Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
PARTE 1 : INSTITUCIONAL.......................................................5
1.1. IPMet - METEOROLOGIA COM RADAR DESDE 1974................. 6
1.1.1. Instalações do IPMet/Bauru em 1972 ................................................................. 6
1.1.2. Última Modernização.......................................................................................... 9
1.2. APLICAÇÃO DOS RECURSOS: .......................................................... 11
PARTE 2 : METEOROLOGIA ...................................................12
2.1. O QUE É METEOROLOGIA? .............................................................. 13
2.2. ATMOSFERA TERRESTRE ................................................................. 13
2.2.1.Composição da atmosfera .................................................................................. 15
2.3. RADIAÇÃO SOLAR E TERRESTRE. BALANÇO DE CALOR ...... 16
2.3.1. Movimentos da Terra ........................................................................................ 16
2.3.2. Radiação Eletromagnética ................................................................................ 19
2.3.3.Transferência de calor........................................................................................ 20
2.3.4. Balanço de Radiação Global ............................................................................. 22
2.4. VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS ..................................................... 23
2.4.1. Temperatura ...................................................................................................... 23
2.4.2. PRESSÃO ......................................................................................................... 26
2.4.3. UMIDADE........................................................................................................ 28
2.5. ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA....................................................... 29
2.6. CONDENSAÇÃO, NUVENS E PRECIPITAÇÃO .............................. 32
2.6.1. Saturação em baixos níveis ............................................................................... 32
2.6.2. Nuvens .............................................................................................................. 33
2.6.3. Precipitação....................................................................................................... 34
2.6.4. Vento................................................................................................................. 36
2.7. CIRCULAÇÃO GLOBAL ...................................................................... 39
2.8. SISTEMAS METEOROLÓGICOS ....................................................... 41
2.8.1. Escalas de Movimentos..................................................................................... 41
2.8.2. Massas de Ar.......................................................Erro! Indicador não definido.
2.8.3. Sistemas Meteorológicos que atuam na América do Sul e no Brasil ............... 43
2.8.4. Sistemas Meteorológicos que atuam na Região Sudeste do Brasil .................. 44
Sua história teve início no final da década de 60, mais precisamente 1969, quando a então
Fundação Educacional de Bauru, instituição de ensino superior e futura mantenedora da
Universidade de Bauru, implantou o seu Instituto de Pesquisas, com o objetivo de subsidiar
as diversas áreas de ensino com as informações provenientes de suas pesquisas. A área
escolhida pela instituição foi a meteorologia, ciência multidisciplinar que permite a interação
com diversas áreas do ensino tecnológico e mesmo com as ciências humanas. Esse instituto
contava a princípio, com um aparelho de recepção de imagens de satélite meteorológico.
Nessa fase os trabalhos e projetos eram desenvolvidos por professores da instituição, alunos,
pesquisadores e professores visitantes.
Graças a esse projeto, em 1974 foi instalado o primeiro radar meteorológico banda-C do
IPMet em Bauru, o que garantiu o pioneirismo no país em relação à utilização desse tipo de
equipamento.
Em 1992, com recursos obtidos junto à FINEP, o antigo radar banda C foi substituído por
um equipamento mais atual, modelo banda S. Técnicos do Instituto aprimoraram um
software desenvolvido no IPMet em 1988 denominado VIRA - Visualização de Imagens de
Radar, que tornou possível a qualquer interessado visualizar, em seu micro computador, as
áreas de ocorrência de chuvas. Esse software vem sendo utilizado com sucesso por diversos
setores produtivos da sociedade.
Em 2005/2006, através de uma cooperação com o National Center for Atmospheric Research
(NCAR), foi disponibilizado um sistema de software especializado para o tratamento e
aplicações das informações de radares meteorológicos, denominado TITAN (Thunderstorm
Identification, Tracking, Analysis and Nowcasting). A implementação deste software foi
realizada com a assistência do NCAR, dentro dos objetivos propostos do Projeto SIHESP
(Sistema Hidrometeorológico do Estado de São Paulo) e financiado pela FAPESP.
Nowcasting
(Previsão imediata):
Tempestade multicelular
produzindo granizo em
17 de outubro de 1999
(Tibiriçá) - pós-análise.
Campo composto de
refletividade dos radares
de Presidente Prudente e
Bauru, raio de alcance de
240 km a partir de ambos.
A elipse em vermelho é a
previsão de deslocamento
para 60 minutos indicado
pelo TITAN.
No inicio do ano de 2006 foi realizada a atualização dos radares de Bauru e Presidente
Prudente, em termos de software e hardware através de um projeto de pesquisa submetido
junto a FAPESP. Em meados de 2007 foi necessário propor a FAPESP um projeto aditivo
que contemplasse a utilização de tecnologia de estado sólido, uma vez que ambos os radares
deixaram de funcionar propriamente pois a capacidade Doppler de um deles foi perdida em
função de problemas no sistema para a geração das informações de velocidades radiais. Tal
atualização foi implementada em janeiro de 2008 tendo sido realizada totalmente por pessoal
capacitado do IPMet.
Graças ao projeto de atualização dos radares foi possível com parte da reserva técnica do
projeto adquirir equipamentos de informática necessários para a composição do atual
Laboratório Didático do IPMet. Sua recente inauguração em 2007, foi feita com
apresentações de cursos em meteorologia com radar para aplicações / interpretação dos
vários produtos gerados pelos radares do IPMet, oferecidos aos usuários públicos e privados.
Grupo de oficiais da Policia Ambiental do Estado de São Paulo em curso sobre a utilização
dos diversos produtos meteorológicos gerados pelo setor operacional do IPMet, no
Laboratório Didático recém inaugurado.
USUÁRIOS:
Iniciativa Privada:
Agrícolas, Construção Civil, Lazer e Turismo, Produção e Distribuição de
Energia,Transporte e Logística, Aviação Civil, Indústrias Químicas; Hidroviários, Produção
Industrial.
