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Órgãos linfoides

 Órgãos linfáticos primários ( centrais): são As células mais abundantes no timo são os linfócitos T
responsáveis pelo desenvolvimento e em diversos estágios de diferenciação e maturação
maturação dos linfócitos tornando-os células Além dos linfócitos T, o timo contém células
maduras, imunocompetentes. Nos seres reticulares epiteliais, células dendríticas, macrófagos e
humanos, o fígado fetal, a medula óssea pré- fibroblastos.
natal e pós-natal e o timo constituem os órgãos
 Córtex:
linfáticos primários.
 Os órgãos linfáticos secundários o córtex do timo tem um aspecto muito mais escuro do
(periféricos): são responsáveis pelo ambiente que a medula, por causa da presença de um grande
adequado no qual as células número de linfócitos T (timócitos). Células T
imunocompetentes podem reagir umas com as imunologicamente incompetentes deixam a medula
outras, assim como com antígenos e outras óssea e migram para a periferia do córtex do timo,
células para montarem um desafio onde proliferam intensamente e são instruídos de modo
imunológico contra antígenos ou contra a se tornarem células T imunocompetentes.
patógenos invasores. Os linfonodos, baço e
tecidos lmióides associados a mucosas (assim
como a medula óssea pós-natal) constituem os
órgãos linfáticos secundários.

TIMO
O timo é um órgão situado no mediastino, atrás do
esterno e na altura dos grandes vasos do coração. É
formado por dois lobos, envolvidos por uma delicada
cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado.4
Da cápsula do timo, composta por tecido conjuntivo
denso não modelado, saem septos que penetram nos
lobos subdividindo-os em lóbulos incompletos. Cada
lóbulo é constituído por córtex e medula. A medula de
lóbulos adjacentes é confluente.
Depois de alguns anos após a puberdade, o timo
começa a involuir (atrofia) e torna-se infiltrado por No córtex do timo há três tipos de células reticulares
células adiposas. Entretanto, ele pode continuar a epiteliais:
funcionar até mesmo em adultos mais idosos.
 As células tipo I separam o córtex da cápsula
de tecido conjuntivo e das trabéculas, e
envolvem os elementos vasculares corticais.
O núcleo das células tipo I é polimorfo e tem
um nucléolo bem definido.
 As células tipo II estão localizadas no córtex
intermediário. Estas células têm
prolongamentos longos, largos, semelhantes a
bainhas, que formam junções tipo
desmossomo umas com as outras. O núcleo
das células tipo II é grande, pouco corado com
heterocromatina escassa. O citoplasma,
também claro, é muito rico em tonofilamentos.
 As células tipo III estão localizadas no córtex
profundo e na junção corticomedular. O
citoplasma e o núcleo destas células são mais
densos do que os das células reticulares
epiteliais do tipo I e tipo II. Estas células
participam da formação de junções de oclusão funcionam na diferenciação do timo e na seleção dos
umas c o m as outras e c o m as células linfócitos T.
reticulares epiteliais da medula; isto isola o
córtex da medula.
Estes três tipos de células reticulares epiteliais isolam
totalmente o córtex do timo e, desta maneira, i m p e d
e m as células T em formação de entrarem em contato
com antígenos estranhos. Os linfócitos T em
desenvolvimento cujos T C R s reconhecem proteínas
próprias, ou cujas moléculas C D 4 ou C D 8 não são
capazes de reconhecer as moléculas M H C I ou M H
C II, sofrem apoptose antes de poderem deixar o
córtex.
 Medula:
A medula do timo cora-se muito menos intensamente
do que o córtex, porque sua população de linfócitos
não é tão abundante, e por conter um grande número
de células reticulares epiteliais derivadas do
endoderma. Na medula há três tipos de células
reticulares epiteliais.
VASCULARIZAÇÃO:
 As células tipo IV são encontradas em íntima
associação com as células tipo III do córtex e Em geral, os vasos sanguíneos entram na medula a
participam da formação da junção partir das partes mais profundas das trabéculas e
corticomedular. O núcleo destas células tem apresentam uma bainha de tecido conjuntivo ao longo
uma malha grosseira de cromatina, e seu de suas paredes. Essa bainha de tecido conjuntivo
citoplasma tem coloração escura e é rico em perivascular varia na sua espessura. É mais espessa ao
tonofilamentos. redor dos vasos de maior calibre e tornase
 As células tipo VI constituem a característica gradualmente mais fina ao redor dos vasos de menor
mais típica da medula do timo. Estas células calibre. Nos locais em que é espessa, contém fibras
grandes, pouco coradas, coalescem uma em reticulares, fibroblastos, macrófagos, plasmócitos e
torno da outra formando os c o r p ú s c u l o s outras células encontradas no tecido conjuntivo
tímicos (de Hassall) constituídos por células frouxo; nos locais em que é fina, pode conter apenas
achatadas e concêntricas, cujo número fibras reticulares e fibroblastos ocasionais.
aumenta com a idade. A função dos Artérias penetram no timo pela cápsula, ramificam-se e
corpúsculos tímicos é desconhecida, aprofundam-se no órgão, seguindo os septos
entretanto, eles poderiam ser o local de morte conjuntivos, onde originam arteríolas que penetram no
dos linfócitos T na medula. parênquima, seguindo pelo limite entre a cortical e a
CORPÚSCULO DE HASSALL: medular.

