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CURSO TÉCNICO EM

FARMÁCIA

Módulo 3
EPIDEMIOLOGIA E
PROCESSOS PATOLÓGICOS
O que é Epidemiologia:

• Epidemiologia é o estudo da frequência, da


distribuição e dos determinantes dos
problemas de saúde em populações humanas,
bem como a aplicação desses estudos no
controle dos eventos relacionados com saúde.
É a principal ciência de informação de saúde,
sendo a ciência básica para a saúde coletiva.
• Etimologicamente, “epidemiologia” significa o
estudo que afeta a população (epi= sobre;
demio= povo; logos= estudo).
Epidemiologia Descritiva

• A epidemiologia descritiva estuda o


comportamento das doenças em uma
comunidade, em função de variáveis ligadas ao
tempo (quando), ao espaço físico ou lugar
(onde) e à pessoa (quem).
Epidemiologia Descritiva

• O seu objetivo é responder onde, quando e


sobre quem ocorre determinado problema de
saúde, fornecendo elementos importantes
para se decidir quais medidas de prevenção e
controle são mais indicadas. Além de avaliar
se as estratégias utilizadas diminuíram ou
controlaram a ocorrência de determinada
doença.
Objetivos da Epidemiologia

• O objetivo geral da epidemiologia é reduzir os


problemas de saúde na população. Na prática,
ela estuda principalmente a ausência de saúde
sob as formas de doenças e agravos.
Aplicações da Epidemiologia
• Informar a situação de saúde da população: Determinar as
frequências, o estudo da distribuição dos eventos e o
diagnóstico consequente dos principais problemas de saúde
verificados, identificando também as partes da população que
foram afetadas, em maior ou menor proporção;
• Investigar os fatores determinantes da situação de
saúde: Realizar estudo científico das determinantes do
aparecimento e manutenção dos danos à saúde na população;
• Avaliar o impacto das ações para alterar a situação
encontrada: Determinar a utilidade e a segurança das ações
isoladas dos programas de serviço de saúde.
O que é Patologia?

• Entender o que é Patologia permite saber


como esse ramo da Ciência relacionado com a
Medicina é importante para a compreensão
dos sintomas e tratamento das doenças.
Introdução

 Patologia: é o estudo das doenças. Através dela, estuda-se


como os órgãos e os tecidos de um organismo saudável
modificam-se quando o mesmo está doente.

 Doença: perturbação da saúde, isto é, um mal-estar causado


por distúrbio orgânico, mental ou social e pode ter causas
exógenas, endógenas e idiopáticas.

 A doença pode evoluir para a cura (com ou sem sequelas),


cronificação, complicações e óbito.
Introdução

 A doença é constituída por:


• Etiologia (Causas);
• Patogenia (Desenvolvimento);
• Alterações morfológicas (Alterações estruturais nas
células e órgãos);
• Desordens funcionais (Manifestações clínicas).
Introdução

 A Patologia divide-se em dois grandes ramos:

• Geral: estuda os processos patológicos gerais dando


ênfase à lesão em si, suas causas e efeitos nas células e
tecidos.

• Específica: estuda as lesões nos diferentes aparelhos e


sistemas, correlacionando-as com achados clínicos e
laboratoriais.
Lesão e adaptação celular

 Quando o equilíbrio das células é rompido pelo efeito de uma


agressão, a célula pode adaptar-se, sofrer um processo
regressivo ou morrer.

 Nos casos em que a célula agredida não está adaptada, tendo


seu metabolismo reduzido e, portanto, sua função celular
diminuída, diz-se que a célula apresenta uma alteração
regressiva, ou degeneração.
Lesão e adaptação celular

 As degenerações se situam entre a célula normal e a morte


celular.

 Como há diminuição da função celular, é compreensível que


se acumule dentro da célula, ou mesmo fora dela, uma série
de substâncias que são produtos de um metabolismo
perturbado.

 Deste modo, as lesões degenerativas são classificadas de


acordo com o tipo de substância acumulada.
Acúmulo de água
(degeneração hidrópica)
 Essa alteração se caracteriza pelo acúmulo de água no
citoplasma e é vista com mais frequência nas células
parenquimatosas, principalmente do rim, fígado e coração.

