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Insuficiência Cardíaca
É uma síndrome – conjunto de sinais e sintoma - que mostra que o coração não está conseguindo jogar
sangue para a demanda dos tecidos (aumenta pressão diastólica para tentar manter o débito), ou só
consegue com uma pressão de enchimento muito alto.
O paciente não precisa ter sinais e sintomas para ser diagnosticado com IC pois na evolução da doença,
no início, tem apenas alterações estruturais e/ou funcionais do coração que não causam necessariamente
sinais e sintomas.
EX – paciente com HAS que já inicia uma lesao miocárdica e começa a hipertrofiar e dai já não consegue
relaxar corretamente tem uma certa disfunção diastólica (não relaxa bem para conseguir receber o
sangue e ejetar corretamente) mas ainda não tem sinais e sintomas (baixo débitos, congestão, ...) – nesse
caso a disfunção é o déficit no relaxamento.
Classificações
Fração de ejeção – quando o coração relaxa (diástole) o sangue entra no ventrículo (volume diastólico
final – VDF- = 100 ml), então vem a ejeção (sístole) e o coração vai esvaziar, mas ainda sobra um pouco de
sangue no ventrículo (volume sistólico final -VSF- = 40 ml) então os 60 ml foi o ejetado. Logo,
IC de baixo débito (chega pouco sangue e o coração tem que fazer mais esforço para ejetar) x IC de alto
débito (o retorno venoso é tão grande que cansa o coração)
Estabilidade da doença – tem IC crônica, mas tem sintomas estáveis (sem sintomas por 1 mês)
Fisiopatologia da IC
É uma doença progressiva que acontece a partir de um evento índice que causa
Eventos índices
Início gradual – sobrecarga de pressão/volume (HAS, insuficiência mitral, estenose aórtica – doenças
valvar no geral)
Hereditário – cardiomiopatias
Remodelamento compensatório
epidemiologia da IC
Causas
Descobrir a causa da doença é tão importante quanto descobrir a existência da doença. Epidemiologia no
Brasil é agravada por baixo investimento em saúde, pouca adesão ao tratamento de doenças básicas
(HAS), causas como febre reumática e doença de chagas são comuns no Brasil (diferente de países
desenvolvidos)
Alta mortalidade
IC com FE reduzida – 9%
IC com FE intermediária -8%
Ic com FE Normal – 6%
Manifestações Clínicas da IC
Se houver uma doença no coração o sangue que chega nele pelo sistema venoso não vai ser enviado para o
sistema arterial com eficiência – BAIXO DÉBITO – ou seja, está chegando pouco sangue nos tecidos.
Além disso, como o sangue não está indo todo para o sistema arterial ele começa a voltar para o sistema
venoso – CONGESTÃO -.
Pressão venosa jugular elevada (vê o pulso venoso da jugular interna refletindo no pescoço)
Refluxo hepatojugular (quando aperta a loja hepática e a jugular enche)
Terceira bulha cardíaca
5– – 4–
Impulso apical desviado para a esquerda (ictus aumentado e desviado)
congestão de jugular externa, mas que é um sinal de que a jugular interna (que é
avaliada quando a pressão venosa está aumentada) também está em estado de
congestão. → sinal indireto de aumento da pressão venosa
Crepitações pulmonares
Taquicardia
Hepatomegalia e ascite
Extremidades frias
Edema periférico
Sintomas típicos
Falta de ar/dispneia
Ortopneia (quando deita o retorno venoso piora a congestão do pulmão, então sem a ação da
gravidade o sangue começa a voltar e o pulmão se enche de líquido e causa falta de ar)
Dispneia paroxística noturna (paciente consegue deitar e dormir mas com o passar do tempo sem a
ação da gravidade todo o liquido que estava nas extremidades edemaciadas começa a reabsorver e
voltar para o sistema venoso e ao longo da noite começa a ter aumento do retorno venoso e logo
causa a falta de ar)
Fadiga/cansaço (o baixo débito diminui a quantidade de sangue que chega nos membros)
Intolerância ao exercício
Tosse noturna
Ganho de peso
Dor abdominal
Perdado apetite e de peso
Nócturia e oligúria
Cianose
5– – 4–
Questões
1 - Sobre Insuficiência Cardíaca (IC), assinale a alternativa correta:
B - A IC com Fração de Ejeção do VE (FEVE) intermediária é aquela com FEVE entre 40 e 50%
A - Tabagismo
B - HAS
C - Diabetes Mellitus
A - Tabagismo
B - Diabetes Mellitus
6 – Existe um perfil típico de paciente que há alto risco de desenvolver IC em 10 anos. Quanto a
esse perfil de paciente, assinale a alternativa correta:
7 – Quanto às classificações de Insuficiência Cardíaca (IC) pela New York Heart Association
(NYHA) e American Heart Association (AHA), assinale o que for correto:
D - Pela classificação da AHA, o nível B possui alterações estruturais cardíacas, mas sem sintomas
A - Pacientes classe A não precisam de nenhuma intervenção, não necessitando de orientação médica
B - Pacientes classe C devem realizar a terapia tripla, mas considerar a possibilidade de Terapia de
Ressincornização Cardíaca ou Cardiodesfibrilador Implantável
C - Pacientes classe B precisam apenas realizar o controle dos fatores de risco, sem necessidade de
medicação
A - A paciente apresenta uma dispneia de causa pulmonar já que a função contrátil do ventrículo
esquerdo é normal
B - Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente são compatíveis com o diagnóstico de cor pulmonale
11 – Considere uma paciente com Insuficiência Cardíaca (IC) que resulta em ligeira limitação da
atividade física. Ele fica confortável em repouso. A atividade física ordinária resulta em fadiga,
palpitações, dispneia ou dor anginosa. Esse paciente deve ser classificado funcionalmente, conforma
a New York Heart Association (NYHA), em:
A-I
B - II
C - III
D - IV
A - A medida do volume do ventrículo esquerdo pode ser útil no diagnóstico de Insuficiência Cardíaca
Congestiva com função sistólica preservada (diastólica)
B - O ponto de corte da fração de ejeção do ventrículo esquerdo para o diagnóstico de ICC diastólica é
de 0,35
14 – Paciente homem, 68 anos, tabagista, com história prévia de HAS e DM em tratamento, chega
ao consultório queixando-se de dispneia aos esforços moderados, que piora em decúbito dorsal e
5– – 4–
chega a acordar o paciente durante a noite subitamente. O paciente afirma que o quadro iniciou-se
insidiosamente há mais de 6 meses e vem piorando progressivamente. Associado à dispneia, o
paciente refere tosse seca que iniciou junto com o quadro. Com base na história e no exame físico
do paciente abaixo, assinale a alternativa INCORRETA:
• Geral= REG, MUC, taquipneico, afebril, anictérico e acianótico, pulsos periféricos de baixa
amplitude
A - HAS, DM e tabagismo são considerados fatores de risco para a provável doença do paciente
C - A presença de dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna e tosse indica a presença de uma IC
direita
A - Paciente com limitação leve, sem sintomas em atividades cotidianas é classificado como NYHA I
Respostas
1 A
A – Quando o paciente está deitado, há menor ação da gravidade e, logo, mais fácil é o retorno venoso.
Como a bomba cardíaca está disfuncional na IC, o paciente precisa ficar na posição ortostática (90º) para
diminuir o retorno venoso e o coração conseguir dar conta de bombear o sangue, o que caracteriza a
Ortopneia. Frequentemente, por esse motivo de na posição deitado o coração não dar conta do aumento
do retorno venoso, ocorre acúmulo de líquido em direção aos pulmões, fazendo o paciente despertar de
noite com falta de ar, o que caracteriza a dispneia paroxística noturna
B – O diagnóstico de insuficiência cardíaca pode ser estabelecido pelo critérios de Framingham (Duke é
Endocardite). É preciso haver 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores de Frahmingam, que são os
seguintes:
C – É preciso 2 maiores ou
1 maior e 2 menores
D - A respiração do
padrão Cheynes-Stokes
(apneias seguidas de
hiperpneias) é encontrada
em cerca de 30% dos
pacientes
5– – 4–
2 D
3 D
A – Perfeito doc! O tabagismo é considerado um fator de risco importante, porém as outras alternativas
também estão corretas. Vide comentário completo na alternativa correta!
