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Faculdade de Ciências Agrárias e Biológicas

Botânica Geral-2024
Tema: Introdução à Botânica

Docente:
Prof. Doutor Dizimalta Miquitaio
Botânica
• Ramo da biologia que se dedica ao estudo das plantas.

Ex: Botânica sistemática, Fisiologia vegetal, anatomia e histologia


vegetal, morfologia vegetal, etc.
Importância das plantas
Conceito de Célula
Célula: Unidade Básica, estrutural e funcional dos
vegetais

TPC:
1. Estudar tipos de células
Anatomia e Histologia vegetal
Anatomia vegetal
Estuda os tecidos constituintes das plantas
• Tecidos: grupos de células que são estruturalmente e/ou
funcionalmente distintos

• Sistemas de tecidos: sistema dérmico (ou de


revestimento); sistema vascular; sistema fundamental.

O sistema fundamental consiste em três tipos de tecidos fundamentais – o


parênquima, o colênquima e o esclerênquima. O sistema vascular consiste em
dois tecidos de condução – xilema e floema. O sistema dérmico é representado
pela epiderme, um tecido simples, que é o revestimento externo do corpo
primário da planta, e, mais tarde, pela periderme nas partes da planta que têm
crescimento secundário em espessura.
Tipos de tecidos vegetais
1. Meristemas: retém o potencial para se dividir após a
embriogénese. São a fonte contínua (por toda a vida) de novas
células. São caracterizados por apresentar células jovens e
indiferenciadas. Durante a germinação da semente, o meristema
apical da raiz e o meristema apical do caule do embrião produzem
células que dão origem a raiz, caule, folha e flor da planta adulta.
Meristemas apicais são responsáveis pelo crescimento em
comprimento.

2.Tecidos definitivos: Surgem através ou pelo desenvolvimento


dos meristemas.

O crescimento nas plantas é, de um certo modo, uma


compensação à mobilidade dos animais.
Meristemas primários do caule e da raiz

Os meristemas primários – protoderme, procâmbio e meristema


fundamental – que são formados durante a embriogênese, propagam-se
no corpo da planta pela atividade dos meristemas apicais.

Meristema fundamental origina parênquima, colênquima e esclerênquima


Tipos de meristemas

• Meristemas primários (parcialmente diferenciados)

 Crescimento em altura/comprimento
 Origem: embrião
 Localização: ápices das raízes e caules

• Meristemas secundários

 Crescimento em diâmetro
 Origem: tecidos definitivos
 Localização: entre os tecidos definitivos
Tecidos primários
Tecidos definitivos

• Surgem através ou pelo desenvolvimento


do meristemas.

• As células meristemáticas sofrem


diferenciação e elongação dando origem
aos tecidos definitivos.
Tecidos definitivos

• Tecidos de revestimento
• Tecidos de sustentação
• Tecidos de condução
• Tecidos de preenchimento
Tecidos de revestimento

• Epiderme, súber, endoderme, e


periderme;
Epiderme
1. Células jovens, achatadas, justapostas e
desprovidas de cloroplasto.

2. Contém cutícula e estomas

Secção transversal através de um Os estômatos abertos na superfície da


estômato fechado folha de fumo (Nicotiana tabacum).
A maioria das células epidérmicas está compactamente disposta,
fornecendo considerável protecção mecânica às partes da planta. As
paredes das células epidérmicas das partes aéreas são recobertas por
uma cutícula, que minimiza a perda de água.

Em muitas plantas, a cera é exsudada sobre a superfície da cutícula na


forma de lâminas lisas, bastonetes ou filamentos, sendo denominada cera
epicuticular. A cera é responsável pelo aspecto brilhante, esbranquiçado ou
azulado na superfície de algumas folhas e frutos.

A epiderme é o local de percepção da luz envolvida no movimento circadiano


das folhas e indução fotoperiódica.

Entremeada entre as células epidérmicas, que são achatadas, justapostas e


tipicamente não contêm cloroplastos, estão as células-guarda, que, ao
contrário, apresentam cloroplastos.
Os tricomas desempenham uma variedade de funções. Os pelos
radiculares são tricomas que facilitam a absorção de água e sais
minerais do solo.

Estudos de plantas de regiões áridas indicam que um aumento na


quantidade de pelos ou tricomas das folhas (pubescência), resulta em
aumento da refletância da radiação solar, diminuição da temperatura
da folha e menor taxa de perda de água.

Os tricomas também podem actuar na defesa contra insectos.

Os tricomas secretores (glandulares) podem fornecer defesa química.


