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RESUMO CALLISTER

1) Estrutura dos sólidos cristalinos

Alguns conceitos:
 Material cristalino: aquele no qual os átomos estão situados em um arranjo que se repete ao
longo de grandes distancias atômicas. Existe uma ordem a longo alcance. Átomos posicionados
em um padrão tridimensional.
Materiais amorfos ou não cristalinos são aqueles que não seguem esse padrão.

 Estrutura cristalina: maneira que os átomos estão organizados espacialmente.


Algumas propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina do material, ou
seja, da maneira que os átomos, ions ou moléculas se arranjaram espacialmente.
Existe um número grande de estruturas cristalinas.

 Célula unitária: pequenas entidades da estrutura cristalina que se repete. Unidade estrutural
básica.
Geralmente paralelepípedos ou prismas com 3 conjuntos de faces paralelas.
Uma célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina, onde, todas
as posições dos átomos no cristal podem ser geradas mediante a translações ao longo de cada
aresta.
“Modelo de esferas rígidas” utilizado para descrever as células unitárias da estrutura cristalina.
Estrutura cristalina dos metais:
 Por se tratar de materiais formados pela ligação metálica, de natureza não direcional, não há
restrição em relação ao número e a posição de átomos vizinhos. O que leva a números
relativamente grandes de átomos vizinhos e empacotamentos densos.

 Número de coordenação (NC): número de átomos que cada átomo da célula está em contato
(sempre é o mesmo para todos os átomos)

 Fator de empacotamento atômico (FEA): fração do volume de uma célula unitária que
corresponde as esferas sólidas (átomos). Volume da célula preenchido por átomos.
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
𝐹𝐸𝐴 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎
𝑛𝐴
 Densidade da célula unitária: 𝜌 = 𝑉 𝑁
𝑐 𝐴
n: Número de átomos de cada célula
A: Peso atômico
VC: Volume da célula unitária
NA: Número de Avogadro (6,023 x 1023)
 Estrutura Cristalina de Face Centrada (CFC)

Possuem essa estrutura: Alumínio, Cobre, Prata e Ouro


1 átomo em cada vértice (1/8 de átomo)
1 átomo em cada face (1/2 de átomo)
Total 4 átomos por célula (1/8 x 8 + ½ x 6)
𝑎 = 2𝑅√2, onde a é a aresta e R raio atômico
3
𝑉𝑐𝑒𝑙 = (2𝑅√2) , onde Vcel é o volume da célula
NC: 12
FEA = 0,74

 Estrutura Cristalina de Corpo Centrado (CCC)

Possuem essa estrutura: Cromo, Ferro e Tungstênio


1 átomo em cada vértice (1/8 de átomo)
1 átomo no centro
Total de 2 átomos por célula (1/8 x 8 + 1)
4𝑅
𝑎 = , onde a é a aresta e R raio atômico
√3
4𝑅
V cel = ( ) 3, onde Vcel é o volume da célula
√3
NC: 8
FEA = 0,68

 Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC)

Possuem essa estrutura: Cromo, Ferro e Tungstênio


6 átomo em cada vértice da face superior (1/6 de átomo)
6 átomo em cada vértice da base (1/6 de átomo)
1 átomo no centro de cada base (1/2 de átomo)
3 átomos em faces intercaladas do centro
Total de 6 átomos por célula (1/6 x 6 + 1/6 x 6 + ½ x 2 + 3)
NC: 12
FEA = 0,74

Polimorfismo e Alotropia

 Polimorfismo: metais e ametais que possuem mais de uma estrutura cristalina.


Alotropia: quando essa condição é encontrada em sólidos elementares.

 A estrutura que prevalece nesses casos depende da temperatura e da pressão.

Exemplo 1: Carbono a temperatura ambiente – grafita


Carbono a altas pressões – diamante
Exemplo 2: Ferro a temperatura ambiente – CCC
Ferro 912ºC – CFC

Sistemas Cristalinos

 Cúbico, Hexagonal, Tetragonal, Ortorrômbico, Romboédrico, Monoclínico e Triclínico.


 Cubico maior grau de simetria e Triclínico menor.
 Parâmetros de rede: parâmetros que definem a geometria da célula unitária.

Comprimento das arestas: a, b e c


Ângulos entre os eixos: α, β e γ
Direções Cristalográficas

 Direção cristalográfica é uma linha ou um vetor entre dois pontos.


 Para determinar três índices direcionais:

1- Vetor com comprimento conveniente é posicionado de maneira que passe através da origem
do sistema de coordenadas. Qualquer vetor pode ser movido dentro do sistema cristalino
desde que o seu paralelismo seja mantido.
2- Comprimento da projeção do vetor sobre cada um dos eixos é determinado. São medidos
em termos de a, b e c.
3- Estes números são multiplicados ou divididos por um fator comum a fim de reduzi-los aos
menores valores inteiros.
4- Os três índices u,v e w que correspondem as projeções de x, y e z, respectivamente, são
colocados entre colchetes [ ].
5- Barra acima do índice representa que ele é negativo.

 Miller-Bravais: quatro coordenadas (a1, a2, a3, z), onde z é perpendicular aos a’s que estão na
base a 120º de distancia um do outro.
Planos Cristalográficos
1- Os três índices (chamados índices de Miller) h, k e l que correspondem as projeções de x, y
e z, respectivamente, são colocados entre parênteses ( ).
2- O comprimento da intercessão planar é determinado pelos parâmetros de rede.
3- Planos paralelos ao eixo são considerados com intercessão no infinito por isso o índice é
zero.
4- Estes números são multiplicados ou divididos por um fator comum a fim de reduzi-los aos
menores valores inteiros.
Arranjos atômicos

Densidade linear e planar


 Direções e planos equivalentes possuem densidades lineares e planares iguais.
 Densidade linear: fração de comprimento da linha que é interceptada por átomos.
Densidade planar: fração do plano que é interceptado por átomos.
Estruturas Cristalinas Compactas
 Estruturas cristalina Cubica de Face Centrada e Hexagonal Compacta cujo FEA é 0,74 são as
células cristalinas com empacotamento mais eficiente.

Monocristais e materiais policristalinos


 Monocristais: quando o arranjo periódico e repetido de átomos é perfeito ou se estende ao longo
da totalidade da amostra. Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira e possuem a
mesma orientação.
Existem na natureza e podem ser criados artificialmente, porém, são de crescimento difícil pois
exigem condições controladas.
Criação é possível a partir do controle de parâmetros como: temperatura, concentração dos
reagentes, pureza dos reagentes, pressão, tempo de síntese
Quando se deixa extremidades crescerem sem nenhuma restrição externa.
Utilização: microcircuitos de monocristais de silício.

 Materiais policristalinos: material composto por uma coleção de muitos cristais pequenos (ou
grãos).
Inicialmente muitos cristais com orientações diferentes surgem, em seguida, os cristais vão
crescendo por meio da adição de novos átomos vindos do líquido circunvizinho até que as
extremidades dos grãos adjacentes e de orientação diferente se chocam e limitam o
crescimento.

 MAIOR número de cristais ou grãos, MAIOR o número de contornos de grão, MAIOR a


resistência do material, pois, há mais barreiras para a movimentação das discordâncias.
Policristalinos são mais resistentes.

 Anisotropia: direcionalidade das propriedades. Propriedades dependem da direção em que são


medidas e a diferença está associada a diferença de espaçamento atômico e iônico entre as
direções cristalográficas. Ex.: condutividade elétrica e modulo de elasticidade
 Isotropia: propriedades não dependem da direção em que são medidas.

 Materiais (ou substâncias) isotrópicos: são aqueles em que as propriedades são independentes
da direção.

 O grau de anisotropia em materiais cristalinos é função da simetria da estrutura cristalina.


Anisotropia aumenta com a diminuição da simetria estrutural.

Para materiais policristalinos apesar de o grão individual ser anisotrópico a amostra composta
pelo agregado de grãos se comporta de maneira isotrópica.
2) Imperfeições Cristalinas

 Defeito Cristalino: irregularidade na rede cristalina com uma ou mais da suas dimensões na
ordem de um diâmetro atômico.

Lacuna (ou sítio vago da rede cristalina) e auto intersticial


 Definição: sitio que deveria estar ocupado está com um átomo faltando.

 Todos os sólidos contem lacunas. Não é possível criar um material isento desse defeito, pois, a
presença de lacunas aumenta a entropia do cristal.

 O número de lacunas necessárias para uma determinada quantidade de material é


representado pela equação:

N: numero de laculas
Q: energia necessário para formação de uma lacuna
T: temperatura absoluta em K
K: constante de boltzman

N aumenta exponencialmente em função do aumento da temperatura.

