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UNICA - PB / UNIDADE DE CURSOS TÉCNICOS DA PARAÍBA

UNIDADE DE CURSO TÉCNICOS DA PARAÍBA

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

APOSTILA:
NOÇÕES BÁSICAS DE CLINICA
CIRURGICA

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INTRODUÇÃO

A UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO é composta pelo:


Centro Cirúrgico (CC);
Recuperação pós-anestésica (RPA);
Centro de Materiais e Esterilização (CME).

1. HISTÓRICO
As primeiras intervenções cirúrgicas, impostas pelas consequências de guerras, nas
amputações de membros. Eram realizadas pelos “cirurgiões barbeiros” a enfermagem esteve
presente no cuidado aos pacientes, como também na limpeza e manutenção do ambiente;
No Séc. XIX os instrumentais precários, matéria-prima imprópria, planta física inadequada.
Foi a partir de 1846 que a história evoluiu com a descoberta da anestesia; e continuou evoluindo
durante todo o século XIX com procedimentos cada vez mais complexos. Os vanços tecnológicos
ocorridos nos últimos anos, a cirurgia passou de técnicas manuais e procedimentos simples para
o uso de computadores e robótica.

2. ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO
O Período perioperatório consiste nas três fases que começam e terminam na
sequênciao de eventos da experiência cirúrgica, que incluem:
Fase pré-operatória - começa com a decisão para proceder a intervenção cirúrgica e termina
com a transferência do paciente para a mesa da sala de cirurgia;

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Fase intraoperatória – começa quando o paciente é transferido para a mesa da sala de


cirurgia e termina com a admissão na UCPA/URPA;
Fase pós-operatória – começa com a admissão do paciente na UCPA/URPA e termina com
uma avaliação de acompanhamento no ambiente clínico ou domiciliar.
3. CLASSIFICAÇÕES CIRÚRGICAS
Uma cirurgia pode ser realizada por várias razões. Pode ser realizada com fins diagnóstico
(biopsia, laparotomia exploradora), curativas (excisão de um tumor ou de um apêndice
inflamado), reparadora (reparo de múltiplas feridas), reconstrutora ou cosmética
(mamoplastia ou lift facial) e paliativa (para aliviar a dor ou corrigir um problema, ex. uma
sonda de gastrostomia).
Quanto ao tempo de DURAÇÃO AS CIRURGIAS podem ser classificadas quanto a:
PORTE I: com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia.
PORTE II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia, gastrectomia.
PORTE III: de 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia.
PORTE IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado.
Também pode ser classificada de acordo com o GRAU DE URGÊNCIA envolvido:
Emergência: Paciente requer atenção imediata; o distúrbio pode impor risco de vida e
não pode ser adiada. Ex: Hemorragias graves, obstrução vesical ou intestinal, fratura do
crânio, ferida por arma de fogo ou arma branca, queimaduras extensas.
Urgência: Paciente requer atenção imediata; dentro de 24 a 30h. Ex: Infecção aguda da
vesícula biliar; Cálculos renais ou ureterais.
Necessária: Paciente precisa fazer a cirurgia, mas pode ser planejada dentro de algumas
semanas ou meses. Ex: Hiperplasia da próstata sem obstrução vesical, distúrbios tireoideanos,
catarata.
Eletiva: Paciente deverá fazer a cirurgia, porém a falha em fazer a cirurgia não é
catastrófica. Ex: Reparo de cicatrizes, hérnia simples, reparo vaginal.
Opcional: A decisão fica por conta do paciente e sua preferência pessoal. Ex: Cirurgia
cosmética.
Quanto ao grau de CONTAMINAÇÃO podem ser
Cirurgia limpa: tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação. Na ausência de
processo infeccioso e inflamatórios local. Ex: herniorrafia, safenectomia, mamoplastia,
revascularização de miocárdio;
Cirurgia potencialmente contaminada: tecidos colonizados por flora microbiana
residente, pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação. Ex: gastrectomia,
colecistectomia, prostatectomia, histerectomia abdominal.
Cirurgia contaminada: realizada em tecidos colonizados por abundante flora bacteriana,
cuja descontaminação seja difícil. Ex: amidalectomia, apendicectomia, cirurgia do reto e
ânus;

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Cirurgias Infectadas: realizada em tecidos ou órgãos com presença de supuração


local (pus). Ex: apendicectomia supurada, debridamento de escara com necrose, cirurgias
com secreção purulenta local.
Quanto a presença de INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO, que é a infecção
diagnosticadas em até 30 dias após a realização do procedimento ou até um ano, em caso de
implante de órtese ou prótese. Podemos classificar essas infecções em:
Infecção de sítio cirúrgico – incisional superficial: pele e tecidos subcutâneos no
local da incisão, em até 30 dia após o procedimento;
Infecção de sítio cirúrgico – incisional profunda: estruturas profundas da parede,
tecidos moles profundos e camada muscular, até 30 dias, se houver implantes, até 1 ano;
Infecção de sítio cirúrgico – órgão/espaço: envolve órgão/espaço/cavidade, além
da incisão, fáscia e tecido muscular, que foi aberto ou manipulado durante o procedimento.
30 dias/ 1ano (implante) após a cirurgia.

CENTRO DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME)

1. CONCEITO
Segundo o Ministério da saúde o CME consiste em: Conjunto de elementos destinados a
recepção e expurgo, preparo, esterilização, guarda e distribuição do material não
caracterizado como de uso único para as unidades de estabelecimento de saúde. Para a
ANVISA, trata-se da unidade funcional destinada ao processamento de produtos para a saúde
dos serviços de saúde
2. LOCALIZAÇÃO
Obrigatório em Unidades de saúde com: CC, centro obstétrico e/ou ambulatorial,
hemodinâmica, emergência de alta complexidade e urgência. Próximo ao: almoxarifado e
lavanderia; ou unidades consumidoras (CC).
3. CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS HOSPITALARES
Artigos críticos – entram em contato com tecidos estéreis ou com o sistema vascular e
devem ser esterilizados para uso, pois possuem alto risco de causar infecção.

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Artigos semicríticos – são aqueles destinados ao contato com a pele não intacta ou com
mucosas íntegras. Ex.: equipamentos respiratórios e de anestesia, endoscopia, etc. Requerem
desinfecção de alto nível ou esterilização.
Artigos não críticos – são artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente.
Ex.: comadres (aparadores), cubas, aparelhos de pressão, entre outros. Requerem limpeza ou
desinfecção de baixo ou médio nível. Deve-se atentar para o risco de transmissão secundária
por parte dos profissionais que lidam com o artigo e entrem em contato com o paciente.
4. ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
Planejamento do CME deve estar de acordo com a demanda diária de produtos a serem
processados. Necessita de cinco setores:

• Recepção e limpeza
Local mais contaminado do CME, materiais sujos com sangue, secreções e excreções.
Possuindo uma recepção, local onde o material é recebido para ser processado. Também
possui a área de limpeza, onde é realizada a remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas,
tendo por finalidade reduzir a carga microbiana. Pode ser realizado pelo método manual
(água, detergente e acessórios de limpeza) e Método automatizado (usando jato sob pressão
e ultrassônica para objetos de conformação simples).
Água: deve ser NO MÍNIMO potável; para alguns materiais necessário que seja usada
uma água tratada de forma específica (água mole, deionizada, de osmose reversa, destilada);
Detergentes de pH neutro enzimáticos: enzimas lipolítica (lipase), enzima glicolítica
(amilase) e enzima proteolíca (protease);
Detergentes de pH neutro não-enzimático, detergentes alcalinos (proteínas e gorduras) e
detergentes ácidos.
Os materiais precisam ser desmontados e os instrumentais abertos para que TODA a
superfície esteja em contato com o detergente. Primeiro passo é o de separar os itens cortantes,
itens pesados, materiais leves e delicados em cima dos pesados. Em seguida é feita a pré-
limpeza, deve ser aplicar jato de água pra remoção da sujidade grosseira para então iniciar a
limpeza manual: fricção com escovar de cerdas firmes e macias; esponjas para superfícies
lisas (bacias, cuba rim, cúpula e outros.
Uma vez limpos os materiais devem ser enxaguados com água abundante potável ou
tratada. Os materiais precisam ser também inspecionar para conferir a limpeza. E por fim
devem passar pela secagem, manual ou automatizada (termodesifetadora).

• Desinfecção química, quando aplicável;


Eliminação de microorganismos com menos poder que a esterilização (não elimina
esporos). Realizada em produtos semicríticos: entra em contato com membranas mucosas
colonizadas e pele não íntegra ( acessórios para assistência respiratória, endoscópio flexíveis,
espéculos, lâminas para laringoscópio, etc). Pode ser usados também em artigos não críticos
com contaminação elevada: comadres, papagaios, frascos de drenagem, etc.
Tipos de desinfecção:
Físicos: agem por ação térmica, como pasteurização (imersão em água quente, 70° por 30
minutos) e termodesinfecção (jatos sob pressão e turbilhonamento);

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Químicos: agem pelo uso de desinfetantes químicos, como aldeídos (glutaraldeído), ácido
peracético, soluções cloradas e álcool;
Físico-químicos: associa parâmetros físicos e químicos em processos automatizados.

