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Assistência de Enfermagem nas Doenças do

Sistema Respiratório

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 10

Lorena Carine, Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).


Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho e Pós Graduada em Gestão Hospitalar.
Docente da Grau Técnico.
Doenças do aparelho respiratório: Rinite.
Sinusite. Asma. Bronquite. Pneumonia

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 10
ASMA BRÔNQUICA
Asma Brônquica

 A asma brônquica é uma doença obstrutiva com


a diminuição do calibre das ramificações dos
bronquíolos, caracterizada por crises recorrentes
de broncoespasmo (espasmo da musculatura
lisa), edema da mucosa brônquica e produção de
muco espesso.
Asma Brônquica

 O quadro obstrutivo se deve principalmente à


broncoconstricção, porém ao longo do tempo, a
inflamação brônquica provoca espessamento da
parede e aumento de secreção brônquica que
tende a formar rolhas de muco nas vias aéreas
inferiores e ser eliminada através da
expectoração.
Asma Brônquica

 A palavra asma vem do grego "asthma", que


significa "sufocante", "arquejante".

 Em indivíduos susceptíveis esta inflamação causa


episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no
peito, e dificuldade para respirar.
Asma Brônquica

 A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a


estímulos tais como alérgenos, irritantes
químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios.

 Quando expostas a estímulos alérgenos, as vias


aéreas ficam edemaciadas, estreitas, cheias de
muco e excessivamente sensíveis aos estímulos.
Asma Brônquica
CAUSAS

• Inalação de alérgeno, como o pó domiciliar


constituído principalmente de ácaros;

• Exercícios físicos;

• Infecção do trato respiratório e resfriado


comum;
CAUSAS

• Emoções intensas como tensão e


preocupação;

• Aspirina e outros medicamentos;

• Tabagismo;
CAUSAS

• Mudança de clima (ar frio), exposição à


fumaça;

• Poluição, perfumes, cosméticos, inseticidas e


outros;

• Mofo, pelos de animais, tapetes e cortinas


também favorecem o acúmulo de poeira;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Dispneia;

• Sibilos;

• Cianose de extremidades;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Tosse que se inicia seca e posteriormente


evolui para produtiva e mucosa;

• Taquicardia;

• Sudorese abundante;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Sensação de opressão (aperto) no peito;

• Ansiedade e agitação;

• Ao longo do tempo, o paciente apresentará


uma deformidade torácica conhecida como
“peito de pombo”.
Tórax peito de pombo
FISIOPATOLOGIA

• É uma inflamação difusa e reversível das vias aéreas,


que leva a obstrução devido ao edema das
membranas mucosas que recobrem as vias aéreas,
redução do diâmetro das vias aéreas, contração do
músculo liso do brônquio, causando estreitamento e
aumento da produção de muco, o que diminui o
calibre da via aérea e pode obstruir inteiramente o
brônquio.
FISIOPATOLOGIA

 Os músculos brônquicos e
as glândulas mucosas
hipertrofiam, um escarro
espesso é produzido e os
alvéolos tornam-se
hiperinsuflados.
EXAME FÍSICO

• Frequência respiratória;

• Pulso;

• Cianose;

• Nível de consciência;

• Sibilância
Tratamento

• É realizado inicialmente para estabilizar o


quadro respiratório e depois o paciente
necessitará realizar um acompanhamento
médico especializado, bem como, alguns tipos
de reeducação de hábitos diários.
Tratamento

 Tratamento com broncodilatadores:

• Broncodilatadores agem através de seu efeito


direto relaxante sobre a célula muscular lisa.
Eles pertencem a três classes farmacológicas:
agonistas dos receptores β2-adrenérgicos,
metilxantinas e antagonistas muscarínicos (ou
anticolinérgicos inalatórios).
Tratamento

 Tratamento com broncodilatadores:

• Os β2-agonistas de curta e de longa duração,


junto com os corticosteroides inalatórios,
constituem o pilar terapêutico da asma nos
doentes com a asma mal controlada com o
uso isolado de corticosteróide inalatório.
Tratamento
 Associação:

• b2-agonista: Fenoterol (Berotec) ou Salbutamol


(Aerolin).
• Anticolinérgico: Brometo de Ipratrópio (Atrovent).

• Tanto o Salbutamol (Aerolin) quanto


o Fenoterol (Berotec), são broncodilatadores de curta
ação, utilizados para crises de broncoespasmo.

