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TARDÍGRADOS
LAVRAS - MG
2023
Izabela de Almeida, Joana Carneiro, Laís Valim e Ronnie Von Luíz
TARDÍGRADOS
Trabalho apresentado à
Universidade Federal de
Lavras, como parte das
exigências da disciplina
Laboratório de Biofísica, para
a obtenção de nota.
Lavras - MG
2023
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RESUMO
Os tardígrados, inicialmente conhecidos como ursos d'água, são animais peculiares, notórios
por sua incrível capacidade de sobreviver nos mais diversos ambientes não propícios à vida.
Esses organismos metazoários conseguem entrar em diferentes tipos de estados latentes, têm
adaptações que os auxiliam a suportar altas pressões, desenvolveram um gene único ao seu
filo que os protege contra radiação, além de possuírem outras características que os
transformam nos seres mais resistentes do planeta.
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SUMÁRIO
1. Introdução………………………………………………………………………...…4
2. Tardígrados………………………………………………………………………….6
3. Criptobiose………………………………………………………………………….7
4. Termologia…………………………………………………………………………..8
5. Pressão…………………………………………………………………………..…10
6. Radiação……………………………………………………………………………11
7. Considerações Finais……………………………………………………………12
8. Referências………………………………………………………………………..13
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INTRODUÇÃO
Você sabe qual é o organismo mais resistente atualmente residente de nosso planeta? Caso
sua resposta tenha sido “barata”, lamento informar seu equívoco. Na verdade, os seres que
ocupam o pódio de extrema adaptabilidade a condições adversas são os tardígrados:
micro-artrópodes capazes de sobreviver a ambientes extremos e não suscetíveis à vida.
Representantes do Filo Tardigrada, tiveram sua aparição descrita pela primeira vez em 1773
pelo zoólogo alemão Goeze. Inicialmente, dadas as semelhanças corporais entre esses
microscópicos invertebrados e os ursos, foram chamados de 'kleiner Wasserbär’ ou pequeno
urso (Ramazzotti & Maucci, 1983). Spallanzani, cientista italiano, foi o responsável por, três
anos depois, conferir o nome que atualmente utiliza-se, Tardigrada (Rebecchi et al. 2007).
Como postulado no início, esses animais destoam-se dos demais em decorrência de suas
adaptações às mais adversas condições, fator propiciado devido a sua capacidade de entrar
em criptobiose; um estado de dormência ametabólico (Clegg et al. 2001). Essa “animação
suspensa” pode se dar de 5 tipos diferentes, identificados por Crowe (1971), sendo eles:
encistamento (tardígrados de água doce) (Westh e Kristensen, 1992), anoxibiose (níveis
oxigênicos reduzidos), criobiose (condições de temperatura baixas), osmobiose (diferença de
pressão osmótica) e anidrobiose (desidratação) (Hygum et al., 2016). Quando os tardígrados
entram em estado de latência para sobreviver às adversidades ambientais impostas a si,
diminuem exorbitantemente ou suspendem completamente seus sistemas metabólicos e
fisiológicos (Nelson, 2002; Jönsson & Järemo, 2003), retornando com estes quase
imediatamente, assim que o fator indutor é retirado (Morais, 2009).
Na verdade, os tardígrados são mais induzidos comumente a anidrobiose (Wright et al. 1992,
Wright 2001, Schill 2010) e criobiose (Westh et al. 1991, Westh e Kristensen 1992, Ramlov e
Westh, 1992), isto é, quando a dormência é estimulada por dessecação e congelamento,
respectivamente. A descoberta desses seres criptobióticos tornou-os valorável objeto de
estudo dos cientistas, não apenas por conta de sua habilidade em dessecar completamente,
mas também pela aplicabilidade de tal caractere na preservação de material biológico em sua
forma seca (Schill et al. 2009).
