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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA

LEPUC - LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

INTELIGENTE

Porto Alegre, novembro de 2003.


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ENGENHARIA
LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA DA PUCRS

Sumário
1. Informações sobre a Instituição de Pesquisa...........................................................................4
1.1 Denominação................................................................................................................... 4
1.2 Endereço.......................................................................................................................... 4
1.3 Unidade Executora .......................................................................................................... 4
1.4 Equipe.............................................................................................................................. 4
2. Identificação e Objetivo do Projeto.........................................................................................4
2.1 Titulo ............................................................................................................................... 4
2.2 Objetivo do Projeto ......................................................................................................... 4
3. Resultados Esperados.............................................................................................................. 4
4. Descrição Sumária da Metodologia Adotada no Desenvolvimento do Projeto ...................... 5
5. Resultados Alcançados (resumo de medidas efetuadas, resultados de análises,
especificações de protótipos, resultados de ensaios, etc.) ............................................................... 5
5.1 Estudo e Implementação de um Pré-Regulador do Fator de Potência ............................5
5.1.1 Pré-Reguladores do Fator de Potência ................................................................. 6
5.1.2 Tensão e Corrente de Entrada em uma Fonte Convencional ...............................8
5.1.3 Considerando a Impedância da Rede Elétrica......................................................9
5.1.4 Pré-Regulador do Fator de Potência..................................................................... 9
5.1.5 Conversor Elevador (Boost)............................................................................... 10
5.1.6 Etapas de funcionamento do Boost .................................................................... 10
5.1.7 PFP com Controle por Corrente Média (ou Controle por Multiplicador):......... 11
5.1.8 Resultados Boost CCM ...................................................................................... 12
5.1.9 Projeto do Circuito de Potência Boost FM (2)...................................................14
5.1.10 Resultados Boost FM .........................................................................................16
5.2 Estudo e Desenvolvimento de um Reator Eletrônico com Controle do Fluxo Luminoso
para Lâmpadas de Alta Pressão de Vapor de Sódio.................................................................. 16
5.2.1 Descarga elétrica nos gases ................................................................................ 17
5.2.2 Característica de resistência negativa.................................................................18
5.2.3 Métodos de estabilização da descarga em um tubo de descarga........................18
5.2.3.1 Método Resistivo.......................................................................................... 19
5.2.3.2 Método Capacitivo ....................................................................................... 19
5.2.3.3 Método Indutivo...........................................................................................19
5.2.4 Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão. ...................................................... 19
5.2.5 Reatores Eletrônicos........................................................................................... 20
5.2.6 Análise Qualitativa e Quantitativa ..................................................................... 23
5.2.6.1 Topologia de Inversor Adotado.................................................................... 23
5.2.6.2 Análise qualitativa do reator após o acendimento da lâmpada ....................23
5.2.6.3 Análise de circuitos utilizados para geração de alta tensão ......................... 25
5.2.6.4 Resposta em freqüência do reator utilizando o filtro LCC........................... 26
5.2.7 Projeto do Reator Eletrônico .............................................................................. 27
5.2.8 Resultados Experimentais .................................................................................. 30
5.2.8.1 Construção do indutor série.......................................................................... 31
5.2.8.2 Medição da corrente na lâmpada.................................................................. 31
5.3 Sistema de Medição de Potência e Proteção ................................................................. 32
5.3.1 Amostra de tensão e corrente. ............................................................................33
5.3.2 Multiplicador de tensão......................................................................................33
5.3.3 Integrador ........................................................................................................... 33
5.3.4 Sensor de Sobrecarga ......................................................................................... 33
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5.3.5 O Sistema Implementado ...................................................................................34


5.4 Modem PLC ..................................................................................................................35
5.4.1 Modo de Transmissão do TDA5051A ............................................................... 35
5.4.2 Modo de Recepção do TDA5051A.................................................................... 36
5.4.3 Modem Implementado ....................................................................................... 36
5.5 Unidade de Controle...................................................................................................... 38
6. Confronto com os resultados esperados e justificativas para as discrepâncias verificadas; . 44
7. Cronograma Previsto e Executado, com Justificativa para as Discrepâncias Verificadas....44
8. Orçamento previsto e executado, com justificativa para as discrepâncias verificadas. ........45
9. Estratégia de difusão tecnológica dos resultados da pesquisa............................................... 46
10. Conclusão .......................................................................................................................... 47
11. Bibliografia........................................................................................................................ 48
12. ANEXOS........................................................................................................................... 50

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1. Informações sobre a Instituição de Pesquisa


1.1 Denominação

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS


Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Elétrica

1.2 Endereço

Avenida Ipiranga, 6681 - Prédio 30.


Caixa Postal 1429
CEP 90619-900 - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 3320-3686 ramal 216 ou (51) 3320-3500 ramal 4156
Fax: (51) 3320 3540 ou (51) 3320-3625

1.3 Unidade Executora

Laboratório de Eletrônica de Potência da PUCRS - LEPUC


Faculdade de Engenharia da PUCRS
Departamento de Engenharia Elétrica

1.4 Equipe

Pesquisadores: Fernando Soares dos Reis, Dr. (Coordenador)


Júlio César Marques de Lima, M.E.
Luciano Chedid Lorenzoni (Engenheiro bolsista)
Leonardo Witt Rodrigues (Estudante bolsista)

2. Identificação e Objetivo do Projeto

2.1 Titulo

ILUMINAÇÃO PÚBLICA INTELIGENTE

2.2 Objetivo do Projeto

O objetivo geral do presente projeto é o de desenvolver um Reator Eletrônico Programável


Inteligente operando em alta freqüência para lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio, que
apresente para rede elétrica um elevado fator de potência e uma baixa distorção harmônica, com
controle do fluxo luminoso e incorporando um sistema de supervisão interno com possibilidade de
comunicação com uma central remota.

3. Resultados Esperados
Ao final do presente projeto espera-se ter disponível no LEPUC um protótipo de um Reator
Eletrônico Programável Inteligente operando em alta freqüência para iluminação pública utilizando
lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio. Elaborado para substituir o reator convencional
apresentando as seguintes vantagens:
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9 Possibilidade de Controle Remoto dos reatores, a partir de uma central.


9 Monitoramento do consumo de energia, para tarifação.
9 Alto fator de potência.
9 Controle do consumo de potência, através do controle do fluxo luminoso, “dimerização”.
9 Limitação da corrente de arranque, "in rush-current".
9 Baixo conteúdo de harmônicos da corrente consumida pelo reator.
9 Controle do Fluxo Luminoso "Dimming", com a possibilidade de selecionar diferentes níveis de
potência desde 40 até 100%.
9 Proteções, contra curto-circuito e circuito aberto.
9 Funções de monitoramento, o reator eletrônico apresentará uma série de funções que permitem
monitorar o comportamento do mesmo e da instalação.

Todas estas funções serão implementadas por vários protótipos que irão trabalhar em
conjunto. Os protótipos que serão desenvolvidos são os seguintes:
9 Reator Eletrônico operando em alta freqüência para lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio de
250 W;
9 Pré-Regulador do Fator de Potência de 250 W;
9 Medidor do consumo de potência do sistema e Sistema de Proteção;
9 Modem que utiliza a rede elétrica para a transmissão de dados (PLC);
9 Sistema microcontrolado de monitoração e controle do sistema;

4. Descrição Sumária da Metodologia Adotada no Desenvolvimento do


Projeto
Depois de formada a equipe de trabalho constituída pelos professores pesquisadores, por
um Engenheiro e um aluno do curso de engenharia o tema do presente projeto de pesquisa reator
eletrônico programável inteligente foi, subdividido em quatro sub-projetos, a saber:

1 Conversor Pré-Regulador do Fator de Potência (PFP);


2 Reator eletrônico dimerizável;
3 Medidor de Potência e Sistema de Proteção;
4 Sistema de supervisão, controle e comunicação baseado em microcontrolador.

O estudo e o desenvolvimento dos itens 1, 2 e 3 ficaram ao encargo do Professor


Fernando Soares dos Reis e do Engenheiro Luciano Chedid Lorenzoni. O estudo e o
desenvolvimento do item 4 ficou sob a responsabilidade do professor Júlio César Marques de
Lima e do Estudante Leonardo Witt Rodrigues.
Uma ampla revisão bibliográfica versando sob reatores eletrônicos, PFPs e sistemas de
controle e comunicação foi desenvolvida pelo grupo.
Estudos qualitativos e quantitativos foram elaborados para o PFP utilizando o conversor
Boost e para o inversor meia-ponte com filtro LCC. Estes estudos associados à utilização de um
programa de simulação nos permitiram projetar o PFP e o reator eletrônico.

5. Resultados Alcançados (resumo de medidas efetuadas, resultados de


análises, especificações de protótipos, resultados de ensaios, etc.)

5.1 Estudo e Implementação de um Pré-Regulador do Fator de Potência

A continuação será apresenta o estudo e o desenvolvimento de um pré-regulador do fator do


potência (PFP) de 250 W. Concebido para ser utilizado em conjunto com um reator eletrônico para
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lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio. A função do PFP é implementar uma fonte de
alimentação universal, isto é que opera automaticamente de 100 V a 240 V, gerando um barramento
CC de 400 V a partir da rede elétrica comercial. O PFP garante que a corrente de entrada siga a
tensão da rede elétrica resultando assim, em um alto fator de potência do sistema e ausência de
harmônicas. Este estudo está inserido no projeto Iluminação Pública Inteligente (IPI) no qual foi
desenvolvido um complexo sistema de iluminação pública utilizando reator eletrônico com controle
do fluxo luminoso e, portanto do consumo, alto fator de potência, sistema de telecomando
utilizando comunicação via rede elétrica, sistema de medição de consumo e um sistema de
supervisão e controle.
O retificador de entrada tem papel fundamental na qualidade de energia porque é nesta
etapa que se corrige o fator de potência e se faz a filtragem das interferências EMIs. Para isso
utilizam-se conversores CC/CC que quando acoplados entre a uma ponte retificadora e o
capacitor de filtro dão origem aos pré-reguladores do fator de potência (PFP). A utilização
destes conversores em cascata com a etapa inversora do reator eletrônico tem como objetivo o
desenvolvimento de reatores eletrônicos com alto fator de potência, porém com o acréscimo de
uma outra etapa surgem novos problemas como: o aumento do custo, do número de transistores,
do número de sinais necessários para o acionamento dos mesmos e a conseqüente redução do
rendimento.
Um baixo fator de potência significa que boa parte da energia em circulação não está
sendo usada para gerar trabalho. Alguns circuitos, como fontes retificadoras, introduzem
harmônicas de corrente que fazem com que a tensão da rede perca as características senoidais
desejadas para o bom funcionamento de muitos equipamentos. Neste contexto, serão
apresentados os motivos que levam a redução do fator de potência, conseqüências geradas, e as
soluções para o problema. A solução que usa um pré-regulador do Fator de Potência utilizando
um conversor elevador é apresentada neste trabalho, com a finalidade de substituir as fontes
retificadoras convencionais. Neste estudo, serão apresentados as etapas de funcionamento do
PFP adotado, as estratégias de controle e os critérios de dimensionamento dos componentes. Por
fim os resultados experimentais são apresentados.

5.1.1 Pré-Reguladores do Fator de Potência

No final do século passado a Eletrônica de Potência alcançou níveis surpreendentes de


desenvolvimento, tanto em relação aos novos dispositivos cada vez mais rápidos e robustos
quanto às variações topológicas e as estratégias de comando e controle dos conversores estáticos.
Devido a esse grande desenvolvimento os conversores estáticos são atualmente utilizados
nas mais diversas aplicações industriais, sendo hoje um dos principais temas de estudo na área da
Engenharia Elétrica.
Apesar desse extraordinário desenvolvimento, o estágio retificador de entrada dos
principais conversores estáticos, tais como: fontes chaveadas, UPS, carregadores de baterias,
reatores eletrônicos (“electronic ballast”), unidades retificadoras para telecomunicações,
acionamento de máquinas elétricas, etc…, empregam uma ponte retificadora a diodos acoplada a
um capacitor de valor expressivo para gerar o barramento CC necessário para o funcionamento
destes equipamentos eletrônicos. A associação desses componentes gera uma carga não-linear,
que ao ser conectada ao sistema de energia elétrica comercial, provoca uma grave distorção na
corrente de entrada, com a conseqüente injeção de elevado conteúdo harmônico de corrente no
sistema de energia elétrica.
Os principais efeitos causados pelo elevado conteúdo harmônico da corrente são:

9 Distorção da tensão senoidal de entrada, comprometendo o funcionamento de outros


equipamentos ligados ao mesmo ponto de energia;
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9 Redução do fator de potência, com conseqüente elevação da circulação de reativos, contribuindo


para o aumento do tamanho e do custo de todo o sistema de fornecimento de energia elétrica;
9 Perdas adicionais nos semicondutores de potência e nos elementos da rede de transmissão e
distribuição de energia, devido ao alto valor eficaz da corrente de entrada;
9 Possíveis sobre tensões devido a fenômenos de ressonância;
9 Erros em equipamentos de medição e proteção;
9 Elevação da corrente no condutor neutro em sistemas trifásicos;
9 Interferência eletromagnética nas cargas próximas, principalmente em sistemas de comunicação e
controle.

Além dos problemas práticos listados acima, tem-se imposições de ordem legal, sendo
cada vez mais rígidos os padrões e as normas que regem a fabricação e a utilização dos
conversores estáticos. Basicamente, a nível internacional, tem-se duas normas importantes que
procuram limitar o conteúdo harmônico da corrente injetada à rede comercial de distribuição de
energia, e reduzir os níveis de interferência eletromagnética. Uma delas é a norma IEC 61000-3-
2, que substitui a norma IEC60555-2, desenvolvida para equipamentos de baixa potência (até 3,5
kW), e que esta sendo utilizada, sobretudo na Europa; a outra recomendação é a IEEE – 519 [1],
[2] e [3], aplicada quase que exclusivamente no mercado americano.
No caso especifico dos reatores eletrônicos, na Europa os limites são especificados pela norma
EN 61000-3-2 classe C (lighting equipament). No Brasil os fabricantes sérios estão preservados
da concorrência desleal pela norma técnica brasileira NBR 14418:1999, (para reatores
eletrônicos alimentados em corrente alternada para lâmpadas fluorescentes tubulares), da ABNT
que se tornou obrigatória em 2003. Esta norma também restringe o conteúdo harmônico dos
reatores eletrônicos para potências acima de 60W.
Diante de todas essas imposições e problemas causados pelas cargas não-lineares, a
comunidade cientifica da Eletrônica de Potência propôs varias técnicas para combater a poluição
harmônica, elevar o fator de potência e melhorar a qualidade da energia elétrica. Uma das
principais propostas consiste no emprego de filtros passivos e/ou ativos para filtrar as
harmônicas de corrente [4][5][6][7]; estes, embora simples e robustos, são muito volumosos e
caros. Desse modo, surgiu à idéia de desenvolver um novo tipo de conversor estático (o pré-
regulador do fator de potência - PFP), tal que a injeção de harmônicos de corrente, a circulação
de reativos e a interferência eletromagnética seriam minimizados a partir da colocação de um
conversor o PFP, entre a ponte retificadora e o conversor CC-CC vide Figura 1.
Muitas são as topologias de conversores CC-CC que podem ser utilizados para
implementar um PFP. Porém, a topologia que se tornou mais popular foi para este fim foi à
topologia do conversor Elevador (Boost), que é muito conhecido e utilizado em larga escala no
meio industrial.
Apesar de apresentar algumas desvantagens, como pré-regulador o conversor Elevador se
mostrou muito atrativo, devido ao baixo número de componentes ativos necessários para sua
implementação, simplicidade no comando e controle, e regulação da tensão de saída. Todavia,
essa estrutura é particularmente empregada em aplicações não isoladas. No que se refere ao
emprego de conversores isolados para correção do fator de potência, a literatura especializada
apresenta vários conversores, um deles é o conversor Redutor-Elevador isolado ou simplesmente
(Flyback), que ao exemplo do conversor Elevador, também é muito conhecido e utilizado na
indústria.
iO ( ωt) IO
ig ( ωt)
VO
PFP
vg ( ωt) (Conversor
CC-CC)

Figura 1– Utilização de pré-reguladores para a correção do fator de potência em fontes de alimentação.


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5.1.2 Tensão e Corrente de Entrada em uma Fonte Convencional

Num circuito retificador monofásico com filtro capacitivo, como o apresentado na Figura
2, a corrente drenada da rede não segue uma onda senoidal, como pode ser observado na Figura
3, fazendo com que ocorra uma distorção da onda de tensão. A corrente também apresenta um
deslocamento de fase. Com estas características o fator de potência típico para este tipo de carga
não linear (ponte retificadora) está na faixa de 0,62. Ou seja, somente 62% da potência
consumida, é usada para gerar trabalho.

i (t) Z
Ccc
+ +
v (t) + vz - v Carga
in
- -

Figura 2– Carga linear alimentada por fonte retificada.

É comum que se estude e se calcule o fator de potência em circuitos que apresentem


tensão e corrente senoidais. Porém quando a corrente não é senoidal, os harmônicos de corrente
interferem no valor do fator de potência, este fato não é mensurável através do cálculo
tradicional, que utiliza apenas a defasagem entre a tensão e a corrente. Desta forma é importante
para o cálculo do fator de potência levar em conta a Distorção Harmônica Total (THD) da
corrente. Pode-se deduzir que o fator de potência nestes casos pode ser obtido a partir da equação
( 1 ).
cos φ (1)
FP = (1)
1 + TDH 2
Uma analise superficial da equação ( 1 ) já permite concluir que quanto maior o TDH,
menor será o FP e, portanto, o porcentual da potência consumida da rede elétrica que irá gerar
trabalho. Dizer que o fator de potência é unitário significa dizer que há um deslocamento nulo
entre a tensão e a corrente ( φ(1) = 0) e também que há uma total ausência de harmônicas de
corrente na entrada (THD = 0).

Tensao no Capacitor de Filtragem

Tensao na Entraga do Retificador

Corrente na Entrada, vista pela rede comercial

Figura 3 – Formas de onda de um circuito alimentado por uma fonte retificadora.


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5.1.3 Considerando a Impedância da Rede Elétrica

O estágio retificador de entrada mais comum em fontes de alimentação foi apresentado na


Figura 2. O grande inconveniente deste circuito deve-se ao fato de só haver corrente circulando
pelos diodos do retificador, portanto pela rede, durante a carga do capacitor o que só ocorre em
um curto intervalo no qual o valor instantâneo da tensão da rede excede a tensão do capacitor.
Assim conclui-se facilmente que toda energia é transferida a carga em um curto intervalo do
ciclo da senoide impondo assim elevadas correntes a rede elétrica, durante a carga do capacitor.
Estas elevadas correntes circulando pela impedância da rede, Figura 2, irão deformar a tensão do
barramento introduzindo assim uma distorção harmônica na tensão da rede de distribuição
conforme observado na Figura 3. A distorção da rede não será causada apenas pela ação de um
conversor, mas sim por centenas e milhares destes equipamentos ligados à rede elétrica e todos
sincronizados drenando corrente somente no pico da rede. Isto irá ocorrer devido ao grande
número de equipamentos deste tipo que existem hoje, tais como computadores, impressoras,
TVs, vídeos, entre outros. Resumindo: A alimentação de cargas não lineares gera harmônicas de
corrente que ao circular pela impedância da linha (Z) (Figura 2) segundo Barbi [4], distorce a
tensão de entrada do circuito.

A partir da observação da Figura 2 é possível concluir que:

vin (t ) = v (t ) − v Z (t )
(2)

Assim, se a corrente “i” for distorcida a queda de tensão na impedância da rede tensão vz (t)
também o será. Portanto, a tensão de alimentação vin (t) também apresentará distorção. Embora a
TDH da corrente de entrada possa ser elevada, por exemplo, (100% - 150%), a distorção causada
na tensão de entrada, sendo função da impedância de linha, pode ser especificada em um valor
limite menor que 5%.
A redução do fator de potência, quando da alimentação de cargas não lineares, é devido
ao elevado valor eficaz de corrente, causado pela sua natureza pulsada. Em outras palavras, a
energia é entregue pela fonte de alimentação somente durante um curto período de tempo
próximo ao pico da forma de onda da tensão de entrada. Sendo o Fator de Potência definido pela
relação entre a potência real (em watts) e o produto dos volts-ampéres eficazes, então um
aumento do valor eficaz da corrente provoca uma diminuição no Fator de Potência.
É importante salientar que baixo Fator de Potência significa maior valor eficaz de
corrente circulando pelo circuito elétrico. Conforme dito anteriormente, esse valor extra de
corrente eficaz provoca perdas de condução nas linhas e transformadores, elevando o custo do
sistema de energia elétrica.
Desta forma, se a corrente de entrada “i(t)” for distorcida, a tensão “vz(t)” também o
será. Logo a tensão “vin(t)” apresentará distorção.