• Preparo e esterilização;
O preparo para esterilização é aplicável para qualquer produto crítico, cuja condição de
esterilidade necessite ser garantida durante o transporte e o armazenamento;
1° Inspeção: observação criteriosa da limpeza e funcionalidade do material;
- 2° Acondicionamento: Material cirúrgico: em caixas, forradas como “tapete” de material
absorvente ou em caixa com furos; instrumentos devem ser colocado abertos e
desmontados, cubas emborcadas.
3º Empacotamento (embalagem): algodão tecido, não tecido (manta de poilpropileno) e
papel grau cirúrcico.

A Esterilização é a destruição de TODAS as formas de vida microbiana (incluindo


esporos). Pode ser realizada através de métodos:
Físicos: calor úmido, calor seco (proibidas estufas);
Físico-químico: gasosos (óxido de etileno, formoaldeído, peróxido de hidrogênio;
Químico líquido: ácido peracético (Steris System) (proibido);
Radiação Ionizante: cobalto 60 (restrito).
Para escolha do método devemos considerar se o material é resistente ao calor ou se é
termossensível. Se resistentes ao calor, devem ser esterilizados por vapor saturado sob pressão
(autoclave). Mas se for termossensíveis, deve ser usados método de esterilização a baixa
temperatura, que usam agentes físico-químicos;
A Autoclave deve ser preenchida no máximo 80% da capacidade, sem que os materiais
encostem nas paredes. Sempre seguir os tempos mínimos de exposição e temperatura: 121°
(30min), 134°(15 min) e 135°(10 min). O Ciclo Flash deve ser usado APENAS em situações
de emergência, e os produtos devem ser usados imediatamente pois naõ passam pela etapa de
secagem.

• Local para monitoramento do processo de esterilização;


Para o controle do processo de esterilização devem ser usados alguns indicadores
Indicadores químicos:

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Classe I: indicadores externos de exposição (tintas termocrômicas impregnadas em fitas


adesivas - fita zebrada). Todos os pacotes ou caixas de instrumenta devem ser identificados
com esse indicador, deve ser examinado antes de abrir o pacote pós-esterilização;

Classe II: autoclaves com sistema pré-vácuo, teste de Bowie-Dick, verifica se a remoção de
ar da autoclave foi feita, garantindo a distribuição de forma uniforme do vapor. Realizar o
Bowie-Dick, diariamente, antes da primeira carga a ser processada, com a autoclave vazia e
pré-aquecida;

Classe V: indicadores integradores, reage em todos os parâmetros (temperatura e tempo


mínimo de exposição, qualidade do vapor). Usar para monitorização de rotina do sucesso da
esterilização e da liberação da carga esterilizada; colocar nos locais de maior desafio (no
centro geométrico do pacote dos campos ou das caixas cirúrgicas de maior peso).

Indicadores biológicos:
São utilizados os esporos para avaliação do sucesso da esterilização;
1ª geração: são tiras ou discos de papel impregnados por esporos, após ser submetidos ao
ciclo de esterilização são encaminhados ao laboratório pra análise, leitura definitiva após 7
dias (mais usado em estufas).

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2ª Geração: autocontidos, suporte contendo esporos separado do meio de cultura; com


indicador de cor para mudança do pH (cor violeta transparente para amarelo turvo. Pós
esterilização a suporte é quebrado e misturado ao meio de cultura, depois é incubado por 48,
observando a mudança de coloração.
3ª Geração: autocontidos, diferente do de segunda geração no mecanismo. Possui uma enzima
no meio de cultura associada a germinação dos esporos, após a esterilização o teste vai para
a incubadora de 1 a 3 horas. Em seguida, sobre luz ultravioleta se observa a presença de
fluorescência da enzima.

• Armazenamento e distribuição de material esterilizado.

Local onde todo material processado é armazenado até ser distribuído para os setores
hospitalares para utilização.

5. RECURSOS HUMANOS
Exige do profissional responsável, habilidade e qualificação, assim como frequente
atualização e aprendizado constante. Na equipe deve atuar apenas profissionais que sejam
resguardados por seus Conselhos de Classe (Cofen, Coren) e sejam devidamente capacitados
para atuar nas diversas atividades em CME.
O CME deve contar com um profissional responsável de nível superior, e deve haver
jornada de trabalho exclusiva para este setor. Enfermeiro(a) reúne todas as condições
necessárias para ocupar tal cargo.
As atribuições do profissional responsável são: coordenar todas as atividades, avaliar as
etapas do processo, definir prazos, participar de capacitações e processos de educação
continuada, propor indicadores que avaliem a qualidade do processamento, contribuir para
prevenção de eventos adversos, entre outras.
O técnico e o auxiliar de Enfermagem são profissionais que fazem parte da equipe de
enfermagem do CME, exercendo atividades de nível médio, previstas no POP, sob a
orientação e supervisão do enfermeiro.
O auxiliar administrativo e o mensageiro do CME são o elo entre o ambiente externo
e interno do setor, indispensáveis para a efetiva comunicação com os demais setores da
instituição. Suas atividades envolvem: efetuar pedidos de consumo de produtos; digitar
comunicados, escalas de serviço e férias; digitar listagens de caixas cirúrgica; digitar listagem
de rotinas, entre outros.

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CENTRO CIRÚRGICO (CC)

1. CONCEITO
Conjunto de áreas e instalações que permite efetuar procedimentos anestésico-
cirúrgicos nas melhores condições de segurança para o paciente e conforto para a equipe
que assiste.
2. COMPONENTES DO CC
• Vestiários;
• Corredores internos;
• Áreas de escovação;
• Salas cirúrgicas;
• Depósito de materiais e equipamentos;
• Laboratórios de anatomia e radiologia;
• Secretaria;
• Área de recepção de pacientes;
• Sala de conforto com copa;
• Salas de apoio;
• Sala de espera com sanitários.

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3. ÁREAS DO CC
Áreas não restritas: A circulação de pessoas é livre, não exigindo e nem uso de
uniforme privativo. Ex: elevadores, corredores externos que levam ao CC, vestiários,
local de transferência de macas.
Áreas semirrestritas: Permitem a circulação de pessoal e equipamentos, de modo a
não interferir no controle e na manutenção da assepsia cirúrgica. É necessário o uso de
uniforme privativo e uso de calçados adequados. Ex: secretaria, sala de guarda de
equipamentos, farmácia-satélite, copa, sala de conforto.
Áreas restritas: Possuem limites definidos para a circulação de pessoal e
equipamentos, onde se deve estabelecer rotinas próprias para controlar e manter a assepsia
local. Neste ambiente, além do uniforme privativo, é necessário o uso de máscaras
cobrindo a boca e o nariz. Ex: corredor interno, lavabos, salas de cirurgia.
4. ACABAMENTOS DO CC
TODAS as áreas devem ser submetidas a limpeza terminal constate; há necessidade
da utilização de materiais resistentes a desinfetantes e máquinas de lavagem e aspiração,
para o acabamento de pisos e paredes.
Revestimento de pisos/paredes/tetos: uso de acabamentos que tornem a superfície
monolíticas, com o menos número possível de ranhuras e frestas; devem ser utilizados
cantos arredondados entre as paredes e o teto, e entre as paredes e o piso.
Não deve haver tubulação aparentes nas paredes e no teto; A junção entre o rodapé e
o piso não deve possuir ressaltos e deve permitir o acesso dos dispositivos de limpeza;
Uso das chamadas “tintas verdes”: sem cheiro, atóxicas e próprias para áreas restritas.
Recomenda-se o uso de cores frias e tons pasteis, que induzam à tranquilidade e, nos
batentes e “bate-macas”, cores quentes, que quebram a monocromia, além de estimular a
recuperação dos pacientes.
Não são permitidos ralos, apenas nas áreas molhadas (sifões). Recomendável que não
haja janelas nas SO, para manter a privacidade do paciente. Forros devem ser contínuos,
proibido o uso de forros falsos removíveis, exceto nos corredores.
As portas: dimensão de 1,20m x 2,10m, de aço inoxidável, de correr com trilhos
instalados da parte superior, devem possuir visores e possuir dispositivos que permitam
sua abertura sem uso das mãos/antebraços/cotovelos.
5. ILUMINAÇÃO
Artificialmente fria que permita alto grau de reprodução das cores. Deve ser embutida
e ter fácil acesso para manutenção. Fluorescente e incandescente para minimizar fadigas
na visão. A intensidade deve ser mantida nos corredores, lavabos e SO. O foco central
facilita a visualização das estruturas anatômicas, deve ter intensidade dosada.
6. ELETRICIDADE
Instaladas à 1,50 do piso em tubulações entre os forros e as paredes. Tomadas
identificadas e Gerador de emergência. Sistema de ar-condicionado central, promovendo
a movimentação do ar das áreas menos contaminadas para as mais contaminadas. Devem
haver exaustores com grelhas que retenha fiapos e filtros de ar.

