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ÇAO DE Eletrobras

Furnas
LINHAS DE TRANSMISSAO
CONSTRUÇÃO DE
LINHAS DE TRANSMISSÃO
NOÇÕES DE PROJETO E CONSTRUÇÃO

DACQ.E
Revisão: Ago/2012

Direitos autorais reservados a Furnas Centrais Elétricas S.A.

DACQ.E - Divisão de Apoio e Controle de Qualidade


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S U M Á R IO

1 N O Ç Õ E S DE E L E T R I C I D A D E ...................................................................................................5

1.1. CARGAS E LÉ T R IC A S ...........................................................................................................5


1.2. ESTRUTURA ATÔMICA ....................................................................................................... 5
1.3. CONDUTORES E IS O LA N T E S .............................................................................................. 6
1.4. ELETRIZAÇÃO .................................................................................................................... 6
1.4.1. Eletrização por I n d u ç ã o .............................................................................................. 6
1.4.2. Eletrização por C on tato............................................................................................... 9
1.5. PRINCÍPIOS DO CAMPO ELÉTRICO ..................................................................................... 9
1.5.1. Lei de C ou lom b ...........................................................................................................9
1.5.2. Campo E lé tric o .........................................................................................................10
1.5.3. Rigidez D ie lé trica ......................................................................................................11
1.5.4. Potencial Elétrico.......................................................................................................11
1.5.5. C apacitância.............................................................................................................. 12
1.6. CORRENTE ELÉTRICA ...................................................................................................... 13
1.7. RESISTÊNCIA - LEI DE O H M ............................................................................................. 13
1.8. CONCEITOS DE POTÊN CIA................................................................................................15
1.8.1. Potência E lé tric a .......................................................................................................15
1.8.2. Lei de J o u le .............................................................................................................. 16
1.9. ELETRO M AG N ETISM O ...................................................................................................... 16
1.9.1. Campo M agnético..................................................................................................... 16
1.9.2. Campo Magnético Criado por Corrente Elétrica.........................................................18
1.9.3. Indução Eletrom agnética.......................................................................................... 18
1.9.4. O Princípio do G erad o r............................................................................................. 20
1.9.5. Indutância................................................................................................................ 21
1.10. CORRENTE A L T E R N A D A ................................................................................................... 21
1.11. TRIÂNGULO DE PO TÊN CIAS ............................................................................................. 23
1.12. CORREÇÃO DO FATOR DE P O T Ê N C IA ...............................................................................24
1.13. ANALOGIA H ID R Á U LIC A ...................................................................................................25
1.14. EFEITOS DA CORRENTE ELÉTR IC A ................................................................................... 30
1.15. TERM OS E S ÍM B O LO S ...................................................................................................... 31
E X E R C ÍC IO S ..............................................................................................................................32
2 S IS T E M A S E L É T R I C O S ......................................................................................................... 38

2.1. H IS T Ó R IC O ...................................................................................................................... 38
2.2. OBJETIVOS DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE P O T Ê N C IA ..................................................... 39
2.3. ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE P O T Ê N C IA ............................................. 40
2.3.1. Produção...................................................................................................................40
2.3.2. T ra n s p o rte ............................................................................................................... 40
2.3.3. D istribuição.............................................................................................................. 40
EX E R C ÍC IO S ............................................................................................................................. 42

3 P R O C E S S O S DE G E R A Ç Ã O DE E N E R G I A E L É T R I C A .......................................................... 43

3.1. CENTRAIS H ID R E LÉ TR IC A S ............................................................................................. 43


3.2. CENTRAIS TER M ELÉTR IC A S ............................................................................................. 45
3.2.1. Centrais com Turbinas a V a p o r ................................................................................45
3.2.2. Centrais com Turbinas a G á s ................................................................................... 45
3.2.3. Centrais com Motores a D ie s e l................................................................................. 46
3.3. CENTRAIS N U C LE A R E S ....................................................................................................46
3.4. OUTROS PROCESSOS DE G E R A Ç Ã O .................................................................................48
3.4.1. Energia E ólica........................................................................................................... 48
3.4.2. Energia S o la r............................................................................................................ 49
3.4.3. Bioenergia.................................................................................................................50
E X E R C ÍC IO S ..............................................................................................................................51

4 R E E S T R U T U R A Ç Ã O D O S I S T E M A E L É T R IC O B R A S I L E I R O ............................................... 53

Sumário
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5 FA S E S DE P R O J E T O ............................................................................................................. 55

5.1. FINALIDADE DE UMA LINHA DE T R A N S M IS S Ã O ............................................................. 55


5.2. TIPOS DE LINHAS DE TR A N S M IS S Ã O .............................................................................56
5.2.1. Quanto ao Iso la m e n to ..............................................................................................56
5.2.2. Quanto à Forma de T ran sm issão...............................................................................56
5.3. COMPOSIÇÃO DE UMA LINHA AÉREA DE TR A N S M IS S Ã O ..................................................57
5.3.1. Função Básica dos C om ponentes.............................................................................. 57
5.3.2. Materiais e Tipos de C o m p o n e n te s........................................................................... 58
5.3.3. Sistema de Aterram ento (Contrapeso)......................................................................72
5.4. COMPOSIÇÃO DOS C U S T O S .......................................................................................... 73
5.5. ESTUDOS E PARÂMETROS BÁSICOS PARA PROJETO........................................................ 73
5.5.1. Estudos e Projetos para Implantação de uma Linha de T ran sm issão........................73
5.5.2. Parâmetros Básicos para Projeto.............................................................................. 74
5.6. ETAPAS PRINCIPAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DA LINHA DE T R A N S M IS S Ã O ....................... 76
5.6.1. Levantamento de C a m p o ......................................................................................... 76
5.6.2. Estudos A m bientais.................................................................................................. 77
5.6.3. Providências Ju rídicas...............................................................................................77
5.6.4. Projeto Executivo..................................................................................................... 78
EXERCÍCIO S............................................................................................................................. 89