Os corpúsculos tímicos consistem em massas isoladas  Barreira hematotímica:


de células reticulares epiteliais do tipo VI de arranjo Os capilares do córtex são do tipo contínuo , possuem
concêntrico e densamente dispostas, com núcleos uma lâmina basal espessa e são envolvidos por u m a
achatados. As células são unidas por desmossomos. O bainha de células reticulares epiteliais tipo I, que
centro de um corpúsculo tímico pode mostrar formam a barreira h e m a t o - t í m i c a . Desta
evidências de queratinização, um aspecto que não é maneira, as células T em desenvolvimento do córtex
surpreendente para células que se desenvolveram a ficam protegidas e não entram em contato c o m
partir do epitélio orofaríngeo. Os corpúsculos tímicos macromoléculas presentes no sangue. Os
são componentes multicelulares funcionalmente ativos, componentes que constituem a barreira hematotímica
singulares e antigenicamente distintos da medula. entre as células T e o lúmen dos vasos sanguíneos
Embora a função desses corpúsculos não esteja corticais são, do lúmen para fora:
totalmente elucidada, acreditase que os corpúsculos
tímicos produzam interleucinas (IL4 e IL7), que  O endotélio que reveste a parede capilar é do
tipo contínuo, com zônulas de oclusão. É
altamente impermeável às macromoléclas e é
considerado importante componente estrutural
da barreira dentro do parênquima cortical. A
lâmina basal subjacente de células endoteliais
e pericitos ocasionais também fazem parte da
parede capilar.
 Os macrófagos que residem no tecido
conjuntivo perivascular circundante podem
fagocitar moléculas antigênicas que escapam
do lúmen capilar para dentro do parênquima
cortical.
 As células reticulares endoteliais do tipo I
com suas zônulas de oclusão proporcionam
proteção adicional às células T em
desenvolvimento. As células reticulares
epiteliais circundam a parede capilar no
córtex; com suas lâminas basais, representam
outro componente estrutural importante da
barreira hematotímica.
desenvolvimento das células T no córtex do
timo.

Os linfonodos (antigamente chamados de gânglios


linfáticos) são órgãos encapsulados constituídos por
tecido linfoide, espalhados pelo corpo sempre no
trajeto de vasos linfáticos. Os linfonodos em geral têm
a forma de rim e apresentam uma face convexa e uma
face côncava, onde há um hilo.
Os linfonodos são envolvidos por uma cápsula de
tecido conjuntivo denso que envia trabéculas para o
seu interior, dividindo o parênquima em
compartimentos incompletos e interligados. Como
acontece em outros órgãos do tecido linfático (exceto o
timo), as células do parênquima do órgão são
sustentadas por um arcabouço de células reticulares e
 Parte endócrina: As células reticulares fibras reticulares, sintetizadas por essas células.
epiteliais do timo p r o d u z e m pelo menos
quatro hormônios necessários para a Os elementos de sustentação do linfonodo são os
maturação das células T. Provavelmente eles seguintes: LINFONODO:
são hormônios parácrinos. Estes hormônios
 A cápsula, composta de tecido conjuntivo
incluem a timosina, timopoetina, timulina e
denso que circunda o linfonodo.
o fator tímico humoral, e facilitam a
 As trabéculas, também compostas de tecido
proliferação das células T e a expressão de
conjuntivo denso, se estendem desde a cápsula
seus marcadores de superfície.
até o centro do linfonodo.
 Outros hormônios: (1)
 O tecido reticular, composto de células e
adrenocorticosteróides, que diminuem o
fibras reticulares, que formam uma fina rede
número de células T do córtex do timo; (2)
de sustentação em todo o restante do órgão.
tiroxina, que estimula as células reticulares
epiteliais a aumentarem a produção de
timulina; e (3) somatotropina, que promove o
A região cortical superficial é constituída por vários
componentes: seio subcapsular e seios
peritrabeculares, folículos linfáticos e células difusas
O linfonodo é subdividido em três regiões: córtex, espalhadas entre essas estruturas.
paracortex e medula. Todas estas três regiões têm
 mediatamente abaixo da cápsula do linfonodo,
abundantes sinusóides, espaços dilatados revestidos
encontrase um seio interposto entre a cápsula e
por endotélio através dos quais a linfa percola.
os linfócitos corticais, denominado seio
subcapsular (cortical).
 Vasos linfáticos aferentes drenam a linfa para
dentro desse seio. Os seios trabeculares, que
se originam dos seios subcapsulares,
estendemse através do córtex ao longo das
trabéculas e drenam para os seios medulares.

