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UNIVERSIDADE PAULISTA

Andressa Pereira de Souza / F32CDD0


Augusto Pereira Gonçalves Lopes / N687JC5
Carlos Eduardo M. Araújo / F1750G9
Carlos Eduardo de O. Faleiro / N682HB0
Francisca Karoline das Neves Silva / N678HE8
Nathalia de Souza Ciro / F318FI4

A TRAJETÓRIA DE CHERNOBYL E DE THREE MILE ISLAND

Goiânia
2˚ Semestre / 2020
1
Andressa Pereira de Souza / F32CDD0
Augusto Pereira Gonçalves Lopes / N687JC5
Carlos Eduardo M. Araújo / F1750G9
Carlos Eduardo de O. Faleiro / N682HB0
Francisca Karoline das Neves Silva / N678HE8
Nathalia de Souza Ciro / F318FI4

A TRAJETÓRIA DE CHERNOBYL E DE THREE MILE ISLAND

Trabalho apresentado no Curso


Superior de Tecnologia em Radiologia da
UNIP, como requisito para a aprovação no
Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM do 2°
período.

Orientador: Prof. Me. Diogo Nery Maciel

Goiânia
2° Semestre/2020

2
Andressa Pereira de Souza / F32CDD0
Augusto Pereira Gonçalves Lopes / N687JC5
Carlos Eduardo M. Araújo / F1750G9
Carlos Eduardo de O. Faleiro / N682HB0
Francisca Karoline das Neves Silva / N678HE8
Nathalia de Souza Ciro / F318FI4

A TRAJETÓRIA DE CHERNOBYL E DE THREE MILE ISLAND

Trabalho apresentado no Curso


Superior de Tecnologia em Radiologia da
UNIP, como requisito para a aprovação no
Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM do 2°
período.

Aprova do em: _____/_____/_________.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________
Prof. Diogo Nery Maciel
Universidade Paulista – UNIP

_________________________________
Prof. João Marcelo Porto de Deus
Universidade Paulista – UNIP

_________________________________
Prof. Camila Leal Diniz.
Universidade Paulista – UNIP

3
RESUMO

Será abordado toda a trajetória dos acidentes radiológicos de Chernobyl


e Three Mile Island. Após apresentadas as medidas administrativas cabíveis
que deveriam ter sido tomadas com a finalidade de evitar tais fatos, será
apresentado também o gatilho dos mesmos. O trabalho partirá de um aspecto
macro onde abordar-se-á os efeitos em primeira instância, ou seja, os impactos
imediatos causados por gases e substâncias liberadas e indo aos efeitos em
nível celular, molecular e atômico. O intuito é evidenciar a importância da
proteção radiológica, além de discorrer de forma gradual e completa sobre
seus efeitos, fazendo também com que os leitores tenham total ciência dos
riscos que a radiação apresenta. Trata-se a pesquisa, de um afunilamento de
grandes acidentes em função de risco, medidas protetivas e consequências.
Por meio de tal pesquisa podemos ver detalhadamente a trajetória de suas
consequências, dando ênfase também nos meios de proteção, relacionando as
com as atitudes tomadas no mesmo, além disso, os efeitos da radiação são
mostrados com clareza e abrangência.

4
ABSTRACT

The entire trajectory of radiological accidents in Chernobyl and Three


Mile Island will be covered. After presenting the appropriate administrative
measures that should have been taken in order to avoid such facts, their trigger
will also be presented. The work will start from a macro aspect where the
effects in the first instance will be approached, that is, the immediate impacts
caused by gases and substances released and going to the effects at the
cellular, molecular and atomic level. The aim is to highlight the importance of
radiological protection, in addition to talking gradually and completely about its
effects, also making readers fully aware of the risks that radiation presents. It is
about research, a funneling of major accidents due to risk, protective measures
and consequences. Through such research we can see in detail the trajectory
of its consequences, also emphasizing the means of protection, relating them to
the attitudes taken in it, in addition, the effects of radiation are shown clearly
and comprehensively.

