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AULA 1 – Capítulo 2: Estrutura

Atômica e Ligação Interatômica


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos
Cristalinos
Semestre 2022/02

Disciplina: Introdução à Ciência dos Materiais


Professora: Bruna Vieira Cabral
Email: bruna.cabral@uftm.edu.br
UFTM - Engenharia Ambiental – ICM
Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Referências Bibliográficas:

CALLISTER JR., W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma


Introdução. 9.ed. LTC. 2008.

SMITH, W. Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais.


3.ed. McGraw-Hill, Lisboa. 1998.

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Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica

Estrutura dos Sólidos

Por quê estudar ?

Além dos tipos de ligações químicas, muitas das propriedades


dos materiais estão diretamente relacionadas com suas
estruturas cristalinas ou não-cristalinas !

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura dos Sólidos

• Material cristalino: material em que seus átomos estão


posicionados em um arranjo repetitivo ou periódico ao longo de
grandes distâncias atômicas;

• Estrutura cristalina: forma pela qual os átomos,


íons ou moléculas do material estão espacialmente arranjados.

• Rede cristalina: um arranjo tridimensional de pontos que


coincidem com as posições dos átomos, íons ou moléculas
centrais do material.
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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura dos Sólidos

Célula unitária: é a menor estrutura repetitiva da rede ou


estrutura cristalina. Define a estrutura em termos de sua
geometria.

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura dos Sólidos

Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou íons,


os sólidos podem ser classificados em:

• Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons


arranjados de uma forma periódica em três dimensões. As
posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete para
grandes distâncias atômicas (de longo alcance).

• Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que não


apresentam uma ordenação de longo alcance. Podem
apresentar ordenação de curto alcance.
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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Quais as características principais de uma rede


cristalina?
• Geometria da rede

• Número de átomos na célula cristalina

• Relação entre o parâmetro de rede e o raio do átomo

• Número de coordenação atômico

• Fator de Empacotamento Atômico (FEA)

• Densidade teórica 11
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Célula Unitária

O conceito de célula unitária é usado para representar a simetria de


uma determinada estrutura cristalina.

Qualquer ponto da célula unitária que for transladado de um múltiplo


inteiro de parâmetros de rede ocupará uma posição equivalente em
outra célula unitária. 13
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Parâmetros de Rede

Geometricamente uma célula unitária pode ser representada


por um paralelepípedo.
A geometria da célula unitária é descrita em termos de seis
parâmetros: o comprimento das três arestas do paralelepípedo
(a, b e c) e os três ângulos entre as arestas (α, β, γ). Esses
parâmetros são chamados parâmetros de rede.

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Sete Sistemas Cristalinos

Cúbico a=b=c α=β=γ=90o


Hexagonal a=b#c α=β=90o γ=120o
Tetragonal a=b#c α=β=γ=90o
Trigonal a=b=c α=β=γ#90o
Ortorrômbico a#b#c α=β=γ=90o
Monoclínico a#b#c α=γ=90o#β
Triclínico a#b#c α#β#γ#90o

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Sete Sistemas Cristalinos

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Como os átomos se arranjam no espaço tridimensional?

Principais estruturas cristalinas:

- Cúbica simples;

- Cúbica de face centrada;


- Cúbica de corpo centrado;
- Hexagonal compacta.

Aula 1 – Vídeo 1 15
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina de alguns Metais

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica Simples

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica Simples

• Apesar de pertencer as estruturas


cúbicas, não permite alto grau de
empacotamento;

• Existe apenas um átomo em cada


vértice do cubo.

• O parâmetro de rede a corresponde ao


tamanho da aresta do cubo, ou seja:

a  2R 16
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada (CFC)

Possui célula unitária com geometria cúbica, com os átomos


localizados em cada um dos vértices e nos centros de todas as
faces do cubo;

O número de coordenação corresponde ao número de


átomos vizinhos mais próximos.

Número de coordenação é 12.

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada (CFC)

a  2 2R

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC)

Consiste em um cubo unitário com átomos em seus vértices


e um átomo em seu centro. A estrutura ccc é ligeiramente
menos compacta que as estruturas cfc e hc.

Existem metais, como o ferro, que mudam de estrutura


cristalina com o aumento da temperatura: o ferro é ccc desde
a temperatura ambiente até, aproximadamente, 910°C,
quando então passa a ser cfc.