Os vasos linfáticos aferentes perfuram a superfície


convexa da cápsula do nodo e lançam a linfa no seio
subcapsular, localizado abaixo da cápsula. Este seio é
contínuo com os seios corticais (seios
paratrabeculares), paralelos às trabéculas, e destes a
linfa vai para os seios medulares. Dos seios medulares,
a linfa vai para os vasos linfáticos eferentes. Todos
estes seios possuem uma malha de células reticulares
estreladas cujos prolongamentos estão em contato com
os de outras células e com o epitélio pavimentoso
simples semelhante a um endotélio. Macrófagos,
ligados às células reticulares estreladas, fagocitam
Linfa formada no interstício dos tecidos e órgãos avidamente partículas estranhas. Além disso, células
circula através dos linfonodos, e sua circulação é linfóides podem penetrar ou sair dos sinusóides
unidirecional: ela penetra pelos vasos linfáticos (vasos passando entre as células pavimentosas que os
linfáticos aferentes), que alcançam a cápsula da face revestem.
convexa do órgão. A linfa penetra nos linfonodos
através de pequenas perfurações, cai em um espaço  Os diversos seios dos linfonodos são
chamado de seio subcapsular e espalha-se pelo órgão, constituídos por tecido linfoide frouxo, que
saindo pelos linfáticos do hilo (vasos linfáticos tem menor concentração de células. São
eferentes). espaços irregulares delimitados de modo
descontínuo por células endoteliais, células
 Córtex: reticulares com fibras reticulares e macrófagos
 Regiões da cortical superficial: As células hipermutação tornando-se mais proficientes na
predominantes nas regiões da cortical formação de anticorpos contra o antígeno.
superficial que envolvem os folículos  Os centrócitos recém-formados autorizados a
linfáticos são também linfócitos B, além de sobreviver vão para a zona apical clara, onde
linfócitos T, células dendríticas, ou se tornam células B da m e m ó r i a , ou
plasmablastos, plasmócitos, macrófagos, plasmócitos e, subsequentemente, saem do
células reticulares e células foliculares folículo secundário.
dendríticas.
 A região cortical profunda ou paracortical,  Paracórtex:
adjacente à região medular, não apresenta
A região do linfonodo situada entre o córtex e a
folículos linfáticos, e nela
medula constitui o paracortex. Ele contém
predominamlinfócitos T, ao lado de células
principalmente células T é a zona timo dependente do
dendríticas, células reticulares, além de alguns
linfonodo.
plasmablastos e plasmócitos, e macrófagos.
Vênulas de endotélio alto (VEAs) estão localizadas no
 Nódulos Linfáticos: paracortex. Linfócitos saem da circulação sangüínea
migrando entre as células cubóides deste endotélio
Chamam a atenção em cortes histológicos por se
incomum e penetram no parênquima do linfonodo. As
apresentarem como áreas circulares ou ovais azuis
células B migram para o córtex externo, enquanto a
(após coloração por hematoxilina e eosina) devido à
maioria das células T permanece no paracortex.
grande concentração de linfócitos em seu interior
 Nódulo linfático primário: são agregações
esféricas de linfócitos B (tanto células B
virgens comocélulas B da memória), que estão
no processo de entrar ou sair do linfonodo.
 Nódulos linfáticos secundários: centros
germinativos, sendo denominados nódulos
secundários. Os nódulos secundários formam-
se somente em resposta a um desafio
antigênico; acredita-se que estes sejam os
locais onde são gerados as células B da
memória e os plasmócitos.
o A região do nódulo linfático
periférica ao centro
germinativo é composta por
 Medula:
um acúmulo denso de
pequenos linfócitos, que estão A região medular tem dois componentes principais: os
migrando do seu local de cordões medulares e os seios medulares. Os primeiros
origem nos nódulos são cordões de células constituídos principalmente por
secundários. Esta região linfócitos, mas contendo também plasmablastos e
periférica é denominada plasmócitos, macrófagos e células reticulares. Entre os
coroa (manto). cordões medulares encontram-se os seios medulares,
que são espaços semelhantes aos outros seios dos
Os centros germinativos apresentam três zonas: uma
linfonodos, porém seu lúmen é mais amplo e o seu
zona escura, uma zona basal clara e uma zona apical
trajeto é mais irregular. Os seios medulares contêm
clara.
linfa e células que vêm da região cortical, assim como
 A zona escura é o local de proliferação provenientes do parênquima do linfonodo e que
intensa de células B intimamente compactadas chegam ao lúmen do seio após atravessarem
(que não possuem SIGs). facilmente a sua parede. Nos seios medulares se
 Estas células, denominadas centroblastos, observam células reticulares formando redes por meio
migram para a zona basal clara, expressam de seus prolongamentos, linfócitos, macrófagos e
SIGs, mudam de classe de imunoglobulinas e leucócitos polimorfonucleares.
são denominadas centrócitos. Estas células são
expostas às células dendríticas-foliculares,
portadoras de antígenos, e sofrem uma
linfonodos são locais importantes para captar antígenos
que chegam ao órgão na linfa, seja em suspensão ou
por meio de APCs. O reconhecimento desses antígenos
por linfócitos, sejam B ou T, e a sua ativação,
proliferação e diferenciação são muito favorecidos nos
linfonodos.