 Auto intersticial: é um átomo do cristal que se encontra comprimido no interior do interstício, que
é um pequeno espaço vazio que não é ocupado.
Introduz distorções grandes na rede cristalina circunvizinha, pois o átomo é substancialmente
maior que o interstício que se encontra.
Não é comum, aparece bem menos que lacunas.

Impurezas

 Um metal puro que possui apenas um tipo de átomo é impossível. Sempre haverá alguns
átomos estranhos mesmo que em porcentagem muito pequenas.

 As impurezas resultarão em uma formação de solução sólida ou uma segunda fase a depender
do tipo, da concentração e da temperatura do material.

 Solvente: material em maior quantidade


Soluto: material em menor quantidade

 Solução sólida: é formada quando se adiciona átomos do soluto no material hospedeiro e a


estrutura cristalina é mantida, e nenhuma nova estrutura é formada. São átomos de impurezas
distribuídos uniformemente e aleatoriamente no interior do sólido.

 Podem ser substitucionais e intersticiais

Substitucionais: os átomos do soluto tomam o lugar dos átomos hospedeiro (substituem).


Regra de Hume Rotery para analisar se um átomo pode formar uma solução sólida
substitucional:
1) Tamanho atômico: devem diferir menos de 15%.
2) Estrutura cristalina: o tipo de estrutura cristalina deve ser o mesmo.
3) Eletronegatividade: as eletronegatividades devem ser quase iguais; quanto mais
eletropositivo for um componente e mais eletronegativo o outro, maior será a tendência à
formação de compostos entre eles e menor será a solubilidade
4) Valência química: sendo todas as regras anteriores válidas, o metal terá mais tendência a
dissolver em um outro metal de maior valência.
Ex: Cu e Ni

Intersticial: átomos de impurezas preenchem os espaços vazios que existem entre os átomos
do material hospedeiro.
Materiais com alto FEA tem os interstícios pequenos e o diâmetro da impureza deve ser bem
menor que os átomos do material hospedeiro.
Mesmo as impurezas muito pequenas são maiores que os sítios e como consequência
introduzem alguma deformação na rede cristalina
Ex.: Carbono e Ferro (aço)

 Composição de uma liga

Em porcentagem peso

m: passa dos elementos 1 e 2.

Porcentagem atômica

m: massa (em gramas) ; A: peso atômico do elemento ; n: número de mols do elemento

Discordâncias - defeitos lineares

 Discordância ou deslocação: é um defeito linear em torno do qual alguns átomos estão


desalinhados.

 Linha de discordância: perpendicular ao plano da pagina.

 Discordância de aresta: defeito linear centralizado em torno da linha que fica definida ao longo
da extremidade do semi plano de átomos adicionais cuja aresta termina no interior do cristal.
Em torno da linha de discordância existe uma distorção localizada da rede cristalina. Os átomos
acima da linha de discordância são pressionados uns contra os outros e os abaixo são afastados
um dos outros. Essa distorção diminui a medida que se afasta da linha de discordância.
Burger: perpendicular

 Discordância espiral: é formada por uma tensão cisalhante que é aplicada para produzir a
distorção.

Burger: paralelo
 Discordância mista: discordância que apresenta características dos dois tipos. (maioria)

 Vetor Burger: expressa a magnitude e o sentido da distorção associada a discordância causada


na rede cristalina. Aponta para direção compacta e terá magnitude igual ao espaçamento
interatômico.

Defeitos interfaciais
 Definição: defeitos interfaciais são contornos bidimensionais que separam regiões do material
que apresentam estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas distintas.

 Tipos: Superfícies externas, contorno de grão, contorno de macla e falha de empilhamento.

 Superfícies externas: superfície ao longo da qual termina a estrutura do cristal. Região de maior
energia pois os átomos da superfície não estão ligados ao numero máximo de vizinhos mais
próximos.

 Contorno de grão: região que separa dois grãos ou cristais com orientações diferentes em
materiais policristalinos. São característicos pela região de desencontros atômicos na transição
da orientação e possui uma largura equivalente ao diâmetro de alguns poucos átomos.

Contorno de grão de baixo ângulo: acontece devido ao alinhamento de discordâncias em aresta.

Contorno de grão é uma região energética devido a ligação irregular de alguns átomos nessa
região. Portanto, são mais reativos e tentem a ter mais átomos de impurezas agregados.
Grãos MENORES, MAIOR número de contornos, MAIOR energia superficial total.

Aumento da temperatura, grãos crescem para diminuir a energia total.

 Contorno de macla: contorno de grão que possui uma simetria específica entre os grãos que o
dividem. Isto é, átomos de um lado estão localizados como em uma imagem no espelho em
relação aos átomos do outro lado.
São produzidas por forças de cisalhamento (CCC e HC apresentam mais) e por tratamentos de
recozimento (CFC apresenta mais) após deformações.

 Falhas de empilhamento: encontrado em metais CFC onde ocorre interrupção na sequencia de


empilhamento.

 Contornos de fase: região que separa duas fases distintas (mudanças bruscas de
características).
3) Caracterização Mecânica dos Materiais e Propriedades Mecânicas

Gráfico Tensão Deformação, propriedades plásticas e elásticas


 Ensaio de tensão-deformação: ensaio que avalia o comportamento (deformação) de um
material quando submetido a uma carga que se altera de maneira relativamente lenta ao
longo do tempo. Pode ser ensaio de tração, compressão, cisalhamento e torção.

 Ensaio de tração: uma amostra é deformada até sua fratura mediante a aplicação uniaxial
de uma carga de tração gradativamente crescente. O equipamento de tração aplica uma
taxa constante de deformação enquanto regista os valores de carga e alongamento
(extensômetro) resultantes.

σ = F / Ao
ε = (l - lo) / lo
1. Limite de proporcionalidade: inicio do afastamento do regime elástico (fim da linearidade), é até
onde vai a lei de hooke. Nem sempre é possível identificar com clareza, por isso a convecção
do LE.

O comportamento elástico é definido pela Lei de Hooke: σ = E x ε. Onde E é o Módulo de


Elasticidade ou Módulo de Young (inclinação da reta que representa a porção elástica) e a tensão
é proporcional a deformação.
E ceramicos > E metais > E polimeros

Existem materiais que a porção elástica não é linear, utiliza-se modulo tangencial para calcular o
modulo de elasticidade.

2. A deformação até o ponto E é elástica e a partir do ponto E é plástica.

As DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS não são permanentes, isto é, são deformações que


desaparecem quando a tensão aplicada é retirada. É manifestada como pequenas alterações no
espaçamento interatômico e na extensão de ligações interatômicas que retornam a suas posições
após a remoção da carga.
LE: Limite de escoamento – valor máximo de tensão atingido no regime elástico onde se produz
uma pequena deformação plástica. É até onde vai o regime elástico.
Cálculo LE: Para os metais, o ponto E corresponde a uma deformação de engenharia de ε = 0,002
= 0,2% (traça linha paralela ao regime elástico a partir desse ponto).

As DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS são permanentes, isto é, permanecem após a tensão aplicada


ser retirada e são manifestadas por deslocamentos atômicos permanentes, quebra de ligações e
surgimento de novas com átomos vizinhos.

Nesse regime à medida que a deformação aumenta, a força necessária para que ela ocorra também
aumenta: encruamento.

3. A tensão máxima é atingida em M.

LRT: Limite de resistência a tração – Valor máximo de tensão atingido pelo ensaio ou valor máximo
de tração que um material pode sustentar.

Deformação até M corresponde ao alongamento uniforme, deformação máxima atingida com esse
alongamento.

Um pouco após M ocorre o empescoçamento (redução brusca de diâmetro em uma região


localizada do corpo de prova) e a tensão começa a diminuir mais rapidamente com o aumento da
deformação que é confinada nessa região.

4. Em F ocorre a fratura.

A deformação máxima ocorre em F.

 Comportamento Anaelastico: comportamento elástico que depende do tempo (não é comum é


metais), ou seja, o retorno elástico depende de um tempo.

Recuperação Elástica (efeito Bauschinger)

 Quando o esforço é removido ocorre um retorno da deformação em forma de deformação


elástica. No gráfico, isso é representado por uma reta paralela ao modulo de elasticidade. Ao
retornar o esforço a curva irá percorrer a mesma porção linear dessa recuperação, porem em
sentido oposto.

Tensão e Deformação Verdadeira

 Diferente do que ocorre na curva de engenharia após o ponto M, onde a tensão necessária para
continuar o carregamento diminui, na curva verdadeira essa tensão aumenta. Contudo, devido
a diminuição da seção transversal diminui rapidamente na região do empescoçamento, o que
torna o corpo de prova incapaz de sustentar a carga.

 A tensão na curva de engenharia é dada tomando com base a área transversal original sem
levar em consideração a redução de área na região do pescoço. Logo a tensão verdadeira é a
carga F dividida pela área da seção instantânea.

