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São Paulo
2019
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2019
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela vida e discernimento dado somente por Ele em
cada decisão tomada durante toda minha jornada até aqui.
A minha mãe Donata Aparecida Real por sempre estar ao meu lado, apoiando
decisões com paciência e incentivo durante toda a realização deste trabalho.
Por fim, agradeço a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo pela estrutura
e oportunidade.
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RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SÍMBOLOS
eV Elétronvolt
keV kiloelétronVolts
kV kiloVolts
mA miliAmper
mSv miliSievert
Gy Gray
nGy nanoGray
mGy miliGray
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVO ..................................................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 14
2.1 RADIAÇÃO IONIZANTE ............................................................................... 14
2.2 ASPECTOS BÁSICOS DO RAIO X .............................................................. 16
2.2.1 Produção do Raio X ................................................................................. 16
2.2.2 Geração do Raio X ................................................................................... 18
2.3 PRINCÍPIOS DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ............................. 22
2.3.1 Funcionamento ......................................................................................... 24
2.4 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ........................................................................ 26
2.5 PROCEDIMENTOS PARA LEVANTAMENTO RADIOMÉTRICO ................ 31
2.5.1 Instrumento de medida ............................................................................ 37
2.6 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO ........................................................... 37
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 39
3.1 SALA DE EXAMES E EQUIPAMENTO ........................................................ 39
3.2 EXAMES REALIZADOS ................................................................................ 40
3.3 AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO ESPALHADA .................................................. 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 49
5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 52
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 53
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1 INTRODUÇÃO
Com a descoberta do Raio X, pelo físico alemão Roentgen em 1895, deu-se inicio a
novas tecnologias, com as aplicações das radiações ionizantes no diagnóstico
médico por imagem. O uso de raio X, em exames como a tomografia
computadorizada (TC), podem causar uma significativa dose de radiação no
paciente exposto e nos funcionários que manuseiam os aparelhos e executam as
atividades requeridas, caso a mesma seja feita sem os necessários cuidados. A
Tomografia Computadorizada é reconhecida como uma técnica que possui alta
capacidade de diagnóstico e proporciona doses altas em relação a outros exames
de radiodiagnósticos (MOURÃO, 2007).
1.1 OBJETIVO
1.2 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO DA LITERATURA
A radiação ultravioleta para fins de fotobiologia é considerada não ionizante por não
ter energia para arrancar elétron de principais átomos que constituem o corpo
humano como hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio além de penetrar muito
pouco no corpo humano.
No dia 8 de novembro deste mesmo ano, Roentgen notou um brilho em uma peça
de vidro que se encontrava a pouca distância do tubo. Notou ainda, além da
dependência brilho-ampola, que o brilho persistiu mesmo quando a ampola (tubo)
era recoberta com papel preto. Roentgen atribuiu ao aparecimento do “brilho”, uma
radiação que saia da ampola, ainda desconhecida, mas de existência comprovada, o
nome de raio X, posteriormente conhecidos também por raios Roentgen. O uso de
uma placa fotográfica em lugar da peça de vidro foi o segundo passo de Roentgen,
cujo resultado foi a visualização dos ossos da mão de sua mulher, que serviu de
cobaia (SCAFF, 1997).
Raio X são produzidos toda vez que uma substância é bombardeada com elétrons
de grande velocidade. O dispositivo que gera raio X é chamado de tubo de Coolidge.
Este componente é um tubo oco e evacuado, ainda possui um cátodo incandescente
que gera um fluxo de elétrons de alta energia. Estes são acelerados por uma grande
diferença de potencial e atingem o ânodo (SPRAWLS, 1987).
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vermelho no espectro de luz e não é visível ao olho humano. Apesar de não poder
ser vista, esta radiação pode ser notada no material em forma de calor.
Aproximadamente 99% da energia cinética dos elétrons projetados é convertida em
calor e apenas 1% é usada na produção de raio X. Este calor intenso limita o
número de fótons de raio X que podem ser produzidos em um dado tempo sem
destruir o alvo (BONTRAGER, 2000).
Os elétrons que colidem com o ânodo podem ir mais fundo no átomo, interagindo
com camadas orbitais mais internas. Se a energia transferida é do valor da energia
que mantém os elétrons nestas camadas (energia de ligação), este será arrancado
da sua camada orbital e esta ficará com um buraco vazio, uma vacância. Enquanto
este elétron arrancado é ejetado podendo interagir com outros átomos, a vacância
deixada é preenchida por um elétron de uma camada mais externa, liberando
energia neste processo em forma de raio X característico (BONTRAGER, 2000). A
figura abaixo apresenta o esquema da reorganização dos elétrons em um átomo.