No que se refere a sua resistência quanto às variações de temperatura, estudos recentes
apontam para um declínio da capacidade criobiótica dos tardígrados (Neves, Hvidepil,
Sørensen-Hygum, et al. 2020; Neves, Stuart, & Møbjerg, 2020). Em princípio, por
Temperatura, entende -se como uma grandeza responsável por medir a quantidade de calor,
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ou seja, o grau de agitação das moléculas (Urone, & Hinrichs, 2022). Durante o século XIX,
estudos já eram realizados para analisar o quão longeva se mostrava a resistência dos
micro-artrópodes, com Doyère (1842) e Pouchet (1859) sendo pioneiros nos relatos do vigor
de tardígrados dissecados expostos a choques térmicos (>100°C). Não obstante, mesmo com
tal aptidão, pesquisas apontam que os tardígrados requerem, a priori, um período de
aclimatação às condições em que estão submetidos, pois, dessa forma, podem de melhor
maneira adequar-se ao exigido pelo ambiente (Hengherr, Worland, Reuner, Brummer &
Schil, 2009; Neves, Stuart e Møbjerg, 2020). Ainda nesse quesito, pesquisadores relataram
um fenômeno definitivamente capaz de maleficiar a prevalência das espécies de Tardigrada, o
aquecimento global (Neves, Hvidepil, Sørensen-Hygum, et al. 2020). Com as atividades
antrópicas fomentando mudanças climáticas vertiginosas, torna-se inviável a aclimatação dos
tardígrados, dado que esta não ocorre de maneira instantânea, ocasionando no déficit de
espécies mesmo que em estados dessecados ou aptos aos ambientes congelantes (Giovannini,
Altiero, Guidetti & Rebecchi, 2018; Hengherr, Worland, Reuner, Brummer & Schil, 2009).
A pressão é uma força sob a qual todos os organismos estão submetidos, sendo um dos
fatores que mais influencia no cotidiano, dado seu potencial de causar danos celulares,
colapso estrutural e desnaturação de proteínas vitais. (Møbjerg, 2011). Considerando que
esses animais habitam majoritariamente regiões marinhas, onde a pressão exercida pode
atingir mais de mil vezes a pressão atmosférica ao nível do mar (Møblerg, Halberg,
Jørgensen, Persson, Bjørn, Ramløv, Kristensen, 2011), não é de abismar-se que tenham
desenvolvido mais caracteres adaptativos além da anidrobiose (Rebecchi et al. 2007), a
Estabilização de Proteínas (Hesgrove & Boothby, 2020; SChill, Mali, Dandekar, Schnölzer,
2009). Esse processo, desempenhado por um açúcar especializado, a trealose, inviabiliza a
desnaturação das proteínas, repercutindo na preservação da forma e função destas mesmo
quando a pressão se encontra extrema (Hesgrove, 2020). Outrossim, os tardígrados possuem
mecanismos de reparo de DNA que garantem a integridade genética (Horikawa, 2013), uma
composição lipídica exclusiva que mantém a sua intatilidade celular ao evitar rupturas e o
corpo revestido por camadas protetoras rígidas muito eficientes na minimização de danos
estruturais (Wright, 1988).
A capacidade de sobrevivência dos tardígrados também se estende à tolerância de radiação,
em níveis que diversas outras espécies não suportam, inclusive o ser humano. May R.M,
Maria M. e Guimard J (1964) foram os pioneiros na realização de estudos sobre a resistência
desses micro-artrópodes à radiação, com exposição de indivíduos dissecados e hidratados aos
Raios X e Ultravioleta (UV) (Jönsson, 2019; May, Maria, Guimard, 1964). Os resultados
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apontaram para uma grande resistência dos tardígrados, tanto em seu estado hidratado quanto
dessecado, a exposição por transferência de energia baixa (Low-LET) e energia alta
(High-LET). Especulações sobre de onde vem essas habilidades de suportar até mesmo a
radiação, levou os cientistas a um gene: Dsup, abreviação de Damage Supressor Protein
(Proteína de supressão de dano), exclusiva dos tardígrados (Míngues-Toral et al., 2020). Esse
gene, por não possuir uma estrutura terciária definida, é capaz de se moldar e ligar ao DNA
através de interações eletrostáticas, dessa forma, evitando sua quebra quando exposto a
radiação X e permitindo a perpetuação dos tardígrados mesmo quando expostos aos
processos de emissão de energia.