5.1.4 Pré-Regulador do Fator de Potência

O conversor elevador é o mais utilizado para implementar um PFP, na Figura 4 encontra-


se representado este circuito. Existem muitas técnicas de controle que podem ser utilizadas com
a finalidade de constituir um pré-regulador do fator de potência. Algumas delas são: Controle de
corrente media, Controle por seguidor de tensão, Controle FM e o Controle por histerese.

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L D

Q C R

Figura 4 – Conversor Elevador.

5.1.5 Conversor Elevador (Boost)

A continuação serão apresentadas as análises qualitativas e quantitativas para o conversor


Elevador representado na Figura 4. Este equacionamento foi obtido na referência [7]. Este
conversor pode operar no modo de condução contínuo (MCC), descontínuo (MCD) ou crítico
(MCCrítico, fronteira entre contínuo e descontínuo). São assumidas as seguintes hipóteses
simplificadas: Todos os componentes são considerados ideais para o estudo.

5.1.6 Etapas de funcionamento do Boost

O conversor elevador pode apresentar duas etapas ou três etapas de funcionamento, caso
esteja operando no modo de condução continuo ou no modo descontinuo respectivamente.
A primeira etapa de funcionamento se caracteriza pela condução do transistor, de acordo
com a Figura 5:

Figura 5 – Primeira etapa, transistor conduzindo.

Na segunda etapa de funcionamento o transistor Q abre e a corrente circula pelo diodo, a


Figura 6 representa esta etapa. A corrente de entrada nesta etapa pode ser expressa equação
abaixo:
A terceira etapa de funcionamento, ocorre somente no modo de condução descontínuo,
quando tem-se o diodo e o transistor abertos, e não há corrente circulando pelo indutor
( i g (t) = 0 ). Esta etapa esta representada na Figura 7.

Figura 6– Segunda etapa, transistor aberto. Figura 7– Terceira etapa, transistor e diodo aberto.

Obtém-se assim as expressões principais para as 3 etapas de funcionamento, as quais são


apresentadas na Tabela 1:
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Tabela 1 - . Resumo das Etapas de Funcionamento.


1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA
v g (t) (t - t 1i ) ( v g (t) - V ) ( t - t 2i ) v g (t) ( t 2i - t 1i ) i g (t) = 0
i g (t) = i g (t) = +
L L L
( v g (t) - V ) ( t - t 2i ) v g (t) ( t 2i - t 1i )
i d (t) = 0 i d (t) = +
L L i d (t) = 0

5.1.7 PFP com Controle por Corrente Média (ou Controle por Multiplicador):

Para o PFP inicialmente desenvolvido neste projeto foi utilizado um conversor Boost
operando no modo de condução contínua com um controle por corrente média e modulação por
largura de pulso (BOOST-CCM). Pois, desta forma tem-se um PFP ideal.
Para realizar este controle foi usado o circuito integrado dedicado UC3854 da Unitrode.
O PFP desenvolvido no laboratório de Eletrônica de Potência da PUCRS - LEPUC, foi
concebido para implementar a fonte de alimentação, barramento CC, do reator eletrônico do
sistema IPI. O PFP foi desenvolvido para atender as especificações do reator eletrônico: Tensão
de entrada de 400V e potência de 250W.
O conversor elevador operando como PFP é apresentado na Figura 8, onde as malhas de
controle de tensão e corrente estão representadas.
O funcionamento deste conversor é baseado no controle do transistor Q, impondo uma
corrente em fase com a tensão da rede retificada e de mesmo formato.
Analisando de maneira simplificada a Figura 8, pode se observar que o circuito de
comando do transistor consiste num circuito que gera um sinal PWM em função dos sinais de
referência e dos sinais realimentados. O sinal de controle do transistor é gerado a partir da
comparação entre os sinais de referência de tensão e corrente e os sinais realimentados obtidos
através de um divisor de tensão o qual reduz a tensão da saída de 400 V por um valor (K). O
sinal de erro de tensão irá para o próximo bloco para ser multiplicado pela tensão retificada de
entrada e divido por um valor constante de tensão entrada gerando assim a referência de corrente
a qual por sua vez é comparada com uma amostra obtida através de um shunt resistivo. Estas
duas malhas de controle irão garantir que a corrente de entrada siga a tensão de entrada.
O resultado deste controle é a onda de corrente de entrada ig(t) que através de seu valor
médio em um período de alta freqüência transistor, Figura 9, segue a forma de onda senoidal
entrada como foi dito no parágrafo anterior com uma pequena variação triangular, Figura 10.

Figura 8 – PFP com Controle por Corrente Média.


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Figura 9 – Comportamento da corrente de Figura 10 – Comportamento da corrente de entrada


entrada período a período numa analise levando seguindo uma onda senoidal através de seu valor
em conta o quase estatismo. médio período a período de comutação do transistor.

Esta topologia apresenta no modo de condução contínuo algumas vantagens em relação


às demais, são elas:

• Freqüência de operação constante;


• A corrente de entrada não é descontínua, por isto reduz a interferência eletromagnética (EMI)
injetada na rede elétrica, reduzindo o filtro de entrada;
• Tensão máxima da chave é igual à tensão de saída;
• Redução do valor da corrente de pico nos componentes do conversor boost em relação à
condução descontínua;
• Tensão de saída maior que o nível CC retificado, proporcionando menor corrente nos
componentes do conversor CC-CC;
• Potência e controle possuem a mesma referência de terra, assim o circuito de comando PWM não
necessita de isolamento.

Como desvantagem possui:


• O controle no modo de condução contínuo proporciona problemas de estabilidade, o que não
acontece no modo descontínuo;
• Modelagem mais complexa (potência e controle são não lineares).
• Comutação dissipativa.

Vários protótipos foram desenvolvidos ao longo do projeto, a versão utilizando um


conversor Boost operando no modo de condução continuo para a potência nominal de 250 W foi
implementada utilizando-se o paralelismo de MOSFETs para aumentar a capacidade de corrente.
O diodo do conversor Boost também foi implementado com dois diodos em paralelo. Estas
medidas foram tomadas devido ao grande aumento das perdas nestes componentes as quais
geraram um sobre aquecimento dos mesmos. A Figura 11 apresenta o diagrama esquemático e a
foto deste protótipo.

5.1.8 Resultados Boost CCM

Os resultados experimentais obtidos em laboratório com o circuito implementado foram


obtidos com o uso de uma sonda de corrente ligada ao osciloscópio, esta sonda foi ajustada para
que uma representação de 100mV no osciloscópio, fosse o equivalente à 1A. A corrente foi
medida entre a saída do Variador de Tensão Alternada (0V – 220V), e a entrada do pré-regulador
de Fator de Potência. Como carga para a saída do circuito, foram usadas 2 lâmpadas de 60 W em
série formando uma resistência de 1613Ω. Com os 400V aplicados a carga o consumo obtido foi
de 100W.
Primeiramente foram ligadas no Variac as duas lâmpadas em série, com a finalidade de
obter a curva de corrente para uma carga puramente resistiva. A tensão foi ajustada em 127V.
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Pode-se notar na figura a seguir que a corrente possui uma variação senoidal, de acordo com a
variação senoidal da tensão.
Vcc1
J3 J4

2 2
1 1
3

15V 5V
OUT

U7 D1
OUT

U6
MC78T15/TO D1N5400 R20
2 MC78M05C/TO 100 R17
GND 2 D2 D15 560k
GND U8100E U8100E
L1 C9
IN

1n
IN

1.8 mH
L10 C2
1

C16 C14 47u R18 J2


1

100u D16 22k


U8100E 1
100u 100u 2
Saida
D3 D4 R21
100
MUR160 MUR160 Q1 Q2
L2 L3 IRFP460 IRFP460
C8
R36 1n
F1 Vout
1
R35 R41 R31 R39 R32 R38 R33 R37 R34 R40 R42
J1 FUSE 1A D9 D10
1
C1 D1N5400 D1N5400 R28
1 0.51u 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 R27
Entrada D11 D12 1
D1N5400 D1N5400 C5 R26
0.51u 1
R29
Isense 1
Vcc1
R24
1 BC337 R23 R22
R1 27 1/4W Q5 2.7k
1 Mosfet 820 1/4W R12
R13 1k
Iac 1 R30 BC327 BC548
R15 Q7 Q4
1 D19 BC548 680p
Q3 C18
Zener 15V

Isense

R3 R4
4.7k 2.7k
R2
4.7k R6
Vout
D8 C3
39k
J7 D7 C15 D1N4148
270p
C13 3.3n
1 C17 D1N4148
2 1u
390p
Fonte Externa R19 R5 C4
100k D6
15k 2.2u
R7
zener 8.2V

270k
400V
VREF
R25 C6
820k VREF
7

U1
100n
I SENSE

C/A
V/A OUT

MULT OUT

PK LMT

VREF

400V UC3854
R8 R11
680k 180k J6
R16
R9 2 15 16 Mosfet
82k 1 10 VCC GT DRV
Enable 11 ENA 22
6 V SENS
8 IAC D13
RSET

GND

13 VRMS
CT

SS MUR160
14

12

C12 R10 C7 C10 C11


0.1u 18k 0.51u 1u 2.2n
R14
15k

Figura 11 – PFP implementado utilizando o conversor Boost no MCC de 250 W.

A Figura 12 foi obtida da seguinte forma: Um carga resistiva foi conectada a saída do
PFP. Porém o circuito de controle foi desabilitado, e o MOSFET teve o pino gate aterrado, para
que permanecesse aberto durante o ensaio. Desta forma o conversor ficou operando como uma
fonte retificadora convencional, onde a tensão de saída oscila entorno da tensão de pico da rede
elétrica. A entrada do retificador foi ligada a um Variac, e este por sua vez foi ajustado para
fornecer uma tensão eficaz de 127 V. Com esta tensão, obteve-se sobre as lâmpadas uma tensão
contínua de 178 V. Observa-se claramente a característica pulsada da corrente como se vê na
Figura 12, a qual confirma a simulação apresentada na Figura 3.
Foram adquiridas 3 curvas de corrente para o circuito funcionando como um pré-
regulador de Fator de Potência, aplicando 400Vdc em duas lâmpadas em série (100W). Cada
curva de corrente de entrada apresentada nas figuras a seguir, foi obtida para uma tensão
alternada de entrada diferente. A Figura 13 apresenta a corrente de entrada para o PFP operando
com uma tensão de entrada de 100 V.

Figura 12 - Corrente consumida pelo circuito retificador convencional.

A curva da Figura 14 mostra uma corrente eficaz de entrada de aproximadamente 1A.


Aqui não cabe comparar a corrente eficaz com as aquisições anteriores, pois agora não está mais
funcionando como um retificador comum. Nota-se na aquisição mostrada na Figura 14, que para
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220V o ripple de corrente é elevado, porém a o valor médio período a período da componente de
alta freqüência continua seguindo uma onda senoidal. Para diminuir este ripple, seria necessário
aumentar o indutor.

Figura 13 - PFP com entrada de 100 VCA e saída de Figura 14 - PFP com entrada de 220 V CA e saída de
383V CC. 402 V CC

5.1.9 Projeto do Circuito de Potência Boost FM (2)

Com relação ao Conversor pré-regulador do Fator de Potência (PFP) foram


implementadas duas versões empregando o conversor Boost operando no modo de condução
continuo, conforme se pode concluir do exposto anteriormente. Foram projetadas e
desenvolvidas duas versões operando em 40 kHz e em 68 kHz utilizando o CI UC3854 da
Unitrode os quais apresentaram elevadas perdas por comutação e, portanto super aquecimento
das chaves e necessitavam de dissipadores de dimensões elevadas. Por esta razão os ensaios
experimentais apresentam resultados para uma potência de apenas 100 W e freqüência de 40
kHz. O paralelismo de MOSFETS foi estudado e implementado sem grandes vantagens dado que
o problema eram as perdas em comutação. Estas perdas nos obrigaram a buscar uma outra
solução – a terceira versão do PFP, baseada na operação do conversor Boost no modo de
condução crítico ou FM. Esta técnica consiste em manter o transistor fechado por um tempo TON
fixo e variar o tempo no qual o transistor permanece aberto TOFF de tal forma que o conversor
opere no Modo de Condução Crítico esta operação é obtida através do monitoramento da
corrente no diodo do conversor Boost. Um diagrama de blocos simplificado que representa esta
situação é apresentado na Figura 15. Para realizar a implementação prática deste utilizou-se o CI
dedicado MC 33262 da ON semiconductors o qual se mostrou muito eficiente. O conversor
operando no modo crítico em FM apresentou uma eficiência muito superior a aquela obtida no
caso anterior onde o conversor operava no MCC e, portanto foi adotada para implementar a
versão definitiva do sistema IPI. A Figura 16 apresenta o diagrama esquemático do PFP
implementado incluindo os circuitos de filtro EMI, SoftStart com TRIAC e o circuito de
comando do transistor. O CI dedicado MC 33262 não necessita fonte de alimentação externa ele
parte através de um simples circuito RC conectado diretamente a saída do retificador e após o
início do chaveamento do transistor ele utiliza um enrolamento adicional, confeccionado no
indutor do conversor Boost, para alimentar o CI. O conversor Boost apresenta a grande
desvantagem de não poder ser protegido contra curto circuito, nesta implementação um TRIAC é
utilizado para desligar o circuito de potência em caso de sobrecarga.

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+ +

Conversor
+ Ccc
v R V
v g CC - CC
e
-

- -
(a)
Detetor Filtro
de zero Passa-
Passa-baixo

reset
v
ref
Monoestavel v +
error
constante de tempo
-

(b)

(c)

Figura 15 – Diagrama de blocos do PFP utilizando o conversor Boost operando em FM.


J8

2
1 VIN

Pino 1 - Fonte +5V D15


Pino 2 - Sinal de Controle
J7 C30 C20
MUR160
1 100u x 35V 100n
R1 2
RCA
1k
2
1

MOC3020 D1 J2

U3 1
2

U8100E Vcc
T1
6 4 indutor 460uH

R7a
4

R20 1.5M
330
C14 R5 IRFP460 C6
R1a R3 R4 Q1 47u x 450V
2.2M 56K D3 56K
R21 100n D9 D10 MUR160 10 R7b
470 D1N5408 D2 100K
3

FUSE 3A
F1 R1b C3 C2 U1
8

2 1 150K MC33262 MUR160


J1
2

100u x 35V 100n R9


VIN

IDET

C8 T2 Q3 C7 C1
1 120n x 250V BTA41-600B 120n x 250V 1u x 250V 7
2 OUT 680K R8
10k
4

Entrada AC 2 EM 1 - 50VOTAS CADA 3 2 C5


D11 D12 MULTIN COMP 510n
C4 1
R2 10n x 25V INV
22K
GND

4
CS R6a R6b R6c R6d R6e R6f R6g R6h R6i R6j
6

1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 J3
1
GND

Figura 16 - PFP utilizando o conversor Boost operando em FM.


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5.1.10 Resultados Boost FM

A Figura 17 apresenta uma foto do PFP implementado assim como a tensão e a


corrente na entrada do PFP operando em FM alimentando o reator eletrônico a potência nominal
de 250 W. Está evidente que a corrente de entrada segue a tensão da rede. A corrente de entrada
apresenta um pequeno ripple de alta freqüência ao invés do alto ripple esperado no modo de
condução crítico isto se deve a presença do filtro de linha presente no circuito.

Figura 17 – Tensão e corrente na entrada do PFP para potência nominal de 250 W.

5.2 Estudo e Desenvolvimento de um Reator Eletrônico com Controle do Fluxo


Luminoso para Lâmpadas de Alta Pressão de Vapor de Sódio

Atualmente estima-se que cerca de 17% (dados da Eletrobrás/Procel 1999) de toda


energia consumida no Brasil é transformada em iluminação artificial e as principais lâmpadas
utilizadas são as lâmpadas incandescentes e as de descarga elétrica.
As lâmpadas incandescentes possuem baixo custo de instalação e manutenção enquanto
que as lâmpadas de descarga elétrica possuem alto custo de instalação e manutenção, mas têm
uma melhor eficiência luminosa (Lumens/Watt). Devido ao agravamento da crise energética
mundial e o crescimento no interesse em tecnologias que minimizem o seu desperdício, a
utilização das lâmpadas de descarga vem aumentando a cada ano.
Dentre as lâmpadas de descarga elétrica, as lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio
se caracterizam por apresentarem uma das maiores eficiências luminosas, com um tempo de
vida útil extremamente alto. Devido a estas características estes tipos de lâmpadas são
largamente empregados em iluminação externa. A característica de produzir uma luz quase
monocromática na faixa do amarelo dificulta a utilização em residências, mas é aceitável em
muitos casos para iluminação externa, onde a reprodução fiel das cores não é muito importante.
Para a utilização das lâmpadas de descarga torna-se necessário, na maioria dos casos, a
utilização de dispositivos externos para a partida e manutenção da descarga elétrica. Estes
dispositivos, denominados de reatores, geram um nível de tensão ideal para o acendimento e
regularam a corrente na lâmpada a fim de mantê-la acesa sem danificá-la. Atualmente os
reatores eletromagnéticos são largamente empregados em iluminação pública, o qual é composto
basicamente por um indutor. Com o desenvolvimento da eletrônica de potência na área de
conversores, e da necessidade de adicionar características como o de controle da potência
juntamente com o alto fator de potência, o reator eletrônico surgiu como uma alternativa viável.
O objetivo deste trabalho é, portanto, estudar e desenvolver um método simplificado de projeto
do reator eletrônico para lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão com possibilidade do
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controle de luminosidade. Um protótipo de um reator para lâmpadas de vapor de sódio de 250 W


utilizando o método proposto foi implementado.

5.2.1 Descarga elétrica nos gases

Serão abordados a continuação conceitos básicos sobre a descarga elétrica nos gases,
abordando algumas particularidades como a resistência negativa, métodos de estabilização da
descarga e também alguns conceitos de luminotécnica. Uma revisão bibliográfica sobre os
diversos tipos de lâmpadas de descarga juntamente com suas características também será
apresentada.
A Figura 18 mostra o gráfico da descarga elétrica em um tubo de gás e suas respectivas
regiões. O tipo de eletrodo é o fator que determina a região que a lâmpada vai operar conforme
[8][9].
te
nd en rc
o
er se sc
ig wn ine eA
Ge T o um ad
de de L rg
ga ca
[V] ão gião ar es
egi e sc D
R R De

200 G
D

F
E
100
C
H
B
I
A
0 10-9 10-8 10-7 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 1 10 100 [ A ]
Figura 18. – Descarga elétrica em um tubo de descarga.

a) Região de Geiger: A região de Geiger é representada pelo trecho AC na Figura 18, no qual
durante todo trecho não ocorre emissão luminosa. A presença de tensão nos eletrodos origina ionização
de alguns átomos de gás no interior do tubo de descarga, sendo a origem de uma pequena corrente
elétrica.
Na região delimitada por AB, a corrente e a tensão seguem aproximadamente a Lei de Ohm, ou
seja, aumentando-se a tensão aumenta-se a corrente até um limite onde se atinge a corrente de saturação,
a partir do qual a corrente (região BC da curva) permanece constante com o aumento da tensão [8]. Uma
das características desta região é a de que ao se deixar de aplicar tensão nos eletrodos do tubo, a descarga
cessa imediatamente.
b) Região de Townsend: Aumentando-se a tensão aplicada, a corrente no trecho CD aumentará
novamente . Devido ao aumento da tensão entre os eletrodos, os elétrons atravessam o tubo de gás com
maior velocidade e, conseqüentemente, se chocam com átomos do gás com força suficiente para ionizá-
los. Devido à ionização destes átomos, há um aumento na corrente elétrica. Apesar do aumento de
corrente, ainda não há emissão de luminosidade.
c) Descarga Luminescente: A descarga luminescente inicia a partir do ponto D, na qual a partir
de uma tensão de acendimento ocorre um aumento de corrente. Devido ao aumento da corrente é
necessário diminuir-se a tensão sobre os eletrodos. A descarga se mantém apesar de diminuir a tensão e
já se pode notar uma tênue luminosidade originada pela descarga. As lâmpadas que trabalham nesta
região são normalmente do tipo cátodo frio.
d) Descarga de Arco: Aumentando-se a corrente após a descarga luminescente, os eletrodos
começam a aquecer até apresentar emissão de elétrons por efeito termiônico, dando início à descarga de
arco (região HI). A região de transição está representada no gráfico como uma sobreposição, pois não se
pode prever exatamente o ponto em que inicia a descarga do arco. Uma vez iniciada a descarga do arco, a
corrente aumenta subitamente e a tensão deverá ser reduzida para níveis muito baixos para evitar a

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destruição do tubo de descarga, podendo chegar ao valor do potencial de ionização. A maioria das
lâmpadas de descarga trabalha nesta região e são denominadas de cátodo quente.