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7. RECURSOS HUMANOS (EQUIPE DE ENFERMAGEM)


Enfermeiro coordenador: atividades relativas ao funcionamento da unidade
Enfermeiro assistencial: plano de cuidados, avaliação pré-operatória, entre outras;
Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem geralmente exerce a função de
circulante de sala;
Instrumentador cirúrgico: setor público é funcionário contratado, sendo subordinado ao
enfermeiro do setor. Nas instituições privadas faz parte da equipe cirúrgica, sendo
subordinado ao cirurgião contratante.
8. RECURSOS HUMANOS (EQUIPE CIRÚRGICA)
Paciente: indivíduo que será submetido ao procedimento;
Anestesiologista ou anestesista: administra o procedimento anestésico e monitora o
estado físico do paciente durante o procedimento;
Cirurgião e assistentes: procedem a cirurgia;
Enfermeira/técnica de enfermagem circulante: coordena os cuidados ao paciente na SO
(auxiliar no posicionamento, preparar a pele para a cirurgia, gerenciar a coleta de
amostras cirúrgicas, prever necessidades da equipe e registrar os eventos intraoperatórios.
Instrumentador cirúrgico: fornece instrumentos e suprimentos estéreis ao cirurgião
durante o procedimento.

9. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Proteção ocular, máscara facial, gorro e propés, capotes, luvas e quaisquer outras
vestimentas protetoras tem de ser usadas sempre que existir potencial risco de contato
com sangue e líquido corporal.
10. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

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9. TIPOS DE LIMPEZA NO CC
Limpeza preparatória- realizada pelo profissional da enfermagem, pouco tempo antes
de iniciar a montagem da sala para a primeira cirurgia do dia.
Limpeza operatória- realizada pelo profissional da enfermagem durante o procedimento
cirúrgico quando ocorre contaminação do chão com matéria orgânica, na presença de resíduos ou
queda de material.
Limpeza concorrente- após o término de uma cirurgia e antes do início da outra, sendo
responsabilidade dos profissionais de enfermagem (circulante) e do serviço de higiene.
Limpeza terminal- deve ser realizada diariamente após o término do último
procedimento cirúrgico, realizada por profissionais do serviço de higiene.

ANESTESIA
1. CONCEITO
An (privação) e aísthesis (sensação). É a perda total ou parcial da sensibilidade. Implica
na ausência de dor e outras sensações para a realização tanto de cirurgias, quanto de
procedimentos terapêuticos e diagnósticos.
O Anestesiologia é especialidade média atuante na área. É um estado de narcose
(depressão intensa do sistema nervoso central produzida por agentes farmacológicos);
analgesia (ausência da sensibilidade dolorosa), relaxamento e perda de reflexos.
Possui como objetivos:
➢ Suprimir a sensibilidade dolorosa do paciente durante todo o procedimento cirúrgico,
mantendo ou não sua consciência;
➢ Promover relaxamento muscular;
➢ Proporcionar condições ideais de atuação para os médicos cirurgiões.

A experiência anestésica envolve:

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Inserção de um cateter venoso → Administração de um


agente sedativo; → Indução com um agente anestésico; →
Perda da consciência; → Intubação (se necessário); →
Administração de combinação de anestésicos.
2. TIPOS DE ANESTESIA
Geral: inalatória, intravenosa e balanceada (inalatória e
intravenosa);
Regional: peridural, raquidiana e bloqueio de plexos
nervosos;
Combinada: geral e regional;
Anestesia local.
3. ANESTESIA GERAL
Envolve a Amnésia (perda temporária de memória), Inconsciência (hipnose), Analgesia
(ausência da dor), Relaxamento muscular e Bloqueio dos reflexos autonômicos. Durante o
procedimento os pacientes não despertam, nem mesmo com estímulos dolorosos.
Perdem a capacidade de manter a função ventilatória, necessitando de assistência e
manutenção de uma via respiratória permeável. A função cardiovascular também pode ser
comprometida.
É constituída por algumas fases:
➢ Indução- Começa com a administração de agentes anestésicos e se prolonga até o início
do procedimento cirúrgico, no momento da incisão cirúrgica; A intubação orotraqueal
(ITO) ocorre no início dessa fase.

➢ Manutenção- Consiste em manter o paciente em plano cirúrgico até o fim da cirurgia.


Ocorre através de inalação de agentes e/ou administração de medicações EV (em doses
ou infusão contínua). Essa fase vai do início ao término do procedimento cirúrgico.

➢ Reversão - Fase de Emergência ou do despertar. Superficialização do estado de anestesia,


dependendo de sua profundidade e duração. Termina
quando o paciente está pronto para deixar a SO.
Geralmente ocorre a extubação (retirada da cânula de
intubação) nessa fase.

*Alguns autores consideram a recuperação anestésica


com quarta fase!
Os fármacos utilizados são os Hipnóticos (inconsciência e a amnésia), Opióides
(analgesia e a proteção contra os reflexos autonômicos), Bloqueadores neuromusculares
(imobilidade do paciente), Bloqueadores regionais associados (analgesia e a proteção

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autonômica) e os Adjuvantes (efeitos diversos, como controle da pressão arterial,


frequência cardíaca e tratamento de intercorrências).
4. BLOQUEIOS REGIONAIS
Possuem como finalidade de bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma
extremidade ou região do corpo. Anestesias regionais mais usadas são as raquidianas e
peridurais.
As Raquianestesias usam um anestésico local injetado no espaço subaracnóideo e se
mistura ao líquido cefalorraquidiano (LCR ou liquor). Leva a perca das atividades motoras,
sensitivas e autonômicas por bloqueio de raízes nervosas, gânglios e parte da medula.
Uma agulha espinhal é introduzida em um espaço lombar inferior, com o paciente em
decúbito lateral ou sentado e alterando a posição do indivíduo, o bloqueio pode ser
direcionado para cima, para baixo ou para o lado do cordão espinhal. As Peridurais
consistem em procedimento semelhante, só que a aplicação do anestésico é feita em um
espaço virtual mais superficial, entre o ligamento amarelo e a dura-máter (ver imagem
abaixo).

5. OUTROS TIPOS DE ANESTESIAS REGIONAIS


Bloqueio Caudal: semelhante a peridural, mas é realizado por punção na região sacral, é
comumente usado na anestesia infantil associado à anestesia geral;
Bloqueio dos nervos periféricos: injeção de um anestésico local nas proximidades de um
plexo nervoso (braquial, cervical, lombossacral e femoral);
Anestesia regional intravenosa (bloqueio de Bier): geralmente utilizada nos membros
superiores para cirurgias de mão e antebraço de curta duração, utilizando garroteamento.

6. ANESTESIA LOCAL
Bloqueia a condução de impulso pelos axônios do sistema nervoso periférico. Essa
técnica nem sempre é executada pelo anestesiologista. Geralmente utilizada a lidocaína, e
pode ser usada por um cirurgião. Pode ser feita por aplicação Tópica (anestésicos locais em
mucosas: oral, nasoesofágica e trato geniturinário) ou Infiltrativa (aplicada no meio intra ou
extravascular, atingindo a região específica).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO

1. CONCEITOS
Período perioperatório: três fases que começam e terminam na sequência de eventos da
experiência cirúrgica, que incluem:
Fase pré-operatória - começa com a decisão para proceder a intervenção cirúrgica e
termina com a transferência do paciente para a mesa da sala de cirurgia;
Fase intraoperatória – começa quando o paciente é transferido para a mesa da sala de
cirurgia e termina com a admissão na UCPA/URPA;
Fase pós-operatória – começa com a admissão do paciente na UCPA/URPA e termina
com uma avaliação de acompanhamento no ambiente clínico ou domiciliar.

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2. EXAMES PRÉ CIRÚRGICOS


Exames de Sangue. Para verificar as taxas sanguíneas, nível de açúcar no sangue, coagulação,
funcionamento do fígado e rins, além de outros exames. Também pode ser determinado o tipo
sanguíneo, caso o paciente precise de transfusões de sangue durante a cirurgia.
Exame de Urina. Para verificar o funcionamento dos rins e se existe alguma infecção.
Radiografia de Tórax. Para verificar os pulmões.
Eletrocardiograma. Para verificar se não existem alterações cardíacas.
Outros Exames. Também podem ser realizados outros exames, como tomografia
computadorizada, ressonância magnética ou tomografia por emissão de pósitrons (PET scan)
para avaliar o tamanho e a localização do tumor e verificar se espalhou para os tecidos
adjacentes ou a distância.
3. RISCO CIRÚRGICO
Permite a padronização dos procedimentos utilizando as tabelas de Goldman, New York
Heart Association e ASA. Possibilita uma rápida emissão do laudo de risco cirúrgico,
geralmente estabelecido pelo Cardiologista. Feita avaliação, p paciente é classificado em:
 Classe I – A probabilidade de não ou pouca complicação é de 99%, os riscos potenciais
à vida são de 0,7% e de 0,2% para morte cardíaca. Em geral, os pacientes são liberados
para o ato cirúrgico.

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 Classe II – A probabilidade de não ou pouca complicação é de 93%, os riscos


potenciais à vida são de 5% e de 2% para morte cardíaca. Geralmente, os pacientes são
liberados para o ato cirúrgico.
 Classe III – A possibilidade de não ou pouca complicação é de 86%, os riscos
potenciais à vida são de 11% e de 2% para morte cirúrgica. Aumentando
significativamente a probabilidade de complicações cardíacas.
 Classe IV – A probabilidade de não ou pouca complicação é de 22%, os riscos
potenciais à vida de 22% e o risco de morte cardíaca de 56%. Aumentando
significativamente a possibilidade de complicações cardíacas.

