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Transmissão das Características Hereditárias

• Os estudos sobre a hereditariedade foram iniciados em 1866 por Gregor Mendel, um monge austríaco e que é
considerado o pai da Genética.
• Para tal utilizou os seus conhecimentos sobre reprodução das plantas, tendo selecionado a ervilheira, Pisum
sativum, para efetuar os seus estudos.

Mas porquê a planta Pisum sativum?


• Características diferenciadas e contrastantes;
• Fácil cultivo;
• Rápido crescimento;
• Obtenção de várias gerações e elevado número de descendentes num
curto intervalo de tempo;
• A morfologia da corola permite controlar a polinização, evitando o pólen
de outras plantas;
• A flor é hermafrodita – permite uma autopolinização, ou seja, o órgão feminino recebe o pólen da parte da masculina
da mesma flor.

• Mendel procurou características bem definidas na ervilheira, tal como as que se apresentam no quadro seguinte:

• Inicialmente, Mendel definiu o conceito de linhagem pura,


obtida através da autopolinização durante várias gerações,
apresentando sempre as mesmas características para um
dado caráter.
Por exemplo, na autopolinização de plantas de semente
amarela, todos os descendentes apresentavam semente de
cor amarela.

Linhagem pura – Indivíduos que por autofecundação, dá origem


a descendentes sempre iguais entre si e iguais ao progenitor.

• Os primeiros ensaios realizados por Mendel e os seus


colaboradores foram de monoibridismo, ou seja, apenas se
pretendeu estudar a transmissão de uma única
característica, tendo para isso selecionado linhas puras.

Experiências de Monoibridismo:
O ensaio representando anteriormente permitiu a Mendel retirar
algumas conclusões importantes para o seu trabalho:

- Na geração P (parental) Mendel retirou um pouco de pólen da


planta cujas sementes eram lisas e colocou numa planta cujas
sementes eram rugosas.
- Como resultado desse cruzamento obteve-se a geração F1,
com 100% de sementes lisas. Deste primeiro cruzamento,
Mendel concluiu que a característica lisa da semente era
dominante.
- Na geração F2, que resultou da autopolinização das plantas de
geração F1, obtiveram-se 3⁄4 de sementes lisas e 1⁄4 de
sementes rugosas.
- Para que não restassem dúvidas, na geração P procedeu-se de
forma inversa mas os resultados foram iguais. Concluiu-se que a hereditariedade não depende do sexo dos
progenitores.
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PRIMEIRA LEI DE MENDEL:


Como resultados destes primeiros ensaios, Mendel propôs a Lei da Segregação Fatorial que tem por base os
seguintes factos:
• Para cada caracter existem duas características distintas que resultam da expressão de fatores hereditários.
• Cada organismo herda dois fatores, um de cada progenitor.
• O fator tem uma relação de dominância/recessividade.
• Durante a formação de gâmetas ocorre segregação aleatória dos fatores hereditários.

Estas conclusões foram extraordinárias tendo em conta os escassos conhecimentos de biologia


celular, sendo a meiose e os cromossomas conceitos desconhecidos na época.

Com a descoberta da molécula de DNA abriram-se novas explicações sobre as descobertas de Mendel.

Desta segunda experiência, Mendel retirou as seguintes conclusões:

• Partindo de duas linhas puras, uma de sementes lisas (S)


e outra de sementes rugosas (s), cada um dos gâmetas
dos progenitores possuía apenas um dos alelos.
• Na geração F1, todos os indivíduos possuem um alelo de
cada progenitor. Neste caso as sementes são lisas e os
indivíduos são heterozigóticos (Ss), pois recebem de
cada um dos progenitores um alelo diferente, visto que os
progenitores são homozigóticos (SS e ss).
• Na análise do genótipo, temos então, na geração F2, três
genótipos: SS, Ss e ss, na razão 1:2:1.
• Como S é o alelo dominante, obtemos apenas dois
fenótipos na geração F2, 3 sementes lisas e 1 rugosa,
fazendo uma proporção de 3:1.

Todos os fenómenos são explicados com recurso ao estudo da meiose.

XADREZ MENDELIANO:
Os problemas com a primeira lei de Mendel podem ser resolvidos
com recurso a uma tabela de dupla entrada tal com a apresentada
na tabela abaixo.
- O seu uso é relativamente simples, bastando apenas colocar as
possíveis constituições genéticas nas entradas da tabela e no seu
interior, a diversas combinações possíveis. Eis um exemplo:

PRIMEIRA LEI DE MENDEL - CRUZAMENTOS TESTE:

• Um cruzamento teste permite determinar o genótipo de um


indivíduo de fenótipo dominante mas cujo genótipo é
desconhecido.
• Efetua-se um cruzamento entre um indivíduo com um
homozigótico recessivo e um indivíduo de fenótipo
dominante.
• Se sensivelmente metade dos descentes forem de
fenótipo dominante e os restantes de fenótipo recessivo,
então estaremos perante um progenitor heterozigótico.
• Caso todos os descendentes sejam de fenótipo
dominante, então o progenitor seria de genótipo
homozigótico dominante.

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SEGUNDA LEI DE MENDEL – DIIBRIDISMO:


• Após a confirmação da primeira lei, Mendel ensaiou novas experiências no sentido de entender como se
processava a transmissão de duas características em simultâneo, ou seja, se os alelos se segregavam de
forma independente ou não.
• Utilizaram-se as ervilhas e, desta vez, para além da característica da forma de semente (lisa – S /rugosa – s)
utilizou-se a cor (amarela – A / verde – a).

Caso os alelos se mantivessem associados (cor e forma da semente) então mantinha-se a mesma
proporção no fenótipo, como vimos para a primeira lei, ou seja, 3:1.
Caso contrário, pode-se concluir que ocorre uma segregação independente dos alelos.
• Deste modo, procedeu-se como anteriormente, ao cruzamento de linhas
puras, na geração P, onde se obtiveram os descendentes, a geração F1.
• Esta geração F1 sofreu uma autopolinização que produziu os descendentes
que constituíram a geração F2.
• Após a análise do xadrez mendeliano, pode-se concluir que ocorre a
segregação independente dos alelos, visto que o resultado final apresenta 9
genótipos diferentes e 4 fenótipos diferentes, a saber: amarelo liso, verde liso,
amarelo rugoso e verde rugoso.

• Segundo a análise do fenótipo da geração F2, conclui-se que a proporção é de 9:3:3:1.


• Para além destas conclusões também se consegue identificar dois novos fenótipos que não ocorriam nas
linhas puras: o amarelo rugoso e o verde liso.
• Estes novos fenótipos designam-se por fenótipos recombinantes.

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CONCLUSÃO:

Deste modo as leis de Mendel são enunciadas da seguinte forma:

Primeira lei ou Lei da Segregação Fatorial – durante a meiose os dois alelos de um gene segregam-se de
modo a que cada gâmeta recebe apenas um dos alelos.

Segunda lei ou Lei da Segregação Independente – durante a meiose os alelos de diferentes pares de genes
segregam-se de forma independente uns dos outros.

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