5.2.2 Característica de resistência negativa

A descarga elétrica em um tubo de gás possui uma particularidade que a diferencia de


uma resistência ôhmica. Uma resistência ôhmica tem característica positiva, ou seja, a corrente
diminui com a diminuição da tensão e vice-versa. Em um tubo de descarga a característica após
o acendimento da mesma é negativa, ou seja, a corrente aumenta com a diminuição da tensão.
A Figura 19 mostra uma representação gráfica do fenômeno da resistência negativa em
um tubo de descarga. Como se pode observar, após a ruptura, a tensão começa a cair devido ao
aumento da corrente e pela diminuição da resistência do tubo de gás. A Figura 20 mostra a
tensão e a corrente levantada a partir de uma lâmpada fluorescente operando na freqüência de 60
Hz.

Figura 19- Curva característica típica tensão x corrente de um tubo de descarga.

Fazendo-se o comparativo entre a Figura 19 e a Figura 20 para se entender melhor o


fenômeno da resistência negativa, pode-se observar na região delimitada pela elipse na Figura
20 que a tensão diminui e a corrente aumenta após a ruptura, conforme comentado inicialmente.

Figura 20 - Tensão e corrente em uma lâmpada de descarga operando a 60Hz.

5.2.3 Métodos de estabilização da descarga em um tubo de descarga

Devido à característica de resistência negativa apresentada na descarga elétrica em um


gás, necessita-se de uma impedância em série com o tubo de descarga para se limitar a corrente
a fim de manter-se estabilizada a descarga e evitar a destruição da lâmpada, conforme explicado
por Alonso em [8]. Para tanto, são apresentados abaixo, os métodos de estabilização utilizados
para alimentação com corrente contínua e corrente alternada.
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5.2.3.1 Método Resistivo

O método resistivo mostrado na Figura 21 consiste na utilização de uma resistência em


série com o tubo de descarga a fim de limitar a corrente que circula pelo mesmo. Este método
pode ser aplicado também para alimentação do tubo de descarga em corrente contínua. O calor
gerado pelo resistor em série torna este método muito dispendioso quanto ao consumo de
energia consistindo-se em sistemas de baixa eficiência. O circuito resistivo operando em
corrente alternada possui um baixo fator de potência, pois a cada final de semiciclo ocorre a
extinção da descarga causando distorções na forma de onda da corrente e da tensão na lâmpada.
Resistor Resistor
Fonte
Vca

Vcc Fonte
Lâmpada Lâmpada

Figura 21 – Estabilização do tubo de descarga através de um resistor em série com a lâmpada.

5.2.3.2 Método Capacitivo

O circuito para estabilização utilizando um capacitor é mostrado na Figura 22, neste caso
a corrente estará adiantada em relação à tensão. O circuito apresenta baixo fator de potência.

5.2.3.3 Método Indutivo

O circuito para o método indutivo é apresentado na Figura 23, neste caso, o


elemento limitador de corrente é um indutor. Comercialmente são as mais difundidas,
principalmente devido à característica particular deste tipo de circuito que tem a vantagem de
reduzir a região escura (intervalo de tempo, durante o qual não há circulação de corrente, porque
a tensão aplicada à lâmpada é inferior a tensão de arco), já que a extinção abrupta da corrente no
circuito indutivo provoca uma sobretensão que permite a reignição quase instantânea da
lâmpada [8].
Indutor
Capacitor
Fonte
Fonte

Vca
Vca

Lâmpada Lâmpada

Figura 22 – Estabilização do tubo de descarga Figura 23 – Estabilização do tubo de descarga


através de capacitor. através indutor.

5.2.4 Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão.

Estas lâmpadas são compostas basicamente por um tubo de descarga interno, feito
utilizando-se óxido de alumínio sinterizado (por ex. Lucalox) com transmitância de 90%, dentro
de um bulbo de vidro duro com vácuo. O tubo de descarga contém gás Xênon à baixa pressão
(±20atm) e amálgama de sódio-mercúrio. O gás Xênon tem por finalidade iniciar a ignição da
lâmpada, vaporizando a amálgama de sódio-mercúrio. O vapor de mercúrio originado da
vaporização da amálgama tem por função elevar a pressão interna do tubo de descarga e
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aumentar a tensão de operação da lâmpada. A pressão interna do tubo de descarga é muito


importante, pois a performance da lâmpada pode variar grandemente com a pressão do gás.
A tensão de acendimento típico da lâmpada está em torno de 2500V e a eficiência
luminosa em torno de 120 lm/w para lâmpadas de maior potência [10].
Uma das características deste tipo de lâmpada que a diferem quanto ao tipo de radiação
luminosa produzida é de que esta não produz radiação ultravioleta [8], uma vez que o tubo de
descarga é feito de material que bloqueia este tipo de radiação. O comprimento de onda
produzido por esta lâmpada é de 589,0 e 589,6 nm. Com um tempo de vida útil média de 24000
horas [10], estas lâmpadas estão entre as com o maior tempo de vida útil e entre as lâmpadas de
alta pressão, sendo assim ideais para aplicações onde à troca das lâmpadas é de difícil acesso,
tais como em iluminação pública.
A Figura 24 mostra as principais partes de uma lâmpada de vapor de sódio de alta
pressão:

Tubo de descarga
Eletrodos de
descarga
Bulbo de vidro

Figura 24 - Lâmpada de Vapor de Sódio de alta pressão.

A depreciação do fluxo luminoso da lâmpada de sódio é menor, tanto que ao final de


14000 horas seu fluxo luminoso é cerca de 60 % maior que a lâmpada de mercúrio. Fato
consumado é que a eficiência média da lâmpada de sódio é bem maior que a de mercúrio, cerca
de 85,7 lm/W para VSO-70 e 48 lm/W para VMC-125, tendo ambas o mesmo fluxo luminoso
nominal de 6000 lm. Note que a lâmpada de Sódio 70W consome cerca de 56% da energia que a
lâmpada de Mercúrio 125W, mas o nível de Iluminância é igual.

5.2.5 Reatores Eletrônicos

Os reatores eletrônicos popularizaram-se com a crescente necessidade de economia e


qualidade de energia, bem como resolver os problemas que os reatores eletromagnéticos
possuem.
No Brasil, os reatores eletrônicos de baixo fator de potência dominam o mercado pelo seu
baixo custo, porém espera-se a entrada em vigor este ano (2003) das normas técnicas NBR
14417 - Prescrições de segurança e a NBR 14418 - Prescrições de desempenho que irá banir
estes produtos do mercado, pois estas exigem que reatores com potência igual ou maior que 60
W devem ser de alto fator de potência.
Para iniciar o estudo dos reatores eletrônicos, serão analisadas as vantagens e
desvantagens dos mesmos.
Os reatores eletrônicos têm como característica principal as seguintes vantagens:

9 O flicker pode ser reduzido. Sendo assim pode ser utilizado em locais com máquinas
rotativas e em salas com computadores.
9 Podem ser projetados para apresentar um alto fator de potência;
9 Alta eficiência luminosa;
9 Maior densidade de potência, menor relação peso/volume;
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9 Apresenta baixo ruído audível, por trabalhar em altas freqüências.


9 Possui a possibilidade de implementação de controle de luminosidade da lâmpada.

Apesar de possuírem muitas vantagens, estes reatores apresentam algumas desvantagens


que se devem principalmente à sua característica construtiva. Estas desvantagens podem ser:

9 Menor MTBF (Mean Time Between Failure), é mais susceptível às falhas devido ao
grande número de componentes que o constituem;
9 Menor resistência aos transitórios da rede [11];
9 Menor tempo de vida útil;
9 Menor resistência às condições ambientais.

Quanto ao aspecto funcional, os reatores eletrônicos são basicamente constituídos de um


circuito retificador de entrada e um circuito inversor operando em alta freqüência.
Analisando a Figura 25 que ilustra de forma simplificada as principais etapas de um
reator eletrônico separado em blocos. Através dos sinais que mostram as transformações
ocorridas em cada etapa, tem-se a idéia de como funciona um reator eletrônico:

Figura 25 – Diagrama de blocos de um reator eletrônico.

(1) Entrada da rede 110/220 VCA 60/50 Hz e Filtro de EMI. O circuito deve proporcionar um alto
fator de potência para a rede com a menor distorção harmônica em alta freqüência e livre de
interferências EMI.
(2) Circuito retificador de onda completa formada por diodos. Este estágio pode possuir uma
configuração de retificador e dobrador de tensão para operar em ambas as tensões (110/220V) através
de uma chave seletora.
(3) Filtro capacitivo simples para eliminar o ripple da tensão. O filtro utilizado para estabilização da
tensão deve ser tal que não haja ocorrência de ondulações na tensão cc para evitar o flicker na
lâmpada. Esta etapa pode ser implementada através de um pré-regulador do fator de potência que irá
permitir a operação do circuito em redes de 110 ou 220 V de forma automática com um fator de
potência unitário e baixa distorção harmônica da corrente de entrada.
(4) Circuito inversor, responsável pela geração de uma tensão alternada de alta freqüência que será
aplicada à lâmpada. A freqüência utilizada nos reatores eletrônicos está geralmente acima de 20 kHz,
para evitar o ruído audível.
(5) Circuito ressonante responsável pela geração da tensão necessária para o acendimento da lâmpada
e limitação da corrente na mesma.

Para o projeto de um reator eletrônico devem-se considerar alguns parâmetros para uma
boa aceitação do produto no mercado. Tais parâmetros se referem às características mínimas

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exigidas para um bom projeto dentro das normas internacionais. Para o estudo destes parâmetros,
pode-se dividir o reator eletrônico em duas partes [11]:

9 Fonte de Alimentação, que corresponde à rede e filtro EMI (1), retificador (2) e o PFP (3)
representados na Figura 25;
9 Circuito de ignição e estabilização da descarga da lâmpada, que corresponde à etapa inversora (4)
e a etapa filtro ressonante (5) da Figura 25.

Os parâmetros considerados para a fonte de alimentação na construção de um reator


eletrônico são:

9 Fator de Potência: O fator de potência deve ser preferencialmente unitário mas a norma ANSI
especifica um mínimo de 0.90 atrasados ou adiantados para um reator eletrônico [11].
9 Proteção contra os transitórios da rede: Ainda não existem estudos sobre os problemas que os
transitórios da rede podem causar sobre os reatores eletrônicos, mas se sabe que os
semicondutores são altamente susceptíveis a falhas devido aos transitórios da rede. A norma
ANSI/IEEE C62.41-1980 contém os requisitos necessários [11].
9 Interferência de Rádio Freqüência e Interferência Eletromagnética: São interferências que causam
mal funcionamento dos aparelhos eletrônicos. As interferências eletromagnéticas, também
conhecida como EMI são geradas pelo chaveamento dos dispositivos de potência como os
MOSFETS. O órgão responsável pela regulamentação nos Estados Unidos é o FCC [2] e na
Europa têm-se as normas internacionais da IEC (International Electrotechnical Commission),
FCC (Federal Communications Commission) e ANSI (American National Standards Institute)
[1][2][3]. Existem duas classes de aplicações: uso comercial e industrial e o uso residencial;
9 Regulação: Este tópico se refere à característica do reator eletrônico de poder manter a mesma
potência enviada à lâmpada com uma variação da tensão de entrada. Os valores utilizados
normalmente estão entre ±5 a ±10% das variações da rede.
9 Surto de corrente (In-Rush Current): O surto de corrente é a corrente que circula pelo circuito
quando o reator é ligado. Esta corrente deve ser a mais baixa possível para evitar o desgaste
prematuro dos interruptores e disjuntores. Normalmente é utilizado um surto de 25% para um
circuito de 20 A [11].

Tópicos a serem considerados para o circuito de potência/inversor na construção


de um reator eletrônico:

9 Tensão de partida da lâmpada: Deve ser a mínima necessária para dar partida à lâmpada, dado
que a aplicação de tensões elevadas sobre as lâmpadas reduzem o seu tempo de vida útil. A ANSI
especifica a tensão máxima de partida para lâmpadas fluorescentes e é medida no reator medindo-
se a tensão nas lâmpadas a circuito aberto. Para uma lâmpada F40 / 40W com Pré aquecimento
dos eletrodos é especificada pela ANSI como 360 V o máximo para a partida [12]. Para lâmpadas
de alta pressão de vapor de sódio este valor é em torno de 2500V [10];
9 Flicker: O flicker é o responsável pelo efeito estroboscópico, que impede a utilização em locais
com máquinas rotativas. Ocorre em reatores eletrônicos quando trabalham com uma alta
freqüência modulada por uma freqüência de 60 Hz conforme se pode observar no circuito criado
por Licitra [13];
9 Fator de crista de corrente na lâmpada: É a razão do pico de corrente na lâmpada com o valor
RMS da corrente na lâmpada. Quanto maior for a razão entre o pico e o valor RMS menor será a
vida útil da lâmpada fluorescente. É recomendável um fator de crista menor que 1,7 para
lâmpadas fluorescentes de partida rápida e menor que 1,85 para lâmpadas de partida instantânea,
conforme norma ANSI C82.1 [11]. O Fator de crista de corrente na lâmpada é dado pela equação
( 3):
Ip
FC = (3)
I rms
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9 Distância entre o reator e a lâmpada: Nos circuitos onde o filtro LCC é utilizado a indutância do
cabo de alimentação da lâmpada pode ser incorporada à indutância do indutor L, desde que o
capacitor CP que fica em paralelo com a lâmpada seja colocado junto ao soquete da mesma.
Aumentando assim significativamente o comprimento deste. Isto pode simplificar o processo de
manutenção do sistema. Pois o reator pode ficar afastado da lâmpada.

Enfim, busca-se um circuito com as seguintes características:

9 Baixo ruído EMI e RFI; 9 Longa vida útil da lâmpada;


9 Alto fator de potência; 9 Efeito Estroboscópico reduzido;
9 Baixa Distorção harmônica; 9 Alta Confiabilidade;

5.2.6 Análise Qualitativa e Quantitativa

As análises qualitativa e quantitativa do circuito inversor utilizando o filtro LC série e C


paralelo, antes e depois do acionamento da lâmpada serão apresentadas nesta sessão. Na análise
qualitativa é apresentado o funcionamento conceitual do circuito através de formas de onda. A
análise quantitativa por sua vez desenvolve um conjunto de ferramentas matemáticas que
permite o projeto do filtro LCC o qual é sem dúvida a parte central do reator eletrônico.

5.2.6.1 Topologia de Inversor Adotado

Apresentadas as vantagens e desvantagens das diversas topologias, define-se a etapa de


potência como sendo um inversor em meia ponte com filtro do tipo LC série C paralelo. Este
tipo de filtro ressonante permite limitar a corrente na lâmpada através do capacitor Cs e do
indutor L, ao mesmo tempo em que permite o acionamento da lâmpada através de uma
sobretensão gerada no capacitor Cp. Cabe salientar que o resistor RLamp, representa a resistência
equivalente da lâmpada no circuito da Figura 26 depois do acionamento. Tal simplificação é
possível, pois a lâmpada de alta pressão de vapor de sódio operando em alta freqüência apresenta
comportamento resistivo segundo Wu [14].

D1
S1
Cs L
E

S2 Cp RLâmpada
D2

Figura 26 - Inversor ressonante em meia ponte com filtro do tipo LC série C paralelo.

5.2.6.2 Análise qualitativa do reator após o acendimento da lâmpada

O circuito possui quatro etapas de operação, mostradas na Figura 27. As formas de onda
da tensão nos gatilhos dos transistores MOSFET S1 e S2, VGS1 e VGS2 respectivamente são
mostradas na Figura 28, assim como as formas de onda das tensões dreno-fonte sob os
transistores S1 e S2, VDS1 e VDS2 também são apresentadas na Figura 28. A seguir serão
apresentadas as quatro etapas de funcionamento.

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Primeira etapa:
Admitindo-se que a chave S1 está habilitada, a corrente que circula pela chave é a mesma que
circula pelo capacitor Cs e o indutor L, indo alimentar a lâmpada. Se o projeto for feito de forma
adequada apenas uma pequena parcela da corrente que circula por Cs e L irá passar por Cp.

Segunda etapa:
A chave S1 abre e a corrente continua a fluir pelo circuito devido à presença do indutor. Com a
chave S1 aberta a corrente passa a fluir através do diodo antiparalelo D2.

Terceira etapa:
Quando a corrente iL se anula a chave S2, que já havia sido comandada, assume esta corrente.
Ocorre então a inversão do sentido da corrente devido aos capacitores do circuito que estão carregados.
Aqui se percebe que quando a chave S2 fecha, a tensão sobre ela é zero, pois o diodo em antiparalelo
ainda está conduzindo. Portanto diz-se que o circuito opera em comutação ZVS (Zero Voltage
Switching).

Quarta etapa:
Nesta etapa a chave S2 é bloqueada e a corrente passa a fluir através do Diodo D1, pois o indutor
ainda está carregado e mantém a corrente. Na etapa seguinte, quando a chave S1 for comandada haverá
ainda uma corrente no diodo, sendo assim, este também vai iniciar sua condução com tensão nula.

D1
D 1 D
DD11
1
D 1 D 1
S1
S1 S1
S1
S1 S1
S1
Csss L CCsss L
C
C s LL C
C s LLL
E
E E
EE
E E
i i
D2
D2
D2 iiLLLL Cppp
C Rlamp
R
R
R
D2
D2
D2
D2 iiLiLLL C
CCpppp R
R
R
R
S2
S2 C p lamp S2
S2 C lamp
lamp
S2 S2
S2

1ª Etapa
tapa 2ª E

2ª Etapa
E tapa
tapa

D11 D1
D1
D1
D D1
S1 S1
S1
S1
S1
S1
Cs
Cssss
C
C LL
L
Cs
Cs
Cs LLLL
E E
E
E
E
E
D2
D2 iiLiLLL Cpppp
C
C R
R
R
D2
D2
D2
D2 iiLiLiLL C
C
CCpppp R
R
RR
lamp
C R lamp
lamp S2
S2 lamp
S2
S2 S2
S2

3ª E
3ª Etapa
tapa 4ª E

4ª Etapa
E tapa
tapa
Figura 27 – Etapas de funcionamento do inversor ressonante antes do acendimento da lâmpada.

Figura 28- Formas de ondas teóricas do inversor.


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5.2.6.3 Análise de circuitos utilizados para geração de alta tensão

Para que ocorra o acendimento da lâmpada de alta pressão de vapor de sódio é necessário
que se aplique uma elevada tensão em seus terminais. Devido a esta característica optou-se pelo
filtro LCC o qual é capaz de desempenhar está função. As grandezas tensão e corrente no
capacitor que esta em paralelo com a lâmpada, antes do acendimento da mesma, estão
representadas nas Figura 29 e Figura 30 respectivamente. Note que os transistores estão
operando na freqüência de ressonância. Se os componentes fossem ideais a tensão no capacitor
cresceria indefinidamente. Note que a corrente também cresceria indefinidamente causando a
destruição dos semicondutores. Pois na ressonância a impedância do circuito LC série será nula
e, portanto um curto-circuito. A operação na ressonância na prática deve ser evitada.

VC L
iL
C
4E

2E 3E
E t
E t
π 2π 3π 4π π 2π 3π 4π
− 2E
− 2E
− 4E
− 4E
Figura 29 – Forma de onda da tensão no capacitor (Vc). Figura 30– Forma de onda da corrente no indutor (iL).
A representação do comportamento do circuito no plano de fase encontra-se na Figura 31.

VC

5E

3E

− 4E − 2E 2E 4E 6E

− 2E

− 4E

Figura 31 – Plano de Fase para o circuito da Figura 26.

Como se trata de um circuito ideal, sem elemento dissipativo, o amortecimento é nulo.


Assim a tensão no capacitor aumenta indefinidamente. No caso real deve-se levar em conta as
perdas nos componentes. A Figura 32 apresenta o circuito equivalente para o filtro LCC antes da
ignição da lâmpada. A resistência equivalente da lâmpada foi considerada desprezível, pois é
quase infinita. O capacitor C representa a capacitância equivalente dos dois capacitores Cs e Cp,
o resistor Rs representa as resistências parasitas do circuito, tais como: a resistência de condução
dos MOSFETs, a resistência série do indutor e dos capacitores bem como a resistência dos cabos
e trilhas de circuito impresso.
Simplificando-se o circuito, substituindo a fonte e as chaves por uma fonte de tensão de
onda quadrada, obtêm-se o circuito da Figura 33.
É possível determinar a máxima tensão que será gerada no capacitor C e,
conseqüentemente na lâmpada. Considerando a operação do circuito inversor em uma freqüência
três vezes inferior a freqüência do circuito ressonante [15], isto é ωo = 3 ωs é possível determinar
o valor máximo desta tensão.