As condições do tempo são descritas em termos de alguns elementos básicos, que são
quantidades ou propriedades medidas regularmente, tais como: temperatura do ar, umidade
do ar, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento, tipo e quantidade de precipitação e
tipo e quantidade de nuvens.
2.2.1.Composição da atmosfera
O vapor d'água - (0-4%) é um importante gás do efeito estufa. Sua concentração é altamente
variável (em espaço e tempo), libera ou adquire grande quantidade de calor latente, quando
muda de fase. O vapor d’água tem grande capacidade de absorção, tanto da energia radiante
emitida pela Terra, como da energia emitida pelo Sol, portanto também atua para reter calor
A formação do ozônio na camada entre 10-50 km é resultado de uma série de processos que
envolvem a absorção da radiação solar. Moléculas de oxigênio- O2 são dissociadas em
átomos de oxigênio após absorverem radiação ultravioletas. Na ausência da camada de
ozônio a radiação ultravioleta seria letal para a vida. Acredita-se que o maior responsável
pela redução da camada de ozônio sejam os clorofluorcarbonos (CFCs).
Movimento de rotação – é o movimento que a terra realiza em torno de seu eixo imaginário
(no sentido contrário aos ponteiros do relógio) com duração de 24 horas, definindo os dias e
as noites da Terra (Fig. 3).
Movimento de translação – é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol (no sentido
contrário aos ponteiros do relógio) com duração de 365 dias (1 ano) definindo as estações do
ano (Fig. 4). O ano não bissexto tem um défice de 6 horas e 4 minutos em relação ao
movimento real de translação, somando um total de 24 horas ao longo de 4 anos, sendo
compensado pelo ano bissexto, onde se acrescenta um dia para corrigir o nosso calendário
com a translação da Terra.
No dia 3 de janeiro a Terra está mais próxima do Sol é o periélio (147 x 106 km), no dia 4 de
julho a Terra está mais afastada do Sol é o afélio (152 x 106 km). As estações são causadas
pela inclinação do eixo de rotação da Terra.
Quando os raios solares atingem a Terra verticalmente, eles são mais concentrados. Quanto
menor a altura solar, mais espalhada e menos intensa a radiação (Fig. 6). Se a altura do sol
decresce, o percurso dos raios solares através da atmosfera cresce (Fig. 5) e a radiação solar
sofre maior absorção, reflexão ou espalhamento, o que reduz sua intensidade na superfície.
Portanto, quanto menor a altura do sol, mais espalhada e menos intensa a radiação e quanto
maior a altura, maior a energia recebida.
Existe uma variação anual dos raios solares em relação a Terra. No dia 21 ou 22 de
dezembro os raios solares incidem verticalmente (h=90°) em 23°27’ S Trópico de
Capricórnio (Solstício de verão para o Hemisfério sul) e o dia 21 ou 22 de junho os raios
solares incide verticalmente (h=90°) em 23°27’ N Trópico de Câncer (Solstício de inverno
no Hemisfério sul). Entre os solstícios ocorrem os equinócios (os dias e noite tem duração
iguais) quando os raios solares atingem verticalmente o equador (latitude de 0°). No
Cerca de metade desta energia solar é emitida como luz visível na parte de freqüência mais
alta do espectro eletromagnético e o restante na do infravermelho próximo e como radiação
ultravioleta (Fig. 8).
Assim, quando a água evapora, transformando-se em vapor d’água, o calor latente adquirido
pela substância é carregado com ela. Quando este vapor d’água condensa, libera o calor
latente absorvido quando da sua evaporação e aquece a vizinhança.
Note que são necessárias, aproximadamente, 600 calorias para evaporar uma única grama de
água. Devido a isto, a formação de uma grande nuvem (condensação do vapor d’água) libera
uma grande quantidade de energia a sua vizinhança, aquecendo-a. Este processo é
extremamente importante para os transportes de energia dentro da atmosfera.
Das 100 unidades da radiação solar total que chega na atmosfera, 30 unidades são refletidas
de volta ao espaço, 70 unidades são absorvidas (19 unidades pela atmosfera e 51 unidades
pela superfície da Terra). Alguns gases que estão presentes na atmosfera retardam a perda da
radiação para o espaço absorvendo e reirradiando parte desta energia para a terra, resultando
em uma grande quantidade de radiação de onda longa da atmosfera (95 unidades) (Fig. 11).
Portanto, a atmosfera emite mais energia que a quantidade de energia solar absorvida pela
Terra, devido ao efeito estufa.
A terra irradia 116 unidades de energia de onda longa para a atmosfera. A atmosfera tem um
ganho de 15 unidades e a Terra tem uma perda líquida de 21 unidades e 6 unidades vão
direto para o espaço. Das 30 unidades, 23 são transferidas da superfície da Terra para a
atmosfera pelo calor latente (por moléculas de água durante a evaporação) e 7 pela
convecção e turbulência.
2.4.1. Temperatura
Medida da temperatura
Figura 13: Conjunto de termômetro (termômetro de bulbo seco, bulbo úmido, máxima e de
mínima)
A temperatura do ar é variável, no tempo e no espaço. Ela pode ser regulada por vários
fatores (chamados controles da temperatura) tais como a radiação, advecção de massas de ar,
aquecimento diferencial da terra e da água, correntes oceânicas, altitude e posição
geográfica.
Altitude: o fato da temperatura em lugares com maior altitude ser maior que a calculada
através da taxa de variação vertical resulta da absorção e reirradiação da energia solar pela
superfície do solo. Como a densidade do ar também diminui com a altitude, o ar absorve e
reflete uma porção menor de radiação solar incidente. Consequentemente, com o aumento da
altitude a intensidade da insolação também cresce, resultando num rápido e intenso
aquecimento durante o dia. À noite, o resfriamento é também mais rápido.
Posição geográfica: uma localidade costeira na qual os ventos dominantes são dirigidos do
mar para a terra e outra na qual os ventos são dirigidos da terra para o mar podem ter
temperaturas consideravelmente diferentes. Localidades não tão distantes do mar podem ser
privadas da influência marítima pela existência de uma de montanhas próxima à costa.