6 FA S ES DE C O N S T R U Ç Ã O ......................................................................................................93

6.1. ESTRADA DE A C E S S O .....................................................................................................93


6.2. LIMPEZA DE FAIXA DE SERVIDÃO...................................................................................94
6.3. FUNDAÇÕES................................................................................................................... 94
6.3.1. E sca v a çõ es.............................................................................................................. 94
6.3.2. Nivelam ento............................................................................................................. 95
6.3.3. Concretagem e R eate rro.......................................................................................... 95
6.4. INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE ATERRAM ENTO ................................................................97
6.5. MONTAGEM DAS ESTRUTURAS ...................................................................................... 98
6.5.1. Estruturas Autoportantes......................................................................................... 98
6.5.2. Estruturas Estaiadas............................................................................................. 102
6.6. INSTALAÇÃO DE CABO S............................................................................................. 103
6.6.1. Lançamento dos C a b o s .........................................................................................103
6.6.2. Em endas............................................................................................................... 105
6.6.3. Flecham ento......................................................................................................... 106
6.6.4. G ram peação......................................................................................................... 109
6.6.5. Ancoragem de C abos............................................................................................109
6.7. EXECUÇÃO DA SINALIZAÇÃO DA L T ............................................................................ 110
6.8. INSTALAÇÃO DOS ACESSÓRIOS ................................................................................ 111
6.9. REVISÃO F I N A L .......................................................................................................... 111
EXERCÍCIO S.......................................................................................................................... 112

7 A N E X O S ............................................................................................................................... 115

7.1. ANEXO A: DESENHO DE PERFIL E P L A N T A ................................................................. 115


7.2. ANEXO B: TABELA DE ESTICAM ENTO ......................................................................... 116
7.3. ANEXO C: TABELA DE GRAMPEAMENTO D E S LO C A D O ................................................. 117
7.4. ANEXO D: CARGAS DE PROJETO................................................................................. 118
7.5. ANEXO E: LISTA DE C O N S T R U Ç Ã O ............................................................................. 119
7.6. ANEXO F: ÁREA RESPONSÁVEL POR CADA A T IV ID A D E ............................................... 121
7.7. ANEXO G: CRONOGRAMA EXECUTIVO........................................................................ 123
7.8. ANEXO H: ATIVIDADES DE TOPOGRAFIA E CONSTRUÇÃO .......................................... 124
R E F E R Ê N C IA S B I B L I O G R Á F I C A S .......................................................................................... 125

Sumário
1
NOÇÕES DE ELETRICIDADE

1.1. CARGAS ELÉTRICAS

Desde 600 a.C. os gregos sabiam que o âmbar, friccionado com lã, adquiria a propriedade de
atrair pequenos objetos. Hoje em dia, para descrever essa propriedade dizem os que o âm bar está
eletrizado ou possui carga elétrica. É possível provocar o aparecim ento de cargas elétricas em
qualquer corpo sólido esfregando-o em outra substância.

Assim, um automóvel se torna carregado devido ao atrito do seu m ovimento com o ar. Numa
folha de papel que se move numa impressora aparecem cargas elétricas.

Há duas espécies de cargas elétricas, a negativa e a positiva. Na verdade, umcorpo carregado


positivam ente perdeu algo e outro carregado negativamente tem algo da mesma natureza em
excesso.

Somente no fim do século XIX é que se constatou que esse "algo" consistia de porções muito
pequenas de eletricidade negativa cham adas de elétrons.

1.2. ESTRUTURA ATÔ M ICA

Toda matéria é constituída de moléculas, essas por sua vez são constituídas de átomos.

Os átomos são constituídos além de outras partículas, de três principais: o elétron,


negativam ente carregado, o próton positivamente carregado e o nêutron que, como o nome
indica é neutro. A carga do elétron possui a mesma grandeza que a carga do próton e, até hoje,
não foram observadas cargas de menor valor.

Os prótons e os nêutrons formam o núcleo que possui carga positiva. Fora do núcleo, se
encontram os elétrons cujo número é igual ao número de prótons. Se o átomo não for
perturbado, de modo que não haja falta de elétrons em torno do núcleo, ele é eletricam ente
neutro. Caso se verifique a remoção de um ou mais elétrons, a estrutura de carga positiva que
resta é chamada íon positivo. íon negativo é um átom o ou grupo de átomos que possui um ou
mais elétrons além dos normais. O processo de perder ou ganhar elétrons é cham ado ionização.

ELETRONS

NÚCLEO

PRÓTONS E NÊUTRONS

Fig. 1.1

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1.3. CONDUTORES E ISOLANTES

Condutores são substâncias que possuem cargas "livres" no seu interior e que se movem quando
sobre elas age uma força devido a um campo elétrico. As cargas livres em um condutor metálico
são os elétrons. Os metais em geral são bons condutores.

Os isolantes já não têm em seu interior elétrons livres, como exceção, aparecem apenas em
números reduzidos. São isolantes entre outras a borracha, o vidro, etc.

Existem também os materiais chamados semicondutores, que são utilizados na retificação de


corrente alternada.