O presente trabalho visa discorrer um pouco acerca do que são os tardígrados e quais são as
peculiaridades características do Filo que permitem sua perpetuação na Terra até os tempos
contemporâneos. Esperamos, por meio dos seguintes tópicos, fornecer insights sobre o que se
sabe até a atualidade e entender as adversidades a que são submetidos, ademais do papel que
as atividades antrópicas influem sobre a sua sobrevivência.
TARDÍGRADOS
Os tardígrados são animais microscópicos, são pequenos metazoários com tamanho variando
de 0,1 mm até 1,2 mm, os quais constituem um filo à parte (Filo Tardigrada) relacionado com
os artrópodes e os onicóforos. Possuem quatro pares de patas com garras, órgãos visuais
similares a “olhos” (GREVEN, 2007); sistema muscular complexo (SCHMIDT-RHAESA;
KULESSA, 2007); órgãos osmorregulatórios (HALBERG et al., 2009); um aparelho de
alimentação e sistema reprodutivo extremamente desenvolvido (JACOBSEN, 1996;
BERTOLANI; REBECCHI; BECCACCIOLI, 1990), demonstrando a complexidade desse
animal, apesar de seu tamanho diminutos. Foram descritos pela primeira vez por Johann
August Ephraim Goeze em 1773, que os chamou de "urso de água" e refere-se à maneira pela
qual aquela caminhada, semelhante à caminhada de um urso. Mais tarde, o termo tardígrado
(que significa "passo lento") foi dado por Lazzaro Spallanzani em 1777 devido à lentidão
deste animal.
Os tardígrados podem ser encontrados numa grande variedade de habitats marinhos,
dulciaquícolas e terrestres (Nelson, 2001; Bertolani et al., 2009), contudo, por dependerem de
um filme de água ao redor para estarem ativos, devem ser considerados animais aquáticos
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(RAMAZZOTI; MAUCCI, 1983), ademais, já foram realizados experimentos que
comprovaram que esses animais podem sobreviver no vácuo do espaço, onde é impossível
respirar (JÖNSSON et al., 2008).
Quanto à alimentação de tardígrados, é variada e está relacionada principalmente com seu
tipo de aparelho bucal e com a disponibilidade de alimentos no local. Normalmente se
alimentam de algas e células vegetais, mas podem também se alimentar de rotíferos,
nematóides, leveduras, bactérias e em alguns casos até de outros pequenos tardígrados
(SCHILL et al., 2011).
O grupo Tardigrada começou a ganhar muita atenção maior devido a várias de suas espécies
serem altamente resistentes a condições ambientais extremas quando se tornam cistos de
resistência, como por exemplo, altas temperaturas, salinidade elevada e até mesmo ao vácuo
do espaço (NELSON; GUIDETTI; REBECCHI, 2015; BRUSCA; MOORE; SHUSTER,
2018). Os tardígrados tem uma baixa expectativa de vida, mas, por poderem realizar
criptobiose, conseguem sobreviver por muitos anos.
CRIPTOBIOSE
Uma das características mais marcantes dos tardígrados é a sua capacidade de entrar em um
estado latente chamado criptobiose. Crowe (1971) identificou cinco tipos de latência:
encistamento, anoxibiose, criobiose, osmobiose e anidrobiose. Quando um tardígrado está em
um estado latente (criptobiose), o indivíduo entra em um estado de dormência ou uma
“animação suspensa” devido a uma condição extrema no ambiente que o animal se encontra
(Clegg, 2001.). Quando um tardígrado entra em criptobiose, várias das suas funções
biológicas e fisiológicas (metabolismo, crescimento, reprodução, senescência) cessam
temporariamente ou ficam reduzidas enquanto, a sua resistência aos fatores ambientais
extremos (frio, calor, seca, radiações, altas pressões, químicos, etc.) é incrementada (Nelson,
2002; Jönsson & Järemo, 2003). Com o fim da ação do efeito indutor da criptobiose, as
funções biológicas e fisiológicas do tardígrado voltam quase imediatamente aos níveis
normais (Morais, 2009).