BAÇO:

O baço é o órgão isolado com maior acúmulo de tecido


linfoide do organismo e, na espécie humana, o único
órgão linfoide interposto na circulação sanguínea. Em
virtude de sua riqueza em linfócitos e células
fagocitárias, e do contato íntimo entre essas células e o
sangue, o baço representa um importante órgão de
defesa contra antígenos presentes no sangue circulante
e é também o principal órgão destruidor de eritrócitos
desgastados pelo uso.
 Componentes do baço:
Sua cápsula de tecido conjuntivo denso fibroelástico
não modelado, contendo ocasionalmente fibras
musculares lisas, está e n v o l v i d a pelo peritônio v i
s c e r a l . O epitélio pavimentoso simples do peritônio
dá ao baço uma superfície lisa. . A cápsula emite
trabéculas de tecido conjuntivo que dividem o
parênquima ou polpa esplênica em compartimentos
incompletos e intercomunicantes. A superfície medial
do baço possui um hilo, onde a cápsula emite maior
número de trabéculas, pelas quais penetram a artéria
esplênica e os nervos. Sai pelo hilo a veia esplênica
formada pela junção de veias do parênquima, e saem
também vasos linfáticos originados nas trabéculas,
uma vez que, na espécie humana, o parênquima
esplênico não contém vasos linfáticos. A cápsula, as
trabéculas e uma rica rede de fibras reticulares
constituem o estroma esplênico
 Parênquima:
IMPORTÂNCIA: Os linfonodos são “filtros” da o Pontos esbranquiçados, que
linfa que removem partículas estranhas antes que ela são folículos linfáticos
retorne ao sistema circulatório sanguíneo. A linfa pertencentes ao componente
resulta do líquido intersticial que não é reabsorvido por do baço denominado polpa
capilares e vênulas, o qual é captado pelos capilares branca.
linfáticos, vasos que têm paredes bastante permeáveis. o Entre os folículos há um
Cada linfonodo recebe a linfa de determinada região tecido vermelho-escuro, rico
do corpo, da qual ele é chamado linfonodo satélite. A em sangue, denominado polpa
passagem da linfa pelo linfonodo remove, por vermelha.
fagocitose pelos macrófagos, grande parte das
moléculas, dos microrganismos e das células estranhas.
Infecções e estímulos antigênicos provocam a divisão
mitótica de linfócitos, responsáveis pelo aparecimento
de áreas menos coradas no centro dos folículos
linfáticos, denominadas centros germinativos. Os
chamada de bainha linfática periarterial (PALS,
periarterial lym phatic sheath). Esses ramos arteriais
são chamados de artérias centrais ou artérias da polpa
branca. A PALS é um dos componentes da polpa
branca.