• Já o brometo de Ipatrópio (Atrovent®) é um


anticolinérgico utilizado para potencializar a ação
do fenoterol.
Tratamento

 Forma de administração:

• Nebulização.
• Aerossol com espaçador.
Tratamento com Corticoides

• Metilprednisolona (EV): 0,5 a 2 mg/ Kg/ dose a cada


6-8 horas.
• Hidrocortisona (EV): 3 a 4 mg/ Kg/ dose a cada 4-6
horas.

• Prednisona (VO): 1 a 2 mg/ Kg/ dose a cada 6-8 horas.


• Prednisolona (VO): 1 a 2 mg/ Kg/ dose a cada 6-8
horas.
Assistência de Enfermagem

• O entendimento da doença, uso correto dos


medicamentos (sobretudo os inalatórios),
ensinamento do controle ambiental, planos de
auto manejo das crises e reconhecimento da falta
de controle sobre a asma;

• O controle ambiental é feito através da


identificação e medidas para evitar os fatores
desencadeantes.
Cuidados de Enfermagem

• Exame físico para identificar a gravidade do


paciente, administrar a oxigenoterapia de acordo
com a prescrição médica;

• Manter monitorização contínua através de


oxímetro de pulso;

• Administrar as medicações prescritas incluindo os


antibióticos, se houver infecção;
Cuidados de Enfermagem

• Administrar líquidos EV para evitar a


desidratação, até que o paciente possa tolerar
a ingestão oral de líquidos, que ajuda a soltar
as secreções;

• Atentar para sinais de complicações


potenciais.
BRONQUITE
Bronquite Crônica

 É a inflamação da mucosa brônquica, caracterizada por


produção excessiva de secreção mucosa na árvore
brônquica (tosse produtiva).

 Poderá transformar-se em asma se não tratada


adequadamente.

 A bronquite crônica, aumenta o risco de outras


infecções respiratórias, particularmente da pneumonia.
Bronquite Crônica

 A bronquite pode ser tanto aguda quanto crônica. 

 A diferença consiste na duração e agravamento das


crises, que são mais curtas (uma ou duas semanas) na
bronquite aguda, enquanto, na crônica, não
desaparecem, pioram pela manhã e se manifestam por
três meses ou mais durante pelo menos dois anos
consecutivos.
ASMA BRONQUITE

É desencadeada por um Costuma surgir de uma


processo alérgico. infecção provocada por vírus
ou bactérias.

Ambos os processos levam a inflamações nas vias aéreas


inferiores, chamadas brônquios e bronquíolos, que fazem parte
dos pulmões.
Bronquite Crônica

  Por ser uma enfermidade rara entre os não


fumantes, é conhecida também por “tosse dos
fumantes”.
Bronquite Crônica

 O fumo é o principal fator de risco para a


bronquite crônica.

 Além da fumaça do cigarro, a poluição do ar e a


exposição ocupacional, deixando-os mais
vulneráveis às infecções virais, bacterianas e por
micoplasmas (são bactérias que causam infecções
do trato respiratório e dos tratos genital e
urinário).
Manifestações Clínicas

• Tosse e expectoração mucoide ou purulenta;

• Ruídos pulmonares;

• Crises de dispneia;

• Em alguns casos há a presença de cianose;

• Suscetibilidade às infecções do trato respiratório.


Bronquite Crônica
Diagnóstico

• O diagnóstico leva em conta os sinais e sintomas, o


histórico do paciente e o exame clínico. Em algumas
situações, a prova de função pulmonar, ou
espirometria, ajuda a estabelecer o diagnóstico
diferencial.
Tratamento

 A medida mais importante no tratamento é parar de


fumar.

 Também é importante não permanecer em ambientes


em que haja pessoas fumando.

 Medicamentos broncodilatadores, antibióticos,


mucolíticos e anti-inflamatórios.

