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Alguns conceitos:
Material cristalino: aquele no qual os átomos estão situados em um arranjo que se repete ao
longo de grandes distancias atômicas. Existe uma ordem a longo alcance. Átomos posicionados
em um padrão tridimensional.
Materiais amorfos ou não cristalinos são aqueles que não seguem esse padrão.
Célula unitária: pequenas entidades da estrutura cristalina que se repete. Unidade estrutural
básica.
Geralmente paralelepípedos ou prismas com 3 conjuntos de faces paralelas.
Uma célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina, onde, todas
as posições dos átomos no cristal podem ser geradas mediante a translações ao longo de cada
aresta.
“Modelo de esferas rígidas” utilizado para descrever as células unitárias da estrutura cristalina.
Estrutura cristalina dos metais:
Por se tratar de materiais formados pela ligação metálica, de natureza não direcional, não há
restrição em relação ao número e a posição de átomos vizinhos. O que leva a números
relativamente grandes de átomos vizinhos e empacotamentos densos.
Número de coordenação (NC): número de átomos que cada átomo da célula está em contato
(sempre é o mesmo para todos os átomos)
Fator de empacotamento atômico (FEA): fração do volume de uma célula unitária que
corresponde as esferas sólidas (átomos). Volume da célula preenchido por átomos.
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
𝐹𝐸𝐴 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎
𝑛𝐴
Densidade da célula unitária: 𝜌 = 𝑉 𝑁
𝑐 𝐴
n: Número de átomos de cada célula
A: Peso atômico
VC: Volume da célula unitária
NA: Número de Avogadro (6,023 x 1023)
Estrutura Cristalina de Face Centrada (CFC)
Polimorfismo e Alotropia
Sistemas Cristalinos
1- Vetor com comprimento conveniente é posicionado de maneira que passe através da origem
do sistema de coordenadas. Qualquer vetor pode ser movido dentro do sistema cristalino
desde que o seu paralelismo seja mantido.
2- Comprimento da projeção do vetor sobre cada um dos eixos é determinado. São medidos
em termos de a, b e c.
3- Estes números são multiplicados ou divididos por um fator comum a fim de reduzi-los aos
menores valores inteiros.
4- Os três índices u,v e w que correspondem as projeções de x, y e z, respectivamente, são
colocados entre colchetes [ ].
5- Barra acima do índice representa que ele é negativo.
Miller-Bravais: quatro coordenadas (a1, a2, a3, z), onde z é perpendicular aos a’s que estão na
base a 120º de distancia um do outro.
Planos Cristalográficos
1- Os três índices (chamados índices de Miller) h, k e l que correspondem as projeções de x, y
e z, respectivamente, são colocados entre parênteses ( ).
2- O comprimento da intercessão planar é determinado pelos parâmetros de rede.
3- Planos paralelos ao eixo são considerados com intercessão no infinito por isso o índice é
zero.
4- Estes números são multiplicados ou divididos por um fator comum a fim de reduzi-los aos
menores valores inteiros.
Arranjos atômicos
Materiais policristalinos: material composto por uma coleção de muitos cristais pequenos (ou
grãos).
Inicialmente muitos cristais com orientações diferentes surgem, em seguida, os cristais vão
crescendo por meio da adição de novos átomos vindos do líquido circunvizinho até que as
extremidades dos grãos adjacentes e de orientação diferente se chocam e limitam o
crescimento.
Materiais (ou substâncias) isotrópicos: são aqueles em que as propriedades são independentes
da direção.
Para materiais policristalinos apesar de o grão individual ser anisotrópico a amostra composta
pelo agregado de grãos se comporta de maneira isotrópica.
2) Imperfeições Cristalinas
Defeito Cristalino: irregularidade na rede cristalina com uma ou mais da suas dimensões na
ordem de um diâmetro atômico.
Todos os sólidos contem lacunas. Não é possível criar um material isento desse defeito, pois, a
presença de lacunas aumenta a entropia do cristal.
N: numero de laculas
Q: energia necessário para formação de uma lacuna
T: temperatura absoluta em K
K: constante de boltzman
Auto intersticial: é um átomo do cristal que se encontra comprimido no interior do interstício, que
é um pequeno espaço vazio que não é ocupado.