Os principais metais condutores estão relacionados abaixo, com suas características.

□ Prata

O uso da prata nos condutores de eletricidade é naturalmente limitado pelo seu preço mais
elevado. Entretanto, em alguns casos torna-se necessário seu emprego devido ao seu valor
altamente condutivo, superior ao do cobre e do alumínio.

□ Cobre

Devido à sua elevada condutividade e custo moderado o cobre tem seu uso mais generalizado.

Possui boas qualidades físicas, como:

Material maleável;

Elevada resistência à tensão mecânica;

Não sofre corrosão;

Facilidade de soldagem.

□ Alum ínio

O alumínio tem apenas 61% da condutividade do cobre, porém, é mais maleável, sua resistência
à tensão mecânica e sua facilidade de soldagem são inferiores quando comparados com o cobre.

1.4. ELETRIZAÇÃO

1.4.1. Eletrização por Indução

A eletrização de um corpo neutro pode ocorrer por simples aproximação de outro corpo
eletrizado, sem que haja o contato entre eles.

Considere, por exemplo, uma esfera inicialmente neutra e um bastão eletrizado negativamente.
Quando aproxim am os o bastão eletrizado da esfera neutra, as suas cargas negativas repelem os
elétrons livres da esfera para posições mais distantes possíveis, neste caso, para o lado oposto da
esfera, em relação à região de aproximação.

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ANTES DA APROXIMAÇÃO DEPOIS DA APROXIMAÇÃO

Fig. 1.2 Fig. 1.3

Dessa forma, surgem na esfera duas regiões distintas: no lado voltado para o bastão a esfera fica
com falta de elétrons, e, portanto, eletrizada com cargas positivas; no outro lado, a esfera fica
com excesso de elétrons, ou seja, eletrizada com cargas negativas.

Dizemos, então, que houve uma indução eletrostática cuja consequência é a eletrização de um
corpo.

Cham a-se indutor o corpo que provocou a indução. No nosso exemplo, o bastão eletrizado é o
corpo indutor.

Cham a-se induzido o corpo no qual ocorreu o fenôm eno da indução, no caso, a esfera que
estava, inicialmente, neutra.

Considere, agora, o indutor e o induzido na seguinte situação.

INDUZIDO

INDUTOR

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Se quiserm os obter no induzido uma eletrização com cargas de um só sinal, será suficiente ligá-lo
a terra, na presença do indutor.

ELÉTRON

Nessa situação, os elétrons livres do induzido, que estão sendo repelidos pela presença do
indutor, escoam para a terra.

Desfazendo-se esse contato, e logo após separando-se os corpos, a esfera ficará carregada
positivamente.

+ +

Fig. 1.7

Repetindo-se esse procedimento com um indutor eletrizado com cargas positivas, nota-se que o
induzido ficará carregado com cargas negativas.

Conclusão:

No processo da indução eletrostática, o corpo induzido se eletrizará sempre com carga de sinal
contrário à carga do indutor.

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1.4.2. Eletrização por Contato

Vim os que, se de uma maneira qualquer o equilíbrio entre o número de elétrons e prótons for
quebrado, ficando o corpo com um excesso ou deficiência de elétrons, dizem os que o corpo está
carregado; falam os em corpos carregados ou sim plesm ente cargas.

Há vários processos pelos quais o equilíbrio entre as cargas pode ser alterado. Um deles é o
processo por atrito, como já visto, quando, por exemplo, uma borracha endurecida e pele de gato
são postas em contato há uma transferência de elétrons da pele para a borracha. Portanto, nesse
processo não há criação de cargas elétricas e sim uma transferência de elétrons de um corpo
para outro.

O Eletroscópio de Folhas é uns instrumentos para verificar se um corpo está carregado ou não.

O Eletroscópio de Folhas

É constituído de duas finas lâminas de alum ínio que são fixadas a uma haste metálica que
atravessa um suporte de vidro.

Quando se toca a placa com um corpo carregado, as folhas adquirem cargas do mesmo sinal e se
repelem, sendo sua divergência uma medida de maior ou m enor carga que elas receberam.

1.5. PRINCÍPIOS DO CAM PO ELÉTRICO

1.5.1. Lei de Coulom b

Em 1784, Charles Coulom b fez a primeira investigação quantitativa sobre a lei que rege a força
entre dois corpos eletrizados. Assim diz a Lei de Coulomb:

"A força de atração ou repulsão entre duas cargas puntiformes é diretam ente proporcional ao
produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas".

F = k .!LlJL- (N)
d2

A Lei de Coulom b, além de descrever as forças entre cargas elétricas, explica as forças que unem
os elétrons de um átom o ao seu núcleo, as forças que mantém juntos os átomos form ando as
moléculas e ainda as forças que ligam moléculas e átomos entre si para form ar os sólidos e
líquidos.

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Assim, muitas forças têm origem elétrica, como por exemplo, as que unem as moléculas e os
átomos de nosso corpo, dando-nos uma configuração estável.

A força que impede uma corda ou um cabo de aço de se romper quando tracionado tem sua
origem nas interações elétricas entre as partículas que constituem o corpo.

18 , -19
Um Coulomb tem uma carga de 6 x 10 eletrons, ou um eletron tem carga de 1,6 x 10
Coulomb.

K é uma constante de proporcionalidade, que leva em consideração as propriedades dos meios


que separam os corpos.

