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Introdução ao Estudo da

Patologia

Prof.Fábio José Dallanora

18:35:07

Prof. Fábio José Dallanora UNOESC


Introdução

 Patologia
 Pathos = doença, sofrimento
 Logos = estudo

 Conceito: “ a ciência que estuda as causas das


doenças, os mecanismos eu as produzem, as
sedes e as alterações morfológicas e funcionais
que apresentam.”

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Introdução
 Estudo das causas estruturais e funcionais das doenças
humanas
 Causas – Etiologia
 Mecanismos de seu desenvolvimento – Patogenia
 Alterações estruturais induzidas células e tecidos – Alterações
morfológicas

 Medicina x Patologia DOENÇA


 Prevenir, minorar ou curar os sofrimentos produzido pelas
doenças
 Causas, mecanismos, as sedes e alterações morfológicas e
funcionais das doenças

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Introdução
 Saúde e Doença

 Saúde  “estado de adaptação do organismo ao


ambiente físico, psíquico e social em que vive,
sentindo-se bem (saúde subjetiva) e sem
apresentar sinais ou alterações orgânicas
evidentes (saúde objetiva)” (PEREIRA,1998)

 Doença  “estado de falta de adaptação do


organismo ao ambiente físico, psíquico e social
em que vive, sentindo-se mal (sintomas) e
apresenta alterações orgânicas evidenciáveis
(sinais)” (PEREIRA,1998)
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Introdução
 Saúde e Normalidade

Termo usado em relação


a parametros funcionais
de parte estrutural ou
Termo usado funcional do organismo
em relação ao
indivíduo

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Elementos de uma doença e sua relação com as
áreas da Patologia e Medicina

Causas Mecanismos Lesões Alterações Sinais e


funcionais Sintomas

Etiologia Patogênese Anatomia Patol. Fisiopatologia Propedêutica

Diagnóstico
Prognóstico
PATOLOGIA Terapêutica
Prevenção

MEDICINA
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Ramos principais da Patologia
 Patologia Geral
 Aspectos comuns às diferentes doenças – causas,
mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e
alteração da função
 Aspectos morfológicos, bioquímicos e fisiológicos das
células e tecidos

 Patologia Especial
 Doenças de um determinado órgão
 Doenças agrupadas por uma mesma causa

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Agressão

Adaptação

Agressão Defesa

Lesão

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Agressão

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Como agem os agentes agressores?
a. Ação direta  alterações moleculares que
provocam modificações celulares.

b. Ação indireta  mecanismos de


adaptação que ao serem acionandos para
eliminar a agressão provocam
modificações morfológicas.

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Agressão

Adaptação

Agressão Defesa

Lesão

Reversível Irreversível

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Morte celular
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Lesões
Macroscópicas
Lesão ou processo Morfológicas
patológico
Microscópicas

Métodos
bioquímicos

Conjunto de Moleculares
Métodos
alterações biologia
molecular

Alteração da
função célula,
Funcionais tecido, órgãos
ou sistemas
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Lesões

Dinâmica das lesões:

Cura

Inicio  Evolução Processo


Patológico
Cronicidade

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Lesões
Aspectos cronológicos de uma doença
Causas

Período de
incubação Sem manifestações

Período prodrômico Sinais e sintomas inespecíficos

Período de estado Sinais e sintomas típicos

Sem sequela
Cura
Com sequela
Cronificação
EVOLUÇÃO
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Complicações
Óbito Prof. Fábio José Dallanora UNOESC
Classificação das lesões

• células parenquimatosas ou do
estroma

• componentes intercelulares ou do
No organismo interstício

• circulação sanguínea e linfática

• Inervação

Ao atingirem o organismo as lesões comprometem um tecido ou


órgão.

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Classificação das lesões
1. Lesões Celulares

2. Danos ao interstício

3. Transtornos locais da circulação

4. Disturbios locais da inervação

5. Alterações complexas.

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Não letais  As alterações são compatíveis com recuperação do


estado de normalidade após cessada a agressão. Não
esta associada à morte celular.