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Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 7
1.1 Three Mile Island ......................................................................... 7
1.2 Chernobyl .................................................................................... 7
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................. 9
2.1 Pós catástrofes............................................................................ 9
2.2 Radioproteção associando o conceito aos acidentes .................. 9
2.3 Princípios de proteção radiológica............................................. 11
2.4 Cuidados de proteção radiológica ............................................. 12
2.5 O átomo ..................................................................................... 13
2.5.1 Urânio .................................................................................. 14
2.5.2 Aplicação ............................................................................. 15
2.5.3 Absorvedor de Nêutrons...................................................... 15
2.5.4 Acidentes............................................................................. 16
2.5.5 Consequências da radiação ................................................ 17
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 20
4 REFERÊNCIAS ............................................................................... 21

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Three Mile Island


Às 03:58 da manhã de março de 1979, a bomba de agua de um dos
reatores falhou, o sistema de segurança automático fez com que a pressão da
água fosse reduzida e assim sendo liberada cerca de 100kg/cm2 de gases não
radioativos na atmosfera. Assim que a pressão foi diminuída, uma bomba
alternativa deveria fazer a refrigeração, contudo, o mesmo estava em
manutenção, e mesmo desligado o reator começou a esquentar muito pois as
reações atômicas continuariam ocorrendo por várias horas. (BERNARDO et al.,
2020).
O painel da sala de controle tinha mais de 1200 luzes e alguns dos
comandos mais importantes ficavam mal posicionados e esse fator deixou os
quatro operadores do turno da madrugada ainda mais perdidos diante de uma
situação de emergência. Para piorar a situação um dos técnicos desligou o
sistema de emergência antes do tempo e isso resultou na exposição das
varetas de urânio que derreteram devido à alta temperatura e assim,
contaminando a água que estava no fundo do reator. (BERNARDO et al., 2020)

1.2 Chernobyl
Em 25 de abril de 1986, durante um desligamento rotineiro, técnicos da
usina executavam um teste no reator de número 4. O teste tinha como função
determinar por quanto tempo as turbinas ainda rodariam após uma queda
inesperada de energia. Este mesmo teste já havia sido feito no ano anterior,
quando se percebeu que as turbinas haviam parado muito rapidamente. Para
sanar o problema, dispositivos novos foram instalados no decorrer do ano e
precisavam ser feitos testes, que fora solicito pelo Comitê Estatal para o Uso
da Energia Atômica, para aumentar a segurança do reator. (HELERBROCK
Rafael, 2020)
Desligar o reator, levaria ao o decaimento do iodo-135, sendo
necessário aplicar gradualmente xenônio-135, no qual tem a capacidade de
absorver nêutrons. A quantidade de xenônio-135 existente no núcleo não

7
permite reativar imediatamente, é preciso esperar que essa quantidade de
xenônio-135 decaia para que o reator possa ser reativado, tal procedimento
levaria dias. Visto que decidiram não desligar, descumprindo uma norma do
procedimento de segurança padrão, os testes prosseguiram com a potência do
reator reduzida. Foram introduzidas as barras de controles no núcleo de forma
que reduzisse a potência de saída, chegando a 30 megawatts (térmicos), o que
era igual a 1% da força máxima do reator n°4. Nos reatores do tipo RBMK, para
esse nível de potência, encontram-se sistemas de desligamento automáticos.
Entretanto, os controles de potência, sistema de refrigeração de emergência do
núcleo e outros dispositivos semelhantes foram desligados para que os testes
continuassem. (SOUZA et al., 2014)
Devido a potência baixa, o reator iniciou o processo de fissão nuclear
por xenônio-135, que foi evitado pelos operadores inicialmente. Para
suspender o processo, os operadores aumentaram a potência. Em 26 de abril,
aproximadamente às 1h 22m, a reação estava em uma situação crítica, logo,
controlar o reator era impossível usando somente a fissão por xenônio, então,
manualmente foram introduzidas hastes contendo o elemento boro, mas
quando inseridas, as hastes liberaram um volume de água do reator, em
resultado, a água restante sobreaqueceu e evaporou e isso, por sua vez,
expandiu violentamente, a pressão foi tanta, que expulsou a placa de cobertura
que pesava 1000 toneladas. E então, produtos como iodo-131, césio-137 e
estrôncio-90 foram liberados da atmosfera por meio do vapor. (SOUZA et al.,
2014)