K = 9-109
sr

No vácuo a constante K é indicada por Ko e chama-se constante eletrostática, cujo valor

determinado experimental é:

K0= 9x 1 0 » ^
c

Valores de sr (constante dielétrica relativa)

Vácuo = 1

Ar = 1,0006

Água - 8

Vidro = 4 a 10

Plástico = 6 a 12

1.5.2. Campo Elétrico

Colocando-se uma carga de prova q próxima de outra carga Q, fixa, a uma distância d entre elas,
sobre cada uma delas agirá uma força F, podendo ser de repulsão ou atração.

Q (FIXA) q (MÓVEL)

— © --------------------- © -------- ►

Fig. 1.9

Isto mostra que existe uma influência de uma carga sobre a outra.

Deslocando-se q, a força F, muda de intensidade, porém, continuará existindo a influência de


uma sobre a outra.

Conclui-se que existe uma região de influência, onde qualquer carga q colocada estará sob a ação
de uma força de origem elétrica.

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A isto cham am os de cam po elétrico.

A intensidade do campo elétrico num ponto qualquer, representada por E, é definida como o
quociente da intensidade da força F que atua sobre a carga de prova pela grandeza dessa carga.

F Newton
E =
Coulomb

1.5.3. Rigidez Dielétrica

Como foi visto, um isolante (dielétrico) é uma substância na qual os elétrons estão presos ao
núcleo, não havendo, portanto, cargas livres no interior do material. Entretanto, suponha que
colocamos um dielétrico em um campo elétrico, por exemplo, entre duas placas carregadas com
cargas contrárias figura 1.10. O campo elétrico atuará sobre os elétrons do isolante, exercendo-
lhes uma força que tende a arrancá-los dos respectivos átomos.

Se o valor do cam po aplicado não for suficientem ente elevado os elétrons continuarão ligados ao
núcleo (haverá apenas a polarização do dielétrico), mas se aum entarm os gradualm ente a
intensidade do campo externo, chegarem os a um ponto no qual os elétrons serão arrancados de
seus átomos, transform ando-se em elétrons livres.

O maior valor do campo elétrico que um dielétrico suporta sem se tornar um condutor denomina-
se rigidez dielétrica. Esta varia de um material para outro. Para o ar, em condições normais, a
rigidez dielétrica vale 30 kV/cm.

RESISTÊNCIA DIELÉTRICA
+ MATERIAIS kV / cm
+
+ Ar 30
+ Óleo 75
+
SF6 75
+
Parafina 350
£
+ Papel encerado 400
-r-r-r-Ô-r-r-!
Mica 500
BATERIA
Vidro 1000

Fig. 1.10

Quando dam os carga a um condutor, esta carga se distribui na superfície do corpo. Essa
distribuição não é uniforme, pois as cargas se aglomeram mais nas regiões onde o condutor
apresenta pontas. A densidade superficial de cargas é maior próximo às pontas, por isso o campo
elétrico será mais intenso nestas regiões. Esse poder das pontas encontra aplicação, por
exemplo, em pára-raios.

1.5.4. Potencial Elétrico

Considere um campo elétrico qualquer criado por uma carga Q fixa.

Abandonando-se uma carga de prova fl, neste campo elétrico, atuará sobre ela uma força de
natureza elétrica F, que tende a deslocá-la, espontaneam ente na sua direção e sentido.

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© ©

Fig. 1.11

A força elétrica realizará um trabalho que vamos representar por WAB, onde WAB representa o
trabalho feito pelo campo elétrico sobre g.

Se F fosse constante WAB = F . d, porém a força F é variável com a distância.

A expressão que correlaciona o campo elétrico e a diferença de potencial é:

V a -V b ( V o lt\ ^ ^ ^ f o l h iâo^e/CuoÂ>vf\ IjJ


E =
d Metro

1.5.5. Capacitância

A capacidade de um condutor arm azenar cargas elétricas depende da sua dimensão, da sua
forma e do meio que o envolve.

Define-se capacidade ou capacitância de um condutor eletrizado e isolado de outros o quociente

da sua carga armazenada Q pelo seu potencial V, C = —

► *

Onde:

Q = Quantidade de carga em coulombs

C = Capacitância

V = Tensão

A unidade utilizada para capacitância é o farad (F). Assim,

C (coulomb)
1 farad (F) = l-
(volt)

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Um condutor próximo a outro tem maior capacitância do que se estivesse isolado.

O conjunto, assim constituído, de dois condutores, ou por um condutor e a terra (no caso de uma
LT) separados por uma pequena distância relativam ente às suas dim ensões é cham ado de
Capacitor.

Os condutores são cham ados de arm aduras e o isolante é o dielétrico.

1.6. CORRENTE ELÉTRICA

Vim os que um condutor é uma substância que no seu interior há cargas "livres" que se movem
quando sobre elas agem uma força devida a um campo elétrico. As cargas livres em um condutor
metálico são elétrons. Em um eletrólito as cargas livres são íons positivos ou negativos.

Quando desejam os m anter continuam ente uma corrente em um condutor, devem os m anter um
campo elétrico no seu interior. Se o campo possui sempre o mesmo sentido, mesmo que sua
intensidade varie, a corrente é chamada contínua. Quando o campo muda de sentido
periodicamente, o sentido de circulação de cargas também muda, e a corrente é chamada
alternada.

Considerando a carga total dq que atravessa a seção de um condutor num intervalo de tempo t, a
corrente será:

q (coulomb) J .
z= — ------------ = A (ampere)
t (segundo)

Assim, quando em um fio tem uma corrente i = 1 (A), em cada 1 s passa uma carga q = 1 C
através de uma seção do fio.

