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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – CAMPUS ARARANGUÁ

UNIVERSIDADE
DISCIPLINA: FEDERAL
ENERGIA E POLUIÇÃO DE SANTA CATARINA
AMBIENTAL
PROFESSORA: MARIA ANGELES LOBO RECIO
Trabalho
ALUNO: MATEUS de Energia
STRAUB GOMES e Poluição Ambiental

Compostos Radioativos e a Saúde Humana


Os efeitos que a radiação causa no corpo humano podem ser
classificados em efeito agudo ou crônico. Os efeitos crônicos se manifestam ao
longo dos anos devido a uma exposição significativa à radiação. Por sua vez
os efeitos agudos atuam no momento, frequentemente devido a uma exposição
direta, resultando desde queimaduras nas mucosas até rompimento de
plaquetas e diminuição na resistência imunológica.
A radiação pode causar dois tipos de danos, o dano pelo calor, que consiste
na destruição de células por grandes quantidades de calor, muito maiores que
a quantidade recebida por uma pessoa exposta ao Sol, e os danos por
ionização das células. A radiação ionizante danifica o DNA, RNA e diretamente
as proteínas. Grandes doses de radiação causam morte celular, se o número
de células afetadas for grande o suficiente pode levar a disfunção e morte dos
órgãos atingidos. Por outro lado, baixas doses interferem na proliferação das
células, ocasionando mutações que, por sua vez, levam ao câncer, sendo as
células reprodutivas e as das medulas as células mais radiossensiveis.
Mulheres em estado de gestação se expostas a certas quantidades de
radiação podem gerar problemas de mutação genética fazendo com que os
fetos nasçam prematuras ou, quando atingem o tempo de gestação, nasçam
com algum tipo de mutação. A radiação também pode desencadear doenças,
tais como:
• Anemia;
• Catarata;
• Leucemia;
• Infecções;
• Hemorragia;
• Envenenamento;
• Problemas circulatórios; e
• Problemas respiratórios.

