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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA

ATIVIDADE 3 – RESENHADOS
CAP 3MATERIAIS

UniversidadeMateus
Professor: Federal Fluminense
Carvalho –Amaral
2021.1

Engenharia dos Materiais


Aluno: Lucas Henrique Simões de Amaral
Professor: Mateus Carvalho do Amaral
RESENHA DESCRITIVA
Aluno: Felippe Moreira Novaes

Capítulo 3 – A ESTRUTURA DE SÓLIDOS CRISTALINOS


MATERIAIS SCIENCE AND ENGINEERING: An Introduction - William D. Callister, Jr., Second Edition,
John Wiley & Sons, Inc., New York,NY,1991.
Enquanto o capítulo 2 se dedicou aos vários tipos de ligações atômicas, esse capítulo vai
tratar de alguns dos arranjos que podem ser adotados pelos átomos no estado sólido, abordando
as 3 estruturas cristalinas comuns encontradas em metais.
ESTRUTURAS CRISTALINAS
Materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade com que átomos
ou íons se arranjam entre si. Um material cristalino é um no qual existe uma ordenação de grande
alcance tal que na solidificação, os átomos se posicionarão entre si num modo tridimensional
repetitivo, onde cada átomo está ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos.
Algumas das propriedades dos sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina do
material, a maneira na qual átomos, íons ou moléculas são espacialmente arranjados.
Quando se descreve estruturas cristalinas, pensa-se em átomos (ou íons) como sendo
esferas sólidas tendo diâmetros bem definidos. Isto é denominado modelo atômico de esfera
rígida no qual as esferas representando os átomos vizinhos mais próximos se tocam entre si.

Figura 1: Exemplo do modelo de esfera rígida.

CÉLULAS UNITÁRIAS
A ordenação atômica em sólidos cristalinos indica que pequenos grupos de átomos
formam um modelo repetitivo. Assim, ao descrever estruturas cristalinas, é muitas vezes
conveniente subdividir a estrutura em pequenas entidades de repetição denominadas células
unitárias. Células unitárias para a maioria das estruturas cristalinas são paralelepípedos ou
prismas tendo 3 conjuntos de faces paralelas.
Assim, a célula unitária é a unidade estrutural básica ou o tijolo de construção da estrutura
cristalina e define a estrutura cristalina em razão da sua geometria e das posições dos átomos
dentro dela. A conveniência usualmente dita que os cantos em paralelepípedo coincidam com
centros dos átomos de esfera rígida. Além disso, mais do que uma célula unitária individual pode
ser escolhida para uma particular estrutura cristalina; entretanto, nós geralmente usamos a célula
unitária tendo o mais alto nível de simetria geométrica.

Figura 2: Representação de uma célula unitária de esfera rígida e de uma célula unitária de esfera reduzida.

ESTRUTURAS CRISTALINAS METÁLICAS


A ligação atômica neste grupo de material é metálica e assim não-direcional em natureza.
Consequentemente, não existem restrições quanto ao número e posição dos átomos vizinhos mais
próximos; isto conduz a números relativamente grandes de vizinhos mais próximos e
empilhamento atômico denso para a maioria das estruturas cristalinas.
A Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada
A estrutura cristalina encontrada para muitos metais tem uma célula untaria de geometria
cúbica, com os átomos localizados em cada um dos cantos e nos centros de todas as faces do
cubo. Ela é apropriadamente chamada estrutura cúbica de face centrada (CFC). Alguns dos metais
familiares tendo esta estrutura cristalina são cobre, alumínio, prata e ouro.
Duas outras importantes características de uma estrutura cristalina são o número de
coordenação e o fator de empacotamento atômico (APF, em inglês). Para metais, cada átomo tem
o mesmo número de átomos vizinhos mais próximos ou que se tocam, que é o número de
coordenação. Para estruturas cristalinas cúbicas de face centrada, o número de coordenação é 12.
O APF é a fração do volume de esfera sólida numa célula unitária, supondo o modelo de
esfera rígida, ou
APF = (volume de átomos numa célula unitária/volume da célula unitária)
A Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado
Uma outra estrutura cristalina metálica comum também tem uma célula unitária cúbica
com átomos localizados em todos os 8 vértices e um único átomo no centro do cubo. Esta é a
estrutura cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC).
Átomos do centro e dos cantos se tocam entre si ao longo das diagonais do cubo e
4R
comprimento da célula unitária a o raio atômico R estão relacionados através de a= .
√3
Cromo, ferro, tungstênio, bem como vários outros metais exibem uma estrutura CCC.
Figura 3: Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado.

A Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta


Nem todos os metais têm células unitárias com simetria cúbica; a estrutura cristalina
metálica comum final a ser discutida tem uma célula unitária que é hexagonal, denominada
hexagonal compacta (HC).
As faces do topo e da base da célula unitária consiste de 6 átomos que formam hexágonos
regulares e circundam um único átomo no centro. Um outro plano que fornece 3 átomos
adicionais à célula unitária está situado entre os planos do topo e da base. Os átomos neste plano
intermediário têm como átomos vizinhos mais próximos em ambos os 2 planos adjacentes.

Figura 4: Representação da estrutura cristalina hexagonal compacta.

CÁLCULO DE DENSIDADES
Um conhecimento da estrutura do cristal de um sólido metálico permite cálculo de sua
densidade verdadeira r através da correlação:

POLIMORFISMO E ALOTROPIA
Alguns metais, bem como não-metais, pode ter mais do que uma estrutura cristalina, um
fenômeno conhecido como polimorfismo. Quando encontrado em sólidos elementares, a
condição é as vezes denominada alotropia.
Um exemplo familiar é encontrado em carbono: grafita é a polimorfa estável nas condições
ambientes, enquanto que diamante é formado em pressões extremamente altas.
Muitas vezes uma modificação da densidade e outras propriedades físicas acompanha a
transformação polimórfica.
SISTEMAS CRISTALINOS
De vez que existem muitas estruturas cristalinas possíveis, é às vezes conveniente dividi-las
em grupos de acordo com as configurações da célula unitária e/ou arranjos atômicos. Um sistema
coordenado x, y e z é estabelecido com a sua origem num dos cantos da célula unitária; cada um
dos eixos x, y e z coincide com uma das 3 paralelepipetadas arestas que se estendem a partir deste
canto. A geometria da célula unitária é completamente definida em termos de 6 parâmetros: os 3
comprimentos de arestas a, b e c, e os 3 ângulos a, b e g. Estes são às vezes denominados
parâmetros de rede de uma estrutura cristalina.
Figura 5: Uma célula unitária com os eixos coordenados x, y e z, mostrando os comprimentos

DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS


As vezes se torna necessário especificar algum particular plano cristalográfico de átomos
ou uma direção cristalográfica para lidar com materiais cristalinos. Foram estabelecidas
convenções de nomenclatura onde 3 números inteiros ou índices são usados para designar
direções e planos. A base para determinar valores dos índices é a célula unitária, com um sistema
de coordenadas consistindo de 3 eixos (x, y e z) situados num dos cantos e coincidindo com as
arestas da célula unitária.
DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS
Uma direção cristalográfica é definida como uma linha entre 2 pontos, ou um vetor. Para
determinar os 3 índices direcionais, utiliza-se as seguintes etapas:
1. Um vetor de comprimento conveniente é posicionado tal que ele passe através da
origem do sistema coordenado. Qualquer vetor pode ser transladado através da
rede cristalina sem alteração, se paralelismo for mantido.
2. O comprimento da projeção do vetor sobre cada um dos 3 eixos é determinado.
Estes comprimentos são medidos em temos das dimensões da célula unitária a, b e
c.
3. Estes 3 números são multiplicados ou divididos por um fator comum a fim de
reduzi-los aos menores valores inteiros.
4. Os 3 índices, não separados por vírgula, são contidos entre colchetes, da seguinte
maneira: [uvw]. Os números inteiros u, v e w correspondem às projeções reduzidas
ao longo dos eixos x, y e z, respectivamente.