Após um elétron da camada K ser ejetado através do choque com um elétron
incidente, um elétron da camada L irá assumir a vacância do elétron ejetado e,
portanto, liberará energia na forma de raio X característicos com energia K-L.
Analogamente, um elétron da camada M irá assumir um elétron da camada L e
liberar raio X característicos com energia equivalente L-M.
A energia emitida por raio X de freamento acontece pois quando o elétron incidente
de carga negativa se aproxima do núcleo que contém prótons de carga positiva
ocorre uma força de atração entre eles que causa a perda de energia cinética do
elétron, desacelerando-o e mudando sua trajetória. Neste processo, a energia
cinética perdida é revertida em raio X de freamento e o elétron segue sua nova
trajetória com valor de energia igual a sua energia incidente no alvo menos a energia
cinética perdida em forma de raio X de freamento, podendo sofrer muitas outras
interações e produzir mais raio X de fretamento antes de perder toda essa energia.
Há também a possibilidade de interação do elétron com o núcleo e produção e
conversão total da energia incidente em energia de raio X de freamento, porém isto
é muito difícil de acontecer devido ao pequeno tamanho do núcleo em relação a todo
o átomo (BONTRAGER, 2000). A figura abaixo apresenta o esquema de emissão de
raio X na forma de radiação de freamento. O elétron incidente é desacelerado pela
sua interação com o núcleo do átomo e transmite a energia perdida na forma de um
fóton de raio X.
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TC Axial (Step and Fila única de Cobertura completa Rotação de 360⁰ do Movimento pequeno
Shot) centenas de do FOV tubo e detector da mesa
detectores
Helicoidal com várias Multidetector de 4, 16 Cobertura completa Várias rotações do Movimento contínuo
fileiras de detectores e 64 canais do FOV tubo e detector da mesa
Tomógrafos Multidetector de 320 Cobertura completa Rotação única e Cobertura de 160 mm,
Volumétricos canais do FOV (160 mm) contínua do tubo e se maior step and
detector shot e adiciona
volumes reconstruídos
2.3.1 Funcionamento
O feixe de raio X utilizado é colimado para irradiar uma fatia do volume, que é
dividida em pequenas unidades de volume denominadas voxel. O feixe de raio X é
atenuado quando atravessa uma fileira de voxels, devido à interação com a matéria.
O valor da intensidade do feixe de entrada é conhecido, a parcela do feixe que
consegue atravessar fileira de voxels é captada pelo detector. Então de posse do
valor da intensidade do feixe de entrada e do feixe de saída captado pelo detector
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No Brasil, todo e qualquer uso de radiação ionizante está controlado pelas normas e
diretrizes de radioproteção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) –
Norma CNEN NN 3.01/14 (BRASIL, 2014).
O Centro de Diagnóstico, local em que foi realizado o estudo de caso, possui uma
gestão para o risco, bem como conta com profissionais da área física, engenharia e
técnica, responsável pelo funcionamento. Os documentos (Plano de Proteção
Radiológica, Memorial Descritivo, PPRA e PCMSO, entre outros) são
confeccionados e atualizados, priorizando as melhorias citadas em cronogramas.
27
A exposição normal dos IOE deve ser restringida de tal modo que, nem a dose
efetiva e nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, causadas pela
possível combinação de exposições originadas por práticas autorizadas, excedam o
limite de 20 mSV por ano (corpo inteiro), salvo em circunstâncias especiais,
autorizadas pela CNEN. Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o
termo “dose anual”, deve ser considerado como dose no ano calendário, isto é, no
período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano. A média aritmética em 5
anos consecutivos, não deve exceder 50 mSv em qualquer ano. Em circunstâncias
especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em um
ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos, não
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exceda a 1 mSv por ano. O valor médio deve ser obtido em 1cm² de área, na região
mais irradiada.
Para cada membro da equipe que recebe um dosímetro individual, será aberta uma
ficha para registro das ocorrências e doses mensais, a fim de evidenciar a
ocorrência de variação das doses. O SESMT, junto com o físico registra os
procedimentos radiológicos, as ações e resultados do programa de garantia da
qualidade, testes de constância, levantamentos radiométricos realizados, controle
ocupacional de doses, treinamentos realizados, contratos e outros documentos
importantes para arquivamento.
Barreiras Primárias – Para medir o feixe primário, apontar o feixe para uma
das direções assinaladas no esboço. Medir a taxa de dose ou kerma no ar
com o monitor de área calibrado. Anotar no formulário o valor medido para
aquele ponto. Realizar as medidas nos demais pontos de interesse.