 A curva corrigida leva em consideração tensões além da uniaxial.

Compressão e cisalhamento
 Modulo de cisalhamento (G), tensão de cisalhamento (τ) e deformação (γ)

 Na compressão o comportamento tensão-deformação será semelhante ao da tração, porém,


não irá existir um valor máximo, uma vez que, não a ocorrência do empescoçamento, portanto,
o modo de fratura será diferente daquele para a tração.
Ensaio de Impacto
 Existem Dois: Charpy e Izod

 O gráfico tensão-deformação obtido pelo ensaio de tração indica a tensão máxima suportada
pelo material, entretanto, esse valor de tensão (carga) suportado pode ser inferior ao
apresentado na curva desse ensaio, isso porque o material muitas vezes pode apresentar
trincas e entalhes que levam a sua fragilização.

 Nos materiais dúcteis as trincas propagam somente com carregamentos crescentes, já nos
materiais frágeis se propagam sobre cargas constantes.

 Fatores que alteram o comportamento dúctil/frágil do material: trincas, concentradores de


tensão (a trinca é um), condições ambientais (temperatura), velocidade de carregamento.
 Por esse motivo o ensaio de impacto (mais severo que o de tração) é necessário para prever,
por meio da curva energia absorvida x temperatura, o comportamento dúctil/frágil do material
e a sua temperatura de transição (TTDF).

 O ensaio de impacto mede a energia necessária para romper um corpo de prova com um
entalhe padronizado.

 O ensaio de impacto é realizado da seguinte forma: O pêndulo é levado a certa posição, onde
adquire uma energia potencial inicial. Ao cair, ele encontra no seu percurso o corpo de prova,
que se rompe. A sua trajetória continua até certa altura, que corresponde à posição final, onde
o pêndulo apresenta uma energia final. A diferença entre as energias inicial e final corresponde
à energia absorvida pelo material. A unidade de energia adotada é o joule.

 Resultados desse ensaio: energia absorvida (tenacidade), aspecto da fratura e temperatura


de transição dúctil/frágil.

 Em baixas temperaturas a fratura ocorre por clivagem (fratura frágil), enquanto que para as
temperaturas elevadas observa-se uma ruptura dúctil.
 Na faixa da TTDF, uma pequena diminuição na temperatura ocasiona uma queda significativa
na energia absorvida.

 A única diferença entre o ensaio Charpy e o Izod é que no Charpy o golpe é desferido na face
oposta ao entalhe e no Izod é desferido no mesmo lado.

 Oxigênio, aumenta temperatura de transição. Estrutura martensítica apresenta melhor


combinação de resistência a tração e ao impacto. E materiais CFC devido aos planos de
escorregamento a fratura é frágil.

Ensaio de Fadiga
 O limite de resistência determinado pelo ensaio de tração é função da carga máxima
ESTATICA atingida durante o teste, após a qual ocorre ruptura do material. Entretanto, quando
são aplicados esforços DINÂMICOS o mesmo pode se romper com uma carga bem inferior à
carga máxima atingida na tração, isso se denomina a fratura por fadiga.

 A fadiga é uma redução gradual da capacidade de carga do componente, pela ruptura lenta
do material.

 Um material se rompe por fadiga quando a tensão cíclica aplicada nele é superior ao limite de
fadiga (determinado mediante a ensaio).

 O limite de fadiga é definido como o valor limite da tensão, abaixo da qual o material pode
suportar um número infinito de ciclos de tensões.

 O ensaio consiste em corpos de prova padronizados submetidos a tensões cíclicas.

 A fratura consiste em 3 etapas: iniciação das trincas, propagação gradual das trincas a cada
ciclo e fratura (acontece de forma rápida).
Ensaio de fluência
 Fluência é a deformação plástica que um material experimenta sob tensão ou carga
constante ao longo do tempo. (limitador da vida útil do material).

 Nos metais é importante apelas a 0,4Tf

 O ensaio consiste em submeter o corpo de prova a uma carga ou tensão constante enquanto
mantém a temperatura constante.

 Região primaria: há uma deformação instantânea elástica e plástica na aplicação da carga.


Taxa de fluência decrescente, devido a um aumento de resistência do material
(encruamento).
Região secundaria: taxa de fluência constante (regime estacionário). Equilíbrio entre os
processos de encruamento (endurece) e recuperação (amacia).
Região terciária: aceleração da taxa de fluência e ruptura.

 MAIOR tensão ou temperatura, deformação instantânea no regime primário AUMENTA, taxa


de fluência no regime estacionário AUMENTA e tempo de vida até a ruptura DIMINUI.

Propriedades Mecânicas

 Ductilidade: capacidade do material em suportar a deformação plástica.


Maior temperatura, maior ductilidade.

 Resiliência: é a capacidade do material em absorver energia quando deformado elasticamente


e depois com o descarregamento liberar essa energia. Calculado pela área abaixo da curva
até o escoamento.

 Tenacidade: habilidade do material em absorver energia até a sua fratura. Indicativo da


habilidade de um material resistir a fratura quando há trinca (resistência ao crescimento da
trinca). Calculado pela área de todo gráfico. Pode ser medida pelo ensaio de impacto com o
corpo com entalhe.

 Dureza: resistência do material a deformação plástica localizada (impressão ou risco).


Inicialmente medido pela comparação na Escala Mohs.

Dureza Rockwell (HR): um penetrador cilíndrico com uma esfera endurecida na ponta
penetra o material. A diferença de penetração para uma carga menor (dureza superficial)
para uma maior (não superficial) determina o número de índice de dureza.

Dureza Brinell (HB): penetrador esférico e duro é forçado contra a superfície. O índice bn
é dado por uma relação magnitude da carga e diâmetro da impressão. Insere o diâmetro
em um gráfico.

Dureza Vickers (HV): penetrador de diamante piramidal é pressionado contra a superfície


(cargas aplicadas bem menores que no ensaio HB e HR) as diagonais do losango formado
na impressão é então medida e convertida em um índice de dureza.

 Elasticidade: capacidade do material em retornar as condições iniciais após o carregamento a


que foi submetido ser suspenso.

 Limite de resistência a tração: É a máxima tensão que pode ser sustentada por uma estrutura
que se encontra sob tração

 Tanto limite de resistência a tração quando dureza são indicativos de resistência do material a
deformação plástica (ou seja, indicativo de fragilidade). Quanto MAIOR limite de resistência a
tração, MAIOR dureza e MAIOR resistência a deformação plástica.
Logo, quando aumenta a temperatura o material fica mais dúctil (deforma melhor plasticamente,
o limite de resistência a tração e a dureza diminui.
4) Técnicas de Conformação Mecânica dos Materiais

Alguns Conceitos

 Na conformação mecânica do material a deformação deve ser induzida por uma força externa
e deve exceder o limite de escoamento do material

 Conformabilidade: habilidade do material em ser deformado plasticamente sem sofrer trincas


ou fraturas.

 Todos os metais são pelo menos moderadamente dúcteis e capazes de sofrer pelo menos
alguma deformação plástica.

 Trabalho a quente: quando a deformação ocorre acima da temperatura de recristalização.


Possível maiores deformações, pois o metal permanece mais dúctil.
Energia de deformação exigida é menor.
Alguns oxidam na superfície.

 Trabalho a frio: quando a deformação ocorre abaixo da temperatura de recristalização.


Produz aumento da resistência com a redução da ductilidade, pois o material encrua.
Melhor qualidade no acabamento superficial
Melhores propriedades mecânicas
Maior variabilidade de propriedades
Melhor acabamento superficial

Laminação

 Passagem de uma peça metálica entre dos rolos onde a tensão de compressão exercida resulta
em uma deformação plástica que acarreta diminuição da espessura e consequente aumento no
cumprimento.

 Produz chapas, tiras e folhas. Formas circulares como vigas e trilhos de trem são produzidas
por rolos com ranhuras.

Extrusão

 Uma barra média é forçada através de um orifício em uma matriz, mediante a uma força
compressiva aplica a um embolo, deixando a peça no formado desejado (da matriz) e com
espessura reduzida.

 Produz tubos sem costura, barras e tubos que possuem geometria mais complexa.

Forjamento

 Metal quente deforma mediante a compressões continuas.

 Matriz fechada ou aberta.


Matriz fechada: material é conformado na cavidade formada pelas partes da matriz que estão
sobre a ação de uma força.
Matriz aberta: material é conformado por duas matrizes simples, geralmente grandes peças.
Trefilação ou estiramento

 Consiste em puxar uma peça metálica através de uma matriz com orifício cônico (fieira)
mediante a aplicação de uma força de tração no lado de saída do material. Ocorre como
consequência a diminuição da sessão reta e aumento do comprimento.

 Realizada em condições a frio e com lubrificação intensa.

