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Farmacologia clínica e Atenção

farmacêutica no sistema Gástrico,


toxicologia clinica e Forense
Marllavytsions de S. B. Borges
Farmacêutica Bioquímica, com MBA em Gestão da Qualidade, especialista em
certificação e acreditação, mestranda do programa de ciências da Saúde- Faculdade de
Medicina da UFG.
Aperfeiçoamento em Auditoria interna conforme RDC 16/2013, 304/2019 e ISO 9001,
Legislação Sanitária Nacional e Internacional, Controle e gerenciamento de riscos.
Experiência na área de Gestão da Qualidade, com foco em Certificações de Qualidade,
atuando nos principais temas: segurança de fármacos, Gerenciamento de Riscos,
Auditorias, Acreditação e Compliance, toxicologia.
Farmácia Clínica é uma área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de
medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a
otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças.
Princípios básicos
• Fármaco: Qualquer substancia que provoque alterações
no organismo, através de suas ações químicas.

• Remédio: Métodos ou cuidados terapêuticos que ajudam


a aliviar desconfortos e dores.

• Principio ativo: É a substância que deverá exercer efeito


farmacológico.
• Droga: São substâncias que, se utilizadas, alteram as funções
do organismo, causando algum efeito.

• Medicamento: Um medicamento é um produto que foi


desenvolvido por uma indústria farmacêutica e que cumpriu
todas as exigências legais definidas por órgãos regulatórios
(no caso do Brasil, é a Anvisa). Os efeitos são conhecidos e
foram comprovados cientificamente por inúmeros testes.
FARMACOLOGIA

Farmacodinâmica Farmacocinética

Estuda os processos de
Estuda os efeitos das absorção,
substâncias nos processos Distribuição,
biológicos. metabolização e
eliminação
Definindo a farmacodinâmica:
O efeito terapêutico da maioria dos fármacos, são
resultados da ligação com os receptores.
Os receptores são moléculas especificas com as quais os
fármacos interagem, com a finalidade de produzir
mudanças nas células, são agentes seletivos, pois suas
ligações provocam ações especificas nas células.
Assim a molécula do fármaco (agente externo) interage
com o receptor do paciente (agente interno),
desencadeando as ações bioquímicas tendo como
resultados as ações terapêuticas. Assim os receptores
basicamente determinam as relações quantitativas entre
dose do fármaco e seus efeitos farmacológicos.
A farmacodinâmica, é a parte da ciência que se destina a
descobrir e definir o local e mecanismos de ação e os efeitos dos
medicamentos.

Agora vamos entender estes 3 conceitos:

Mecanismos
Local de ação
de ação

Efeitos
Local de ação
As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser
classificadas em quatro categorias principais:
* Ação Local: quando o efeito ocorre no ponto de aplicação;
*Ação Sistêmica: para aqueles que atingem a circulação;
*Ação Remota: nos casos em que a ação do medicamento em um
alvo interfere no funcionamento de outro;
* Ação Local/geral: quando a droga produz efeito no ponto de
aplicação, sendo absorvida posteriormente para ter ação
sistêmica.
As principais vias de administração de fármacos são: via oral (a mais usada), via
intravenosa, via intramuscular, via subcutânea, via retal. Cada uma dessas vias possui
características próprias, que influenciam na absorção.
Mecanismos de ação

A ação farmacológica pode ser classificada em dois grandes


grupos, quanto ao seu mecanismo de ação, sendo estes os
mecanismos inespecíficos e os específicos.
Fármacos Inespecíficos

Os fármacos com ação inespecífica,, são aqueles cuja resposta


farmacêutica independe da interação com alvos moleculares (receptores,
proteínas carreadoras, enzimas). A ação dependerá, portanto, de suas
propriedades físico-químicas, tais como a solubilidade, grau
de ionização, poder de oxi-redução e tensão superficial. Por não
apresentarem como requisito a relação entre a estrutura química e a
atividade, essas drogas comumente necessitam de concentrações
elevadas para a obtenção da resposta terapêutica.

Exemplo
Fármacos específicos
Os fármacos com ação específica
compreendem o mecanismo mais comum,
abrangendo a maioria dos fármacos
empregados, apresentam a ação ao se
ligarem a moléculas alvo específicas.
Desta forma, apresentam alto grau de
seletividade, e a atividade dependerá da
interação da estrutura química do fármaco
com o sítio de ação específico. Tal
característica faz com que fármacos de
estrutura similar geralmente apresentem o
mesmo efeito, além de possibilitar o uso de
concentrações inferiores àquelas observadas
ao uso de fármacos inespecíficos.
Efeito dos fármacos
Os fármacos, podem apresentar diversos tipos
de efeitos, vamos definir alguns dos mais
comumente que ocorrem:

• Terapêuticos – fármacos que dão origem


aos medicamentos em um determinado
grupo terapêutico;
• Laterais ou secundários – fármacos que
proporcionam efeitos que não concorrem
com a melhoria da situação patológica a ser
tratada. Entretanto, eles podem ser
adversos quando indesejáveis ou quando
interagem com outras formas
desconhecidas que podem ser prejudiciais.
• Reações adversas – a ingestão de certos fármacos pode
ocasionar sintomas indesejáveis, ou até mesmo toxicidade. Além
disso, pode proporcionar interações prejudiciais com outros
princípios farmacêuticos usados concomitantemente;
• Tóxicos – reações provocadas por dose excessiva ou
acumulação anormal do fármaco no organismo;
• Locais – reações que acontecem somente no local de
administração e atuação do fármaco;
• Sistêmicos – efeitos que podem ocorrer em um órgão ou sistema
diferente do tratado originalmente pelo fármaco;
• Sinérgicos – combinações dos efeitos de dois ou
mais fármacos administrados simultaneamente em que se
consegue um efeito final superior a soma dos efeitos de cada um
deles isoladamente;
• Antagônicos – efeitos contrários aos esperados entre
dois fármacos distintos que podem reduzir a ação e eficácia de
um deles.
Definindo a farmacocinética

É a ciência que avalia o caminho que o fármaco percorre até


causar o seu efeito, dentre eles são analisados, os processos de
absorção, distribuição, metabolismo e excreção.