 Circulação sanguínea do baço:


A artéria esplênica divide-se ao penetrar no hilo do
baço, originando ramos que seguem no interior das
trabéculasm conjuntivas – são as artérias trabeculares.
Os ramos
dessas artérias deixam as trabéculas e penetram no
parênquima,
sendo imediatamente envolvidas por uma bainha de
linfócitos,
O modo exato como o sangue passa dos capilares
arteriais para o interior dos sinusoides é assunto ainda
não totalmente esclarecido. Segundo alguns
estudiosos, os capilares abrem-se diretamente no
lúmen dos sinusoides, enquanto outros afirmam que o
sangue é lançado no interior dos cordões esplênicos da
polpa vermelha, sendo depois coletado pelos
sinusoides . A circulação no primeiro caso é chamada
de circulação fechada, permanecendo o sangue sempre
no interior dos vasos. O segundo caso é o da circulação
aberta, e o sangue sairia dos vasos para depois voltar
aos sinusoides.
As evidências disponíveis atualmente favorecem a
interpretação de que, na espécie humana, a circulação
do baço é aberta. O sangue seria vertido no interior dos
cordões esplênicos da polpa vermelha e passaria entre
as células endoteliais dos sinusoides para o interior dos
sinusoides adjacentes aos cordões. O fato de o
revestimento desses sinusoides ser descontínuo facilita
esta passagem.
Dos sinusoides o sangue passa para as veias da polpa
vermelha, que se reúnem umas às outras e penetram
nas trabéculas, formando as veias trabeculares. Estas
Ao longo de seu trajeto, a bainha linfocitária forma confluem e originam a veia esplênica, que sai pelo hilo
espessamentos esféricos ou ovalados que constituem do baço. As veias trabeculares não têm paredes
folículos linfáticos, os quais são o segundo próprias, a não ser uma camada endotelial; suas
componente importante da polpa branca. paredes são formadas pelo tecido conjuntivo das
Diferentemente daqueles encontrados nos outros locais trabéculas.
do organismo, os folículos linfáticos do baço possuem
uma pequena arteríola no seu interior, denominada
artéria central do folículo, apesar de ser uma arteríola e
de geralmente não se encontrar no centro do folículo.
Durante seu trajeto na polpa branca, a arteríola origina
numerosos ramos, os quais irrigarão o tecido linfático
que a envolve.
epois de deixar a polpa branca, as arteríolas se
subdividem, formando as arteríolas peniciladas, que
são muito delgadas, com diâmetro externo de
aproximadamente 25 μm. Só ocasionalmente as
arteríolas peniciladas contêm músculo liso em sua
parede. Elas são formadas por endotélio que se apoia
em espessa lâmina basal e uma delgada adventícia. A
parede de alguns ramos da arteríola penicilada de
certas espécies animais, porém não na espécie humana,
apresenta, próximo à sua terminação, um segmento  Polpa Branca:
espessado chamado de elipsoide, constituído por
macrófagos, células reticulares e linfócitos. A polpa branca é constituída pelo tecido linfático que
forma as bainhas periarteriais em torno das artérias
Às artérias peniciladas seguem-se capilares arteriais, centrais e pelos folículos linfáticos que se formam em
que levam o sangue para os capilares sinusoides ou razão de espessamentos dessas bainhas ao longo dessas
seios esplênicos . Os sinusoides se situam entre artérias. No tecido linfático das bainhas periarteriais
cordões celulares chamados de cordões esplênicos ou predominam os linfócitos T, mas nos folículos existe
cordões de Billroth. Os seios esplênicos e os cordões predominância dos linfócitos B.
esplênicos compõem a polpa vermelha do baço.
No limite entre a polpa branca e a polpa vermelha
existe uma zona mal delimitada, constituída pelos seios
marginais. Nesses seios se encontram linfócitos,
macrófagos e células dendríticas (APCs), que retêm e
processam antígenos trazidos pelo sangue. A zona
marginal contém muitos antígenos transportados pelo
sangue e desempenha importante papel na defesa
imunitária. Muitas arteríolas derivadas da artéria
central drenam nos seios marginais, e outras se
estendem além da polpa branca, mas fazem um trajeto
curvo e retornam, desembocando também nos seios
marginais. Assim, essa zona tem papel importante na
“filtração” do sangue e na iniciação da resposta
imunitária.
 Polpa vermelha:
A polpa vermelha é formada por cordões celulares, os  O baço desempenha funções tanto imunes
cordões esplênicos, que são separados por sinusoides . quanto hemocitopoéticas.
Os cordões esplênicos são cordões de células,
As funções do sistema imune no baço incluem:
contínuos e de espessura variável. São constituídos por
uma rede frouxa de células reticulares e fibras  Apresentação do antígeno pelas APC
reticulares que contêm linfócitos B e T, macrófagos, (principalmente células dendríticas e
plasmócitos, monócitos, leucócitos, granulócitos, macrófagos) e iniciação da resposta imune
plaquetas e eritrócitos.  Ativação e proliferação dos linfócitos B e T
Os sinusoides esplênicos são vasos de lúmen dilatado e  Produção de anticorpos contra antígenos
trajeto irregular, revestidos por células endoteliais presentes no sangue circulante
alongadas, cujo eixo maior é paralelo ao sinusoide. O  Remoção de antígenos macromoleculares do
revestimento endotelial é descontínuo, com espaços de sangue.
2 a 3 μm entre células endoteliais adjacentes. Essa As funções hemocitopoéticas do baço incluem as
parede delgada e incompleta é envolvida por uma seguintes:
lâmina basal descontínua e, mais externamente, por
fibras reticulares que se dispõem principalmente em  Remoção e destruição dos eritrócitos e das
sentido transversal ao capilar, como os aros de um plaquetas senescentes, danificados e anormais
barril .As fibras reticulares transversais e as que  Recuperação do ferro da hemoglobina dos
correm em outras direções unem-se e formam uma eritrócitos
rede em torno das células do sinusoide.  Formação de eritrócitos no início da vida fetal
 Armazenamento do sangue, particularmente
dos eritrócitos, em algumas espécies
O papel desempenhado pela polpa vermelha consiste
principalmente em filtração do sangue (i. e., remoção
de material particulado, antígenos macromoleculares e
eritrócitos e plaquetas envelhecidos, anormais ou
danificados do sangue circulante). Essas funções são
executadas pelos macrófagos localizados na rede
reticular da polpa vermelha.
 Os receptores para antígenos existentes em
linfócitos B ou células B são moléculas