Sendo assim, é necessário classificar os tipos de criptobiose existentes, isso vai depender das
condições do ambiente em que o organismo está inserido. Até então foram classificados cinco
tipos de criptobiose, sendo eles: Encistamento (ocorre comumente em tardígrados de água
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doce que vivem em piscinas permanentes e eclusas de canal, embora cistos também possam
ser formados por tardígrados que habitam solo e musgo. O encistamento não é obrigatório no
ciclo de vida de um tardígrado, e as razões para o surgimento não são totalmente conhecidas.)
(Westh e Kristensen, 1992); Anidrobiose (é caracterizado pela perda de água por evaporação,
ou seja, desidratação); Criobiose (ocorre quando as condições de temperatura são
extremamente baixas); Anoxibiose (esse estado é induzido quando os níveis de oxigênio no
ambiente são muito baixos ou até mesmo inexistentes); e Osmobiose (induzida por diferenças
de pressões osmóticas) (Hygum et al., 2016).
Geralmente, o tipo de criptobiose exercido pelos tardígrados mais estudos pelos cientistas é a
anidrobiose (BERTOLANI et al., 2004), isso porque ao estudar como os tardígrados realizam
essa função, os cientistas esperam aprender mais sobre os mecanismos moleculares da
tolerância ao estresse, permitiria a preservação de alimentos, amostras de sangue e vacinas à
temperatura ambiente, e até mesmo evitaria que órgãos e tecidos fossem danificados em
processos de congelamento, aumentando assim sua vida útil (SCHILL et al., 2009), elevando
o nível de conhecimento nas áreas da medicina, biotecnologia e astrobiologia.
TERMOLOGIA
Por termologia, compreende-se como estudo da temperatura, calor etc. A efeito do assunto
que está sendo tratado, atentemo-nos no discorrer deste parágrafo especificamente acerca da
Temperatura. Esta, por sua vez, conceitua-se como uma grandeza responsável por medir a
quantidade de calor, ou seja, o grau de agitação das moléculas (Urone, & Hinrichs, 2022).
Agora, como os Tardígrados se relacionam com essa grandeza? Bem, já foi postulado que
esses micro-artrópodes apresentam grande capacidade de resistência contra as adversidades
ambientais, e a temperatura é um dos desafios enfrentados por eles (Hengherr, Worland,
Reuner, Brümmer, & Schill, 2009.; Neves, Stuart, & Møbjerg, 2020).
O século XIX trouxe pesquisas que relatavam a tolerância de tardígrados dessecados a
exposição de choques térmicos (>100°C) durante efêmeros momentos (Doyère 1842, Pouchet
1859). Em 1995, um estudo realizado com três espécies de tardígrados apresentou resultados
de altas taxas de sobrevivência mesmo sob temperaturas muito baixas (Lauritz Somme e
Terje Meier, 1995). No decorrer da pesquisa, indivíduos hidratados e desidratados das
espécies Echiniscus jenningsi, Macrobiotus furciger e Duphaston chilenense foram
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submetidos a uma variação de -22°C a -180°C durante uma sequência de dias, a fim de
observar seu nível de resistência; com os pesquisadores concluindo que espécimes
desidratados se encontram ainda mais adaptados aos gélidos ambientes da Antártica, visto
que, mostraram-se capazes de se aclimatar rapidamente as condições em que foram expostos
(Lauritz Somme e Terje Meier, 1995).