Variações Horizontais
Figura 16: Representação gráfica das diferenças horizontais de pressão (carta de pressão ao
nível médio do mar), sendo: A - Alta Pressão e B - Baixa Pressão.
Meios de especificarmos a quantidade de vapor d’água: (a) massa de vapor d’água X volume
da parcela = umidade absoluta [g/m3]; (b) massa de vapor d’água X massa total da parcela =
umidade específica [g/kg]; (c) massa do vapor d’água X massa do ar seco da parcela = razão
de mistura [g/kg] e (d) pressão do vapor d’água.
A medida da umidade pode ser feita através do psicrômetro (Fig. 17) que é composto por um
termômetro de bulbo seco e outro de bulbo úmido (bulbo envolvido em uma gase
umidecida).
É o incessante movimento das águas entre os continentes, atmosfera e oceanos. Este sistema
é alimentado pela energia solar que faz evaporar a água dos oceanos e continentes para
atmosfera, formando as nuvens. Os ventos também transportam ar úmido por grandes
distâncias, novamente a precipitação cai no oceano e começa um novo ciclo. A água que cai
no continente pode se infiltrar no solo, ir para os rios e lagos ou ir para o oceano. Parte da
água que se infiltra no solo pode evaporar ou ser absorvida pelas plantas, sendo devolvido
para atmosfera pela transpiração (Fig. 18).
Aplicando estes conceitos à atmosfera, podemos ver que o ar está em equilíbrio estável
quando uma parcela de ar retorna à sua posição inicial após ser deslocada para cima ou para
baixo – ela resiste à movimentos para cima e para baixo. O ar que está em equilíbrio instável
quando não retornar à sua posição inicia, após um pequeno deslocamento – favorece os
movimentos verticais (Fig. 20).
Quando uma massa de ar é resfriada, próximo à superfície da Terra, este ar pode atingir a
saturação (100% de umidade), possibilitando a formação de orvalho, geada ou nevoeiro.
Geada e Orvalho
À noite os objetos sobre a superfície da Terra emitem radiação terrestre (infravermelha) para
atmosfera resfriando-se, e a atmosfera emite radiação terrestre de volta para a terra
aquecendo o objeto. Em noite de céu limpo (pouco efeito estufa) sem convecção o objeto
emite mais radiação do que recebe da atmosfera. Consequentemente, o objeto torna-se mais
frio que o ar adjacente e resfria esse ar, tornando-o saturado. Se o ar está com temperatura
acima do ponto de congelamento, o vapor d’água pode condensar sobre o objeto, formando
orvalho. Se a temperatura está abaixo do ponto de congelamento, o vapor d’água pode
depositar-se como geada.
Nevoeiro
Existem vários tipos de nevoeiros: o nevoeiro de radiação que ocorre pelo resfriamento
radiativo da superfície e do ar adjacente, em noites de céu limpo, ventos calmos e muita
umidade; o nevoeiro de advecção que ocorre quando o ar quente e úmido passa sobre uma
superfície fria; o nevoeiro orográfico que ocorre quando o ar úmido sobe uma montanha, se
expande e se resfria; o nevoeiro de vapor que ocorre quando o ar frio se move sobre águas
mais quente; o nevoeiro frontal ou de precipitação que se forma quando ocorre a saturação
pela adição de vapor ou por evaporação da chuva em ar frio.
Nos processos de condensação, o ar deve estar saturado e deve existir uma superfície sobre a
qual o vapor d'água possa condensar. Quando o orvalho se forma, os objetos servem para
este propósito. Quando a condensação ocorre no ar acima do solo, são as minúsculas
partículas conhecidas como núcleo de condensação (partículas microscópicas de poeira,
fumaça e sal) que servem como superfície sobre a qual o vapor d'água condensa.
Podemos classificar as nuvens baseadas na sua aparência e altitude (Fig. 22). Quanto à
aparência, existem três tipos; os cirrus, os cúmulos e os estratos. Quanto à altitude podem ser
classificadas em nuvens altas (base acima de 6000 m) nuvens médias (base entre 2000 e
6000 m), nuvens baixas (base até 2000 m) e as nuvens com desenvolvimento vertical.
Lembrando que há variações sazonais e latitudinais nesses valores.
Figura 22: Classificação das nuvens quanto a altura e a aparência (ou forma).
A precipitação descreve qualquer tipo de fenômeno relacionado à queda do céu, tais como
chuva, neve ou granizo. As gotículas de nuvens precisam crescer o suficiente para vencer as
correntes ascendentes nas nuvens e sobreviver como gotas ou flocos de neve a uma descida
até a superfície sem se evaporar. Para isso seria necessário em torno de um milhão de
gotículas de nuvem numa única gota de chuva. Existem dois importantes mecanismos para
explicar a formação de gotas de chuva; o processo de Bergeron e o processo de colisão-
coalescência.
Processo de Bergeron
Este processo ocorre em nuvens quentes, ou seja, com temperaturas acima de 0° C. Ocorre
quando duas ou mais gotículas se fundem, formando uma única gotícula. As pequenas
gotículas são arrastadas pelos ventos ascendentes e descendentes no interior de uma nuvem,
colidindo-se e coalescendo-se (Fig. 24). Quando as gotículas tornam-se muito grande para
serem sustentadas pelas correntes de ar, começam a cair em forma de chuva, neve ou
granizo.
Medidas de Precipitação
(a) (b)
2.6.4. Vento
O gradiente de pressão é a maior taxa de variação da pressão com a distância. Isóbaras mais
próximas indicam gradiente de pressão mais forte. Se o ar esta sujeito a uma pressão mais
num lado do que em outro, este desequilíbrio produzirá uma força resultante da região de
maior pressão para a região de menor pressão. Como o aquecimento desigual da superfície
da Terra gera diferenças de pressão, a radiação solar pode ser considerada como a força
geradora do vento. As brisas marítimas e terrestres (Fig. 26) são um bom exemplo, de como
as diferenças de temperaturas, pode gerar um gradiente de pressão e por isso gerar ventos.
