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Enfermagem em Centro

Cirúrgico
Enfermeira Thais Ferrari
1º Aula :História da cirurgia
CIRURGIA
• Definição
• Método de tratamento de doenças, lesões ou
deformidades externas e/ou internas, por
meio de técnicas realizadas geralmente com
auxílio de instrumentos e requerendo do
cirurgião habilidade manual.
Objetivos da cirurgia
• Obter tecidos para exames (biópsias)
• Estabelecer diagnósticos (laparotomia exploradora)
• Curar doenças (retirada de tumores, úlceras,
miomas, etc.)
• Restaurar estruturas danificadas (cirurgia plástica)
História da cirurgia
• A partir do séc. XIX a cirurgia tornou-se
especialidade médica aumentando com isso as
chances de sobrevida dos pacientes.
Fases da cirurgia anti-séptica
• Semmelweis, 1847 – Médico húngaro que observou a
maior incidência de infecções puerperais. Instruiu a
seus alunos de medicina para que lavassem as mãos
com ácido clórico, antes de cuidar dos pacientes. Ele é
o precursor da ASSEPSIA pois estudou o modo de
veiculação (transmissão) dos Médicos Obstetras .
através das mãos dos profissionais de saúde.
Ironicamente morreu de septicemia.
• Pasteur,1860 – Iniciou o estudo da bacteriologia.
• A penicilina foi o primeiro antibiótico usado com sucesso no tratamento de infecções
causadas por bactérias. A palavra antibiótico vem do grego e significa contra a vida –
não contra a nossa vida, mas contra a vida das bactérias, é claro.
• Antes do desenvolvimento da penicilina, muitas pessoas morriam de doenças que,
hoje, não são mais consideradas perigosas. Só para você ter uma ideia, apenas
machucar-se num prego, por exemplo, poderia, eventualmente, levar à morte.
• Durante a Segunda Guerra Mundial, a penicilina salvou a vida de milhões de soldados
feridos nos campos de batalha. Graças aos antibióticos, doenças como pneumonia,
sífilis, gonorreia, febre reumática e tuberculose deixaram de ser fatais.
Fases da assepsia moderna
• Descobriram-se métodos mais eficazes contra os M.O.
• Neuber, 1882 – Instituiu o uso do avental cirúrgico
• Halsted, 1889 – Instituiu o uso das luvas de borracha
• Radeck – Instituiu o uso das máscaras para os atos
operatórios.
Como era realizada as cirurgias no passado
• Ir ao hospital no início do século 19 era quase uma
sentença de morte.
• Aqueles que tinham dinheiro eram tratados e operados
em suas casas. Por isso, quem tinha a má sorte de
acabar na sala de cirurgia de um hospital como o St.
Thomas, um dos mais antigos de Londres, tinha uma alta
probabilidade de morrer vítima de uma infecção.
• Em 1822, o local era um centro cirúrgico para
mulheres. Hoje, ela funciona como museu de uma
época em que ainda não se usava anestesia nem
antissépticos e quando se acreditava que era o
"miasma" - odor fétido dos solos e águas impuras -
que causava as doenças.
• Operações-relâmpago
• Dois a cada três pacientes que passavam pela sala de
cirurgia nos anos 1800 morriam, de acordo com Miles.
• A sala foi construída no topo de uma igreja e tinha acesso direto à ala feminina do
hospital St. Thomas, em Londres
• O mais comum era que morressem por causa de
infecções contraídas no pós-operatório, mas, para
minimizar as possibilidades de morte por hemorragia,
os cirurgiões da época operavam o mais rápido que
conseguiam.
• Uma cirurgia, do princípio ao fim, durava cerca de 10
a 15 minutos. Serrar um osso durante uma
amputação podia tomar dois ou três minutos do tempo
dos médicos - que ficavam mais famosos de acordo
com a rapidez de seus procedimentos.
• Amputações de membros usando torniquete
eram algumas das operações mais frequentes,
mas também se faziam outros procedimentos,
como a extração de pedras na bexiga.
Sem anestesia
• Em 1822 os pacientes sentiam uma dor
inimaginável durante as operações, que
eram feitas em uma pequena maca de
madeira.
• Naquela época, os pacientes mais ricos,
atendidos pelos médicos em suas casas,
tomavam álcool para diminuir a dor nos
procedimentos.
• As pacientes eram colocadas em uma maca
pequena, que geralmente não apoiava todo
o seu corpo
• No entanto, as mulheres que passavam pela Old
Operating Theatre só recebiam um bastão revestido de
couro para morder durante a cirurgia. Em alguns casos, os
pacientes tinham os olhos vendados, mas, de modo geral,
assistiam a tudo.
• O éter só começou a ser usado como anestésico nos
hospitais do Reino Unido em 1846. No ano seguinte, o
clorofórmio também passou a ser usado para deixar os
pacientes inconscientes.
Público de 200 pessoas