Forma de Onda:

CORRENTE CONTINUA CORRENTE ALTERNADA

► t ► t

i = CONSTANTE

Fig. 1.13 Fig. 1.14

1.7. RESISTÊNCIA - LEI DE OHM

As cargas móveis que constituem a corrente elétrica, aceleradas pela voltagem, realizarão
colisões contra os átom os do condutor, havendo, então, uma determ inada oposição oferecida
pelo fio à passagem da corrente através dele.

A essa oposição cham am os de Resistência Elétrica.

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V V
A sua expressão é dada por : R = -^ ~ VAB = R i l — = \ohm=\Q
i A

Para um grande número de materiais, principalmente os metais, têm-se:

*1 V2 _ V1 _ V = R = Constante

Assim, para muitos materiais a resistência é constante, independente da tensão aplicada ao


resistor ou da corrente que passa através dele. É chamada Lei de Ohm.
v

Fig. 1.15

Os materiais que obedecem à Lei de Ohm são denominados ôhmicos ou lineares.

Se um material não for ôhmico, o gráfico V x i não será retilíneo, como na figura abaixo.

Fig. 1.16

Podemos citar, por exemplo, a lâmpada incandescente onde sua resistência não é constante
variando grandem ente com a temperatura do filamento, e o pára-raios (equipamento) onde a
resistência do elemento ativo é inversamente proporcional ao valor da tensão aplicada.

Podemos citar, também, os materiais semicondutores (silício e germânio), largamente utilizados


na eletrônica.

A resistência de um condutor depende de seu comprimento, de sua seção e também do material


do qual é feito.

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R = p x l /s l - com prim ento

s = seção reta p - resistividade

A constante de proporcionalidade depende do material que constitui o fio e é denominada


resistividade do material. A tabela abaixo fornece alguns valores de resistividade.

RESISTIVIDADE À TEMPERATURA AMBIENTE

MATERIAL p ( q xm )
Alumínio 2,6 x 10 8
Carbono 3500 x 10 8
Cobre 1,7 x 10 8
Chumbo 22 x 10 8
Ferro 10 x IO -8
Mercúrio 94 x 1 0 '8
Prata 1,5 x 10 8
Tungsténio 5,5 x 10 8

Tabela 1.1

1.8. CONCEITOS DE POTÊNCIA

1.8.1. Potência Elétrica

Observando a figura a seguir, vemos que haverá uma corrente i de A para B. À medida que as
cargas passam de A para B, elas estão indo de um ponto onde o potencial é maior para onde ele
é menor, pois VA > VB.

O tipo de energia que aparece dependerá do dispositivo que estiver ligado entre A e B. Se
tivermos um motor ligado entre A e B aparecerá energia mecânica.

Portanto, as cargas recebem energia e entregam esta energia entre os pontos A e B.

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1.8.2. Lei de Joule

Se ligarmos entre A e B uma resistência R, teremos o aparecimento de uma energia térmica no


resistor. Esse fenôm eno é chamado EFEITO JOULE, isto é, a potência térmica dissipada numa
resistência:

P = R - i 2 ou p = ^ -
R

1.9. ELETROM AGNETISMO

Parte da Física que estuda os fenôm enos magnéticos originados por correntes elétricas e suas
consequências.

1.9.1. Campo Magnético

Os fenômenos m agnéticos são conhecidos desde a antiguidade.

Nessa época, já se utilizavam certas pedras que tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro,
na orientação da rota a seguir nas grandes viagens. Tais pedras, quando suspensas por seus
centros de massa, orientavam -se sempre no sentido norte-sul. Eram constituídas de óxido de
ferro e denom inadas de magnetita. Atualmente, recebem o nome genérico de ímã natural.
Posteriormente, descobriu-se a possibilidade de fabricar ímãs artificiais.

Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço, às quais se transm ite a propriedade
magnética.

Levam vantagem sobre os ímãs naturais por terem uma maior atração e poderem receber a
forma mais conveniente ao seu uso.

Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas pólos, que possuem comportamentos
opostos: pólo norte e pólo sul.

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A experiência comprova a seguinte propriedade básica do magnetismo:

Pólos m agnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes contrários de atraem.

Fig. 1.21

Um exemplo dessa propriedade é a bússola, que foi inventada pelos chineses. Constitui-se de um
pequeno ímã em forma de losango, denom inado, agulha magnética, com possibilidade de girar
em torno de seu centro de massa.

Verifica-se que um dos pólos aponta aproxim adam ente para o norte geográfico e o outro para o
sul geográfico.
N

Fig. 1.22

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Isso ocorre porque a terra se comporta como um enorme ímã com pólos magnéticos norte e sul.
Deve se lembrar que os eixos geográficos e m agnéticos da terra não coincidem e que o pólo norte
magnético corresponde ao pólo sul geográfico e vice-versa.

1.9.2. Cam po Magnético Criado por Corrente Elétrica

Somente no início do século XIX se descobriu a relação existente entre os fenôm enos magnéticos
e os elétricos. Experim entalmente, em 1820, o físico dinam arquês Hans C. Oersted verificou que
as correntes elétricas criam ao seu redor campos magnéticos.

Esse fato pode ser observado facilmente, colocando-se uma bússola próxima a um fio condutor,
por onde circula uma corrente elétrica. Nessas condições, a agulha da bússola muda para uma
posição perpendicular ao fio condutor, deixando de orientar o sentido norte-sul. Ver figura 1.24.

A experiência de Oersted marcou o início de estudos mais profundos, que visaram a determinação
das características desse campo magnético.