 Fieira possui quatro zonas: entrada (ângulo maior que vai reduzindo para facilitar a entrada),
redução (onde ocorre a deformação plástica), acabamento e saída (cônica para facilitar a
saída).
Estampagem

 O processo de estampagem de chapas envolve um conjunto de esforços mecânicos


(cisalhamento, tração, compressão, dentre outros) para cortar, dobar, estirar, embutir e cunhar
o material para que se atinja a forma desejada.

 Processo possível pela plasticidade do material.

 Processo realizado em materiais com boa estampabilidade: chapas metálicas de ligas de aço
de baixo carbono, ligas de alumínio-manganês, ligas de alumínio-magnésio e latão.

 A chapa plana sofre transformações e adquire uma nova forma.

 Realizada geralmente a frio.


5) Diagrama de fases

Alguns conceitos

 Limite de solubilidade: concentração máxima de átomos de soluto que pode se dissolver no


solvente para formar uma solução sólida específica.

 Solução solida: mistura em estado sólido de dois ou mais componentes que constituem uma
fase. (um solvente -maior quantidade- e um soluto -menor quantidade)

 Fase: porção homogênea do sistema que possui características físicas e químicas uniformes.

 Microestrutura: é caracterizada pelo número de fases presentes, suas proporções e a maneira


que está distribuída.

 Equilíbrio de fase: constância no que se refere as características da fase de um sistema em


relação ao tempo.

Equilíbrio: o sistema está em equilíbrio se a sua energia livre (energia interna do sistema e energia
da aleatoriedade dos átomos – entropia) encontra-se em um valor mínimo para alguma combinação
de temperatura, pressão e composição específica. Uma alteração de temperatura, composição ou
pressão desse sistema resulta no aumento de energia livre e consequentemente mudança para
outro estado no qual essa energia será novamente reduzida.

 Estado metaestável ou não-equilíbrio: estado em que o sistema não chega ao equilíbrio devido
a lenta taxa de transformação.

 Diagramas de fases representam as relações entre temperatura e composição, e as


quantidades de cada fase em condições de equilibrio. A pressão mantém constante (1atm)

Fases presentes

 Linha de amarração: determinam as curvas de fronteira entre fases e fornecem % dos elementos
em cada fase.

Para a composição C0 (35% Ni / 65% Cu) a 1250º C


CL (composição do líquido): 31,5% Ni / 68,5% Cu
Cα (composição da fase α): 42,5 % Ni / 57,5% Cu
 Regra da alavanca: utilizando a linha de amarração fornece a quantidade de cada fase naquelas
condições de temperatura e composição.

Para a composição C0 (35% Ni / 65% Cu) a 1250º C


%L = 68%
%α= 32%

 Resfriamento nas condições de equilíbrio

O processo de resfriamento no equilíbrio só ocorre para taxas de resfriamento extremamente


lentas, pois, com a alteração de temperatura reajustes na composição das fases sólida e líquida
devem ocorrer (de acordo com as curvas) e esses reajustes acontecem mediante ao mecanismo
de difusão, como os mecanismos de difusão necessitam de tempo para acontecer deve se
permitir que o sistema fique tempo suficiente em cada temperatura para que ocorra as
mudanças de fase necessárias.
 Resfriamento fora das condições de equilíbrio

Nesse processo leva-se em consideração que a parte sólida da etapa anterior a que se analisa
não se transformou totalmente na nova fase, uma vez que, no resfriamento fora do equilibrio
as taxas de difusão na fase sólida são muito rápidas (na fase líquida é suficiente), logo, nova
fase que se forma vai crescendo radialmente em torno da fase anterior. A composição,
portanto, da fase total formada é uma média ponderada da composição das fases formadas ate
então. Isso da origem a linha tracejada que é a deslocação da linha solidus, por consequência
do resfriamento fora do equilíbrio. Essa deslocação irá depender da taxa de resfriamento:
quanto MENOR a taxa, MENOR o deslocamento.
Consequência desse resfriamento fora do equilíbrio:
Segregação devido a distribuição não uniforme dos elementos dentro dos grãos (gradientes
de concentração dentro do grão) sendo o centro que é a primeira parte a se solidificar mais
rico do elemento de maior ponto de fusão e as partes externas que é a ultima a se solidificar
mais rica do elemento de menor ponto de fusão, formando uma estrutura chamada de zonada.
A estrutura zonada apresenta propriedades inferiores, pois, as quando ocorre o reaquecimento
da liga, as áreas dos contornos dos grãos irão se fundir primeiro devido ao menor ponto de
fusão e com isso perder integridade mecânica graças a película fina que se forma entre os grãos.
Essa estrutura pode ser eliminada pelo tratamento térmico de homogeneização a uma
temperatura abaixo do ponto sólidos para uma determinada composição, esse processo promove
a difusão atômica e regula a concentração ao longo do material.
6) Transformações de fase

 Para que haja transformações necessita-se de tratamentos de resfriamento e aquecimento. E


exige-se um tempo.
 A velocidade e a taxa em que as transformações acontecem é muito importante na relação entre
tratamento térmico e microestrutura.
 A temperatura exerce influencia sobre a cinética de transformação e consequentemente sobre
taxa de transformação.
Taxa de transformação aumenta com o aumento da temperatura
 Limitação dos diagramas de fase é indicar o tempo necessário para se atingir o equilíbrio.

Transformações (3 tipos)

 As transformações em que há difusão e não ocorre mudança de fase e composição. Ex.:


crescimento de grão, recristalização e solidificação.
 As transformações em que há difusão e ocorrem mudanças de fase. Ex.: eutetoides, euteticas.
 As transformações em que não há difusão e ocorre a produção de uma fase metaestável. Ex.:
formação da martensíta

Etapas da transformação

 Nucleação: núcleos pequenos de uma nova fase que são capazes de crescer. Imperfeiçoes são
sítios favoráveis para o surgimento desses núcleos.
 Crescimento: os núcleos aumentam de tamanho até que a proporção de cada fase em
condições de equilíbrio seja atingida.

Super-resfriamento ou sobreaquecimento

Para transformações que não estão no equilíbrio as temperaturas de transformação sofrem


alterações. No aquecimento se alteram (deslocam) para temperaturas mais altas
(sobreaquecimento) e no resfriamento se alteram (deslocam) para temperaturas mais baixas
(super-resfriamento).

Taxa de transformação

Para a transformação em perlita: Quanto


maior a temperatura, menor o super-
resfriamento, menor a taxa de nucleação
(pois maior a energia de ativação
necessária), menor a taxa de transformação
e maior o tempo de transformação.

Para a transformação em bainita: quanto


maior a temperatura, maior a taxa de
transformação, menor o tempo de
transformação.
7) Diagrama de fase Ferro-Carbono

Alguns conceitos

 O diagrama Ferro-Carbono representa as microestruturas presentes no aço e no ferro fundido.


É representado até o teor de 6,67% de C que é na prática o teor máximo de carbono presente
nesses materiais. 100%C temos o grafite.

 O carbono é intersticial tanto na ferrita alfa e delta quanto na austenita. Já na cementita ele se
apresenta na forma de Carbeto de Ferro Fe3C (composto iônico), porém, como a cementita é
um composto metaestável, o carbono pode também aparecer na forma de grafite se aquecido
entre 650ºC e 700ºC por vários anos (estrutura se mantem no resfriamento). Contudo, a taxa
de decomposição da cementita em grafite é bastante lenta, fazendo com que o carbono se
apresente sempre como carbeto em condições prática, tornando, desse modo, o diagrama Fe-
C válido.

 Nos ferros fundidos o que ocorre é a adição de Silicio (1 a 3%) como forma de acelerar essa
decomposição da cementita em grafite. Teor de carbono no ferro fundido é de 2,14% até 6,67%.

 Teor de carbono nos aços até 2,14%

Fases presentes:

 Ferrita ou fase alfa (α): estrutura CCC / Cmax: 0,02% / macia e dúctil.
Ferrita alfa sofre transformação polimórfica para a austenita a 912ºC.
A austenita por sua vez sofre transformação para ferrita delta (δ), que também é CCC como a
ferrita α, a 1394ºC.
Se fundindo a 1583ºC
A solubilidade baixa do carbono na ferrita (0,02%) pode ser explicada pela forma e pelo tamanho
dos interstícios das estruturas CCC que tornam difícil de acomodar os átomos.
 Austenita ou fase gama (γ): estrutura CFC / Cmáx: 2,14% / macia e dúctil
A austenita não é estável a temperaturas abaixo de 727ºC
A solubilidade do carbono na austenita (2,14%) é superior a solubilidade na ferrita pois as
posições intersticiais na estrutura CFC são maiores

 Cementita (Fe3C): estrutura ortorrombica / C: 6,67% / mais dura e menos dúctil


A cementita se forma quando o limite de solubilidade do carbono na ferrita se excede a
temperaturas abaixo de 727ºC
A cementita também coexiste com a austenita entre as temperaturas de 727ºC e 1148ºC.

