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. FARMACOLOGIA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – 06 de maio .

Definição: A insuficiência cardíaca (IC), também chamada falência cardíaca, é quando o débito cardíaco está inadequado para
fornecer oxigênio ou nutrientes para os órgãos.

Os sintomas incluem falta de ar, fadiga, pernas inchadas e batimentos cardíacos acelerados. O tratamento pode incluir a
ingestão limitada de sal e de líquidos, bem como o uso de medicamentos com prescrição. Em alguns casos, pode ser implantado
um desfibrilador ou marca-passo.

Mecanismos para compensar a insuficiência cardíaca:


1. SNAS (Sistema Nervoso Autônomo Simpático) -> Aumento do tônus simpático no coração (baroceptores vão detectar a
diminuição da pressão arterial, e consequentemente, do débito cardíaco).

2. Sistema Renina-Angiotensia-Aldosterona -> A angiotensina causa uma vasoconstrição na tentativa de aumentar a pressão e a
perfusão dos órgãos, o que a longo prazo é um efeito maléfico (coração precisará aumentar a força para compensar o aumento
da pós carga).

3. Hipertrofia -> Como o débito cardíaco está insuficiente, o coração irá hipertrofiar (aumentando a força cardíaca) para
compensar.

Os problemas que vão se estabelecendo na IC são, muitas das vezes, em decorrência dos próprios mecanismos de compensação.

Fisiopatologia da insuficiência cardíaca:

 Pré-carga aumentada -> o volume de sangue que chega no coração está aumentado. Como se tem uma ativação do sistema
renina-angiotensina-aldosterona, a aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e água, aumentando o volume sanguíneo,
consequentemente aumentando a pré-carga e a força de ejeção do coração (Mecanismo de Frank Starling).

 Pós-carga aumentada -> Em decorrência do aumento da resistência vascular periférica, promovido pelo sistema renina-
angiotensina-aldosterona. A angiotensina irá provocar uma vasoconstrição na tentativa de compensar a insuficiência cardíaca.

 Contratilidade diminuída -> O coração entra em um estado de exaustão, diminuindo a força de contração.

 Frequência cardíaca aumentada -> Ao tentar compensar o débito cardíaco inadequado, aumenta-se a frequência cardíaca.

FARMACOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

 Pré-carga: Para a redução da pré-carga serão usados DIURÉTICOS, a fim de diminuir o volume sanguíneo elevado. (Ex.:
Furosemida)

 Pós-carga: Para a redução da pós-carga serão usados VASODILATADORES, na tentativa de reduzir a resistência vascular
periférica, causando uma vasodilatação. (Ex.: Hidralazina)

 Contratilidade: Para o controle da contratilidade cardíaca serão usados os DIGITÁLICOS. (Ex.: Digoxina)

 Frequência cardíaca: Para a redução da frequência cardíaca, serão usados BETABLOQUEADORES. (Ex.: Atenolol)
FÁRMACOS DIGITÁLICOS

Definição: Os cardioglicosídeos ou digitálicos constituem um grupo de fármacos usados no tratamento de doenças do coração
(em último caso), nomeadamente de arritmias e insuficiência cardíacas.

 Mecanismo de ação: A ação mais importante dos digitálicos no coração é o fortalecimento da sua musculatura . As fibras
digitalizadas se contraem com maior vigor e possibilitam ao coração esvaziar-se cada vez melhor, em decorrência da inibição
da bomba de Na/K, que possibilita a manutenção de cálcio meio intracelular, este cálcio será mobilizado pelo retículo
sarcoplasmático, aumentando a contratilidade cardíaca. O resultado é o aumento do volume de sangue impulsionado a cada
contração do ventrículo.
 Efeitos colaterais: Aumento do débito cardíaco; redução da pressão venosa; diurese; redução do edema.
 Efeitos adversos: Anorexia e diarréia; náuseas, vômitos e perturbações visuais; confusão mental; cefaléia, fadiga e tontura.

ATENÇÃO: O grande problema dos digitálicos é o aumento da chance de arritmias. Tal efeito é explicado pela diminuição dos
canais de sódio disponíveis para a despolarização, dessa forma, ela não ocorrerá de maneira rápida e sincroniza da no músculo
cardíaco (diminuição da velocidade de propagação do potencial de ação pela fibra cardíaca), aumentando a chance de uma
dessincronização do ritmo cardíaco.
Outro fator é o aumento do cálcio intracelular (promovido pelo digitálico), que interfere com a fase 4 do ciclo cardíaco (fase
de despolarização espontânea), causando um aumento na inclinação da despolarização espontânea (provocando o surgimento
de extrassístoles).
Principal fármaco: Digoxina
Farmacocinética da digoxina: Administrada por via oral (cerca de 75% de absorção nessa via); Distribuída pela ligação com a
albumina (cerca de 25%); Metabolização renal; Meia-vida de 40 horas (não é necessária a administração diária).
IMPORTANTE: A Digoxina é quase sempre usada em associação com Xilocaína/Lidocaína, para minimizar/prevenir o efeito
arrítmico desse fármaco

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