Fator Pontos

Terceira Bulha 11

Estase das veias jugulares 11

Infarto do Miocárdio (nos últimos seis


10
meses)

Contração ventricular prematura (mais do


7
que 5/min)

Outros ritmos que não o sinusal 7

Idade acima de 70 anos 5

Cirurgia de emergência 4

Cirurgia interpeitoral 3

Cirurgia aórtica 3

Presença de estenose valvar aórtica 3

4. PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO
Inicia-se com a indicação médica de cirurgia e termina até 24 horas anteriores após a
mesma. Este período de tempo é destinado á preparação do paciente para a cirurgia no qual
são realizados o preenchimento da ficha de consentimento informado e é realizada a
avaliação pré-operatória.
5. CONSENTIMENTO/TERMO INFORMADO OU AUTORIZAÇÃO PARA
CIRURGIA
É a decisão autônoma do paciente acerca da sua submissão a um procedimento cirúrgico;
sendo necessário antes que uma cirurgia não-emergencial aconteça uma vez que se trata de

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uma exigência legal. Ajuda o paciente a se preparar psicologicamente, auxilia na


compreensão da cirurgia a ser realizada.
A Enfermeira assume o papel de testemunha da assinatura, enquanto o Cirurgião fornece
as informações necessária de maneira clara e simples sobre benefícios, alternativas, possíveis
riscos, complicações, desfiguração, incapacidade e remoção de partes do corpo e sobre o pós-
operatório.
6. AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Estado nutricional e hídrico: obesidade, perda de peso, desnutrição, deficiência em
nutriente específicos, anormalidade metabólica, etc;
Dentição: saber sobre cáries dentárias, dentaduras e prótese são importante para o anestesista,
principalmente em idosos;
Drogas e Álcool: intoxicação aguda a cirurgia deve ser adiada, sintomas de abstinência
devem ser consideratos;
Estado Respiratório: doença respiratório podem levar ao adiamentos, tabagistas devem
parar de fumar, pacientes com doenças respiratória crônicas devem ser avaliados;
Cardiovascular: hipertensão mal controlada podem levar ao adiamento, pacientes com
doenças cardíaca crônicas devem ser avaliados;
Funções hepáticas e renais: devem estar em pleno funcionamento para metabolismo e
remoção de toxinas, medicamento e anestésicos do organismo;
Endócrino: controle rigoroso da glicemia em diabéticos, para evitar hipoglicemia e
hiperglicemia;
Imune: presença de alergias, imunossupressão (uso de corticoides, transplantados,
radioterapia, quimioterapia, distúrbios imunológicos, HIV/AIDS, leucemia);
Uso de medicamentos: de uso contínuo ou não, para evitar interações com os anestésicos→
hipotensão, colapso circulatório;
Fatores psicossociais: fatores como ansiedade influenciam no funcionamento do organismo;
Crenças espirituais e Culturais: estimular o apoio espiritual, e demonstrar respeito pelas
crenças e valores culturais do paciente.
7. PRÉ OPERATÓRIO IMEDIATO
É o período de 24 horas antes do procedimento anestésico-cirúrgico, estendendo-se até o
encaminhamento do paciente ao CC. É necessário avaliar o porte da cirurgia, duração, tipo
de anestesia, estado físico geral, idade, gravidade da doença cirúrgica, estado nutricional,
riscos no transoperatório e possíveis complicações no pós-operatório imediato.
PERGUNTAR/PESQUISAR NO PRONTUÁRIO:
➢ Alergias;
➢ Patologias associadas;
➢ Medicamentos em uso;
➢ Cirurgias prévias;

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➢ Fumo, álcool e drogas;


➢ Uso de órteses/próteses;
➢ Marcapasso;
➢ Estado Civil;
➢ Religião;
➢ Nível de instrução;
➢ Profissão e outras informações relevante.
ORIENTAR
➢ Jejum oral;
➢ Retirada de próteses dentárias e lentes de contato;
➢ Retirada de adornos (atenção para os piercings) e esmaltes;
➢ Higiene corporal e oral prévia;
➢ Esvaziamento vesical e intestinal;
➢ Recepção no CC;
➢ Procedimento anestésico-cirúrgico,
➢ Recuperação anestésica e pós operatório imediato;
➢ Desconfortos caudados pela dor, pela posição e permanência no leito;
➢ Exercícios respiratórios e permanência no leito;
➢ Deambulação precoce;
➢ Prevenção de complicações (respiratórias, cardiovasculares e Lesões por pressão).
INTERVENÇOES DE ENFERMAGEM
➢ Respirar adequadamente: técnicas de respiração profunda e tosse para a recuperação
anestésica e pós-operatório;
➢ Mobilidade de movimento corporal ativo: mudanças de decúbito, exercício ativos e
passivos no leito e deambulação precoce evitam a estase venosa e melhora a respiração,
diminuindo o risco de trombose;
➢ Controle da dor: instruir a diferenciação da dor crônica da dor resultante do
procedimento, relatar dor verbalmente ou através da escalas de dor, deixar o paciente
ciente que receberá analgesia no pós-operatório;
➢ Estratégias cognitivas de enfrentamento: distração, pensamento otimista, musicoterapia;
➢ Estratégias cognitivas de enfrentamento: distração, pensamento otimista, musicoterapia;
➢ Redução da ansiedade e do medo: informar que recebera visita de familiares e amigos,
explicar e tirar dúvidas sobre o procedimento;

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➢ Respeitar crenças culturais, espirituais e religiosas: exemplo transfusão sanguínea


(Testemunhas de Jeová);
➢ Controle da nutrição, líquidos: suspensão dos alimentos e líquidos para evitar
broncoaspiração;
➢ Preparo intestinal: em casos de cirurgias intestinais ou pélvica é necessário enema de
limpeza ou laxativo na noite anterior e na manhã da cirurgia;
➢ Preparo da pele: uso de detergente germicida e tricotomia da área a ser realizada
cirurgia (até no máximo 2 hrs antes).
➢ Administração dos medicamentos pré-anestésicos: manter paciente no leito e levantar as
grades, manter o ambiente tranquilo e relaxado;
➢ Preencher a lista de verificação pré-operatória: a companha o paciente junto com o
prontuário, consentimento, e os exames laboratoriais até a sala de cirurgia;
➢ Transporte do paciente para a área pré-cirúrgica: 30-60 minutos antes da administração
do anestésico, atentar para manter o paciente confortável e aquecido;
➢ Atendimento às necessidades da família: sala de espera onde a famílias possa aguardar
informações sobre o andamento e resultado do procedimento.

8. PERÍODO TRANSOPERATÓRIO/ INTRAOPERATÓRIO

TRANSOPERATÓRIO: INICIA INTRAOPERATÓRIO: COMEÇA NO


QUANDO O PACIENTE É INÍCIO DO PROCEDIMENTO
RECEBIDO NA UDIDADE DE CC ANESTÉSICO-CIRÚRGICO, E VAI ATÉ
ATÉ SUA SAÍDA DA SALA DE O SEU TÉRMINO.
OPERAÇÕES (SO). 20
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PRIMEIRO MOMENTO: RECEPÇÃO DO PACIENTE


➢ Realizada, preferencialmente, pelo ENFERMEIRO;
➢ Verifica-se: termos de autorização para anestesia e cirurgia, estado geral do paciente,
presença de prontuário completo, de exames laboratoriais e diagnósticos por imagem, o
preparo pré-operatório realizado, confirmação do jejum oral, retirada de adornos,
prótese dentárias e lentes, exame físico realizado e aferição de sinais vitais;
SEGUNDO MOMENTO: INTRAOPERATÓRIO
➢ Se inicia com o procedimento anestésico-cirúrgico;
➢ Se estende até a reversão anestésica.
COMPLICAÇÕES INTRAOPRATÓRIAS POTENCIAIS
NÁUSEAS E VÔMITOS
➢ Engasgo: virar o paciente de lado, abaixa-se a cabeceira da mesa e deixa-se uma cuba
para colocar o vômito;
➢ Aspiração é usada para remover saliva e conteúdo gástrico vomitado;
➢ O anestesista/anestesiologista pode fazer uso de antieméticos profiláticos no pré e
intraoperatório.

ANAFILAXIA
➢ Qualquer momento que o paciente entra em contato com uma substância estranha,
existe o potencial para uma REAÇÃO ANAFILÁTICA;
➢ A anafilaxia é reação alérgica potencialmente fatal e que pode ser desencadeada por
vários agentes etiológicos (MEDICAMENTOS, LÁTEX, ETC);
➢ Observar atentamente: alterações de sinais vitais, e sintomas de anafilaxia (eritema,
edema de glote, etc).
HIPÓXIA, COMPLICAÇÕES RESPITARÓRIAS
➢ Anestesia geral: ventilação inadequada, oclusão de vias aéreas, intubação inadvertida do
esôfago→ HIPÓXIA;
➢ Depressão respiratória por medicamento anestésico;

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➢ Aspiração de secreções respiratórias ou vômito;


➢ Posicionamento na mesa cirúrgica;
➢ Monitoramento vigilante do estado de oxigenação: dentro de minutos a hipóxia pode
gerar lesão cerebral.
➢ Observar: oximetria de pulso (SpO2)→ abaixo de 95%→ HIPÓXIA
HIPOTERMIA
➢ Anestesia: temperatura pode cair;
➢ Temperatura corporal menos que o normal (36,6°C ou menos);
➢ Pode resultar: baixa temperatura da sala. Infusão de líquidos frios, cavidades ou feridas
corporais abertas, diminuição da atividade muscular, idade avançada, agentes
farmacológicos (vasodilatadores, anestésicos gerais);
➢ Reverter temperatura, aquecer líquidos de infusão (37°), remover campos e aventais
úmidos.
HIPERTERMIA MALIGNA
➢ É um distúrbio muscular raro, é hereditário e é induzido pelos agentes anestésicos;
➢ Importante considerar histórico familiar, leva à morte em 70% dos casos;
➢ Manifestações: taquicardia (150 bpm), arritmia, hipotensão, diminuição do débito
cardíaco, oligíuria→ PARADA CARDÍACA;
➢ Detectados os sintomas: interromper IMEDIATAMENTE a anestesia, e reverter as
alterações.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO
➢ Reduzir a ansiedade: abordar paciente pelo nome, de maneira caloroso, fornecer
informações, criar vínculos;
➢ Prevenção de lesões de posicionamento no intraoperatório: posição confortável, que não
afete a respiração e que permita a exposição do campo operatório;
➢ Atuação como defensor do paciente: conforto físico e emocional, garantir privacidade,
os direitos e a dignidade do paciente;
➢ Monitoramento e tratamento das complicações: alterações de sinais vitais e presença de
sinais e sintomas.