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Pós catástrofes

Sobre o desenvolvimento da fauna local, houve aumento de espécies de


grandes mamíferos, aumento no tamanho dos indivíduos de algumas espécies
e retorno de algumas que eram extintas nessa região, como os ursos pardos e
lobos. Por mais que haja avanço de algumas populações de espécies, outras
sofreram e ainda sofrem com os danos da radiação. Estudos apontam que
algumas aves e mamíferos apresentam desenvolvimento de catarata, tumores e
infertilidade. A mutação causada em animais é mais severa do que a causada
em plantas, porém os danos causados pelo acidente nuclear ainda são menores
do que os causados por ação direta dos humanos, de acordo com o
pesquisador Sergei Gaschak, que afirma ser esse o ecossistema mais saudável
da Ucrânia. (CARLESSO, 2019)

2.2 Radioproteção associando o conceito aos acidentes

A proteção contra as radiações ionizantes, tem por objetivo a prevenção


ou a diminuição dos efeitos somáticos e também a redução da deterioração
genética aos que são expostos a ela, pois o problema das exposições crônicas
adquiri importância fundamental, colocando em consideração que a dose
acumulada em um período de vários anos leve ao fator preponderante, mesmo
que as doses recebidas durante os períodos sejam pequenas. No entanto
qualquer atividade envolvendo a radiação ou exposição, deve ser justificada
em relação as outras alternativas e produzir um benefício liquido para a
sociedade. (TAUHATA; SALATI; PRINZIO; PRINZIO, 2003)

Nos acidentes, a radioproteção, fator de grande incidência e importância,


não foi colocada em prática, pois naquela época havia pouco conhecimento da
área de proteção radiológica e a omissão de informações por parte dos
governantes e diretores das usinas, levaram a culminação de tais desastres

9
que afetaram em grandes proporções tanto a população quanto o meio
ambiente. (SILVA, 2017)
Em ambos, a chefia das usinas nucleares e os governantes junto aos
órgãos de cada país responsável pelas normas de regulamentação dos
serviços nucleares devem analisar os diversos tipos de fontes de radiação, as
diferentes radiações e modos de interação com a matéria viva ou inerte, as
possíveis consequências e sequelas à saúde e riscos associados avaliando a
quantitativa e a qualitativa de tais possíveis efeitos, necessitando a definição
das grandezas radiológicas, suas unidades, os instrumentos de medição e
detalhar os diversos procedimentos do uso das radiações ionizantes. Outro
fator é o estabelecimento de normas regulatórias, os limites permissíveis e um
plano de Proteção Radiológica para as instalações que executam práticas com
radiação ionizante, que tem por objetivo garantir o seu uso correto e seguro
adjunto a procedimentos para situações de emergência que também devem ser
definidos para o caso de desvio da normalidade do funcionamento de uma
instalação ou prática radiológica. (TAUHATA; SALATI; PRINZIO; PRINZIO,
2003)
Nos dias atuais os conceitos, procedimentos, grandezas e filosofia de
trabalho em proteção radiológica são continuamente detalhadas e atualizadas
nas publicações da International Commission on Radiological Protection, ICRP;
onde se tem um abrangente de informações e conhecimentos sobre
radioproteção e a utilização da mesma; também existe a International
Commission on Radiation Units and Measurements, ICRU, que cuida das
grandezas e unidades, seu processo de aperfeiçoamento e atualização. Estes
conceitos contidos nas publicações da ICRP e ICRU constituem um conjunto
de recomendações internacionais e cada país, pode ou não adotar parcial ou
totalmente, mas tudo depende do estágio de desenvolvimento do país, da
capacidade ou viabilidade de execução, em cada área de aplicação da
radioproteção nas várias utilizações das radiações ionizantes. (TAUHATA;
SALATI; PRINZIO; PRINZIO, 2003)