Monitoramento de Radioatividade em Funcionários


As normas do setor estabelecem que todos os trabalhadores que realizam
atividades em que há a exposição à radiação devem utilizar um dosímetro de
radiação. Isso consiste em um monitor de tórax, para estimar a dose efetiva de
corpo inteiro, dependendo da atividade realizada também utiliza-se um monitor
de extremidade, em forma de anel ou pulseira.
O dosímetro é utilizado durante toda a jornada de trabalho e em um
período de 30 dias, recebendo outro dosímetro antes do prazo terminar para dar
continuidade nas medições.
Segundo Bushberg (2019), em caso de suspeita de contaminação, o
corpo inteiro é examinado com um contador Geiger-Muller de janela delgada
conectado a um medidor de radiação (contador Geiger). Esse dispositivo ajuda
a revelar a localização e a extensão da contaminação externa.
Resíduos Nucleares de Angra I e Angra II
O armazenamento dos resíduos radioativos depende da intensidade e
duração de seus isótopos radioativos, podendo ser guardados na própria usina
ou em centro de gerenciamentos de rejeitos. A cada ano, cerca de 1/3 dos
combustíveis radioativos, rejeito de pastilhas de uranio, são trocados por um
novo. Esses rejeitos ainda contem bastante material radioativo na composição
sendo denominados de rejeitos de alta atividade (RAA) e por serem muitos
radioativo e emitirem uma grande quantidade de calor são armazenados em
piscinas, de 10 m à 12 m de profundidade, dentro das próprias usinas com o
objetivo de resfria-los e conter a radiação, lá esses rejeitos permanecem por um
tempo entre 5 e 40 anos. Essas piscinas são constantemente monitoradas e
estão localizadas dentro das barreiras de contenção que também protegem o
reator. Quando os depósitos das usinas forem desativados, esses compostos
seguirão para um deposito geológico.
Rejeitos de média atividade (RMA) são aqueles que estiveram em contato
direto com o RAA, e acabaram por absorver parte dessa radiação, são cerca de
1000 vezes menos radioativos que o RAA, sendo solidificados em concretos e
armazenados em barris metálicos.
Por último temos os rejeitos de baixa radioatividade, que constituem
aqueles que tem contato indireto com o RAA, como por exemplo as roupas dos
funcionários e ferramentas, contendo cerca de 1000 vezes menos radiação que
os RMA. Esses resíduos de baixo atividade pode ser lavados para reuso, mas
depois de um tempo também são armazenados em barris lacrados ou tanques
de aço inoxidável, revestidos de concreto.
Esses barris são lavados e selados em depósitos intermediários próximos
as usinas, nesses depósitos são vedados com concreto e resinas isolantes. Na
última fase, os rejeitos são levados para os depósitos geológicos, depósitos de
longa duração.
Previsões do Armazenamento de Resíduos Radioativos
Algumas ideias tem sido cogitadas para se livrar de maneira definitiva do
lixo radioativo, uma dessas ideias e a de lançar para o espaço, mas isso traz o
risco dos rejeitos voltaram para a Terra. Outras soluções já buscam alugar um
terreno em um país subdesenvolvido para depositarem seu rejeito radioativo. O
objetivo sempre foi encontrar um depósito definitivo para os resíduos radioativos,
sendo os depósitos geológicos os mais cogitáveis
A Finlândia vem desenvolvendo o Projeto Onkalo que consiste na criação
de um depósito a 500 m de profundidade, possuindo uma descida em espiral de
cerca de 5 km, numa rocha granítica. A escavação da rocha teve início em 2004
e o início da construção, em 2016. A previsão é que esteja disponível para uso
em 2023 e o completo preenchimento em 2120. Semelhante na França, o projeto
de construção do Centro Industrial de Armazenamento Geológico (Cigeo) foi
aprovado em julho de 2016, pela Assembleia Nacional Francesa. Esse projeto
consiste numa megaestrutura a 500 metros abaixo da terra para armazenar 80
mil metros cúbicos de rejeito nuclear, com previsão para durar 100 mil anos.
No Brasil, vale salientar que as piscinas para armazenar os resíduos
radioativos de Angra I e Angra II tem espaço para armazenamento até o ano de
2021 (Jornal da USP, 2019) A Eletrobras está em processo de implementação
de uma unidade de armazenamento complementar a seco (UAS) dentro da
central nuclear entre Angra II e Angra III, possuindo capacidade para abrigar
mais de 480 compostos radioativos, podendo ser expandida no futuro.
O desenvolvimento de armazenamento geológico também possui críticas,
o alemão Mycle Schneider, analista independente de política nuclear e principal
autor do relatório anual sobre o status do setor, comenta que o armazenamento
geológico não deve ser a meta final, podendo dificultar o acesso ao resíduo
quando encontrarmos esse armazenamento definitivo.
REFERÊNCIAS
OKUNO, Emico. Rejeitos radioativos. 2019. Disponível em:
https://jornal.usp.br/artigos/rejeitos-radioativos/. Acesso em: 19 abr. 2021.
RUSSELL, Ruby. A difícil busca pelo depósito definitivo de lixo nuclear. 2017.
Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/a-dif%C3%ADcil-busca-pelo-
dep%C3%B3sito-definitivo-de-lixo-nuclear/a-40492602. Acesso em: 19 abr. 2021.
BUSHBERG, Jerrold. Exposição e contaminação radioativa. California: Manual Msd,
2019. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-
intoxica%C3%A7%C3%A3o/exposi%C3%A7%C3%A3o-e-
contamina%C3%A7%C3%A3o-radioativa/exposi%C3%A7%C3%A3o-e-
contamina%C3%A7%C3%A3o-radioativa. Acesso em: 21 abr. 2021.
DOSIMETRIA individual. Disponível em: https://www.sapralandauer.com.br/protecao-
radiologica-saiba-sobre-os-principais-aspectos-normas-e-tecnologias-
empregadas/dosimetria-individual/. Acesso em: 19 abr. 2021.
ONDE É GUARDADO O LIXO NUCLEAR DAS USINAS BRASILEIRAS? São Paulo:
Super Interessante, 04 jul. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-
estranho/onde-e-guardado-o-lixo-nuclear-das-usinas-brasileiras/. Acesso em: 17 abr.
2021.
ELETRONUCLEAR. Eletrobras. Gerenciamento de Resíduos. Disponível em:
https://www.eletronuclear.gov.br/Sociedade-e-Meio-Ambiente/Paginas/Gerenciamento-
de-residuos.aspx. Acesso em: 20 abr. 2021.

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