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Física
BLINDAGEM RADIOATIVA
BLINDAGEM RADIOATIVA
BRASÍLIA
2009
Agradeço ao professor Dr. Araken dos Santos
Werneck pela sua contribuição, que tornou
possível a realização deste trabalho.
Blindagem Radioativa
Abstract: With the evolution of the nuclear medicine, many methods and examinations are in
activity currently. In this medical area it is necessary the use of radiopharmacy, that are
medicines with diagnostic or therapeutical purpose that, when ready for the use, it contains
one or more radioactive elements. The use of such elements implies that if it has protection
adjusted for employees and public of installations that make use of this technology. This work
makes a theoretical and experimental analysis of equations of radioactive shield, for source of
high energy (131I) and low energy (99mTc), tested in four different materials: aluminum,
copper, lead and brass. Being defined, for this last one, in experimental way, its attenuation
coefficient, unexplored in literature, for if dealing with a material few times used in shield of
installations of nuclear medicine.
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................8
1.1 RADIOATIVIDADE ...........................................................................................................8
1.1.1 Decaimento alfa (α)..........................................................................................................9
1.1.2 Decaimento beta (β).........................................................................................................9
1.1.3 Decaimento gama (γ) .....................................................................................................10
1.2 MEDICINA NUCLEAR (MN) ..........................................................................................11
1.2.1 Tomografia por Emissão de Pósitron (PET)...............................................................11
1.2.2 Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT) ...................12
1.3 RADIOPROTEÇÃO ..........................................................................................................13
1.3.1 Blindagem.......................................................................................................................13
1.3.2 Noções de cálculo de blindagem para raios gama ......................................................14
1.3.3 Camada semi-redutora .................................................................................................14
1.3.4 Camada deci-redutora (CDR) ......................................................................................15
1.3.5 Fator de redução ou atenuação ....................................................................................15
1.3.6 Fator de Build up...........................................................................................................16
2 MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................................18
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS .......................................................................................21
4. CONCLUSÃO.....................................................................................................................31
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 32
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 RADIOATIVIDADE
1
Pósitron é a antipartícula do elétron, possuindo carga elétrica +1 e a mesma massa do elétron.
10
com vidas da ordem de horas, os estados de energia desses núcleos são chamados de estados
meta estáveis.
raios gama cada um dos 0,511 MeV de energia são emitidos do mesmo ponto, tempo e em
180º um do outro.” (JOHNS, 1983, p. 519) Trata-se de um exame funcional, dos órgãos do
paciente e não morfológico como em certas técnicas de radiologia. No PET faz-se utilização,
principalmente, de um radionuclídeo chamado de FDG, que é o elemento Flúor-18 combinado
com a glicose. Uma aplicação importante é na detecção de células tumorais, pois a maioria
destas células possuem um metabolismo maior do que as normais, consumindo assim uma
grande quantidade de glicose, então, localizando o flúor que se encontra junto a ela, pode-se
determinar onde existiria uma concentração de células tumorais em um organismo.
Existem equipamentos que combinam este exame com a CT (Tomografia
Computadorizada), é o chamado PET-CT, que além das imagens do metabolismo celular,
também se pode coletar imagens morfológicas com melhor resolução, com isso têm-se uma
ferramenta ainda melhor para o diagnóstico e em conseqüência à escolha de um tratamento
mais adequado.
estoque e o transporte dos materiais radioativos, em vista disto busca-se cada vez mais uma
melhor proteção para funcionários e instalações que fazem uso desta tecnologia.
1.3 RADIOPROTEÇÃO
Segundo Tauhata (2003, p.203) são três os parâmetros com as quais se podem
controlar as radiações externas: distância, tempo e blindagem.
Para proteção dos trabalhadores e do próprio público, além de um adequado
treinamento que venha a diminuírem falhas no momento das operações, procura-se aumentar
a distância e também o material de blindagem nos locais onde se tem atividades radioativas.
1.3.1 Blindagem
I = I 0 .e ( − μx ) (4)
I = I 0 .e[( − μ / ρ ). ρ . x ] (5)
Desta forma, como afirma Xavier (2006, p. 58), o parâmetro que determina o grau de
atenuação é o produto ρ.x (mg/cm²), uma vez que µ/ρ é praticamente constante para diversos
materiais.
absorvedor que reduz a intensidade do feixe de fóton pela metade, sabendo que a intensidade
do fóton não pode ser totalmente atenuada através da blindagem. A partir da equação (4),
quando I = I0/2, temos que:
ln 2
CSR = (6)
μ
0,693
CSR..ou.. X 1 = (7)
2
μ
Da mesma forma que da CSR existe o conceito da camada deci-redutora, que seria a
espessura do material absorvedor, capaz de atenuar em 10 (dez) vezes o feixe de fótons.