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D1 L R
S1
L R
E VE C
C
S2
D2
Figura 33- Circuito simplificado do reator antes do
Figura 32 – Circuito equivalente antes do
acendimento da lâmpada.
acendimento da lâmpada.

Para o circuito da Figura 32, considere que a seqüência de acionamento das chaves seja a
seguinte: inicialmente chave S1 recebe sinal de comando, durante o tempo tON, e a corrente no
circuito começa a evoluir senoidalmente quando ela se torna negativa o diodo D2 em antiparalelo
com a chave S2 assume esta corrente. Após o semiciclo negativo, um novo ciclo positivo da
corrente inicia pela chave S1 que continua conduzindo conforme se pode observar na Figura 34,
durante todo este intervalo a chave S2 é mantida aberta esta etapa ocorre durante a metade do
período de comutação Ts, após a corrente se anular na chave S1 inicia-se um novo ciclo
complementar através da chave S2 e do diodo D1.

E E E E E
vc = = − 3π
= − 3πR
= − 3πR
= (4)
1− γ 2ω 0 L 2πF0 L
−R

1− e 1− e
2Q
1− e 1− e 2 Fs L

Onde o resistor R da equação ( 4 ) representa a resistência parasita do indutor e dos


capacitores do filtro LCC. Na Figura 35 pode-se avaliar a máxima tensão que será gerada no
capacitor C (e, conseqüentemente na lâmpada) através do plano de fase.

Figura 34– Formas de onda das tensões de controle nas


chaves S1 e S2 e forma de onda de corrente no indutor L Figura 35 – Plano de fase teórico do filtro LCC pouco
para o reator. amortecido.

5.2.6.4 Resposta em freqüência do reator utilizando o filtro LCC

Após o acendimento da lâmpada, a forma mais simples de analisar o circuito é através da


resposta em freqüência [16]. Por isso, a continuação será apresentada à resposta em freqüência
do filtro LCC, após o acendimento da lâmpada. Para esta situação o circuito equivalente é
representado na Figura 36 onde a fonte de tensão de onda quadrada vE(t) representa a tensão
aplicada ao filtro LCC, gerada pelo chaveamento dos transistores de potência, pode ser
expandida em série de Fourier como segue a fim de encontra-se a componente fundamental da
tensão de entrada descrita na equação ( 5 ):

2E
VE (t ) = ∑ sin( nωt ) (5)
n =1, 3, 5 ,... π n

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CS L

VE CP Rlamp VS

Figura 36 – Circuito equivalente do reator após o acendimento da lâmpada.

O ganho do circuito é dado pela relação entre a tensão de saída Vs sobre a tensão de
entrada Ve na lâmpada. Utilizando-se a regra do divisor de tensão é fácil obter está relação:

Vs 1 (6)
G ( jω ) = =
Ve  Cp
2 2

1 + (
1−U 2 ) + (Q ) U − U1 
s
2

 Cs   
1 ω0 L ω
ω0 = Qs = U=
LC s Rlamp ω0

A Figura 37 mostra o gráfico da função de transferência da equação (6.0), variando-se Qs


de 1 a 5 com relação de Cp/Cs de 1/20. A seta indica o sentido de crescimento de Qs, o qual,
conforme o gráfico percebe-se que Qs influencia diretamente na resposta do circuito, ou seja,
quanto maior o Qs, será necessário uma faixa menor de freqüências para se fazer o controle e
quanto menor o Qs maior será a faixa de freqüências necessárias para o controle. Também se
pode notar que o ganho máximo para este circuito é sempre igual a 1.

Figura 37 – Ganho do Filtro LCR Série para o circuito depois do acionamento da lâmpada com relação de
Cp/Cs de 1/20.

5.2.7 Projeto do Reator Eletrônico

O projeto do reator eletrônico foi realizado para o acionamento de uma lâmpada de alta
pressão de vapor de sódio de 250 W com as seguintes especificações:

1) Potência nominal: 250 W.


Tensão de regime nos terminais da lâmpada: 100 VRMS.
Corrente na lâmpada: 2,5 ARMS.
2) Freqüência de operação Fs de 68 kHz. Buscando minimizar a ocorrência do fenômeno da
ressonância acústica.

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3) Relação entre a freqüência de ressonância e a freqüência de chaveamento ω0/ω = 3. Conforme


indica Kim na referência [15], a relação ω0/ω = 3 é a melhor relação a ser utilizada para garantir o
acendimento da lâmpada e limitar o pico máximo de corrente nos MOSFETs a valores aceitáveis.
Caso se utilizasse ω0/ω = 1, ter-se-ia a possibilidade teórica de gerar uma tensão infinita sobre a
lâmpada, pois se estaria operando na ressonância do filtro LCC, resultando em uma impedância
de valor muito baixo, levando assim a destruição do circuito de potência.
4) Tensão de alimentação do circuito é de 400 VCC, provenientes do PFP.
5) Adotou-se uma margem de segurança de 10% no projeto a fim de compensar as perdas no reator.

Assumindo o comportamento resistivo da lâmpada, em alta freqüência, pode-se estimar o


valor de sua resistência após a ignição utilizando-se a equação ( 7):
Vl 2
Rlamp = ≅ 40Ω (7)
P
Em regime permanente a lâmpada apresenta uma resistência equivalente muito menor
que a reatância do capacitor CP segundo a referência [17]. Os resultados experimentais obtidos
neste trabalho permitem concluir que o paralelo entre a reatância Cp e a resistência da lâmpada
1
pode ser expressa da seguinte forma: // Rlamp ≈ Rlamp .
s ⋅ CP
Conseqüentemente, pode-se dizer que, após a partida da lâmpada, o circuito equivalente
simplificado é composto por L, Cs e RLamp como mostra a Figura 38.

CS L

VE Rlamp

Figura 38 – Circuito equivalente do reator após a partida.

Pode-se observar pelo circuito da Figura 38 que após o acendimento, a tensão


aplicada à lâmpada pode ser determinada utilizando-se a regra, básica de circuitos, do divisor de
tensão e tal como definido anteriormente, não deve ultrapassar o valor de 100 VRMS. Portanto, a
tensão na lâmpada é dada pela equação ( 8 ):
R
Vl = lamp ⋅ VE (8)
Z
A impedância do circuito pode ser determinada pela equação ( 9 ).

   ω  2  1  ω ωo A  
(1 + A)1 −    + j  − . 
Z  ω
  o   Q L  oω ω 1 + A 
(QL , ω , A) =  (9)
Rlamp ω
1 + jQL  (1 + A)
 ωo 
Onde:
C ⋅C Rlamp CP
C= S P , QL = ω 0 ⋅ Rlamp ⋅ C = , A=
CS + CP ω0 ⋅ L CS

No ábaco da Figura 39 se podem observar várias curvas que foram traçadas para relação
Z/Rlamp em função de QL para as diversas relações A = CP/CS entre os capacitores CP e CS. Pode-

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se também concluir que relações de A, menores que 1/20 afetam pouco o comportamento das
curvas do ábaco.
A escolha da relação A = CP/CS entre os capacitores CP e CS não afeta somente o valor
destes componentes, mas também o valor do indutor L do filtro LCC, quanto maior o valor de A
menor será o valor do indutor L e vice-versa. Caso o valor do indutor seja muito pequeno, corre-
se o risco de que a própria indutância do cabo de alimentação da lâmpada supere o valor do
indutor L inviabilizando assim o projeto. Um valor grande para a relação A implica em um
capacitor Cp pequeno e, portanto com baixa reatância validando assim a equação (4.2). Sabe-se
que quando se tem capacitores conectados em série o capacitor que tiver a menor capacitância
terá a maior tensão aplicada sob seus terminais, desta forma a tensão aplicada a lâmpada será A
vezes maior do que a tensão aplicada ao capacitor Cs. Levando-se em consideração os dados
apresentados, escolhe-se um valor de A=1/20 e através do ábaco, encontra-se o valor de QL após
a determinação da relação Z/Rlamp.


Z  Ql ,
1 
 10  Z 2E
 1  3 = = 1.637
Z  Ql ,
 15  Rlamp π 2 Vl

Z  Ql ,
1 
 20  2

Z  Ql ,
1 
 25 

 1 
Z  Ql ,
 30  1 Z/Rlamp
= 1.637
GS ( Ql ) Ql = 0.141

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Ql
Figura 39 - Curva de impedância em função de QL para diferentes valores de A.

Conforme salientado anteriormente, o mais importante é manter o valor nominal


da tensão eficaz na lâmpada, assim:
Z 2⋅ E
= ( 10 )
Rlamp 2 ⋅ π ⋅ Vl
Z
Substituindo-se os dados de projeto na equação ( 10 ) obtém-se: = 1,637 .
Rlamp
Utilizando-se o ábaco da Figura 39 para curva A=1/20 obtém-se o valor de Ql.
Assim, os componentes ressonantes podem ser determinados para relação ω0/ω = 3:

Sendo:
QL= 0.141 (obtido do ábaco); Rlamp = 40 Ω;
ω0 = 2 π 3 Fs kHz = 2 π 204 kHz = 1,282 106 rad;
Obtendo-se como resultado L = 220,7 µH, C = 2,758 nF, CS = 57,9 nF e Cp = 2,9 nF.
Para determinar a máxima tensão que será aplicada à lâmpada durante o acendimento,
utiliza-se à equação ( 4 ), considerando, por exemplo, uma resistência parasita do circuito igual
2,4Ω.

E = 400 V, Rparasita = 2,4 Ω, Freqüência: 68 kHz, L = 220 µH, vCp = 5189,34 V


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5.2.8 Resultados Experimentais

A partir da determinação dos componentes ressonantes do filtro LCC do reator eletrônico,


utilizando a metodologia proposta, implementou-se um protótipo de laboratório a fim de validar
o método. Os principais materiais utilizados na confecção do protótipo se encontram listados
abaixo. Para a escolha dos componentes, foram utilizados componentes disponíveis no
laboratório com o valor mais próximo do calculado.

MOSFETS Indutor Série: Capacitor Série: Cap. Paralelo: Lâmpada:


IRFP460 Ls = 220 µH Cs: 55 nF Cp: 2,7 nF L1: Lâmpada de vapor de sódio de
VDSS = 500V confeccionado Obs.: Foram Obs.: Foram alta pressão de 250W.
RDS(ON)= para o circuito colocados 5 colocados 3 Modelo: SON250
0.27Ω pela Intral. capacitores de capacitores de Fabricante: Philips
ID = 20 A polipropileno polipropileno Base: E-40
Trr(máx)= metalizado de metalizado de Obs. Também foram utilizadas
860 ns 11nF/1600V em 8,2nF/1600V em lâmpadas da Osram com sucesso.
paralelo. série.

Até a obtenção do circuito definitivo do reator vários protótipos foram montados,


inicialmente a etapa de potência e a etapa de controle foram montadas separadamente. O circuito
de controle foi concebido a partir do CI SG3524 e o comando do inversor meia ponte da etapa de
potência foi baseado no circuito integrado IR2110. Porém, este último se mostrou pouco robusto,
ocasionando em muitos momentos disparos acidentais nos MOSFETs e conseqüentemente a sua
destruição. Para solucionar o problema, partiu-se para uma outra solução utilizando
transformadores isoladores no lugar do circuito integrado. A Figura 40 mostra o sistema
definitivo.
Entrada alimentação VCC
J5
C6 C7
1 120n
2 470u
15 V1 J7
0
C1 2
R14 Cg1 Cg2
1
2

IRFP460/TO 2u2 2u2


0 100n
3.9k 1 C3
100n MUR120 D1 D3
16

U5 1 2 1
15 R5
R55

2 VIN
VREF

2
1

3 12 1 R51 Q1 R52 Q2
6 OSCOUT COLA 3 3
3

7 RT 11 1 T1 3 1k BC639 D221
CT EMIA 1k BC640 1k
R8 R7 C14 9 13 4 Zener 20 V
1
2

COMP COLB
1

120k 56k 5
1nF 1 14 2
2 4k7 0 2 INV IN EMIB
2 6
NI INV
1

RT C4 R2 C9 TRNSFMR 67127490
2 Q5 2 Q6 100u 5.6k 100n 8 D21 C27 11n
R15 BC548 R19 BC548 1 5 GND 1 2
SHDN

4 -CL SEN C28 11n


3

+CL SEN 1N4148_0 JH1


L2
3

R21
12k
R20
12k 0 0 C29 11n 1
R6 LM3524 Q9
12k 12k 1
10

4.7k VCC D22 D23 220uH


0 0 1 2 1 2 C30 11n
C32 R3 BD139 Saída 1
0 R24 100u 1N4148_0 1N4148_0 R512 C31 11n
R1 1k R59 1k
22k 0 1k
R9 12k 0
2
1

R13 R10 1k IRFP460/TO


270k 27k Q11 2
0
BC548 MUR120 D2 D4
1
2

J6 1 2 1
1

R56
3

R25
1

2 Q7 2 Q8 Shutdown Proteção Bloqueia o Controle Ativo Alto R4 R54 Q3 R53 Q4


R17 BC548 R18 BC548 10k 1 3 3
3

1 T2 3 1k D231
1k BC639 1k JH2
BC640
3

12k
3

12k 4 Zener 20V


R22 R23 1
1
2

12k 12k 0 5 1
0 0 2
6

TRNSFMR 67127490
C40 C41 C42 C43
2 1 1 2 2 1 2 1
0 0 0 0 D24
100n 100n 100n 1 2
100n R511
1

1
1

1N4148_0 Q10
2 2 2 2 D25 D26
0 0 0 0 1 2 1 2
1k
JP1 JP2 JP3 JP4
1N4148 1N4148 R516 BD139
RCA JACK RCA JACK RCA JACK RCA JACK 1k

Figura 40 – Circuito de comando utilizando transformador isolador.

O circuito de comando utilizando transformador isolador se mostrou confiável e robusto.


Os transistores Q2 e Q4 têm a função de evitar que os MOSFETs sejam acidentalmente
disparados por uma sobretensão. Neste circuito cada um dos dois transformadores isoladores

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possui duas saídas, uma tem a função de disparar o MOSFET enquanto a outra bloqueia o outro
MOSFET através dos transistores Q2 e Q4.

5.2.8.1 Construção do indutor série

Para a construção do indutor série do filtro ressonante LCC deverão ser tomados vários
cuidados, tais como: Prover isolamento entre camadas, pois haverá uma elevada tensão sendo
aplicada a este indutor. Deverão ser tomados cuidados especiais a fim de minimizar as perdas
por efeito skin, dado que por este indutor circularão correntes operando em alta freqüência na
faixa entre 60 kHz e 120 kHz. Basicamente duas providencias podem ser tomadas neste sentido
utilizar diversos condutores de diâmetro reduzido em paralelo ou fio de LITZ. A Figura 41
mostra o indutor construído.

5.2.8.2 Medição da corrente na lâmpada

A medição da corrente na lâmpada mostra-se necessária a fim de se avaliar a potência


sobre a mesma, para tanto, utilizou-se um resistor shunt composto por 10 resistores de 1 Ω
conectados em paralelo e a sua vez em série com a lâmpada. A Figura 42 mostra o detalhe dos
resistores em paralelo.

Figura 42 – Medida da corrente através de resistor


Figura 41 – Indutor série construído para o circuito LCC. shunt em série com a lâmpada.

A partir do protótipo implementado foram realizadas uma série de medidas as quais


encontram-se representadas nas figuras abaixo. A Figura 43 mostra um detalhe dos sinais de
comando dos MOSFETs onde se observa claramente o tempo morto entre os sinais de comando
e uma sobre tensão gerada pela ressonância entre a capacitância de entrada do MOSFET e as
indutâncias das trilhas. A Figura 44 mostra um detalhe da tensão de comando do MOSFET VGS
e da tensão aplicada a lâmpada Vlamp antes da ignição da lâmpada sem a presença do
barramento CC de 400 V. O único interesse desta figura é o de evidenciar a relação entre a
freqüência de ressonância e a freqüência de chaveamento ω0=3ωS neste circuito. Pois, a tensão
Vlamp aqui apresentada é reduzidíssima dado que foi medida sem a presença do barramento CC.
As Figura 45 e Figura 46 mostram as formas de onda de potência e tensão na lâmpada
respectivamente, na freqüência nominal. A potência média ou ativa medida na lâmpada foi de
248,8 W e a tensão medida na lâmpada foi de Vlamp = 100 VRMS. As medidas foram realizadas
em um osciloscópio digital da Tektronics o THS 720P. Os resultados obtidos de forma
experimental validaram a metodologia de projeto. A Figura 47 mostra a forma de onda da tensão
e corrente do reator operando em uma freqüência de 100 kHz, neste caso, a tensão e a corrente
na lâmpada estabilizaram-se a aproximadamente metade do valor nominal. Em conseqüência
disto, a potência entregue à lâmpada ficou reduzida para 68,16 W, conforme se pode observar na
Figura 48, mostrando assim a possibilidade de controle da luminosidade na lâmpada através da
variação da freqüência de operação.

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Figura 43 – Tensões no gates dos MOSFETs M1 e M2. Figura 44 – Tensão VGS no MOSFET M e tensão
aplicada à lâmpada.

Figura 45 – Potência instantânea na lâmpada na Figura 46 – Tensão na lâmpada na freqüência nominal.


freqüência nominal.

Figura 47 – Tensão e corrente na lâmpada na freqüência Figura 48 – Potência instantânea na lâmpada na


de 100 kHz. freqüência de 100 kHz.

5.3 Sistema de Medição de Potência e Proteção

O circuito Medidor de Potência é utilizado para medir e monitorar a potência absorvida


pelo sistema, fazendo o desligamento do PFP e do Reator Eletrônicos quando ocorrer uma
sobrecarga no sistema. Desta forma o sistema fica protegido contra curto circuito na lâmpada.
A implementação deste sistema foi baseada na forma convencional de medição de
potência em um circuito a pesar de haver várias outras formas possíveis como relata Watanabe
[18]. Isto é, fazendo-se o produto instantâneo da tensão versus corrente, obtendo-se assim a
potência instantânea p (t ) = v (t ) . i (t ) . A potência média ou ativa pode ser facilmente obtida
1 T
através da definição de valor médio [19] P = ∫ p (t ) dt .
T 0
Portanto o circuito aqui concebido deve ser capaz de colher amostras da tensão e da
corrente, multiplicar estes dois sinais e integrar este resultado. Um diagrama de blocos do sistema
é apresentado na Figura 49.
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Figura 49 – Diagrama e Blocos do Medidor de Potência.

5.3.1 Amostra de tensão e corrente.

Para a obtenção da amostra da tensão fornecida ao sistema foi utilizado um transformador


rebaixador isolador de tensão com entrada 220 V CA e saída 6+6 V CA e um divisor de tensão
resistivo. Foram testados vários modelos de transformadores até ser encontrado um que causasse
a menor distorção aceitável na forma de onda da amostra. O divisor de tensão resistivo foi
calculado para adequar o sinal amostrado para o circuito seguinte, a relação é de Vsaída = 0,307
Ventrada.
Para a obtenção de uma amostra isolada de corrente foi utilizado o sensor de efeito Hall
modelo SC-50, fabricado pela empresa MSA CONTROL. Implementou-se o circuito de
tratamento do sinal proveniente do sensor, recomendado pelo fabricante. O qual consiste em uma
fonte de corrente com transistor que irá alimentar o transdutor hall e um amplificador operacional
ligado na configuração diferencial, fazendo assim com que tenhamos uma tensão na saída do
circuito de amostra de corrente proporcional a corrente medida.

5.3.2 Multiplicador de tensão.

Com os sinais de tensão e corrente obtidos nas etapas de amostragem, procede-se a


multiplicação destas grandezas utilizando para tanto o circuito integrado MPY634. Este circuito
integrado é fabricado pela empresa Texas instruments e é um multiplicador excelente tendo sido
desenvolvido para operar na faixa de megahertz.