9. PERÍODO PÓS OPERATÓRIO

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RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA


Inicia-se com a chegado do paciente à SRPA, até sua alta para a unidade de origem. O Tempo
de permanência na SRPA/URPA é em média de: 4 a 6 horas, Ao ser encaminhado para a unidade
de origem deve ser enviada todas as anotações do pré, trans e pós-operatórios para garantir a
continuidade da assistência. Na realização de cirurgias de grande porte (neurológicas, cardíacas e
transplantes) o paciente é encaminhado pra a unidade de terapia intensiva.
É de extrema importância o período na Sala de Recuperação, uma vez que possui acesso de
Enfermeiros habilitados e experientes, a anestesiologista/anestesista e cirurgiões, monitoramento
e suporte hemodinâmicos e pulmonares avançados e equipamentos especiais e medicamentos.
ADMISSÃO DA UCPA
O transporte da Sala de Operações para a UCPA é responsabilidade do anestesista. Ele
permanece na cabeceira do leito, e um membro na equipe cirúrgica permanece do outro lado
(enfermeira circulante). O transporte e mobilização precisa evitar tensão sobre a incisão, além
de não posicionar o paciente sobre drenos ou tubos de drenagem, para não obstruí-los.
➢ Evitar hipotensão ortostática, pois o paciente movido rapidamente de uma posição pra
outra (Ex: decúbito lateral para decúbito dorsal);
➢ Quando no leito: trocar roupão sujo por um seco e limpo, colocar cobertores leves e
aquecidos, elevar as grades da cama;
➢ A recepção do paciente no RPA e feita pelo enfermeiro e anestesista responsáveis,
recebem as informações básicas sobre o paciente e o tratamento cirúrgico a que foi
submetido;
A EQUIPE DE ENFERMAGEM DEVE:
➢ Instalar a oxigenoterapia, se indicada,
➢ Oxímetro de pulso,
➢ Monitorização cardíaca,
➢ Avaliação preliminar o paciente.

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AVALIAÇÃO DO PACIENTE:
➢ Vias respiratórias (permeabilidade), função respiratória, função cardiovascular,
coloração cutânea, nível de consciência e capacidade de responder a comandos;
➢ Verificar o sítio cirúrgico, drenagem ou hemorragia; certificando se os tubos de
drenagem estão desobstruídos;
➢ Checar se as linhas de monitoramento estão funcionando;
➢ Verificar quaisquer líquidos IV que estão sendo infundidos: dosagem e velocidade;
➢ Verificar SSVV e avaliar o estado físico geral;
➢ Administrar analgésicos: PRIORIDADE MÁXIMA.
MANTENÇÃO DA VIA RESPIRATÓRIA PÉRVIA
➢ Evitar o ↓ O2 ( hipoxemia) e ↑ CO2 (hipercapnia);
➢ Verificar se a via respiratória estar desobistruida e se a ventilação está normal;
➢ Administrar O2 suplementar (segundo prescrição);
➢ Avaliar: frequência e profundidade ventilatória, facilidade da respiração, saturação de
oxigênio (acima de 95%), e os sons respiratórios;
➢ Se obstrução hipofaríngea (queda da língua), realizar manobra de Heimlich ou uso da
cânula orofaríngea.
MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE CARDIOVASCULAR
➢ Avaliar: estado mental, SSVV, ritmo cardíaco, temperatura, cor e umidade da pele e
débito urinário;
➢ Perviedade dos AVP;
ATENÇÃO PARA SINAIS DE:
➢ Hipotensão e choque hipovolêmico (perda sanguínea): palidez, pele fria e úmida,
respiração rápida, cianose, pulso rápido e fraco, pressão arterial elevada;
➢ Hemorragia, que pode gerar choque;
➢ Hipertensão e arritmias;
➢ Alivio da dor e ansiedade;
➢ Controle de náuseas para evitar o vômito.

MANOBRA DE HEIMLICH:
HIPEREXTENSÃO DA
CABEÇA E TRAÇÃO DA
MANDÍBULA

CÂNULA
OROFARÍNGEA/
GUEDEL

MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE CARDIOVASCULAR

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➢ Avaliar: estado mental, SSVV, ritmo cardíaco, temperatura, cor e umidade da pele e
débito urinário;
➢ Perviedade dos AVP;
➢ ATENÇÃO PARA SINAIS DE:
➢ Hipotensão e choque hipovolêmico (perda sanguínea): palidez, pele fria e úmida,
respiração rápida, cianose, pulso rápido e fraco, pressão arterial elevada;
➢ Hemorragia, que pode gerar choque;
➢ Hipertensão e arritmias;
➢ Alivio da dor e ansiedade;
➢ Controle de náuseas para evitar o vômito.
ALTA DA UCPA
É implementado o Sistema de pontuação de Aldrete e Kroulik. O paciente é avaliado a
intervalos regulares:
15 min→ primeira hora
30 min→ segunda hora
1 hora→ terceira hora
Pontuação de 8-10 na EAK: paciente tem condições clínicas e possibilidade de ser
transferido para a unidade de origem. Deve estar: acordado, responsivo, eupneico,
movimentando os quatro membros e com SSVV estabilizados.

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PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
Compreende as primeiras 24 horas após a intervenção anestésico-cirúrgica. O tempo na
UCPA ou na UTI estão compreendidos no pós-operatório imediato, nos casos onde o paciente foi
submetido a procedimento ambulatorial e recebeu alta também.
ALTA DIRETAMENTE PARA CASA
Pacientes submetidos a procedimentos a nível ambulatorial passa pela UCPA, e por encontrar-se
basicamente saudável, terá alta diretamente para casa. Antes da alta receberá instruções verbais e
escritas e informações sobre os cuidados de acompanhamento.
ALTA PARA UNIDADE DE ORIGEM (PÓS-OPERATÓRIO HOSPITALIZADO)
Os pacientes admitidos à unidade clínica para cuidados pós-operatório têm múltiplas
necessidades e permanecem internados por um curto intervalo de tempo. O quarto do paciente é
preparado reunindo equipamento e suprimentos necessários (Ex: suporte de soro, oxigênio,
compressas, cuba rim, etc.).
Geralmente o cirurgião conversa com a família depois da cirurgia e relata a condição geral
do paciente. A enfermeira que o receberá revê as intervenções pós-operatórias, admite o paciente
na unidade, realiza uma avaliação inicial e assiste nas necessidades imediatas do paciente.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Prevenção de complicações respiratórias: ficar atento a sinais e sintomas de complicações
respiratórias; presença de estertores (sons respiratórios anormais) atentar para mobilização e
eliminação de secreções através da tosse, virar-se no leito, realizar exercícios respiratórios;
Deambulação precoce e incentivo a atividade: aumenta o metabolismo, melhora a respiração e
todas as funções orgânicas. O paciente deve ser incentivado a levantar-se no dia da cirurgia, ou
não mais que no primeiro dia de pós-operatório.
Alívio da dor: a dor intensa causa estresse, que afeta negativamente os sistemas cardíaco e
imunológico; além disso o bem-estar do paciente também é afetado. O médico prescreve
medicamentos analgésicos de rotina, porém a efetividade desses medicamentos deve ser sempre
avaliada. Medidas não farmacológicas também podem ser utilizadas, como: adotar uma posição
de conforto, uso de distrações, aplicação de compressas frias ou quentes, massagem, etc.
Avaliar venóclise e drenos: posicionamento, integridade da pele, fixação e perviedade de
cateteres e drenos, presença de sinais flogísticos (calor, dor, rubor e edema).
Verificar ocorrência de infecção de sítio cirúrgico: por meio de presença de sinais flogisticos
e/ou de exame de cultura de secreção.
Troca de curativo da incisão e/ou do dreno: geralmente é usado no local da incisão o curativo
simples, mas pode variar de acordo com o tipo de cicatrização (por primeira, segunda ou terceira
intenção), avaliação do sítio cirúrgico quanto a aproximação das bordas da ferida, integridade das
suturas e grampos, rubor, calor, edema, dor incomum ou drenagem. A área perilesional também
deve ser avaliada, quanto a uma reação ao esparadrapo ou algum traumatismo causado pelas
bandagens. Geralmente o curativo do dreno é reforçado com compressas e gazes esterilizadas
para absorver a drenagem de sangue e/ou líquidos seroso.
Manutenção da temperatura corporal: ainda existe o risco de hipertermia maligna e hipotermia
no período pós-operatório. É comum a presença de calafrios, o paciente deve ser mantido
aquecido, é necessário manter o quarto livre de correntes de ar.