Se continuarmos a aquecer, o ferro novamente muda de


estrutura cristalina voltando a ser ccc a partir de,
aproximadamente, 1396°C e mantém esta estrutura até sua
fusão (~ 1536°C).
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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC)

4 3R
a
3

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Hexagonal Compacta (HC)

Ela contém um átomo em cada vértice dos hexágonos das


bases (superior e inferior) e três átomos em seu centro.

A célula unitária de uma estrutura hc pode ser visualizada como


um hexágono regular cujos planos superior e inferior contém 7
átomos. Entre estes planos está um meio-hexágono de 3 átomos.

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Estrutura Hexagonal Compacta (HC)

a  2R
8
c  .2R
3
c
 1,633
a
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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Número de Coordenação: Número de átomos que tocam


um átomo em particular. Ele indica quão próximos os atómos
estão dentro de uma célula unitária.

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Fator de empacotamente atômico: Fração de espaço da


célula unitária ocupada por átomos.

FEA = Volume de átomos por célula unitária / Volume total da


célula unitária

FEA= Vatómo / Vcélula unitára

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

FEA para estrutura Cúbica Simples

Volume 1 átomo = (4/3).π.R3


Volume célula unitária = a3

(4/3)πR³
FEA =

N = N i+ N f + N v como a=2R

N = 0+ 0+ 8 FEA=0,52
8
N =1 29
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

FEA para estrutura Cúbica de Face Centrada


16
πR³
FEA= 3
 2 2R ³
 
 
16
N = N i + Nf + Nv πR³
N=0 + 6 + 8 FEA= 3
2 8 16 2R³
N =4
FEA= 0,74 31
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

FEA para estrutura Cúbica de Corpo Centrado

Esta estrutura contém um átomo em cada vértice do cubo e


um átomo em seu centro.

N = Ni + N f + Nv
8
N =1+0+
8
N =2

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

FEA para estrutura Cúbica de Corpo Centrado

Pode-se correlacionar o parâmetro da célula unitária a, com


o raio atômico R.
Uma vez que os átomos que estão em contato pontual são
aqueles ao longo das diagonais do cubo, tem-se para a estrutura
de corpo centrado:
 4 πR³
Diagonal do cubo= 3a 2. 
FEA=  3 
4R = 3a  4R 3 
 ³
4R 4 3R  3 
a= =
3 3 FEA= 0,68 33
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Polimorfismo ou alotropia
Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura
cristalina em função das condições de temperatura e pressão.

Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo.

Geralmente as transformações polimórficas são


acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de
outras propriedades físicas.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Exemplos de Materiais que exibem Polimorfismo

• Ferro
• Titânio
• Carbono (grafite e diamante)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Alotropia do titânio
FASE α

• Existe até 883ºC;


• Apresenta estrutura hexagonal
compacta;
• É macia.

FASE β

• Existe a partir de 883ºC;


• Apresenta estrutura cúbica
de corpo centrado;
• É dura.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Alotropia do ferro
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Pontos, Direções e Planos em Cristais


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Pontos em Cristais
A posição de qualquer ponto localizado no interior de uma
célula unitária pode ser especificada em termos de sua
coordenada, calculada como múltiplos fracionários dos
comprimentos das arestas das células unitárias, ou seja, dos
parâmetros de rede.

As coordenadas dos pontos têm como origem, a origem do


sistema cartesiano.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais
1) Um vetor com comprimento conveniente é posicionado de
tal modo que passe através da origem;

2) O comprimento da projeção de vetor é medido em termos


das dimensões da célula unitária a, b e c;

3) Estes 3 números são multiplicados ou divididos por


um fator comum, para serem reduzidas ao menor conjunto de
números inteiros possíveis;

4) Os 3 índices, não separados por vírgulas, são colocados


entre colchetes [u v w];

5) Os índices negativos são representados por uma barra


sobre os mesmos;
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais

Índice negativo, coloca-se uma barra


sobre o número
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Família de direções

Para algumas estruturas cristalinas, várias direções


paralelas apresentam o mesmo índice, são, na realidade,
equivalentes; isto significa que o espaçamento entre os átomos
ao longo de cada direção é o mesmo.
Em cristais, uma família de direções está associada a um
conjunto de direções com características equivalentes. A notação
empregada para representar uma família de direções é < u v w >,
que contém as direções:

[uvw],[uvw],[uvw],[uvw]
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais
A simetria desta estrutura permite que as direções
equivalentes sejam agrupadas para formar uma família de
direções:

<100> para as faces


<110> para as diagonais das faces
<111> para a diagonal do cubo
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais
No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal
do cubo, que corresponde a família de direções <111>.
Então, a família de direções <111> é a de maior empacotamento
atômico para o sistema ccc.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Direções em cristais

No sistema CFC os átomos se tocam ao longo da diagonal


da face, que corresponde a família de direções <110>
Então, a família de direções <110> é a de maior empacotamento
atômico para o sistema CFC.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos cristalinos

- São representados de maneira similar às direções;

- São representados pelos índices de Miller = (h k l);

- Planos paralelos são equivalentes, apresentando os mesmos


índices de Miller.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos cristalinos
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Regras para representação dos índices de Miller = (h k l)

O plano representado intercepta cada um dos três eixos ou


será paralelo a algum deles. O comprimento da interseção do
plano com cada eixo é determinado em termos dos parâmetros
de rede cristalina a,b e c.