• Degenerações (acumulo de substancias intra-celulares)


• Hipertrofia
• Hipotrofias
• hipoplasias
• metaplasias
• displasias
• neoplasias

Letais  A lesão é representada por necrose (morte seguida de


18:35:07 autólise) ou Apoptose (morte sem autolise)
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Classificação das lesões

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Classificação das lesões
Padrão de
1. Lesões celulares normalidade

a. Celulas superficiais
b. Células intemediárias
c. Células parabasais
d. Células metaplásicas

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Atrofia menopausal com


grandes aglomerados de
células basais ou
parabasais e alguns
núcleos nús. (aum 40x)
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Classificação das lesões

Células
metaplásicas

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Classificação das lesões

Infecção
herpética: célula
multinucleada
(seta) com
inclusão viral
intranuclear. (obj.
20x)

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Lesão de baixo grau

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Células parabasais com


núcleo aumentado, contornos
nucleares irregulares, com
anisocariose e anisocitose em
uma população homogênea
de células. HSIL. (obj. 20x)

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Adenocarcinoma
endocervical in situ (AIS):
células endocervicais
colunares atípicas, com
núcleos volumosos,
alongados e
hipercromáticos. Aspecto
típico em plumagem
(feathering) e paliçada.
(obj. 20x)

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Classificação das lesões
1. Lesões celulares

Adenocarcinoma invasor:
aumento médio de uma
área com uma população
significativa de células
colunares atípicas,
dispostas em agregados
irregulares. Notar também
a presença de células
atípicas bem preservadas
isoladas. Enorme
desorganização e
dispersão celular. (obj.
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20x)
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Classificação das lesões
2. Alterações do interstício

Englobam modificações de:

 Substância fundamental amorfa


 Fibras colágenas, elásticas e reticulares

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Classificação das lesões

Substância fundamental amorfa:

Formada por GAGs (Glicosaminoglicanas que são


polissacarídeos de repetição de uma única cadeia dissacarídea)
sulfatadas e Proteoglicanas. Trata-se de um gel altamente
hidratado que funciona como barreira de proteção patogênica,
pois dificulta a penetração de microorganismos. A água nela
contida é uma água de solvatação, ou seja, uma água ligada a
uma macromolécula, que no caso é uma GAG. Isto acontece
devido à carga negativa do gel, que atrai íons Na++, que por
sua vez carregam consigo a água.

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Classificação das lesões
Fibras colágenas
O colágeno é uma proteína
de importância fundamental
na constituição da matriz
extracelular do tecido
conjuntivo sendo responsável
por grande parte de suas
propriedades físicas.

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Classificação das lesões

Tecido conjuntivo:
Feixes de fibras
colágenas e
fibroblastos

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Classificação das lesões
Fibras Elásticas: são formadas por glicoproteínas (microfibrilas) e
elastina (que é mais resistente que o colágeno)., organizando-se em
uma trama irregular. Ficam mal coradas com HE, por isto usa-se
Orceína para destacá-las. Pode estar presente na parede de vasos
(membranas elásticas fenestradas

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Classificação das lesões

Fibras Reticulares: é formada por colágeno do tipo III e 6-12% de


açúcares. São mais finas que as fibras colágenas e se localizam em
órgãos relacionados ao sangue. Para ser melhor visualizado deve-se
usar uma coloração que identifique açúcares, como a Impregnação
Argêntica (IA).

Fibras reticulares: Trama retícular


peritubular
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Fibras reticulares (pretas-seta curta)
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Fibras colágenas (castanho-seta longa)
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Classificação das lesões
3. Distúrbios da circulação

- Hiperemia Aumento do fluxo sanguíneo

- Oligoemia Diminuição do fluxo sanguíneo

- Isquemia Cessação do fluxo sanguíneo

- Trombose Coagulação intra-vascular

Substâncias que não se misturam ao


- Embolia sangue e provocam oclusão vascular
- Hemorragia Saída de sangue do leito vascular

- Edema Acúmulo de líquidos no leito intersticial


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Classificação das lesões
4. Alterações da inervação:

-Sua importância esta ligada ao papel integrador das fun ções do


tecido nervoso.