• Assim como outras salas de cirurgia e de dissecação


anatômica que existiam na época na Europa, esta tinha uma
espécie de arquibancada e grades semicirculares para
facilitar a visibilidade do público, que era composto
principalmente por estudantes de medicina, aprendizes e
assistentes dos cirurgiões.
• Cerca de 200 pessoas se amontoavam para presenciar cada
operação.
• O material cirúrgico só era lavado após as operações - assim
como as mãos dos cirurgiões e assistentes
• De acordo com as descrições de procedimentos
cirúrgicos da época, havia muito barulhos e empurrões
nas arquibancadas. Do fundo era possível ouvir gritos
de "cabeças, cabeças!" para que os mais próximos da
mesa de operações abrissem espaço.
• Fumaça de tabaco também era comum no ambiente,
explica Gareth Miles.
• A presença e o posicionamento dos membros do
público eram regulamentados e era comum em todas
as salas de operações da época - no centro, ficavam o
cirurgião e seus ajudantes, que seguravam o paciente
para que não se movesse durante a cirurgia.
• Ao redor da maca também ficavam outros cirurgiões do
hospital e seus aprendizes, assim como quaisquer
visitantes que o cirurgião principal permitisse.
• O cirurgião precisava de diversos ajudantes para segurar o paciente;
até 1846, não se usava anestesia nas salas britânicas.
• Durante o século 19, na Old Operating Theatre, as mulheres só
podiam ocupar a maca cirúrgica como pacientes. Sua presença
no público não era permitida, porque se considerava que elas
não eram fortes o suficiente para suportar as cenas.
• Nas arquibancadas ficavam sentados, além dos estudantes, os
aprendizes de outros hospitais, que iam observar novas
técnicas e procedimentos, ou apenas o trabalho dos cirurgiões
mais famosos.
• Os instrumentos e as mãos eram lavados após as
operações
• Na época, médicos e cientistas acreditavam que as doenças
contagiosas eram causadas pelo miasma - mau cheiro das
ruas e dos rios, que se dissipava pelo ar -, e não por micro-
organismos. Por isso, não se usava nenhum método
antisséptico na sala de cirurgia.
• O sangue das operações era recolhido em uma caixa de madeira com
serragem ou areia, e os cirurgiões e seus assistentes só lavavam as
mãos depois das operações, e não antes.
• Caixotes de madeira eram usados para recolher o sangue, e médicos
tinham que operar rápido para minimizar hemorragias
• Da mesma forma, segundo Gareth Miles, os instrumentos
cirúrgicos não eram limpos ou esterilizados antes de um
procedimento, como são hoje. E as vendas eram
reutilizadas nos pacientes.
• Os jalecos manchados de sangue eram considerados uma
espécie de medalha de honra para os cirurgiões, que, além
de tudo, chegavam à sala de cirurgia vestindo as roupas
com as quais tinham vindo das ruas. As mesmas ruas por
onde, teoricamente, se espalhava o miasma.(Emanação
proveniente de substancia animais ou vegetais em
decomposição).
1 – Trepanação pré-histórica
O crânio é um exemplo de muitos
outros que foram encontrados em
várias partes do mundo e que
apresenta evidências de que a
trepanação já era realizada desde a
Pré-História. Esse procedimento
consistia em perfurar o crânio, e
provavelmente era realizado para
tratar casos de enxaqueca e epilepsia,
por exemplo, no intuito de "expulsar
os maus espíritos" causadores do
problema.
A cesárea
A cesárea é realizada desde a época da
Roma Antiga, e até existe o mito de
que Júlio César teria sido o primeiro bebê
do mundo a nascer através desse
procedimento. A ilustração do final do
século 16 feita por Scipione Mercúrio que
mostra um obstetra em atividade. Mercúrio
publicou um livro no qual recomendava a
cirurgia para mulheres com pelve muito
estreita, embora na época as chances de
sobrevivência da mãe fossem mínimas.
O fim da dor