5.3.3 Integrador

A integração do sinal de potência p(t) disponível na saída do multiplicador é obtida com o


uso de um circuito operacional na configuração de integrador seguido por um circuito operacional
na configuração amplificador inversor, o qual inverte o sinal e a ajusta a amplitude do sinal que
será enviado ao conversor A/D da placa microcontroladora.
O trimpot R20 serve para fazer o ajuste da tensão de saída do wattímetro, com ele é feito o
ajuste para que a saída de potência tenha uma amplitude máxima de 2,4V quando a potência
máxima consumida pelo sistema (PFP + Reator Eletrônico) seja de 400W.

5.3.4 Sensor de Sobrecarga

Este circuito fará a monitoração da potência fornecida para o sistema, e provocará o


desligamento de todo sistema de potência caso uma sobrecarga venha há ocorrer.
O circuito é composto por um comparador, formado por um amplificador operacional na
configuração de comparador de tensão. Este comparador monitora a potencia instantânea a saída
do circuito multiplicador assim em caso de que ocorra um pico de potência acima do valor
máximo permitido o comparador báscula. O evento é memorizado, por uma circuito de memória
que utiliza um SCR como memória. Evitando desta forma que o circuito religue sem a
interferência da etapa de controle.
Durante a ignição da lâmpada o filtro LCC demanda um pico de potência superior ao
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valor máximo estipulado. Para contornar este problema circuito de retardo automático foi
adicionado, composto por uma rede RC e um transistor, para impedir que o SCR seja acionado
durante o arranque do sistema. Por uma questão de redundância um outro circuito de retardo
externo foi concebido para que o microcontrolador também possa executar esta função. Caso
ocorra uma detecção de sobrecarga um circuito de reset, permite que o microcontrolador libere a
memória, desligue o SCR, o sistema é religado novamente.
Quando o gate do SCR Q2 recebe um pulso de tensão vindo do sensor de sobrecarga, fará
com que ele conduza, acendo o led D2 que sinaliza sobrecarga, a saída J5 será levada a um
potencial próximo de zero, fazendo com que o circuito de potência seja desativado. Para isto o
conector J2 deve estar sendo alimentado por uma tensão de 5Vcc.
O coletor do transistor Q4 irá levar o pino do SCR Q2 para um potencial próximo de zero,
fazendo com que o sensor de sobrecarga fique inibido por alguns milisegundos. Fazendo com que
o circuito não atue no instante que a fonte do circuito é ativada.
O coletor do transistor Q3 irá levar o pino do SCR Q2 para um potencial próximo de zero,
fazendo com que o sensor de sobrecarga fique inibido pelo tempo definido pelo
microprocessador. Fazendo com que o circuito não atue no instante que a carga for religada.
O coletor do transistor Q5 esta conectada no ânodo do SCR Q2, serve para habilitar
novamente o sensor de sobrecarga, através do microprocessador.

5.3.5 O Sistema Implementado

A Figura 50 mostra os sistema implementado do Medidor de Potência e Sistema de Proteção. No


qual o leitor pode facilmente encontrar os diversos blocos descritos anteriormente. Os testes
realizados no LEPUC mostraram a boa precisão do equipamento o qual apresentou leituras de
potência compatíveis com as leituras de um medidor comercial. Foram realizados vários ensaios
de curto circuito na lâmpada e sempre o circuito de proteção foi eficaz, protegendo todo o
sistema.
+15

C1 R14
47nF 10K

R6
R3 470K
27K -15
14

U1
1 4
11
+VS

F 3 6 2 X1 SF
T1
11

X2
2

12 2 - J1
2 5 6 OUT 1 1 3 6 - Saida Potência
7 Y1 R4 3 + 7 1
1 4 Y2 22K R20 R15 5 +
JH2 6+6 11 U2A 50K 10K U2B
Z1
-VS

1 10 TL084 TL084
4

1 Z2 R9
4

110 MPY634 22K R12


4K7
8

R2 R1
12K 1K
JH1 +15
1 -15
1
N

Sensor de Tensão Multiplicador Integrador Ajuste Saída


+15
+15
JH8 D2
1 1
1
+15 -15 R29 J2
JH6
2

R26 Vm 1K R34 5Vcc


2

820 1 82
1
D1 Memória e Sinalização
4V7 -15
JH7
3

1
BC559B 2 1
1

1 J5
Q1
GND MOC
2
1

R25 R13 J4
1

680 1M Q2 Reset
3

VxI 2N5061 Q5 2 1
R16 BC548C
470K 2 R32
SH1
3

R10 R33 12K


11

2
4

Hall 10K 12K


1
Vm

13 - 10 D4
+
1 2 R11 14 8
Am Vd 100K 12 + 9
- Reset Sobrecarga
U2C R23 1N4148
Pt

U2D R8 TL084 1K
11

R7 TL084 18K
4

100K +15
4

R19 +15

+15 10K
R5 Q3 J3
3

1M BC548C Retardo
R21 2 1
2

50K C4
2 1 3 R35 220nF R28
1k R27 R30 12K
3

R24 R22 1K 12K


10K 50K
R18 -15
1

150 R17
2K2 Comparador
+ C2 Retardo Externo
1

100uF
2 Q4
BC548C
Sensor de Corrente
D3 R31 JH9 JH10 JH5 JH4
3

1N4148 12K
1

Corrente Corrente Corrente


1

Retardo
Automatico

Figura 50 – Diagrama esquemático do Medidor de Potência e Sistema de Proteção.


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5.4 Modem PLC

Para que os diversos reatores eletrônicos possam ser comandados remotamente um


sistema de comunicação foi concebido utilizando o conceito mestre escravo no qual um dos
reatores recebe os comandos de uma central remota e repassa estes comandos aos demais
reatores através de uma rede de comunicação que utiliza como meio físico a própria rede
elétrica. Este método de comunicação é conhecido por sua sigla inglesa PLC (Power Line
Carrier) [20][21][22], dispensando assim a instalação de uma rede adicional para comunicação.
Visando a obtenção de um circuito compacto de baixo custo escolheu-se um modem
integrado de fácil obtenção no mercado o TDA5051 [23] da Philips. Este circuito gera uma
portadora com freqüência ajustável entre 95 e 148 kHz. O sinal modulado de alta freqüência é
inserido na rede elétrica através de filtros passa-faixa, sobrepondo assim o sinal modulado a rede
elétrica de 60 Hz. A recepção deste sinal é feita através dos mesmos filtros, eliminando assim a
componente de baixa freqüência da rede elétrica. O ajuste destes filtros constitui o maior desafio
deste projeto dado que a impedância da rede tem grande influencia sobre os mesmos.
No fim de 1997 a Philips Semiconductors lançou no mercado o circuito integrado modem
TDA 5051A, com a arquitetura que permite a transmissão de dados digitais através das linhas de
uma instalação elétrica pelo método ASK, a uma razão de 600 ou 1200 bauds, facilitando a
tarefa de construir circuitos para comandar a distância sistemas de alarme, ar condicionado,
aquecimento, iluminação, etc.

5.4.1 Modo de Transmissão do TDA5051A

No modo de transmissão a freqüência da portadora é gerada pela leitura dos dados


contidos numa memória ROM, ao ritmo do sinal de relógio interno, ou do fornecido por um
microprocessador, seguido por uma conversão D/A.
Ambos os métodos fornecem boa precisão. Um período da freqüência portadora é
construído com os dados de 64 endereços, pelo que o valor da freqüência portadora é igual a
1/64 da freqüência de relógio utilizado, portanto convém utilizar um sinal de relógio de elevada
freqüência, para se reduzir o ruído da conversão D/A a tal ponto, que a rede LC da interface seja
capaz de evitar a sua passagem para a rede elétrica.
Os dados que entram no TDA5051A pelo pino 1 (DATAIN) são depois modulados na
freqüência da portadora. As harmônicas geradas durante a modulação, possuem baixa amplitude
(-55dB no caso de uma interface LC), respeitando assim a recomendação EN50065-1.
O conversor D/A e o nível de potência de saída são ajustados para fornecer no máximo
um sinal com 122 dBµVef no pino 10 (TXOUT). Neste pino tem de estar sempre ligado um
capacitor de passagem do sinal, uma vez que nele existe sempre uma tensão contínua da ordem
de 500 mVpp , mesmo quando o integrado não está transmitindo dados.
O pino 10 também deve ser protegido contra sobretensões e sinais transitórios negativos.
Esta tensão contínua pode ser usada para polarizar um diodo zener, que protegerá o pino 10
contra transitórios.
Nas aplicações simples e de baixo custo, o sinal pode ser aplicado à rede elétrica através
de uma rede LC simples, mas para se obter isolamento elétrico, também é possível utilizar um
transformador de RF (radiofreqüência) apropriado.

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5.4.2 Modo de Recepção do TDA5051A

No modo de recepção o sinal de entrada aplicado ao pino 14 (RXIN) entra em um


amplificador com controle automático de ganho (-6 dB a +30 dB), que reduz o ruído e ajusta a
amplitude do sinal à sensibilidade do conversor A/D de 8 bits.
Após o conversor A/D existe um filtro passa-banda digital, um demodulador digital e um
gerador de impulsos, deixando finalmente disponível o sinal digital útil no pino 2 (DATAOUT).
No modo de transmissão, a recepção não é desligada e a detecção do sinal recebido pode
continuar a fazer-se normalmente. Neste modo, o ganho selecionado antes do início da
transmissão é guardado e o comando automático de ganho é fixado em -6 dB enquanto o pino
DATAIN está no nível baixo, para em seguida retomar automaticamente o valor original.
A entrada para recepção de sinais (pino 14 - RXIN) possui uma impedância elevada e também
tem de ser protegida contra sobretensões e desacoplamento de corrente contínua, à semelhança
do pino TXOUT. A sensibilidade elevada da entrada (66 dBµV nos integrados TDA5051 e 82
dBµV nos TDA5051A) obriga à utilização de uma rede LC de filtragem (50 Hz na Europa, ou 60
Hz nos EUA e Brasil), que também serve como filtro anti-aliasing do processo de digitalização
interno.
O pino 15 (PD) permite colocar o integrado no modo de baixo consumo de corrente,
quando nele é aplicado um sinal de nível lógico alto.

5.4.3 Modem Implementado

Uma foto do sistema implementado é apresentada na Figura 51. Na Figura 52 é mostrado


o diagrama esquemático da fonte de alimentação do sistema IPI e o modem implementado
utilizando o C.I. TDA5051A, no qual se pode observar a conexão deste à rede elétrica através
dos filtros passa-faixa e a conexão do modem ao microcontrolador. Neste circuito foram
implementadas as fontes de baixa tensão necessárias para o funcionamento do sistema. Estas são
a fonte de alimentação do circuito microcontrolador de 5 V, que por sua vez também é utilizada
pelo modem, e a fonte simétrica de ± 15 V que alimenta o circuito medidor de potência e o
circuito de controle do reator eletrônico. O pré-regulador do fator de potência possui fonte
própria.

Figura 51- Modem PLC e fonte de alimentação implementados.

Após a implementação foram realizados vários testes de comunicação com o circuito para
verificar a performance do modem. A partir da aplicação de uma onda quadrada de 300 Hz no
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pino DATAIN do integrado, conforme especificado pelo fabricante, foi possível monitorar o sinal
modulado TXout do próprio integrado e a recepção do sinal transmitido no pino DATAOUT de um
outro modem na Figura 53. Na Figura 54 pode-se observar o sinal de entrada e a saída
decodificada em outro modem.

F1
J1
1
2 RV2
FUSE/SM
CON2 250 V (AC)

U6 TRANSFORMER CT 1 VA 230 V / 6 V
J6 LM7815C
1 2 D12
2 IN OUT
GND

C14
1 C15
220u D15
CON2 100n C6
3

C22 D1N4007 5 T3 1 47nF/X2 250V


0 0
100n C11 6
D17
1000u D1N4007 8 4 L2
47uH low Rs
J8 C21 C13 D1N4007
1000u 0 T1
2 D16 NEWPORT 76250
1 100n
2 4
C20 D1N4007 Transformador 1:1
CON2 1 3
100n
470u U4
C23 R11 LM7805C R13
1

1 3
IN OUT
GND

56
GND

U7
68R / 5 W C8
3 2 22u C5
2

OUT IN
LM7915C/TO220
J4 68n 63V
2 0 L1
1

47uH
CON2
J5

2
1
C9 0
CON2 470u (16V)
0 0
U1 C12 C4
11

13
3

1u 16V
J9 100n
0
Vddd

Vdda
Vddap

1
2 DATAin
1 2
DATAout 14
CON2 4 TDA5051A RXin
0 15 CLKout C3
J10 16 PD 10n
6 TEST1
2 SCANTEST 10
APGND

1 TXout
DGND

AGND
OSC1

OSC2

CON2
0
12

R1
7

0 D8
1N4733
2M2
0
Y2 XM/SM_0

C1 C2
27p 27p 0

Figura 52 - Diagrama esquemático da fonte do sistema IPI e do modem implementado.

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Figura 53 - Sinal transmitido e sinal decodificado Figura 54 - Sinal enviado por um modem e
no pino DATAOUT do C.I. recebido por outro modem.

Durante os testes do modem verificou-se um elevado nível de ruído na rede elétrica da


PUCRS o qual inviabilizava a comunicação. Para contornar este problema, foi instalada uma
rede elétrica filtrada, paralela à rede da PUCRS. O circuito do filtro implementado encontra-se
representado na Figura 55. Com este filtro eliminou-se interferência gerada pela rede elétrica.
Mesmo assim, ainda foram observados alguns erros de transmissão, na ordem de 7 % do total de
strings enviadas, contudo estes erros foram considerados aceitáveis pela existência de um
algoritmo de detecção de erros no protocolo desenvolvido para o reator.

L3
Rede Elétrica 57uH

C10 C7
100n 3u3

L4
57uH

MODEM MODEM

Figura 55 - Filtro implementado na Rede.

5.5 Unidade de Controle

A unidade de controle do reator eletrônico foi construída utilizando um microprocessador


da Analog Devices denominado de ADuC812 [24]. Este microcontrolador tem arquitetura
baseada na família de dispositivos 805X da Intel. O ADuC812 tem as seguintes características:

9 CPU 8052 de 8 bits com 111 instruções trabalhando em até 16MHz;


9 Conversor A/D de 8 entradas (multiplexadas), precisão de 12 bits, com taxa de
amostragem de 247.000 amostras por segundo [25];
9 Duplo Conversor D/A de 12 bits com saída do tipo tensão;
9 Controlador DMA para altas taxas de aquisição e transferência de dados;
9 Duas saídas PWM do tipo sigma-delta;
9 Referência de tensão interna;
9 Sensor de temperatura interno;
9 62Kbytes de memória flash para área de programa;
9 4Kbytes de memória flash para área de dados;
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9 2304 bytes de memória RAM;


9 PLL interno permite trabalhar com cristal de 32KHz;
9 Portas de comunicação do tipo UART, I2C e SPI;
9 Watch Dog Timer (WDT)
9 Monitor para a tensão de alimentação (PSM – Power Supply Monitor);
9 Pode trabalhar com tensões entre 3V e 5V (compatível com lógica TTL);
9 Baixo consumo, com corrente de 25uA no estado IDLE;

A Figura 56 mostra sob forma de diagrama em blocos, como está estruturado o projeto do
reator eletrônico e como a unidade de controle se integra a este sistema.
Como pode ser visto na Figura 56, o reator eletrônico é constituído além do
microconversor, por uma série de outros circuitos:

9 Um relógio de tempo real [26] (RTC – Real Time Clock) no qual está incorporada uma
memória não volátil do tipo E2PROM. O RTC é utilizado para implementar um
relógio/calendário independente do microcontrolador. Este dispositivo tem uma bateria
que permite ao mesmo manter o relógio em funcionamento, mesmo na ausência de
energia. A memória E2PROM é utilizada para armazenar o consumo do reator e para
armazenar as configurações e o estado do reator.
9 Um circuito de fotocélula utilizando um sensor do tipo LDR (Light Dependent Resistor).
Este circuito é utilizado para determinar quando o reator deve entrar em operação
segundo o critério de luminosidade (norma NBR5123). O reator eletrônico também leva
em consideração o relógio e as restrições de demanda para decidir quando que o reator
entra em operação.
9 Um medidor de potência (multiplicador analógico tensão x corrente). Este circuito é
utilizado para determinar a potência instantânea consumida pelo reator. Em conjunto com
o relógio, o microprocessador calcula a potência consumida (KWh) do reator. O medidor
de potência também é utilizado para implementar um circuito de proteção para o reator. A
medição de consumo acima de um determinado limiar é interpretada como um defeito e
então o circuito de controle desativa o reator.
9 Um modem de 600 bps utilizando a rede elétrica (PLC – Power Line Carrier) como meio
físico para a transmissão dos dados. Com este modem é possível implementar uma rede
de comunicação na qual comandos e respostas trafegam entre os diversos reatores. Com
isto, uma central pode acionar ou desligar um reator, determinar o estado do mesmo para
identificação possíveis falhas, fazer o controle do fluxo luminoso (dimerização) de modo
a limitar a demanda de energia ou mesmo fazer a leitura do consumo de um determinado
reator.
9 Um pré-regulador do fator de potência (PFP). Este circuito é colocado de modo que a
rede elétrica veja o reator como uma carga resistiva, de modo que o reator apresenta fator
de potência próximo da unidade.
9 Um inversor. Este circuito é necessário para gerar uma tensão senoidal adequada ao
disparo e também para a manutenção da lâmpada. Com este circuito é possível controlar
o fluxo luminoso da lâmpada HID (High Intensity Discharge) de vapor de sódio de 250
Watts utilizada no projeto.
9 Um drive de potência para comandar os sinais de controle do PFP e do inversor. O
ADuC812 não possui saídas com capacidade de corrente elevadas, sendo necessário este
circuito para comandar entradas que solicitem maiores níveis de corrente.
9 O circuito de controle contém ainda uma porta do tipo RS232 para permitir a
programação do ADuC812. Este microconversor tem um programa de partida que
permite através de um programa de download fazer a programação da memória flash do
dispositivo. Esta porta é removível, pois em funcionamento normal o hardware não
necessita programar a memória flash e utiliza a porta serial para estabelecer uma rede de
comunicação com conexão a rede elétrica através do modem PLC.

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Rede Elétrica
RTC
EEPROM

Minuto
Fotocélula AD1

ADuC812 Drive de Potência


Medidor de AD0
Lâmpada HID
Potência Proteção TX RX 250W

> Term Inversor


> ....... Soft
Start
Drive PFP
RS232
Conexão para
programação do
ADuC 812 Modem
PLC

Figura 56 – Diagrama em blocos do Reator Eletrônico.

O ADuC812 foi escolhido para implementar o circuito de controle devido as suas


características singulares. Este dispositivo é compatível com os microcontroladores Intel 805X
os quais são amplamente utilizados na indústria e tem um grande número de aplicativos já
escritos para eles. Programas escritos para o 805X rodam sem modificação no ADuC812. O
ADuC812 tem uma série de recursos extras, como a incorporação de conversores A/D e D/A,
memória flash, gravação “in circuit” que o tornam extremamente interessante para a
implementação de sistemas de aquisição de dados baseados em um único dispositivo. A Analog
Devices classificou o ADuC812 e os demais dispositivos desta família como microconversores,
uma junção de microcontrolador com conversores (A/D e D/A). Os microconversores da Analog
Devices possibilitam implementar sistemas com alto grau de integração, alta confiabilidade e
baixo custo.
As Figura 57 e Figura 58 apresentam os diagramas esquemáticos que compõem a unidade
de controle do reator eletrônico. Estes circuitos foram implementados ao longo do projeto em
quatro placas de circuito impresso separadas: Uma para o microcontrolador e drive de potência,
uma para o relógio de tempo real, uma para a fotocélula e uma para o drive RS232 utilizado na
programação da CPU [27].

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Figura 57 – Esquema elétrico da CPU de controle.

O sistema de controle executa uma série de tarefas. Estas tarefas foram escritas em
linguagem assembly de forma a obter o máximo desempenho da CPU. A Figura 59 apresenta um
esboço das tarefas que foram escritas para o ADuC812 e como elas se relacionam.

Figura 58 – Dispositivos periféricos.


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Salvar
Consumo Potência
Instantânea
Salvar
Salvar Estado
Configuração Reator Proteção
Medidor
Cálculo de
KWh E2PROM Potência
Ligar
Reator

Rotinas RTC Fotocélula


de I2C Conversor
Tempo A/D

Luminosidade
ADuC NBR5123
812
RX
Configuração Modem PFP
PLC Soft
Start
TX Inversor
Potência Protocolo
Consumida SLIP
Disparo
da
Lâmpada
Controle
RX TX Freqüência
Comando Comando

Controle da
Dimerização Ressonância
Acústica

Figura 59 – Tarefas que estão rodando no microconversor.