Não obstante, novos estudos mostram, que as atividades antrópicas estão culminando em um
fenômeno capaz de influenciar negativamente na vida dos tardígrados, o aquecimento global
(Neves, Hvidepil, Sørensen-Hygum, et al. 2020). Durante uma pesquisa realizada com o
tardígrado Ramazzottius varieornatus, indivíduos ativos e dessecados foram expostos a altas
temperaturas, com e sem aclimatação, com o intuito de avaliar a termotolerância apresentada
pelos espécimes (Neves, Hvidepil, Sørensen-Hygum, et al. 2020). No decorrer do
experimento, foi observado que os tardígrados anidrobióticos em estado de tun apresentaram
tolerância mais acentuada as elevadas temperaturas do que os ativos, observação corroborada
por estudos anteriores (Hengherr, Worland, Reuner, Brümmer & Schill, 2009.). Conquanto,
Neves (2020) enfatizou o quão importante é o tempo de exposição, dado que, após 24 horas,
a temperatura média para que 50% da mortalidade fosse atingida caiu de 82,7 °C para 63,1
°C. Outrossim, considerando que uma discrepância foi observada entre espécies diferentes
sob temperaturas equivalentes (Ramløv & Westh, 2001; Hengherr, Worland, Reuner,
Brümmer & Schill, 2009; Neves, Stuart e Møbjerg, 2020) novos estudos devem ser
realizados, a fim de, apresentar novas perspectivas sobre como os caracteres genéticos
influem nessas alterações.
Os tardígrados, embora dotados de exímia resistência, necessitam de um período para
aclimatar-se às mudanças posteriores, assim, sendo possível suspenderem sua atividade
metabólica e retornarem quando as conjunturas ambientais estiverem mais favoráveis
(Hengherr, Worland, Reuner, Brummer & Schil, 2009). Não obstante, a vertiginosidade com
que ocorrem as mudanças torna inviável a ocorrência da aclimatação, dessa forma,
prejudicando a perpetuação das espécies. Essa situação já havia sido alertada em 2018,
quando um estudo apontou a provável extinção do tardígrado Acutuncus antarcticus por
conta do aumento de temperatura dos mares, e reiterada em 2020 com alertas sobre outra
espécie passando pelo mesmo problema (Giovannini, Altiero, Guidetti & Rebecchi, 2018).
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PRESSÃO
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criaram um nicho em alguns dos habitats mais extremos do nosso planeta. O estudo dos
tardígrados não só aprofunda a nossa compreensão da resiliência biológica, mas também
oferece insights com aplicações potenciais em biotecnologia e medicina. Os seus corpos
minúsculos e resilientes contêm uma riqueza de conhecimentos que continua a cativar e
inspirar cientistas de todo o mundo.
RADIAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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notável talento para a criptobiose, especialmente na forma de anidrobiose e criobiose, não
apenas sublinha uma habilidade única de adaptação, mas também revela uma riqueza de
potenciais aplicações práticas, desde a preservação de material biológico até avanços
inovadores em biotecnologia.
Embora sua capacidade de se ajustar a mudanças ambientais seja digna de admiração, a
narrativa do aquecimento global destaca uma vulnerabilidade preocupante. As atividades
antrópicas aceleram mudanças climáticas, ameaçando a capacidade dos tardígrados de
aclimatação. Este cenário lança um alerta sobre a necessidade premente de adotar medidas de
conservação e mitigação para proteger não apenas esses microrganismos notáveis, mas todo o
ecossistema global.
Além disso, ao explorar a interação dos tardígrados com fatores estressantes como
temperatura, pressão e radiação, desvelamos não apenas mecanismos biológicos
surpreendentes, como o gene Dsup, mas também desencadeamos reflexões mais profundas
sobre nossa própria responsabilidade na preservação do planeta. A resistência à radiação,
facilitada pelo gene Dsup, sugere não apenas uma adaptação singular, mas também potencial
para aplicações em proteção genética contra radiação em outras formas de vida.
Assim, os tardígrados, ao desempenharem o papel de embaixadores da resiliência biológica,
instigam uma reconsideração de nossa relação com o meio ambiente. À medida que
desvendamos os mistérios desses seres diminutos, somos convocados a uma postura mais
ativa na preservação da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas. O estudo
contínuo desses microrganismos não apenas amplia nosso conhecimento científico, mas
também nos desafia a proteger a delicada tapeçaria da vida na Terra, assegurando que, assim
como os tardígrados, nossa capacidade de adaptação prevaleça em face dos desafios
iminentes.
REFERÊNCIAS
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