 A cementita é mais dura e frágil, enquanto que a ferrita é mais dúctil e macia, portanto, quando
se aumenta o teor de carbono e consequentemente a % da fase cementita, a dureza do aço
também aumenta. Uma vez que a cementita é mais frágil, ocorrerá também diminuição da
ductilidade e da tenacidade.

Reações invariantes no diagrama Fe-C

 Aço eutetóide: %C = 0,77 / aço hipoeutetoide: %C <0,77 / aço hipereutetoide: %C > 0,77
 Ferro fundido branco eutético: %C = 4,3 / Ferro fundido branco hipoeutético: %C <4,3 / Ferro
fundido branco hipereutético: %C > 4,3

Desenvolvimento das microestruturas no equilíbrio para o aço

 Formação do constituinte perlita (ferrita e cementita) - ponto de composição eutetóide (aço


eutetóide):
A partir do campo da austenita nenhuma mudança ocorre até que se antiga a temperatura de
727ºC.
A reação 3 ocorre nesse ponto.
À medida que essa liga se resfria lentamente, a partir desse ponto, a austenita se transforma em
camadas ou lamelas alternadas de ferrita e cementita (perlita). As lamelas se orientam na mesma
direção dentro de um mesmo grão. Lamelas mais grossas e claras representam a ferrita e as mais
finas e escuras a cementita. A perlita apresenta propriedades intermediárias.
Formação da perlita:
1- Núcleo inicial de cementita surge
2- Nucleação de lamelas de ferrita ao lado da cementita.
Essa nucleação da cementita e em seguida da ferrita ao seu redor se dá pois a composição da fase
de origem (austenita) é diferente da composição das fases que estão surgindo (ferrita e cementita),
logo, ocorre uma difusão de átomos de uma região para a outra de modo a diminuir a %C na região
que virá a formar a ferrita e aumentar na região que irá formar a cementita. Átomos se deslocam
da região da ferrita para a cementita.
3- Crescimento lateral e para frente.
4- Núcleos com orientações diferentes surgem e crescem simultaneamente.

 Formação dos constituintes perlita e ferrita proeutetóide - ponto de composição anterior ao


eutetóide (aço hipoeutetóide):
No resfriamento anterior ao ponto eutetóide quando se ultrapassa o limite da austenita ocorre a
transformação de parte dessa fase em ferrita ao longo dos contornos de grão de austenita, as duas
fases irão se coexistir.
Dentro desse campo (austenita e ferrita) à medida que o resfriamento evolui ocorre um ligeiro
aumento do teor de carbono na ferrita e um aumento mais drástico na austenita (linha de amarração
fornece esses valores). Ocorre também o aumento da fase ferrita, uma vez que a austenita vai se
tornando mais termodinamicamente instável.
Abaixo da temperatura de transformação eutetóide toda austenita se transforma em perlita e a
ferrita em ferrita pro eutetóide.
Microconstituintes formados: perlita e ferrita pro eutetóide.
Fases formadas: cementita e ferrita.
As composições dos constituintes, ferrita proeutetóide e perlita, serão determinados pela regra da
alavanca feita sobre a linha do ponto eutetóide, pois, a austenita formou a perlita e a ferrita em
ferrita pro eutetóide, logo, suas % irão ser correspondentes a % dos constituintes.

 Formação dos constituintes perlita e cementita proeutetóide - ponto de composição


posterior ao eutetóide (aço hipereutetoide):
No resfriamento posterior ao ponto eutetóide quando se ultrapassa o limite da austenita ocorre a
transformação de parte dessa fase em cementita ao longo dos contornos de grão austeníticos. As
duas fases irão se coexistir.
Dentro desse campo (austenita e cementita) à medida que o resfriamento evolui o ter de carbono
na cementita permanece constante e na austenita diminui (linha de amarração fornece esses
valores). Ocorre também o aumento da fase cementita, uma vez que a austenita vai se tornando
mais termodinamicamente instável.
Abaixo da temperatura de transformação eutetóide toda austenita se transforma em perlita e a
cementita em cementita proeutetóide.
Microconstituintes formados: perlita e cementita proeutetóide.
Fases formadas: cementita e ferrita.
As composições dos constituintes, cementita proeutetóide e perlita, serão determinados pela regra
da alavanca feita sobre a linha do ponto eutetóide, pois, a austenita formou a perlita e a ferrita em
ferrita proeutetóide, logo, suas % irão ser correspondentes a % dos constituintes.

Desenvolvimento das microestruturas no equilíbrio para o ferro fundido

 Formação dos constituintes ledeburita (fundo de cementita com glóbulos de perlita) – ponto
de composição eutético (ferro fundido branco eutético):
No resfriamento no ponto eutético quando se ultrapassa a linha de temperatura eutética o liquido
se transforma em uma matriz de cementita com glóbulos de austenita. Continuando o resfriamento
lento a austenita irá se transformar em perlita. O constituinte formado ao final é a ledeburita que é
uma matriz de cementita com glóbulos de perlita.

 Formação dos constituintes ledeburita (fundo de cementita com glóbulos de perlita) e


perlita – ponto de composição anterior ao eutético (ferro fundido branco hipoeutético):
No resfriamento anterior ao ponto eutético quando se ultrapassa o campo da fase líquida, parte do
liquido se transforma austenita. Continuando o resfriamento lento e passando a temperatura
eutética a austenita formada anteriormente irá se transformar em uma matriz de cementita com
glóbulos austenita (ledeburita primária) e o líquido irá se transformar em austenita e cementita. Ao
ultrapassar a temperatura eutetóide a ledeburita primária vira ledeburita secundária pois os glóbulos
de austenita viram perlita (matriz de cementita com glóbulos de perlita) e a austenita formada vira
perlita. O constituinte formado ao final é a ledeburita secundária que é uma matriz de cementita
com glóbulos de perlita e perlita.

 Formação dos constituintes ledeburita (fundo de cementita com glóbulos de perlita) e


cementita – ponto de composição anterior ao eutético (ferro fundido branco
hipoeutético):
No resfriamento posterior ao ponto eutético quando se ultrapassa o campo da fase líquida, parte
do liquido se transforma cementita. Continuando o resfriamento lento e passando a temperatura
eutética o líquido irá se transformar em cementita com glóbulos de austenita e a cementita continua.
Ao ultrapassar a temperatura eutetóide a os glóbulos de austenita na cementita formada viram
perlita (matriz de cementita com glóbulos de perlita - ledeburita). O constituinte formado ao final é
a ledeburita que é uma matriz de cementita com glóbulos de perlita e cementita.

 Ferro fundido cinzento: grafita em veios. O crescimento da grafita é segundo os planos


prismáticos devido a sua energia superficial menor graças ao O e S. Possui baixa ductilidade
pois os veios tem quinas que atuam como concentradores de tensão. Matriz metálica possui
ferrita e perlita.
 Ferro fundido nodular: grafita em nódulos. Tem maior ductilidade e tenacidade. Matriz metálica
possui ferrita e perlita.

Outras microestruturas

 Perlita

Perlita grosseira: produzida a temperaturas imediatamente abaixo da temperatura eutetóide onde


a taxa de difusão é elevada o que permite ao carbono difundir ao longo de distancias relativamente
longas, resultando em lamelas mais grossas. Ambas as camadas (ferrita e cementita).

Perlita fina: produzida na vizinhança de 540ºC, onde devido as temperaturas mais baixas se tem
taxas de difusão do carbono também mais baixas, resultando em lamelas finas.

A espessura da camada das fases da perlita também irá influenciar no comportamento mecânico
do material, sendo a perlita fina mais dura e resistente que a perlita grosseira. Isso se explica, por
dois motivos:
1- A cementita que atua como reforço nas camadas de perlita (devido à forte aderência entre
elas e a rigidez da fase cementita) tem seu grau de reforço aumentado na perlita fina, uma
vez que, há maior quantidade de contornos de grão.
2- As discordâncias que se movimentam na ferrita terão mais barreiras para se locomoverem,
uma vez que, a perlita fina tem mais contornos de grão.

 Bainita

É um microconstituinte formado a temperaturas mais baixas que a temperatura de formação da


perlita e que é também produto de transformações austeníticas. É composto pelas fases cementita
e ferrita assim como a perlita, porém, em arranjos diferentes.

Bainita superior: formada entre 300 e 540ºC, composta por ripas ou agulhas de ferrita paralelas
separadas por partículas alongadas de cementita.

Bainita inferior: formada entre 200 e 300ºC, composta por placas finas de ferrita com partículas
estreitas de cementita em seu interior.