Absorção Distribuição Metabolização

Excreção
Absorção
Para entender a absorção de um fármaco, primeiramente é preciso entender as
formas nas quais eles podem entrar no organismo, esta definição caracteriza os
locais de administração.
De acordo com Silva (2010) as principais vias e sistemas de administração das
drogas são as seguintes:
l. Oral
2. sublingual ou bucal
3. parenteral
4. tópica
5. transdérmica
6. Intraocular
7. Intrarrespiratória
8. retal
9. intravaginal
10. intrauterina
11. uretral e peniana
12. novos sistemas de administração de droga.
Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a
corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção dependem do ambiente
onde o fármaco é absorvido, das suas características químicas e da via de
administração (o que influencia sua biodisponibilidade) (WHALEN et al., 2016).

• Difusão Passiva: O fármaco se move da região de concentração alta para a de


concentração baixa.

• Difusão Facilitada: Os fármacos entram na célula por meio de proteínas


transportadoras transmembrana especializadas que facilitam a passagem de
moléculas grandes.

• Transporte Ativo: Ele é capaz de mover fármacos contra um gradiente de


concentração – ou seja, de uma região com baixa concentração de fármaco para
outra com concentração mais elevada.

• Endocitose e exocitose: Estes tipos de absorção são usados para transportar


fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular.
Distribuição
Depois de administrada e absorvida, a
droga é distribuída, isto é, transportada
pelo sangue e outros fluidos aos tecidos
do corpo.
A passagem do fármaco para o seu local
de atuação, depende do fluxo sanguíneo
regional, da permeabilidade capilar, do
volume do tecido, do grau de ligação do
fármaco às proteínas plasmáticas e
tissulares e da lipofilicidade relativa do
fármaco (WHALEN et al., 2016).
Metabolização
De acordo com Silva (2010) o metabolismo das drogas apresenta as
quatro modalidades seguintes:
• Inativação: As drogas, na sua maioria, e seus metabólitos são
inativados ou transformados em produtos menos ativos.
• Metabólito ativo de droga ativa: Muitas drogas são parcialmente
transformadas em um ou mais metabólitos ativos. Os efeitos
observados são causados pela droga original e pelos seus metabólitos.
• Ativação de droga inativa: Algumas drogas, chamadas pró-drogas
ou pró-fármacos, são inativas e necessitam ser metabolizadas para se
tomarem ativas.
• Ausência de metabolismo: Certas drogas, como penicilinas e
anestésicos gerais inalatórios, são excretadas em forma inalterada,
sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físico-químicas
peculiares.
Fatores que alteram o
metabolização:
• Genéticos;
• Idade;
• Diferenças individuais;
• Fatores ambientais (fumar);
• Propriedades químicas dos
fármacos;
• Via de administração
• Dosagem;
• Sexo;
• Alterações entre fármacos
durante o metabolismo.
Excreção
As três principais vias de eliminação são
biotransformação hepática, eliminação biliar
e eliminação urinária.
Os fármacos são eliminados do organismo
sem alterações pelo processo de excreção ou
convertidos em metabólitos, com exceção dos
pulmões, os órgãos excretores eliminam mais
eficientemente os compostos polares que as
substâncias altamente lipossolúveis. Assim,
os fármacos lipossolúveis não são facilmente
eliminados até que sejam metabolizados em
compostos mais polares.
Portanto a velocidade do processo depende
da fração livre do fármaco, taxa de filtração
glomerular e fluxo plasmático renal.
https://www.youtube.com/watch?v=j688ggKizjA
Categorias dos medicamentos
Os medicamentos podem ser divididos em algumas categorias, que
definem a sua farmacocinética e farmacodinâmica.

Para ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)


como medicamento de referência, a medicação precisa comprovar
cientificamente suas principais características, subdividas em:
• eficácia
• segurança;
• qualidade.

Os medicamentos podem ser :


• Referência
• Genérico
• Similar
Definindo os medicamentos por seus
mecanismos de ações

Alopático Homeopático Fitoterápico


ALOPÁTICOS: Tem efeito ao contrario ao do sintoma.
Exemplo: paciente tem uma febre e você faz um antitérmico, ele vai agir ao contrario da
fisiopatologia da febre. Você tem uma inflamação, vai tomar um antiflamátorio e ele vai
agir combatendo a inflamação. São os medicamentos mais encontrados na farmácia, são
medicamentos que causam mais efeitos colaterais e tóxicos.
Os medicamentos alopáticos podem causar efeitos tóxicos e colaterais. São produzidos
em larga escala pelas indústrias farmacêuticas, em doses pré-determinadas.
No entanto, esses medicamentos também podem ser produzidos em farmácias de
manipulação: quando um paciente precisa de uma dose que não existe na produção em
larga escala, recorre a essas farmácias a fim de ter um medicamento na dosagem certa.
- HOMEOPÁTICOS: Utiliza, em pequenas quantidades, substâncias que causam
sintomas parecidos com o apresentado pelo paciente, para que corpo potencialize sua
capacidade curativa e seja capaz de combatê-los por si só.
Essa filosofia é conhecida como a “Lei da Semelhança”: aquilo que causa o mal
também pode ser usado para curá-lo.
Os medicamentos dessa perspectiva não são tão agressivos quanto os alopáticos.
Atuam na capacidade curativa e restauradora do organismo, fazendo com que ele
tenha mais força para enfrentar aquilo que o está prejudicando. O medicamento não
age nos mecanismos da doença.
Na homeopatia, os medicamentos são individuais: a prescrição é única para cada
paciente, com a dosagem adequada para cada um. Ainda que outro paciente apresente
a mesma condição e deva usar a mesma substância, existem outros fatores — físicos e
emocionais — que influenciam na dosagem. Por isso, são manipulados. Eles não são
produzidos em larga escala, em dosagens pré-determinadas, como
é o caso dos medicamentos alopáticos.
FITOTERÁPICOS: São medicamentos alopáticos, só que a diferença é a
matéria prima. A matéria prima dos fitoterápicos é medicinal, a planta é usada
como o principio ativo. Já os alopáticos são usados substancias minerais,
vegetais e animais.
Nas medicações alopáticas sabemos exatamente a dose da medicação que esta
sendo tomada, já nos fitoterápicos se sabe ate os efeitos e os princípios ativos,
mas normalmente não sabe a dose, vai depender da planta, sabe que tem uma ou
mais substancias vegetais e não se sabe a dose
certa. Os fitoterápicos podem ter efeitos colaterais ou tóxicos.
Exemplo: A maracugina é feito da folha maracujá que causa a tranquilidade, que
é o principio ativo (PA), mas você não sabe a dose certa que aquela apresentação,
comprimido, xarope ou solução tem, devido não saber a concentração exata do
PA da folha.
Posologia
É definida pela dose do fármaco e os
intervalos de administração necessários para
causar o efeito terapêutico, ou seja,
o número de vezes e a quantidade de
medicamento a ser utilizada a cada dia –
que varia em função do paciente, da doença
que está sendo tratada e do tipo de
medicamento utilizado.