C – Perfeito doc! A DM é considerada um fator de risco importantíssimo de IC. Estima-se que pacientes
com HAS e DM, mesmo que tratados, apresentam alto risco de desenvolver IC quando associado a outras
condições, como dislipidemias, tabagismo e obesidade. No entanto, as outras alternativas também estão
corretas. Doc, vide comentário completo na alternativa correta.
D - Perfeito doc! Cerca de 2/3 das insuficiências cardíacas decorrem de cardiopatia isquêmica. Logo, não
é de se espantar que os fatores de risco sejam os clássicos de toda doença cardiovascular:
▪ HAS
▪ DM
▪ tabagismo
▪ etilismo
▪ obesidade
▪ DAC
▪ aterosclerose
▪ dislipidemias
▪ entre outros
4 D
A – Perfeito doc! A idade avançada é um dos principais fatores de risco relacionados à insuficiência
cardíaca. Estima-se que cerca de 20% dos indivíduos com > 40 anos vão desenvolver algum grau de IC até
o final da vida.
B – Perfeito doc! As cardiopatias isquêmicas, com ou sem aterosclerose, respondem por cerca de 2/3 dos
casos de insuficiência cardíaca. O que ocorre aqui é o próprio processo de lesão isquêmica do miocárdio
5– – 4–
que resulta em necrose e apoptose das células, com regeneração fibrosa, culminando em redução inicial
do débito cardíaco e desencadeamento da falência ventricular.
C – Perfeito doc! Estima-se que um IAM aumente em cerca de 15 vezes o risco de desenvolvimento de IC,
uma vez que leva a morte celular miocárdica, com regeneração e fibrose, resultando em redução do
débito cardíaco e consequente falência ventricular.
D - Falso doc! Assim como a maior parte das doenças cardiovasculares, a IC é uma doença de etiologia
multifatorial, com um componente genético muito importante e, claro, um componente ambiental
imprecindível, que serve de gatilho para a redução do débito cardíaco e desenvolvimento da doença.
5 C
A – Falso doc! Embora seja considerado um fator de risco, estudos mostraram uma baixa associação
entre tabagismo e IC, sendo essa associação maior apenas em indivíduos com mais de 64 anos.
C – Perfeito doc! O IAM aumenta o risco de IC em cerca de 15 vezes, isso mesmo doc, 15 VEZES. Mas
porque isso ocorre? Doc, tenha em mente o seguinte:
D - Falso doc! Embora configure um dos principais fatores de risco e uma das principais causas de IC, a
hipertensão não é considerada a principal, e sim o IAM prévio!
6 C
A – Diabéticos e Hipertensos em tratamento fazem parte desse grupo. Se eles não estiverem em
tratamento, podem desenvolver IC muito antes de 10 anos.
C – Perfeito. Obesos com IMC>35 estão inclusos nesse perfil de risco, pois muito provavelmente possuem
Síndrome Metabólica. O grupo possui as seguintes características: -Estar em tratamento para HAS e DM
-Tabagistas -HDL<30 -Glicose ≥ 126 -IMC>35 -Pressão sistólica >150 -Complexo QRS >120ms no ECG -
Colesterol total>250
D - HDL baixo, bem como Glicose e Colesterol total elevados são critérios para risco de IC em 10 anos.
7 D
C – Tanto pela NYHA quanto pela AHA, a última classe (IV e D) correspondem ao pior estágio, ocorrendo
sintomas mesmo em repouso
D - Correta. Para não confundir NYHA com AHA, ou não confundir ABCD com I,II,III e IV, lembre que:
A A-H-A fala das Alterações do Heart, e a classificação começa com A. Aí fica fácil lembrar que: A-
Sem alterações e sem sintomas B-Com alteração estrutural e sem sintoma C-Com alteração estrutural e
com sintoma D-Com alteração estrutural e com sintoma, mesmo com tratamento clínico. É a IC terminal.
8 B
A – Pacientes classe A ainda não tem alterações cardíacas estruturais ou sintomas, mas
precisam controlar os fatores de risco, para que evitar fatores de risco para IC como HAS, DM,
tabagismo e obesidade.