O atrito atua para frear o movimento do ar nos primeiros quilômetros da atmosfera próximo
à superfície. O atrito reduz a força de Coriolis já que ela é proporcional à velocidade do
vento. Portanto, como o atrito reduz a velocidade ela também reduz a força de Coriolís,
porém a força do gradiente de pressão não é afetada pela velocidade do vento, surgindo
assim um desequilíbrio entre a força do gradiente de pressão e a força de Coriolis, fazendo
com que o ar cruze as isóbaras em direção à área de menor pressão. O ângulo de cruzamento
depende da magnitude do atrito (Fig. 27).
O vento cruza as isóbaras da alta para a baixa pressão. Num ciclone a pressão decresce para
o centro, o vento sopra no sentido horário e para dentro, enquanto num anticiclone o vento
sopra sentido anti-horário e para fora no hemisfério sul. No hemisfério Norte os sentidos são
ao contrário. Mas em qualquer hemisfério o atrito causa convergência em um ciclone e
divergência em um anticiclone (Fig. 28).
A convergência em superfície sobre um ciclone (baixa pressão) causa movimento para cima
(Fig. 29a). O ar sofre resfriamento e consequentemente aumenta a umidade relativa e nuvem
e precipitação podem se desenvolver. A divergência em superfície sobre um anticiclone gera
subsidência na camada, comprimindo e aquecendo o ar, dificultando a formação de nuvem e
precipitação (Fig. 29b).
Se a Terra fosse uniforme teríamos faixas zonais de alta e baixa pressão (Fig. 32a), mas
devido à presença dos oceanos e continentes essa distribuição zonal (faixas zonais) é
substituída por células semipermanentes de alta e baixa pressão (Fig. 32b).
Figura 32: (a) Distribuição idealizada zonal de pressão. (b) "Quebra" desta distribuição
zonal causada pela distribuição dos continentes.
Mas na realidade essa distribuição é ainda mais complicada devido às variações sazonais de
temperatura que enfraquecem ou intensificam essas células de pressão. Portanto, as
configurações de pressão na terra variam muito no decorrer do ano. As figuras 33 (a) e (b)
mostram a distribuição global de pressão e dos ventos mais aproximada da realidade.
No Hemisfério Sul a variação entre verão e inverno é muito menor que no Hemisfério Norte,
o que pode ser atribuído a maior quantidade de água do que de continente no Hemisfério Sul.
A migração da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) é maior sobre os continentes que
sobre os oceanos, devido à maior estabilidade térmica dos oceanos.
2.8.2. Massas de ar
Existem grandes extensões da superfície terrestre que têm características semelhantes (Fig.
35a) como, por exemplo, as regiões polares, desérticas, as vastidões marítimas quentes ou
frias, etc. Desde que o ar permaneça estacionário durante muito tempo sobre essas
superfícies, ocorre a formação de massas de ar influenciadas pelas características da
superfície em contato. Por exemplo, as massas de ar oceânicas são úmidas e as continentais
geralmente são secas. Podemos concluir então que as diferenças nas incidências dos raios
solares na superfície da Terra são repensáveis pela formação das massas de ar. Podemos citar
vários tipos de massas de ar que atuam no território Brasileiro (Fig. 35b). Durante o verão
temos a Massa Equatorial Atlântica, Equatorial Continental, Tropical Atlântica, Polar
Atlântica e a Tropical Continental. No inverno temos a massa Equatorial Atlântica,
Equatorial Continental, Tropical Atlântica, Polar Atlântica.
Os sistemas atmosféricos são muito diferentes de acordo com a região observada, no planeta
Terra. O Brasil sofre influência dos sistemas de latitudes médias e tropicais tais como:
Crista, Cavados, Correntes de Jato, Ciclones Extratropicais, Ciclones Tropicais, Sistemas
Frontais, Massas de Ar, ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), ZCAS (Zona de
Convergência do Atlântico Sul), Correntes de Jato, Alta da Bolívia, Linhas de Instabilidade,
Brisas, CCMs (Complexo Convectivo de Mesoescala), Tornado e Ondas de Leste. As figuras
36 (a) e (b) mostram um resumo esquemático com os sistemas meteorológico que atuam na
América do Sul.
Figura 36: Esboço das importantes feições da circulação sobre a América do Sul (a) Baixa
troposfera (b) alta troposfera. (RSA = região semi-árida, LI = linha de instabiliadade, CONV
= atividade convectiva, CE = cavado equatorial, AST = alta subtropical, JBN = jato de
baixos níveis, CCM = complexo convectivo de mesoescala, BC = baixa do Chaco, VC =
vórtice ciclônico de altos níveis, RA = região árida, T = tornado, FF = frente fria, F =
furacão, AE = anticiclone extratropical, CG = ciclogênese, B = centro de baixa pressão,
ZCIT = zona de convergência intertropical, ZCAS = zona de convergência do Atlantico Sul,
CO = escoamento dos cirrus, AB = alta da Bolívia, VCAN = vórtice ciclônico de altos
níveis, VC = vórtice ciclônico, JST = jato subtropical, JP = jato polar.
O Sudeste do Brasil é uma região altamente complexa, com um relevo bastante acidentado e
próximo ao Oceano Atlântico, é considerada uma região de transição entre climas úmidos e
quentes dos trópicos e o clima temperado de latitudes médias, possuindo desta forma
características de ambas. Além disso, é uma das regiões mais urbanizadas do mundo. A
região sudeste é afetada por sistemas sinóticos e sub-sinóticos devido a fatores de grande
escala e circulações locais.