1.9.3. Indução Eletrom agnética

Este item trata do estudo das características da corrente elétrica que é induzida a aparecer
devido a presença de um campo magnético.

Para o melhor entendimento, apresentam os algum as experiências de Faraday.

(A) (B)

Fig. 1.25

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À medida que o condutor desce entre os pólos do ímã, observa-se um desvio momentâneo da
agulha do galvanôm etro, indicando uma corrente. Figura 1.25 (A).

A agulha não apresenta desvio quando o condutor está imóvel no campo magnético, o que leva à
conclusão de que a corrente induzida está relacionada com o movimento do condutor no campo.

Quando o condutor sobe entre os pólos do ímã, note-se outro desvio momentâneo do
galvanôm etro, figura 1.25 (B), desta vez na direção oposta, o que permite concluir que a direção
da corrente induzida no condutor está relacionada com a direção do movimento do condutor no
campo.

A força eletrom otriz no condutor é de polaridade contrária à da primeira experiência.

Mantendo-se o condutor fixo e fazendo o ímã subir, resulta num desvio idêntico ao da figura 1.25
(A). Quando o ímã desce, resulta num desvio idêntico ao da figura 1.25 (B).

O movimento relativo entre o condutor e o fluxo magnético é o mesmo, quer o condutor seja
levantado no campo estacionário ou o cam po seja abaixado e o condutor fique estacionário.

Se o condutor for deslocado no campo magnético paralelamente às linhas de fluxo, não há


indução de f.e.m e não se observa desvio algum no galvanômetro.

Quando um condutor corta as linhas de fluxo, o fluxo magnético que o atravessa varia, mas um
condutor que se mova paralelamente ao fluxo não sofre mudança alguma no fluxo que o
atravessa.

(A) VARIAÇÃO NO FLUXO QUE (B) NÃO HÁ VARIAÇÃO NO FLUXO


TRAVESSA O CONDUTOR QUE ATRAVESSA O CONDUTOR

HÁ INDUÇÃO DE UMA F.E.M. NUM CONDUTOR


QUANDO O FLUXO QUE O ATRAVESSA VARIA

Fig. 1.26

Isto leva a observação de que o movimento relativo entre um condutor e um campo magnético,
que produz uma mudança do fluxo magnético que atravessa o condutor, resulta numa f.e.m.
induzida no condutor. Vam os supor que o condutor seja enrolado de modo que várias espiras se
coloquem no campo magnético conforme a figura abaixo.

OCORRE MAIOR DESVIO NO


GALVANÔMETRO QUANDO VÁRIAS ESPIRAS
DE UM CONDUTOR ATRAVESSAM O CAMPO
MAGNÉTICO.

Fig. 1.27

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Quando a bobina desce entre os pólos do ímã, como na figura anterior, surge maior desvio no
galvanômetro.

Aumentando-se a velocidade do movimento da bobina através campo magnético, ou utilizando


um campo magnético mais forte, são observados maiores desvios.

Em cada um desses casos, o efeito é o de aum entar o número de linhas de fluxo cortadas pelas
espiras do condutor em determ inado período de tempo.

Podemos então afirm ar que o valor da f.e.m induzida, ou da corrente induzida num circuito
fechado, está relacionado com a velocidade com que o fluxo, que atravessa o condutor, varia.

1.9.4. O Princípio do Gerador

Vim os que se induz uma f.e.m num condutor sempre que varia o fluxo que o atravessa e surge,
também, uma corrente induzida quando o condutor faz parte de um circuito fechado.

Como, segundo a lei de Lenz, deve ser realizado um trabalho para induzir uma corrente em um
circuito condutor, o processo é uma fonte prática de energia elétrica.

Porém, mover-se um condutor para cima e para baixo num campo magnético não é o método
conveniente para se induzir uma corrente. Um modo mais prático é dar ao condutor a forma de
espira, que pode girar no campo magnético, com suas extremidades ligadas ao circuito externo
por meio de anéis coletores, como na figura abaixo.

MOVIMENTO

Fig. 1.28

Essa disposição é de um gerador simples. A espira na qual a f.e.m é induzida é chamada


armadura. As extrem idades da espira são ligadas a anéis coletores (ou coletor) que giram com a
armadura. Uma escova de grafita se apóia sobre cada anel coletor, ligando o induzido ao circuito
externo. Um gerador elétrico converte energia mecânica em energia elétrica. Os componentes
essenciais de um gerador são um eletroímã de campo, uma armadura, anéis coletores e escovas.

A f.e.m. induzida através da armadura e a corrente induzida no circuito fechado resultam do


movimento relativo entre eles, portanto, da variação do fluxo que atravessa o condutor. Assim,
pode-se girar a armadura ou o campo magnético. Em alguns geradores comerciais, o campo
magnético é que gira e a armadura é o elemento fixo.

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Segundo a lei de Lenz, a direção de uma corrente induzida deve ser contrária ao movimento que
a produz. A direção da corrente induzida na espira da armadura de um gerador pode ser
facilm ente determinada pelo uso de uma regra de mão esquerda conhecida como a regra do
gerador, que toma em consideração a lei de Lenz e o fato de que uma corrente elétrica num
condutor metálico consiste de um movimento de elétrons (ver figura abaixo).

A REGRA DA MÃO ESQUERDA PARA O GERADOR

Fig. 1.29

A regra do gerador: Estenda o polegar, o indicador e o dedo médio da mão esquerda em ângulos
retos entre si. Deixe que o indicador aponte na direção do fluxo magnético e o polegar aponte na
direção em que o condutor está se movendo; então o dedo médio aponta na direção da corrente
elétrica induzida.