Apesar do abuso do álcool e de drogas


como o ópio ser coisa de muitos e
muitos séculos, as substâncias
anestésicas só foram entrar em
evidência mesmo no século 19, para o
alívio de quem, até então, tinha que
entrar na faca sem tomar nada! O
desenho que você viu mostra o dentista
norte-americano William Morton
durante a primeira demonstração
pública de um procedimento cirúrgico
indolor realizado sob a ação do éter
A evolução do anestésico
anestesia com éter foi descoberta em Boston na
• A
década de 1840. Anos antes, em 1831, o clorofórmio
havia sido elaborado. O médico escocês Sir James
Simpson de Edimburgo foi o primeiro a usá-lo
como anestésico em 1847, mas só foi largamente
aceito na medicina por volta de 1853.
Anestesia
• A anestesia com éter foi introduzida nos EUA em 1846, e com
clorofórmio, no Reino Unido, em 1847. A inalação dos vapores
desses compostos não apenas colocava as pessoas para
“dormir”, tornando-as insensíveis à dor, mas seu uso
significava que os pacientes se “tornaram inconscientes à
tortura”. Assistir a um filme antigo de guerra é, de fato,
presenciar tortura a sangue frio.
Anestésico
• Essa grande invenção na história da medicina não só
beneficiou os pacientes, como também tornou mais
fácil a vida dos cirurgiões, que não tinham mais que
lidar com pacientes desesperados contorcendo-se de
dor na mesa de cirurgia durante uma amputação, ou
com uma fuga precipitada.
Troca-troca

Com o avanço da medicina e dos equipamentos


cirúrgicos, os médicos começaram a experimentar
procedimentos até então inimagináveis
envolvendo órgãos vitais. Uma operação que se
tornou um marco na História foi o primeiro
implante de coração artificial, realizada em 1960
pelo norte-americano Denton Cooley. A foto
mostra o pioneiro observando uma equipe
preparando a sala para mais uma dessas cirurgias.
Minimalismo

O surgimento dos endoscópios permitiu que


os médicos desenvolvessem novas técnicas
para que os cirurgiões operem através de
incisões muito menores e menos invasivas,
como é o caso dos procedimentos por
videolaparoscopia. As cirurgias
oftalmológicas com o uso de laser também
são um bom exemplo disso, já que permitem
que os cirurgiões possam corrigir
imperfeições na córnea e até outros
problemas com bastante precisão.
Ciborgues

Um avanço importante que está se


popularizando são as intervenções
robóticas, nas quais os cirurgiões nem
sequer precisam estar no mesmo local
que os pacientes. Aliás, os médicos
podem operar até mesmo de outros
países. Na imagem você pode ver o
robô “da Vinci”, que já realizou vários
tipos de procedimentos, como a
histerectomia e cirurgias para a
reparação de hérnias.
Ultrassonográfica

Da forma como os procedimentos


cerebrais eram realizados na Pré-História
Como eles ocorrem hoje em dia, a
diferença é absurda. Assim, longe de
realizar perfurações enormes no crânio,
uma técnica que ainda está em testes, mas
vem ganhando espaço, faz uso da
ultrassonografia em uma variedade de
procedimentos, sem que seja necessário
fazer nenhum corte sequer.
Transplante cardíaco
• Em 26 de março de 1968, o Professor E. J. Zerbini,
de forma pioneira no Brasil e na América do Sul,
realizou em humano, em São Paulo, o primeiro
transplante cardíaco homólogo ortotópico com
sucesso. Delmont Bittencourt foi o cirurgião que
retirou o coração do doador.
• Primeiro a receber transplante de coração no país
morreu após 28 dias
Duvidas ?

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