Introduz distorções grandes na rede cristalina circunvizinha, pois o átomo é substancialmente
maior que o interstício que se encontra.
Não é comum, aparece bem menos que lacunas.
Impurezas
Um metal puro que possui apenas um tipo de átomo é impossível. Sempre haverá alguns
átomos estranhos mesmo que em porcentagem muito pequenas.
As impurezas resultarão em uma formação de solução sólida ou uma segunda fase a depender
do tipo, da concentração e da temperatura do material.
Intersticial: átomos de impurezas preenchem os espaços vazios que existem entre os átomos
do material hospedeiro.
Materiais com alto FEA tem os interstícios pequenos e o diâmetro da impureza deve ser bem
menor que os átomos do material hospedeiro.
Mesmo as impurezas muito pequenas são maiores que os sítios e como consequência
introduzem alguma deformação na rede cristalina
Ex.: Carbono e Ferro (aço)
Em porcentagem peso
Porcentagem atômica
Discordância de aresta: defeito linear centralizado em torno da linha que fica definida ao longo
da extremidade do semi plano de átomos adicionais cuja aresta termina no interior do cristal.
Em torno da linha de discordância existe uma distorção localizada da rede cristalina. Os átomos
acima da linha de discordância são pressionados uns contra os outros e os abaixo são afastados
um dos outros. Essa distorção diminui a medida que se afasta da linha de discordância.
Burger: perpendicular
Discordância espiral: é formada por uma tensão cisalhante que é aplicada para produzir a
distorção.
Burger: paralelo
Discordância mista: discordância que apresenta características dos dois tipos. (maioria)
Defeitos interfaciais
Definição: defeitos interfaciais são contornos bidimensionais que separam regiões do material
que apresentam estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas distintas.
Superfícies externas: superfície ao longo da qual termina a estrutura do cristal. Região de maior
energia pois os átomos da superfície não estão ligados ao numero máximo de vizinhos mais
próximos.
Contorno de grão: região que separa dois grãos ou cristais com orientações diferentes em
materiais policristalinos. São característicos pela região de desencontros atômicos na transição
da orientação e possui uma largura equivalente ao diâmetro de alguns poucos átomos.
Contorno de grão é uma região energética devido a ligação irregular de alguns átomos nessa
região. Portanto, são mais reativos e tentem a ter mais átomos de impurezas agregados.
Grãos MENORES, MAIOR número de contornos, MAIOR energia superficial total.
Contorno de macla: contorno de grão que possui uma simetria específica entre os grãos que o
dividem. Isto é, átomos de um lado estão localizados como em uma imagem no espelho em
relação aos átomos do outro lado.
São produzidas por forças de cisalhamento (CCC e HC apresentam mais) e por tratamentos de
recozimento (CFC apresenta mais) após deformações.
Contornos de fase: região que separa duas fases distintas (mudanças bruscas de
características).
3) Caracterização Mecânica dos Materiais e Propriedades Mecânicas
Ensaio de tração: uma amostra é deformada até sua fratura mediante a aplicação uniaxial
de uma carga de tração gradativamente crescente. O equipamento de tração aplica uma
taxa constante de deformação enquanto regista os valores de carga e alongamento
(extensômetro) resultantes.
σ = F / Ao
ε = (l - lo) / lo
1. Limite de proporcionalidade: inicio do afastamento do regime elástico (fim da linearidade), é até
onde vai a lei de hooke. Nem sempre é possível identificar com clareza, por isso a convecção
do LE.
Existem materiais que a porção elástica não é linear, utiliza-se modulo tangencial para calcular o
modulo de elasticidade.
Nesse regime à medida que a deformação aumenta, a força necessária para que ela ocorra também
aumenta: encruamento.
LRT: Limite de resistência a tração – Valor máximo de tensão atingido pelo ensaio ou valor máximo
de tração que um material pode sustentar.
Deformação até M corresponde ao alongamento uniforme, deformação máxima atingida com esse
alongamento.
4. Em F ocorre a fratura.
Diferente do que ocorre na curva de engenharia após o ponto M, onde a tensão necessária para
continuar o carregamento diminui, na curva verdadeira essa tensão aumenta. Contudo, devido
a diminuição da seção transversal diminui rapidamente na região do empescoçamento, o que
torna o corpo de prova incapaz de sustentar a carga.