Periderme comumente substitui a epiderme nos caules e raízes com
crescimento secundário

Secção transversal da periderme, que é constituída por


súber, felogênio e feloderme.
Epiderme (cont.)
• Epiderme contém tricomas que desempenham uma
variedade de funções. O aumento na quantidade de
tricomas das folhas resulta em aumento da reflectância da
radiação solar, diminuição da temperatura da folha e
menor taxa de perda de água.
As células da epiderme podem
especializar-se e formar pêlos com
diversas funções

Ex: Nas folhas e caules reduzem a


evaporação pois entre os pêlos acumula-
se uma camada de vapor de água que
impede que mais água se evapore.
A periderme é o tecido de proteção
secundário

• A periderme comumente substitui a epiderme nos


caules e raízes com crescimento secundário;

• A periderme consiste, em grande parte, em súber, ou


felema, um tecido morto, protector, que apresenta
paredes celulares intensamente suberizadas (cera) na
maturidade. A periderme também inclui o câmbio da
casca, ou felogênio, e a feloderme, como um tecido
parenquimático vivo. O câmbio da casca forma o súber ou
felema em direção à superfície do órgão (para fora) e a
feloderme, em direção ao interior (para dentro).
Súber

• Células mortas
• Contém lentícula (lenticelas) para trocas
com o meio (estruturas para aeração)
Endoderme

• Células vivas de paredes mais ou


menos espessas

• Cobre os órgãos internos


Tecidos vasculares
• Além de seu papel como principal tecido de condução de água, o
xilema também está envolvido na condução de sais minerais, na
sustentação e no armazenamento de substâncias alimentares.

• No corpo primário da planta (ou crescimento primário), o xilema se


origina do procâmbio e, durante o crescimento secundário, o xilema
tem origem no câmbio vascular.

• As principais células de condução do xilema são os elementos


traqueais, que são de dois tipos: as traqueídes e os elementos de
vaso. Ambos são células alongadas, possuem parede secundária e
não apresentam protoplasto na maturidade; podem ter pontoações
nas suas paredes.
Seção transversal de um feixe vascular do
caule de aboboreira (Cucurbita maxima),
Tipos de células do xilema secundário, ou lenho, de
carvalho (Quercus): (A), (B) elementos de vasos
largos e (C) um elemento de vaso estreito; (D) uma
traqueíde; (E), (F) fibras. Os pontos escuros nas
paredes dessas células correspondem às pontoações,
embora não sejam visíveis em (F).
O floema

• O floema é o condutor de substâncias orgânicas. Além de açúcares,


um grande número de outras substâncias é transportado pelo
floema, incluindo aminoácidos, lipídios, micronutrientes, hormonas,
estímulos florais (florígeno) e numerosas proteínas e RNA, algumas
das quais actuam como moléculas sinalizadoras.
• Floema também é a via para o movimento de uma variedade de
vírus de plantas.

• Quanto à sua origem, o floema pode ser primário ou secundário


• As principais células condutoras do floema são os elementos
crivados . Dois tipos de elementos crivados são reconhecidos: as
células crivadas e os elementos de tubo crivado.
O floema

As células crivadas são o único tipo de célula condutora de


substâncias orgânicas nas gimnospermas, enquanto nas
angiospermas são encontrados somente elementos de tubo crivado.

Os elementos de condução do floema nas plantas vasculares sem


sementes variam em estrutura e são referidos simplesmente como
“elementos crivados”.
Seção longitudinal (radial) do floema secundário de Taxus canadensis, uma
conífera, mostrando as células crivadas orientadas verticalmente, fileiras
de células parenquimáticas e fibras.
Tipos de células do xilema e do
floema (resumo).
Tipos de células do xilema e do floema
(resumo) – cont.
Tecidos de suporte ou sustentação:
colênquima e esclerênquima

Colênquima
• Formado por células vivas alongadas dotadas de
paredes grossas com depósito reforçado de
celulose;

• Organizam-se em feixes longitudinais no interior


das partes jovens do caule;

• Fornecem sustentação ao caule sem impedir o


seu crescimento;
Secção transversal do tecido colenquimático do pecíolo de ruibarbo (Rheum
rhabarbarum).
Esclerênquima

• Células alongadas com até mais de um milímetro de


comprimento podendo formar longas fibras que se
organizam em feixes dispostos longitudinalmente no interior
dos caules.

• A principal característica das células do esclerênquima é a


presença de parede secundária espessada e comumente
lignificada. Devido à presença dessa parede, as células do
esclerênquima são elementos importantes na resistência e
sustentação nas partes da planta que já cessaram o
alongamento.
• Dois tipos de células no esclerênquima são reconhecidos:
as fibras e as esclereídes.
• As fibras geralmente são células longas, afiladas e
comumente ocorrem em cordões ou feixes.
• As esclereídes apresentam formas variadas, sendo
frequentemente ramificadas.

Esclereíde ramificada da folha de lírio-d’água ou ninfeia (Nymphaea


odorata)
Parênquimas: clorofiliano e de reserva

• É a designação genérica para diferentes tecidos


que preenchem os espaços internos das
plantas e desempenham diversas funções.