Pode ser definido como janela terapêutica,


que compreende a concentração plasmática
mínima da droga necessária para fazer o
efeito e a concentração máxima acima da
qual o fármaco irá apresentar efeitos tóxicos.
A partir desse gráfico pôde-se determinar a frequência das
doses de um medicamento durante o tratamento de alguma
doença de forma a manter sua concentração plasmática média
constante para que haja a melhora do organismo.
Dessa forma define-se a posologia do medicamento.
Uma diminuição dos intervalos de administração pode elevar
a concentração da droga no plasma tornando-a tóxica se ela
ultrapassar a concentração tóxica mínima. Por isso não
devemos alterar os intervalos de administração sem um prévio
conhecimento do que isso irá acarretar. Por exemplo, a
diminuição de 8 em 8h para 6 em 6h a posologia de um
medicamento.
EFEITOS DOS MEDICAMENTOS

Benéfico x Adverso x Placebo


Efeitos Benéficos

Todo medicamento é desenvolvido com a finalidade de promover a cura


ou melhorar de sintomas e doenças.
Os efeitos benéficos são atingidos, quando benefícios e a qualidade de
vida do paciente supera os riscos e os efeitos adversos.
Efeitos Adversos
As reações adversas, são todos os efeitos secundários provados pelo uso de um ou mais
medicamentos.

As reações adversas medicamentosas relacionadas a dose representam um exagero


dos efeitos terapêuticos do medicamento. Esse tipo de reação adversa medicamentosa
geralmente é previsível, mas, às vezes, ela é inevitável. Ela pode ocorrer se uma dose
do medicamento for demasiadamente alta (superdosagem) se a pessoa for
extraordinariamente sensível ao medicamento ou se outro medicamento reduzir o
metabolismo do primeiro medicamento e, aumentar, assim, sua concentração no sangue
( Interações Medicamentosas). As reações relacionadas à dose geralmente não são
graves, mas são relativamente comuns.

Reações alérgicas medicamentosas não são relacionadas à dose, mas necessitam de


exposição prévia a um medicamento. As reações alérgicas desenvolvem-se quando o
sistema imunológico do corpo desenvolve uma reação inadequada a um medicamento
(algumas vezes conhecida como sensibilização).
Efeito Placebo
Placebo é qualquer substância ou tratamento inerte (ou seja, que não apresenta
interação com o organismo) empregado como se fosse ativo. Na medicina,
injeções de soro fisiológico e comprimidos de açúcar são dos placebos mais
usados. Efeito placebo é quando essa substância ou procedimento produz um
efeito fisiológico positivo, mesmo que não tenha capacidade para isso,
melhorando os sintomas.
Ele funciona como base de comparação para testar a eficácia de drogas e
tratamentos médicos de verdade. Na prática clínica, há dilemas éticos que
envolvem a prescrição de tratamento com placebo: a quebra de confiança entre
médico e paciente (se for prescrito placebo sem consentimento do paciente) e o
possível avanço de uma doença existente, por exemplo —no Brasil, "é vedado ao
médico indicar o uso de placebo quando há tratamento eficaz para a doença",
segundo o código de ética do CFM (Conselho Federal de Medicina).
Vamos dar uma descansada ?

Intervalo de 30 minutos
Interação Medicamentosa

É um evento clínico que pode ocorrer entre


medicamento-medicamento, medicamento-
alimento ou medicamento-drogas (álcool,
cigarro e drogas ilícitas). Caracteriza-se pela
interferência de um medicamento, alimento, ou
droga na absorção, ação ou eliminação de outro
medicamento.
TIPOS DE
INTERAÇÃO

Farmacocinéti Farmacodinâ
Farmacêutica
ca mica
Indesejável

Fontes: Ministério da Saúde/Sistema Nacional de Informações Tóxico


Farmacológicas e
Fundação Oswaldo Cruz (Sinitox/Fiocruz). 2012
Dificuldades Interação
na absorção medicamentos
a Alergias
Dificuldades
de Doenças pré-
metabolização Dose
existentes
incorreta
Dificuldades Dificuldades
Hipersensibilidade no transporte
na excreção

O que pode interferir na ação


de um fármaco ? Forma
Janela farmacêutica
terapêutica
prolongada Via de
administração Veículo de
ingestão do
fármaco
E como o farmacêutico pode intervir
nestes processos ???

Através da atenção
farmacêutica

Vamos entender os conceitos universais ?