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2.3 Princípios de proteção radiológica
Objetivos: Na radioproteção se trabalha com um conjunto de medidas
que buscam e visam proteger o homem, seus descendentes posteriores e o
meio ambiente a sua volta, contra os possíveis efeitos indevidos causados
pelas radiações ionizantes que são provenientes de fontes produzidas e
manipuladas pelo homem ou de fontes naturais tecnologicamente modificadas.
(OLIVEIRA, 2020)
A radioproteção trabalha em cima de três objetivos: Minimizar os riscos de
efeitos biológicos no ser humano, limitar dose em atividades profissionais e
diminuir a probabilidade de efeitos a longo prazo (câncer, efeitos genéticos,
etc)
(Portaria 453/98, ANVISA Norma NN-3.01, CNEN)
Justificação: Nenhuma prática ou fonte adscrita a uma prática
envolvendo radiação ionizante deve ser autorizada, a menos que venha
produzir um suficiente benefício para com o indivíduo exposto ou para a
sociedade, que venha a compensar o detrimento que possa ser causado
devido à exposição. (OLIVEIRA, 2020)
Otimização: O princípio básico da proteção radiológica ocupacional
estabelece que todas as exposições devem ser mantidas tão baixas quanto
razoavelmente exequíveis. (ALARA: As Low As Reasonably Achievable)

Contextualizando o princípio ALARA com o acontecimento nos dois


acidentes, percebemos e evidenciamos uma exposição excessiva de dose que
foi absorvida pelos trabalhadores presentes nas usinas, assim bem como todos
os envolvidos, há exemplo, a população mais próxima e o meio ambiente.
(SAPRALAUDER, 2020)

Em estudos epidemiológicos e radio biológicos com baixas doses


mostraram que não existe um limiar real de dose para os efeitos estocásticos.
Assim, qualquer exposição seja ela em baixas ou altas doses em um tecido
envolve um risco carcinogênico, dependendo da radio sensibilidade desse
tecido por unidade de dose equivalente (coeficiente de risco somático para o
indivíduo). Além disso, qualquer exposição das gônadas pode levar a um

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detrimento genético nos descendentes do indivíduo exposto posteriormente. O
princípio ALARA estabelece, portanto, a necessidade do aumento do nível de
proteção a um ponto tal que aperfeiçoamentos posteriores produziriam
reduções menos significantes do que os esforços necessários. A aplicação
desse princípio requer a otimização da proteção radiológica em todas as
situações onde possam ser controladas por medidas de proteção,
particularmente na seleção, planejamento de equipamentos, operações e
sistemas de proteção. (SAPRALAUDER, 2020)
Limitação de dose individual: está é aplicada ao indivíduo exposto à
radiação ionizante e ao público que tiveram contato estas radiações em geral,
mas não a pacientes, estes limites são calculados em doses anuais,
considerando a grandeza das doses efetiva e equivalente, ao órgão do corpo
humano exposto e afetado pela radiação. (CNEN, 1998)

Tabela 1 - Limites de doses anuais.

Fonte: (CNEN, 1998)

2.4 Cuidados de proteção radiológica


Tempo: A quantidade de dose acumulada por um indivíduo que trabalha
em uma área exposta a uma determinada taxa de dose é devidamente
proporcional ao tempo de exposição em que ele permanece na área. Deve-se
ter em mente sempre que quanto menor o tempo de exposição menores serão
os efeitos causados pela radiação ionizante no organismo. (SOARES, 2008)
Distância: Em uma fonte puntiforme, emitindo radiações em todas as
direções, o fluxo, que é proporcional a taxa de dose em uma determinada
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distancia da fonte, é inversamente proporcional ao quadrado da distância.
(SOARES, 2008)
Blindagem: Denomina-se blindagem todo sistema que é destinado a
atenuar um campo de radiação por interposição de um meio ou material entre a
fonte de radiação e os indivíduos ou objetos a proteger, sendo assim a
blindagem é o método mais importante de proteção contra a irradiação externa.
(SOARES, 2008)

A blindagem veio a atenuar a radiação que era jogada para a atmosfera


somente quando começaram a construir o sarcófago ao redor do reator número
4, após 206 dias de construção, ele está situado dentro de uma grande área
restrita, conhecida como a zona de exclusão de Chernobyl, neste sarcófago
contem 200 toneladas de cúrio radioativo, 30 toneladas de pó altamente
contaminadas e 16 toneladas de urânio e plutônio armazenados e selados,
para que não continuem contaminando a atmosfera; pois mesmo após 34 anos
do acidente ainda há resquícios de radiação. (GALILEU, 2019)

2.5 O átomo

Toda matéria é constituída por pequenas partículas denominada átomo.