A tensão na curva de engenharia é dada tomando com base a área transversal original sem
levar em consideração a redução de área na região do pescoço. Logo a tensão verdadeira é a
carga F dividida pela área da seção instantânea.
Compressão e cisalhamento
Modulo de cisalhamento (G), tensão de cisalhamento (τ) e deformação (γ)
O gráfico tensão-deformação obtido pelo ensaio de tração indica a tensão máxima suportada
pelo material, entretanto, esse valor de tensão (carga) suportado pode ser inferior ao
apresentado na curva desse ensaio, isso porque o material muitas vezes pode apresentar
trincas e entalhes que levam a sua fragilização.
Nos materiais dúcteis as trincas propagam somente com carregamentos crescentes, já nos
materiais frágeis se propagam sobre cargas constantes.
O ensaio de impacto mede a energia necessária para romper um corpo de prova com um
entalhe padronizado.
O ensaio de impacto é realizado da seguinte forma: O pêndulo é levado a certa posição, onde
adquire uma energia potencial inicial. Ao cair, ele encontra no seu percurso o corpo de prova,
que se rompe. A sua trajetória continua até certa altura, que corresponde à posição final, onde
o pêndulo apresenta uma energia final. A diferença entre as energias inicial e final corresponde
à energia absorvida pelo material. A unidade de energia adotada é o joule.
Em baixas temperaturas a fratura ocorre por clivagem (fratura frágil), enquanto que para as
temperaturas elevadas observa-se uma ruptura dúctil.
Na faixa da TTDF, uma pequena diminuição na temperatura ocasiona uma queda significativa
na energia absorvida.
A única diferença entre o ensaio Charpy e o Izod é que no Charpy o golpe é desferido na face
oposta ao entalhe e no Izod é desferido no mesmo lado.
Ensaio de Fadiga
O limite de resistência determinado pelo ensaio de tração é função da carga máxima
ESTATICA atingida durante o teste, após a qual ocorre ruptura do material. Entretanto, quando
são aplicados esforços DINÂMICOS o mesmo pode se romper com uma carga bem inferior à
carga máxima atingida na tração, isso se denomina a fratura por fadiga.
A fadiga é uma redução gradual da capacidade de carga do componente, pela ruptura lenta
do material.
Um material se rompe por fadiga quando a tensão cíclica aplicada nele é superior ao limite de
fadiga (determinado mediante a ensaio).
O limite de fadiga é definido como o valor limite da tensão, abaixo da qual o material pode
suportar um número infinito de ciclos de tensões.
A fratura consiste em 3 etapas: iniciação das trincas, propagação gradual das trincas a cada
ciclo e fratura (acontece de forma rápida).
Ensaio de fluência
Fluência é a deformação plástica que um material experimenta sob tensão ou carga
constante ao longo do tempo. (limitador da vida útil do material).
O ensaio consiste em submeter o corpo de prova a uma carga ou tensão constante enquanto
mantém a temperatura constante.
Propriedades Mecânicas
Dureza Rockwell (HR): um penetrador cilíndrico com uma esfera endurecida na ponta
penetra o material. A diferença de penetração para uma carga menor (dureza superficial)
para uma maior (não superficial) determina o número de índice de dureza.
Dureza Brinell (HB): penetrador esférico e duro é forçado contra a superfície. O índice bn
é dado por uma relação magnitude da carga e diâmetro da impressão. Insere o diâmetro
em um gráfico.
Limite de resistência a tração: É a máxima tensão que pode ser sustentada por uma estrutura
que se encontra sob tração
Tanto limite de resistência a tração quando dureza são indicativos de resistência do material a
deformação plástica (ou seja, indicativo de fragilidade). Quanto MAIOR limite de resistência a
tração, MAIOR dureza e MAIOR resistência a deformação plástica.
Logo, quando aumenta a temperatura o material fica mais dúctil (deforma melhor plasticamente,
o limite de resistência a tração e a dureza diminui.