5. Inflamação:

Modificações locais da micro-circulação e saida de elementos


celulares do leito vascular.

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Métodos de estudo em Patologia
Estudo morfológico  Macro e microscópico.

Exames citológicos.

Obtenção de material:

- Raspados (de pele ou mucosa)

- Coleta de secreções (traqueobronquica, nasal, uretral, mamilar,etc)

- Coleta de líquidos (serosas, urina, liquido amniótico, LCR, etc)

- Punção aspirativa (lesões nodulares – tireóide, mama, linfonodos)

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Métodos de estudo em Patologia
Exames citológicos.

Fixação do material

- Líquidos fixadores

- álcool etílico à 95GL

Coloração do material

- Papanicolau método universal de coloração.

Agentes Corantes: Hematoxilina/Eosina (H/E), Fucsina, Tricrômico de


Mallory, Tricrômico de Masson, Tricrômico de Gomori, Tricrômico de
Shorr, Corante de Leishman, Floxina, etc.
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Métodos de estudo em Patologia
Exames citológicos.

Expressão de resultados

De acordo com o achado citológico.

Classificação Papanicolau:

Classe I: Esfregaço normal;


Classe II: Esfregaço inflamatório;
Classe III: Lesões displásicas ou pré-neoplásicas;
Classe IV: Provavelmente maligno (geralmente carci-noma in situ);
Classe V: Esfregaço com padrão de neoplasia maligna

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Métodos de estudo em Patologia
Exames anatomopatológicos.

Biópsia  remoção de uma amostra de tecidos ou células para posterior


estudo laboratorial.

Pode ser:

• Excisionais ou ablativas  remove-se toda a lesão.

• Incisional  remove-se apenas parte da lesão para estudo diagnóstico.

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Métodos de estudo em Patologia
Exames anatomopatológicos.

Obtenção da amostra:

- Por endoscopia
- Por curetagem
- Por agulha (punções)
- Por trepanação

As biópsias podem ser dirigidas por aparelhos especiais:


- Ultrasonografia
- Colposcopia
- Cerebral estereotáxica.

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Métodos de estudo em Patologia
Exames anatomopatológicos.

Conservação e embalagem da amostra:

-Fixador
• formaldeido a 4% (ou formol bruto a 10%) em volume de 6 a 10 vezes
o volume da peça.

• Álcool
• Zenker
Para técnicas especiais.
• Bouin
• Glutaraldeido

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Métodos de estudo em Patologia
Análise morfológica

Necropsia  exame post-mortem dos órgão ou parte deles.

Objetivo  determinar a causa da morte

Imunoistoquímica 

procedimento que usa anticorpos marcadores como reagentes específicos.

Objetivo detecção de antígenos específicos.

Técnicas de imunoistoquímica:
 Imunofluorescência
 Imunoenzimática.
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Classificação das lesões

Painel de imunoistoquímica para diagnóstico de adenocarcinoma da


próstata.
A Hematoxilina-eosina 200x
B Cytokeratin HMW (Dako, clone 34ßE12) 1/150 Citrato 100x
C p63 (Dako, clone 4A4) 1/500 Citrato 100x
D P504S (Dako, clone 13H4) 1/300 Tris-Edta pH9,0 100x
Adenocarcinoma com imunoexpressão negativa (figuras B e C) e
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positiva (figura D) com controles (ácinos normais) respectivamente
positivo e negativo. Prof. Fábio José Dallanora UNOESC
Métodos de estudo em Patologia
Cultura celular

Trata-se de multiplicar células em caldos especialmente desenvolvidos os


quais favorecem a reprodução celular.

Desenvolvimento celular “in vitro”.