Os agrupamentos desses átomos estruturam às moléculas, de um mesmo
elemento ou de elementos divergentes. O átomo é composto por um núcleo
central, onde se encontram os prótons com carga positiva e os nêutrons sem
carga, em sua volta podemos observar os elétrons que envolvem o núcleo com
uma carga negativa. Alguns átomos possuem propriedades radioativa, ou seja,
tem a capacidade de transformar um elemento em outro elemento estável,
distinguindo-se apenas por sua propriedade atômica. (CARDOSO, 2012)

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Figura 2: Representação da molécula ao átomo.

Fonte: (Biologia Total, 2020)

2.5.1 Urânio

Em usinas nucleares os usos de elementos químicos radioativos em


seus reatores são comuns, como o urânio, que trata- se de um elemento
natural encontrado em forma de minérios, é representado pelo símbolo U,
possuí três isótopos, todos com 92 prótons, 135 a 148 nêutrons, possuem
divergentes radioatividade, porém, possuem as mesmas propriedades
químicas. (GONÇALVES, ALMEIDA, 2005)

Tabela 3: Isótopos do Urânio, 2011-2020

Abun
Isót Tempo Atividade
dância
opo de meia vida radioativa
relativa

Urâ 99,2 4.510.00 12,455


nio-238 7% 0.000 anos Bq.g-1

Urâ 0,72 713.000. 80,011


nio-235 % 000 anos Bq.g-1

Urâ 0,00 247.000 231 x


nio-234 6% anos 106 Bq.g-1
Fonte: (Todamatéria, 2011-2020)

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2.5.2 Aplicação

O Urânio-235 é muito utilizado na geração de energia nuclear onde a


mesma é formada pela a energia liberada na divisão do átomo de urânio em
um processo designado fissão nuclear. Nesse processo os nêutrons são
liberados ocorrendo assim a interação com outros núcleos resultando em sua
divisão em um núcleo de criptônio-92 e um de bário-141. A energia gerada
ocorre através da reação de fissão nuclear em cadeia que gera muito calor com
a liberação dos nêutrons que se aquecem, essa reação é controlada por hastes
de controle, os reatores utilizam água como moderador, a água além de ser um
moderador ela vai absorver os nêutrons e resfriar o núcleo, essa reação irá
aquecer a água pressurizada e produzir vapor fazendo com que a reação
continue a acontecer gerando assim, energia. (CARDOSO, 2012)

Figura 4 - utilização do urânio.

Fonte: (Biologia total, 2019)

2.5.3 Absorvedor de Nêutrons

No caso dos reatores moderados como os utilizados na usina nuclear de


Chernobyl e Three Mile Island, para que os mesmos funcionem corretamente é
preciso que em seu núcleo tenha um moderador para ter controle sobre as
reações de fissão nuclear, reduzindo assim a velocidade dos nêutrons. Alguns
reatores utilizam como moderadores água pesada e grafite. (REZENDE,
OLIVEIRA, FERNANDES E MELLO FILHO, 2009)

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Água pesada ou deutério: É um gás incolor, inodoro e não tóxico. É
formada por 2 hidrogênio e 1 oxigênio, a sua diferença encontra-se no seu
número de massa.
Grafite: Conhecido por grafita ou chumbo negro, é formado por carbono
puro, grande condutor elétrico.

Figura 5 - Fissão nuclear do Urânio.

Fonte: (Energia Nuclear, 2009)