É um sistema de baixa pressão atmosférica de escala sinótica que ocorrem nas regiões de
latitudes médias. Seu desenvolvimento ocorre nas zonas baroclínicas ou zonas frontais
através do gradiente (diferenças) de temperatura e de ponto de orvalho. Estes ciclones são
(a) (b)
Frente Fria
É a borda dianteira de uma massa de ar frio, em movimento (fig. 39). O ar frio, relativamente
denso, introduz-se sob o ar mais quente e menos denso, provocando uma queda rápida de
temperatura junto ao solo, seguindo-se tempestades e também trovoadas. A chuva para
abruptamente após a passagem da frente. As frentes frias chegam a deslocar-se a 64 Km/h.
Figura 39: Tempo associado a uma frente fria (corte vertical) indicada no canto
direito superior.
Figura 40: Tempo associado a uma frente quente (corte vertical) indicada no canto
direito superior.
Frente Estacionária
Quando não há o avanço do ar frio nem o avanço do ar quente, gera então entre eles uma
frente estacionária. A precipitação associada é geralmente leve e estratiforme, mas pode
tornar-se bem significativa se a frente permanecer estacionária por muito tempo.
É uma zona de transição onde uma frente fria, movendo-se mais depressa, ultrapassa (e
obstrui) uma frente quente, fazendo elevar-se todo o ar quente (Fig. 41). A chuva contínua
característica das frentes quentes é seguida imediatamente pelos aguaceiros associados às
frentes frias.
(b)
Figura 42: (a) Carta de altitude (250 hPa) e (b) imagem de satélite no
infravermelho, para o dia 11 de janeiro de 2004, às 2240 UTC.
Sistemas que se desenvolvem no Sul e Sudeste do Brasil associado à padrões em altos níveis
que chegam pela costa oeste da América do Sul vindos do Pacífico, penetrando no
continente e provocando instabilidade no seu setor leste e nordeste. Seu mecanismo de
formação se baseia na amplificação de uma crista corrente acima (Fig. 43), antes de penetrar
no continente (onde a nebulosidade é maior), sendo mais facilmente detectável na imagem
do vapor d'água. Quando se desloca para leste, atinge o Sul e Sudeste do Brasil, em geral
provocando chuvas. Formam-se o ano inteiro primeiramente nos altos níveis e depois se
propagam para altitudes menores, às vezes estando associado a um ciclone de superfície ou
mesmo propiciando ciclogênese. Na média, uma centena de vórtices por ano cruza o
continente, sendo que grande parte destes são gerados ou intensificados na região, e são mais
numerosas as ocorrências de verão do que os de inverno. É conhecido como baixa fria por
(a) (b)
Figura 44: (a) Carta de altitude e (b) imagem de satélite no infravermelho, para o dia
15 de dezembro de 2011, às 12 UTC.
Figura 45: (a) Carta de superfície e (b) imagem de satélite no infravermelho, para o dia
14 de dezembro de 2007, às 18 UTC.
(a)
Corrente de jato subtropical (JST) são ventos fortes em altos níveis, caracterizando uma
"corrente de jato". Estas correntes são também responsáveis pelo desenvolvimento ou
intensificação da atividade convectiva sobre o sul e sudeste da América do Sul. Sistemas que
se organizam no Sul e Sudeste do Brasil com intensa convecção associada à instabilidade
causada pelo jato subtropical. A região de aumento do jato subtropical (entrada) em altos
níveis apresenta confluência na parte sul e difluência na parte norte, enquanto que a região
de diminuição (saída) apresenta difluência na parte sul e confluência na parte norte. Isto quer
dizer que pode existir convergência em superfície ao norte da entrada do jato e ao sul da
saída, o que pode intensificar ou atenuar condições de superfície, ou seja, as instabilidades
do jato são bastante importantes no sentido de fornecer suporte em altitude para sistemas
subsinóticos (CCM) se desenvolverem à superfície (Fig. 47).
Ocorrem na região sudeste (escala de ~1500 km), associada à geração de ciclones. Podem se
desenvolver como manifestação de instabilidade baroclínica, estando próximo das zonas
baroclínicas ou após a passagem de um sistema frontal. Estes sistemas formam-se
preferencialmente nas estações de transição (primavera e outono) e produzem chuvas
intensas, mas em geral, de curta duração (comparada aos sistemas sinóticos). Possuem
estreita ligação com ciclogênese e ciclones extratropicais. Sua origem é semelhante a de
perturbações de escala sinótica de latitudes médias, mas para compreender sua escala e
estrutura vertical é necessário entender os processos de liberação de calor latente (devido à
precipitação) na coluna atmosférica (Fig. 48).
Conjuntos de Cbs cobertos por densa camada de cirrus, particularmente bem organizados. O
acompanhamento dos estágios de evolução dos CCMs é geralmente feito através das em
imagens de satélite no Infra-Vermelho. Os CCMs são formados pela interação entre jatos de
altos e baixos níveis. A interação dos jatos de altos níveis (com ar mais frio e seco) e os jatos
de baixos níveis (de ar mais quente e úmido) provocam uma instabilidade térmica que leva à
convecção intensa. Tipicamente sobre a região de planície do Paraguai, a circulação vale-
montanha pode ocasionar alguns aglomerados convectivos que na presença de jatos de altos
e baixos níveis, podem levar à formação de grandes CCMs no início da manhã. Este sistema
surge durante a noite e pode adquirir grandes proporções no início da manhã. Pode-se citar
casos de frontogênese no Sul do Brasil quando estes sistemas se deslocam para leste (Fig.
49).
(a) (c)
Figura 49: (a) Posição de formação de CCM de acordo com a época do ano, (b)
deslocamento de CCM formados no norte da Argentina e (c) imagem de satélite
realçada de um CCM no nordeste na Argentina.
(a) (b)
É um sistema de baixa pressão atmosférica de escala sinótica, com núcleo morno. O ciclone
tropical é alimentado pelo calor latente quando o ar úmido sobe e o vapor d’água associado
se condensa. São chamados de ciclone tropicais por se formarem quase que exclusivamente
em regiões tropicais e também por se originarem em massas de ar tropical marítimas.