1.9.5. Indutância

Uma força eletrom otriz pode ser induzida em uma bobina, quando a corrente da própria bobina é
alterada. Portanto a propriedade de uma bobina que provoca a indução de uma f.e.m. através de
si, pela variação na corrente é conhecida como auto-indutância, ou sim plesm ente indutância. A
auto-indutância L, de uma bobina é a razão da f.e.m. induzida nela para a velocidade de
variações de sua corrente.

A indutância, na eletricidade, é análoga à inércia, na mecânica, que é a propriedade da matéria


que se opõe a uma variação de velocidade.

Um aumento na corrente sofre oposição pela indutância e a energia é armazenada em seu campo
magnético. Uma dim inuição de corrente sofre oposição da indutância, e a energia é retirada do
seu campo, tendendo a sustentar a corrente.

1.10. CORRENTE ALTERNADA

É aquela que passa por uma série de valores diferentes, positivos e negativos em um período T,
após o qual se repete, continuam ente, esta mesma série de valores de maneira cíclica.

00 30 ° 60 90 ° 120° 150° 180° 210 °

Fig. 1.30

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Um conjunto completo de valores positivo e negativo de uma quantidade alternada é chamado


ciclo.

1
Frequência: é o número de ciclos por segundo, /

'In
Velocidade Angular: (o = — -2 n j

Tensões e Correntes Alternadas Senoidais:

Os ciclos de tensões e correntes alternadas são baseados em ondas senoidais.

Uma onda, realmente, senoidal está sendo mostrada na figura. A equação para ela é:

í ~ I m S Í n ( ® 7 ) — > I m — I máxim o

LU
H

tL
O
U

Fase: é a fração de um período do qual o tempo ou ângulo de tempo associado wt, está avançado
em relação a uma referência arbitrária.

ANGULO DE FASE â DE UMA ONDA SENOIDAL

Fig. 1.32

9=D ângulo de fase D d e uma onda senoidal

□ Diferença de Fase

O ângulo de fase é um meio muito importante para determ inar convenientemente diferentes
quantidades alternadas umas em relação às outras. Por exemplo, se a tensão aplicada é:
v = Vmsin(cTí)

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E sendo conhecido pela natureza e grandeza dos parâmetros do circuito que a corrente alcança
um determ inado ponto em sua onda 0 graus antes da onda de tensão, a corrente pode ser
expressa por: i = I msen(mt + 6 )

Na figura seguinte, a corrente está adiantada em relação a tensão por 45° .

CASO ONDE A ONDA i ESTÁ ADIANTADA EM


RELAÇÃO À ONDA V POR 0 = 4 5 °

Fig. 1.33

A corrente que percorre um circuito, como um resultado da aplicação de uma tensão senoidal, é
governada em grandeza e fase pelos parâmetros do circuito (R, L, C, M), Resistência, Indutância,
Capacitância e Indutância Mútua, e pela velocidade angular ou frequência da tensão aplicada.

□ Impedância

Relaciona a tensão e a corrente em um circuito de C.A. A função impedância deve manifestar dois
importantes fatores:

□ A relação V máx para I max;

□ O ângulo fase entre as ondas de tensão e corrente.

Se o ângulo 0 é positivo - tensão adiantada da corrente, no circuito indutivo.

1.11. TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS

As equações que exprimem as potências ativas (P), aparentes (N) e reativas (Q) podem ser
desenvolvidas em um triângulo retângulo cham ado triângulo de potências.

p = vi cos e

Fig. 1.34

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1.12. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

IMas aplicações industriais as cargas são indutivas. A potência ativa fornecida à carga é uma
medida do trabalho útil por unidade de tempo que a carga pode executar.

Com relação ao triângulo de potências, a hipotenusa N dá uma indicação da carga, enquanto que
o cateto P mede a potência útil fornecida. É desejável que N se aproxime o mais possível de P,
isto é, que o ângulo se aproxime de zero, ou seja, que o fator de potência cos 0 se aproxime da
unidade.

No caso de uma carga indutiva é quase sempre possível aum entar o fator de potência colocando
capacitores em paralelo com a carga. Como a tensão na carga permanece a mesma, a potência
útil não varia.

Como o fator de potência é aumentado, a corrente e a potência aparente diminuem e obtêm-se


uma utilização mais eficiente do sistema.

Este é um tema bastante em pregado e usado nos estudos de conservação de energia elétrica.

Um baixo fator de potência significa que precisamos fornecer muitos kvar para cada kW de
potência ativa. Terem os uma grande parcela de corrente total, circulando no sistema de
transm issão e distribuição, sem produzir qualquer trabalho. Portanto, significa que terem os cabos
inutilmente sobrecarregados, perdas no cobre elevadas (I2R), reduções nos níveis das tensões e
multas das concessionárias.

O fator de potência pode ser corrigido com a utilização de capacitores, motores síncronos ou
compensadores estáticos.

Resumindo:

Potência Aparente = N = V l ( V A )

Potência Ativa = P = V I cos cp- N cos^(w )

Potência Reativa = Q = V Isen cp= Nsen<p(var)

□ Exemplo

Corrigir para 0,9 atrasado o fator de potência do circuito do exemplo 1, acrescentando


capacitores em paralelo. Achar N', após a correção, e os vários capacitores necessários.