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Controle da função gastrointestinal e reinício da alimentação: atentar para náuseas, vômito e


soluços. Em cirurgias abdominais é comum a presença de distensão ou inchaço abdominal, o que
pode causar dor e desconforto pela diminuição dos movimentos peristálticos e manipulação dos
órgãos abdominais. Para evitar a aspiração, devem ser administrados medicamentos anti-eméticos
para evita o vômito, e a dieta só deve ser retomada na ausência desses sinais e sintomas, de acordo
com a rotina da instituição e prescrição da equipe de nutrição. Em caso de vômito em pacientes
acamados, lateralizar a cabeça para evitar aspiração. Em casos de vômito constante, faz-se
necessário a passagem de sonda nasogástrica.
Promoção da Função Intestinal: é comum a constipação intestinal no pós-operatório, e pode
tonar-se grave. O efeito combinado da deambulação precoce, da melhora progressiva da ingesta
nutricional e do uso de emoliente fecal (quando prescrito) promove a eliminação intestinal.
Controle da micção: os medicamentos anestésicos acabem causando retenção urinária,
principalmente em cirurgias abdominal, pélvica e de quadril. Alguns pacientes também sentem
dificuldades em usar a comadre e urinol em decúbito dorsal. Espera-se que o paciente leve até 8
horas para urinar após a cirurgia, caso o paciente tenha urgência em urinar e não consiga, ou
quando ocorra distensão da bexiga (bexigoma) deve ser realizado o cateterismo vesical
(sondagem de alívio). Devem ser tentados outros métodos de estímulo: usar comadre aquecida,
abrir a torneira e deixar a água correr, aplicar calor no períneo, etc.

COMPLICAÇÕES POTENCIAIS
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
É realizado tratamento profilático de rotina para TVP e Embolia Pulmonar. A Heparina é
amplamente utilizada, assim como a Varfarina, como anticoagulante de escolha, em baixa dose
por via subcutânea. Ficar atento a sinais e sintoma de TVP é essencial: dor, cãibra na panturrilha
seguidas de inchação dolorosa de toda perna. A deambulação precoce e exercícios ativos e
passivos com as pernas podem auxiliar na prevenção da trombose.
HEMATOMA
Pode ocorrer sangramento oculto abaixo da pele do sítio cirúrgico, geralmente a
hemorragia cessa de forma espontânea, mas resulta na formação de coágulo (hematoma) dentro
da ferida. Quando o coágulo é pequeno ele será absorvido e não precisará der retirado. Quando
grande, o coágulo causa um abaulamento na ferida, o que retarda a sua cicatrização, portanto
precisa ser removido pelo médico.
INFECÇÃO (SEPSE NA FERIDA)
A exposição dos tecidos orgânicos profundos a patógenos ambientais coloca o paciente
em risco para infecção do sítio cirúrgico, e esse risco aumenta de acordo com o grau de
contaminação da ferida (limpa, potencialmente contaminada, contaminada e infectada).
Geralmente se manifesta após o 5º dia pós-operatório, muitas vezes quando o paciente já recebeu
alta e foi para casa. Os sinais e sintomas incluem: elevação da frequência de pulso e temperatura,
aumento da contagem de leucócitos, inchaço, calor, dor ou secreção na ferida, e dor incisional.
Quando diagnosticada a infecção é necessário que o cirurgião abra a incisão e introduz um dreno.
Em infecções profundas pode ser necessária uma drenagem.
DEISCÊNCIA DA FERIDA E EVISCERAÇÃO

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Deiscência é a ruptura da incisão cirúrgica ou da ferida, e Evisceração é a protrusão do


conteúdo da ferida. São complicação graves e resultam de suturas que cedem, infecções ou por
distensão acentuada ou tosse extenuante. A cinta abdominal pode proporcionar apoio e prevenir
a deiscência e evisceração, principalmente em pacientes com parede abdominal fraca.

PÓS OPERATÓRIO MEDIATO


Inicia-se após a primeiras 24 horas que se seguem à cirurgia e se estende até a alta do
paciente ou mesmo após o seu retorno ao domicílio. O tempo dessa etapa é variável, segundo o
procedimento ao qual o paciente é submetido.
Durante a permanecia no hospital, os cuidados no pós operatório mediato permanecem
com os cuidados acima descritos, uma vez que o paciente recebe alta a equipe precisa realizar o
ensino sobre autocuidado aos paciente.
CUIDADO DOMICILIAR
Nomear o procedimento e falar sobre quaisquer alterações permanentes na estrutura ou função
do órgão pós cirurgia;
Descrever o regime terapêutico: medicamentos, dietas, atividades, terapias, troca de curativo e
cuidado da ferida, etc;
Sinais e sintomas de complicações e como deve fazer a busca por um profissional nesses casos;
Horário e datas de consultas;
Estimular atividades de promoção da saúde: redução de peso, cessação do tabagismo,
diminuição do estresse, etc.

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PRATICAS EM ENFERMAGEM CIRÚRGICA

Posicionamento do paciente para cirurgia


Posição cirúrgica é aquela em que é colocado o paciente, após anestesiado, para submeter a um
procedimento cirúrgico. A área operatória deve estar adequadamente exposta para facilitar o
procedimento cirúrgico.
Posição decúbito dorsal:
É aquela em que o paciente se encontra deitado de costas,
com as pernas estendidas e os braços estendidos e apoiados
em talas. O dorso do paciente e a coluna vertebral estão
repousando na superfície do colchão da mesa cirúrgica.
Exemplos: utilizado em cirurgias craniana, torácica e
peritonial.
-
colecistectomia - cesariana - craniotomia - drge –
tireoidectomia

Posição decúbito ventral


O paciente fica deitado de abdômen para baixo,
com os braços estendidos para frente e apoiados
em talas. O sistema respiratório fica mais
vulnerável na posição de decúbito ventral. Exemplo: posição utilizada para realização de cirurgias
da coluna, ânus, reto e outros. - Hemorroidectomia. - Hérnia de disco.
Posição fowler ou sentada
O paciente permanece semi-sentado na mesa de operação. Posição utilizada para conforto do
paciente quando há dispnéia. Exemplo: posição utilizada
para realizada de cirurgias que necessitam de melhor
visualização do tórax. - Cirurgia de mamoplastia. - Dreno de
tórax.

Posição de litotômia ou
ginecológica
O paciente permanece em
decúbito dorsal, com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas
em perneiras acolchoadas, e os braços estendidos e apoiados em
talas. Exemplo: posição utilizada para realização de cirurgias da
cavidade perianal e ginecológica. - Perineoplástia. -
Hemorroidectomia. - Histerectomia vaginal.

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Posição de canivete (kraske)


O paciente se encontra em decúbito ventral, com
as coxas e pernas para fora da mesa e o tórax
sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no
sentido oposto das pernas, e os braços estendidos
e apoiados em talas. Exemplos: posição utilizada
para realização de operações proctológicas. -
Hemorroidectomia. - Retirada de corpo estranho.
- Fissura e fístulas anais.
Posição lateral ou sims
O paciente permanece em decúbito lateral, esquerdo ou
direito, com a perna que está do lado de cima
flexionada, afastada e apaioada na superfície de
repouso. Exemplo: posição utilizada para realização de
cirurgias do sistema renal. - Cirurgia de retirada de rins.

Posição trendelenburg
É uma variação da posição de decúbito dorsal
onde a parte superior do dorso é abaixada e os
pés são elevados. Exemplo: posição utilizada
em cirurgias de órgãos pélvicos. -
Laparotomia de abdome inferior ou pelve.
Obs: utilizada também para aumento do fluxo
sanguíneo arterial para o crânio e aumento da
pressão arterial.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
➢ Verifique a mesa de operação quanto ao funcionamento adequado.
➢ Reúna auxílios de posicionamento.
➢ Ajude o posicionamento, mantendo o alinhamento corporal adequado.
➢ Coloque faixas de segurança 5 cm acima dos joelhos, com a fivela na lateral do paciente.
➢ Acolchoe e proteja as proeminências ósseas, pontos de pressão e nervos vulneráveis.
RECOMENDAÇÕES
➢ Colocar o paciente em posição cirúrgica após devidamente anestesiado;
➢ Evitar contato de partes do corpo do paciente com superfícies metálicas da mesa, de modo
a prevenir queimaduras pelo uso do bisturi elétrico;

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➢ Cuidar para que os membros superiores e inferiores não fiquem pendentes, apoiando-os
ao longo do corpo ou em suportes, devidamente acolchoadas;
➢ Proceder as manobras de posicionamento sempre em equipe (anestesiologista, cirurgião
ou assistente, circulante de sala e enfermeiro assistencial).