• O Parênquima clorofiliano preenche grande parte


do interior das folhas
Parênquima de reserva (tipos)

• Amilífero: amido

• Aquífero: água
• Aerífero: apresentam grandes espaços entre as
células onde ficam armazenados gases atmosféricos
Estrutura primária da raiz
Os três sistemas de tecidos da raiz no estágio primário de crescimento – a
epiderme (sistema dérmico), o córtex (sistema fundamental) e os tecidos
vasculares (sistema vascular) – podem ser facilmente distinguidos um do
outro. Na maioria das raízes, os tecidos vasculares formam um cilindro
sólido mas muitos têm centralmente uma medula ou uma região
semelhante a medula.

Aspecto geral de uma raiz madura.


Estrutura secundária da raiz
O crescimento secundário em raízes e caules consiste na formação de (1)
tecidos vasculares secundários – xilema secundário e floema secundário –, a
partir do câmbio vascular e (2) periderme, composta, principalmente, de
tecido suberizado ou súber (felema), a partir do câmbio da casca (felogênio).
Em geral, as raízes das monocotiledôneas não apresentam crescimento
secundário e, portanto, são formadas inteiramente de tecidos primários.
Estrutura primária do caule

Três tipos básicos de organização da estrutura primária dos caules,


vistos em seção transversal.
A. O sistema vascular aparece como um cilindro oco e contínuo ao redor da
medula. B. Feixes vasculares isolados formam um anel único ao redor da
medula. C. Os feixes vasculares aparecem dispersos no tecido fundamental.
Estrutura secundária do caule
Esse crescimento em espessura ou circunferência do corpo da planta – denominado
crescimento secundário – resulta da actividade de dois meristemas laterais: o câmbio
vascular e o câmbio da casca. A periderme substituir a epiderme como revestimento de
proteção naquelas porções da planta.

Plantas herbáceas, ou ervas, são aquelas em que o sistema caulinar apresenta pouco ou
nenhum crescimento secundário.

Algumas palmeiras passam por um tipo de crescimento secundário chamado crescimento


secundário difuso, que ocorre em partes mais velhas do caule, a uma considerável distância
do ápice.

Como o câmbio vascular adiciona células ao xilema secundário e o cilindro de xilema


aumenta em diâmetro, o câmbio é deslocado para fora, aumentando, assim, a
circunferência. De modo a acomodar o aumento na circunferência, novas células são
adicionadas ao câmbio vascular por divisões anticlinais das iniciais.

Com o crescimento secundário, o floema primário é empurrado para fora e suas células de
parede fina são destruídas. Somente as fibras do floema primário de parede espessa, se
presentes, permanecem intactas.

Madeira = xilema secundário


As lenticelas permitem trocas
Crescimento secundário no caule
gasosas através da periderme
Os anéis de crescimento

A actividade periódica do câmbio vascular, a qual é sazonalmente relacionada


em zonas temperadas, produz incrementos de crescimento, ou anéis de
crescimento, tanto no xilema secundário como no floema secundário (no
floema os incrementos não são sempre claramente discerníveis). Se uma
camada de crescimento representa um crescimento de uma estação, esta é
chamada anel anual.

A largura dos anéis individuais pode variar enormemente de ano para ano em
função de fatores ambientais como luz, temperatura, precipitação pluvial,
disponibilidade hídrica do solo e comprimento da estação de crescimento. A
largura dos anéis é um índice muito preciso da precipitação pluvial de um dado
ano. Sob condições favoráveis – isto é, durante períodos de chuva adequada ou
abundante – os anéis de crescimento são largos; sob condições desfavoráveis
eles são estreitos.
Os anéis de crescimento
Cerne e alburno
À medida que a madeira envelhece, ela gradualmente se torna não funcional
em condução e armazenamento.

Essa madeira frequentemente mais escura e não condutora é chamada


cerne, enquanto a madeira geralmente mais clara e condutora é chamada
alburno. O alburno, por definição, é a parte da madeira de uma árvore viva
que possui células vivas e substâncias de reserva. Ele pode ser ou não
inteiramente funcional na condução de água.

A formação do cerne é entendida como um processo que permite à planta


remover quaisquer metabólitos secundários de regiões de crescimento que
podem ser inibitórios ou mesmo tóxicos para as células vivas. A acumulação
dessas substâncias no cerne resulta na morte das células vivas da madeira.
Estrutura da folha
O conjunto de células epidérmicas da folha estão compactamente dispostas e
cobertas por uma cutícula que reduz a perda de água. Os estomas podem estar
presentes em ambos os lados da folha ou somente em um lado, que pode ser o
superior ou, mais comumente, o inferior.

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