4) Técnicas de Conformação Mecânica dos Materiais
Alguns Conceitos
Na conformação mecânica do material a deformação deve ser induzida por uma força externa
e deve exceder o limite de escoamento do material
Todos os metais são pelo menos moderadamente dúcteis e capazes de sofrer pelo menos
alguma deformação plástica.
Laminação
Passagem de uma peça metálica entre dos rolos onde a tensão de compressão exercida resulta
em uma deformação plástica que acarreta diminuição da espessura e consequente aumento no
cumprimento.
Produz chapas, tiras e folhas. Formas circulares como vigas e trilhos de trem são produzidas
por rolos com ranhuras.
Extrusão
Uma barra média é forçada através de um orifício em uma matriz, mediante a uma força
compressiva aplica a um embolo, deixando a peça no formado desejado (da matriz) e com
espessura reduzida.
Produz tubos sem costura, barras e tubos que possuem geometria mais complexa.
Forjamento
Consiste em puxar uma peça metálica através de uma matriz com orifício cônico (fieira)
mediante a aplicação de uma força de tração no lado de saída do material. Ocorre como
consequência a diminuição da sessão reta e aumento do comprimento.
Fieira possui quatro zonas: entrada (ângulo maior que vai reduzindo para facilitar a entrada),
redução (onde ocorre a deformação plástica), acabamento e saída (cônica para facilitar a
saída).
Estampagem
Processo realizado em materiais com boa estampabilidade: chapas metálicas de ligas de aço
de baixo carbono, ligas de alumínio-manganês, ligas de alumínio-magnésio e latão.
Alguns conceitos
Solução solida: mistura em estado sólido de dois ou mais componentes que constituem uma
fase. (um solvente -maior quantidade- e um soluto -menor quantidade)
Fase: porção homogênea do sistema que possui características físicas e químicas uniformes.
Equilíbrio: o sistema está em equilíbrio se a sua energia livre (energia interna do sistema e energia
da aleatoriedade dos átomos – entropia) encontra-se em um valor mínimo para alguma combinação
de temperatura, pressão e composição específica. Uma alteração de temperatura, composição ou
pressão desse sistema resulta no aumento de energia livre e consequentemente mudança para
outro estado no qual essa energia será novamente reduzida.
Estado metaestável ou não-equilíbrio: estado em que o sistema não chega ao equilíbrio devido
a lenta taxa de transformação.
Fases presentes
Linha de amarração: determinam as curvas de fronteira entre fases e fornecem % dos elementos
em cada fase.
Nesse processo leva-se em consideração que a parte sólida da etapa anterior a que se analisa
não se transformou totalmente na nova fase, uma vez que, no resfriamento fora do equilibrio
as taxas de difusão na fase sólida são muito rápidas (na fase líquida é suficiente), logo, nova
fase que se forma vai crescendo radialmente em torno da fase anterior. A composição,
portanto, da fase total formada é uma média ponderada da composição das fases formadas ate
então. Isso da origem a linha tracejada que é a deslocação da linha solidus, por consequência
do resfriamento fora do equilíbrio. Essa deslocação irá depender da taxa de resfriamento:
quanto MENOR a taxa, MENOR o deslocamento.
Consequência desse resfriamento fora do equilíbrio:
Segregação devido a distribuição não uniforme dos elementos dentro dos grãos (gradientes
de concentração dentro do grão) sendo o centro que é a primeira parte a se solidificar mais
rico do elemento de maior ponto de fusão e as partes externas que é a ultima a se solidificar
mais rica do elemento de menor ponto de fusão, formando uma estrutura chamada de zonada.
A estrutura zonada apresenta propriedades inferiores, pois, as quando ocorre o reaquecimento
da liga, as áreas dos contornos dos grãos irão se fundir primeiro devido ao menor ponto de
fusão e com isso perder integridade mecânica graças a película fina que se forma entre os grãos.
Essa estrutura pode ser eliminada pelo tratamento térmico de homogeneização a uma
temperatura abaixo do ponto sólidos para uma determinada composição, esse processo promove
a difusão atômica e regula a concentração ao longo do material.
6) Transformações de fase
Transformações (3 tipos)
Etapas da transformação
Nucleação: núcleos pequenos de uma nova fase que são capazes de crescer. Imperfeiçoes são
sítios favoráveis para o surgimento desses núcleos.
