Você está na página 1de 46

INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS – IFG – CAMPUS GOIÂNIA

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS 3


ENGENHARIA CIVIL - CIÊNCIA DOS MATERIAIS
•Alunos: Brayan Lacerda Andrade, Henrique M. Cintra, Jéssica Rodrigues Silveira, Jordana Portilho
Neves e Tatielly Campos Miranda

ESTRUTURA DOS METAIS


Professor Humberto Rodrigues
1
INTRODUÇÃO Figura 1 – Mat éria prima do metal cobre e sua aplicação

• Metais
– Matéria-prima
– Processamento
– Desempenho
– Custo
Fonte: VALE, 2017.

• Sólidos cristalinos; Figura 2 – Matéria prima do metal manganês e sua aplicação

• Estruturas relativamente
simples;

• Difração por raios X.


Fonte: VALE , 2017.

2
METAIS

Figura 3 – Ilustração esquemática da ligação metálica

Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016

3
ESTRUTURA CRISTALINA DOS SÓLIDOS

Figura 4 – Arranjo tridimensional de Figura 5 – Arranjo tridimensional de


átomos, ou rede cristalina átomos, ou rede cristalina

Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016 Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016

4
CÉLULAS UNITÁRIAS
• Subdivisão da estrutura em paralelepípedos ou prismas
Figura 6 – Célula unitária cúbica Figura 7 – Célula unitária hexagonal

Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016 Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016

• Unidade estrutural representativa, ou básica

• Geometria e posição dos átomos


5
SISTEMAS CRISTALINOS

• Célula unitária com os eixos x, y e z:


Figura 8 – Célula unitária com os eixos x, y e z

Fonte: CALLISTER; RETHWISCH, 2016


6
SISTEMAS CRISTALINOS

São encontrados na natureza cristais com sete possíveis combinações


diferentes de comprimento e ângulos ,cada um dos quais representa um sistema
cristalino. Estes podem ser resumidos em:
• Cúbico
• Tetragonal
•Hexagonal
•Ortorrômbico
•Romboédrico
•Monoclínico
•Triclínico

7
DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

1. Determinar a estrutura cristalina: distâncias e ângulos

2. Analisar o comportamento da deformação plástica: principalmente nos


metais, já que esta deformação tende a ocorrer em certos planos

3. Auxiliar na compreensão das propriedades de transporte: transporte de


elétrons de condução é maior em certos planos

8
DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

1. Direção: é uma linha reta entre dois pontos, um vetor;

2. Passa pela origem;

3. Comprimento do vetor são as projeções em cima dos eixos x, y e z -> [u v w]

4. [u v w] devem ser números inteiros

5. Conjunto de direções equivalentes

Ex: Família <100> [100], [100], [010], [010], [001], [001]

9
DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

Figura 9 – Direções Cristalográficas

10
PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

1. São semelhantes aos pontos

2. Representados por três índices (h k l);

3. Planos paralelos são equivalentes e tem os mesmos índices;

4. O plano pode interceptar ou ser paralelo a cada um dos três eixos

5. Planos paralelos interceptam o eixo no ∞, seu índice é considerado (0)

6. Planos e direções com o mesmo índice são perpendiculares


11
PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

Figura 10 – Planos Cristalográficos

12
CRISTAIS HEXAGONAIS

1. Equivalente as direções Figura 11 – Cristais Hexagonais

2. Quatro índices (h k i l)

3. i= -(h+k)

13
ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS

• Como a ligação metálica é não-direcional, não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais
próximos.
Ligação atômica metálica Não - direcional

• No que se refere ao arranjo interno dos átomos nos metais, não existem restrições em relação ao número e
à posição dos átomos vizinhos mais próximos, isso leva a números relativamente grande de vizinhos mais
próximos, bem como a um empacotamento denso dos átomos para a maioria das estruturas cristalinas dos
metais.
•As estruturas cristalinas mais comuns em metais são:
– CCC (cúbica de corpo centrado)
– CFC (cúbica de face centrado)
– HC (hexagonal compacta)

