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ATIVIDADE 2 – RESENHA CAP 2

Universidade Federal Fluminense – 2021.1

Engenharia dos Materiais

Professor: Mateus Carvalho do Amaral

Aluno: Felippe Moreira Novaes

Capítulo 2 - ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO INTERATÔMICA


MATERIAIS SCIENCE AND ENGINEERING: An Introduction - William D. Callister, Jr., Second Edition,
John Wiley & Sons, Inc., New York,NY,1991.
Esse capítulo apresenta conceitos importantes para discussões seguintes, abordando:

 Estrutura;
 Configurações eletrônicas em átomos e na tabela periódica;
 Os vários tipos de ligações interatômicas primárias e secundárias que mantém juntos os
átomos que compõem um sólido.

Um átomo consiste de um núcleo muito pequeno, composto por prótons e neutros,


circundado por elétrons em movimento. Os prótons e elétrons tem a mesma carga elétrica de
1,6x10-19C sendo positiva para os prótons e negativa para os elétrons. As massas destas partículas
subatômicas são infinitesimalmente pequenas; prótons e neutrons têm aproximadamente a
mesma massa, 1,67x10-27 kg, que é significativamente maior do que aquela de um elétron, 9,11 x
10-31 kg.
Cada elemento químico é caracterizado pelo número de prótons no núcleo, ou o número
atômico (Z). Para um átomo eletricamente neutro ou completo, o número atômico também é
igual ao número de elétrons.
A massa atômica (A) de um átomo específico pode ser expressa como a soma das massas
dos prótons e dos neutrons. Embora o número de prótons seja o mesmo para todos os átomos de
um dado elemento, o número de neutrons (N) pode ser variável. Assim, átomos de alguns
elementos têm 2 ou mais diferentes massas atômicas, sendo eles denominados isótopos. O peso
atômico corresponde à média pesada das massas atômicas de isótopos que ocorrem naturalmente
e pode ser medida na unidade de massa atômica (u.m.a., ou amu em inglês).
Ao longo do tempo, foram feitos estudos e experimentos para formular teorias sobre a
composição de um átomo. Assim, foi estabelecido um conjunto de princípios e leis que governam
sistemas de entidades atômicas e subatômicas, que ficaram conhecidos como mecânica quântica.
Um dos modelos criados foi o modelo atômico de Bohr, com elétrons ao redor do núcleo
do átomo em orbitais discretos, e a posição de qualquer elétron é mais ou menos bem definida
em termos de seu orbital.
Outro conceito importante é a ideia de níveis de energia ou estados de energia. Dessa
forma, os elétrons são permitidos ter apenas valores específicos de energia. Um elétron pode
mudar de energia, mas ao fazer isto efetua um salto quântico a um outro permitido nível de
energia mais alto (com absorção de energia) ou a um nível de energia mais baixo (com emissão de
energia).
O modelo de Bohr é muito importante pois representa uma primeira tentativa para
descrever elétrons em átomos, em termos tanto da posição (orbitais dos elétrons) quanto da
energia (níveis de energia quantizados).
Devido às limitações do modelo de Bohr e sua incapacidade para explicar alguns
fenômenos, foi desenvolvido o modelo mecânico-ondulatório. Nesse modelo, considera-se que
um elétron possui características tanto de onda quanto de partícula, e o seu movimento é descrito
matematicamente pelo movimento de onda.
O elétron passa a ser caracterizado pelos números quânticos. Além disto, os níveis de
energia de Bohr se separam em subcamadas de elétrons, e números quânticos ditam o número de
estados dentro de cada subcamada. As camadas são especificadas por um número quântico
principal n e designadas pelas letras K, L, M, N, O, e assim por diante, que correspondem,
respectivamente, a n = 1, 2, 3, 4, 5...
O segundo número quântico, l, significa subcamada, que é denotada por uma letra
minúscula - um s, p, d, ou f. O número de estados de energia para cada subcamada é determinado
pelo número quântico, ml. Para uma subcamada s existe um único estado de energia, enquanto
que para subcamadas p, d, e f, existem 3, 5 e 7 estados, respectivamente.
Associado a cada elétron se encontra um momento de spin, que deve estar orientado para
cima ou para baixo. Relacionado a este momento de spin encontra-se o quarto número quântico,
ms, para o qual são possíveis 2 valores (+ 1/2 e -1/2), um para cada uma das orientações de spin.
Para determinar a maneira que estes estados são preenchidos com elétrons, utiliza-se o
princípio de exclusão de Pauli, um outro conceito mecânico-quântico. Este princípio estipula que
cada estado eletrônico pode manter não mais do que 2 elétrons, que devem ter spins opostos.
Assim, as subcamadas s, p, d e f podem acomodar cada uma, respectivamente, um total de 2, 6, 10
e 14 elétrons.
Os elétrons de valência são aqueles que ocupam a camada preenchida mais externa. Estes
elétrons são extremamente importantes pois participam na ligação entre os átomos para formar
agregados atômicos e moleculares. Além disto, muitas das propriedades físicas e químicas de
sólidos estão baseadas nos elétrons de valência.
Todos os elementos foram classificados de acordo com a configuração eletrônica na tabela
periódica. Os elementos estão situados em ordem crescente de número atômico, em 7 filas
horizontais denominadas períodos. Os elementos que são dispostos numa dada coluna ou grupo
têm similares estruturas de elétrons de valência, do mesmo modo que similares propriedades
químicas e físicas.
Como pode ser notado a partir da tabela periódica, muitos elementos realmente se
incluem na classificação de metal. Estes são elementos eletropositivos, capazes de ceder seus
poucos elétrons de valência para se tornarem íons positivamente carregados. Os elementos
situados à direita da tabela são eletronegativos, isto é, eles prontamente aceitam elétrons para
formar íons negativamente carregados, ou às vezes eles compartilham elétrons com outros
átomos.
Um entendimento de muitas propriedades físicas de materiais é previsto através do
conhecimento das forças interatômicas que ligam os átomos entre si. Considerando a interação
entre dois átomos isolados, à medida que os átomos se aproximam mutuamente, cada átomo
exerce força sobre o outro. Estas forças são de 2 tipos, atrativa e repulsiva, e a magnitude de cada
é uma função da distância interatômica de separação.
A energia de ligação para 2 átomos, Eo, representa a energia que seria requerida para
separar estes 2 átomos até uma distância infinita de separação.
LIGAÇÃO IÔNICA
Átomos de um elemento metálico facilmente cedem seus elétrons de valência aos átomos
não metálicos. No processo todos os átomos adquirem configurações estáveis ou de gás inerte.
Ligação iônica é denominada não-direcional, isto é, a magnitude da ligação é igual em
todas as direções ao redor de um íon.
A ligação predominante em materiais cerâmicos é iônica.
Materiais iônicos são caracteristicamente duros e frágeis e, além disso, isolantes
eletricamente e termicamente.
LIGAÇÃO COVALENTE
Na ligação covalente configurações eletrônicas estáveis são assumidas pelo
compartilhamento de elétrons entre átomos adjacentes. Dois átomos que são covalentemente
ligados contribuirão com pelo menos 1 elétron para a ligação e elétrons compartilhados podem
ser considerados como pertencentes a ambos os átomos.
Este tipo de ligação é encontrado em sólidos elementares tais como diamante (carbono),
silício e germânio.
Ligações covalentes pode ser muito fortes, como no diamante, que é muito duro e tem
uma muito alta temperatura de fusão, > 3550 oC (6400o F), ou elas podem ser muito fracas, como
no bismuto, que se funde a 270oC (518o F).
É possível ter ligações interatômicas que são parcialmente iônicas e parcialmente
covalente, e, de fato, muito poucos compostos exibem ligação iônica pura ou ligação covalente
pura.
LIGAÇÃO METÁLICA
Ligação metálica, o tipo final de ligação primária, é encontrada em metais e suas ligas.
Materiais metálicos têm 1, 2 ou, no máximo, 3 elétrons de valência. Estes elétrons de
valência não se encontram ligados a qualquer particular átomo no sólido e são mais ou menos
livres para se moverem ao longo de todo o metal. Eles podem ser pensados como pertencendo ao
metal como um todo, ou formando um "mar de elétrons" ou uma "núvem de elétrons".
A ligação pode ser fraca ou forte; energias de ligação variam desde 68 kJ/mol (0,7
eV/átomo) para o mercúrio até 850 kJ/mol (8,8 eV/átomo) para o tungstênio. As suas respectivas
temperaturas de fusão são -39oC e 3410oC (-38oF e 6170oF).
Estes materiais são bons condutores tanto de eletricidade quanto de calor, como uma
consequência dos elétrons de valência livres.