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Métodos de estudo em Patologia
Citometria

Determinação quantitativa de componentes celulares (contagem)

Morfometria

Determinação da medida das dimensões dos tecidos, órgãos, células,


tamanhos nucleares.

Auto-radiografia

Incorporação de isótopos radioativos às células ou tecidos, a análise é


realizada em laboratório mediante técnicas especiais de revelação.

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Métodos de estudo em Patologia
Biologia molecular

Análise de DNA e RNA

Reação da polimerase em cadeia

Reação em cadeia da polimerase (PCR), é um método comum


para se obter grandes quantidades de um fragmento específico
de DNA. PCR amplifica rapidamente uma molecula de DNA em
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bilhões de moleculas
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Métodos de estudo em Patologia

Estudo de neoplasias

Estudo de agentes de doenças Bactérias


Aplicação: Pesquisa infecciosas Vírus

Estudo de doenças genéticas

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Etiopatogênese Geral da lesões
Causas das lesões  numerosas

Exógenas (externas – do ambiente)


- Agentes físicos, químicos e biológicos
2 grandes grupos
Pereira,1998

Endógenas (internas – do organismo)


-Relacionadas à genética
- Relacionadas à resposta imunitária
- Relacionadas aos fatores emocionais

Lesão
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criptogenética: lesão sem causa conhecida.
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Etiopatogênese Geral da lesões
Ação dos agentes lesivos:

- Direta  inibição de enzimas


quebra molecular
ação de lise (poder detergente) sobre membranas
quebra molecular
alteração bioquímica de conformação espacial molecular

-Indireta  perturbam o fornecimento de oxigênio


interferem nos mecanismos de produção e inativação de
Radicais Livres.
desencadeiam respostas locais ou sistêmicas capazes de
provocar lesão tecidual ou celular.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Hipóxia e Anóxia

Hipóxia  redução do fornecimento de oxigênio

Anóxia  parada de fornecimento de oxigênio.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

1. Diminuição da sintese de ATP leva:

Ritmo das oxidações


Atividade do ciclo de Krebs
FADH2 e NaDH2
acetil CoA

Sintese de ácidos graxos

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

2. Acúmulo de ADP e AMP (decorrente da redução síntese de ATP)


gera aumento da atividade enzimática que controlam glicólise
anaeróbica, com isto eleva a quebra de glicose com síntese de ATP
com grande consumo de NAD e geração de NADH2. Ocorre
produção de ácido pirúvico em presença de NADH2 forma ácido
lático, o pH intracelular baixa. A acetil CoA entra nas mitocondnrias
e eleva mais a quantidade de ácido lático disponível para a síntese
de ácidos graxos.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

3. A redução na sintese de ATP mitocondrial se reflete nas bombas de


eletrólitos das membranas celulares, há redução de ATPase Na/K
dependente. Ocorre aumento do ion sódio no citosol e diminuição
do bombeamento de eletrólitos na membrana do reticulo
endoplasmático, ocorre rearranjo na distribuição de ions, Na e H2O
entram no RE e dilatam as cisternas. O citosol se expande pelo
aumento de H2O decorrente da retenção de Na.

A célula sofre expansão isosmótica do citoplasma com acúmulo de


H20 e Na no citosol e no RE tornando-se tumefeita. Há alteração na
permeabilidade dos eletrólitos na membrana mitocondrial e leva a
passagem do ion Ca++ para o citosol.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

4. As sínteses celulares diminuem, ribossomos se desacoplam do RE,


polissomos se desagregam. O pH intracelular condensa a cromatina
junto à membrana nuclear, isto dificulta a transcrição gênica.
Reduz-se a síntese de lipídeos complexos, principalmente
fosfolipídeos dependentes de ATP, isto diminui a reposição desses
componentes nas membranas.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

5. Ocorre aumento de triglicerideos devido ao aumento de alfa


glicerofosfato (oriundo da glicólise) e de acetil CoA disponíveis para
a síntese de ácidos graxos.