transmembrana de anticorpos inseridas na


membrana plasmática dessas células. Os
receptores de linfócitos T ou células T são
moléculas proteicas transmembrana chamadas
de receptores de células T (TCR, T-cell
LINFÓCITOS: receptors).
 A partir de células precursoras da linhagem
linfocítica, os linfócitos se originam na medula
Os linfócitos são as únicas células que possuem óssea e são chamados de linfócitos pró-B ou
receptores específicos para antígenos diversos, sendo pró-T . Em seguida, essas células devem
os principais mediadores da imunidade adquirida. Os passar por processos de diferenciação durante
três tipos de linfócitos – B, T e NK – e seus vários os quais ocorrem vários eventos importantes
subtipos são classificados de acordo com: o local onde para exercerem suas funções. Dentre esses
se diferenciam, seus receptores e marcadores de eventos, serão destacados dois: a aquisição de
superfície, suas funções. receptores para antígenos e a seleção. Os
 Os receptores para antígenos existentes em linfócitos pró-B passam por esses processos na
linfócitos B ou células B são moléculas própria medula óssea, e os linfócitos pró-T, no
transmembrana de anticorpos inseridas na timo.
membrana plasmática dessas células. Os Os processos de seleção são importantes para as
receptores de linfócitos T ou células T são funções que os linfócitos exercerão depois. Ocorrem
moléculas proteicas transmembrana chamadas após a aquisição dos receptores pelas células B ou T
de receptores de células T (TCR, T-cell que estão se diferenciando e resultam na capacidade de
receptors). os linfócitos maduros distinguirem moléculas próprias
(self) de moléculas estranhas ao organismo (non-self).
De maneira simplificada, pode-se afirmar que
linfócitos
que reconhecem antígenos self ou que não são capazes aparecimento de TCRs e de outras proteínas de
de fazer essa distinção adequadamente são induzidos a superfície, originando subtipos de linfócitos T.
entrar em apoptose.
Diferenças entre as células T e B:

 As células T têm T C R s e não SIGs na


superfície celular.
 As células T têm T C R s e não SIGs na
superfície celular.
 As células T somente respondem a antígenos
protéicos.
 As células T executam suas funções somente a
pequena distância.
De modo semelhante às SIGs das células B, os T C R s
do plasmalema das células T funcionam como
receptores para antígenos. As regiões constantes dos T
C R s estão ligadas à membrana, enquanto as regiões
animo-terminais, variáveis, contendo os sítios ligantes
de antígenos projetam-se da superfície celular. A
partedo T C R ligada à membrana associa-se a outra
proteína da membrana, C D 3 , formando o complexo
TCR-CD3.
Um T C R pode reconhecer um epítopo somente
quando o epítopo é um polipeptídio (composto por
aminoácidos) e quando o epítopo está ligado a uma
molécula do complexo principal de
histocompatibilidade ( M H C , rnajor
histocompatibility complex), como as do plasmalema
de uma A P C . Quando uma célula T reconhece o
epítopo mas não o M H C , ela não se torna ativada;
disto decorre que a capacidade das células T de agirem
contra um epítopo é restringida pelo M H C .
Os linfócitos B e T não podem ser distinguidos
morfologicamente em preparados rotineiros para
microscopia óptica e eletrônica. A diferenciação entre
essas células, e também entre seus subtipos, torna-se
possível pelas proteínas de suas membranas, que
podem ser identificadas por técnicas
imunocitoquímicas e imunoquímicas. Uma das
famílias de proteínas mais usadas para a diferenciação
entre linfócitos é a das proteínas CD (p. ex., CD4,
CD8).
 Receptor de superfície dos linfócitos
Os linfócitos que ainda não entraram em contato com o
antígeno para o qual são específicos são denominados Os receptores para antígenos presentes na superfície de
linfócitos naïve (i. e., ingênuos ou inocentes). linfócitos B ou T são moléculas diferentes. Os
linfócitos B que estão em processo de diferenciação (e
 Linfócitos T: que, portanto, ainda não tiveram contato com
antígenos) sintetizam receptores representados por
Devido aos processos de seleção, cerca de 95% dos
moléculas de IgM. Diferem das moléculas de IgM
linfócitos T que entram no timo são induzidos à morte
regulares, circulantes no plasma, pela presença de uma
celular por apoptose. O conjunto de processos de
porção adicional que as transforma em uma molécula
seleção de élulas T que ocorre no timo é denominado
transmembrana. Os linfócitos B sintetizam moléculas
educação tímica. No timo os linfócitos T também
de IgM e as colocam na superfície, com os seus sítios
passam por processos de diferenciação que resultam no
de ligação para antígenos voltados para o meio
extracelular. Deve-se ressaltar que, ao longo dos ciclos
de reconhecimento antigênico, ativação e proliferação,
altera-se o tipo de anticorpo sintetizado e expresso na
superfície, que age como o receptor de superfície dos
linfócitos B.

 Linfócitos T auxiliaes CD4+: são células T


que também expressam marcadores CD4.
Essas células interagem com os linfócitos T
CD8+ citotóxicos (CTL; do inglês, cytotoxic T
lymphocytes), as células NK e os macrófagos
nas respostas imunes celulares, e são
essenciais para controlar os patógenos
intracelulares, como vírus e determinados
microrganismos. . Interagem com os linfócitos
B e são essenciais para desencadear as
respostas imunes mediadas por anticorpos que
controlam os patógenos extracelulares.
 Os linfócitos T CD8+ citotóxicos (CTL) são
células T que também expressam marcadores
CD8. Essas células matam outras célulasalvo,
como células infectadas por vírus, células
transformadas por câncer, células infectadas
por microrganismos intracelulares, parasitos e
células transplantadas.
 Os linfócitos T supressores (reguladores)
representam uma população de linfócitos T
fenotipicamente diversa, com capacidade de
suprimir uma resposta imune a antígenos e a
autoantígenos por meio da supressão de
atividades de outras células do sistema imune.
 Os linfócitos gama/delta (γ/δ) representam
uma pequena população de células T que
apresentam um TCR distinto em sua
superfície, formado por uma cadeia γ e uma
cadeia δ. Outros TCR são compostos, em sua
maioria, de duas cadeias de glicoproteínas,
denominadas cadeias α e βTCR. As células T
gama/delta (γ/δ) estão estrategicamente
posicionadas nas interfaces dos ambientes
externo e interno e atuam como primeira linha
de defesa contra microrganismos invasores.
Elas encontram o antígeno na superfície das
células epiteliais até mesmo antes de ele entrar
no corpo.