 Portadores da bronquite crônica devem ser vacinados


contra a gripe e contra a pneumonia.
Cuidados de Enfermagem

• Profilaxia das crises de bronquite, reduzindo a


exposição aos agentes irritantes e poluentes;

• Acionar fisioterapia respiratória;

• Hidratação para fluidificar as secreções;

• Inalação e oxigenoterapia.
RINITE
Rinite

 A rinite é um conjunto de distúrbios caracterizados por


irritação e inflamação das mucosas do nariz, podendo ser
de origem alérgica ou não, bem como de condição aguda
ou crônica.
Rinite

 A rinite não-alérgica pode ser causada por inúmeros


fatores, inclusive os ambientais como alterações da
temperatura e umidade, odores ou alimentos, idade,
doença sistêmica, drogas (cocaína), medicamentos
prescritos ou a presença de um corpo estranho.
Rinite

 A rinite induzida por uso de


substâncias pode ser
associada aos contraceptivos
orais, descongestionantes
nasais e ainda, agentes anti-
hipertensivos, bem como,
pode ser uma manifestação
de alergia, neste caso,
chamada de rinite alérgica.
Manifestações clínicas

 Rinorreia (drenagem nasal excessiva, coriza);


 Congestão nasal (nariz entupido);
 Secreção nasal (purulenta na rinite bacteriana);
 Prurido nasal;
 Espirros.

 A cefaleia pode aparecer, principalmente quando


a sinusite está presente.
Tratamento clínico

 Deve-se perguntar ao paciente sobre seus


sintomas recentes, a possível exposição aos
alérgenos em casa, ambiente ou local de
trabalho.
Tratamento clínico

 Se rinite viral, são administrados medicamentos


para alívio dos sintomas, se for bacteriana, a
introdução de antibióticos se faz necessária.

 Dependendo da gravidade da alergia,


corticosteroides e anti-histamínicos podem ser
administrados.
Tratamento Clínico

 A terapia medicamentosa para a rinite alérgica e não


alérgica enfoca o alívio dos sintomas.

 Os anti-histamínicos são administrados para aliviar os


espirros, o prurido, a coriza e a rinorreia; os agentes
descongestionantes nasais são usados para a
congestão nasal, além disso os corticosteroides
podem ser administrados nos casos de congestão
nasal grave.
SINUSITE
Sinusite

 A sinusite é uma infecção dos seios


paranasais que se desenvolve em
consequência de uma infecção
respiratória alta, como uma
infecção viral ou bacteriana não
resolvida ou de uma exacerbação
de uma rinite alérgica.
Sinusite

 A congestão nasal causada por


inflamação, edema e transudação de
líquidos leva a obstrução das
cavidades sinusais, propiciando um
meio excelente para o crescimento
bacteriano.

 Os organismos bacterianos compõem


60% das sinusites agudas.
Manifestações clínicas

 Os sintomas da sinusite incluem:

Dor facial ou pressão na área afetada;

Obstrução nasal;

Fadiga;
Manifestações clínicas

 Os sintomas da sinusite incluem:

Secreção nasal purulenta;

Febre;

Cefaleia;
Manifestações clínicas

 Os sintomas da sinusite incluem:

Dor no ouvido;

Odontalgia;

Tosse;
Manifestações clínicas

 Os sintomas da sinusite incluem:

Diminuição do olfato (anosmia);

Dor de garganta;

Congestão facial;

Edema palpebral.
Tratamento

 O tratamento da sinusite inclui o alívio dos


sintomas e o uso do antimicrobiano, tendo como
metas, combater a infecção, aliviar a dor e a
congestão nasal.
Tratamento

 Os antibióticos utilizados no tratamento da


sinusite variam como: amoxicilina, eritromicina,
clavulonato de potássio, ciprofloxacina,
azitromicina, claritromicina, dentre outros.

 O curso do tratamento geralmente é de 7 a 14


dias.
Tratamento

 O uso de descongestionantes nasais e orais diminui o


edema dos pólipos nasais, melhorando a drenagem
dos seios paranasais.

 A umidade aquecida e a irrigação com soro fisiológico


também ajudam a abrir as passagens bloqueadas.
Tratamento

 Os anti-histamínicos como a difenidramina


podem ser empregados quando há uma suspeita
alérgica.

 Se após este tratamento o paciente continuar a


apresentar os sintomas de 7 a 14 dias, poderá ser
necessária a drenagem dos seios paranasais, bem
como a hospitalização.
PNEUMONIA
Pneumonia

 Processo inflamatório do parênquima pulmonar,


geralmente infeccioso, causada por bactérias,
vírus, fungos, por aspiração do conteúdo gástrico
ou de secreções das vias aéreas superiores,
podendo ser causada também por agentes
externos inalados ou aspirados e por processos
inflamatórios autoimunes.
Fisiopatologia

 Pode acontecer uma reação


inflamatória nos alvéolos produzindo
um exsudato que interfere com a
difusão do oxigênio e do dióxido de
carbono.
Fisiopatologia

 Os leucócitos, em sua maioria os neutrófilos,


também migram para dentro dos alvéolos e
preenchem os espaços que normalmente contêm
ar.
Fisiopatologia

 As áreas dos pulmões deixam de ser


adequadamente ventiladas devido às secreções e
ao edema da mucosa que provocam uma oclusão
parcial do brônquio ou dos alvéolos, com
resultante diminuição da tensão alveolar de
oxigênio.