No citosol ocorre acúmulo de triglicerídeos (micro-gotículas)


visíveis ao MO (Esteatose)

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Etiopatogênese Geral da lesões
Alterações da redução no fornecimento de oxigênio

6. Cessada a hipóxia, os eventos cessam e a célula recompoe sua


atividade metabólica, reajusta o equilíbrio eletrolítico e volta a
atividade normal.

persistindo a hipóxia, as perturbações eletrolíticas e na síntese de


proteinas e lipídeos passam a agredir a membrana citoplasmatica e
as organelas, agravando progressivamente as condições da célula.

Caso isso aconteça, as lesões tornam-se irreversíveis e a célula


morre.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Até o aparecimento das lesões irreversíveis encontramos as seguintes
modificações:

1. As membranas se alteram pela perda de molécula estruturais e pela


incapacidade de repor os constituintes perdidos.

2. No RE, as membranas formam uma bainha de mielina.

3. Nas mitocondrias a membrana sofre alterações moleculares


indicadas pelo aparecimento de estruturas floculares na matriz (ao
ME)

4. Lissosomos sofrem tumefação e perdem capacidade de reter


hidrolases, estas são liberadas no citoplasma e iniciam o processo de
autólise. Ao MO ótico isto é evidente e mostra que a célula morreu
(necrosou).
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Etiopatogênese Geral da lesões
Sob o aspecto funcional:

A lesão é irreversível quando:


1. Ocorre depleção acentuada de ATP
2. Cessa a glicólise anaeróbica com acumulo de H2 e lactato.
3. Conversão de nucleotídeos em nucleosídios e bases orgânicas.

As células resistem de forma diferente à hipóxia e anóxia.


Ex.
Neurônios  muito sensíveis à anóxia  resistem a até 3 minutos sem
O2.

Células miocárdicas  menos sensíveis  podem resistir a até 30


minutos sem O2.
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Etiopatogênese Geral da lesões
Resumindo lesão celular reversível:

 Diminuição da atividade da bomba de Na+


 Aumento da taxa da glicólise anaeróbica
 Redução da síntese protéica
 Morfologicamente:
 Bolhas na superfície celular
 Figuras de mielina
 Tumefação de organelas e de toda a célula
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Etiopatogênese Geral da lesões
Resumindo lesão celular irreversível:

 Tumefação intensa das mitocôndrias


 Densidades amorfas, grandes e floculentas na matriz mitocondrial
 Influxo maciço de Ca++
 Perda de proteínas, coenzimas, enzimas ácidos ribonucléicos e de
metabólitos que reconstituem o ATP
 Lesão de membranas lisossômicas

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resumindo lesão celular reversível:

 Ativação de RNases, DNases, proteases, fosfatases,, glicosidases


e catepsinas.
 Extravazamento de enzimas celulares para o espaço extracelular
(CK e LDH no coração).
 Entrada de macromoléculas extracelulares para a célula.
 A célula morta é substituída por figuras de mielina que são
fagocitadas ou degradadas em ácidos graxos.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resumindo lesão celular reversível:

 As lesões da membrana se dão por:


 Disfunção mitocondrial – fosfolipases
 Perda dos fosfolipídeos da membrana
 Anormalidades citoesqueléticas-proteases
 Espécies de oxigênio reativo
 Produtos de degradação de lipídeos
São os ácidos graxos livres, acilcarnitina e lisofosfolipídeos

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resumindo lesão celular reversível:

 Produtos de degradação de lipídeos


Possuem efeito detergente ou se inserem na membrana
 Perda dos aminoácidos intracelulares
A perda da glicina protege contra lesão estrutural e dos efeitos
do Ca++

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Etiopatogênese Geral da lesões

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Etiopatogênese Geral da lesões
Reperfusão.

Reperfusão é o nome dado ao retorno do sangue a todos os órgãos que


estiveram privados dele por algum tempo

Pode ser farmacológica ou mecânica

Efeitos da reperfusão:

Agravamento da lesão celular ou tecidual.