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Atenção farmacêutica

No início do século XX, os medicamentos eram produzidos de forma artesanal nas


boticas e nas pequenas indústrias e possuíam valor terapêutico duvidoso dependente
da percepção e do envolvimento ritual do usuário. Mas descobertas terapêuticas
importantes das décadas de 1930 e 1940, relacionadas aos antimicrobianos,
impulsionaram a comunidade científica na busca por novas metodologias, iniciando
o processo de crescimento do setor industrial. (Sevalho,2001).
Atenção Farmacêutica

A Atenção Farmacêutica refere-se às atividades específicas do


farmacêutico no cuidado do paciente ou usuário do
medicamento: É um modelo de prática farmacêutica,
desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica.
Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e co-responsabilidades na
prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de
forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do
farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia
racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis,
voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação
também deve envolver as concepções dos seus sujeitos,
respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica
da integralidade das ações de saúde (Opas, 2002).
Atenção Farmacêutica
Em 2001 o Ministério da Saúde e Consumo da Espanha, orientou aos ambientes
de saúde que : A participação ativa do farmacêutico na assistência ao paciente
na dispensação e seguimento do tratamento farmacoterapêutico, cooperando
com o médico e outros profissionais de saúde, a fim de conseguir resultados
que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Também prevê a participação
do farmacêutico em atividades de promoção à saúde e prevenção de doenças.

Vamos entender alguns conceitos:

Diferença entre atenção farmacêutica e Assistência farmacêutica.

Para isso outra profissional irá nos auxiliar, vamos assistir juntos:
https://www.youtube.com/watch?v=dKDS6CBBkro
Diferença entre Assistência e Atenção
Farmacêutica

É necessário entender estes conceitos para se preparar sobre as


indicações a serem feitas.

*Assistência Farmacêutica: Assistência farmacêutica é o


conjunto de atividades relacionadas ao medicamento, para apoiar
as ações de saúde para uma comunidade. O profissional atua em
todas as etapas, desde a pesquisa de um novo medicamento até
sua chegada aos usuários.
Tais fases consistem em: desenvolvimento do fármaco,
conservação, controle de qualidade, eficácia terapêutica,
segurança, acompanhamento e avaliação da utilização, obtenção e
difusão de informações sobre medicamentos, além da educação
continuada dos profissionais de saúde, do paciente e da
comunidade para garantir o uso racional de medicamentos.
* Atenção Farmacêutica: A atenção farmacêutica, como o
nome já diz, é um conjunto de ações realizadas por
farmacêuticos para orientar e acompanhar o paciente quanto ao
uso adequado dos medicamentos. Ao mesmo tempo, ele colabora
para evitar possíveis problemas indesejados durante o uso da
medicação, mas, caso eles ocorram, o profissional deve buscar
uma solução.
Na atenção farmacêutica, o profissional pode participar de uma
equipe com outros profissionais de saúde para garantir o melhor
aproveitamento dos benefícios dos medicamentos. Dentro do
conceito de atenção farmacêutica, podemos englobar os
seguintes princípios:

*Farmácia Comunitária;
*Atendimento Farmacêutico;
*Dispensação de medicamento;
*Intervenção Farmacêutica;
*Acompanhamento Farmacoterapêutico;
*Uso Racional de Medicamentos.
*Farmácia Comunitária: Estabelecimento de prestação de serviços
farmacêuticos ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e voltado à
orientação para a saúde coletiva ou individual.
*Atendimento Farmacêutico: É a interação do farmacêutico com
paciente, buscando resolver problemas que envolvam, ou não, o uso de
medicamentos.
*Intervenção Farmacêutica: É uma ação em conjunto entre usuário e
profissionais de saúde, para prevenir ou resolver problemas que podem
interferir na farmacoterapia.
*Dispensação de medicamento: É o fornecimento dos medicamentos pelo
farmacêutico ao paciente, em geral com a apresentação de uma receita
prescrita por um médico ou profissional autorizado.
*Acompanhamento Farmacoterapêutico: O farmacêutico é responsável por
zelar pelas necessidades dos pacientes relativas aos medicamentos,
encontrando, prevenindo e resolvendo Problemas Relacionados aos
Medicamentos (PRM), de maneira regular e documentada, para melhorar a
qualidade de vida dos usuários.
Campos de atuação do farmacêutico
Segundo o CFF, o profissional farmacêutico tem mais de 70 áreas livres para
sua atuação, dentre as quais se destacam:

•Farmácia clínica.
•Educação médica.
•Farmácia oncológica.
•Farmácia magistral.
•Farmácia criminal.
•Farmácia hospitalar.
•Farmácia veterinária.
•Estética.
•Atenção farmacêutica.

Em todas esta áreas é preciso entender as especificações e legislações que o


farmacêutico deve compreender, para realizar um atendimento especializado.
Procedimentos liberados aos farmacêuticos
•Aferição de glicemia.
•Prescrição de medicamentos (excetos controlados e Antibióticos).
•Realização de pequenos curativos.
•Aplicação de medicamentos.
•Procedimentos estéticos invasivos (botox, preenchimento etc).
•Realização de terapias integradas (acupuntura).
•Consulta farmacêutica.
•Atendimento home care para aplicação de medicamentos e realização de
consultas.
•Realização de hemoterapia.
Procedimentos que os farmacêuticos não podem
realizar
•Intervenções médicas.
•Realizações de curativos de grandes proporções.
•Prescrição médica de medicamentos controlados e antibióticos.
•Formulação de medicamentos sem registro na farmacopéia e sem
comprovação cientifica.
•Suspender a prescrição de medicamentos.
•Dentre outros.
Vamos responder ao Quiz abaixo e testar nossos
conhecimentos:
Anatomia do Sistema Gastrointestinal

Os órgãos que compõem o sistema Gastrointestinal são a boca,


a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o
intestino grosso e o ânus.
Porém todo o corpo é auxiliado por este sistema, direta ou
indiretamente, é caso do coração e do fígado, como veremos
na ilustração a seguir.
Anatomia do Sistema Gástrico

Fonte: UFCJ-Sistemas humanos, 2014.


