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OBJETIVOS
(*) Fator de Empacotamento (F.E) = Volume ocupado pelo átomo / Volume da célula
unitária.
1.2 - SISTEMA CRISTALINO CÚBICO DE FACE
CENTRADA (CFC)
SISTEMA CRISTALINO CÚBICO DE FACE
CENTRADA (CFC)
Corresponde ao posicionamento atômico, tanto nos vértices da
célula unitária cúbica quanto no centro das faces da mesma, como
mostra a Figura 2. A colocação de 6 átomos no centro de cada face
da célula afasta igualmente os átomos do vértice, mantendo a
simetria cúbica.
Figura 6.12 - Diagrama CCT para o aço SAE 1050, austenitizado a 850ºC por 30 min.
FATORES QUE INFLUENCIAM A POSIÇÃO
DAS CURVAS CCT
A posição da curva CCT é influenciada pelos mesmos fatores e
maneiras expostos em Figura 2, e, além do mais, processos de
soldagem com maior aporte de calor e extensão da curva de
repartição térmica aumentam o tamanho de grão, com
consequente deslocamento das curvas para a direita.
Nota:
Os conceitos gerais da metalurgia vistos até o presente, a saber,
sistemas cristalinos, ligas metálicas, difusão, nucleação e
crescimento de grãos, diagrama de fase Fe- Fe₃C, curvas TTT, e
curvas CCT são considerados como base para entender o que
ocorre na microestrutura dos aços.
É importante ressaltar que, através do estudo da microestrutura,
conseguiremos entender e explicar o comportamento mecânico
dos metais, quando estes são submetidos a determinados
esforços, ou seja, estaremos de certo modo prevendo as próprias
propriedades mecânicas destes metais.
FATORES QUE INFLUENCIAM A POSIÇÃO
DAS CURVAS CCT
Para reforçar esse conceito, lembremos que, anteriormente, vimos
que:
“O arranjo e o tamanho dos grãos e as fases presentes em uma liga
constituem o que se chama de microestrutura, responsável pelas
propriedades físicas e mecânicas da liga. A microestrutura é afetada
pela composição química e pelo ciclo térmico imposto à liga”.
Assim, como exemplos dessa interdependência entre a
microestrutura, e propriedades físicas e mecânicas de uma dada liga,
podemos citar as seguintes propriedades:
• A elasticidade: Módulo de Elasticidade: é a função da força para
separar os átomos de suas posições de equilíbrio;
• A resistência mecânica máxima, a tenacidade e a ductilidade:
Relacionam-se com a energia para romper as ligações atômicas; e
• A tensão de escoamento, a dureza e a plasticidade: Estão
diretamente ligadas à compactação atômica.
Posteriormente, no Módulo 9 – Ensaios mecânicos, serão abordadas
as questões relativas às propriedades mecânicas dos aços e seus
respectivos ensaios.
8 - ASPECTO TÉRMICO DA SOLDAGEM
ENERGIA DE SOLDAGEM
O conceito de energia de soldagem é muito importante no
estudo do aspecto térmico da soldagem. Define-se a energia de
soldagem como a razão entre a quantidade de energia dispendida
na soldagem e a velocidade de avanço da poça de fusão. A
velocidade de avanço exprime o comprimento de solda executado
em cada passe na unidade de tempo.
Onde:
E - energia de soldagem (joule/milímetro)
f - eficiência de transmissão de calor (%)
V - tensão (volt)
I - corrente (ampère)
V - velocidade de avanço (milímetro/segundo)
ENERGIA DE SOLDAGEM
(Soldagem a gás)
Onde:
E - energia de soldagem (joule/milímetro)
f - eficiência de transmissão de calor (%)
P - potência dispendida pela fonte de calor na soldagem (watt)
V - velocidade de avanço (milímetro/segundo)
(*) Por exemplo: MnO, SiO₂ são óxidos formados a partir da adição proposital de Mn-
manganês ou Si-silício respectivamente. Os mesmos não são gases, e vão para a escória
sendo removidos em seguida.