Porque isto ocorre?

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Etiopatogênese Geral da lesões
Efeitos da reperfusão:

a. > captação de Ca++ , ocorre aumento do nível no tecido.

b. Produção de radicais livres pelos leucócitos nas paredes dos


vasos.

c. Chegada súbita de plasma – ocorre choque osmótico na célula,


isto leva a tumefação súbita (turgidez) e ocorre ruptura de
mebrana.

Estes 3 pontos levam a irreversibilidade do processo.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Efeitos da reperfusão:

Hipóxia de pequena duração induz lesões degenerativas rapidamente


recuperáveis.

Hipóxia de média duração induz a lesões degenerativas graves.

Lesões provocadas por anóxia duradoura não são alteradas após


reperfusão, porém, com re-oxigenação ocorre ampliação da lesão.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Lesão por radicais livres.

São moléculas que apresentam um elétron não-emparelhado em sua


órbita externa.

 Podem ser formados por:


 Absorção de energia radiante
 Metabolismo de drogas
 Reações de oxi-redução no metabolismo
 Metais de transição – ferro e cobre. H2O2 + Fe++ = OH* +
OH- + Fe+++
 Óxido nítrico gerado por macrófagos, neurônios e outras
células.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Lesão por radicais livres.

 Os principais deles são as espécies reativas de O2


 Na respiração celular o O2 é reduzido a água ganhando 4 e-.
 Fases intermediárias: superóxido - O2. e hidroxila - OH.
 O O2 também produz substâncias reativas que não são
radicais – água oxigenada.
 Reagem com lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Lesão por radicais livres.

 OH. + lipídeos = peróxidos que após propagação haverá lesão de


membrana.
 OH. + DNA = inibição da replicação.
 OH. + proteínas = lesão da membrana.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Lesão por radicais livres.

 São inativados por: ácido ascórbico, vitaminas lipossolúveis A e E,


catalase, superóxido-dismutase e glutationa-peroxidase, ferro,
cobre

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resposta imunitária local (na origem da agressão)

Agente antigênico  ação do sistema imunitário frente ao reconhecimento


do agente (liberação de anticorpos).

Lesão ou agravamento de lesão pré-existente.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resposta imunitária local (na origem da agressão)

Anticorpos interferem com o funcionamento ou lesam a célula através de:

1. Bloqueio ou estimulação de uma função celular.


2. Formação de Ag-Ac  liberação de fatores quimiotáticos  inicio de
reação inflamatória ou agressão direta da célula alvo destruindo-a.
3. Citotoxicidade celular dependente de anticorpos. As células com
capacidade citotóxica (linfócitos, macrofagos, neutrófilos) recobnhecem
o fragmento Fc dos anticorpos presentes nas células alvo e as lesam.

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Etiopatogênese Geral da lesões
Resposta sistêmica à agressões localizadas

O organismo responde sistemicamente a agressões para eliminar o


agente agressor.

Mecanismos:

 Proteinas de fase aguda – Proteina C reativa


Ceruloplasmina
alfa 1 antitripsina
transferrina
haptoglobulina
fibrinogênio
componentes do complemento

Hepatócitos diminuem a produção de albumina e


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sintetizam as proteinas de fase aguda.
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Etiopatogênese Geral da lesões
Resposta sistêmica à agressões localizadas

 Alterações metabólicas

 Alterações do apetite e do sono.

 Febre

 Resistência a dor

 Atividade dos fagócitos

 Alteração numérica dos leucócitos.

 Modulação da resposta imunitária


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Etiopatogênese Geral da lesões
Agentes físicos como causa de lesão.

1. Força mecânica

2. Variação da pressão atmosférica.

3. Variação da temperatura

4. Eletricidade

5. Radiações

6. Ondas sonoras (ruidoso)

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Referências bibliográficas
ROBBINS. Patologia Estrutural e funcional.
BROGLIOLO. Patologia Celular.

Próxima aula:

Adaptação celular
Apoptose
Necrose

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