Figura 6:As direções [100], [110] e [111] dentro de uma célula unitária.

Cristais Hexagonais
Para cristais tendo simetria hexagonal surge um problema que consiste no fato de que
algumas direções cristalograficamente equivalentes não terão os mesmos índices. Isto é
contornado pela utilização de um sistema coordenado de 4 eixos, ou de Miller-Bravais. Os 3 eixos
a1 , a2 e a3 estão todos contidos dentro de um único plano (chamado plano basal) e em ângulos
de 120º entre si e o eixo z é perpendicular a este plano basal. Índices direcionais, que são obtidos
como descritos acima, serão denotados por 4 índices, na forma [uvtw]; por convenção, os 3
primeiros índices pertencem às projeções ao longo dos respectivos eixos a1 , a2 e a3 no plano
basal.
A conversão a partir do sistema de 3 índices para o sistema de 4 índices é acompanhada
pelas seguintes fórmulas (os índices com ‘ estão associados ao esquema de 3 índices):

Figura 7: Para o sistema cristalino hexagonal, direções [0001], [1_00] e [1120 ] e planos (0001), (10_1) e (_010).

PLANOS CRISTALOGRÁFICOS
De novo, a base é a célula unitária, com o sistema coordenado de 3 eixos. Em todos os
sistemas cristalinos, exceto o hexagonal, os planos cristalográficos são especificados por 3 índices
de Miller como (hkl). Quaisquer 2 planos paralelos entre si são equivalentes e têm índices
idênticos. O procedimento empregado na determinação dos números dos índices h, k e l é o
seguinte:
1. Se o plano passar através da selecionada origem, quer um outro plano paralelo
deve ser construído dentro da célula unitária por uma apropriada translação, quer
uma nova origem deve ser estabelecida no canto de uma outra célula unitária.
2. Neste ponto o plano cristalográfico ou intersectará ou ficará paralelo a cada um dos
3 eixos; o comprimento da interseção planar para cada eixo é determinado em
termos dos parâmetros da rede a, b e c.
3. Os recíprocos destes números são tomados. Um plano que seja paralelo a um eixo
pode ser considerado como um intercepto infinito, e, portanto, um índice zero.
4. Se necessário, estes 3 números são mudados para resultar o conjunto dos mínimos
inteiros por multiplicação ou divisão usando um fator comum.
5. Finalmente, os índices inteiros, não separados por vírgulas, são colocados dentro de
parêntesis, assim: (hkl).
Uma característica interessante e única dos cristais cúbicos é que planos e direções tendo
os mesmos índices são perpendiculares entre si.

Figura 8: Representações de uma série de planos cristalográficos (110), (111) e (001), respectivamente.
Cristais Hexagonais
Para cristais tendo a simetria hexagonal, é desejável que planos equivalentes tenham os
mesmos índices. Assim como com as direções, isto é realizado pelo sistema Miller-Bravais. Esta
convenção conduz ao esquema de 4 índices (hkil), que é favorecido em muitas instâncias, de vez
que ele identifica mais claramente a orientação de um plano num cristal hexagonal. Existe alguma
redundância no sentido de que i é determinado soma de h e k, através da relação
i = - (h + k)
Caso contrário os 3 índices h, k e l são idênticos para ambos os sistemas de indexação.
DENSIDADES ATÔMICAS LINEAR E PLANAR
Densidade linear corresponde à fração do comprimento de linha numa particular direção
cristalográfica que passa através dos centros dos átomos. Similarmente, densidade planar é
simplesmente a fração da área total do plano cristalográfico que é ocupada por átomos
(representada como círculos); o plano deve passar através do centro de um átomo para que o
particular átomo seja incluído.
ESTRUTURAS CRISTALINAS ESTREITAMENTE-COMPACTADAS
Denomine-se por A os centros de todos os átomos num plano estreitamente empacotado.
Associados a este plano estão 2 conjuntos de depressões triangulares equivalentes formadas por 3
átomos adjacentes, dentro das quais o próximo plano de átomos estreitamente empacotados
pode se repousar. Aquelas tendo o vértice do triângulo apontando para cima estão
arbitrariamente designadas como posições B, ao passo que as depressões remanescentes são
aquelas com os vértices voltados para baixo, sendo elas denominadas C
Um segundo plano estreitamente empacotado pode ser posicionado com os centros de
seus átomos sobre os sítios de B ou de C; neste ponto, ambos são equivalentes. Suponha-se que as
posições B sejam arbitrariamente escolhidas; a sequência de empilhamento é denominada AB.