Manifestações Clínicas
Diversas doenças podem acometer este sistema, vamos descrever
algumas e detalhar os tratamento associados.
De forma geral as doenças interferem no funcionamento de algum
órgão impedindo que eles exerçam seus principais funções
fisiológicas, dentre as doenças de maior ocorrência destacam-se:

•Gastrite;

•Refluxo gastroesofágico;

•Úlcera péptica;

•Intolerância alimentar.
Gastrite

É uma inflamação na mucosa estomacal provocada,


principalmente, por uma contaminação pela
bactéria Helicobacter pylori. Ela causa grande desequilíbrio no pH
gástrico, gerando dor e desconforto

Causas: Má alimentação, hábito de fumar e consumo excessivo de


álcool e medicamentos, porém existem, ainda, os casos de gastrite
atrófica (crônica), nos quais o paciente tem predisposição para
a doença.

Tratamento: Inibidores de bomba de proton (IPBs), como por


exemplo, Omeprazol, Pantoprazol, Exomeprazol, Lansoprazol,
Dexlansoprazol ou Rabeprazol.
Refluxo

Consiste no mau funcionamento da válvula localizada


entre o esôfago e o estômago. Ela não se fecha
completamente depois da passagem do alimento,
podendo haver um retorno junto com o suco gástrico.

Causas: causado por excesso de hormônios,


alimentação inadequada, excesso de álcool, estresse e
até pelo hábito de comer muito depressa e sem
mastigar direito.

Tratamento: Omeprazol, Pantoprazol, Exomeprazol,


Lansoprazol, Dexlansoprazol ou Rabeprazol,
alteração da alimentação.
Úlcera péptica

A úlcera péptica é uma ferida na parede do estômago, pode ser


facilmente confundida com outras doenças ainda mais graves e que
geram úlceras, como doença de Crohn e câncer.

Causas: Esta doença é causada pelo microorganismo H. pylori, bem


como pelo consumo excessivo de medicamentos, como anti-
inflamatórios e antiplaquetários.

Tratamento: É feito com antibióticoterapia e supressores gástricos,


além de se fazer a redução dos medicamentos que provocaram o
problema inicialmente.
.
Intolerância Alimentar

É provocada pela ausência, no estômago, de uma ou mais


enzimas responsáveis pela digestão de alguns ingredientes. Os
mais comuns são glúten, proteína presente no trigo e outros
cereais, e a lactose, o açúcar do leite.

Causas: Pré-disposição genética

Tratamento: Depois do diagnóstico, deve-se restringir o


consumo de alimentos que contenham a substância causadora
do problema.
Farmacoterapias

Este tratamento é indicado, quando as manifestações são


causadas por microorganismos, neste caso se usa uma
antibioticoterapia tem a finalidade de curar uma doença
infecciosa (cura clínica) ou de combater um agente infeccioso
situado em um determinado foco de infecção (cura
microbiológica). Pode ser utilizada de forma terapêutica - que
implica na utilização de antimicrobianos a partir de um
diagnóstico preciso, ou presuntivo da etiologia do processo
infeccioso, fundamentado na anamnese, nos exames clínicos e
laboratoriais
Medicamentos que atacam o Sistema GI

Diversos medicamentos são utilizados para o


tratamento das doenças que afetam este
sistema.
Porem alguns medicamentos podem afetar o
sistema e o prejudicar, ou diminuir suas
funções.

Alguns exemplos destes medicamentos são:

*Antiinflamatórios;

*Antibióticos;

*Inibidores da Bomba de prótons.


Antiinflamatórios
Os antiinflamatórios não hormonais são medicamentos amplamente
utilizados pela população, pois apresentam além da ação anti-
inflamatória propriamente dita a ação analgésica e de combate a
febre. Em razão da freqüência que os anti-inflamatórios são
utilizados, torna-se expressivo o percentual de efeitos colaterais no
aparelho digestivo, daí o porquê do interesse cada vez maior pela
relação com o aparelho digestivo.
Embora o sangramento gastro intestinal seja o efeito adverso mais
evidente relacionado aos anti-inflamatórios, há outras formas de
acometimento do trato digestivo, desde apresentações benignas e
comuns, até mesmo formas raras e de difícil manejo.
Estudos epidemiológicos sugerem que 15 a 40% de
pacientes que utilizam anti-inflamatórios, apresentam
algum tipo de sintoma digestivo, sendo que 10% destes
pacientes são obrigados a interromper o tratamento devido
à gravidade dos sintomas. Além disso, de todos os
usuários crônicos, aproximadamente 25% desenvolverão
úlcera péptica e 2 a 4% apresentarão complicações como
hemorragia e/ou perfuração (Cassel; caderno de Saúde,
2017).
Antibióticos

Os antibióticos têm grande importância para a medicina moderna


porque combatem, em poucos dias, bactérias que já mataram
milhões de pessoas. Mas, apesar de combaterem bactérias
perigosas, matam também outras bactérias e micróbios que vivem
no intestino.
Os intestinos humanos contêm uma variedade de células
imunológicas que protegem o corpo contra micro-organismo.
Um desses tipos de células, chamadas de macrófagos, é
normalmente condicionado para tolerar bactérias intestinais
benéficas presentes no intestino e não provocar respostas
inflamatórias.
No entanto, pacientes com doenças que afetam o sistema gastro
intestinal, que tem como tratamento o uso contínuo de
antibióticos, apresentam uma diminuição dos macrófagos.
Por definição, os antibióticos são medicamentos que destroem ou
inibem o crescimento de certos micro-organismos patogênicos
(causadores de doenças), conforme o Ministério da Saúde (2001).
A descoberta dos antibióticos revolucionou a medicina ao passo
que reduziu a morte por infecções como tuberculose e meningite
bacteriana, que eram mortais até então. Na era pré-antibióticos, a
mortalidade por pneumonia (causada pela bactéria Streptococcus
pneumoniae) ocorria em cerca de 40% dos casos (BARLETT,
1995). Por outro lado, o uso inadequado da antibioticoterapia pode
resultar em resistência dos patógenos a estes medicamentos e na
redução da microbiota intestinal, causando efeitos adversos como
diarreia, náusea e vômitos (NELSON, 2017).
Estudo de Jernberg (2007) demonstrou que indivíduos tratados com antibióticos por
uma semana tiveram efeitos na microbiota intestinal, como perda da diversidade
bacteriana e aumento da resistência aos antibióticos por 6 meses até 2 anos após o
tratamento. Isto ocorre pelo fato dos antibióticos não serem seletivos apenas às bactérias
patogênicas, mas atingindo também as bactérias benéficas.
O uso de antibióticos na infância é fundamental para o tratamento de diversas
patologias que poderiam acarretar em problemas graves, visto que o sistema imune das
crianças muitas vezes encontra-se imaturo. Entretanto, como conseqüências do uso
destes medicamentos, observa-se o desequilíbrio da microbiota intestinal, o qual pode
estar associado ao desencadeamento de processos diarréicos, além de outros distúrbios.
Inibidores da bomba de prótons