LIGAÇÃO DE VAN DER WAALS


Ligações secundárias, de van der Waals ou físicas são fracas em comparação com as
ligações primárias ou químicas.
Ligação secundária existe entre todos os átomos ou moléculas, mas sua presença pode ser
obscurecida se qualquer dos 3 tipos de ligação primária estiver presente. Ligação secundária é
evidenciada para os gases inertes, que possuem estruturas eletrônicas estáveis, e, em adição,
entre moléculas em estruturas moleculares que são covalentemente ligadas.
Forças de ligação secundárias surgem dos dipolos atômicos ou moleculares. Em essência,
um dipolo elétrico existe sempre que exista alguma separação das porções positiva e negativa de
um átomo ou molécula.
Ligação de hidrogênio, uma classe especial de ligação secundária, existe entre algumas
moléculas que tem hidrogênio como um dos constituintes.

Uma molécula pode ser definida como um grupo de átomos que estão ligados entre si por
fortes ligações primárias.
Todo o conjunto das amostras sólidas ligadas ionicamente ou metalicamente pode ser
considerado como uma molécula simples. Entretanto, isto não é o caso pra muitas substâncias nas
quais ligações covalentes predominam; estas incluem moléculas elementares (F 2, O2, H2, etc..),
bem como uma hoste de compostos (H2O, CO2, HNO3, C6H6, CH4, etc.).
Nos estados condensados, líquido e sólido, ligações entre moléculas são ligações
secundárias fracas. Consequentemente, materiais moleculares têm relativamente baixas
temperaturas de fusão e de ebulição. Muitos daqueles que têm moléculas pequenas constituídas
de uns poucos átomos são gases em temperaturas e pressões ordinárias ou ambientes.

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