Crescimento: os núcleos aumentam de tamanho até que a proporção de cada fase em
condições de equilíbrio seja atingida.
Super-resfriamento ou sobreaquecimento
Taxa de transformação
Alguns conceitos
O carbono é intersticial tanto na ferrita alfa e delta quanto na austenita. Já na cementita ele se
apresenta na forma de Carbeto de Ferro Fe3C (composto iônico), porém, como a cementita é
um composto metaestável, o carbono pode também aparecer na forma de grafite se aquecido
entre 650ºC e 700ºC por vários anos (estrutura se mantem no resfriamento). Contudo, a taxa
de decomposição da cementita em grafite é bastante lenta, fazendo com que o carbono se
apresente sempre como carbeto em condições prática, tornando, desse modo, o diagrama Fe-
C válido.
Nos ferros fundidos o que ocorre é a adição de Silicio (1 a 3%) como forma de acelerar essa
decomposição da cementita em grafite. Teor de carbono no ferro fundido é de 2,14% até 6,67%.
Fases presentes:
Ferrita ou fase alfa (α): estrutura CCC / Cmax: 0,02% / macia e dúctil.
Ferrita alfa sofre transformação polimórfica para a austenita a 912ºC.
A austenita por sua vez sofre transformação para ferrita delta (δ), que também é CCC como a
ferrita α, a 1394ºC.
Se fundindo a 1583ºC
A solubilidade baixa do carbono na ferrita (0,02%) pode ser explicada pela forma e pelo tamanho
dos interstícios das estruturas CCC que tornam difícil de acomodar os átomos.
Austenita ou fase gama (γ): estrutura CFC / Cmáx: 2,14% / macia e dúctil
A austenita não é estável a temperaturas abaixo de 727ºC
A solubilidade do carbono na austenita (2,14%) é superior a solubilidade na ferrita pois as
posições intersticiais na estrutura CFC são maiores
A cementita é mais dura e frágil, enquanto que a ferrita é mais dúctil e macia, portanto, quando
se aumenta o teor de carbono e consequentemente a % da fase cementita, a dureza do aço
também aumenta. Uma vez que a cementita é mais frágil, ocorrerá também diminuição da
ductilidade e da tenacidade.
Aço eutetóide: %C = 0,77 / aço hipoeutetoide: %C <0,77 / aço hipereutetoide: %C > 0,77
Ferro fundido branco eutético: %C = 4,3 / Ferro fundido branco hipoeutético: %C <4,3 / Ferro
fundido branco hipereutético: %C > 4,3
Formação dos constituintes ledeburita (fundo de cementita com glóbulos de perlita) – ponto
de composição eutético (ferro fundido branco eutético):
No resfriamento no ponto eutético quando se ultrapassa a linha de temperatura eutética o liquido
se transforma em uma matriz de cementita com glóbulos de austenita. Continuando o resfriamento
lento a austenita irá se transformar em perlita. O constituinte formado ao final é a ledeburita que é
uma matriz de cementita com glóbulos de perlita.
Outras microestruturas
Perlita
Perlita fina: produzida na vizinhança de 540ºC, onde devido as temperaturas mais baixas se tem
taxas de difusão do carbono também mais baixas, resultando em lamelas finas.
A espessura da camada das fases da perlita também irá influenciar no comportamento mecânico
do material, sendo a perlita fina mais dura e resistente que a perlita grosseira. Isso se explica, por
dois motivos:
1- A cementita que atua como reforço nas camadas de perlita (devido à forte aderência entre
elas e a rigidez da fase cementita) tem seu grau de reforço aumentado na perlita fina, uma
vez que, há maior quantidade de contornos de grão.
2- As discordâncias que se movimentam na ferrita terão mais barreiras para se locomoverem,
uma vez que, a perlita fina tem mais contornos de grão.
Bainita
Bainita superior: formada entre 300 e 540ºC, composta por ripas ou agulhas de ferrita paralelas
separadas por partículas alongadas de cementita.
Bainita inferior: formada entre 200 e 300ºC, composta por placas finas de ferrita com partículas
estreitas de cementita em seu interior.
Por possuir as fases cementita e ferrita mais finas são mais duros e resistentes que a perlita, porém,
possui valores de ductilidade desejáveis.