14
SISTEMA CÚBICO
Figura 12 – Sistema Cúbico

Cúbico Simples (CS) Corpo Centrado (CCC) Face Centrada (CFC)


15
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS
 
São dados importante para a caracterização das estruturas dos cristais:

•O número de coordenação - representa o número de átomos mais próximos à um


átomo de referência;

•O parâmetro reticulado, que consiste na relação matemática entre uma dimensão


da célula e o raio atômico;

•O fator de empacotamento atômico, que é a relação entre o volume dos átomos


no interior da célula unitária pelo volume total da célula (F.E.A.).

16
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
SISTEMA CÚBICO SIMPLES
Figura 13 – Sistema Cúbico Simples

Apenas 1/8 de cada átomo cai


dentro da célula unitária, ou
seja,
a célula unitária contém apenas
1 átomo.
Essa é a razão que os metais
não cristalizam na estrutura
cúbica simples (devido ao baixo
empacotamento atômico)

Parâmetro de rede 17
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
PARÂMETRO RETICULADO
Figura 14 – Parâmetro Reticulado

No sistema cúbico simples


os átomos se tocam na face

a = 2R

18
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA O SISTEMA CS
É a relação entre o volume dos átomos no interior da célula
unitária pelo volume da célula
Figura 15 – Fator de Empacotamento atômico
para o Sistema CS

19
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
NÚMERO DE COORDENAÇÃO
É o número de átomos vizinhos mais próximos

Cúbica Simples Cúbica Corpo Centrado

20
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
CUBICA DE FACE CENTRADA (CFC)

Os átomos estão localizados


em cada um dos vértices e
nos centros de todas as faces.
Esse tipo de estrutura pode
ser encontradas no:

-Cobre
-Prata
-Ouro
-Alumínio

21
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
CUBICA DE FACE CENTRADA (CFC)

Número de coordenação: 12

Fator de empacotamento: 0,74

F.E.A = volume de átomos em uma célula unitária (4R)² = 2a²

volume total da célula unitária a = 2R √ 2

“No geral, os metais com essa estrutura possuem fatores de empacotamento


atômico relativamente elevados, a fim de maximizar a proteção dada pela
nuvem de elétrons livres”
22
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
CUBICA DE CORPO CENTRADO (CCC)

Os átomos estão
localizados em cada um dos
vértices do cubo e um único
átomo localizado no centro
do cubo. Esse tipo de
estrutura pode ser
encontradas no:

-Cromo
-Ferro
-Tungstênio 23
ESTRUTURAS CRISTALINAS - METAIS
CUBICA DE CORPO CENTRADO (CCC)

Número de coordenação: 8

Fator de empacotamento: 0,68

a = 4R
√3

“Uma vez que o número de coordenação é menor, o fator de empacotamento atômico


também é menor”
24
TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO

25
ESTRUTURA HEXAGONAL COMPACTA - HC
Figura 16 – Estrutura Hexagonal Compacta

Esta é uma célula unitária de uma


estrutura hexagonal compacta, HC.
Ela contém um átomo em cada
vértice dos hexágonos de base
(superior e inferior) e três átomos
em seu centro.

26
ESTRUTURA HEXAGONAL COMPACTA - HC
Figura 17 – Estrutura Hexagonal Compacta

A célula unitária de uma estrutura HC pode ser visualizada como um


hexágono regular cujos planos superior e inferior contem 7 átomos. Entre
estes planos está um meio-hexágono de três átomos.
27
ESTRUTURA HEXAGONAL COMPACTA - HC
Figura 18 – Estrutura Hexagonal Compacta

Há dois parâmetros de rede (láticos) em um cristal HC, a e c, representando os


parâmetros basais e de altura, respectivamente. No caso ideal, a relação c/a é de 1,633,
porém, divergências podem ocorrer. O número de coordenação e o fator de
empacotamento são exatamente idênticos aos da estrutura CFC (12 e
0,74,respectivamente), uma vez que ambas estruturas estão empacotadas 28
POLIMORFISMO OU ALOTROPIA

• Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura


cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse
fenômeno é conhecido como polimorfismo.
• Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas
de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades
físicas.