Também possuindo a relação de:
2,30
CDR..ou.. X = (8)
μ
1
10
FR = I (9)
I0
Como o detector pode registrar tanto os raios gama diretamente incidentes como
outros tipos de radiação secundária, este somatório será maior do que aquele sinal que seria
coletado onde houvesse uma boa geometria. Este problema é resolvido com a inserção de um
fator de correção, conhecido como fator de Build up (B), que é dependente da energia
incidente Ey, de x e de µ.
I = I 0 .B ( x , E y ) .e[( − μ / ρ ). ρ . x ] (13)
Xavier (2006 p. 61) comenta que, fórmula de Taylor (14) mostra como o fator (B)
pode ser encontrado.
B( μ , x ) = A1 .e ( −α1 .μ . x ) + (1 − A1 ) ( −α 2 .μ . x ) (14)
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados como fontes radioativas dois materiais: o Tecnécio (99mTc) e o Iodo
(131I), com 140 keV e 364 keV de energia respectivamente. Os materiais radioativos estavam
colocados na ponta de um pequeno tubo com dimensões inferiores às das placas absorvedoras
(cerca de 5 mm3), de maneira que as fontes pudessem ser consideradas pontuais (ver figura 3).
Como detector de radiação para a coleta dos valores foi utilizado o detector MIR 7026.
Foi montado um aparato de maneira que a fonte ficasse diante do detector e entre eles
pudessem ser interpostas as placas absorvedoras. As placas eram fixadas com suportes
apropriados, tomando-se cuidado para que os seguintes parâmetros fossem sempre seguidos:
(i) a fonte radioativa deveria sempre estar encostada e ao centro da primeira placa, (ii) a
distância entre a última placa (a mais distante da fonte) e o detector fosse sempre de três cm,
medidos com um paquímetro, padronizando todas as medidas, (iii) o posicionamento das
19
placas em relação ao detector fosse sempre a mesma (centralizada e paralela) – (ver figuras 4
e 5).
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS
Tabela II – Dados obtidos no experimento com a fonte 99mTc sendo blindada por placas de alumínio.
Atividade inicial da fonte: 1,8 mCi.
Quantidade de placas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Espessura total (mm ± 0,1) 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 51 48 44 43 41 40 37 36 35 34
99m
Tabela III – Dados obtidos no experimento com a fonte Tc sendo blindada por placas de cobre. Atividade
inicial da fonte: 1,5 mCi.
Quantidade de placas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Espessura total (mm ± 0,1) 0,89 1,78 2,67 3,56 4,45 5,34 6,23 7,12 8,01 8,9
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 43 36 31 27 21 18 15 12 10 8
99m
Tabela IV – Dados obtidos no experimento com a fonte Tc sendo blindada por placas de latão. Atividade
inicial da fonte: 1,4 mCi.
Quantidade de placas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Espessura total (mm ± 0,1) 0,89 1,78 2,67 3,56 4,45 5,34 6,23 7,12 8,01 8,9
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 41 36 30 25 21 18 15 12 11 9
Tabela V – Dados obtidos no experimento com a fonte 99mTc sendo blindada por placas de chumbo. Atividade
inicial da fonte: 1,3 mCi.
Quantidade de placas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Espessura total (mm ± 0,1) 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Taxa de Exposição (mR/h ± 0,1) 5,8 0,5 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
131
Tabela VI – Dados obtidos no experimento com a fonte I sendo blindada por placas de chumbo. Atividade
inicial da fonte: 1,1 mCi.
Quantidade de placas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Espessura total (mm ± 0,1) 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 71 54 42 33 25 19 15 12 10 8
Tabela VII – Dados obtidos no experimento com a fonte I131 sendo blindada por uma placa de chumbo e outra
de cobre. Atividade inicial da fonte: 1,1 mCi.
Disposição das placas Chumbo Æ Cobre Cobre Æ Chumbo
Espessura total (mm ± 0,1) 1,89 1,89
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 66 66
Tabela VIII – Dados obtidos no experimento com a fonte 99mTc sendo blindada por uma placa de chumbo e
outra de cobre. Atividade inicial da fonte: 1,2 mCi.
Disposição das placas Chumbo Æ Cobre Cobre Æ Chumbo
Espessura total (mm ± 0,1) 1,89 1,89
Taxa de Exposição (mR/h ± 0,1) 3,7 4,3
Tabela IX – Dados obtidos no experimento com a fonte 99mTc sendo blindada por uma placa de chumbo e outra
de alumínio. Atividade inicial da fonte: 1,2 mCi.
Disposição das placas Chumbo Æ Alumínio Alumínio Æ Chumbo
Espessura total (mm ± 0,1) 1,89 1,89
Taxa de Exposição (mR/h ± 0,1) 4,6 4,7
Tabela X – Dados obtidos no experimento com a fonte I131 sendo blindada por uma placa de chumbo e outra
de alumínio. Atividade inicial da fonte: 1,1 mCi.