 A degeneração hidrópica ocorre em função do


comprometimento da regulação do volume celular, que é um
processo basicamente centrado no controle das concentrações
de sódio e potássio no citoplasma. Todos os processos
agressivos que reduzem a atividade da membrana plasmática,
da bomba de sódio/potássio e da produção de ATP (energia)
pela célula, levam à retenção do sódio no citoplasma deixando
escapar o potássio e aumentando a água citoplasmática na
tentativa de manter as condições isosmóticas da célula.
Acúmulo de lipídios (degeneração
gordurosa – esteatose)
 Refere-se ao acúmulo anormal de lipídios no interior das células
parenquimatosas. Como o fígado é o órgão diretamente
relacionado com o metabolismo lipídico, é nele que encontra-se
mais comumente a esteatose.

 As principais causas da esteatose é a obesidade e o alcoolismo;


as consequências são variáveis, dependendo da intensidade e da
associação com outros fatores.

 Na grande maioria dos casos, a lesão é reversível e, cessada a


causa, a célula volta a normal. Quando a esteatose é grave e
duradoura, pode ocasionar a morte do hepatócito com
alterações funcionais do órgão e a progressão para a cirrose
hepática.
Acúmulo de proteínas

 Este tipo de degeneração resulta da ação de substâncias


irritantes com intensidade moderada. Caracteriza-se pela
presença de massas translúcidas de formas arredondadas,
com parte central de aparência calcificada.
Acúmulo de muco

 Ocorre pela hiperprodução de muco pelas células


mucíparas dos tratos digestório e respiratório, levando-as a
se abarrotarem de glicoproteínas, podendo inclusive
causar morte celular ou pela síntese exagerada de mucinas
em adenomas e adenocarcinomas, as quais geralmente
extravasam para o interstício e conferem ao mesmo
aspecto de tecido mucóide.
Acúmulo de açúcar

 Anormalidades no metabolismo da glicose ou glicogênio


levam a um aumento no depósito intracelular de
glicogênio, o qual se mostra como vacúolos claros no
citoplasma. Afecções que levam ao acúmulo de glicogênio
são principalmente o diabetes melitus e as doenças de
armazenamento de glicogênio ou glicogenoses.
Acúmulo de açúcar

 As causas mais frequentes de lesão celulares são:


• Hipóxia;
• Agentes físicos (temperatura, radiações);
• Drogas e agentes químicos;
• Agentes biológicos (bactérias, fungos, protozoários);
• Reações imunológicas (doenças autoimune);
• Distúrbios genéticos;
• Distúrbios nutricionais.
Acúmulo de açúcar

 As lesões celulares irreversíveis ocorrem quando a célula


não consegue se adaptar e caminha progressivamente para
a morte.

 Morte celular é definida como a perda irreversível das


atividades integradas da célula com consequente
incapacidade de manutenção de seus mecanismos de
homeostasia, isto é, de equilíbrio da célula com o seu
meio.
Acúmulo de açúcar

 A partir do momento da morte celular, após uma agressão,


havendo incapacidade irreversível de retorno à integridade
bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a
desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e,
consequentemente, funcionais e morfológicos. A esta
sequência de fenômenos denomina-se necrose celular.

 A necrose celular pode ocorrer em consequência da


atuação de enzimas da própria célula (autólise) ou da
atuação de enzimas extracelulares (heterólise).
Acúmulo de açúcar

 A morte celular em tecidos normais como uma forma de


regulação da população celular é um fenômeno biológico
conhecido cuja causa é intrínseca à célula e não depende
de alterações do seu meio ambiente. Essa autodestruição
ativa de células ou grupos de células é uma forma de
morte denominada apoptose.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Crescimento celular é a multiplicação celular, indispensável
durante o desenvolvimento e para reposição celular dos seres
vivos. Já diferenciação é a especialização morfológica e funcional
da célula.