As tarefas destacadas na Figura 59 , estão relacionadas diretamente com o hardware do


reator eletrônico. As demais tarefas estão relacionadas com o resultado obtido com o hardware
que estas estão associadas. As tarefas relacionadas com o hardware são:

9 Leitura do conversor A/D. Estão relacionadas com esta tarefa, a leitura da fotocélula com
o objetivo de determinar a luminosidade ambiente e os limiares de disparo (norma
NBR5123 [28]) e tomar a decisão de ligar ou não o reator eletrônico e a leitura do
medidor de potência, de forma a obter a potência instantânea e para implementar um
sistema de proteção contra surtos de corrente no reator.
9 Acionamento do PFP. É utilizado para fornecer um link DC para o inversor. Este circuito
apresenta um capacitor de valor elevado na sua entrada. De modo a evitar surtos de
corrente durante o processo de energização, um esquema de partida suave (Soft Start) foi
implementado.
9 Acionamento do Inversor. Este circuito é o responsável pela tensão de disparo e de
manutenção da lâmpada. É possível variar a freqüência da tensão destinada a lâmpada
com o objetivo de fazer o controle do fluxo luminoso e também para evitar o fenômeno
da ressonância acústica.
9 Comunicação I2C com o relógio de tempo real (RTC) e a memória EEPROM. O RTC é
utilizado para gerar as rotinas de controle do tempo, gerando uma interrupção a cada 60s.
Esta interrupção é utilizada para o cálculo da potência consumida pelo reator. A memória
EEPROM é utilizada para armazenar o consumo do reator para futuras tarifações, salvar
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configurações recebidas pelo reator e manter o estado atual (ligado ou desligado, se o


mesmo apresenta algum tipo de falha) do reator.
9 Modem PLC. O modem está conectado a um porto serial padrão do microcontrolador. Foi
implementado um protocolo do tipo SLIP [29] para estabelecer a comunicação entre os
diversos reatores eletrônicos. Um esquema do tipo mestre-escravo foi implementado,
onde cada escravo possui uma identificação única. Um sistema de checagem da
integridade da informação foi implementado de modo a garantir a segurança do sistema.
Pela rede podem ser transmitidos e recebidos comandos (ligar, desligar, dimerizar),
solicitação de leitura do consumo do reator e o recebimento de configurações que mudam
o perfil de funcionamento do reator. A Figura 60 apresenta o formato do protocolo SLIP
implementado.

Figura 60 – Formato do protocolo SLIP.

A
Figura 61 apresenta o aspecto físico dos protótipos implementados da CPU, da fotocélula, do
relógio de tempo real e do drive RS232 para programação do ADuC812.

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Figura 61 – Foto dos protótipos implementados.


6. Confronto com os resultados esperados e justificativas para as
discrepâncias verificadas;
Conforme descrito no item três resultados esperados no inicio deste relatório o objetivo
principal do presente projeto consistia no desenvolvimento de um protótipo de um Reator
Eletrônico Programável Inteligente operando em alta freqüência para iluminação pública utilizando
lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio. Este objetivo foi plenamente atingido. Este reator
deveria apresentar uma série de características conforme descrito abaixo.

1. Possibilidade de Controle Remoto dos reatores, a partir de uma central. Atendido através da
rede de comunicação utilizando PLC entre as unidades microcontroladas do tipo mestre
escravo. Não era objetivo do projeto desenvolver a central de controle, foi desenvolvido um
software para teste do sistema.
2. Monitoramento do consumo de energia, para tarifação. Atendido através do Sistema de
Medição de Potência e Proteção.
3. Alto fator de potência. Atendido com o uso do pré-regulador do Fator de Potência.
4. Controle do consumo de potência, através do controle do fluxo luminoso, “dimerização”.
Atendido pelas características do Reator Eletrônico desenvolvido a partir do filtro LCC.
5. Limitação da corrente de arranque, "in rush-current". Atendido com a inclusão de um TRIAC
em série com o PFP. Para limitar o in rush utilizou-se o controle do ângulo de disparo até
a completa carga do capacitor. Esta função se mostrou desnecessária no PFP definitivo já que
o capacitor de entrada era de apenas 470 µF. Portanto foi desabilitada.
6. Baixo conteúdo de harmônicos da corrente consumida pelo reator. Atendido com o uso do pré-
regulador do Fator de Potência.
7. Controle do Fluxo Luminoso "Dimming", com a possibilidade de selecionar diferentes níveis de
potência desde 40 até 100%. Atendido pelas características do Reator Eletrônico
desenvolvido a partir do filtro LCC. Foi obtido um controle de até 28%.
8. Proteções, contra curto-circuito e circuito aberto. Atendido através do Sistema de Medição de
Potência e Proteção e a través das características intrínsecas ao filtro LCC.
9. Funções de monitoramento, o reator eletrônico apresentará uma série de funções que permitem
monitorar o comportamento do mesmo e da instalação. Atendido através do Sistema de
Medição de Potência e Proteção o qual é capaz de detectar falhas no sistema.

7. Cronograma Previsto e Executado, com Justificativa para as Discrepâncias


Verificadas.
Todas as quinze etapas foram executadas com sucesso, porém houve a necessidade de
solicitar duas prorrogações dado que a assinatura do contrato foi realizada no dia 02 de maio de
2002 e o efetivo pagamento da primeira parcela somente ocorreu no dia 27 de setembro de 2002.
Isto acarretou em um atraso no cronograma do projeto alheio à equipe executora. O atraso supra
citado por parte da contratante impossibilitou o bom andamento do projeto ocorrendo, por
exemplo, o atraso na contratação dos membros da equipe, bem como a aquisição dos
equipamentos necessários para o andamento do projeto. Em vista do exposto foi necessário
solicitar que o mês 1 (um) previsto no cronograma físico fosse considerado a partir de 27 de
setembro 2002 (momento no qual foi efetuado o primeiro pagamento), e não 02 de maio de 2002
(momento no qual o contrato foi assinado). Desta forma, o mês 12 (doze), término do contrato,
ocorreu no final de setembro de 2003. Graças a compreensão da CEEE foi possível obter a
necessária prorrogação junto a ANEEL.
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Cronograma físico
Mês 1 (Calendário Gregoriano) Ciclo: 2001-2002
Número/Etapa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 Grupo
2 Aquisição de Equipamentos
3 Revisão
4 Sub-sistemas (serviços de terceiros)
5 Simulação sub-sistemas
6 Protótipo PFP
7 Protótipo Reator (Material de Consumo)
8 Supervisor
9 Cascateamento
10 Comunicação
11 Integração
12 Relatórios
13 Artigos
14 Mestrando
15 Eventos

Etapas do projeto
Nº Nome etapa Descrição Produto
1 Grupo Formação do grupo de trabalho. RH
2 Aquisição Compra e importação dos equipamentos relacionados. Equipamentos
3 Revisão Revisão bibliográfica sobre os temas correlatos com o reator eletrônico. Estado da Arte
4 Sub-sistemas Projeto dos três sub-sistemas que compreendem o reator eletrônico. Documentação
5 Simulação Sub-sistemas Simulação dos sub-sistemas do reator eletrônico. Documentação
6 Protótipo PFP Desenvolvimento do protótipo do pré-regulador do fator de potência. Protótipo PFP
7 Protótipo Reator Desenvolvimento do protótipo do reator eletrônico. Protó. Reator
8 Supervisor Desenvolvimento do sistema de supervisão e controle. Software
9 Cascateamento Cascateamento do PFP ao reator eletrônico. Reator dimer.
10 Comunicação Implementação do protótipo de interface de comunicação via rede elet. Modem Rede
11 Integração Integração interface comunicação com o reator dimerizável. Reator Com.
12 Relatórios Elaboração de relatórios técnicos. Documentação
13 Artigos Preparação de artigos técnicos para revistas, simpósios e congressos. Documentação
14 Mestrando Formação de um estudante de pós-graduação. 1 Mestre
15 Eventos Participação em eventos científicos nacionais e internacionais. Documentação

8. Orçamento previsto e executado, com justificativa para as discrepâncias


verificadas.
Como já foi apresentado no item anterior houve um importante atraso no inicio dos
pagamentos, porém a partir do inicio dos pagamentos os desembolsos seguiram o ritmo
adequado. A quase totalidade dos recursos foi consumida de acordo com o previsto, apenas uma
pequena parcela não foi gasta devido a variações nos custos estimados com participação em
eventos.

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Orçamento Previsto
Valores Desembolsos – Ciclo 2001/2002 (R$ x 1000)

Totais
Etapa Maio Junho Julho Agosto Setembro Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
(R$)
1 3.600,00 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3
2 50.178,22 50.178,22
3
4 5.434,00 5,434
5
6
7 5.000,00 5,0
8
9
10
11
12
13
14 14.400,00 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
15 10.387,78 10,38778
Total 89.000,00 51.678,22 6,5 1,5 6,934 11,88778 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5

Orçamento Executado
Valores Desembolsos – Ciclo 2001/2002 (R$ x 1000)

Totais
Etapa Setembro Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr M J Julho Novembro
(R$)
1 3.600,00 0,3 0,3 2,29706 0,70294
2 50.232,56 50,17822 0.05434
3 0,00
4 5.445,74 5,44574
5 0,00
6 0,00
7 5.000,00 5,0
8 0,00
9 0,00
10 0,00
11 0,00
12 0,00
13 0,00
14 14.420,00 1,2 1,2 10,80000 1,22000
15 9.923,14 2,12527 7,79787
Total
88.621,44 53,80349 6,5 13,09706 15,22089

9. Estratégia de difusão tecnológica dos resultados da pesquisa.


Um importante trabalho foi feito para difundir os resultados desta pesquisa. Para tanto se
publicou dois trabalhos diretamente relacionados com este projeto. PROGRAMMABLE
ELECTRONIC BALLAST no INDUSCON 2002 realizado em Salvador – Bahia e A
MONITORING AND CONTROL SYSTEM FOR HID LAMPS, no 70 Congresso Brasileiro de
Eletrônica de Potencia COBEP2003 realizado em Fortaleza - CE - Brasil, de 21 a 24 de
Setembro do corrente ano. Também no COBEP se publicou um trabalho relacionado com a
presente pesquisa cujo titulo é ELECTRONIC BALLAST PLATFORM – EBP

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10. Conclusão
O trabalho apresentou o estudo e o desenvolvimento de uma metodologia de cálculo para
reatores eletrônicos para lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio utilizadas em iluminação
pública.
Para tanto, iniciou-se com uma revisão bibliográfica onde foi apresentado o
comportamento das descargas elétricas dentro de um tubo de gás, onde foi explicado o fenômeno
da resistência negativa que ocorre durante a descarga elétrica nas lâmpadas de descarga motivo
pelo qual são utilizados dispositivos para estabilizar corrente na lâmpada a fim de evitar a sua
destruição. Os métodos de estabilização da descarga para tensões alternadas e contínuas também
foram apresentados, mostrando as vantagens e desvantagens de cada método.
A topologia escolhida para este trabalho apresenta características muito especiais tais
como: capacidade de gerar um elevado pico de tensão para o acendimento da lâmpada e
capacidade de limitar a corrente e a tensão na lâmpada após o acendimento. O circuito projetado
e implementado também permite a dimerização da lâmpada.
Os objetivos do trabalho, que eram o desenvolvimento de um reator eletrônico para
lâmpada de alta pressão de vapor de sódio, com possibilidade de controle de luminosidade foram
atingidos, o método de cálculo utilizado apresentou-se eficiente conforme demonstrado nos
resultados experimentais.
O estudo e o desenvolvimento de dois pré-reguladores do fator de potência utilizando o
conversor Boost operando no modo de condução continuo e no modo de condução crítico
utilizando o controle por multiplicador e o controle FM respectivamente foi realizado.
As elevadas perdas por comutação observadas quando o conversor Boost operava no
modo de condução continuo impuseram uma outra solução. A utilização do conversor Boost
operando no modo de condução crítico reduziu bastante estas perdas.
As análises qualitativa e quantitativa para o conversor Boost foram apresentadas. Através
destas análises foi possível estabelecer critérios de projeto para o conversor Boost operando
como PFP.
Foram estudados dois circuitos integrados para o controle do PFP, os critérios de projeto
dos elementos passivos necessários para o correto funcionamento destes CIs também foram
apresentados.
Com este trabalho foi possível implementar um circuito que procura resolver os
problemas apresentados pelas fontes de alimentação chaveadas. As quais apresentam um baixo
fator de potência e uma elevada taxa de distorção harmônica. Os resultados teóricos e
experimentais demonstraram que o PFP emula uma carga resistiva. Eliminando assim o
problema da introdução de harmônicos de corrente na rede elétrica.
Foi desenvolvido um modem de baixo custo e de simples instalação que utiliza a rede
elétrica como meio físico para a transmissão de dados sem a necessidade de instalação de
cabeamento adicional
Os testes realizados com o modem implementado demonstraram uma boa confiabilidade
tanto na transmissão quanto na recepção de dados, porém observou-se que este circuito é muito
sensível aos ruídos provenientes da rede elétrica. Este problema foi contornado com a utilização
de um filtro de rede, o qual deve ser colocado junto ao transformador de distribuição. Portanto,
torna-se necessário futuramente o desenvolvimento de um sistema mais robusto de comunicação
para uma implementação em larga escala que desta forma permita o trafego de informações com
maior segurança e confiabilidade.
Um completo sistema de medição de consumo capaz de medir a potência ativa do sistema
foi desenvolvido. Na mesma placa foi implementado um sistema de proteção que desliga todo o
sistema em caso de curto circuito na lâmpada e informa ao microcontrolador a ocorrência do
evento.
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LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA DA PUCRS

Foi elaborada uma CPU baseada em um microconversor da Analog Devices, o qual


devido as suas características, permitiu elaborar uma central de controle de alta integração, alta
confiabilidade e de baixo custo. Graças a uma série de dispositivos extras que foram
incorporados a arquitetura padrão do 805X, a utilização do microconversor ADuC812
simplificou o processo de desenvolvimento e depuração dos programas.

11. Bibliografia.
[1] ANSI - American National Standards Institute. http://www.ansi.org
[2] FCC - Federal Communications Commission. http://www.fcc.gov
[3] IEC - International Electrotechnical Commission. http://www.iec.ch
[4] Ivo Barbi & A. F. De Souza. 1993. Curso de Correção de Fator de Potência de Fontes de
Alimentação. Florianópolis, SC.
[5] Dr. José Antenor Pomílio. 1995. Apostila de Pré-Reguladores de Potência. Campinas.
[6] Dr. José Antenor Pomílio. 1995. Harmônicas e Fator de Potência. Campinas.
[7] Dr. Fernando Soares dos Reis. 1995. Tese de Doutorado. “Estudio y Criterios de
Minimizacion y Evaluacion de las Interferências Eletromagneticas Conducidas en Los
Convertidores CA-CC”.
[8] J. M. Alonso, “Alimentacion de lamparas de alta intensidad de descarga: aportaciones em
la optimizacion del sistema electronico”, Tese de doutorando, Gijon- Espanha,
Universidad de Oviedo, 1994.
[9] Ben-Yaakov, S. and Gulko, M, “Design and performance of an electronic ballast for
high-pressure sodium (HPS) lamps”, IEEE Transactions on Industrial Electronics Vol.
44, Issue 4, Aug. 1997, pp 486-491.
[10] Vinicius A. Moreira, “Iluminação e fotometria: teoria e aplicações”, Editora Edgar
Blücher Ltda, 3ª edição, São Paulo, Brasil, 1987, 211p.
[11] William R. Alling, “Important Design Parameters for Solid-State Ballasts”, IEEE
Transactions on Industry Applications, Vol.25, nº2, March / April 1989, pp. 203-207.
[12] R. R. Verderber; O. C. Morse; F. M. Rubinstein. “Performance of electronic Ballast and
Controls Whith 34- and 40- Watt F40 Fluorescent Lamps”, IEEE Transactions on
Industry Applications, Vol. 25, Nº 6 , Novembro / Dezembro, 1989, pp. 1049-1059.
[13] C. Licitra; L. Malesani; G. Spiazzi; P. Tenti; A. Testa. “Single-Ended Soft-Switching
Electronic Ballast with Unity Power Factor“, IEEE Transactions on Industry
Applications, vol. 29, nº 2, Março/Abril, 1993, pp. 382-387.
[14] T. –F. Wu; M. –C. Chiang; E. –B. Chang. “Analysis and Design of a High Power Factor,
Single –Stage Electronic Ballast with Dimming Feature“, IEEE APEC 97, 1997, pp.
1030-1036.
[15] Bum Suk Kang; Hee Jun Kim, “High Power Factor Electronic Ballast for High Pressure
Sodium Lamp”, TENCON 99. Proceedings of the IEEE Region 10 Conference, Volume:
2, 1999 Page(s): 887 -890 vol.2. Cheju, Korea, Sep. 1999.
[16] C. Brañas; F. J. Azcondo; S. Bracho. “Electronic Ballast for HPS Lamps with Dimming
Control by Variation of the Switching Frequency. Soft Startup Method for HPS and
Fluorescent Lamps“,IECON98, 1998, pp. 970-975.
[17] Dos Reis, F. S.; TONKOSKI JÚNIOR, Reinaldo; MARTINAZZO, Felipe; SUZUKI,
Toshifumi; LIMA, Júlio César Marques de. “ELECTRONIC BALLAST PLATFORM –
EBP”, 7th Brazilian Power Electronics Conference, 2003, Fortaleza -CE - Brazil. 7th
Brazilian Power Electronics Conference - COBEP2003, 2003.

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[18] WATANABE, E.H.; ALVES, J.E.R Jr; BALTHAZAR, M.Q.F. “Harmonic Analysis Of
Solid-State Watt-Hour Metering”: Preliminary Investigation, Ceará, The 7th Brazilian
Power Electronics Conference, 197, 203, 21 de Setembro de 2003.
[19] IRWIN, J. David Análise de Circuitos em Engenharia. 4º. Edição. São Paulo: MAKRON
Books , 2000.
[20] PROAKIS, J., SALEHI, M., “Communication Systems Engineering”, Prentice and Hall,
1994, pp. 729.
[21] O’NEAL, J. B., “The Residential Power Circuit as a Communications Medium”, IEEE
Transactions on Consumer Electronics, Vol. CE-32, No. 3, August 1986, pp. 567-576.
[22] MAURMANN, J. J., LIMA, J. C. M. Automação Residencial. Porto Alegre, 2001.
Trabalho de Integração de Curso – Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
[23] Philips, “Home automation modem TDA5051A”. http://www.philips.com
[24] Analog Devices, Inc., ADuC812: Microconverter, Multichannel 12-Bit ADC with
Embedded Flash MCU Data Sheet, http://www.analog.com
[25] Analog Devices, Inc., Fundamentals of Sampled Data Systems, AN-282,
http://www.analog.com
[26] Dallas Semiconductor, 64x8 Serial Real-Time Clock DS1307
[27] Analog Devices, Inc., MicroConverter® QuickStart Development Tools,
http://www.analog.com
[28] NBR5123, Associação Brasileira de Normas Técnicas
[29] J Romkey, Slip Protocol Specification, http://www.freesoft.org

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12. ANEXOS.
Em anexo estão os artigos publicados, a saber:

1. PROGRAMMABLE ELECTRONIC BALLAST - INDUSCON 2002 realizado em


Salvador – Bahia.
2. A MONITORING AND CONTROL SYSTEM FOR HID LAMPS publicado no 70
Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potencia - COBEP2003 realizado em Fortaleza –
Ceará.
3. ELECTRONIC BALLAST PLATFORM – EBP publicado no 70 Congresso Brasileiro de
Eletrônica de Potencia - COBEP2003 realizado em Fortaleza – Ceará.

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50
Programmable Electronic Ballast

Paper Code: 021

Fernando Soares dos Reis, F. Martinazzo, R. Tonkoski, F. F. Fria, J. C. M. Lima e V. M. Canalli

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul


Faculdade de Engenharia - Departamento de Engenharia Elétrica
CEP 90619-900 - Avenida Ipiranga, 6681
Porto Alegre – RS – Brasil
f.dosreis@ieee.org

Abstract - This paper presents a preliminary study that crescimento do consumo de energia levaram o País a
concerns about programmable electronic ballast uma situação bastante delicada. O crescimento
working at high switching frequency, for public lighting econômico do País permitiu uma maior participação
systems using high-pressure sodium lamps. The future no PIB Brasileiro da indústria eletroeletrônica, cujo
implementation of this prototype will allow changing faturamento atingiu R$ 56,2 bilhões em 2001, com
the conventional ballast, the ignitors, the capacitors and
crescimento de 11% na comparação com o ano 2000
the photocell usually used with high-pressure sodium
lamps. The ballast under study should have a high (R$ 50,6 bilhões) afirmou o presidente da Abinee,
power factor and will permit to create a remote control Carlos de Paiva Lopes durante a FIEE (Feira
from a central station, the power consumption Internacional da Indústria Elétrica) Elétrica 2002.
monitoring for billing, the lighting dimming, with
different power levels. A figura 1, representa o faturamento da indústria
eletroeletrônica, entre os anos de 1994 e 2000, cujo
I. INTRODUÇÃO comportamento tem sido de franco crescimento.