ABSORÇÃO DE GASES
Exclusivo para inspetor N2
Figura 19 - Diluição
DILUIÇÃO
A diluição é função do processo de soldagem e do
procedimento de soldagem (variáveis de soldagem). Por exemplo,
com eletrodo revestido, a diluição é da ordem de 25 a 35%,
enquanto que, na soldagem a arco submerso, pode atingir 50%.
A extrapolação das propriedades dos metais de adição é
geralmente comprometida pela diferença de diluição entre a
preparação dos corpos de prova de avaliação de propriedades do
metal de adição, e as soldas propriamente ditas. Daí a necessidade
de simulação e teste do procedimento de soldagem antes da
fabricação de equipamentos (Qualificação do procedimento de
soldagem).
Na soldagem de metais dissimilares, a diluição é um dado
indispensável para a previsão dos constituintes e propriedades da
solda. Um exemplo clássico é o emprego do diagrama de Schaeffler
na soldagem dos aços inoxidáveis, que será discutido adiante.
10. SOLIDIFICAÇÃO DA ZONA FUNDIDA
Exclusivo para inspetor N2
SOLIDIFICAÇÃO DA ZONA FUNDIDA
C D
Figura 27 C e D – Trinca na margem do cordão (C) e Trinca transversal (D).
MECANISMO
b
a
Figura 6.32a e b - Tipos de trincas a quente - trinca longitudinal na ZF (a) e Tipos de
trincas a Quente – trinca de cratera (b).
FASE PRÉ-FUSÍVEL
O fósforo e o enxofre, em teores superiores a 0,04%, são os
principais causadores da fissuração a quente dos aços-carbono e
de baixa-liga. O fósforo, associado ao ferro, manganês, níquel e
cromo, forma eutéticos de baixo ponto de fusão. O baixo ponto de
fusão do sulfeto de ferro (FeS) é o responsável pela ação nefasta do
enxofre.
No caso do fósforo, a solução consiste em limitar o seu teor.
Atualmente, a maioria das soldas tem teores de fósforo situados
entre 0,02 e 0,03%, atingindo, em alguns aços de alta resistência,
valores inferiores a 0,01%. Além da limitação do seu teor, a
influência do enxofre pode ser anulada pela adição de manganês.
O sulfeto de manganês solidifica-se em forma de inclusões,
evitando a formação do filme líquido que conduz à fissuração a
quente. A quantidade de manganês deve ser 1,75 vezes maior que
a de enxofre. A soldagem de chapas com carepa ou óxidos pode
resultar na oxidação de parte do manganês, não permitindo a
fixação de todo o enxofre. Nessas condições, a solda pode
apresentar fissuras a quente.
FASE PRÉ-FUSÍVEL
O silício também aumenta a susceptibilidade à fissuração. Os
teores limites dependem do tipo de aço; alguns aços são afetados
com teores da ordem de 0,75%, outros toleram até 1,5%. Em
soldas de alta resistência, o teor de silício é limitado em 0,35% pela
sua ação prejudicial sobre a tenacidade como, por exemplo, nos
eletrodos da série E 100.
A fissuração a quente assume uma importância fundamental na
soldagem do níquel e suas ligas. A contaminação da solda com
compostos sulfetados - como lubrificantes, produtos de corrosão,
lápis indicador de temperatura - resulta na formação de sulfeto de
níquel que se segrega no contorno dos grãos e nos espaços
interdendríticos. Decorrem desse fato as exigências de limpeza na
soldagem das ligas de níquel.
FASE PRÉ-FUSÍVEL
Estruturas totalmente austeníticas predispõem os aços
inoxidáveis à fissuração quente. É o caso dos aços 25%Cr-20%Ni e
18%Cr-38%Ni. Constata-se também que pequenas quantidades de
ferrita tornam o aço imune à fissuração. O teor adequado de
ferrita depende do grau de restrição da solda e da quantidade e
natureza dos elementos de liga ou impurezas presentes. Para os
aços 18%Cr-10%Ni e 25%Cr- 12%Ni, o teor recomendável situa-se
entre 3% a 8%.