 Em decorrência da hipoventilação, acontece um


desequilíbrio na ventilação-perfusão na área
afetada do pulmão.
Fisiopatologia

 Ventilação: é a entrada e saída de ar nos pulmões.


Ela possibilita a entrada do ar vindo do meio
ambiente e rico em oxigênio e sua chegada aos
alvéolos pulmonares. Possibilita também a saída
do ar carregado de gás carbônico, dos alvéolos até
o meio externo.

 Perfusão: é o mecanismo que bombeia sangue


nos pulmões.
Fatores de Risco

• Gripes e infecções viróticas (inclusive gripes


mal curadas);

• Idade avançada;

• DPOC;
Fatores de Risco

• Desnutrição;

• Diabetes mellitus;

• Tabagismo;

• Alcoolismo;
Fatores de Risco

• Aids e outras imunodeficiências;

• Uso de imunossupressores;

• Pacientes internados em uso de


equipamentos como: tubo traqueal,
nebulizadores, sondas de aspiração
nasogástrica ou nasoentérica.
Manifestações Clínicas

 Febre e calafrios;

 Dor torácica ao respirar e tossir;

 Expectoração purulenta;
Manifestações Clínicas

 Cefaleia;

 Náuseas;

 Astenia;

 Inapetência;
Manifestações Clínicas
 Vômitos;

 Mialgia, atralgia;

 Diarreia.

 A tosse pode ser seca ou acompanhada de


expectoração que pode ser purulenta ou
hemoptoica.
Diagnóstico

 A base é a clínica aliada a exames laboratoriais e


radiológicos, quando necessários:

• Raio X de tórax;
• Exames laboratoriais e sorológicos;
• Culturas (hemocultura, cultura do líquido
pleural, de escarro, lavado brônquico);
• Toracocentese, broncoscopia, tomografia de
tórax.
Toracocentese Broncoscopia
Tratamento

• Antibioticoterapia e analgesia apropriada,


conforme prescrição médica;

• Hidratação adequada (oral ou endovenosa);

• Antitérmicos;
Tratamento

• Oxigenoterapia se necessário;

• Alimentação com dieta hipercalórica;

• Fisioterapia respiratória;

• Repouso relativo.
Medidas Preventivas

 Vacinação dos grupos de risco contra:

 Infecções pneumocócicas e por vírus influenza;

 Pessoas acima de 50 anos;

 Internos em asilos;

 Pacientes debilitados;
Medidas Preventivas

 Vacinação dos grupos de risco contra:

 Cardiopatas;

 Esplenectomizados;

 Portadores de anemia falciforme;

 Alcoolistas.
Cuidados de Enfermagem

• Evitar decúbito dorsal prolongado, estimulando a


mudança de decúbito para facilitar a mobilização
de secreções;

• Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara


se há cianose ou desconforto respiratório;

• Orientar o paciente para evitar fumar e beber


bebidas alcoolicas;
Cuidados de Enfermagem

• Manter nutrição adequada;

• Se o paciente faz uso de sondas para


alimentação, atentar para a lavagem após
medicações e dietas, bem como para o
decúbito, evitando a broncoaspiração;

• Orientar o paciente para evitar mudanças


bruscas de temperatura;
Cuidados de Enfermagem

• Oferecer aporte hídrico adequado;

• Realizar aspiração das vias aéreas, se


necessário, para evitar o acúmulo de
secreções;

• Administrar as medicações prescritas.


Referências

• Campos, Hisbello S.¹ ,Camargos, Paulo A. M.² Broncodilatadores. Disponível em: http
://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2012/n_02/10.pdf
• https://bvsms.saude.gov.br/pneumonia-5/#:~:text=Pneumonia%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20que,entre
%20um%20alv%C3%A9olo%20e%20outro
).
• https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/bronquite/
Atividade

1. Qual principal fator de risco para bronquite crônica?


2. Cite 2 grupos de risco para desenvolver pneumonia.
3. Termos Técnicos
Anosmia
Broncoespasmo
Rinorreia
Expectoração hemoptoica
Odontalgia

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