A crise do setor Energético Nacional é uma


realidade. A falta de investimentos no setor e o

Figura 1. Faturamento do Setor Eletroeletrônico em bilhões de reais.

O crescimento econômico inevitavelmente traz harmônica, com controle do fluxo luminoso,


consigo um aumento na demanda por energia. O incorporando um sistema de supervisão interno com
presente trabalho visa contribuir para uma efetiva possibilidade de comunicação com uma central
redução do consumo de energia elétrica despendida remota.
em iluminação pública, ajudando desta forma, as
prefeituras a cumprirem as metas de racionamento de II. ESTADO DA ARTE
energia elétrica, evitando o desperdício dos recursos
públicos. As lâmpadas HID (High Intensity Discharge) [1]
Trata-se de um tema multidisciplinar que emprega tem como constituição uma "lâmpada dentro da
conhecimentos de áreas estratégicas como Eletrônica lâmpada", pela qual o tubo de arco fica suspenso
de Potência, Sistemas de Iluminação, Interfaces e dentro de um bulbo externo. Um exemplo típico de
Redes, Sistemas Digitais Microprocessados e encapsulamento pode ser visto na figura 2. As
Automação e Controle, os quais têm ampla aplicação lâmpadas HID normalmente são constituídas pelos
nas diversas áreas do conhecimento. seguintes componentes: um bulbo externo: o qual
O objetivo geral do presente trabalho é propor um tem como função isolar o tubo de arco do meio
reator eletrônico para lâmpadas de alta pressão (HID) exterior, feito na maioria das vezes de vidro
de vapor de sódio, que apresente para rede elétrica resistente ao calor; um tubo de arco: consistindo de
um elevado fator de potência e uma baixa distorção um tubo selado que contém os "elementos de
Programmable Electronic Ballast

Paper Code: 021

trabalho" da lâmpada. utilizando quartzo; base: uma base metálica do tipo rosca, suporta a
Eletrodos: dois eletrodos principais atuam como lâmpada no soquete e faz a conexão elétrica ao
terminais de descarga em arco. Eles são feitos em circuito elétrico; reator: todas as lâmpadas HID
espirais de tungstênio, recobertos com óxidos de requerem reator externo para acionar e regular a
terras raras, para facilitar a emissão de elétrons corrente, com exceção da Lâmpada Mista.

1 - Eletrodos com Nióbio.


2 - Tubo de descarga feito de óxido de alumínio sinterizado.
3 - Conjunto de montagem do tubo de descarga. Ele tem um formato
especial para evitar sombras no sistema ótico da luminária.

4 - Conexão elétrica flexível.


5 - Anel no qual o material de condução é armazenado durante o seu
funcionamento.

6 - Tubo de esgotamento do bulbo externo.


7 - Conexões elétricas.
8 - Tubo de vidro duro externo.
9 – Base
Figura 2. Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão.

O tubo de descarga de uma lâmpada de sódio de auxiliar, ligado entre a rede e a lâmpada de
alta pressão contém excesso de sódio, para dar descarga, com a finalidade de limitar sua corrente
condições de saturação do vapor quando a lâmpada quando se aplica tensão, caso contrário, a lâmpada
está funcionando, e para permitir absorção interna se destruiria rapidamente, devido a sua
na superfície. Também é usado um excesso de característica de apresentar uma resistência
mercúrio para proporcionar um gás de proteção, e o negativa conforme pode ser observado na Figura 3.
xenon é incluído sob baixa pressão para facilitar a
ignição e limitar a condução do calor do arco de
descarga da parede do bulbo. O tubo de descarga,
feito de óxido de alumínio sinterizado, para resistir
a intensa atividade química do vapor de sódio à
temperatura de operação de 700º C, é colocado num
invólucro de vidro duro á vácuo.

As lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio


irradiam energia sobre uma grande parte do
espectro visível [2]. Estas lâmpadas proporcionam
uma reprodução de cor razoável (tem índice de
reprodução de cores IRC 23). São disponíveis com
uma eficiência luminosa de até 130 lm/W e uma
temperatura de cor de aproximadamente 2100 ºK.
Figura 3. Curva característica típica tensão x corrente de
As lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio, lâmpadas de descarga de alta intensidade.
como outras lâmpadas de descarga elétrica,
necessitam de um reator para operarem Os reatores podem ser de dois tipos:
corretamente [3]. O Reator é um equipamento eletromagnéticos ou eletrônicos. Os reatores
Programmable Electronic Ballast

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eletrônicos são os mais estudados atualmente Existem circuitos que utilizam técnicas de
devido à facilidade de obter circuitos com alto fator integração de conversores que visam aumentar a
de potência e alta eficiência. Para que se obtenha confiabilidade e diminuir o custo de implementação
uma perfeita compreensão do funcionamento dos do reator eletrônico.
reatores eletrônicos será necessário conhecer as
funções dos diversos blocos que compõem um Os reatores eletrônicos são basicamente
reator eletrônico, bem como as características de constituídos por um circuito retificador e um
funcionamento das lâmpadas de alta pressão de circuito inversor [4]. O diagrama de blocos da
vapor de sódio em altas freqüências. A obtenção de Figura 4 representa as principais blocos que
um alto fator de potência em reatores eletrônicos, constituem um reator eletrônico.
envolve a utilização dos Prerreguladores do Fator
de Potência (PFP).

Figura 4. Reator eletrônico representado em blocos.

Onde: (1) Entrada da rede 110/220 VCA 60/50 Hz.; (2) Circuito retificador de onda; (3) Conversor (CC/CC); (4)
Circuito inversor; (5) Filtro.

III. TOPOLOGIA DE POTÊNCIA EMPREGADA corrente; estes, embora simples e robustos, são
muito volumosos e caros. Desse modo, surgiu a
Devido aos problemas causadas pelas cargas não- idéia de desenvolver uma nova família de
lineares, a comunidade científica da Eletrônica de conversores estáticos (prerreguladores de fator de
Potência propôs varias técnicas para combater a potência - PFP), tal que a injeção de harmônicos de
poluição harmônica, elevar o fator de potência e corrente, a circulação de reativos e a interferência
melhorar a qualidade da energia elétrica. Uma das eletromagnética seriam minimizados a partir da
principais propostas consiste no emprego de filtros colocação de um conversor (o prerregulador), entre
passivos e/ou ativos para filtrar as harmônicas de a ponte retificadora e o conversor CC-CC ou reator
eletrônico (Figura 5).

Figura 5. Utilização de prerreguladores para a correção do fator de potência em reatores eletrônicos.


Programmable Electronic Ballast

Paper Code: 021

Nos últimos cinco anos apareceram muitas operando no modo continuo e um circuito inversor
topologias de prerreguladores para a correção do em meia ponte representado na figura 6.Estas etapas
fator de potência. O que se tornou mais popular foi garantirão ao reator características como alto fator
o conversor Elevador (Boost), que é muito de potência, praticamente unitário e nível de ruído
conhecido e utilizado em larga escala no meio EMI e RFI dentro dos limites estabelecidos pelas
industrial. normas internacionais.

Entre as várias técnicas de correção do fator de IV. INTERFACE DE COMUNICAÇÃO


potência conhecidas, estas podem ser basicamente
classificadas em dois tipos: O reator eletrônico proposto agrega novas
funções em relação aos reatores comerciais,
Correção Passiva: é realizada por um filtro podendo se comunicar com uma central remota, sem
(geralmente passa-baixo), que contém a combinação a necessidade de instalação de cabeamento
de componentes passivos (capacitores, indutores e adicional. Uma interface de comunicação
resistores). São volumosos e pesados devido a baixa bidirecional é proposta, utilizando a própria rede
freqüência de corte do filtro envolvido, apresentam elétrica como meio físico. Esta interface baseada
custo elevado. Caracterizam-se pela robustez, nos chips P200 e P300 da Intellon, está dentro das
simplicidade e facilidade de implementação e normas técnicas IEC e permite ao sistema de
operação. Com este tipo de correção consegue-se gerenciamento, programar o reator e coletar
alto fator de potência, porém com elevada taxa de informações do mesmo. Com isto é possível obter:
distorção harmônica.
• Consumo;
Correção Ativa: utiliza componentes ativos, tais • Controle do Fluxo Luminoso;
como transistores (chaves controladas) e passivos, • Condições de funcionamento do Reator e da Lâmpada;
com a finalidade de impor a corrente de entrada, • Estado da Lâmpada (acesa ou apagada);
melhorando sua forma de onda para cargas não • Falhas;
lineares e regulando a tensão de saída. Operam em
geral com elevada freqüência de chaveamento. Através desta interface de comunicação é possível
Quando comparada à correção passiva possui maior comandar o acionamento individual ou coletivo das
eficiência, menor volume porém com maior lâmpadas, o controle do fluxo luminoso das
complexidade. Caracteriza-se por obter um fator de mesmas, a programação de horários de acionamento
potência praticamente unitário (FP>0.95), baixa e desligamento e a programação do acionamento em
distorção harmônica com larga faixa de operação e horários de pico de demanda. Um diagrama em
boa regulação dinâmica. blocos do sistema esta representado na Figura 7.
O circuito em estudo será constituído basicamente
por um PFP [5] baseado no conversor Boost,

M1

V2

C1 L1
V1

M2

C2 R1
V3

Figura 6. Inversor do Reator Eletrônico Implementado.


Programmable Electronic Ballast

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Figura 7. Diagrama em blocos do sistema.

A interface de comunicação implementada características que sejam interessantes para a sua


através da rede elétrica – PLC (Power Line Carrier), aplicação.
utiliza técnica de espalhamento espectral (Spread
Spectrum) para modular o sinal, com a qual se V. SIMULAÇÃO
obteve uma taxa de transmissão de 9600bps. Os
chips P200 e P300 apresentam uma série de Os principais resultados obtidos na simulação da
facilidades para implementar funções de rede, uma etapa inversora estão representados na figura 8,
vez que duas das quatro camadas de rede (physical e onde a curva vermelha representa a tensão aplicada
data link) estão implementadas em hardware. a lâmpada HID de Vapor de Sódio de 250 W e a
curva azul representa a potência instantânea
O protocolo de comunicação é baseado no padrão entregue a lâmpada. Estes resultados validam o
CEBus [6], o qual foi escolhido por ser padrão em método de projeto adotado e nos permitem a
aplicações controle residencial, sistemas de implementação do sistema.
gerenciamento de energia e produtos de
telecomunicações. O CEBus é um protocolo aberto
permitindo aos desenvolvedores adicionar
Programmable Electronic Ballast

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538
Potencia na Lampada

400

200

Tensao na Lampada

-190
660.9us 680.0us 700.0us 720.0us 740.0us 760.0us 780.0us
V(U1:2) -I(R1)*V(U1:2)
Time

Figura 8. Tensão e Corrente na Lâmpada (resultados obtidos via PSPICE).

VI. CONCLUSÕES VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O estudo de um produto industrial com [1] Chr. Meyer, Discharge Lamps, Philips
características inovadoras é proposto neste trabalho Techinical Library 1988.
o qual permitirá uma expressiva redução no [2] J.R. Coaton, Lamps and Lighting, fourth edition,
consumo de energia gasto em iluminação pública. A Arnold 1997.
redução no consumo de energia pode ser obtida com [3] T. Suzuki, M.C. Silva, V. M. Canalli, F.B.
o controle do fluxo luminoso individualizado, o Líbano e F. S. Dos Reis, Electronic Ballast For
acionamento das lâmpadas em horários pré- Fluorescent Lamps, INDUSCON 2000, Porto
determinados ou em determinadas condições de Alegre, Brasil, Nov. 2000
luminosidade e a interrupção programada das [4] Ivo Barbi - Eletrônica de Potência, Edição do
lâmpadas segundo algum critério pré-estabelecido. O Autor - Florianópolis - 1997. patricia@inep.ufsc.br
desenvolvimento e a futura implementação deste [5] Bum Suk Kang and Hee Jun Kim, High Power
protótipo em escala industrial permitirá substituir o Factor Electronic Ballast for high pressure sodium
reator convencional, o ignitor, o capacitor e a lamp, IEEE Technical Conference, TENCON,
fotocélula necessários para o acionamento deste tipo Cheju, Korea, Sep., 1999.
de lâmpada, trazendo inúmeras vantagens, como alto [6] A Power Line Communication Tutorial –
fator de potência e a dimerização. Com a Challengs and Technologies – Echelon Corporation
implementação da interface de comunicação, o 1998.
acionamento e controle das lâmpadas de forma http://www.echelon.com/Products/Transceivers/PL
individualizada torna-se possível. TPresentations/pwrlinetutoral.pdf
http://www.fiee.com.br/
http://www.power.inf.br/edicao_mensal/el_GTD_e_
destaque_013.htm
A MONITORING AND CONTROL SYSTEM FOR HID LAMPS
Dos Reis, F. S., Lima, J. C., Rodriguez, L. W., Martinez, F., Martino, M. G. B.,
Goodish, L. A., Sarmanho, U.A.S., Danas, C. G.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre, RS – Brasil CEP: 90619-900
f.dosreis@ieee.org

Abstract – This paper will present the study and The objective of this work is to describe the
implementation of a control and supervision system implementation of a control and supervision
for electronic ballast of high intensity discharge (HID) system for electronic ballast of high intensity
lamps used in public illumination. This system makes discharge (HID) lamps. These lamps are widely
possible to supervise the state and to control all used in public illumination. This system makes
functions of an electronic ballast remotely, allowing:
possible to supervise the state and to control all
dimming, report fails in the system, power
consumption measurement, control of power flow,
functions of an electronic ballast remotely,
time schedule, electronic ballast protection against allowing: dimming, report fails in the system,
damages, inrush current protection for the PFP and power consumption measurement, and control of
minimize the acoustic resonant phenomenon in the power flow, timing, electronic ballast protection
HID lamps. A communication network was against damages, and inrush current protection for
implemented using modems connected in the power the PFP and minimize the acoustic resonant
line (Power Line Carrier – PLC), allowing the phenomenon. This system allows reducing the
communication between electronic ballasts. A protocol energy consumption spent in public illumination,
for this communication was proposed and by an individual control of dimming and timing
implemented. schedule for all lamps. The system also makes
possible to minimize the costs with logistic in the
KEYWORDS
control of the public illumination system. For this
implementation, a communication between master
PLC, electronic ballasts, communication network.
ballast and slave ballasts is necessary, allowing to
program and to control all lamps. This
communication was implemented using PLC
I. INTRODUCTION
modems that minimize the system implementation
costs.
Brazil faced a serious energy crisis in 2001,
manly, by the lack of investments to allow the
II.THE HID LAMPS
energy matrix diversification and to extend the
energy distribution systems. Also contributed to
The HID (High Intensity Discharge) lamps [1] has
aggravate the energy problem, the economic
an architecture as "a lamp inside another lamp", for
growth in this period, which increases the demand
which the arc pipe is suspended inside of an external
for energy. Many corrective actions were taken to
bulb. The HID lamps radiate energy on a great part
mitigate this serious problem. The government was
of the visible spectrum [2]. These lamps provide a
forced to implement an energy rationing, which
good color reproduction (it has IRC 23 color
consisted in overtaxing or even cutting energy
reproduction index) and are widely used in public
supply from consumers which exceeds the prefixed
illumination. They are available up to 130 lm/W of
energy quotes. One solution founded by city halls
luminous efficiency and temperature color of 2100
during the rationing, was the reduction of the
K, approximately.
energy demand spent in public illumination.
The HID lamps as other electric discharge lamps
Implanted in many cities, the action consisted in
need ballast to operate correctly. The Ballast is an
turn on only half of the total lamps, in random
auxiliary equipment linked between the power line
form. But this solution should not be implemented
and the discharge lamp. The Ballast has two main
in all zones of a town, for security guard and
functions: guarantees the ignition of the lamp
illumination quality reasons.
through the application of a high voltage pulse

592
between the lamp electrodes and limits the current III. THE ILLUMINATION SYSTEM
that will circulate through it. The lamp would be
quickly destroyed without current limitation, due the The illumination system is represented in Fig. 1.
negative resistance characteristic of the lamp. The This system has master ballast and diverse remote
ballast can be of two types: electromagnetic or slave ballasts connected through a communication
electronic. network. The communication between these units is
made using a modem connected directly in the power
line.

Figure 1. Block diagram of the system.

Modems PLC are used for short distance


communication, and then were necessary to add a
connection between master ballasts using radio
transceiver. This new network allows connecting all
master ballasts between them and to a central of
control. The master and the slaves ballasts contains
an Analog Device AduC812 microcontroller, that
has as main features: 8051 compatible core, 8k bytes
on-chip Flash/EE Program Memory, 640 bytes on-
chip Flash/EE Data Memory, 8 multiplexed channel
12-bit ADCs, 2 channel 12-bit voltage output DACs,
watchdog timer, 32 programmable I/O lines and a
serial I/O UART. The Fig. 2 presents the Figure 2. Development board from AduC812.
development board based on the AduC812,
elaborated for this project. Diverse circuits of support were connected to the
microcontroller: a photocell - to verify the

593
environment luminosity, a zero crossing circuit standards [6] the lamps turn on when the luminosity
detector - that will be used for inrush current level is between 3 and 20 LUX and turn off when the
protection, a soft start circuit - for the Power Factor environment light level was 1.2 to 4 times the turn on
Pre-Regulator (PFP), a modem PLC for level, until 80 LUX maximum luminosity level. In
communication between the central ballast and the this project, the lamp turn on when the environment
slave ballasts, a real time clock (RTC) – for current luminosity is under 15 LUX and turn off when the
measure and to schedule all functions of the ballast, environment luminosity is above 60 LUX, being, this
used to determine the energy consumption and, a way, according with NBR5123 Brazilian standards.
optical isolate circuit, for make the control of a half- A power line zero detector was implemented
bridge inverter used in the ballast. The Fig 3 has because it was necessary to develop a soft start to
shown the master ballast block diagram of the electronic ballast PFP. This mechanism slowly
considered system. charge the output PFP capacitor, avoiding a peak
current that takes a diodes super sizing and a possible
burning of these.
The electronic ballast consists of a tuned LCC
filter that is drived by a half bridge inverter. The
inverter drive control signal is generated by a digital
PLL (Phase Locked Loop) implemented in an Altera
EPM7064 FPGA that allows the variation of
frequency and duty cycle. Changing the programmed
signal sent to the FPGA, we could obtain the lamp
dimming, reducing the power consumption. To avoid
acoustic resonance is an important topic discussed
between research community. With this system is
possible to study different control strategies for
minimizing of this phenomenon.
The proposed electronic ballast has new functions
Figure 3- Master ballast block diagram. in relation with the commercial ones. They can
communicate with a remote master, without the need
A RTC (Real Time Clock) was adding in the of an additional cabling, using the PLC modem. The
project to allow to drive lamps in preprogrammed implemented modem is based on Philips TDA 5051
hours and to make possible electrical rates. The RTC IC, and allows the management system to program
DS1307 (Maxxim) was chosen in this and to collect information of the ballast. In this
implementation. This choice was made verifying the implementation, the master is a local master, which
characteristics of the existing components and its is responsible for the communication with all the
costs. Moreover, this RTC has a 56 bytes NVRAM, electronic ballasts of a certain region, allowing to
automatic power-fail detecting and switch circuit, evaluate the defects in the ballasts, to have the access
consumption less then 500nAhr using a battery to the power consumption, verify the state of the
backup, that allows the retention of the stored data lamp and to make the dimmer and send the collected
for more then 10 years in the total absence of power, data through a RF connection for a general master
using only one lithium battery with 48mAhr. The where these data can be stored for posterior
NVRAM (Non Volatile Random Access Memory) in processing. The general master can program the local
this CI is used to keep on the information of power master in order to allow modifying the illumination
consumption eliminating an external EEPROM in one determined region without affect the behavior
memory. on the other areas. We can then resume the
In this system was added a photocell in order to characteristics of this ballast as:
determine the environment luminosity conditions.
The photocell produces an analogical signal that is • Possibility of electrical rates;
measured by an internal A/D converter of the • Dimming;
AduC812 that will convert into a digital luminosity • Fail lamp and ballast check;
measure. In according with NBR5123 Brazilian

594
• To check the lamp state (turned on or turned
off);
• Communication between ballast;
• Remote control;

IV. THE COMMUNICATION PROTOCOL

The communication interface was though to


allow individual or collective lamp driving
command, dimming, time programming the lamps
to turn on or off and, also, reduced dimming
intensity at rush time. For this porpoise, it was
implemented a PPP (Point to Point Protocol)
protocol based on SLIP (Serial Line IP) protocol.
The communication frame implemented is
presented in Fig. 4. Figure 5: Program for communication protocol
testing.

