos os êmbolos
tríade de Virchow: Lesão endotelial, serem destacadas, têm-se a uma hipotensão. representam alguma parte de um
Anormalidade do fluxo sanguíneo e obstrução vascular, trombo desalojado e,
• Cardiogênico
Hipercoagulabilidade. hipotensão e aumento da consequentemente, o termo
viscosidade sanguínea. • Hipovolêmico
usado é o tromboembolismo.
Evolução do trombo: • Séptico
• Isquemia no coração • Anafilático • Embolia gasosa
Crescimento → Lise →Organização→
• Isquemia nos intestinos • Neurogênico • Embolia Liquida
Calcificação →Infecção→ Embolização
• Isquemia no cérebro
Hipertrofia Hiperplasia
Aumento volumétrico dos constituintes celulares, aumento Aumento do número de células de um orgão. Aumento da proliferação,
volumétrico da célula e órgãos. Só ocorre quando: mas a diferenciação normal.
• Aumento do fornecimento de O2 e nutrientes, • Ocorre geralmente por retardo da apoptose.
• A célula deve ter o seu sistema enzimático e as organelas • Só ocorre em células órgãos com células lábeis ou estáveis.
integras. • Órgão fica aumentado o volume e o peso
• Em células nervosas só ocorre hipertrofia se a inervação estiver • A hiperplasia também é um processo de adaptação a sobrecarga de
integra. trabalho.
• A capacidade de proliferação hiperplásica tem limites.
@fisio.stephanebispo • Podem ser: Patológicas ou fisiológicas
Alterações Celulares
Atrofia Metaplasia
(sem alimento) é a diminuição adquirida do tamanho de uma célula, Mudança de um tipo de tecido epitelial adulto para um de outro tipo de
tecido ou órgão, com consequente diminuição de seu metabolismo tecido epitelial; Termos genéticos: inativação de alguns genes e ativação de
ou atividade. Patogenia: A causa geral da atrofia é a diminuição do outros.
metabolismo, devido à falta de nutrientes ou de estímulos que
Tipos mais frequentes:
controlam a atividade celular.
• Transformação do epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado
Os principais fatores são:
em pavimentoso ceratinizado – Ocorre na boca e esôfago.
• Diminuição da atividade • Transformação do epitélio brônquico (pseudo estratificado /
• Perda da inervação estratificado pavimentoso devido ao tabagismo.
• Diminuição do suprimento sangüíneo • Metaplasia da mucosa gástrica ( epitélio glandular seroso / mucíparo).
• Diminuição da nutrição • Tecido conjuntivo / cartilaginoso ou ósseo.
• Diminuição da estimulação endócrina • O tecido metaplásico é mais resistente a agressão
• Envelhecimento

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