Tempos cirúrgicos/ instrumentais cirúrgicos


1. Diérese
É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou
órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física.
DIÉRESE MECÂNICA
Punção: realizada através da introdução de uma agulha nos tecidos, sem, contudo, seccioná-los
(cortá-los) (drenagem de líquidos das cavidades ou do interior dos órgãos, colheita de
fragmentos de tecidos e de líquidos para exame diagnóstico, injeção de medicamentos);
Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material cortante, como tesouras,
serras, lâminas ou bisturi elétrico.
Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio de cureta.
Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão tubular.
DIÉRESE TÉRMICA: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por
intermédio do bisturi elétrico.
CRIOTERAPIA: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que vai ser realizada a
intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio liquefeito;
RAIO LASER: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega um feixe de
radiação infravermelha de alta intensidade. Existem vários sistemas laser, mas o mais utilizado
na cirurgia é o laser de dióxido de carbono (CO2).

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O bisturi clássico, denominado escalpelo


(lat. scalpellu) ou bisturi de lâmina fixa é
pouco usado nos dias de hoje; deu lugar
aos cabos de bisturi que utilizam lâminas
descartáveis.
Os cabos mais utilizados são:
1. Cabo nº 3 - Utiliza lâminas menores,
que possibilitam incisões mais críticas,
delicadas (nº 10, 11, 12, 15).
2. Cabo nº 4 - Utiliza lâminas maiores (nº
20, 21, 22, 23, 24, 25)

MAYO

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METZENBAUM

As tesouras são instrumentos de diérese que


separam os tecidos por esmagamento, os tecidos
são esmagados entre as lâminas que as compõem.
As tesouras podem ser utilizadas para diérese
incruenta, quando são introduzidas fechadas nos
tecidos e em seguida retiradas abertas.
Estes instrumentos são encontrados nas versões
Reta ( R ) e Curva ( C ). Na rotina cirúrgica são
usadas as tesouras de MAYO e as tesouras de
METZENBAUM, (diérese mais delicada de
tecidos).

2. Hemostasia:
É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento, pode ser feito simultâneo
ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação ou compressão.
A hemostasia começa antes da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os
exames de tempo de coagulação e dosagem de pró-trombina.
INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA
Pinça de Kelly: as ranhuras da
sua parte prensora ocupam
apenas 2/3 da sua extensão. Os
tamanhos variam de 14 a 16 cm,
versões reta ou curva.
Pinça de Halsted (mosquito):
hemostática pequena, de ramos
prensores delicados, prestam-se
muito bem para pinçamento de
vasos de menor calibre, pela sua
precisão. Encontradas nas
versões reta ou curva.

Pinça de Crile: Possuem ranhuras transversais em toda a extensão da sua parte prensora.
Tamanhos variam entre 14 a 16 cm, nas versões reta ou curva.

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Pinça de Kocher: semelhante às de CRILE, têm a face interna da sua parte prensora
totalmente ranhuradas no sentido transversal. Diferem por possuirem "dente de rato" na
sua extremidade. São apresentadas em tamanhos variados, retas ou curvas.

3. Exérese:
Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo, paliativo,
estético/corretivo, diagnóstico.
4. Síntese:
É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a separação, para facilitar
o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção.

INSTRUMENTAIS DE SÍTESE

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O porta agulhas de Mayo-Hegar é semelhante às pinças


hemostáticas clássicas, é preso aos dedos pelos anéis presentes em
suas hastes e possui cremalheira para travamento, em pressão
progressiva.
O porta agulhas de Mathieu não possui anéis nas hastes e tem a
abertura da parte prensora limitada, pois há uma mola em forma de
lâmina unindo suas hastes, o que faz com que fiquem
automaticamente abertos, quando não travados .
INSTRUMENTAIS PARA ANTISSEPSIA
A Pinça modelo Cheron tem como finalidade auxiliar os exames
ginecológicos, exames de cavidades estreitas como o endocervice
na função de afastador endocervical. Amplamente utilizada para a
antissepsia do local da incisão.

INSTRUMENTAIS DE CAMPO CIRÚRGICO


PINÇAS DE CAMPO: têm por finalidade fixar os panos de campo, fenestrados ou não, à pele
do paciente, para impedir que a sua posição seja alterada durante o trabalho.
As mais comuns são as pinças de BACKHAUS, sendo que as de ROEDER possuem pequena
"esfera" no meio de cada ramo perfurante, para limitar a profundidade da perfuração.
As pinças de JONES, não possuem argolas para apreensão, sendo aplicadas usando-se apenas
polegar e indicador.

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INSTRUMENTAIS AUXILIARES
Instrumental auxiliar são não interfere diretamente na ação, apenas cria condições propícias para
a atuação de outros instrumentos.
Inclui as PINÇAS DE
DISSECÇÃO OU
ANATÔMICAS, com e sem
dente, cuja função é imobilizá-
los para que sejam seccionados
ou suturados. As pinças
anatômicas com dente também
podem ser denominadas como
“pinça dente de rato”.

Também aqui estão incluídos os AFASTADORES, que


como o nome indica, afastam e retêm os tecidos ou órgãos
para facilitar e mesmo possibilitar acesso cirúrgico.

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Os afastadores mais simples são os de FARABEUF e U.S.


ARMY, constituídos basicamente de uma lâmina metálica
dobrada no formato da letra "C

INSTRUMENTAIS ESPECIAIS
A pinça de
FOERSTER é uma
pinça de longas hastes,
com anéis na extremidade de sua parte prensora,
apropriada para conduzir
pequenas compressas de
gaze. Originalmente
concebidas para utilização na
obstetrícia humana.
Uma pinça muito utilizada na
preensão de tecidos, com
mínima lesão, é a pinça de
ALLIS. Sua porção prensora
possui hastes que não se
tocam, com exceção das
extremidades, curvadas uma
em direção à outra e com
dentículos.

As pinças intestinais, também denominadas


coprostáticas, de DOYEN são muito longas, com a parte
prensora em forma de lâminas, flexíveis. A largura e
elasticidade das suas lâminas distribui melhor a
compressão, evitando maiores traumas nas alças
intestinais.

Fios Cirúrgicos

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Os fios de sutura são materiais utilizados durante um ato cirúrgico para a hemostasia definitiva –
através de ligadura dos vasos sanguíneos – e na sutura em diversos órgãos e planos anatômicos
do corpo.
TIPOS
Absorvíveis: São aqueles que após colocados nos tecidos, sofrem a ação dos líquidos orgânicos,
sendo absorvidos após algum tempo.
Origem animal: categute (fabricado do colágeno , extraído do intestino delgado dos bovinos, a
qual passa por processo de limpeza e purificação química).
Origem sintética: ácido poliglicólico (são polímeros dos ácidos pirúvico, lático e glicólico,
metabólitos normalmente existentes no organismo)

Não Absorvíveis: São aqueles que, mesmo sofrendo a ação dos líquidos orgânicos, não são
absorvidos por tecidos fibroso (encapsulados) quando utilizados em estruturas internas, ou
necessitam se removidos, se utilizados nas suturas da pele.
Origem animal: seda cirúrgica (extraída do casulo da bicho da seda) .
Origem vegetal: algodão (extraído da fibra do fruto do algodoeiro) e linho (fibras do caule do
linho).
Origem sintética: náilon, perlon, poliéster, polipropileno.
Origem mineral: aço cirúrgico.

Agulhas
A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser suficientemente larga, penetrante
para ultrapassar a resistência tecidual, resistente para não dobrar, mas ao mesmo tempo flexível,
para dobrar antes de quebrar, resistente a corrosão, de tamanho, forma, e calibre apropriados à
aplicação a que se destina. São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os
tecidos, servindo de guia aos fios de sutura.

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Quanto ao corpo: as
agulhas são retas,
curvas e semi-curvas.
Quanto à ponta: são
cilíndricas (não
cortantes),
espatuladas, rombas ou
triangulares.
Quanto ao
fundo:podem ser
traumáticas ou
atraumáticas.

REGRAS PARA A MONTAGEM DA MESA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO


✓ Paramentado, o instrumentador já pode montar as mesas de instrumentação (pode ser
usada mesa auxiliar de Mayo);
✓ Antes de receberem os instrumentos, as mesas devem ser cobertas primeiramente por um
campo estéril
✓ Em seguida, o circulante da sala abre as caixas com o instrumental, cuja cobertura externa
não é estéril.
✓ Então o instrumentador pode pegar as caixas estéreis e apoiá-las sobre uma mesa auxiliar
para retirar e organizar os instrumentos.
✓ Na mesa principal, os instrumentos costumam ser separados conforme seu grupo o tempo
cirúrgico em que são utilizados.
É rotina a montagem da mesa cirúrgica, observando-se regras para a distribuição dos
instrumentais cirúrgicos: o material de diérese permanece no canto inferior; o de síntese no canto
superior; o material de hemostasia e preensão no meio da mesa, inferiormente, sendo os
afastadores no canto superior.
A mesa poderá ser montada tanto da direita para a esquerda quanto vice-versa dependendo da
posição do cirurgião

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POSICIONAMENTO DA EQUIPE

✓ ANESTESISTA
✓ CIRURGIÃO
✓ ASSISTENTE
✓ INSTRUMENT
ADOR

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Montagem e desmontagem da sala operatória