B – Pacientes classe C são aqueles com alterações estruturais e com sintomas. Devem estar em
tratamento clínico com iECA, Beta-bloqueador e Espironolactona e, dependendo do comprometimento
cardíaco, considerar TRC ou CDI.
C – Classe B já possui alteração estrutural cardíaca, mesmo que ainda não apresente sintomas. Logo, para
retardar a progressão do dano ao miocárdio, recomenda-se a terapia tripla: iECA, betabloqueador e
espironolactona
D - Pacientes classe D têm alterações estruturais importantes e sintomas que não melhoram nem mesmo
com o tratamento clínico. Estes pacientes devem considerar transpante ou dispositivo de assistência
ventricular.
5– – 4–
9 A
A – O perfil de paciente mais comum é o paciente B (bem perfundido e congesto). Os perfis são de
acordo com a perfusão (frio ou quente) ou pela congestão (seco ou úmido) Os dois primeiros são bem
perfundidos (quentes): A- Quente e seco B-Quente e úmido Os dois últimos são mal perfundidos
(frios) C-Frio e úmido D-Frio e seco
B – O perfil "L" ou 'D" é o menos comum, que é aquele mal perfundido e não congesto (frio e seco)
D - O perfil D, o menos comum na emergência, também chamado de "L", é Frio (mal perfundido) e seco
(não congesto)
10 D
11 B
B – Classe II tem limitação leve-moderada, como cansaço a caminhadas, limpeza pesada ou vigorosa,
relações sexuais ou jardinagem.
C – Classe III tem acentuada limitação das atividades físicas como tomar banho, se vestir, passar roupa.
12 A
A – INCORRETO! Encontra-se aumentado na ICC pois é produzido pela dilatação das paredes dos
ventrículos
▪ B – Essa é a incorreta.
C – Correto. Além deles, beribéri e doença de Paget são causas de ICC de alto débito cardíaco
D - Isso mesmo. ICC diastólica tem sua maioria dos pacientes IDOSOS DO SEXO FEMININO ,
apresentando hipertrofia concêntrica do VE
14 C
A – Perfeito doc! Estamos diante de um paciente com insuficiência cardíaca. Como cerca de 2/3 das
insuficiências cardíacas decorrem de causas isquêmicas, logo, é de se esperar que os fatores de risco
sejam aqueles clássicos de toda doença cardiovascular:
▪ tabagismo
▪ DM
▪ HAS
▪ obesidade
▪ IAM prévio
▪ etilismo
▪ dislipidemia
▪ aterosclerose
▪ entre outros.
B – Perfeito doc! A presença de B3, e o ritmo de galope, ocorrem por conta do choque da massa de
sangue contra a parede ventricular durante o enchimento ventricular rápido, sendo muito característico
da insuficiência cardíaca!
C – Falso doc! Provavelmente estamos diante de uma IC esquerda, uma vez que os sintomas congestivos
ocorreram principalmente no sistema pulmonar. Se liga nisso doc:
▪ IC direita= turgência jugular, hepatoesplenomegalia, edema de MMII, ascite, dor abdominal, etc.
5– – 4–
D - Perfeito doc! Provavelmente, estamos diante de um paciente com insuficiência cardíaca. Nessa
doença, temos como principal fator fisiopatológico a hiperativação do SRAA. Basicamente, o que ocorre é
uma redução inicial do DC, que pode ser desencadeada por diferentes mecanismos, como doenças valvares
ou até mesmo um IAM prévio, o que leva a uma ativação do SRAA de forma a compensar essa redução do
débito, levando a vasocontrição periférica, retenção hídrica e aumento da FC. No entanto, esse sistema
possui efeitos deletérios no coração, gerando hipertrofia e remodelagem constante do coração, com
necrose e apoptose de miócitos. Como consequência, há ainda mais redução do DC, reiniciando o ciclo.
15 C
A – Falso doc!
B – Falso doc!
▪ AHA A= paciente sem doença estrutural, apenas fatores de risco para IC (HAS, DM, dislipidemia,
aterosclerose, tabagismo e obesidade).
D - Falso doc!
▪ AHA A= paciente sem doença estrutural, apenas fatores de risco para IC (HAS, DM, dislipidemia,
aterosclerose, tabagismo e obesidade).