Por possuir as fases cementita e ferrita mais finas são mais duros e resistentes que a perlita, porém,
possui valores de ductilidade desejáveis.
 Cementita globulizada

É formada pelo aquecimento de um aço com microestrutura perlíticas ou bainítica a temperaturas


abaixo da temperatura eutetóide (+-700ºC) por 18 a 24h – recozimento subcrítico.

Estruturas com cementita globulizada possuem menor resistência e maior dureza que as estruturas
perlíticas, pois existe uma menor área de contorno de grão por volume na cementita globulizada o
que restringe menos a movimentação das discordâncias.

 Martensita

Formada quando ligas ferro-carbono austenitizadas são resfriadas rapidamente até uma
temperatura relativamente baixa (têmpera).

É uma estrutura monofásica que não se encontra em equilíbrio (realizada fora do equilíbrio),
resultante de uma transformação sem difusão. Ela se forma quando a taxa de resfriamento é muito
rápida e impede que haja a difusão dos átomos de carbono (quando há difusão resulta em ferrita e
cementita), quase instantaneamente os grãos de martensíta nucleiam e crescem a taxas muito
rápidas.

%C até 0,6: martensíta em ripas: placas longas e finas.


%C inferior a 0,6: martensíta lenticular: forma de agulha

É a microestrutura mais dura, mais resistente e mais frágil. Sua dureza não está relacionada a
microestrutura assim como nos aços perliticos e sim ao pequeno número de planos de
escorregamento e a posição que os átomos de carbono intersticiais ocupam de maneira a restringir
a movimentação das discordâncias. Quanto mais carbono na martensíta, maior a dureza, pois
maior a restrição do movimento das discordâncias.

A martensíta é menos densa que a austenita, logo, na transformação ocorre um aumento de


volume, consequentemente ocorre aparecimento de tensões internas que podem dar origem a
trincas. Desse modo, a martensíta é mais frágil pela presença das tensões internas e pela sua
morfologia (forma de agulha).

 Martensita revenida

A martensíta apesar de muito dura é tão frágil que não pode ser usada na maioria das aplicações.
Porém, um tratamento térmico conhecido como revenimento restaura a tenacidade a ductilidade da
martensíta.

O revenido é conseguido pelo aquecimento da martensíta até uma temperatura abaixo da


temperatura eutetóide (250 a 650ºC) por um determinado intervalo de tempo que permite o
surgimento das fases ferrita e cementita por meio da difusão do carbono.
As tensões internas são aliviadas a temperatura de 200ºC.

A microestrutura da martensíta revenida consiste em pequenas partículas de cementita dispersas


no interior de uma matriz de ferrita.

É quase tão dura e resistente quanto a martensíta, porem, com maior tenacidade e ductilidade.
A dureza se explica pelo reforço oferecido pela cementita e pela quantidade de contornos de grão
presentes devido as partículas pequenas e dispersas de cementita que impedem movimentação
das discordâncias.
A tenacidade e ductilidade se explica pela matriz ferrítica.
 Austenita retida

É a austenita que não teve tempo de virar martensíta no resfriamento rápido.

 Elementos gamagênicos (Ni, C, Mn) ampliam o campo da austenita e elementos alfagênicos


(Cr, Mo, Si, W e Ti) ampliam o campo da ferrita no diagrama de fase Fe-C
Consequentemente, a temperatura eutetóide diminui com o aumento do teor de elementos
gamagênicos (demora mais a formar ferrita) e aumenta com o aumento do teor de elementos
alfagênicos (forma ferrita mais facilmente).
8) Diagrama TTT

Fatores que alteram as curvas TTT

(a) teor de C

Quanto maior o teor de C mais afastada a curva TTT do eixo y (transformações em perlita e
bainita deslocam para tempos mais longos): mais carbono maior o tempo necessário para ocorre
a difusão e a consequente transformação de fase.

Quanto maior o teor de C menor a temperatura de início e fim da transformação martensítica


(aumenta super-resfriamento): pois, maior quantidade de carbono é necessário maior força motriz
para mover o carbono que está intersticial na fase austenítica.

(b) Elementos de liga

Com exceção do cobalto, quanto maior o teor de elementos de liga mais afastada é a curva TTT
do eixo y: pois, a presença de elementos de liga facilita a formação de martensíta.
Isso permite o resfriamento mais lento (em óleo) para a obtenção de martensíta, proporcionando
uma diminuição dos riscos de empenamento.

Quanto maior o teor de elemento de liga maior é a temperatura de inicio e fim da transformação
martensítica: pois, facilita-se a formação de martensíta.

(c) Tamanho do grão

Quanto maior o grão austenítico mais afastada do eixo y é a curva: grãos maiores de austenita,
menos sítios para nucleação de nova fase.
O número a frente do ASTM significa o número de graõs por unidade de área. Logo, menor o
número, maior o tamanho do grão e maior o número, menor o tamanho do grão. Ex: ASTM 3 tem
grão maior que ASTM 11.
(d) Homogeneidade da austenita

Quanto mais homogênea (sem carbonetos) for a minha austenita mais afastada do eixo y são as
curvas TTT: pois, há menos sítios para nucleação de novas fases.
9) Tratamentos Térmicos

Tratamentos térmicos para amaciamento:

 Material é levado a uma temperatura elevada; é deixado nessa temperatura (tempo de


encharque ou encharcamento); resfriamento lento (geralmente a temperatura ambiente).

 Objetivos: alivio de tensões, aumentar ductilidade e tenacidade e produzir uma microestrutura


específica.

 Peças com dimensões grandes podem gerar gradientes internos de temperatura e tensões que
por sua vez podem causar trincas.

 Recozimento intermediário: tratamento utilizado para eliminar os efeitos de deformações


plásticas a frio. Ou seja, aumentar a ductilidade de um material previamente encruado.
Como se deseja estrutura com grão fino o tratamento é encerrado antes que haja crescimento
de grão.

 Recozimento para o alívio de tensões: tratamento utilizado para eliminar tensões internas.
Temperaturas relativamente baixas.

As tensões internas aparecem devido a deformação plástica, resfriamento não uniforme e


transformação de fase onde as fases envolvidas possuam diferentes densidades. Podem causar
trincas e empenamentos

 Normalização: tratamento térmico utilizado para refinar os grãos (reduzir o tamanho médio) e
produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme.
O aço é aquecido a uma temperatura ligeiramente acima da temperatura de austenitização,
espera-se sua completa transformação em austenita e então é resfriado ao ar.

 Recozimento pleno: o aço é aquecido a uma temperatura ligeiramente acima da temperatura de


austenitização (linhas A1 e A3) e então é resfriado no forno. Produto: perlita grosseira.

 Recozimento subcrítico (esferoidização): consiste em aquecer o material até uma temperatura


imediatamente abaixo da temperatura eutetóide (18 a 25h). A cementita irá coalescer para virar
cementita globulizada. As esferas reduzem a dureza e aumentam a ductilidade pois a menor
área de contorno de grão restringe menos a movimentação das discordâncias.
Tratamentos térmicos para endurecimento:

 Têmpera

O sucesso para um tratamento térmico de aços para se produzir uma estrutura totalmente
martensítica depende de:
(1) Composição da liga
(2) Meio de resfriamento
(3) Geometria da peça – peças com partes de espessura robusta podem gerar um resfriamento
desigual e consequentemente a formação de outras estruturas (perlita e bainita), o que não
é ideal.

Endurecibilidade ou temperabilidade: capacidade de produzir martensíta não apenas na superfície,


mas também no interior do material.
Teste Jominy da extremidade temperada é o teste para avaliar essa propriedade.
A curva de Endurecibilidade apresenta uma alta dureza na extremidade onde ocorreu o
resfriamento, pois, nessa região há uma maior taxa de resfriamento e consequentemente maior
formação de martensíta. À medida que afasta dessa região a dureza cai, pois, a taxa de
resfriamento diminui e os átomos de carbono começam a ter tempo para se difundir e formarem
estruturas mais macias como perlita e bainita.

A presença de elementos gamagênicos na liga aumentam a endurecibilidade do aço, pois, são


elementos que retardam a transformação da austenita em perlita ou bainita, propiciando a formação
de martensíta.

O teor de carbono altera a endurecibilidade, a dureza em qualquer ponto aumenta em função da


%C.

Severidade da tempera: indica a taxa de resfriamento, quando mais rápido o resfriamento maior a
severidade da tempera e mais profundo o efeito do endurecimento.

 Endurecimento por precipitação

Comum em ligas de alumínio de alta resistência.

Endurecimento promovido pela formação de partículas pequenas e dispersas de uma nova fase no
interior da matriz original do material.