MONTAGEM
O preparo da sala de operação (SO) é fundamental para a realização do procedimento cirúrgico
e segurança do paciente;
A equipe de enfermagem deve providenciar materiais e equipamentos para o procedimento
cirúrgico, de acordo com o agendamento programado de cada cirurgia (pedido de cirurgia com
requisição de materiais permanentes e descartáveis);
Principais equipamentos fixos da sala de cirurgia: foco central, negatoscópio, painel de gases
medicinais, sistema de canalização de ar e gases.
Principais equipamentos e acessórios móveis da sala de operação: aspirador de secreções,
aparelho de anestesia, Bisturi elétrico, monitor multiparamétrico, sistema de ar forçado aquecido
(SAFA), mesa de operações, bancos giratórios, recipiente para lixo, carro do anestesista com
materiais descartáveis, coxins e dispositivos de visco elástico seco, escada de dois degraus, foco
auxiliar, mesa de Mayo, mesas para instrumental cirúrgico, suportes de braços e pernas, hamper,
soluções intravenosas, e outros.
REQUISITOS PARA MONTAGEM
✓ Lavar as mãos;
✓ Verificar a cirurgia programada;

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✓ Checar dados do paciente, o horário do procedimento, equipe, procedimento cirúrgico e


anestésico;
✓ Certificar-se do material e dos equipamentos necessários;
✓ Checar as condições de limpeza da sala;
✓ Checar e testar o funcionamento dos equipamentos;
✓ Observar se a mesa cirúrgica é adequada para o paciente;
✓ Observar se o lavabo próximo à sala está munido com escovas estéreis e soluções para
degermação;
✓ Buscar na Central de Material e Esterilização (CME) o carro preparado com os artigos
médicos esterilizados específicos, de acordo com a cirurgia programada;
✓ Providenciar o Kit do paciente e o Kit de fios cirúrgicos no Centrinho com os materiais
descartáveis e medicações;
✓ Prover a sala de impressos próprios do setor;
✓ Dispor os artigos em mesas auxiliares de acordo com a necessidade.

DESMONTAGEM
O procedimento de desmontagem se refere à remoção dos artigos permanentes e descartáveis
(utilizados ou não) e equipamentos da sala após cada cirurgia, e encaminhar os exames
anatomopatológicos adequadamente, quando for o caso.
A remoção desses artigos também necessita de profissionais habilitados e com conhecimentos
próprios, adquirido por meio de treinamento.
Após a remoção de todo material sujo utilizado na cirurgia, deve-se realizar a limpeza concorrente
de todas as superfícies (mesas, bancos, mesa de operação, foco de luz), com álcool a 70%.
Quando forem utilizados os dispositivos de visco elástico seco, para prevenção de lesões, o
mesmo deve ser limpo com compressa úmida com água e solução degermante (o álcool danifica
este material). Os materiais não utilizados devem ser devolvidos à CME.
Os instrumentais utilizados devem ser colocados em galheteiros de plástico e armazenados dentro
dos carros posicionados nos corredores externos.
Os sacos de lixo removidos devem ser colocados sobre esse carro, assim como os frascos de vidro
utilizados para armazenar as secreções do ato cirúrgico (da aspiração).
Os hamperes devem ser identificados e colocados em gaiolas também posicionadas nestes
corredores externos.

FUNÇÕES DO CIRCULANTE
O circulante de cirurgia é responsável por todas as cirurgias realizadas na sala em que
foi escalado pelo enfermeiro para atuar durante o plantão.Este profissional irá colaborar com a

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equipe de cirurgiões na organização dos equipamentos, materiais e medicamentos necessários


para o ato cirúrgico, com especial atenção para a segurança do paciente.
✓ Lavar as mãos;
✓ Providenciar o carro de cirurgia, o Kit do paciente e o Kit de fios na CME, de acordo
com a cirurgia a ser realizada na SO;
✓ Auxiliar o instrumentador na montagem da mesa de roupa e da mesa de instrumental;
✓ Receber o paciente na entrada da SO;
✓ Verificar se o prontuário, os exames realizados e os antibióticos foram encaminhados
junto com o paciente;
✓ Ajudar no posicionamento do paciente na mesa cirúrgica;
✓ Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica;
✓ Auxiliar a manter o paciente aquecido com os acessórios disponíveis;
✓ Colocar a placa dispersiva do bisturi elétrico monopolar, quando necessário;
✓ Iniciar a abertura dos pacotes em sequência lógica, com técnica asséptica. Nessa etapa,
observar os integradores internos dos pacotes, data e integridade da embalagem;
✓ Colocar antissépticos e outras soluções na mesa de instrumental, sempre seguindo
técnica asséptica;
✓ Ligar o bisturi elétrico e conectá-lo ao eletrodo da placa dispersiva;
✓ Ligar os equipamentos necessários;
✓ Ligar o foco de luz sobre o campo operatório;
✓ Ficar atento às solicitações da equipe e ao funcionamento dos aparelhos durante o
procedimento;
✓ Realizar contagem das compressas utilizadas nas cirurgias abdominais e registrar;
✓ Controlar o peso das compressas quando for necessário;
✓ Manter a sala em ordem;
✓ Providenciar a cama para transporte do paciente para o Serviço de Recuperação Pós-
Anestésica (SRPA);
✓ Preencher os impressos e anexar os integradores;
✓ Evitar sair da sala durante o processo anestésico-cirúrgico;
✓ Não abrir material que não seja necessário;
✓ Manter distância do procedimento cirúrgico e dos equipamentos estéreis;
✓ Não falar sobre o material estéril;
✓ Encaminhar o quanto antes as peças para a análise laboratorial;
✓ Ao término do procedimento, auxiliar a equipe nos curativos;

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✓ Desligar equipamentos e encaminhar os materiais utilizados para os devidos fins;


✓ Transportar o paciente para a cama com ajuda de outros profissionais;
✓ Organizar os documentos do paciente (prontuário, papeleta, exames) e pertences
pessoais;
✓ Auxiliar no processo de transporte;
✓ Realizar a passagem de plantão para o profissional responsável pelo paciente no SRPA;
✓ Lavar as mãos;
✓ Retornar à sala e iniciar a desmontagem e limpeza concorrente.

Paramentação cirúrgica
A paramentação é o conjunto de barreiras utilizadas contra a invasão de microorganismos
no sítio cirúrgico e para proteção de exposição dos profissionais ao sangue e outros fluidos
orgânicos.
Constitui-se de duas etapas, a realização da antissepsia cirúrgica ou preparo pré-
operatório das mãos (escovação cirúrgica da mão) e a utilização de gorro, máscara, luva estéril, e
opa ou capote estéril. Portanto, a paramentação cirúrgica envolve as técnicas de escovar as mãos,
vestir avental ou opa esterilizado e calçar luvas estéreis.
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
Indicada para os profissionais que:
✓ Atuam no centro cirúrgico ou em outros ambientes onde ocorrem procedimentos
invasivos (unidades de hemodinâmica ou de transplantes)
✓ Antes do uso das luvas e roupas, para manusear os materiais esterilizados e realizar a
montagem das mesas cirúrgicas.
Executado com
✓ Escovas e esponjas descartáveis
(uso individual) e que contem
soluções antissépticas
degermantes à base de gluconato
de clorexidina 2% ou
Polivinilpirrolidona Iodado 10%
(PVPI);
Instruções:
✓ Os dedos, as mãos e os antebraços são visualizados como tendo quatro lados e cada lado
deverá ser escovado de forma efetiva;
✓ O número de movimentos recomendados é de 15 para as unhas e 15 para cada área da
pele.

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✓ A técnica deverá ser realizada em um


lavabo cirúrgico, localizado próximo à entrada
da sala de operação;
✓ Deve possuir torneiras com mecanismos
que dispensem o uso das mãos;
✓ Com sistema de água fria e quente;
✓ Altura e profundidade devem ser
suficientes para permitir a realização da técnica
sem que os membros superiores toquem as
torneiras ou a borda do lavabo e devem impedir
respingos de água no uniforme privativo do
profissional.
Finalidade
✓ Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de
proporcionar efeito residual na pele do profissional;
✓ As escovas utilizadas na técnica devem ser descartáveis, de cerdas macias, impregnadas
ou não com antisséptico e de uso exclusivo em leito ungueal, subungueal e espaços
interdigitais.
Duração do procedimento
✓ A antissepsia cirúrgica das mãos deve durar de três a cinco minutos para a primeira
cirurgia, e de dois a três minutos para as cirurgias subsequentes.

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VESTINDO O AVENTAL OU OPA CIRÚRGICA

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CALÇANDO LUVAS ESTÉREIS

MESA COM PACOTES E CAMPOS ESTÉREIS


Para que seja possível a realização do ato cirúrgico, é preciso dispor de uma mesa auxiliar com
instrumentais e materiais específicos para a cirurgia (mesa auxiliar de instrumental) e outra
mesa com os campos cirúrgicos e OPAS para paramentação (mesa auxiliar de roupa).
Para tanto, de modo geral, são montadas duas mesas auxiliares na sala de cirurgia, entretanto há
exceções nas quais mais mesas são montadas em virtude da quantidade de materiais necessários
para o ato cirúrgico
A mesa de roupa é colocada na direção da porta interna da S.O próxima aos lavabos, na qual a
equipe adentra após realização da escovação cirúrgica. Neste cenário os estudantes estarão em
duplas ou atuando de forma individual.
A mesa de roupa é colocada na direção da porta interna da S.O próxima aos lavabos, na qual a
equipe adentra após realização da escovação cirúrgica. Neste cenário os estudantes estarão em
duplas ou atuando de forma individual.

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