Disposição das placas Chumbo Æ Alumínio Alumínio Æ Chumbo
Espessura total (mm ± 0,1) 1,89 1,89
Taxa de Exposição (mR/h ± 1) 67 68
Para o chumbo, o ajuste exponencial foi usado, obtendo-se um erro médio quadrático
também da ordem de 10-3. A curva y(x) = Ae-Cx + B assumiu os valores μ/ρ(x) = 40,8e-20,3x +
99m 131
0,186; que para a energia do Tc resulta em 0,2565 m²/kg e para o I em 0,02112 m²/kg
(ver tabela XI).
Tabela XI – Dados obtidos a partir do ajuste das curvas de μ/ρ em função da energia.
(μ/ρ) Coeficiente de atenuação massivo (m²/kg)
Energia (keV)
Alumínio Cobre Latão Chumbo
2
140 0,01475 0,01731 0,02009 0,2565
364 0,009418 0,01060 ---------- 0,02112
2
Valor de (μ/ρ) para o Latão foi obtido através de cálculos, a partir da equação dada pela curva de ajuste de seu
respectivo gráfico.
26
Figura 9 – Gráfico da taxa de exposição (mR/h) em função da espessura de alumínio para uma fonte de 99mTc
sobreposto a uma curva ajustada.
Figura 10 – Gráfico da taxa de exposição (mR/h) em função da espessura de cobre para uma fonte de 99mTc
sobreposto a uma curva ajustada.
27
Figura 11 – Gráfico da taxa de exposição (mR/h) em função da espessura de latão para uma fonte de 99mTc
sobreposto a uma curva ajustada.
Figura 12 – Gráfico da taxa de exposição (mR/h) em função da espessura de chumbo para uma fonte de 99mTc
sobreposto a uma curva ajustada.
28
Figura 13 – Gráfico da taxa de exposição (mR/h) em função da espessura de chumbo para uma fonte de 131I
sobreposto a uma curva ajustada.
Desta vez, para todos os materiais a curva de ajuste foi escolhida como sendo do tipo
exponencial baseada na equação (5). E assim, foram obtidos os valores das Taxas de
exposição em função da expessura dos materiais analisados, vide tabela XII.
Tabela XII – Dados obtidos, por meio da curva de ajuste, para a Taxa de exposição [mR/h] em função da
espessura [mm] do material de blindagem.
Taxa de exposição [mR/h] Ordem do erro quadrático
Material utilizado
(espessura [mm]) médio
Alumínio - 99mTc 27,9e-0,132 x + 26,9 10-1
99m
Cobre - Tc 55,0e-0,163 x - 4,35 10-1
99m
Latão - Tc 52,7e-0,165 x – 3,78 10-1
99m
Chumbo - Tc 35,1e-2,05 x + 0,101 Inferior a 10-1
Chumbo - I¹³¹ 90,8e-0,268 x + 1,78 Inferior a 10-1
29
do chumbo. Isso pode indicar que os efeitos de absorção para o chumbo na primeira placa já
não permitem que outros efeitos, como o espalhamento ou produção de outros tipos de
radiação venham a acontecer, situação a qual não acontece com materiais menos densos, os
quais permitem efeitos secundários que levariam à percepção de que os materiais
absorvedores estariam expostos a uma contagem maior que a real.
Quanto aos experimentos realizados com diferentes materiais (Tabelas IX e X), os
resultados se mostraram semelhantes, apontando que, para estas energias, para estes materiais
nestas espessuras, as interações da radiação com os materiais absorvedores não produzem
radiações com penetrabilidades diferentes (como uma possível formação de raios-X
característicos), que poderiam implicar em diferentes taxas de exposição medidas.
31
4. CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS
JOHNS, Harold E., CUNNINGHAM, John R., “The Physics of Radiology”, Fourth Edition,
Illinois-E.U.A, 1983.
SCHABERLE, Fábio A.; e SILVA, Nelson Canzian da,; Introdução à Física da Radioterapia,
Centro de Ciências Físicas e Matemática , Departamento de Física, UFSC, 2000
<http://www.fsc.ufsc.br/~canzian/intrort/radiacao.html> Acesso em: 20 out. 2009
TAUHATA, Luiz; SALATI, Ivan. P. A.; PRINZIO, Renato. Di.; PRINZIO, M.A.R.R.Di.;
Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos. 5ª edição, Rio de Janeiro, IRD/CNEM, 242p,
Ago/2003.
XAVIER, Ana M., MORO, José T., HEILBRON, Paulo F., “Princípios Básicos de Segurança
e Proteção Radiológica”, UFRGS, 3ª Edição, Set/2006.