2.5.4 Acidentes

Além de suas vantagens para a sociedade, tem- se seus riscos, como


por exemplo o de acontecer um acidente nuclear. A maioria dos acidentes
nucleares ocorridos aconteceram por negligência, podendo assim serem
evitados. Na usina de Three Mile Island houve liberação de gases radioativos
de xenônio e criptônio, porque não estava ocorrendo o processo de
resfriamento do moderador, com isso o reator começa a superaquecer e ser
interrompido por hastes de controle que permitia regular a potência do reator.
Os operadores não conseguiram observar a perda da quantidade de líquido de
arrefecimento que ocorria, falhas mecânica causada por despreparo dos
operadores. (MONTAVÃO, 2012)
Em Chernobyl houve a explosão do reator n°4 que ocorreu durante um
teste de segurança. A explosão espalhou grandes quantidades de material
radioativo pela atmosfera, elementos como o iodo-131, césio-137 e estrôncio-
90 foram liberados.
Quando um reator funciona de maneira incorreta ou com níveis de água
muito abaixo do indicado pode ocorrer uma reação em cadeia descontrolada,
desencadeando outra reação, ou até mesmo o envenenando do reator por
decaimento do xenônio. O xenônio 135 e o iodo 135 são produzidos na reação
de cadeia de fissão, agem como um absorvedor de nêutrons. O iodo-135 tem
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meia vida de 6,57horas, quando decai se transforma no xenônio-135, onde o
mesmo em seu decaimento se transforma em césio-135. Com o
envenenamento do reator e as bombas de água funcionando com pouca
energia, o resfriamento do núcleo já não estava mais acontecendo, havendo
assim um superaquecimento, bolhas de vapores começaram a se formar na
água fazendo com que não se conseguir mais absorver nêutrons, levando
assim a uma explosão. O núcleo do reator ficou exposto fazendo com que o
oxigênio entrasse, gerando assim outras reações e dando origem a uma
grande poeira radioativa espalhando altos níveis de radiação. (SUGUIMOTO E
CASTILHO, 2014)

2.5.5 Consequências da radiação

Ao longo de sua vida o ser humano é exposto a radiação, seja ela


natural ou não, em alguns casos essas exposições podem ser fatais, como por
exemplo, em acidentes nucleares, onde os níveis de radiação são altos.
Quando as partículas radioativas são liberadas em grandes quantidades pela
atmosfera ao entrarem em contato com corpo humano podem causar
alterações em seu DNA ou até mesmo a morte das células. Isso ocorre quando
a radiação é absorvida no material biológico, causando assim uma interação
direta com o alvo da célula, deixando-o excitado ou ionizado, ou até mesmo
podendo causar uma Interação com outros átomos ou moléculas da célula de
forma indireta, gerando assim radicais livres e atingindo o próprio DNA da
célula, essa quebra entre ligação química e seu efeito biológico pode aparece
depois de horas, dias, meses, anos e gerações, dependendo da dose
absorvida e do tempo de exposição. (OLIVEIRA, MENDONÇA, MOREIRA,
SANTOS, 2019)

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Figura 6 – Interação da radiação com o corpo humano.

Fonte: (Apostila educactiva, CNEN, 2019)


Em casos de doses relativamente baixa pode não haver nenhum dano à
saúde ou pequenos danos que podem ser reparados pela célula. Já em outros,
as células são danificadas e continuam a se reproduzir com defeitos na
duplicação do seu DNA, ocorrendo assim uma mutação gênica ou
cromossômica (NOUAILHETAS, 2005).

Figura 7: Tipos de mutações gênicas ou cromossômicas,2000-2015.

Fonte: (Neves Roberta, 2000-2015)

Em exposições a níveis altíssimo de radiação, a mesma pode causar


efeitos no organismo como um todo e afetar os principais sistemas,
hematopoiético, gastrointestinal e nervoso central. Quando a célula é afetada e

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para de ser sintetizada ela perde as proteínas necessárias para o seu
funcionamento. Com a perda de sua reprodução, as células da medula óssea
para de reproduzir os leucócitos (glóbulos brancos) que são responsáveis pelo
sistema imunológico, fazendo com que o organismo fique debilitado e o
sistema quase inexistente. Se os últimos glóbulos começarem a morrer, o
corpo vai perder suas plaquetas que ajudam na coagulação, onde o mesmo
não pode ser reparado pelo dano causado pela radiação, poderá ocorrer um
colapso neurológico, designada síndrome cérebro vascular, levando ao
aumento da pressão craniana e a morte em 24 a 48 horas, no caso de doses
altíssima de 100Gy. Já na síndrome gastrointestinal a morte pode ocorrer entre
9 e 10 dias, referentes a doses intermediária de 5 a 12GY, nesse caso alguns
sintomas podem ser observados como náuseas, vômito, diarreia, sinais de
desidratação. Com doses de 2,5 a 5Gy, pode ocorrer sintomas como,
depressão dos elementos do sangue ou até mesmo uma infecção, levando
assim a morte em várias semanas ou até 2 meses, síndrome hematopoiética.
(NOUAILHETAS, 2005)