Cementita globulizada
Estruturas com cementita globulizada possuem menor resistência e maior dureza que as estruturas
perlíticas, pois existe uma menor área de contorno de grão por volume na cementita globulizada o
que restringe menos a movimentação das discordâncias.
Martensita
Formada quando ligas ferro-carbono austenitizadas são resfriadas rapidamente até uma
temperatura relativamente baixa (têmpera).
É uma estrutura monofásica que não se encontra em equilíbrio (realizada fora do equilíbrio),
resultante de uma transformação sem difusão. Ela se forma quando a taxa de resfriamento é muito
rápida e impede que haja a difusão dos átomos de carbono (quando há difusão resulta em ferrita e
cementita), quase instantaneamente os grãos de martensíta nucleiam e crescem a taxas muito
rápidas.
É a microestrutura mais dura, mais resistente e mais frágil. Sua dureza não está relacionada a
microestrutura assim como nos aços perliticos e sim ao pequeno número de planos de
escorregamento e a posição que os átomos de carbono intersticiais ocupam de maneira a restringir
a movimentação das discordâncias. Quanto mais carbono na martensíta, maior a dureza, pois
maior a restrição do movimento das discordâncias.
Martensita revenida
A martensíta apesar de muito dura é tão frágil que não pode ser usada na maioria das aplicações.
Porém, um tratamento térmico conhecido como revenimento restaura a tenacidade a ductilidade da
martensíta.
É quase tão dura e resistente quanto a martensíta, porem, com maior tenacidade e ductilidade.
A dureza se explica pelo reforço oferecido pela cementita e pela quantidade de contornos de grão
presentes devido as partículas pequenas e dispersas de cementita que impedem movimentação
das discordâncias.
A tenacidade e ductilidade se explica pela matriz ferrítica.
Austenita retida
(a) teor de C
Quanto maior o teor de C mais afastada a curva TTT do eixo y (transformações em perlita e
bainita deslocam para tempos mais longos): mais carbono maior o tempo necessário para ocorre
a difusão e a consequente transformação de fase.
Com exceção do cobalto, quanto maior o teor de elementos de liga mais afastada é a curva TTT
do eixo y: pois, a presença de elementos de liga facilita a formação de martensíta.
Isso permite o resfriamento mais lento (em óleo) para a obtenção de martensíta, proporcionando
uma diminuição dos riscos de empenamento.
Quanto maior o teor de elemento de liga maior é a temperatura de inicio e fim da transformação
martensítica: pois, facilita-se a formação de martensíta.
Quanto maior o grão austenítico mais afastada do eixo y é a curva: grãos maiores de austenita,
menos sítios para nucleação de nova fase.
O número a frente do ASTM significa o número de graõs por unidade de área. Logo, menor o
número, maior o tamanho do grão e maior o número, menor o tamanho do grão. Ex: ASTM 3 tem
grão maior que ASTM 11.
(d) Homogeneidade da austenita
Quanto mais homogênea (sem carbonetos) for a minha austenita mais afastada do eixo y são as
curvas TTT: pois, há menos sítios para nucleação de novas fases.
9) Tratamentos Térmicos
Peças com dimensões grandes podem gerar gradientes internos de temperatura e tensões que
por sua vez podem causar trincas.
Recozimento para o alívio de tensões: tratamento utilizado para eliminar tensões internas.
Temperaturas relativamente baixas.
Normalização: tratamento térmico utilizado para refinar os grãos (reduzir o tamanho médio) e
produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme.
O aço é aquecido a uma temperatura ligeiramente acima da temperatura de austenitização,
espera-se sua completa transformação em austenita e então é resfriado ao ar.
Têmpera
O sucesso para um tratamento térmico de aços para se produzir uma estrutura totalmente
martensítica depende de:
(1) Composição da liga
(2) Meio de resfriamento
(3) Geometria da peça – peças com partes de espessura robusta podem gerar um resfriamento
desigual e consequentemente a formação de outras estruturas (perlita e bainita), o que não
é ideal.
Severidade da tempera: indica a taxa de resfriamento, quando mais rápido o resfriamento maior a
severidade da tempera e mais profundo o efeito do endurecimento.