Interseções:

Eixo x = Eixo y =  Eixo z = 1


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Regras para representação dos índices de Miller = (h k l)

Os valores inversos desses números são calculados.

Interseções: Inversos:

Eixo x =

Eixo y = 

Eixo z = 1
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Regras para representação dos índices de Miller = (h k l)


Finalmente, os índices inteiros, não separados por vírgulas, são
colocados entre parênteses, obtendo-se (h k l).

Interseções: Inversos:

Eixo x =

Eixo y = 

Eixo z = 1

(0 0 1) – Índices de Miller
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos cristalinos

Planos (0 1 0)

•São paralelos aos eixos x e z


(paralelo à face).

•Cortam o eixo y em 1 e os
eixos x e z em .

•1/ , 1/1, 1/  = (0 1 0)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos cristalinos
Planos (110)

• São paralelos a um eixo (z)

• Cortam dois eixos (x e y)

• 1/ 1, 1/1, 1/  = (1 1 0)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos Cristalinos

Planos (111)

•Cortam os 3 eixos
cristalográficos

• 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (1 1 1)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Família de planos {110}: É paralelo à um eixo


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos de maior densidade atômica no sistema CCC

• A família de planos {110} no


sistema ccc é o de maior
densidade atômica
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Planos de maior densidade atômica no sistema CFC

A família de planos {111} no


sistema cfc é o de maior densidade
atômica
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Cálculo da Densidade Teórica de um sólido cristalino

nA
m NA nA
ρ= = =
v V C VC N A
n : número de átomos associados a cada célula unitária
A: massa atômica (g/mol)
Vc: volume da célula unitária (cm³ ou m³)
NA: número de Avogadro (6,023 × 1023 átomos/mol)

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Densidade Atômica Linear (DL)

Número de átomos
DL=
Llinha

Numero de átomosA =1
4 3R
LL =aresta=
3
LL – comprimento linear dentro da célula unitária = a
39
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Densidade Atômica Linear (DL)

1
DL=
(4R 3)/3

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Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Densidade Atômica Planar (DP)

número de átomos = n
DP =
áreaplano = Ap
Ap =( AC )( AD )= (4R ) 2( 2R) =8R² 2
número de átomos = 2
n 2
DP= =
Ap 8R² 2

41
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

O fenômeno da Difração
-O conhecimento das estruturas cristalinas foi obtido em grande
parte por técnicas de difração de raios-X;

-Raio-X: radiação eletromagnética de alta energia e de baixo


comprimento de onda: 0,5 a 2,5 Å (6000 Å é comprimento de
onda da luz visível);

-Quando um alvo (sólido) é atingido por um feixe de Raios X,


uma fração deste feixe será dispersa em todas as direções pelos
elétrons que estão associados a cada átomo ou íon que se
encontra na trajetória do feixe.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

1’

- Considere dois planos paralelos A-A’ e B-B’ apresentados na


figura, os quais possuem os mesmos índices de Miller h l k, e que
estão separados por um espaçamento (distância) interplanar dhkl.
- Suponha que um feixe de raios X paralelo monocromático e
coerente, com comprimento de onda λ, esteja incidindo sobre
estes dois planos segundo um ângulo θ. Dois raios (feixe
difratado) são dispersos pelo átomos.
- Se a diferença entre os comprimentos das trajetórias (SQ +
QT) for igual a um número inteiro n de comprimentos de onda,
uma interferência construtiva dos raios dispersos difratados
também irá ocorrer segundo um ângulo θ em relação aos planos.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

O fenômeno da Difração
A condição para a difração é:

nλ = SQ + QT

nλ = dhlksenθ + dhlksenθ

nλ = 2dhlksenθ

Conhecida como a Lei de Bragg, relaciona o comprimento de


onda dos Raios X e o espaçamento interatômico com ângulo de
incidência.
A magnitude da distância entre dois planos de átomos
adjacentes e paralelos, o espaçamento interplanar, é uma
função dos índices de Miller (h l k), assim como dos parâmetros
da rede cristalina.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Difração de Raios X – Lei de Bragg