Os inibidores da bomba de prótons é uma das classes


de medicamentos mais prescritas no mundo. Possuem
alto índice de efetividade e os efeitos adversos são
moderados e de ação curta.
Os IBP são, em geral, bem tolerados pelo organismo,
sendo poucas as reações adversas. Entre as reações
mais relatadas estão: cefaléia, diarréia, náusea,
exantema, tonteira, sonolência, impotência,
ginecomastia e dores musculares (PAZ et al., 2008).
Entretanto, o ácido gástrico é um tipo de mecanismo
de defesa contra os microrganismos ingeridos e os
fisiológicos, e a supressão de forma crônica do ácido
gástrico poderia, de alguma forma, causar outros
exemplos de efeitos adversos por não ser uma ação
fisiológica.
Atuação do farmacêutico

O farmacêutico atua de maneira efetiva na identificação de efeitos


adversos ou inativação de eficácia terapêutica.
As prescrições devem ser analisadas de maneira a identificar
interações medicamentosas.
O Sistema Gástrico atua na absorção e metabolização dos
fármacos, se este processo não acontecer, ou ocorrer de maneira
inadequada, a eficácia terapêutica será potencialmente prejudica ou
inexistente.
Toxicologia
“...todas as substâncias são venenos, não existe
nenhuma que não seja. A dose correta diferencia um
remédio de um veneno”.
Paracelso 1443-1541
Vamos entender algumas definições
Toxicidade:
Qualidade que caracteriza o grau de virulência de qualquer substância
nociva para um organismo vivo ou para uma parte específica desse
organismo.

Intoxicação:
Contato com uma substância que produz toxicidade.

Antídoto:
Substância que combate os efeitos de uma toxina ou veneno.

Agente Toxico:
Altera ou destrói as funções vitais.

Fármaco:
Substâncias com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente.
Identificação de Substâncias tóxicas
Toxicologia Clínica

Esta ciência busca identificar os efeitos tóxicos ou adversos


de agentes, tais como drogas e produtos químicos no corpo.
A maioria destes agentes é geralmente dada a indivíduos de
forma a aliviar sintomas ou no tratamento e prevenção de
doenças.
Quando o efeito tóxico esta relacionado aos medicamentos a
farmacologia ajuda na identificação do processo que gerou
acúmulo, desvio ou falta de excreção, processos geralmente
ligados a toxicologia dos fármacos.
Efeito tóxico

Efeito tóxico: É toda e qualquer alteração biológica nociva.

Efeito tóxico local: Ocorre no sítio do primeiro contato entre o


organismo e o agente químico, não ocorrendo a distribuição do
agente a outros sistemas e órgãos.

Efeito tóxico sistêmico: Ocorre através da absorção e distribuição


do agente tóxico para um sítio distante da sua via de penetração,
onde produzirá o efeito nocivo.

Efeito Tóxico reversível ou irreversível: Além da dose, tempo de


exposição, suscetibilidade, este efeito esta ligado com a capacidade
de regeneração do órgão ou sistema afetado.
Afinal quais substâncias podem causar efeitos tóxicos ?
Diversas substancias como amônia, cromo, amianto , dentre outras tem os seus
efeitos tóxicos conhecidos.
Porém mesmo substancias utilizadas para o tratamento como medicamentos
podem causar efeitos tóxico.

A definição de segurança é conseguida através das seguintes analises:

•Toxicidade: Capacidade inerente da substância de causar o efeito tóxico ao


entrar em contato com a substância.
•Risco: Probabilidade da substancia causar efeito tóxico ao sofrer um dano sobre
determinadas condições, ou interferências em seu processo natural.
•Segurança: Probabilidade da substancia de NÃO causar efeito tóxico ao sofrer
um dano sobre determinadas condições, ou interferências em seu processo
natural.
Fases da Ação Tóxica

1° Fase 2° Fase 3° Fase 4° Fase

Exposição Toxicocinética Toxicodinâmic Fase Clínica


a.
•Vias de •Absorção.
exposição.
•Sinais e
•Distribuição. •Ação Tóxica
•Freqüência da Sintomas
exposição. •Metabolização

•Suscetibilidad •Excreção
e do indivíduo.
1°Fase – Exposição

A exposição ao agente pode ocorrer pelas vias:

•Respiratória (mais importante): gases, vapores, partículas.


• Cutânea: líquidos (solventes).
• Digestiva: partículas (deglutidas com muco).