Endurecimento promovido pela formação de partículas pequenas e dispersas de uma nova fase no
interior da matriz original do material.
O endurecimento se dá pois as partículas da nova fase formada provocam uma distorção na rede
cristalina ao seu redor, promovendo um aumento da dificuldade de movimentação das
discordâncias.
10) Propriedades e processamento dos cerâmicos
Propriedades
Fratura frágil: consiste na formação e na propagação de uma trinca através da sessão reta do
material no sentido perpendicular à carga aplicada. Nas cerâmicas cristalinas a propagação da
trinca se dá através dos grãos (transgranular) e ao longo dos planos cristalográficos (clivagem).
A resistência a fratura dos materiais cerâmicos é baixa, contrário da estimada pela teoria das
forças de ligação atômica. Isso se explica pela presença de defeitos pequenos presentes ao
longo da estrutura do material que funcionam como concentradores de tensão (pontos de
amplificação da tensão). O grau de amplificação da tensão depende do comprimento da trinca
e do raio de curvatura da sua extremidade (maior em defeitos longos e pontiagudos).
Tenacidade a fratura para materiais cerâmicos é baixa. Absorve pouca energia até a fratura.
Resistência a flexão
O comportamento tensão deformação em materiais cerâmicos é avaliado pelo ensaio de flexão,
por três motivos: difícil usinagem de amostras com geometria especifica; difícil prender a
amostra no equipamento sem que frature; cerâmicas apresentam deformações muito baixas
antes de romper.
Influencia da porosidade:
Solidificação do vidro: mediante ao resfriamento o vidro se torna cada vez mais viscoso não
havendo uma temperatura definida para sua solidificação. O volume também reduz
gradualmente em função da redução dessa temperatura, ocorrendo uma diminuição na taxa de
diminuição do volume (diminuição da inclinação da curva) quando atinge a temperatura de
transição vítrea.
Tratamentos térmicos:
Vitrocerâmicos: material policristalino com grãos finos que foi obtido por meio da desvitrificação
(tratamento térmico).
Utiliza-se um agente de nucleação para induzir a cristalinização.
Propriedades: baixo coeficiente de expansão térmica, resistencia mecânica elevada e
condutividade térmica elevada, pode ser opaco ou cristalino
Hidroplasticidade das argilas: quando adiciona água se torna muito plástica e fácil de ser
conformada.
Estruturas cristalinas de camadas. Mais comum caolinita.
A água se posiciona entre as camadas formando uma película fina na qual os átomos se
deslizam, o que é responsável pela plasticidade das argilas com a adição de água.
Técnicas de fabricação:
Conformação:
(1) Conformação hidroplástica: a técnica mais comum é a extrusão, onde a mistura é forçada
por um orifício da matriz com geometria desejada.
(2) Fundição por suspensão: uma suspensão de argila e outros materiais em água são
derramadas em um molde poroso, a água é absorvida pelos poros e a camada sólida
permanece no molde (espessura dependerá do tempo). (colagem de barbotina é um
exemplo)
Prensagem de pós
Uma massa pulverizada contendo pouca quantidade de água ou outro aglutinante é prensada
na forma desejada.
Refratários
Propriedades das cerâmicas refratárias: resistentes a temperaturas elevadas sem fundir e sem
se decompor, inertes quando submetidos a ambientes severos e isolantes térmicos.
Desempenho da cerâmica refratária depende da composição. Por isso são classificados: argila,
sílica, básica e refratários especiais.
Argilas refratárias: são argilas de alta pureza de alumina e sílica (Al2O3 – SiO2).
Acima da temperatura de 1587ºC a quantidade de líquido dependerá da composição
Usada em fornos (resistência é menor importante/isolamento é mais importante).
Refratários especiais: compostos de pureza elevada e com pouca porosidade para aplicações
especiais.
Possuem alumina, sílica, magnesita, mulita (3Al2O3 – 2SiO2), carbeto de silício, carbono e
grafita
Carbono e grafita são muito refratários porém tem a aplicação limitada devido a susceptibilidade
a oxidação.
12) Estrutura e Propriedade dos Polímeros
Estrutura
Material composto por macromoléculas formadas por ligações covalente que possuem uma
repetição de um certo grupo de átomos e que são unidas por ligações intermoleculares
Moléculas com ligações duplas e triplas são as cadeias insaturadas
Moléculas com ligações simples são as cadeias saturadas.