29
EXEMPLOS DE MATERIAIS QUE EXIBEM POLIMORFIRMO

Ferro
Titânio
Carbono (grafite e diamante)
Sic (chega ter 20 modificações cristalinas)
Etc.

30
ALOTROPIA DO FERRO
• Na temperatura ambiente, o ferro têm estrutura
CCC de 1394°C – PF CCC, número de coordenação 8, fator de
empacotamento de 0,68 e um raio atômico de
1,241 A.

CFC de 910-1394°C • A 910°C, o ferro passa para estrutura EFC, número


de coordenação 12, fator de empacotamento de
0,74 e um raio atômico de 1,292 A.

CCC até 910°C


• A 1394°C o ferro passa novamente para CCC.

31
ALOTROPIA DO TITÂNIO

FASE α
Existe até 883°C
Apresenta estrutura hexagonal compacta
É mole

FASE β
Existe a partir de 883°c
Apresenta estrutura ccc
É dura

32
DIFRAÇÃO DE RAIO X

● Callister fala sobre a importância dos raios X no Figura 19 – Difração de Raio X

desenvolvimento de novos materiais e na


compreensão de arranjos atômicos, uma vez que o
fenômeno da difração envolve os mesmos.

● A difração ocorre quando uma onda encontra uma


série de obstáculos regularmente separados que são
capazes de dispersar a onda, e possuem
espaçamentos comparáveis, em magnitude, ao
comprimento de onda.

33
DIFRAÇÃO DE RAIO X

● Raios X são formas de radiação eletromagnética de curtos comprimentos


de onda (na ordem de espaçamento atômico nos sólidos) e altos níveis de
energia.

● Quanto mais átomos tivermos no plano, maior vai ser o efeito da


difração sobre ele.

34
DIFRAÇÃO DE RAIO X
Figura 20 – Difração de Raio X

● Quando um feixe de raio X incide sobre um sólido, uma fração desse feixe será
dispersa em todas as direções pelos elétrons associados a cada íon ou átomo
encontrado na trajetória do feixe.

35
DIFRAÇÃO DE RAIO X
Figura 21 – Difração de Raio X

● Quando essa radiação X incide em um


plano cristalino e temos nesse plano
distâncias bem definidas, a diferença de
comprimento da radiação X que chega na
superfície, interage e reflete,
apresentando diferença de caminho nas
radiações que difratam no material. Se
essa diferença de caminho for exatamente
o múltiplo inteiro do comprimento de
onda, a radiação X que sai, vai sair em
fase. Se ela sai em fase, soma energia. Essa
relação foi estudada por Bragg.

36
DIFRAÇÃO DE RAIO X

● Para que o raio X sofra difração em um arranjo


periódico de átomos, é necessário que obedeça às
condições da Lei de Bragg, representada pela
equação a seguir, onde n representa a ordem da
reflexão, sendo um número inteiro.

37
TÉCNICAS DE DIFRAÇÃO
Figura 22 – Difração de Raio X
● A fonte do difratômetro gera raios X que é um
filamento aquecido em que se aplica uma tensão
de aproximadamente 20 a 30 mil volts. Essa
radiação X (T) que é produzida, incide no
material (S) que está em um porta-amostra que
se encontra no centro do goniômetro e essa
radiação é refletida, difratando em todas as
direções e o detector do difratômetro (C) faz a
varredura angular. Para que o ângulo de
incidência seja igual ao ângulo de refração, o
detector tem que deslocar duas vezes o ângulo
de giro da amostra.
38
TÉCNICAS DE DIFRAÇÃO
● No diagrama de intensidade de radiação X detectada, em algum ângulo bem definido

teremos um pico de difração, o detector vai captar essa energia da radiação difratada. A

partir do conjunto de três picos mais intensos dos três planos mais densos do material

conseguimos definir qual o sistema cristalino que esse material pertence.