Por exemplo as estruturas cristalinas cúbicas:

a
d hkl 
(h2  k2  l2 )

λ: comprimento de onda (m)


A: parâmetro da rede cristalina (m)
n: é um número inteiro de ondas (ordem de reflexão)
dhkl : distância interplanar (m)
θ: ângulo de incidência
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

O fenômeno da Difração
- As técnicas de difração de raios-X exploram a difusão da
radiação pelos cristais;

- A difração pode ser implementada por várias técnicas e dela


resultam diagramas de difração; destes podemos retirar
informações como:

- medida da distância média entre planos atômicos;

- determinação da orientação de um grão;

- identificação da estrutura cristalina de um material;

- avaliação das tensões internas de uma região cristalina;


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Difratômetro de Raio X
- Uma amostra S no formato de uma
chapa plana é posicionada de forma que
são possíveis rotações ao redor do eixo
identificado por O;

- O feixe monocromático de raios X é


gerado no ponto T e as intensidades
dos feixes difratados são detectadas
através de um contador, identificado
pela letra C. A amostra, fonte de raios X
e o contador estão sobre o mesmo
T= fonte de raio X
plano. S= amostra
C= detector
O= eixo no qual a amostra e o
detector giram
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Difratômetro de Raio X
O contador é montado sobre uma plataforma móvel que
também pode ser girada ao redor do eixo O; a sua posição
angular 2θ é marcada sobre uma escala graduada. Uma rotação
da amostra de um ângulo θ é acompanhada de uma rotação de
2θ do contador.

A medida que o contador se move a uma velocidade


angular constante um registrador plota automaticamente a
intensidade do feixe difratado em função de 2θ, o chamado
ângulo de difração.

As respostas são os difratogramas ou padrão de difração.


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Difratograma ou Padrão de Difração


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Difratograma ou Padrão de Difração


Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

1) Exercício 3.34 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.

No interior de uma célula unitária cúbica, esboce as seguintes


direções:
a) [1 0 1]

b) [2 1 1]
c) [1 0 2]
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos
2) Exercício 3.46 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -
Uma Introdução - 9ª Ed.

Desenhe os seguintes planos cristalográficos de células unitárias


cúbicas:

a) (1 0 1)

b)(2 1 1)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

3) Exercício 3.17 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.
A célula unitária para o Urânio (U) possui uma simetria
ortorrômbica, com os parâmetros da rede a, b, c iguais,
respectivamente, a 0,286, 0,587 e 0,495 nm. Se sua massa
específica, seu peso atômico e seu raio atômico são de 19,05
g/cm³, 238,03 g/mol e 0,1385 nm, respectivamente, calcule o
valor de empacotamento atômico.

nA
ρ=
VC N A
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

4) Exercício 3.15 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.
O nióbio possui um raio atômico de 0,1430 nm e uma massa
específica de 8,57 g/cm³. A massa atômica é igual a 92,91 g/mol.
Determine se ele possui uma estrutura cristalina CFC ou CCC.
n = número de átomos associados a cada
célula unitária
nA A = massa atômica
ρ= Vc = Volume da célula unitária
VC N A
Na = número de
Avogadro (6,02.1023 átomos/mol)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

5) Exercício 3.8 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.
O estrôncio possui uma estrutura cristalina CFC, um raio
atômico de 0,215 nm e um peso atômico de 87,62 g/mol. Calcule
a massa específica teórica para o estrôncio.
n = número de átomos associados a cada
célula unitária
nA A = massa atômica
ρ= Vc = Volume da célula unitária
VC N A
Na = número de Avogadro (6,02.1023
átomos/mol)
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

6) Exercício 3.22 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.

O ferro (55,85 g/mol) passa por uma transformação


alotrópica a 912°C: com o aquecimento, passa de uma estrutura
CCC (fase α) a uma estrutura CFC (fase γ). Essa transformação
vem acompanhada de uma mudança no raio atômico do Fe, de
Rccc=0,12584 nm para Rcfc=0,12894 nm, e, ainda, de uma
alteração na massa específica (e no volume). Calcule a variação
percentual no volume a qual está associada a essa reação. O
volume aumenta ou diminui?
nA
ρ=
VC N A
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos
7) Adaptação do Exercício 3.59 – Livro Ciência e Engenharia
de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed
Calcule a densidade planar, no plano (1 1 0) do ferro-α cuja rede
é CCC. O parâmetro de rede a é igual a 0,287 nm.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