Dependendo de sua localização geográfica e de sua intensidade, os ciclones tropicais podem
ser chamados de furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical
ou simplesmente ciclone. Estes sistemas produzem ventos fortes e chuvas moderadas a
torrenciais, podendo gerar a maré de tempestade. Os ciclones tropicais formam-se sobre
grandes massas de água morna e perde sua intensidade quando se movem sobre a terra. Os
ciclones tropicais são caracterizados e guiados pela liberação de grandes quantidades de
calor de condensação que ocorre quando o ar úmido é levantado para cima e seu vapor se
condensa. Este calor é distribuído verticalmente em torno do centro do ciclone. Desta forma
em qualquer altitude, o interior do ciclone tropical é mais quente do que as partes externas
ou áreas em torno, exceto ao nível do mar, onde a temperatura da superfície do ar controla a
temperatura ambiente. O primeiro furacão registrado no Brasil foi o furacão Catarina que
ocorreu no dia 26 de março de 2004 e atingiu o sul do Brasil, com ventos equivalentes a um
furacão de categoria 2 na escala de furacões de Soffir-Simpson. Existem alguns fatores
necessários para a formação de um ciclone tropical entre elas é que a temperatura da água
esteja no mínimo em 26,5° C (80°F) e que esta temperatura esteja presente até 50 m de
profundidade, outro fator é o rápido resfriamento com altitude. Também muita umidade,
especialmente na baixa e média troposfera. Além de pouco cisalhamento do vento. Os
Figura 51: Corte transversal de um ciclone tropical. As setas indicam a direção do vento
2.8.4.12. Tornardo
É um fenômeno meteorológico que se manifesta como uma coluna de ar que gira de forma
violenta, ligando a base de uma nuvem cumuloninbus (excepcionalmente nuvens cumulus)
com o solo. É o fenômeno atmosférico mais intenso, tem formato cônico e sua extremidade
mais fina toca o solo, provocando nuvens de pó e outras partículas. Podem provocar ventos
de 65 a 180 km/h medir aproximadamente 75 m de altura e percorrer vários metros, ou até
quilômetros. Os mais violentos podem registrar ventos de 480 km/h e medir até 1,5 hm de
altura e percorrer mais de 100 km de distância. O tornado pode ser de vários tipos, como os
landspouts (pequenos e relativamente fracos), tornados múltiplos e as trombas marinhas. A
tromba marinha forma-se sobre corpos de água conectando-se com a nuvem cumulus e
nuvens de tempestade de menor tamanho. Estes são mais freqüentes próximo ao equador e
menos comum em latitudes médias, próximo aos pólos. Existem também alguns fenômenos
similares aos tornados que são os gustnados, os redemoinhos de poeira e os redemoinhos de
fogo. Os tornados são observados em todos os continentes, exceto na Antártica. A região
onde mais ocorre formação de tornado é na “Alameda dos tornados” que fica nos Estados
Unidos. Na América do Sul é mais comum no “corredor dos tornados da América do Sul”
que inclui o Uruguai, Paraguai, sul da Bolívia, norte da Argentina e porção centro-sul do
Brasil. Os tornados podem ser detectados pelos radares Doppler ou visualmente. Eles
normalmente se formam associados às tempestades severas que produzem ventos fortes,
precipitação pluviométrica elevada e freqüentemente granizo. Normalmente se formam no
final da tarde, quando a atmosfera está mais instável, mas também pode ocorrer durante a
noite (Fig. 52). A intensidade do tornado é classificada pela escala Fujita que vai de F0 até
F5.
Um raio é uma descarga eletrica produzida pelo contato entre nuvens de chuva ou entre uma
destas nuvens e a terra. A descarga é visível a olho nu, com trajetórias sinuosas e de
ramificações irregulares às vezes com muitos quilômetros de distância até o solo. Este
fenômeno produz um clarão conhecido como relâmpago e também uma onda sonora
chamada trovão. Para um raio acontecer é necessário que existam cargas opostas entre uma
nuvem e o chão, quando isso acontece, a atração é muito forte, então temos uma enorme
descarga elétrica. A descarga se inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas
excede a rigidez dielétrica (capacidade isolante do ar) em um dado local na atmosfera.
Geralmente os raios ocorrem em tempestades de chuvas, mas também pode ocorrer em
tempestade de neve, de areia e erupções vulcânicas.
Como a base da nuvem está mais próxima do solo, a maioria dos raios é negativa, já que a
base da nuvem tem carga elétrica negativa. Inicialmente, as cargas elétricas ionizam um
trajeto entre a nuvem e o solo. Esse caminho de ar ionizado segue o caminho de menor
resistência dielétrica do ar, sendo muito tortuoso, e pode se originar tanto da nuvem quanto
do solo (Fig. 53). Quando uma corrente iônica se aproxima do solo, ou da nuvem, induz à
formação de outras, originadas no sentido oposto. Esse caminho, chamado de líder ou
precursor, fornece um condutor iônico por onde o raio irá passar.
Canal visível
As imagens nesse canal representam mais ou menos a intensidade do brilho que seria
percebida desde o espaço com os próprios olhos, exceto no azul. Desta forma nas imagens
deste canal os continentes e o mar são escuros, as nuvens mais espessas são mais brilhantes
O vapor d’água costuma está presente até níveis em torno de 300mb (em torno de 8000 m de
altitude). Neste canal não é percebida a superfície do planeta, pois, a radiação emitida por ela
é absorvida pelo vapor. Percebe-se apenas a radiação emitida nos níveis altos da troposfera
que não chega a ser absorvido completamente. Como o vapor, também as nuvens médias e
altas emitem radiação, e poderão ser detectadas nas imagens.
Canal infravermelho
Neste canal a atmosfera absorve pouca radiação. Porem, as nuvens são muito densas e
absorvem (portanto emitem) fortemente. Desta forma na ausência de nuvens pode ser
observada a radiação que vem diretamente do solo (permite estimar a temperatura). A nuvem
mais fria aparecerá mais brilhante na imagem (pois, é apresentado o negativo). Uma nuvem
absorve boa parte da radiação térmica que vem do solo e da atmosfera e volta a emitir de
acordo com sua temperatura, e medindo essa temperatura de emissão pode-se estimar sua
altitude. Uma nuvem cirrus tem pouca absorção da luz solar, mas absorve bastante radiação
térmica, podendo ser visualizada neste canal.