Na empresa onde foi realizado o estudo de caso, desde sua construção houve
acompanhamento por profissionais da área física e de segurança do trabalho,
realizando inspeções visuais além de relatórios diários. A figura 8 destaca, na fase
de obras, a blindagem de chumbo da sala de tomografia computadorizada.
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Parede 1
Parede 7
Parede 2
Parede 6
Parede 3
Parede 5 Parede 4
Para construção da sala seria necessário utilizar apenas um material, porém foram
utilizados os três citados: concreto, barita e chumbo; Distância da fonte (m):
distância em metros da fonte de radiação à blindagem; Fator de ocupação: tempo
estimado de permanência de pessoa no local sendo: 1,0 para SEMPRE, 0,5 para
PARCIAL, 0,25 para EVENTUAL, 0,13 para OCASIONAL e 0,06 para RARAMENTE.
Fator de uso: é a fração do tempo de fonte exposta durante a qual o feixe de
radiação está dirigido à área em questão. Nessa blindagem há a incidência de feixe
direto, com cálculo feito com 0,5 de uso em feixe direto.
Os monitores tipo câmara de ionização são os mais adequados. Uma das maiores
aplicações deste tipo de câmara, quando operada com ar, é a medida de taxa de
exposição gama, já que esta grandeza é definida em função da ionização no ar. A
determinação da carga de ionização dá uma medida precisa da exposição e uma
medida da corrente de ionização indicará a taxa de exposição. Outra característica
que torna uma câmara de ionização mais adequada é a pequena dependência
energética e a melhor resposta para radiação pulsada. Os Monitores de Radiação
podem medir taxa de dose ou dose integrada (BRASIL, 1998).
Assim sendo, os limites de dose individual não podem, por si só, definir as
espessuras das blindagens.
Eles são usados como condição de contorno para assegurar espessuras mínimas e
seus valores são 20 mSv/ano para trabalhadores (áreas restritas) e 1 mSv/ano para
indivíduos do público. É importante ressaltar que, se a espessura otimizada for
inferior à obtida por limitação de dose individual, deve-se adotar o maior valor. A não
ser que a CNEN solicite especificamente, a demonstração de otimização de um
sistema de proteção radiológica é dispensável quando o projeto assegura que, em
condições normais de operação, cumprem-se simultaneamente as três condições
seguintes:
A dose equivalente efetiva para trabalhadores não excede a 1 mSv/ano;
A dose equivalente efetiva para indivíduos do público não excede a 10
mSv/ano;
A dose equivalente efetiva coletiva não excede a 1homem-sievert/ano.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
O Equipamento utilizado nas avaliações foi um tomógrafo de 128 canais (64 canais
interpolados) Siemens Somatom Perspective com kiloVoltagem máxima de operação
de 140 kV e 380 miliAmperes com cortes tomográficos podendo ser realizados
desde 0.5mm a 10.0mm. Sua capacidade é de 60 exames diariamente e sua média
de 32 exames/dia.
Fantoma
A radiação espalhada foi obtida com uma câmara de ionização do tipo 10x6-180
Radcal (Monrovia, CA) com área de detecção de 100 cm² e volume ativo de 180
cm³. Essa câmara é específica para detecção de baixas doses de radiação e detecta
radiação na faixa de 2 nGy a 17 Gy e detecta taxas de dose de 1nGy/s a 4.9mGy/s.
A figura 15 mostra um esquema da câmara de ionização utilizada.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos sobre dose e taxa de dose em cada local avaliado estão
explícitos no quadro 3.
Quadro 3. Resultado das medidas realizadas em cada Ponto descrito nas figuras 16 e 17.
Ponto kV mAs Esp Incremento DFD Dose Taxa de Dose anual estimada Dose Limite
Corte (mm) (cm) (uGy) Dose (mSv/ano) Anual na Área
(mm) (uGy/min) [W=20000mAmin/sem] (mSv/ano)
Nos valores obtidos na avaliação por distância (único que houve variação), foi
observado que a dose espalhada varia com o inverso do quadrado da distância,
concluindo-se que ela é dependente da sua distância. O gráfico 2 (a seguir) destaca
essa afirmação:
.
52
5 CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos, verificou-se que salas de comando e áreas livres não
apresentaram registros de radiação, sendo locais de maior presença de
funcionários. A sala de Tomografia Computadorizada deve seguir as orientações dos
programas de proteção e prevenção a saúde.
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REFERÊNCIAS
TACK e Cols. Radiation Dose from Multidector CT. 2 nd New York: Springer
Science, 2012, 649p.