8) Adaptação do Exercício 3.59 – Livro Ciência e Engenharia


de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed
Calcule a densidade planar no plano (1 1 1) de um elemento
qualquer cuja rede é CFC, em termos de raio atômico (R).
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

9) Exercício 3.69 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed

O metal Ródio possui uma estrutura cristalina CFC. Se o ângulo


de difração para o conjunto de plano (3 1 1) ocorre em 36,12° (reflexão
de primeira ordem) quando é usada uma radiação X monocromática
com comprimento de onda de 0,0711 nm, calcule o seguinte:

a) Espaçamento interplanar para esse conjunto de planos


b) O raio atômico para um átomo de ródio

d hkl  a
n= 2 dhkl.sen
(h2  k 2  l2 )
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos
10) Adaptação do Exercício 3.75 – Livro Ciência e
Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed

A seguinte tabela lista ângulos de difração para os três primeiros picos


(primeira ordem) do difratograma de raios X de um dado metal.
Radiação X monocromática com comprimento de onda de 0,1397 nm
foi usada.

a) Determine se a estrutura cristalina desse metal é CFC, CCC ou


diferente, e explique a razão da sua escolha. CCC: (1 1 0); (2 0 0);
(2 1 1); CFC: (1 1 1); (2 0 0); (2 2 0)
b) Se a estrutura for CCC ou CFC identifique o metal
Número do pico Ângulo de difração
1 34,51°
2 40,06°
3 57,95°
10) Adaptação do Exercício 3.75 – Livro Ciência e Engenharia
de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed

d hkl  a n= 2 dhkl.sen


(h2  k 2  l2 )
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

11) Exercício 3.70 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed
O metal nióbio (Nb) possui uma estrutura cristalina CCC. Se o
ângulo de difração para o conjunto de planos (2 1 1) ocorre em
75,99° (reflexão de primeira ordem) quando é usada uma
radiação X monocromática com comprimento de onda de 0.1659
nm, calcule o seguinte:

a) O espaçamento interplanar para esse conjunto de planos


b) O raio atômico para o átomo de Nb
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

12) Adaptação do Exercício 3.76 – Livro Ciência e


Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed

A seguinte tabela lista ângulos de difração para os três primeiros picos


(primeira ordem) do difratograma de raios X de um dado metal.
Radiação X monocromática com comprimento de onda de 0,0711 nm
foi usada.

a) Determine se a estrutura cristalina desse metal é CFC, CCC ou


diferente, e explique a razão da sua escolha. CCC: (1 1 0); (2 0 0);
(2 1 1); CFC: (1 1 1); (2 0 0); (2 2 0)
b) Se a estrutura for CCC ou CFC identifique o metal
Número do pico Ângulo de difração
1 18,27°
2 25,96°
3 31,92°
12) Adaptação do Exercício 3.76 – Livro Ciência e Engenharia
de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed

d hkl  a n= 2 dhkl.sen


(h2  k 2  l2 )
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

13) Exercício 3.13 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.
O magnésio possui uma estrutura cristalina HC e uma
massa específica de 1,74 g/cm³.

n = número de átomos associados a cada


célula unitária
nA A = massa atômica (24,3 g/mol)
ρ= Vc = Volume da célula unitária
VC N A
Na = número de Avogadro (6,02.1023
átomos/mol)

a) Qual é o volume da sua célula unitária em metros cúbicos?


b) Se a razão c/a é de 1,624, calcule os valores de c e de a.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

13) Exercício 3.13 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

13) Exercício 3.13 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed.

a  2R
8
c  .2R
3
c
 1,633
a
23
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

14) Adaptação do exercício 3.19 – Livro Ciência e Engenharia


de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed

O belírio (Be) possui uma célula unitária HC para a qual a razão


entre os parâmetros da rede c/a é de 1,568. Se o raio do átomo
de Be vale 0,1143 nm, determine:

a) O volume da célula unitária;


b) A massa específica teórica do Be.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

15) Exercício 3.9 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed

Calcule o raio de um átomo de Paládio (Pd), dado que o Pd


possui uma estrutura cristalina CFC, uma massa específica de
12 g/cm³ e um peso atômico de 106,4 g/mol.
Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos

16) Exercício 3.68 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais -


Uma Introdução - 9ª Ed
Determine o ângulo de difração esperado para a reflexão de
primeira ordem do conjunto de planos (1 1 1) do níquel (Ni), com
estrutura CFC, quando é empregada uma radiação
monocromática com comprimento de onda de 0,1937 nm.

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