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Faculdade LS

Farmácia – 4º Semestre
Parasitologia Clínica
Profª.Ma. Daniela Aquino

Estudo dirigido para a 1ª Avaliação de Parasitologia Clínica

1. Considere o caso clínico apresentado para responder às questões de a)


a d):
Criança, do sexo masculino, 2 anos de idade, apresentando um quadro
clínico de desnutrição, diarreia com esteatorreia, dor abdominal,
anorexia e perda de peso. Mãe relatou ao médico que morava com a
criança em uma casa de taipa, com 7 ocupantes, casa sem banheiro,
piso de terra, sem tratamento de esgoto e convivendo em local onde o
lixo é jogado a céu aberto. A água consumida pela família era obtida
de um poço artesiano próximo da residência. Médico solicitou exame
parasitológico de fezes que constou formas parasitárias em trofozoíto,
formato de pera, possuindo 4 pares de flagelos, dois núcleos e simetria
bilateral.

a) De acordo com o caso acima, diga qual parasito foi encontrado, a


doença causada e qual seria uma outra forma evolutiva
apresentada.
R. Giardia Lamblia foi o parasito, a doença causada foi a Giardíase e a outra
forma de evolutiva seria o cisto.
b) Como a criança poderia ter contraído a doença? Fale o ciclo
biológico do parasito.
R. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos
contaminados. No intestino delgado, os trofozoítos sofrem divisão binária e
chegam à luz do intestino, onde ficam livres ou aderidos à mucosa intestinal,
por mecanismo de sucção. A formação do cisto ocorre quando o parasita
transita o cólon, e neste estágio os cistos são encontrados nas fezes (forma
infectante). No ambiente podem sobreviver meses na água fria, através de
sua espessa camada.
c) Quais seriam as possíveis técnicas de EPF que poderiam ter sido
realizadas? Por que?
R. Método de Faust - É um exame parasitológico de fezes, que consiste na
centrífugo-flutuação em sulfato de zinco. A maneira mais fácil de fazer o
diagnóstico de giardíase é pelo exame de fezes, as amostras de fezes ao
microscópio podem mostrar a presença do parasito.
d) Explique por que foi encontrada a forma de trofozoíto? Quais
seriam as principais formas de prevenção e tratamento?
R. Após serem ingerido o cisto, a forma adquirida é o trofozoíto. A prevenção
é feita adotando-se hábitos de higiene, como lavar as mãos após ir ao
banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar
alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os alimentos antes
do consumo e cura dos doentes. Vale lembrar que o cloro não mata os cistos e
que, portanto, alimentos ou água tratados unicamente com cloro não
impedem a infecção por este protozoário. Tratamento por meio de
medicamentos com os seguintes compostos: Metronidazol, tinidazol,
secnidazol.

2. Caso clínico 2:
Adolescente com 13 anos de idade, sexo feminino, apresentando
inflamação granulomatosa necrosante no ovário e, após exame
microscópico do material de biópsia, revelou a presença de formas
adultas de fêmeas de Enterobius vermicularis com útero repleto de
ovos. Com base nos seus conhecimentos sobre o parasito responda:

a) Quais seriam as melhores formas de diagnóstico para detecção


do parasito? Por que o exame coproparasitológico não é o
melhor indicado?
R. Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico
laboratorial reside no encontro do parasito e de seus ovos. Como dificilmente
é conseguido nos parasitológicos de fezes de rotina, sendo achado casual
quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar diretamente na
região perianal, o que deve ser feito pelos métodos de Hall (swab anal) ou de
Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de
leitura em microscópio. Ovos de oxiúros são normalmente encontrados em
dobras da pele ao redor do ânus. Eles raramente aparecem nas fezes, sendo
por não isso não aconselhado o exame coproparasitológico.
b) Quais as possíveis formas de transmissão? Cite outros
parasitos que poderiam ter sido transmitidos da mesma forma.
R. A transmissão do oxiúrus acontece por meio da ingestão dos ovos desse
parasita por meio de alimentos contaminados ou por colocar a mão suja na
boca. Além disso é possível ser contaminado por meio da inalação dos ovos
que podem ser encontrados dispersos no ar, já que são bastante leves, e
contato com superfícies contaminadas, como roupas, cortinas, lençóis e
tapetes. A Teníase e à Ascaridíase.
c) Descreva outros possíveis sintomas causados pelo parasito.
Existe tratamento, se sim, qual seria?
R. Outros sintomas dor de barriga, diarreia, cólica intestinal, vômito. No
caso das mulheres, é possível o surgimento de vaginites devido a
proximidade da vagina com o ânus. O tratamento deve ser feito com
ingestão oral de vermífugos prescritos por orientação médica, bem como
higienização do ambiente e cuidados pessoais. Além disso, em alguns casos
pode ser indicado o uso de pomadas para potencializar a reação do remédio
no organismo.