 Toda célula e toda população celular (tecidos, órgãos,


organismos) se acham sob controle, exercido pela própria célula
e pelo organismo como um todo. Em condições normais, ritmo e
velocidade de crescimento são balanceados através de
mecanismos homeostáticos que não permitem multiplicação
nem superior nem inferior às necessidades do órgão e do
organismo. A ruptura desses mecanismos de controle leva a
modificações do ritmo de crescimento que nada mais são do
que respostas adaptativas.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hipertrofia  Cápsula

 Atrofia  Crescimento

 Hiperplasia  Morfologia

 Metaplasia  Antigenicidade

 Displasia  Metástase.

 Neoplasias
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hipertrofia
É o aumento quantitativo dos constituintes e das funções
celulares, o que provoca aumento das células e órgãos afetados.
Pode ser fisiológica (aumento do útero na gestação) e patológica
(cardiomegalia por lesão valvular).

 Atrofia
É a redução do tamanho e da função da célula. Pode ocorrer por
desuso, diminuição do suprimento sanguíneo, insuficiência de
nutrientes, envelhecimento e compressão.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Hiperplasia
É uma proliferação celular (aumento do número de células) que
conserva o caráter morfofuncional da célula originária, retirando
o estímulo, a proliferação cessa.

 Metaplasia
Pode ser definida como o processo pelo qual uma célula e/ou
um tecido perdem suas características específicas e adquirem
outras.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Displasia
Consiste em modificações ou situações em que o transtorno do
processo de diferenciação não permite a maturação da célula
até seu nível de diferenciação normal, ou a faz parar num nível
de diferenciação inferior ao da célula mãe. Pode ser considerada
como lesões pré-cancerosas epiteliais.

Agenesia, aplasia e hipoplasia correspondem a situações


congênitas. A primeira pode ser definida como ausência de
formação, a segunda como ausência de proliferação e a terceira
como diminuição da proliferação.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Neoplasias
É uma neoformação local de tecido originada pela modificação
do código genético de células normais preexistentes, atípica em
relação ao tecido do qual se originou, capaz de crescimento
progressivo, geralmente autônomo.

De acordo com o comportamento biológico os tumores podem


ser agrupados em benignos e malignos. Os critérios de
diferenciação entre cada uma destas lesões são, na grande
maioria dos casos, morfológicos.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Cápsula
Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e
expansivo determinando a compressão dos tecidos vizinhos, o
que leva a formação de uma pseudocápsula fibrosa. Já nos casos
dos tumores malignos, o crescimento rápido, desordenado,
infiltrativo e destrutivo não permite a formação desta
pseudocápsula.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Crescimento
Os tumores benignos, por exibirem crescimento lento, possuem
estroma e uma rede vascular adequada. Por isso raramente
apresentam necrose e hemorragia.

No caso dos tumores malignos, observa-se que, pela rapidez,


desorganização do crescimento, pela capacidade infiltrativa e
pelo alto índice de duplicação celular, apresentam uma
desproporção entre o parênquima tumoral e o estroma
vascularizado. Isto acarreta áreas de necrose ou hemorragia, de
grau variável com a velocidade do crescimento e a "idade"
tumoral.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Morfologia
O parênquima tumoral exibe um grau variado de células.
As dos tumores benignos, que são semelhantes e reproduzem
o aspecto das células do tecido que lhes deu origem, são
denominadas bem diferenciadas. As células dos tumores
malignos perderam estas características, têm graus variados de
diferenciação e, portanto, guardam pouca semelhança com as
células que as originaram e são denominadas pouco
diferenciadas. Quando estudam-se suas características ao
microscópio, veem-se células com alterações de membrana,
citoplasma irregular e núcleos com variações da forma, tamanho
e cromatismo.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Mitose
O número de mitoses expressa a atividade da divisão celular.
Isto significa dizer que, quanto maior a atividade proliferativa de
um tecido, maior será o número de mitoses verificadas. Nos
tumores benignos, as mitoses são raras e têm aspecto típico,
enquanto que, nas neoplasias malignas, elas são em maior
número e atípicas.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Antigenicidade
As células dos tumores benignos, por serem bem diferenciadas,
não apresentam a capacidade de produzir antígenos. Já as
células malignas, pouco diferenciadas, têm esta propriedade, o
que permite o diagnóstico e o diagnóstico precoce de alguns
tipos de câncer.
Distúrbios do Crescimento e da
Diferenciação Celular
 Metástase
As duas propriedades principais das neoplasias malignas são: a
capacidade invasivo-destrutiva local e a produção de
metástases. Por definição, a metástase constitui o crescimento
neoplásico à distância, sem continuidade e sem dependência do
foco primário.
Nomenclatura

 A designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e


histopatologia.