Figura 9: Demonstração de estruturas estreitamente-compactas.

MATERIAIS CRISTALINOS E NÃO-CRISTALINOS


MONOCRISTAIS
Para um material cristalino, quando o arranjo periódico e repetido de átomos for perfeito
ou se estende através de toda a amostra sem interrupção, o resultado é um monocristal. Todas as
células unitárias encadeiam-se da mesma maneira e têm a mesma orientação.
Monocristais existe na natureza, mas eles podem ser também produzidos artificialmente.
Eles são ordinariamente de difícil crescimento, porque o ambiente deve ser cuidadosamente
controlado.
Se as extremidades de um monocristal forem permitidas crescer sem nenhum
constrangimento externo, o cristal assumirá a forma geométrica tendo faces planas, tal como em
algumas das pedras gemas; a forma é indicativa da estrutura cristalina.
MATERIAIS POLICRISTALINOS
Virtualmente todos os familiares sólidos cristalinos são compostos de muitos pequenos
cristais ou grãos; tais materiais são denominados policristalinos.
ANISOTROPIA
As propriedades físicas de monocristais de algumas substâncias dependem da direção
cristalográfica na qual as medições sejam feitas.
Esta direcionalidade das propriedades é denominada anisotropia e está associada com a
variância do espaçamento atômico ou iônico com a direção cristalográfica. Substâncias nas quais
as propriedades medidas são independentes da direção de medição são isotrópicas.
DIFRAÇÃO DE RAIOS-X; DETERMINAÇÃO DE ESTRUTURAS CRISTALINAS
O Fenômeno da Difração
Difração ocorre quando uma onda encontra uma série de obstáculos regularmente
espaçados, que são capazes de espalhara onda, e têm espaçamentos que são comparáveis em
magnitude ao comprimento de onda. Além disso, difração é uma consequência de correlações
fásicas específicas que são estabelecidas entre 2 ou mais ondas que foram espalhadas pelos
obstáculos.
Difração de Raio-X e Lei de Bragg
Raios-X são uma forma de radiação eletromagnética que possui altas energias e pequenos
comprimentos de onda - comprimentos de onda da ordem de grandeza do espaçamento atômicos
para sólidos. Quando um feixe de raios-X impingem num material sólido, uma porção deste feixe
será espalhado em todas as direções pelos elétrons associados com cada átomo ou íon que fica no
caminho do feixe.
Técnicas de Difração
Uma técnica comum de difração emprega uma amostra em pó ou policristalina consistindo
de muitas partículas finas e randomicamente orientadas que são expostas à radiação-X
monocromática. Cada partícula do pó é um cristal, e a existência de um grande número deles com
orientações randômicas assegura que algumas partículas estão apropriadamente orientadas de tal
maneira que todo conjunto de planos cristalográficos possíveis estarão disponíveis para difração.
O difratômetro é um aparelho usado para determinar os ângulos nos quais a difração
ocorre para amostras em pó.

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