Esse teor é obtido pela seleção do metal de adição, com o
auxílio do diagrama de Schaeffler, como será visto adiante. Admite-
se que a ação benéfica da ferrita esteja relacionada à sua posição
nos contornos de grão e a maior solubilidade quanto aos
elementos causadores da fase pré-fusível: fósforo, enxofre, nióbio,
silício, oxigênio, entre os de pior reputação.
Os aços inoxidáveis austeníticos estabilizados com nióbio são
também sensíveis à fissuração a quente.
ESFORÇOS DE CONTRAÇÃO
A fissuração a quente é, em resumo, a incapacidade do metal de
solda de se deformar sob a ação dos esforços inerentes à
soldagem. Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para
reduzir os esforços atuantes sobre a zona fundida na fase inicial do
resfriamento. A diminuição da energia de soldagem, usando-se
eletrodos de pequeno diâmetro, é um exemplo. A soldagem com o
mínimo de restrição à contração, ou a transferência dos esforços
da zona fundida para dispositivos de montagem, são providências
úteis.
O final da solda - a cratera - é uma região suscetível à fissuração,
devido aos elevados esforços de contração resultantes da
solidificação rápida (Figura 31). A extinção gradativa do arco
elétrico por meio de dispositivo especial (“crater filler”) é a melhor
solução. O esmerilhamento da cratera é outra solução.
Mesmo que as medidas preventivas sejam adotadas, é
aconselhável a inspeção com líquido penetrante de cada camada
das soldas sensíveis à fissuração a quente.
16. TENSÕES RESIDUAIS E DEFORMAÇÕES
EM SOLDAGEM
TENSÕES RESIDUAIS E DEFORMAÇÕES
EM SOLDAGEM
A soldagem, devido ao aquecimento localizado, provoca tensões
residuais e deformações que devem ser levadas em conta no
projeto e fabricação das peças.
ANALOGIA DA BARRA AQUECIDA
Considere um dispositivo constituído de três barras engastadas
a suportes fixos, inicialmente à temperatura ambiente (Figura 32).
Admita, agora, que a barra B seja aquecida independentemente
das outras duas.
• A dilatação térmica restringida provoca tensões de compressão
na barra B e de tração - para que o equilíbrio seja mantido - nas
barras A e C.
• A medida que se aumenta a temperatura (ciclo de
aquecimento) há um aumento da tensão de compressão até
150°C (ponto 1)
• A partir do ponto 1, o aumento da temperatura absorve as
deformações plásticas e as tensões de compressão tende a
diminuir.
• Quando chega no ponto 2, se atinge a temperatura máxima e há
a troca do estado de aquecimento para o resfriamento.
• No resfriamento, há um aumento da tensão de tração até
atingir o valor máximo que corresponde a δe
ANALOGIA DA BARRA AQUECIDA
Esse raciocínio é evidentemente simplificado. Não foi
considerada a variação do módulo de elasticidade e do coeficiente
de dilatação térmica com a temperatura. A fluência do material
(“creep”) foi também desprezada.
(*) Nota: No item 2 – Ligas metálicas, vimos que os elementos químicos adicionados
propositalmente na fabricação dos aços, visando melhorias nas propriedades mecânicas,
são os elementos de liga. Dentre as melhorias, consegue-se aumentar a resistência
mecânica com elevados valores de tenacidade.
CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS-LIGA
Conforme a percentagem total de elementos de liga presentes,
distinguem-se três classes de aços-liga.
AÇOS DE BAIXA E MÉDIA LIGA
Estão apresentados, a seguir, os aços de baixa e média liga mais
utilizados nas construções soldadas.
• Aços-liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio
Os aços-liga molibdênio e cromo-molibdênio são aços contendo
até 1% de Mo e até 9% de Cr como elementos de liga. São todos
materiais magnéticos de estrutura ferrítica. Os aços- liga mais
utilizados são os seguintes:
AÇOS DE BAIXA E MÉDIA LIGA
Do ponto de vista dos casos de emprego, pode-se subdividir
esses materiais em dois grupos: os aços contendo até 2 1/2% de Cr,
e aqueles contendo mais de 2 1/2% de Cr.