3. Caso clínico 3:
Homem de 35 anos de idade foi ao posto médico reclamando de dores
ao urinar, presença de um corrimento claro e viscoso e prurido na
uretra. Relatou não usar camisinha nas suas relações sexuais e
também ter múltiplos parceiros. O médico suspeitou de uma possível
DST e pediu exames parasitológicos e de sangue. Nesse caso,
responda:

a) O médico suspeitou de qual parasito em especial? Por que ele


pediu esses exames? Ele deveria ter pedido outros? Quais?
R. O parasito T. vaginalis. A tricomoníase em homens parece ser
controversa, visto que muitos homens infectados são assintomáticos. No
entanto, foi observada inflamação uretral. O zinco é altamente tóxico para T.
vaginalis, e é possível que muitos homens refratários a esta infecção tenham
quantidades consideráveis deste metal no fluido prostático. Sim tem outros
exames importantes. Imunoensaio enzimático (ELISA), PCR, cultura de
vírus e exame de urina.
b) Se fosse em uma mulher, quais seriam os principais sintomas?
R. Mulheres com vaginite aguda causada por T. vaginalis freqüentemente
têm corrimento. Há também odor vaginal anormal e prurido vulvar.
c) Como profissional da saúde, quais métodos preventivos você
indicaria para o paciente?
R. Faça exames, use camisinha, cuide da higiene pessoal. O cuide de você e
do outro!

4. Amostras frescas de fezes chegaram em uma manhã no laboratório de


análises clínicas de um hospital. Neste dia em especial, o
farmacêutico do laboratório estava sozinho e sobrecarregado com
tanto trabalho e deixou para analisar as fezes no final do dia,
deixando as amostras em cima do balcão. Ao fazer a análise, observou
que a indicação clínica do paciente era suspeita de helmintose, porém,
ao visualizar em microscópio, não encontrou nenhuma forma
parasitária, incluindo helmintos. De acordo com esse fato, responda:

a) O que poderia ter acontecido para que o farmacêutico não


tivesse encontrado o parasito? Aponte os erros cometidos.
R. O exame não ficou acondicionado em geladeira e nem em solução
específica para ser mantido em ambiente natural, alterando o resultado.
b) Quais as possíveis técnicas realizadas para detectar a presença
de helmintos nas fezes?
R. Técnica de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz, Técnica de Willis.
c) Descreva as principais formas de transmissão dos helmintos
estudados, cite suas formas evolutivas.
R. A maioria das doenças causadas por helmintos decorrem de problemas de
saneamento e baixo cuidado com higiene e suas formas evolutivas vão do ovo
as larvas.
d) Como deveria ter sido reportado o resultado da análise se fosse
positivo?
R. Havendo a presença de parasitos, deve ser reportado ao resultado final do
exame e a descrição do nome dos mesmos. Além dos métodos utilizados para
o exame.
e) Cite as principais formas de tratamento e prevenção de
verminoses.
R. As medidas para o controle das helmintíases envolvem, principalmente, o
tratamento preventivo periódico de escolares na faixa etária de 05 a 14 anos,
a realização de ações de educação em saúde ambiental e a necessidade de
melhorias das condições de saneamento básico.

5. Quais são os principais artefatos confundíveis encontrados nos


exames de fezes?
R. Entre tais elementos, podem ser encontrados: fragmentos de alimentos,
células vegetais, grãos de pólen, leucócitos, células de tecido animal, ácaros e
seus ovos.

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