 Para os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo


"oma" (tumor) ao termo que designa o tecido que os
originou.

Exemplos:
Tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma;
Tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma;
Tumor benigno do tecido glandular – adenoma.
Nomenclatura

 Para tumores malignos, devemos considerar a origem


embrionária dos tecidos de que deriva o tumor.

• Tecidos de revestimento externo e interno: carcinomas.


• Origem glandular: adenocarcinomas.
• Tecidos conjuntivos ou mesenquimais: acréscimo de
"sarcoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido.
• Células blásticas: acréscimo de "blastoma" ao vocábulo
que corresponde ao tecido.

Exemplo
Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem;
Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem.
Nomenclatura

 Exceções
Apesar de a maioria dos tumores incluírem-se na classificação
pela regra geral, alguns constituem exceção a ela. Os casos mais
comuns serão apresentados a seguir.

 Tumores Embrionários
Teratomas (podem ser benignos ou malignos, dependendo do
seu grau de diferenciação), seminomas, coriocarcinomas e
carcinoma de células embrionárias. São tumores malignos de
origem embrionária, derivados de células primitivas
totipotentes que antecedem o embrião tridérmico.
Nomenclatura

 Epônimos
São tumores malignos que receberam os nomes daqueles que
os descreveram pela primeira vez: linfoma de Burkitt, Doença de
Hodgkin, sarcoma de Ewing, sarcoma de Kaposi, tumor de Wilms
(nefroblastoma), tumor de Krukemberg (adenocarcinoma
mucinoso metastático para ovário).
Nomenclatura

 Morfologia Tumoral
Os carcinomas e adenocarcinomas podem receber nomes
complementares (epidermóide, papilífero, seroso, mucinoso,
cístico, medular, lobular etc.), para melhor descrever sua
morfologia, tanto macro como microscópica:
cistoadenocarcinoma papilífero, carcinoma ductal infiltrante,
adenocarcinoma mucinoso, carcinoma medular, etc.
Nomenclatura

 Sufixo Indevido
Algumas neoplasias malignas ficaram denominadas como se
fossem benignas (ou seja apenas pelo sufixo "oma") por não
possuírem a correspondente variante benigna: melanoma,
linfomas e sarcomas (estes dois últimos nomes representam
classes de variados tumores malignos).
Nomenclatura

 Outros
Algumas vezes, a nomenclatura de alguns tumores escapa a
qualquer critério histogenético ou morfológico.

Câncer (também conhecido como neoplasia) é o nome de um


grupo de mais de 100 diferentes doenças. Células anormais que
se dividem e formam mais células de maneira desorganizada e
descontrolada.

O câncer é causado por fatores externos (radiação, produtos


químicos, vírus, cigarro, álcool) e internos (predisposição,
hormônios).
Nomenclatura

 Outros
Não se sabe ao certo como prevenir todos os casos de câncer,
contudo algumas medidas preventivas, conhecidas, podem ser
adotadas.

Para um correto diagnóstico é imprescindível compreender que


existem muitos tipos de câncer, existindo assim diferentes
tratamentos para cada um deles.

Para isto o médico depende de vários recursos como sinais e


sintomas do paciente, exames físicos, exames de imagem,
laboratoriais gerais e específicos, marcadores tumorais e a
biopsia.
Nomenclatura

 Outros
Pode ser necessária a realização de vários exames especiais da
amostra para se caracterizar o câncer de um modo mais
acurado.

É importante conhecer o tipo de câncer já que isto ajuda o


médico a determinar quais os exames que poderão ser
solicitados, devido fundamentalmente a que cada tipo de câncer
segue um padrão específico de crescimento e disseminação.

Atualmente existem três formas de tratamento do câncer:


cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Processo Inflamatório

 Consiste em uma reação local, de caráter predominantemente


vascular, por meio da qual o organismo procura defender-se da
ação de agentes lesivos.