CPTEC (http://www.cptec.inpe.br)
GAN, M. A.; RAO, V. B. Surface cyclogenesis over South America. Monthly Weather
Review, v. 11, n. 4, p. 1293-1302, 1991.
Figura 1 Figura 2
Figura 3
Figura 4
A imagem de PPI (Plan Position Indicator) é obtida a partir de uma única varredura (volta
completa - 360o) com elevação da antena do radar em 0o (zero grau), por exemplo. Seu
alcance é limitado em 450 km de raio, a partir do radar, uma vez que para distâncias além
dos 450 km, o feixe do radar estaria monitorando regiões muito acima dos topos das nuvens
A imagem gerada pelo produto PPI, Figura 6, é contaminada pela interferência causada por
características atmosféricas e pela reflexão do solo. Essa contaminação é freqüentemente
confundida com áreas de precipitação, mesmo quando utilizada por pessoal técnico. A
finalidade da aplicação do filtro é melhorar visualmente as imagens dos produtos PPI.
Figura 7-A: Imagem composta dos radares de Bauru e Presidente Prudente, detectando
chuvas e ecos de terreno.
Figura 10: Exemplo de um produto CAPPI dos Radares de Bauru e Presidente Prudente.
Figura 10-A: Imagem de um CAPPI do radar de Bauru a 3,5 Km de altura acima do nível
médio do mar num raio de 240 Km detectando chuvas.
O produto Topo dos Ecos, Figura 11, é uma imagem da altura da máxima ocorrência de um
limiar de dBZ selecionado e amostrado em km, é um excelente indicador de tempo severo e
granizo. Por exemplo, o topo de 50 dBZ, localizado a 1km acima do nível de congelamento,
estará certamente relacionado a uma tempestade convectiva severa.
Para aplicações ao tráfego aéreo, por exemplo, deve-se considerar um limiar menor, tal como
10 dBZ, para se determinar a altura das tempestades na área de monitoramento do radar. A
legenda deste produto, como se refere a altura, é apresentada em km, e o valor ??? significa
que existe topo indeterminado!
O produto ALERTA, Figura 12, sintetiza outros três produtos indicadores de atividade
convectiva intensa: Água líquida Integrada na Vertical (VIL), Topo de Ecos e Limiar de
Refletividade(*). O produto VIL dá um indicativo de atividade severa, principalmente ao que
se refere ao potencial de chuva de uma tempestade. O Topo de Ecos é um excelente
indicador de atividade convectiva e a presença de granizo. O produto Limiar de
Refletividade inclui critérios adicionais para a redução de falsos alarmes.
O alerta representa as condições necessárias, mas nem sempre suficientes, para a ocorrência
de tempo significativo em superfície. Por isso é chamado de ALERTA. Este produto
fundamenta-se em dados históricos de radar na chamada climatologia local. Os usuários
http://www.ipmet.unesp.br/restrito
Chuva em Sorocaba
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
Em 21/01/2008 às 9: 57: 55 A.M.
Por volta das 09:30 horas de domingo (20JAN08), uma forte precipitação pluviométrica,
alternando entre moderada e forte, com duração de aproximadamente duas horas e meia,
atingiu o município de Sorocaba (REDEC/I-4), ocasionando transbordamento de córrego e
rio. De acordo com informações do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM)
e da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC), o Rio Sorocaba transbordou
inundando parte da Avenida Dom Aguirre, bairro Abaeté, uma equipe do Corpo de
Bombeiros resgatou uma pessoa que ficou ilhada sobre veículo. FONTES: COBOM e
COMDEC
(Radar Cidades)
Por volta das 15:40 horas de sábado (19JAN08), uma forte precipitação pluviométrica,
alternando entre moderada e forte, com duração de aproximadamente duas horas, atingiu o
município de Ribeirão Preto (REDEC/I-6), ocasionando transbordamento de córrego e queda
de árvores. FONTES: 9º GB e COMDEC.
(Zoom ativado)
(Cidades adicionadas)
IMAGEM DO RADAR
6.1 Introdução
Os dois radares do IPMet cobrem as áreas centrais e oeste do estado de São Paulo
fornecendo informações meteorológicas em tempo real e compondo um banco de dados para
análise e pesquisa de fenômenos de tempo severo.
Desde 2005, o IPMet está processando previsões de curtíssimo prazo (nowcasts) baseadas no
uso do software aberto do RAL/NCAR/EUA, denominado TITAN (Thunderstorm
Identification, Tracking, Analysis and Nowcasting). O sistema TITAN identifica células de
tempestades a partir de dados de radar, calcula as propriedades dessas tempestades e faz o
acompanhamento e a previsão de seus deslocamentos.
A aplicação TITAN identifica uma tempestade como sendo uma região contígua
tridimensional de tal forma que certos parâmetros, como a refletividade, o volume, a altura,
entre outros, satisfaçam determinadas condições. Na configuração do TITAN do IPMet
foram utilizados os valores de 40 DBZ de refletividade mínima, o volume mínimo de 16 km3
e altura máxima de 30 km como parâmetros de identificação de uma tempestade. O
deslocamento das tempestades identificadas é determinado pelo uso de um método de
otimização que calcula a melhor associação lógica entre tempestades ocorridas em duas
observações consecutivas de radar (ver figura 6.1). Este método assume o menor caminho
entre as tempestades, aquelas com características similares (tamanho, forma, etc) e um limite
máximo de distância que uma tempestade pode se mover num determinado intervalo de
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 100
tempo para se encontrar a correta associação entre as tempestades. Essa combinação
determina uma tendência no comportamento da tempestade, sobre a qual a previsão é
realizada. Fusões e divisões de células de tempestades são identificadas através de lógica
geométrica considerando as posições e formas das tempestades.