A exposição só causa um efeito tóxico, se houver uma dose


intoleravel, sobre um índice de concentração relevante, sobre um
tempo de exposição crônico (acima de 24horas) e sobre um
organismo suscetível.
Portanto fatores como idade e doenças preexistentes interferem
diretamente no efeito tóxico.
2° Fase- Farmacocinética

•Absorção- Esta relacionada com as propriedades físico-químicas do


agente como hidrossol.
•Solubilidade (capacidade de absorção celular), difusibilidade
(capacidade de homogeneização com outros gases) , coeficiente de
partição (capacidade de se partir em partículas menores).
•Distribuição- Esta fase esta relacionada com o sitio de ação do
agente, com as substancias que irão promover a sua distribuição.
•Metabolização- É a ação de biotransformação da substancia
geralmente pela ação de enzimas. A maior parte dos agentes tóxicos,
ao serem biotransformados, sofrem desativação, ou seja, o produto
resultante é menos ativo (menos tóxico) que o precursor.
•Excreção - A excreção pode ser entendida como o processo de
eliminação do agente tóxico 'in natura' ou biotransformado. Essa
eliminação pode ocorrer por meio das secreções (secreção biliar,
sudorípara, lacrimal, salivar, láctea), por excreções (urina, fezes e
catarro) ou pelo ar expirado.
3° Fase – Farmacodinâmica
Os principais mecanismos de ação dos agentes nocivos são:

•Interferência com os sistemas enzimáticos (reversível,


irreversível, síntese letal);
•Interferência com o transporte de oxigênio (carboxi-
hemoglobina, metahemoglobina);
•Interferência com o sistema genético (ação citostática,
carcinogênese, metagênese e teratogênese);
•Interferência com as funções gerais das células (anestésica,
neurotransmissão);
•Irritação direta dos tecidos (dermatite química, gases irritantes);
•Reações de hipersensibilidade (alergia química, fotoalergia, fotos
sensibilização).
4° Fase – Fase Clínica

Nesta fase, ocorre a manifestações de efeitos e sintomas


relacionados a intoxicação é quando o processo se torna visível ,
cada substancia gera um efeito diferente, não sendo possível
determinar os sintomas apresentados em cada manifestação, mas de
forma geral as intoxicações costumam causar:

•Batimentos cardíacos acelerados ou •Vômitos;


lentificados; •Diarréia;
•Aumento ou queda da pressão arterial; •Dor abdominal;
•Aumento ou diminuição do diâmetro •Sonolência;
das pupilas; •Alucinação e delírio;
•Suor intenso; •Retenção ou incontinência
•Vermelhidão ou ferimentos na pele; urinária e fecal;
•Alterações visuais, como barramento, •Lentificação e dificuldade para
turvação ou escurecimento; realizar movimentos.
•Falta de ar;
As substancias que mais causam efeitos tóxicos, são os medicamentos,
geralmente os que são livres de prescrição, este valor esta associado ao
uso indiscriminado, utilização em forma irregular, prescrição abusiva
de medicamentos e falta de atenção aos avisos dos medicamentos.
Podem ocorrer interações entre dois ou mais medicamentos que o
paciente está tomando, além disso reações alérgicas também pode
acontecer em indivíduos predispostos.

As drogas mais comuns que resultam em intoxicação são paracetamol,


salicilato, antidepressivos e fenotiazinas.
O paracetamol é um medicamento sem prescrição frequentemente
usado para aliviar a febre e dor.
Salicilato é outra medicação para a febre, dores no corpo e
inflamações. Antidepressivos são para o tratamento da depressão, e
fenotiazina é também usado para tratar problemas emocionais e
mentais.
INTOXICAÇÃO OVERDOSE

•Pode gerar um efeito


toxico a partir de uma
pequena quantidade,
depende de fatores •É necessária uma
como a suscetibilidade grande dose da
do organismo, via de substância para causar
administração, tempo o efeito nocivo.
de exposição e outros
fatores .
A principal diferença entre intoxicação e overdose é a
quantidade de substância necessária para causar o efeito nocivo.
Quando se há o uso de substancia concomitantemente a chance
de se ter um efeito nocivo é aumentado e a quantidade de
substância capaz de causar a intoxicação ou overdose poderá ser
diminuído.

Além disso, a intoxicação pode ser aguda, quando causa sinais e


sintomas após um único contato com a substância, ou crônica,
quando seus sinais são sentidos após acúmulo da substância no
organismo, consumidos por muito tempo, como acontece nas
intoxicações por medicamentos como Digoxina e Amplictil, por
exemplo, ou por metais, como chumbo e mercúrio.
Tipos de intoxicação

Intoxicação exógena: acontece quando a substância


intoxicante está no ambiente, capaz de contaminar através da
ingestão, contato com a pele ou inalação pelo ar. As mais
comuns são o uso de medicamentos em doses elevadas, como
antidepressivos, analgésicos, anticonvulsivantes ou ansiolíticos,
uso de drogas ilícitas, picada de animais venenosos, como cobra
ou escorpião, consumo de álcool em excesso ou inalação de
produtos químicos, por exemplo;

Intoxicação endógena: é causada pelo acúmulo de substâncias


maléficas que o próprio organismo produz, como a ureia, mas
que costumam ser eliminadas através da ação do fígado e
filtragem pelos rins, e podem ser acumuladas quando estes
órgãos apresentam uma insuficiência.
Classificação Toxicológica
Segundo a classificação toxicológica da Lei Estadual no
7.747/1982, as substâncias químicas são classificadas em:

• Classe I – altamente tóxicas para o homem, causam lesões


sistêmicas, possuem propriedades carcinogênicas,
teratogênicas, mutagênicas e prejudica o processo reprodutivo.
•Classe II – medianamente tóxica, causa irritação severa na
pele.
•Classe III – pouco tóxica, causa irritação moderada na pele.
•Classe IV – praticamente não tóxica, provocam irritação leve
na pele.
Tratamento
O tratamento para intoxicação varia de acordo com a sua causa e com o
estado clínico da pessoa, podendo ser iniciado já na ambulância ou ao
chegar no pronto-socorro, pela equipe médica, e envolve:

•Avaliação dos sinais vitais: como pressão, batimentos cardíacos e


oxigenação do sangue, e estabilização, com hidratação ou uso de oxigênio,
por exemplo, se necessário;
•Identificar as causas da intoxicação, através da análise da história
clínica, sintomas e exame físico da vítima;
•Realização de descontaminação, que tem como objetivo diminuir a
exposição do organismo à substância tóxica, através de medidas como
lavagem gástrica, com irrigação de soro fisiológico através de uma sonda
nasogástrica, administração de carvão ativado no trato digestivo para
facilitar a absorção do agente tóxico, ou lavagem intestinal, com laxativos,
como manitol;
•Utilização de antídoto, se houver, que pode ser específico para cada tipo
de substância.
Alguns dos antídotos mais utilizados são:

Fonte: Sintox- ANVISA, 2021.