 O processo inflamatório, sob determinado ponto de vista, pode


ser encarado como um mecanismo de defesa do organismo e,
como tal, atua destruindo, diluindo, isolando ou sequestrando o
agente agressor, abrindo caminho para os processos reparativos
do tecido afetado.

 Entretanto, a inflamação pode ser potencialmente danosa, uma


vez que sua manifestação pode lesar o próprio organismo, às
vezes de forma mais deletéria que o próprio agente injuriante.
Processo Inflamatório

 Os agentes ou causa da inflamação:


• Micro-organismos vivos;
• Agentes físicos;
• Agentes químicos;
• Corpos estranhos;
• Reparação dos tecidos.

A nomenclatura é sempre igual ao nome do órgão ou


tecido + sufixo ITE. Exemplo: apendicite, meningite,
pleurite e artrite.
Processo Inflamatório

 As alterações que ocorrem nos vasos sanguíneos da


microcirculação nas primeiras horas após uma injúria
subletal envolvem três tipos de processos:

1. Fase alterativa = Agressão


2. Fase exsudativa = Aumento da permeabilidade vascular
3. Produtiva = Proliferação de vasos, fibroblastos, monócitos
e linfócitos.
Processo Inflamatório

 Uma vez desenvolvida a reação inicial à injúria, a extensão


da lesão local dependerá da intensidade, natureza e
duração do estímulo lesivo bem como das características
do hospedeiro (idade, imunidade, estado nutricional).

 Assim, se o agente nocivo for de curta duração, ou


rapidamente anulado pelos mecanismos de defesa do
organismo, as alterações inflamatórias sofrerão rápida
resolução ou deixarão uma quantidade variável de tecido
cicatricial na área lesada.
Processo Inflamatório

 O processo inflamatório é dividido em agudo e crônico.

 A inflamação aguda é de curta duração, de alguns minutos,


horas ou um a dois dias, dependendo do estímulo
causal.Se caracterísa por exsudação de fluidos e proteínas
do plasma e emigração de leucócitos, predominantemente
neutrófilos. Há um vasodilatação, causando aumento do
fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor. Além
desses sinais, temos o edema, dor e perda da função.
Processo Inflamatório

 A inflamação crônica é um processo um pouco mais


demorado, ocorre dentro de semanas ou meses e é
caracterizada por inflamação ativa (infiltrado de células
mononucleares), com destruição tecidual e tentativa de
reparar os danos (cicatrização).

 Pode ser a continuação de uma reação aguda, mas muitas


vezes, acontece de maneira insidiosa. As células
apresentadoras de antígenos, os macrófagos, são ativados
para combater esse processo e secretam vários
mediadores químicos da inflamação, os quais, se não
controlados, podem levar à destruição do tecido lesado e
fibrose características desse tipo de inflamação.
Processo Inflamatório

 A inflamação crônica caracteriza-se por: Infiltração de


células mononucleares (macrófagos, linfócitos e
plasmócitos), reflexo de uma reação persistente à lesão;
destruição tecidual induzida, sobretudo pelas células
inflamatórias.

 Tentativas de cicatrização por substituição do tecido


danificado por tecido conjuntivo, realizada por proliferação
de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em
particular, fibrose.
Distúrbios Circulatórios

 A circulação sanguínea é responsável pelo aporte de


nutrientes, remoção de catabólitos, condução de
hormônios, manutenção da homeostasia, eliminação renal
de eletrólitos e troca de substâncias entre o meio intra e
extra celular.

 A homeostase, equilíbrio, é mantida pelo meio líquido


normal (concentração de soluto na sangue, estado
endotelial e da membrana basal vascular) e pelo fluxo
sanguíneo adequado.
Distúrbios Circulatórios

 As condições patológicas ocorre:

1- No meio líquido = Desidratação e Edema


2- No fluxo sanguíneo = Hiperemia, Trombose, Embolia e
Infarto
3- No líquido intersticial e fluxo sanguíneo = Hemorragia e
Choque.
Distúrbios Circulatórios

 A desidratação é um estado patológico do organismo,


causado pelo baixo nível de líquido (água, sais minerais e
orgânicos) no corpo. Ela pode ocorrer quando há excesso
de calor , diminuição do consumo de água, febre , diarreia,
vômitos ou pelo uso de medicamentos diuréticos.