Figura 23 – Difração de Raio X

39
SÓLIDOS NÃO-CRISTALINOS

● Também chamados de amorfos (sem forma), ou de líquidos de super-resfriados,

são sólidos carentes de arranjo atômico regular e sistemático ao longo de

distâncias atômicas relativamente grandes, lembrando estruturas atômicas de

líquidos.
● A comparação entre a formação de estruturas cristalina e não-cristalina vai da
facilidade na qual uma estrutura atômica no estado liquido tem para se
transformar em um estado ordenado durante o processo de solidificação. Logo,
materiais amorfos se caracterizam pela dificuldade de se ordenarem.
40
SÓLIDOS NÃO-CRISTALINOS

Um bom exemplo é a estrutura não-cristalina e cristalina do composto


cerâmico dióxido de silício (SiO₂), o pode ser encontrado em ambos os
estados. No primeiro, a estrutura é muito mais ordenada e regular do que
no segundo.
Figura 24 – Sólidos não-cristalinos

41
CONCLUSÃO

• Estudo e caracterização das estruturas

• Aplicação dos metais

• Tecnologias de processamento

42
ANEXO A – Resumo
Metais Com base na química e na estrutura atômica, os materiais
são classificados em três categorias gerais, sendo uma
dessas, os elementos metálicos.

Ligação atômica Os metais são constituídos de ligações metálicas.

Estrutura dos Sólidos cristalinos são caracterizados por estruturas de


sólidos cristalinos átomos ordenados e repetidos.

Células unitárias As estruturas cristalinas são especificadas em termos de


células unitárias com a forma de paralelepípedos; essas
células são caracterizadas por sua geometria e pelas
posições dos átomos no seu interior.

Sistemas O conceito do sistema cristalino é empregado para classificar


cristalinos as estruturas cristalinas com base na geometria da célula
unitária. Existe sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal,
hexagonal, ortorrômbico, romboédrico (trigonal), monocíclico
e triclínico.
43
ANEXO A – Resumo
Estrutura cristalina  A maioria dos metais comuns existe em pelo menos uma
dos metais das três estruturas cristalinas relativamente simples:
Cúbica de faces centradas (CFC), que possui uma célula
unitária cúbica.
Cúbica de corpo centrado (CCC), que também possui
uma célula unitária cúbica.
Hexagonal compacta, que possui uma célula unitária com
simetria hexagonal.
 Duas características de uma estrutura cristalina são
Número de coordenação – o número de átomos vizinhos
mais próximos, e
Fator de empacotamento atômico – a fração do volume
de uma célula unitária ocupada por esferas sólidas.

Polimorfismo e Polimorfismo ocorre quando um material especifico pode


Alotropia apresentar mais de uma estrutura cristalina. A alotropia é o
polimorfismo para sólidos elementares.

44
ANEXO A – Resumo
Sistemas O conceito do sistema cristalino é empregado para classificar
cristalinos as estruturas cristalinas com base na geometria da célula
unitária. Existe sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal,
hexagonal, ortorrômbico, romboédrico (trigonal), monocíclico
e triclínico.

Difração de  Técnica usada para determinar a estrutura cristalina e o


Raios X espaçamento interplanar.
 A Lei de Bragg determina os parâmetros para a difração
dos raios X.
 Materiais sólidos que não apresentam um arranjo
sistemático e regular dos átomos ou íons.

45
REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. 1. ed. Rio de Janeiro,
LTC: 2002;
 
CALLISTER, W. D; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. 9. ed.
Rio de Janeiro: LTC: 2016;
 
SHACKELFORD, J. F. Ciência dos Materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008;
 
VALE. Mineração. Disponível em: <
http://www.vale.com/brasil/PT/business/mining/Paginas/default.aspx>. Acesso em
08/12/2017.
 
VAN VCLAK, L. H. Princípios de Ciências dos Materiais. São Paulo: Edgard Blucher, 1970.

 
46

Você também pode gostar