When a program is executed, for example,


dimming, a frame is sent to the slave unit,
connected by the power line. After this frame is
sent to the slave unit, the master unit waits for a
slave response in the same shape that will indicate
if the command was accepted or if happened some
error. If the master does not receive the response
frame, this error would be signalized as a timeout
error. The others are shown in the screen as frame
error, or malfunctioning circuit error. With the
usage of this simulator, we can depurate and test
all the communication protocol system.
Figure 4 – Communication frame implemented.
V. CONCLUSIONS
This frame is composed by 5 fields. The first one
controls the frame size, the second one is the The study of a monitoring and control system for
destination of the data, the third one tells which HID lamp ballasts using FPGA and
function should be executed, the fourth one brings microcontroller circuit, with a network
the command operands and the fifth one is communication based on standard protocol like
responsible for checking the data integrity. SLIP protocol was considered and implemented in
Looking for validating the communication this work. The implementation of the system for
protocol, a testing program was developed for controlling and monitoring will obtain an
frame exchange between the master and the slave expressive reduction in the energy consumption in
units. This program was developed in DELPHI 5 public illumination. The reduction in the energy
and its presentation screen is shown in Fig. 5. consumption can be obtained with the control of
A PC is used as master unit and is the individualized luminous flow, the drive of
connected to the network to communicate with the lamps in predetermined schedules or in determined
slave units. The developed program sends luminosity conditions and the programmed
commands like: turn on the lamp, turn off the interruption of the lamps in some established
lamp, verify the energy consumption and others criterion. The development and the future
commands that are sent at the user’s choice. implementation of this prototype in industrial scale
could permit to substitute the conventional ballast,

595
the igniter, the capacitor and the photocell for the REFERENCES
drive of this lamps, bringing innumerable
advantages as remote control, checkup the circuit [1] Chr. Meyer, Discharge Lamps, Philips
state, measure the power consumption, high power Techinical Library 1988.
factor, dimming and individualize drive control of [2] J.R. Coaton, Lamps and Lighting, fourth
the lamps become possible. edition, Arnold 1997.
[3] NBR5123 – Relé Fotoelétrico e Tomada para
ACKNOWLEDGEMENTS Iluminação – Especificação e Método de Ensaio,
ABNT, Abr. 1998.
The authors wants to thanks CEEE “Companhia [4] Bum Suk Kang and Hee Jun Kim, High Power
Estadual de Energia Elétrica” and CNPq Factor Electronic Ballast for high pressure sodium
“Conselho Nacional de Desenvolvimento lamp, IEEE Technical Conference, TENCON,
Científico e Técnológico” to the financial support Cheju, Korea, Sep., 1999.
given which made possible the realization of this
project.

596
ELECTRONIC BALLAST PLATFORM - EBP
Dos Reis, F. S.; Lima, J. C.; Tonkoski Jr., R.; Dantas, C. G.; Suzuki, T.; Martinazzo, F.; Godinho, L. A.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Av. Ipiranga, 6681 – CEP: 90619-900 – Porto Alegre – RS– Brasil
f.dosreis@ieee.org

Abstract – In this paper will be reported the world, like [1], [2], [3] and [4], have dedicated their efforts
implementation of a flexible platform to study electronic to the development of new topologies and new control
ballasts systems. The platform is a microcontrolled and techniques for different kinds of discharge lamps.
FPGA-based system and was developed to generate
command signals to the half bridge inverter. A specific Most of magnetic ballast manufacturers had to develop
hardware using FPGA was developed to generate the electronic ballasts for discharge lamps to guarantee their
switches signals command. This hardware is responsible survival in business because the consumers started to
for the autonomous frequency generation (in FM mode) demand more and more this type of product. Also it
and pulse width (PW) both are easily programmed by simplifies the production line, which has expressive physical
software, setting free the microcontroller for others reduction and productivity increase in relation the line that
applications. This platform may be programmed using a produces the conventional ballasts. Now, the challenges for
personal computer which give us a high level of industries are the reduction of production costs, the reduction
flexibility, allowing the study of different ballasts of converter size, unitary power factor and null harmonic
topologies, power filters, new control and dimmer distortion which implies in a substantial improvement of
techniques, as well as, acoustic resonance effect on high energy quality consumed by ballasts. Here in Brazil, the
intensity discharge (HID) lamps. Finally, experimental development of electronic ballasts for HID lamps is being
results will be presented for a 250 W electronic ballast made by a few groups of researchers. However in a close
for a high-pressure sodium (HPS) lamp, however this future, these ballasts will be in the production lines of main
platform may be used for any kind of discharge lamps. national manufacturers.

KEYWORDS The porpoise of this paper is to report the development of


an electronic ballast platform, that allows the study and
Electronic Ballast, HID Lamps, Digital PLL, and FPGA. development of ballasts for HID lamps. There are many kind
of high-pressure lamps; however, this work will focus only
high-pressure sodium lamps (HPS), widely used in public
I. INTRODUCTION illumination. The HPS lamps radiate energy on a great part
of the visible spectrum [5]. These lamps provide a
Nowadays, an important topic of awareness is the reasonable color reproduction (it has IRC 23 color
importance of environment preservation. In this direction, reproduction index). They are available up to 130 lm/W of
important efforts have been made in the diverse areas of luminous efficiency and temperature color of 2100 K,
knowledge. In electrical engineering field, this phenomenon approximately.
has reflected in searching for alternatives energy systems, for
a higher efficiency on available resources utilization, for The HPS lamps, as any other HID lamps, need ballast to
losses reduction in equipments and for an increase of electric operate correctly. The Ballast is an auxiliary equipment
energy quality from who supplies to who consumes. linked between the power line and the discharge lamp. The
Ballast has two main functions: guarantees the ignition of the
In the last few years the market was flooded by a great lamp through the application of a high voltage pulse between
number of electronic ballasts for fluorescent lamps operating the lamp electrodes and limits the current that will circulate
in high frequency, in special for the compact fluorescent through it. The lamp would be quickly destroyed without
lamps. Its utilization was widely stimulated by Brazilian current limitation, due the negative resistance characteristic
media for energy economy, due the fact that luminous of the lamp, as can be observed in Figure 1.
efficiency increases with the frequency for this kind of lamp.
Brazil faced a serious energy crisis in 2001. Many corrective The HPS lamps have many particularities when they
actions were taken to mitigate this serious problem. One of operate in high frequency, such as:
them was the energy rationing which consisted in overtaxing
or even cutting energy supply from consumers which • Can be modeled by a resistance in steady state;
exceeds the prefixed energy quotes. Also many electric • Can have controlled luminous intensity;
energy concessionaires had distributed gratuitously compact • The spectrum color reproduction can be modified;
fluorescent lamps for residential consumers, showing the • Presents the acoustic resonance phenomenon, which
importance of illumination’s segment inside the global can result in the arc extinguishing until the lamp
energy consumption, estimated to be about thirty percent of destruction;
total consumption of electrical energy in the country.
Because of these, innumerable research groups around the

612
Positive Resistance This platform can be used with push-pull, bridge and half-
bridge inverter. For this paper a half-bridge inverter was
implemented.
Lamp
Negative Resistance
Current ELECTRONIC BALLAST PLATFORM

The platform structure incorporates an input LC Filter, a


soft start circuit to limit the inrush current, a power factor
Lamp pre-regulator (PFP), a control circuit (µC & FPGA), a power
Voltage inverter, an optocoupler driver circuit and a LCC ballast.
The figure 2 shows the control pulse generator block
Breakdown Voltage diagram, of the electronic ballast platform (EBP).
Soft Start
PFP
Figure 1. Typical voltage x current curve for HID lamps.
Computer FPGA Based Command Signals
Digital PLL & Optocoupler &
RS-232 µController
PWM Driver Circuit
The idea of developing a flexible platform to study
electronic ballasts came from a previous LCC ballast Pulse Generator
prototype implementation for high-pressure sodium (HPS) Figure 2. Control pulse generator.
lamps using the CC-CC dedicated controller CI 3524. The
observed experimental results showed that was possible to The control pulse generator consists of three circuits: a
avoid the acoustic resonance phenomenon varying the microcontroller based circuit, which is responsible for the
control frequency operation. Also it was possible to observe control technique implementation and by interface between
in this first prototype that sudden variations of operation the personal computer and the switches command signal.
frequency resulted in color reproduction alterations. The microcontroller has a serial RS-232 interface with the
PC. The switches command signal are generated using a
The flexible platform was implemented using a digital frequency synthesizer circuit [6] based on a digital
microcontroller based circuit system able to generate PLL which was implemented in an Altera FPGA
command signals for the inverter switches. The command (EPM7064). The microcontroller works stand-alone but it is
signal is generated using a FPGA. The hardware using the possible using a personal computer programs to control the
FPGA is responsible for the command signals generation: FPGA parameters directly. The third one is an optocoupler
operation frequency (in FM mode) and pulse width (PW). circuit to isolate the control system from the power system
The command signals are easily programmed by the using 74OL6010 and a driver circuit using IR2110. The EBP
microcontroller, setting it free for others applications like allows to test and to evaluate new power structures and new
circuit protection. The FPGA dedicate system allows control strategies for electronic ballasts. The proposed EBP
working in different frequency ranges. For example, if it was block diagram is presented in figure 3. This platform is
used a 50 MHz crystal, the frequency output would work programmed using a PC based program developed in Delphi.
from 40 Hz to 180 kHz. The duty cycle control can run from As we can see in figure 4, this program has a simple
0 to 100% in 16 different combinations, allowing a full interface allowing easy parameters variation.
system control.

Electronic Ballast Platform (EBP)

Line

Input Soft HID


PFP Inverter Driver Ballast
Filter Start LAMP

µµController
Controller
&& Optocoupler
FPGA
FPGA
Figure 3. EBP block diagram.

613
Figure 4. Input window of the developed PC program interface.

8051 Microcontroller CPU


The EBP allows creating different programs to command
it, where can be implemented different control strategies for Figure 5. 8051 Based Microcontroller CPU.
commanding the lamp. For example, our circuit can
implement sine wave, tooth wave, triangle wave, square Microcontroller
48 MHz Clock Reference
wave and a point by point wave frequency variation around Serial Interface
an operation frequency. The EBP allow investigating new
control techniques focused in to avoid acoustic resonance
and to obtain a new spectrum of color reproduction.

The control circuit developed for this application is


presented in figure 5 and 6. This circuit was based on
AT89C52 microcontroller from Atmel’s 8051 family. The
digital PLL command signal generator is based in a FPGA
that receives the frequency and duty cycle references values
from the µC circuit, serially and, therefore it modulates the FPGA Based PWM Optocouplers
output signal in the desired conditions with programmable Figure 6. FPGA based Digital PLL circuit.
dead time.
Clock
Reference

Tuning Fin
Sdat Word Fin * n
µC Serial Digital Fout =
Sclk Serial
Load 216
Interface PLL
Interface
Scom

Variable
Duty Cycle Frequency
φ
PWM Out Adjustable To
Load PWM Digital φ Drive
Dead Time Circuit

Figure 7. – Implemented control signal generator with dead time.

The digital PLL is presented in figure 7. This circuit needs the programmed duty cycle; afterwards it is already obtained
two tuning words to work properly. These words are the signal with desired frequency and duty cycle.
received from the µC, which refer to the duty cycle and Subsequently, the signal is dead time adjusted with the phase
frequency programming. The digital PLL circuit generates a and its contra phase. This dead time was digitally
square wave obtained from a high frequency reference implemented.
signal. Using the technique of frequency synthesis [7] based
on a digital PLL implementation is obtained the desired Phase Accumulator

frequency. This technique is based on adders and


programmable step counters. Frequency
Tuning Word

Starting at a clock reference and an input value for the 16 16 Fout


desired frequency and duty cycle, the digital PLL adjusts the 12 ∑ Reg. Phase/Ampl.
Conversion

output frequency as: Reg.

n⋅ F
Fout = 16in
Load

2 (1) Clock
Reference

This digital PLL circuit, implemented on a FPGA, is


based on an adjusted phase accumulator as shown in figure
8. The square wave Fout is used as clock reference, and with
this signal we can obtain the control signal shown in figure Digital PLL

Figure 8. – FPGA implemented digital PLL.


9. This modulation is made from a counter comparison with

614
II. DRIVER AND POWER CIRCUIT guaranteeing the high voltage generation for the lamp
ignition and limiting the peak current at the MOSFET to
The EBP was developed to work with the most significant acceptable levels. If it was adopted to work at resonance ω0
power inverters topologies like push-pull, half-bridge and = ωs in theory we would have the possibility of an infinite
bridge. voltage generation over the lamp which could be good for a
N-Bits quickly lamp turn on. On the other hand the current also
fin Counter would rise to infinity because the fact that the impedance of
the circuit formed by L, Cs and Cp before the turn on of the
A PWM Out lamp is null. This operation mode will result in the
Comparator A>B MOSFET’s, driver’s and optocoupler destruction.
B L Cs
Duty Cicle
Word
Duty Cicle
Load Ve Cp R
Register

Figure 9. – Control signal FPGA implemented. Figure 11. – LCC Ballast.

In figure 10 is shown the elaborated driver for one power


leg. The IR2110 driver was used to supply appropriate The reference [2] and our experimental results allow us to
command signals to the Mosfets. consider that after lamps ignition, the lamp resistance is too
400 Vcc low considering the Cp reactance. Therefore, it can be
deduced the equation 3:
1
// R ≈ R (3)
ω ⋅ CP

VCC 14
U1
7
Consequently, we can say that, after lamp ignition, the
equivalent circuit is showed in figure 12.
14 HO
9 6
VDD VB
2 10 5 VCC
HIN VS
11 3
SD VCC
L Cs
1

12 2
LIN COM
13 1
VSS LO
2
IR2110

Ve R
1

Figure 10. – Inverter drive and power leg.


Figure 12. – Ballast equivalent circuit after ignition.

III. DESIGN EXAMPLE For the circuit showed in figure 12, considering the
voltage Ve an asymmetrical square wave (from E to 0 V). It
To verify the EBP performance a LCC electronic ballast is easy to obtain the peak value Vm of the first harmonic
for a 250 W HPS lamp was built. The implemented PFP is a from Fourier series. The equation 4 has shown this value:
Boost converter working in the boundary conditions between
continuous conduction mode and discontinuous conduction 2E
mode. Therefore, it works in FM mode; the PFP has a Vm =
π (4)
universal input from 100 to 240 V and supplies 250 W at its
400 V output. For the implementation of the LCC ballast it
was chosen a 68 kHz switching frequency. As we can see in After lamp ignition the ballast must guaranty that RMS
the lamp’s manufacturer records, the nominal voltage for this voltage over the lamp do not overcome the nominal value.
lamp is 100 VRMS, for the project of the LCC ballast it was The peak lamp voltage Vl can be obtained using the well
added 10 % because the loses effect and the power voltage known voltage divider for the circuit shown in figure 12, the
comes from the output of the PFP therefore it is 400 VDC. equation 5 presents this result:
Assuming the resistive comportment of the lamp, we can
estimate the value of its resistance after ignition using R (5)
Vl = ⋅ Vm
equation 2. Z
Vl 2
R= ≅ 40Ω (2) The impedance of the circuit can be calculated with
P
equation 6. To facilitate the design of the LCC filter an
impedance abacus was elaborated and the result is shown in
As it was indicated in the reference [2], the best
figure 13. This abacus presents the relationship between the
relationship between the switching frequency and the
Z/R for a fixed operation frequency ω0/ωs = 3, having the
resonance frequency before the lamp turn on is ω0/ ωs = 3,

615
quality factor Ql and the capacitor relationship factor defined R
as A=Cp/Cs as design parameters. L= ≅ 220µH (11)
ω0 ⋅ Ql
   ω 2  1  ω ω o A 
(1 + A)1 −    + j   In the case of the capacitors, we have that:
 ω  Q  ω − ω . 1 + A  Ql ,
Z 
   
   C= (12)
(Ql , A) =  
o l o
ω0 ⋅ R
R ω 
1 + jQl  (1 + A) C ⋅ (1 + A) (13)
 ωo  Cs =
A
≅ 57 nF
(6) and
4
C P = A ⋅ C s ≅ 2,9nF (14)

Z  Ql ,
1 
 10  IV. EXPERIMENTAL RESULTS
3

Z  Ql ,
1 
 15 

 1  The digital control system was implemented the half-


Z  Ql ,
 20 
2 bridge command signals for different values of switching

Z  Ql ,
1  frequency are presented in figure 14.
 25 


Z  Ql ,
1 
1
 30 

GS( Ql)

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Ql
Figure 13. – Impedance graphic varying Ql for different values of A.

Where,
R (7)
Ql = ω o RC =
ωo L
,
CS CP
C=
CS + CP (8)
and,
CP
A=
CS (9)

As it could be seen in the abacus of figure 13, if it is used


a capacitor’s relationship factor value lower then 1/20, there
is no significative change in the abacus curve. Considering
this, the adopted A factor was A=1/20. In the present design
the relationship between Z/R could be obtained from
equation (5). Remember that the most important thing is to
maintain the nominal RMS voltage in the HPS lamp, so a
new equation can be write to solve this problem the equation
(10) presents this relation, for the present design results:

Z 2⋅ E 2 ⋅ 400
= = 1,637 (10)
R π ⋅ 2 ⋅ Vl π ⋅ 2 ⋅ 110 Figure 14. – Inverter driver signal in different frequencies.

To validate the proposed system, half-bridge electronic


From the abacus of figure 13, the obtained Ql value is ballast with the following specification: 250 W HPS lamp,
0,141 as we can see in the intersection of the horizontal axis 400 VDC bus and minimum operation frequency of 68 kHz,
Ql and vertical axis Z(Ql,1/20), allowing the calculus of the was implemented. The values of used resonant elements was
resonances elements. obtained from using a tuned LCC resonant filter with L =
220 µH, Cs=55 nF witch was implemented with five 11 nF
The inductor value can be obtained from equation (7) and capacitors in parallel and Cp = 2.73 nF witch was
yields in equation 11: implemented with tree 8.2 nF capacitors in series. In this
kind of ballast, the lamp ignition is critical, because the
ballast uses a tuned LCC resonant circuit with passive

616
elements that may have its values changed by many different V. CONCLUSION
reasons like temperature variation, life time and assembling
factors. In this way, the EBP system avoids this problem by This paper described a flexible platform implementation
making that ignition frequency variable around the nominal using a microcontroller and FPGA based circuit system able
value, in this case 68 kHz. to generate command signals for the ballast switches. This
In figure 15 is showed the voltage and current in the lamp platform allows easy control of the parameters variation,
where it can be observed its resistive characteristic. In figure making possible the creation of new and more efficient
16 is showed the achieved 250 W lamp power consumption. control strategies for electronic ballasts. The present platform
allows the study of the control strategies influences in lamps
lifetime, in new dimming techniques implementation, in
avoiding acoustic resonance and in color reproduction
alterations. The EBP presents a high power factor and works
properly from 100 to 240 V. The experimental results
obtained were satisfactory.

ACKNOWLEDGEMENTS

The authors wants to thanks CEEE “Companhia Estadual


de Energia Elétrica” and CNPq “Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Técnológico” to the financial
support given which made possible the realization of this
project.
REFERENCES
Figure 15. –Voltage and current Lamp.
[1] Ben-Yaakov, S.; Gulko, M.; “Design and performance
of an electronic ballast for high-pressure sodium (HPS)
lamps, Industrial Electronics”, IEEE Transactions on
Volume: 44 Issue: 4, Aug 1997, Page(s): 486 -491
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[5] J.R. Coaton, Lamps and Lighting, fourth edition, Arnold
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[6] Vanka, Jouko, A Direct Digital Synthesizer with a
Tunable Error Feedback Structure, IEEE Transaction on
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'95. 1995 IEEE International Symposium on , Volume: 1
, 30 Apr-3 May 1995, Page(s): 191 -194 vol.1
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conditions between continuous conduction mode and IAS Annual Meeting, IAS '96. Conference Record of the
discontinuous conduction mode works properly as shown in 1996 IEEE , Volume: 4 , 6-10 Oct 1996, Page(s): 2129 -
figure 17. 2135 vol.4.

617

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