 A hiperemia é o aumento quantidade de volume


sanguíneo em um determinado órgão ou tecido, causados
por maior afluxo sanguíneo (hiperemia ativa ou arterial) ou
por deficiente escoamento (hiperemia passiva ou venosa).
Pode ser fisiológica ou patológica.
Distúrbios Circulatórios

 Edema refere-se a um acúmulo anormal de líquido no


espaço intersticial devido ao desequilíbrio entre a pressão
hidrostática e a pressão oncótica. É constituído de uma
solução aquosa de sais e proteínas do plasma e sua
composição varia conforme a causa do edema. Quando
o líquido se acumula no corpo inteiro gera um edema
generalizado.

 É por si só o sinal de doença, podendo ser cardíaca,


hepática, desnutrição grave, hipotireoídismo, obstrução
venosa e ou linfática. As causas podem ser por diversos
motivos, como exemplo, o retorno venoso alterado (estase
venosa) ou imobilidade prolongada.
Distúrbios Circulatórios

 O fenômeno conhecido como trombose é a solidificação


dos elementos do sangue na luz dos vasos ou do coração.
As causas e mecanismos de formação dos trombos
ocorrem pela alteração de pelo menos dois elementos da
tríade de Virchow.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações da parede vascular


As lesões das células endoteliais determinam o aparecimento de
tromboses. Isto é bem evidente quando a superfície dos vasos,
em um ponto específico, fica cem células endoteliais, com
exposição do colágeno e/ou fibras elásticas subjacentes.

Outro método para produção de trombose, e a presença de uma


superfície estranha, tal como um fio cirúrgico, em contato com a
corrente sanguínea. Em qualquer uma dessas eventualidades o
quadro trombótico se inicia por depósito inicial de plaquetas no
sítio da lesão.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações do fluxo sanguíneo


A lesão do endotélio é facilitada e surge mesmo
espontaneamente em locais onde há alteração da corrente
sanguínea, particularmente quando tem sua velocidade
reduzida ou quando se formam correntes ou redemoinhos em
torno de obstáculos parciais.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue


Condições que aumentam o número de plaquetas na circulação
predispõem à trombose. Após o parto ou depois de cirurgias, a
tendência ao desenvolvimento de trombose é paralela ao
progressivo aumento de plaquetas.

Por embolia, entende-se o transporte pelo sangue de


fragmentos de trombo, gordura, gases e outros corpos
estranhos, a pontos distantes de sua sede de origem. Cerca de
99% das embolias correspondem a deslocamento de trombos
(tromboembolismo). São outros exemplos de êmbolo: glóbulos
de gordura, fragmentos de medula óssea, massa de gases,
fragmentos de placas ateromatosas, células tumorais, parasitas
e líquido amniótico.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue


O infarto é uma área localizada de necrose isquêmica. A
isquemia é definida como deficiência do suprimento de sangue
numa determinada área de tecido ou órgão. Geralmente, a
isquemia é produzida por trombose ou embolia. Na maioria das
vezes o infarto é consequente da oclusão arterial, mas em
determinadas circunstâncias, a obstrução venosa também
produz infarto.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue


Hemorragia é a saída de sangue dos vasos e do coração
podendo ocorre por inúmeras causas: causas vasculares
localizadas, fatores extrínsecos (traumas), fatores intrínsecos ao
vaso ou ao organismo (arteriosclerose, aneurisma, hipertensão
arterial) ou mesmo se relacionar a deficiência de plaquetas ou
mais fatores envolvidos no mecanismo intrínseco e/ou
extrínseco da coagulação sanguínea.