Polímeros Lineares: não tem ramificações. Pode existir grande quantidade de ligação de Van
der Wall entre as cadeias.
Polímeros adjacentes: cadeias lineares estão unidas umas as outras por ligações covalentes
em varias posições. A ligação se da por átomos ou moléculas aditivas. Materiais elásticos com
característica de borracha apresentam ligação cruzada que é dada pelo processo de
Vulcanização.
Polímeros em rede: meros trifuncionais formam redes de ligação covalente com as cadeias
principais.
Isomeria:
Geometrica: cis (grupos do mesmo lado) e trans (grupos em lados opostos)
O estado mais estável de uma molécula é em forma de novelo e o que define como esse novelo
irá se formar (cristalino ou amorfo) são as interações intramoleculares, ramificações, ligações
duplas e massa molecular.
O que favorece um polímero ser totalmente amorfo é: (a) a irregularidade da cadeia e o que
favorece essa irregularidade é o posicionamento aleatório dos grupos laterais do mero. Cadeias
ataticas tem tendência a formar polímeros amorfos devido ao fato de sua aleatoriedade não
permitir que se encontre com outra cadeia formando um cristal. (b) Copolímeros aleatórios e
alternados também apresentam essa tendência. (c) excesso de reticulações que impedem a
organização;
Polímeros amorfos são mais solúveis, pois, tem mais espaços vazios em sua estrutura, logo,
facilita a entrada do solvente. O aumento da temperatura aumenta esses espaços vazios e deixa
o polímero mais solúvel.
Cristais de polímeros podem ser de cadeia dobrada ou esferulites. Cadeia dobrada são cadeias
moleculares que se dobram para frente e para tras sobre elas mesmas. Esferulites são as
cadeias mais volumosas que se formam pelo empilhamento de cadeias dobradas que se
estendem radialmente do centro pra fora.
Polímeros semicristalinos são opacos (pela presença de duas fases). Polímeros amorfos são
transparentes.
Propriedades
Densidade:
Quanto maior a cristalinidade, maior a densidade, pois regiões cristalinas tem um
empacotamento mais eficiente.
Viscosidade:
Quando maior a massa molecular do polímero, maior o número de entanglemets, menor a
mobilidade das cadeias, maior a viscosidade.
Quando aumento a orientação do emaranhado (pelo aumento ta taxa de cisalhamento por ex),
menor o número de entanglements, menor a viscosidade.
Comportamento tensão-deformação
A (frágil): limite de escoamento é o valor máximo da curva. Polímero se rompe quando antes de se
deformar plasticamente.
B (plástico): comportamento semelhante ao dos metais.
C (elastomeros): capaz de sofrer grandes deformações reversíveis
Mecanismo de deformação elástica: estiramento das cadeias nas porções amorfas que se orientam
na direção da tensão.
Peso molecular:
LRT aumenta com aumento do peso molecular, pois aumenta o número de embaraços
(entanglemets) na cadeia.
Grau de cristalinidade: LRT aumenta com o grau de cristalinidade. Isso se explica pela presença
de uma grande quantidade de ligações secundárias (por mais que sejam mais fracas que as
primarias covalentes, são muitas) que não existem nos amorfos em virtude do desalinhamento.
Fusão
Temperatura de transição vítrea (Tg): temperatura acima da qual uma fase amorfa deixa de ser
vítrea e se torna borrachosa.
Valor da Tg depende da flexibilidade da cadeia (grupos volumosos, reticulações e anéis
aromaticos), das interações intercadeias (átomos eletronegativos) e da massa molar (maior massa
implica em maior volume de pontas livres e volume livre).
Temperatura de fusão cristalina (Tm): temperatura acima da qual os cristais são desfeitos.
Elastômeros (borracha) são comumente amorfos, com poucas reticulações e com Tg mais baixa
que a temperatura ambiente.
Termofixos são amorfos com muitas reticulações. Reticulações que impediram sua organização.
Mesmo sendo totalmente amorfos não ficam borrachosos quando atingem a Tg devido a alta
quantidade de reticulações.