• Cromo Equivalente
É definido igualmente como a soma ponderada dos elementos
alfágenos, e expressa sua influência de vários elementos químicos
relativamente ao Cromo. Schaeffler o definiu como:
• Níquel Equivalente
É definido igualmente como a soma do teor de níquel e dos
elementos gamágenos, multiplicados pelo fator que expressa sua
influência relativamente ao níquel. Assim, Schaeffler definiu o teor
de níquel equivalente como:
DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Exclusivo para inspetor N2
Região 1
Abrange a região dos aços inoxidáveis ferríticos ao cromo, com
baixo teor de carbono. Nesta região, o problema é o crescimento
irreversível dos grãos, quando permanecem por muito tempo a
temperaturas maiores que 1150°C.
Região 2
Esta região abrange as estruturas martensíticas e parte das
estruturas mistas martensítica-austenítica e martensítica- ferrítica.
Nesta região, o problema é a fissuração pelo hidrogênio.
Região 3
Esta região engloba todas as composições de ligas que têm
possibilidade de dar, após longo tempo de permanência em
temperaturas na faixa de 500 – 900°C, aparecimento a uma fase
chamada fase sigma, basicamente Fe - Cr, que tem como principal
característica uma grande fragilidade à temperatura ambiente. A
fase sigma, sendo formada basicamente por ferro e cromo, tem
mais facilidade de se formar a partir da ferrita. Entretanto, ligas
austeníticas também podem gerar fase-sigma.
DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Exclusivo para inspetor N2
Região 4
Essa região engloba basicamente as composições austeníticas. O
problema que pode ocorrer nas soldagens de ligas, cuja
composição esteja neste campo, é a fissuração a quente.
Região Central
Ao centro do diagrama, existe uma região que não pertence a
nenhum dos quatro campos. As composições químicas que
pertencem a essa região indicam que a liga está praticamente livre
dos quatro problemas citados. O objetivo, então, é tentar fazer
com que a composição química da zona fundida caia dentro dessa
região, embora esse procedimento não resolva a situação para a
zona afetada termicamente, cuja composição química é a do metal
de base. Os parâmetros a controlar para a consecução desse
objetivo são basicamente a escolha do metal de adição (eletrodo,
fluxo, etc.) e o controle da diluição (participação do metal de base),
possível pela seleção apropriada dos parâmetros do processo de
soldagem utilizado.
DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Exclusivo para inspetor N2
− Metal de Adição
Creq máx. = 25 + 1,5 x 0,90 = 26,35
Creq mín. = 22 + 1,5 x 0,90 = 23,35
Nieq max. = 14 + 30 x 0,15 + 0,5 x 2,5 = 19,75
Nieq mín. = 12 + 30 x 0,15 + 0,5 x 2,5 = 17,75
DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Exclusivo para inspetor N2
Pelo diagrama, vê-se que há uma linha reta que liga os centros
de gravidade dos retângulos correspondentes às composições
químicas do metal de base e do metal de adição.
A composição química da zona fundida não será a do metal de
adição, devido à diluição (participação do metal de base). Mas
estará em algum ponto dessa linha reta, entre o metal de base e o
eletrodo, dependendo do grau de diluição, que, por sua vez,
depende dos parâmetros de soldagem, do processo e do passe de
solda executado. Espera-se a diluição máxima para o passe de raiz,
justamente onde há a maior probabilidade de defeitos.
Com uma diluição de até cerca de 45% vemos no diagrama que
a estrutura da zona fundida será totalmente austenítica. Como a
diluição normal obtida em uma soldagem a arco com eletrodo
revestido é da ordem de 10 a 30%, portanto menor que 45%, não
deve ser considerado o problema de têmpera e fissuração pelo
hidrogênio, embora deva ocorrer têmpera em uma faixa da zona
afetada termicamente. O problema que pode ocorrer é a
fissuração a quente (região 4 do diagrama).
DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
Exclusivo para inspetor N2