A lesão hemorrágica, conforme o aspecto macroscópico,


compreende vários tipos, como petéquias, víbices, púrpuras,
equimoses, hematomas. Se as hemorragias ocorrem nas
cavidades corpóreas recebem também denominações especiais:
hemotórax, hemopericárdio e hemoperitônio.
Distúrbios Circulatórios

 Alterações nos constituintes do sangue


Outro tipo de perturbação circulatória periférica é o quadro de
choque ou colapso circulatório, que implica alterações na
perfusão sanguínea dos tecidos com hipóxia ou anóxia com
consequências variadas até a morte. O choque tem como
principais causas:

a. A diminuição do volume sanguíneo (choque hipovolêmico);


b. A vasodilatação periférica;
c. Diminuição acentuada do débito cardíaco;
d. Obstrução aguda do fluxo sanguíneo.
Noções de Imunopatologia

 A Imunopatologia é a ciência que estuda as lesões e


doenças produzidas pela resposta imunitária. Podem ser
agrupadas em quatro categorias de estudo: doenças por
hipersensibilidade, doenças autoimunes,
imunodeficiências e rejeição de transplantes.
Noções de Imunopatologia

 Hipersensibilidade
O termo hipersensibilidade é aplicado quando uma
resposta adaptativa ocorre de forma exagerada ou
inapropriada, causando reações inflamatórias e dano
tecidual. A hipersensibilidade é uma característica do
indivíduo e não se manifesta no primeiro contato com o
antígeno indutor da reação de hipersensibilidade,
geralmente, aparece em contatos subsequentes.
Noções de Imunopatologia

 Doenças Autoimunes
Autoimunidade é a falha em uma divisão funcional do
sistema imunológico chamada de auto tolerância, que
resulta em respostas imunes contra as células e tecidos do
próprio organismo. Qualquer doença que resulte deste
tipo de resposta é chamada de doença autoimune.
Exemplos comuns incluem a diabetes mellitus tipo 1, lúpus
e atrite reumatóide.
Noções de Imunopatologia

 Imunodeficiência
É uma desordem do sistema imunológico caracterizada pela
incapacidade de se estabelecer uma imunidade efetiva e uma
resposta ao desafio dos antígenos. Chama-se a pessoa que
apresenta imunodeficiência de imuno comprometida. Qualquer
parte do sistema imunológico pode ser afetada. A
imunodeficiência resulta numa crescente suscetibilidade a
infecções oportunistas e certos tipos de câncer. Pode surgir
como resultado de uma doença, como a infecção pelo HIV e a
AIDS, ou pode ser induzida por administração de drogas
(imunossupressão), como no tratamento de doenças
autoimunes ou na prevenção contra a rejeição de um
transplante de órgãos.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes
Transplantação, em imunologia, refere-se ao ato de transferir
células, tecidos ou órgãos de um local para outro. O
procedimento surgiu da compreensão de que era possível curar
muitas doenças pela implantação de células, tecidos ou órgãos
saudáveis de um indivíduo para outro.

O desenvolvimento de técnicas cirúrgicas que permitem uma


fácil reimplantação de tecidos constituiu um importante avanço
para o sucesso dos transplantes.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes
No entanto, levantada esta barreira, restam muitas outras a
ultrapassar para que a transplantação de órgãos se torne um
tratamento médico rotineiro. A ação do sistema imunitário na
rejeição de tecidos transplantados continua a ser um sério
impedimento ao sucesso desta intervenção médica.

Até os dias atuais, o obstáculo da rejeição de transplantes tem


vindo a ser solucionada com a utilização de agentes
imunossupressores.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes
Estes agentes poderão ser fármacos e anticorpos específicos
desenvolvidos para diminuírem a resposta imunitária aos
transplantes.

No entanto, a maioria destes agentes tem um efeito


imunossupressor global, sendo o seu uso a longo termo
deletério.

Novos métodos de indução de tolerância específica ao


transplante, sem suprimir outras respostas imunitárias estão a
ser desenvolvidos, prometendo uma maior sobrevivência dos
transplantes sem comprometer a imunidade do receptor.
Noções de Imunopatologia

 Rejeição de Transplantes
Em transplantações clinicas, podem ocorrer três tipos principais
de rejeição: hiperaguda (Ocorrendo minutos ou dias após a
transplantação), aguda (ocorrendo frequentemente nos
primeiros 6 meses após a transplantação) e crónica (evidências
histológicas de hipertrofia e fibrose).

Independentemente do tipo de rejeição, sinais de perigo


incluem febre, sintomas febris, hipertensão, edemas ou
aumento súbito de peso, mudança no ritmo cardíaco, falta de ar
e dor e sensibilidade no local do transplante.

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