É obtido mediante a dois tratamentos térmicos: de solubilização e de precipitação


Tratamento térmico de solubilização: todos os átomos do soluto são dissolvidos de modo a formar
uma solução sólida monofásica supersaturada com átomos do soluto. Aquece o material até uma
temperatura em que a fase do soluto seja totalmente dissolvida, em seguida resfria rapidamente de
maneira a prevenir difusão dos átomos e a formação de outra fase.

Tratamento térmico de precipitação: a solução sólida supersaturada obtida pelo tratamento de


solubilização agora é aquecida a uma temperatura intermediária dentro da região bifásica, deixada
por um tempo (tempo de envelhecimento) para a formação dos precipitados e então é resfriada.

O endurecimento se dá pois as partículas da nova fase formada provocam uma distorção na rede
cristalina ao seu redor, promovendo um aumento da dificuldade de movimentação das
discordâncias.
10) Propriedades e processamento dos cerâmicos

Propriedades

 Principal característica: fratura frágil catastrófica (pouca absorção de energia)

 Fratura frágil: consiste na formação e na propagação de uma trinca através da sessão reta do
material no sentido perpendicular à carga aplicada. Nas cerâmicas cristalinas a propagação da
trinca se dá através dos grãos (transgranular) e ao longo dos planos cristalográficos (clivagem).

A resistência a fratura dos materiais cerâmicos é baixa, contrário da estimada pela teoria das
forças de ligação atômica. Isso se explica pela presença de defeitos pequenos presentes ao
longo da estrutura do material que funcionam como concentradores de tensão (pontos de
amplificação da tensão). O grau de amplificação da tensão depende do comprimento da trinca
e do raio de curvatura da sua extremidade (maior em defeitos longos e pontiagudos).

Outros motivos são:


(1) Em cerâmicas cristalinas: dificuldade de movimentação das discordâncias (mecanismo de
deformação nesse tipo de cerâmica) devido a existência de poucos sistemas de
escorregamento ao longo dos quais as discordâncias poderiam se mover, isso se da devido
a natureza carregada dos íons que repelem os íons de mesma carga quando são
aproximados.
No caso das covalentes a dificuldade se da pela ligação forte e pela complexidade da
estrutura de discordâncias.
(2) Em cerâmicas não-cristalinas: viscosidade alta (mecanismo de deformação nesse tipo de
cerâmica é por escoamento viscoso – quebra e reconstrução de ligações) devido as fortes
ligações.

 Tenacidade a fratura para materiais cerâmicos é baixa. Absorve pouca energia até a fratura.

Fratura estática ou retardada: ocorre quando há propagação lenta de pequenas trincas


presentes no material pela aplicação de tensões de natureza estática.

 Alta resistência a compressão: Para tensões de compressão não existe a amplificação de


tensões associada a defeitos, por isso, as cerâmicas apresentam resistência alta a esforços
compressivos. A resistência a tração é 1/10 da resistência a compressão. Introduzir tensões
residuais de compressão na cerâmica pode melhorar sua resistência a tração.

 Resistência a flexão
O comportamento tensão deformação em materiais cerâmicos é avaliado pelo ensaio de flexão,
por três motivos: difícil usinagem de amostras com geometria especifica; difícil prender a
amostra no equipamento sem que frature; cerâmicas apresentam deformações muito baixas
antes de romper.

Ensaio de flexão pode ser de 3 ou 4 pontos.


A parte superior do corpo de prova é comprimida e inferior tracionada.
A tensão de tração máxima se localiza na extremidade mais baixa da curva do corpo de prova,
bem abaixo do ponto de aplicação da carga.
A tensão no momento da fratura é conhecida como resistência a flexão, modulo de ruptura,
resistência a fratura e resistência a dobra.
A resistência a flexão é maior que a resistência a tração pois o corpo de prova também sofre
esforços compressivos.
Quando maior o corpo de prova, menor a resistência a flexão devido a presença de mais
defeitos.
 Comportamento elástico: apresenta uma relação linear entre tensão e deformação (módulo de
elasticidade) assim como nos metais, porém, apresenta maiores valores.

 Mecanismos de deformação plástica: apesar de que à temperatura ambiente a maioria dos


materiais cerâmicos fraturarem antes de qualquer deformação plástica há alguns possíveis
mecanismos.

 Dureza: materiais mais duros são os cerâmicos. Utilizados para abrasão.

 Fluência: geralmente ocorre em resposta a tensões compressivas, é semelhante a dos metais


porém ocorre a temperaturas mais altas.

 Influencia da porosidade:

Maior porosidade, menor modulo de elasticidade


Maior porosidade, menor resistência a flexão (pois diminui a área da sessão que a carga é
aplicada, atuam como concentradores de tensão)
11) Processamento de materiais cerâmicos

Vidros: silicatos não cristalinos

 Solidificação do vidro: mediante ao resfriamento o vidro se torna cada vez mais viscoso não
havendo uma temperatura definida para sua solidificação. O volume também reduz
gradualmente em função da redução dessa temperatura, ocorrendo uma diminuição na taxa de
diminuição do volume (diminuição da inclinação da curva) quando atinge a temperatura de
transição vítrea.

 Abaixo da temperatura de transição vítrea o material é considerado um vidro, acima é um liquido


super-resfriado e líquido.
 Conformação do vidro: vidro é produzido pelo aquecimento da matéria prima até sua “fusão”
(elevada viscosidade) e posterior conformação (moldado).

Métodos de conformação usados: prensagem (utiliza molde/formas especificas/paredes


grossas), insuflação, estiramento (peças longas como fibras, laminas, barras) e conformação
das fibras (estiramento através de orifícios).

 Tratamentos térmicos:

Recozimento: aquecimento da pela de vidro até o ponto de recozimento seguido de


resfriamento, com o objetivo de eliminar tensões internas que fragilizam o material.

Têmpera: indução de tensões residuais compressivas para aumentar a resistência. Indução é


dada pela diferença de taxas de resfriamento entre a parte externa (mais fria, torna-se rígida
primeiro) e interna (mais quente, não rígida) que quando enrijece contrai o exterior.
Para fraturar um vidro temperado a carga deve ser superior a tensão residual compressiva e a
tensão de tração.

 Vitrocerâmicos: material policristalino com grãos finos que foi obtido por meio da desvitrificação
(tratamento térmico).
Utiliza-se um agente de nucleação para induzir a cristalinização.
Propriedades: baixo coeficiente de expansão térmica, resistencia mecânica elevada e
condutividade térmica elevada, pode ser opaco ou cristalino

Argila (aluminossilicatos com água)

 Hidroplasticidade das argilas: quando adiciona água se torna muito plástica e fácil de ser
conformada.
Estruturas cristalinas de camadas. Mais comum caolinita.
A água se posiciona entre as camadas formando uma película fina na qual os átomos se
deslizam, o que é responsável pela plasticidade das argilas com a adição de água.

 Técnicas de fabricação:

Preparação dos pós: moagem e separação granulométrica.

Mistura com água.

Conformação:

(1) Conformação hidroplástica: a técnica mais comum é a extrusão, onde a mistura é forçada
por um orifício da matriz com geometria desejada.

(2) Fundição por suspensão: uma suspensão de argila e outros materiais em água são
derramadas em um molde poroso, a água é absorvida pelos poros e a camada sólida
permanece no molde (espessura dependerá do tempo). (colagem de barbotina é um
exemplo)

Secagem: retirada de líquidos adicionados na operação de conformação.


Ocorre a diminuição do volume, uma vez que, a água entre camadas é retirada.
Taxa de evaporação e difusão da água devem ter valores próximos para se evitar defeitos na peça.

Cozimento: aumenta a densidade e a resistência.


O aumento da temperatura leva a um aumento da densidade, que reduz da porosidade e
consequentemente aumenta a resistência.
Há a formação de uma fase vítrea nos poros do material. Maior vitrificação, maior resistência, maior
densidade e maior durabilidade. Vitrificação aumenta em função do aumento da temperatura de
cozimento.

Prensagem de pós

 Uma massa pulverizada contendo pouca quantidade de água ou outro aglutinante é prensada
na forma desejada.

 Compactação é maximizada utilizando proporções ideais de partículas de granulometria maior


e mais finas.

 Aglutinante lubrifica as partículas durante seu movimento no processo de compactação.

 Cozimento deve ser realizado e proporciona a sinterização das partículas.

 Procedimento utilizado em materiais que só se fundem em temperaturas muito elevadas e


quando não se deseja materiais com densidades elevadas sem crescimento de grão.

Refratários

 Propriedades das cerâmicas refratárias: resistentes a temperaturas elevadas sem fundir e sem
se decompor, inertes quando submetidos a ambientes severos e isolantes térmicos.

 Porosidade: REDUÇÃO da porosidade leva a um AUMENTO da capacidade de suportar carga


e da resistência a corrosão e uma DIMINUIÇÃO da resistência ao choque e do isolamento
térmico.