A Toxicologia Clínica depende diretamente da Toxicologia Forense
para determinar o tratamento, visto que a primeira identifica as , a
contaminação, descreve os sinais e sintomas, para se determinar o
tratamento é necessário que haja a atuação da Toxicologia forense
que irá identificar o agente causador do efeito tóxico.
Em indivíduos vivos a toxicologia forense auxilia a toxicologia
clinica na substancia envolvida na exposição e conseqüentemente
na determinação do tratamento.
Em indivíduos mortos auxilia a toxicologia clinica na determinação
de doses letais, caracterização de efeitos nocivos e identificação da
DL50 dos medicamentos.
Base Legal para definição de toxicidade.

Para a quantificação é preciso que se conheça a


intensidade da exposição (dose), os efeitos que tal
exposição pode produzir e, ainda, a relação dose versus
resposta, para o agente químico considerado. Obtidas
estas informações, especifica-se o risco aceitável
(exposição admissível) para aquele agente químico.
Utilizam-se geralmente os Limites de Tolerância legais,
constantes na NR-15 da Portaria 3214/78.
TOXICOLOGIA FORENSE

Tem por finalidade, detectar e quantificar substâncias tóxicas,


estando incluída no âmbito da toxicologia analítica
(RANGEL,2004).

Até o século XX a toxicologia forense restringia-se em identificar


a origem tóxica de determinado crime, já atualmente está ciência
atua em perícias, tanto no indivíduo vivo, para rastrear drogas de
abuso e caracterizar um estado de toxicodependência, quanto no
cadáver, para detectar overdose, reação anafilática á drogas
(quando a morte está associada ao consumo de drogas)
Pericias Toxicológicas

As perícias toxicológicas realizadas em toxicologia forense,


embasam-se em procedimentos que visam garantir a qualidade das
mesmas, com o propósito de esclarecer muitas questões de nível
judicial referentes a intoxicações. Há uma vasta gama de amostras
que podem ser utilizadas em toxicologia forense, como por exemplo:
órgãos colhidos na autópsia, fluidos biológicos (tanto do indivíduo
vivo, quanto do cadáver) etc.
As amostras são selecionadas e colhidas de acordo com a
especificidade do caso e o tipo de análise que se pretende realizar.
A toxicologia forense, portanto, utiliza as análises toxicológicas
relacionando-as com o procedimento legal, sendo importante
ferramenta na materialização do crime. Compreender as formas de
exposição, toxicocinética e toxicodinâmica dos xenobióticos
(substâncias químicas exógenas).
Material Biológico Para Análises Toxicológicas pós morte
Diversas amostras podem ser utilizadas nas análises, como por exemplo:
sangue, urina, encéfalo, coração, bile, conteúdo gástrico e, em situações de
extrema decomposição, podem ser coletados ainda, cabelo, osso e tecido
muscular.
As quantidades de amostras biológicas solicitadas para as análises, depende
do que está sendo estudado, por exemplo, as mortes que envolvem a ingestão
de determinada substâncias, requerem a coleta de grande quantidade de
material durante a autópsia.
O FTLG (Guia para os Laboratórios de Toxicologia Forense) recomenda a
coleta, em quantidade suficiente, das amostras para diversas análises e sua
repetição, quando necessária (OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2014).
Tipos de amostras e suas finalidades
•Sangue: coletado da cavidade cardíaca ou o sangue da cavidade
torácica. Substâncias facilmente detectadas no sangue: cianeto,
álcool e monóxido de órgãos.

•Humor vítreo: fluido transparente que se localiza na cavidade


posterior do olho e preenche o espaço entre o cristalino e a retina.
Uso é indicado em análises de cadáveres carbonizados, em
decomposição ou politraumatizados.

•Conteúdo estomacal: Amostra importante para as análises que


se refere a intoxicação por via oral. O estômago ligado às suas
extremidades deve ser enviado fechado, ao laboratório. Os
achados observados na abertura, podem direcionar às análises,
como por exemplo, restos de toxicantes não absorvidos, como os
comprimidos.
Tipos de amostras e suas finalidades

•Fígado: É um dos mais importantes tecidos coletados para análises


toxicológicas pois é o principal órgão envolvido na biotransformação
dos toxicantes.

•Rins: É o principal órgão de eliminação para a maioria dos


xenobióticos. É um órgão com importante vascularização e rico em
metalotioneínas, apresentando particular relevância nos casos de
intoxicação por metais tóxicos.

•Encéfalo: Pouco utilizada nas análises toxicológicas, por causa dos


poucos estudos sobre a distribuição dos toxicantes e a falta de técnicas
para obtenção dos dados.

•Urina - É um fluido biológico extensamente utilizado em análises


toxicológicas. Contudo, devido ao relaxamento dos esfíncteres,
traumas com rompimento da bexiga ou o fato de ter havido uma
micção no momento que precedeu a morte, a bexiga poderá estar vazia
no momento da necropsia, sendo assim, acaba sendo inviável.
Conclusão

Nos últimos anos tem se identificado altos índices de intoxicação


humana por substâncias químicas, devido ao uso irregular de
substâncias presentes nas diferentes formas no mercado e
utilizadas pela população.
Como os fármacos, agrotóxicos e drogas de abuso.
As toxicologias clínicas e forense buscam definir os agentes
tóxicos e suas principais ações, estas ciências são determinantes
na formulação de legislações que promovam a utilização segura
destes agentes, a conscientização da população sobre os riscos e
a formação dos profissionais de saúde quanto a orientação,
utilização e manuseio dos agentes tóxicos.
Até Logo, Obrigada !!!
Obrigada !!!

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