A figura 6.2 apresenta o visualizador CIDD do TITAN que é capaz de mostrar as áreas de
chuva detectadas pelos radares de Bauru e de Presidente Prudente juntamente com os
polígonos destacando as tempestades identificadas (em azul) e a previsão de suas
localizações nos próximos 30 minutos (em vermelho). O visualizador CIDD permite a
integração dos dados dos radares com outros dados meteorológicos, como satélite, estações
meteorológicas, descargas atmosféricas, modelos numéricos, entre outros.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 101
A Figura 6.3 apresenta o visualizador Rview do TITAN, que permite a visualização do
histórico das propriedades de uma tempestade. Ao clicar sobre uma determinada tempestade,
é possível visualizar o comportamento de suas propriedades ao longo do tempo. Dessa
forma, através da análise histórica das propriedades da tempestade pode-se qualificar uma
tempestade e perceber se ela está em fase de intensificação ou enfraquecimento. Algumas
propriedades da célula de tempestade são: velocidade e direção de deslocamento, volume,
topo, área, DBZ máximo, altura do máximo DBZ, VIL, probabilidade de granizo, etc.
Fig. 6.3: Visualizador Rview apresentando o histórico das propriedades de uma tempestade.
No momento, o sistema está configurado para emitir alertas de tempo severo quando da
ocorrência de valores acima de 2 do índice de severidade de granizo definido por Foote-
Krauss e quando o percentual de probabilidade de granizo for superior a 80%.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 102
O sistema utiliza dados volumétricos em formato cartesiano, dos radares de Bauru e de
Presidente Prudente, escalonados para execução a cada 7.5 minutos quando da ocorrência de
chuvas em sua área de abrangência (240km de raio a partir da localização do radar). A
resolução espacial cartesiana é de 750m (xyz).
Fig. 6.4: Site do IPMet com destaques (contorno vermelho) para o Sistema de Alerta.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 103
Fig. 6.5: Site do Twitter do IPMet mostrando as últimas mensagens postadas.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 104
Fig. 6.7: Propriedades da tempestade. Fig. 6.8: Tempestade corrente e prevista.
Para seguir o Twitter do IPMet é necessário fazer o cadastramento de sua conta no Twitter
no site https://twitter.com/signup (figura 6.9). Entrar na sua conta do Twitter através do link
http://twitter.com (figura 6.10) e clicar sobre a opção “Who to Follow” para procurar o
usuário IPMet. Digitar “ipmet alerta” no espaço para texto e clicar no botão Search (figura
6.11). Ao aparecer a opção “IPMet – Alerta Automático de Tempo Severo” clicar no botão
“Follow”.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 105
Fig. 6.10: Site do Twitter para login de conta.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 106
Fig. 6.12: Aplicativo Twhirl para Twitter.
Existe também a possibilidade de recebimento dos tweets no seu celular que, por enquanto,
está restrito a algumas operadoras (fig. 6.13).
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 107
6.4 Visualizador Web-GIS
A proposta do visualizador Web-GIS é possibilitar a análise mais detalhada das precipitações
que estejam ocorrendo dentro da área de interesse do usuário, possibilitando o zoom ao nível
de detalhes das quadras e ruas de uma cidade.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 108
Fig. 6.15: Acessando a página de exemplo do visualizador GIS.
A opção para acesso ao visualizador GIS, tanto na área restrita a usuários cadastrados quanto
na página demonstração de produtos, é a “Alerta-GIS” (figura 6.16)
A figura 6.17 mostra o novo visualizador com destaque para a data e o horário do dado de
radar, controles de zoom e pan do mapa, seção layers com opções de underlays (círculos) e
overlays (quadrados) e a posição corrente do cursor. A figura 6.18 apresenta o visualizador
com outras opções selecionadas. Os menus Controles e Informações podem ficar ocultos,
aumentando a área de visualização do mapa.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 109
Fig. 6.17: Visualizador GIS.
Para dar destaque a alguns municípios pode-se usar a opção Cidades do Menu Esquerdo, e
adicionar as cidades que aparecerão coloridas no mapa. Observem que a opção de Cidades
do menu Layers precisa estar ativa para a apresentação dos municípios incluídos na área do
mapa (figura 6.19).
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 110
Fig. 6.19: Inclusão de cidades.
Outra forma de visualização dos contornos dos municípios é através da ativação das Layers:
Municípios-Contornos e Sedes Municipais (fig. 6.20). Há também a possibilidade de usar o
underlay Google Street ou Google Hybrid, que possibilitam, ao usarmos um alto nível de
zoom, a visualização de ruas, casas, estradas, rios, vegetação, entre outros (figura 6.21). O
recurso de Zoom também pode ser obtido utilizando-se o botão de Scrool do mouse sobre a
área do mapa. Da mesma forma, o recurso de Pan, também pode ser realizado pressionando-
se o botão esquerdo do mouse e movimentando-o com o botão pressionado.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 111
Fig. 6.21: Usando o Google Street como underlay junto com os contornos dos municípios.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 112
As funcionalidades de cálculo de distâncias e áreas são realizadas através da opção
Distâncias do menu esquerdo do visualizador (figura 6.23 e 6.24). Os valores calculados são
apresentados no menu Informações. Desenhar cada ponto clicando-se com o botão esquerdo
do mouse e finalizar com dois cliques rápidos.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 113
O campo de Chuva Acumulada destaca áreas que podem vir a sofrer com problemas de
inundação ou enchentes (fig. 6.28).
Na Unesp nosso link de internet de 34 Mbps foi recentemente atualizado para 200 Mbps,
melhorando o fluxo de entrada e saída de dados através da internet. Outra atualização em
andamento é a do novo servidor Web, máquina esta que irá contar com 2 processadores
Xeon quadcore, memória RAM de 16GB e disco SAS de alta performance.
Curso Basico de Meteorologia e Utilização das Informações dos Radares do IPMet © 114