 Desempenho da cerâmica refratária depende da composição. Por isso são classificados: argila,
sílica, básica e refratários especiais.

 Argilas refratárias: são argilas de alta pureza de alumina e sílica (Al2O3 – SiO2).
Acima da temperatura de 1587ºC a quantidade de líquido dependerá da composição
Usada em fornos (resistência é menor importante/isolamento é mais importante).

 Refratários de sílica (ou refratários ácidos): ingrediente principal é a sílica.


Suporta cargas a altas temperaturas.
Teor de alumina deve ser o mínimo, pois, diminui a temperatura liquidus significativamente
levando a presença da fase líquida, e consequente perda de resistência mecânica, em
temperaturas mais baixas.

 Refratários básicos: rico em magnesita e podem conter compostos de Fe, Cr e Ca.


Resistentes ao ataque por escória e por isso usado em alguns fornos para fabricação de ácido.

 Refratários especiais: compostos de pureza elevada e com pouca porosidade para aplicações
especiais.
Possuem alumina, sílica, magnesita, mulita (3Al2O3 – 2SiO2), carbeto de silício, carbono e
grafita
Carbono e grafita são muito refratários porém tem a aplicação limitada devido a susceptibilidade
a oxidação.
12) Estrutura e Propriedade dos Polímeros

Estrutura
 Material composto por macromoléculas formadas por ligações covalente que possuem uma
repetição de um certo grupo de átomos e que são unidas por ligações intermoleculares
Moléculas com ligações duplas e triplas são as cadeias insaturadas
Moléculas com ligações simples são as cadeias saturadas.

 O grupo de átomos que se repete se chama MERO.


Um mero se chama monoMERO, vários MEROS se chama poliMERO.

 Homopolímero: são polímeros que só tem um tipo de mero.

 Copolímero: são polímeros que tem mais de um tipo de mero.

 Tipos de reação de polimerização: em cadeia e em etapas.


Em cadeia: monômeros com ligação dupla perdem a dupla ligação e se ligam.
Em etapas: monômeros com grupos funcionais perdem os grupos e se unem.
Para haver uma reação deve existir pelo menos uma ligação dupla nos monômeros ou grupos
em cada um (funcionalidade 2)

 Copolímeros alternados A-B-A-B-A-B


Monômeros diferentes tem mais afinidade

Copolímeros em bloco A-A-A-A-B-B-B-B


Se formam pela alimentação disponível

Copolímeros aleatórios A-B-B-A-B-A-A-A-B


Se formam aleatoriamente

Copolímeros grafitizados A-A-A-A-A-A-A-A


B
B
B

 Polímeros Lineares: não tem ramificações. Pode existir grande quantidade de ligação de Van
der Wall entre as cadeias.

Polímeros Ramificados: apresenta ramificações ligadas a cadeira principal. Essas ramificações


reduzem a capacidade de compactação do polímero reduzindo sua densidade.

Polímeros adjacentes: cadeias lineares estão unidas umas as outras por ligações covalentes
em varias posições. A ligação se da por átomos ou moléculas aditivas. Materiais elásticos com
característica de borracha apresentam ligação cruzada que é dada pelo processo de
Vulcanização.

Polímeros em rede: meros trifuncionais formam redes de ligação covalente com as cadeias
principais.

 Isomeria:
Geometrica: cis (grupos do mesmo lado) e trans (grupos em lados opostos)

Taticidade: comportamento do polímero que dependendo das condições de síntese se orienta


da mesma maneiraa ao longo da cadeia.
Isotático (todos os grupos do mesmo lado), Sinditáticos (Grupos altenados) e Atática (grupos
aleatórios)

 O estado mais estável de uma molécula é em forma de novelo e o que define como esse novelo
irá se formar (cristalino ou amorfo) são as interações intramoleculares, ramificações, ligações
duplas e massa molecular.

 Cristalinidade de Polímeros: quando o polímero está na forma de melt (fundido) e depois


endurece (com o resfriamento), ele pode se tornar amorfo ou cristalino. Fato que só se controla
durante a síntese.

Mesmo os polímeros considerados cristalinos nunca são totalmente cristalinos (são


semicristalinos), pois, além dos cristais há também regiões amorfas. Essa presença de regiões
amorfas nos polímeros se dá pois as reticulações presentes nas macromoléculas impedem
qualquer movimento difusional durante o resfriamento, impedindo a organização e
consequentemente conservando o arranjo do estado líquido.

O que favorece um polímero ser totalmente amorfo é: (a) a irregularidade da cadeia e o que
favorece essa irregularidade é o posicionamento aleatório dos grupos laterais do mero. Cadeias
ataticas tem tendência a formar polímeros amorfos devido ao fato de sua aleatoriedade não
permitir que se encontre com outra cadeia formando um cristal. (b) Copolímeros aleatórios e
alternados também apresentam essa tendência. (c) excesso de reticulações que impedem a
organização;

Polímeros amorfos são mais solúveis, pois, tem mais espaços vazios em sua estrutura, logo,
facilita a entrada do solvente. O aumento da temperatura aumenta esses espaços vazios e deixa
o polímero mais solúvel.

Cristais de polímeros podem ser de cadeia dobrada ou esferulites. Cadeia dobrada são cadeias
moleculares que se dobram para frente e para tras sobre elas mesmas. Esferulites são as
cadeias mais volumosas que se formam pelo empilhamento de cadeias dobradas que se
estendem radialmente do centro pra fora.

Polímeros semicristalinos são mais rígidos e resistentes.


Caráter borrachoso é mais comum nos polímeros amorfos que possuem emaranhados com
grandes quantidades de reticulações e entaglements que tendem a se estender e voltar pra
posição original.

Polímeros semicristalinos são opacos (pela presença de duas fases). Polímeros amorfos são
transparentes.
Propriedades

 Entanglement: ponto de contato físico no emaranhado. Embaraço.

 Densidade:
Quanto maior a cristalinidade, maior a densidade, pois regiões cristalinas tem um
empacotamento mais eficiente.

 Viscosidade:
Quando maior a massa molecular do polímero, maior o número de entanglemets, menor a
mobilidade das cadeias, maior a viscosidade.
Quando aumento a orientação do emaranhado (pelo aumento ta taxa de cisalhamento por ex),
menor o número de entanglements, menor a viscosidade.

 Comportamento tensão-deformação

A (frágil): limite de escoamento é o valor máximo da curva. Polímero se rompe quando antes de se
deformar plasticamente.
B (plástico): comportamento semelhante ao dos metais.
C (elastomeros): capaz de sofrer grandes deformações reversíveis

Aumento da temperatura ocasiona: diminuição do modulo de elasticidade, diminuição do limite de


resistência a tração e melhora na ductilidade (maior alongamento)
Nos polímeros o efeito da temperatura é maior que nos metais.

Diminuição da taxa de deformação ocasiona: diminuição do modulo de elasticidade, diminuição do


limite de resistência a tração e melhora na ductilidade (maior alongamento).

 Mecanismos de deformação de polímeros semicristalinos

Mecanismo de deformação elástica: estiramento das cadeias nas porções amorfas que se orientam
na direção da tensão.

Mecanismo de deformação plástica:


Lamelas se inclinam de maneira que as dobras se alinham na direção do tensão.
Seguimentos dos blocos separam e tendem a se alinhar.
 O que influencia nas propriedades

Peso molecular:
LRT aumenta com aumento do peso molecular, pois aumenta o número de embaraços
(entanglemets) na cadeia.

Grau de cristalinidade: LRT aumenta com o grau de cristalinidade. Isso se explica pela presença
de uma grande quantidade de ligações secundárias (por mais que sejam mais fracas que as
primarias covalentes, são muitas) que não existem nos amorfos em virtude do desalinhamento.

 Fusão

Temperatura de transição vítrea (Tg): temperatura acima da qual uma fase amorfa deixa de ser
vítrea e se torna borrachosa.
Valor da Tg depende da flexibilidade da cadeia (grupos volumosos, reticulações e anéis
aromaticos), das interações intercadeias (átomos eletronegativos) e da massa molar (maior massa
implica em maior volume de pontas livres e volume livre).

Temperatura de fusão cristalina (Tm): temperatura acima da qual os cristais são desfeitos.

Polímeros amorfos só possuem Tg e já ficam borrachosos ao atingila.


Polímeros cristalinos possuem os Tg e Tm e continuam rígidos ao atingir a Tg devido a sua fração
cristalina.

Elastômeros (borracha) são comumente amorfos, com poucas reticulações e com Tg mais baixa
que a temperatura ambiente.

Termofixos são amorfos com muitas reticulações. Reticulações que impediram sua organização.
Mesmo sendo totalmente amorfos não ficam borrachosos quando atingem a Tg devido a alta
quantidade de reticulações.

Plásticos (rígidos) geralmente são semicristalinos.

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