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se pertinente concluir que dentro do tema abordado nesse


trabalho, foi possível descrever, demonstrar e analisar os acidentes de
Chernobyl e Three Mile Islands, dado o conceito de proteção radiológica e os
efeitos biológicos nas células. Com tal efeito, buscou-se apresentar a
periculosidade de tais eventos e a necessidade de atentar-se a radioproteção,
que tem sua extrema importância no contexto dos estudos acadêmicos de
radiologia, como evitar esse tipo de acidente ou a baixa contaminação com os
indivíduos (as).
Foi descrito com detalhes ambos acidentes, sendo equiparado os
desastres com o que poderia ter sido evitado caso existisse o conhecimento da
radioproteção, podendo ser evitado ou ter um baixo nível de contaminação e
proliferação. Além disso, observou a clarificação de aprofundar e descrever
como a radiação ionizante em contato com as células humanas podem causar
doenças, quando não existe nenhum tipo de proteção.
Dado isto, conclui-se que, através dessa pesquisa, é certo que as
informações obtidas aqui e que foram apresentadas, são suficientes para obter-
se um certo grau de confirmação dos objetivos propostos.

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4 REFERÊNCIAS

1. BERNARDO, André et al. A história de Chernobyl, Fukushima e


outros 4 acidentes nucleares: ucrânia e japão foram palco das
maiores tragédias. Mas há um histórico de emissões de fumaça
radioativa, vazamentos em massa e explosões. Ucrânia e Japão
foram palco das maiores tragédias. Mas há um histórico de
emissões de fumaça radioativa, vazamentos em massa e
explosões. 2020. Elaborada pela revista Super Interessante.
Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/radiacao-a-
solta/. Acesso em: 10 out. 2020.
2. HELERBROCK, Rafael. "Acidente de Chernobyl"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/chernobyl-
acidente-nuclear.htm. Acesso em 09 de novembro de 2020.
3. SOUZA, Daiane C. B. de et al. CHERNOBYL – O Estado da Arte.
2014. 15 f. TCC (Graduação) - Curso de Radiologia, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen / Cnen - Sp), Gramado, Rs,
Brazil, 2014. Disponível em:
http://repositorio.ipen.br/bitstream/handle/123456789/23396/20439.p
df?sequence=1. Acesso em: 13 out. 2020.
4. CARLESSO, Lia Mara. Como está o ecossistema de
Chernobyl? 2019. Elaborada por Lia Mara Carlesso — graduanda de
Licenciatura em Biologia (UnB). Disponível em:
https://medium.com/@essatalciencia/como-est%C3%A1-o-
ecossistema-de-chernobyl-38201c1cf440. Acesso em: 20 out. 2020.
5. TAUHATA, Luiz; SALATI, Ivan P.A.; PRINZIO, Renato di; PRINZIO,
Antonieta R.Di. Radioproteção e dosimetria: fundamentos. 5. ed.
Rio de Janeiro: Instituto de Radioproteção e Dosimetria - Cnen,
2003. 242 p. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/53792406/Radiacao_Apostila_
Prof_Tauhata.pdf?1499454582=&respon. Acesso em: 24 set. 2020

21
6. SILVA, Luís Carlos Jansen. GESTÃO DO CONHECIMENTO EM
RADIOPROTEÇÃO: O ACIDENTE DE GOIÂNIA E O APRENDIZADO
DIANTE DA TRAGÉDIA. 2017. 36 f. TCC (Graduação) - Curso de
Pósgraduação em Proteção Radiológica e Segurança de Fontes
Radioativas, Instituto de Radioproteção e Dosimetria – Comissão
Nacional de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
http://moodle.ird.gov.br/ensino/images/TCCs/TCCs2017/tcc%20luis
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7. OLIVEIRA, Luciano Santa Rita. Princípios básicos de proteção
radiológica. Luciano Santa Rita Oliveira. Disponível em:
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