 LINFÓCITO B
Antes do seu primeiro contato com um antígeno, os
receptores para antígenos nos linfócitos B naïve são
IgM. Quando ativada por um antígeno, a população de
linfócitos B que o reconhece prolifera, aumentando o
número de células que reconhecem especificamente
aquele antígeno (Figura 14.6). Ao longo dos ciclos de
ativação e proliferação, os linfócitos B passam a ser
capazes de sintetizar e expressar outras classes de a imunoglobulina G (IgG). Cada IgG é uma molécula
anticorpo na superfície e se diferenciam em com forma de Y, composta por dois polipeptídios
plasmablastos, que secretam grande quantidade de longos, idênticos, com 55 a 70 Modaltons (kD),
anticorpo e têm vida curta. Algumas dessas células denominados cadeias pesadas, e por duas cadeias
migram para os órgãos linfoides secundários, onde polipeptídicas mais curtas, idênticas, com 25 k D , as
podem permanecer como plasmócitos de longa vida. À cadeias leves.
medida que o estímulo antigênico é eliminado, uma
população de linfócitos B se diferencia em linfócitos B
de memória imunológica, produtores de anticorpos de
alta afinidade para o antígeno e que persistem longo
tempo no organismo. Os linfócitos B de memória
reagem muito rapidamente a uma exposição seguinte
ao mesmo antígeno.
 Células Natural Killer:
As células natural killer (NK) fazem parte da
imunidade inespecífica (inata). As células NK, que se
desenvolvem a partir da célula progenitora linfática
comum (PLC; do inglês, common lymphoid progenitor
cell), assim como as células B e T, recebem o seu
nome com base na sua capacidade de matar
determinados tipos de célulasalvo. Constituem cerca
de 5 a 10% dos linfócitos circulantes. Não
amadurecem no timo e, portanto, não expressam TCR; As quatro cadeias estão ligadas u m a à outra por
no entanto, durante o seu desenvolvimento, as células várias ligações dissulfeto e por ligações não covalentes
NK são geneticamente programadas para reconhecer de tal modo que a porção simples do Y é composta
células transformadas (i. e., células infectadas por vírus somente por cadeias pesadas enquanto os braços,
ou células tumorais). As células NK matam as células- divergentes, são constituídos por cadeias leves e
alvo de maneira semelhante àquela praticada por pesadas.
linfócitos T CD8+ citotóxicos. Após o reconhecimento
de uma célula transformada, as células NK tornamse A região na vizinhança das ligações dissulfeto entre as
ativadas e liberam perforinas e granzimas duas cadeias pesadas — a r e g i ã o da d o b r a d i ça
(fragmentinas), que consistem em substâncias que — é flexível e permite que os braços se movimentem
criam canais na membrana plasmática celular e afastando-se ou aproximando-se um do outro. As
induzem a fragmentação do DNA. Esses eventos regiões distais das pontas dos braços (os segmentos
levam à apoptose ou lise da célulaalvo. A regulação terminais com quatro aminoácidos) são responsáveis
das células NK é mediada pela ativação e inibição dos pela ligação ao epítopo; disto resulta que uma
receptores de citotoxicidade natural (NCR; do inglês, molécula de um anticorpo pode ligar dois epítopos
natural cytotoxicity receptors) na superfície das células idênticos.
NK. Seus marcadores específicos incluem CD16a, A enzima papaína cinde a molécula do anticorpo na
CD56 e CD94. região da dobradiça formando três fragmentos: um
fragmento F c composto pela porção simples do Y,
IMUNOGLOBULINAS: contendo partes iguais das duas cadeias pesadas, e dois
fragmentos Fab, cada um composto pela parte restante
de uma cadeia pesada e uma cadeia leve inteira.
As imunoglobulinas (anticorpos) são glicoproteínas
que inativam antígenos (incluindo vírus) e induzem A seqüência de aminoácidos do fragmento Fc é a mais
uma resposta extracelular contra microorganismos constante de sua classe; assim, a porção simples de um
invasores. Esta resposta pode envolver fagocitose por anticorpo liga-se a um receptor Fc de muitas células
macrófagos (ou neutrófilos) no tecido conjuntivo, ou a diferentes. A seqüência de aminoácidos da região Fab
ativação do sistema do complemento presente no é variável, e é a alteração desta seqüência que
sangue. determina a especificidade da molécula do anticorpo
para seu antígeno específico.
As imunoglobulinas são produzidas em grande
quantidade pelos plasmócitos, que as liberam na linfa  Classes de imunoglobulinas:
ou no sistema vascular sangüíneo. O anticorpo típico é
Nos seres humanos há cinco classes (isótipos) de
imunoglobulinas, IgG, IgM, IgA, IgD e IgE.
A molécula de anticorpo da classe G (IgG) é a
imunoglobulina mais abundante no plasma (cerca de
75%) e é usada como modelo de molécula de
anticorpos. A IgG é a única imunoglobulina que
atravessa a barreira placentária humana e passa para o
sangue fetal, contribuindo para a defesa imunitária do
feto e do recém-nascido.

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