□ Resolução:
P = 1200 W
■ Situação atual

Cos cp = W/N = 1200 W / 2000 VA = 0,6


Q = 1600 var
N = 2000 VA
Cos cp = 0,6 cp - 53,1°

■ Situação desejada

Cos cp' = 0,9 cp' = 26o Fig. 1.35

N' = P/cos cp' = 1200/cos 26 = 1333 VA

Então:

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P = 1200 W Q ’ = 585 var


Q' = N' sen tp' = 1333 . sen 26 = 585 var

A potência reativa dos capacitores será:


/
o
o
Qcap = 1600 - 585 = 1015 var N’ = 1333 VA VO
h
Como P permanece invariável, não muda também o O'
trabalho, após a correção do fator de potência. O
valor de N, entretanto, foi reduzido de 2000 para
1333 VA.
N = 1600 VA /
Qcap = 1015 var

1.13. ANALO GIA HIDRAULICA Fig. 1.36

Com o intuito de fixar as grandezas elétricas, façam os a seguinte analogia:

Seja um reservatório d'água natural (natural ou artificial) com um desnível (h) qualquer entre o
nível superior e o ponto de escoamento. Consideram os ainda uma canalização para escoam ento
dessa água a fim de m ovim entar uma roda d'água que, por sua vez, através de um sistema de
eixos de transmissão, acionará uma máquina qualquer.

Onde:

Q = quantidade total da água do reservatório

q = quantidade de água que escoa no cano, por segundo (vazão)

h = desnível do reservatório

□ Corrente Elétrica (I)

Vim os que a corrente elétrica em um fio é o movimento de pequenas partículas, denom inadas
elétrons.

A quantidade dessas pequenas partículas que passam, por segundo, no fio, denom inam os
intensidade de corrente elétrica, representamos por "I" e medimos em ampère.

Fig. 1.38

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A corrente é exatamente análoga à quantidade de água que escoa por segundo no cano que
representamos por "q" e medimos em m3/s. Corrente "I" (A) ou (C/s) análoga à vazão m3/s.

□ Tensão ou Diferença de Potencial (V)

Observando a figura abaixo, verificam os que para a água escoar é necessário que exista a
diferença de altura. Da mesma maneira, é necessário que exista uma grandeza que force a
passagem da corrente. Essa grandeza denom ina-se tensão ou diferença de potencial e a
representamos por "V" ou D.D.P., e a medimos em Volts da mesma maneira que convencionamos
denom inar de "h" a altura e a medimos em metro.

Fig. 1.39

■ Observação

Se observarmos a figura anterior, verem os que os sinais + e - que se costuma dizer pólo positivo
e pólo negativo, nada mais são que uma convenção de potencial mais alto e mais baixo, ou seja,
uma "altura elétrica".

Na figura anterior, poderíamos cham ar de + o ponto mais alto e de - o ponto mais baixo. Como
se nota a água escoa do ponto mais alto + para o mais baixo O mesmo acontece com a
corrente, escoa do ponto mais alto para o ponto mais baixo - (convencionalmente).

□ Resistência Elétrica (R)

Considere que a "roda" da figura abaixo necessite para seu perfeito funcionam ento 5 litros d'água
por segundo. Sendo o cano relativam ente fino, ele não pode suportar a passagem de toda água
necessária para "tocar" a roda. Seria necessário trocá-lo por um mais grosso.

Fig. 1.40

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Observam os então que a passagem dessa quantidade de água que se necessita para m ovim entar
a roda d'água, o cano da figura acima (lado esquerdo da folha) seria insuficiente, pois sendo mais
fino, permitiria uma passagem menor (exemplo 4 l/s) o que provocaria um m ovimento não
eficiente na roda.

Analisem os, agora, o problema elétrico:

A lâmpada abaixo necessita de 5 am pères de corrente para seu funcionamento. Sendo o fio muito
fino, pode acontecer que ele não com porte esta corrente. Para o bom funcionam ento da lâmpada,
seria conveniente trocá-io por um fio de diâm etro maior para perm itir a passagem de 5 ampères.

FIO FINO DE COBRE FIO GROSSO DE COBRE


RESISTÊNCIA GRANDE RESISTÊNCIA PEQUENA

Fig. 1.41

□ Energia Elétrica (E):

Quanto à quantidade total de água "Q" do reservatório, ela pode realizar um trabalho que no caso
seria tocar a roda d'água. Para isso, seriam necessários uma diferença de altura "h" e um cano.
Essa quantidade de água quando não utilizada (imagine uma válvula instalada no cano, não
deixando a água passar), representa uma capacidade de produzir um trabalho o qual
denom inam os energia disponível.

Se agora abrirm os a válvula, isto é, fizerm os com que a água escoe pelo cano, esta movimentará
a roda, ou seja, a "energia" estará sendo utilizada. É agora, portanto, energia útil. É fácil
perceber que se não for renovada a água do reservatório (energia útil), ela se esgotará após um
determ inado tempo.

Falemos, agora de bateria. Ela possui produtos quím icos que podem reagir e produzir um
trabalho que, no caso, poderia ser pela bateria estar fornecendo através de seus bornes "A" e "B"
uma tensão "V" (12 volts, por exemplo) e estarem ligados por fios à lâmpada.

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Fig. 1.43

Esta capacidade de produzir trabalho, também chamada de energia da bateria, quando não
utilizada, representa energia disponível.

Fig. 1.44

Se agora procedermos a ligação do fio acionando a chave "S", a lâmpada acenderá. A energia da
bateria passou a ser utilizada pela lâmpada. É agora, portanto, energia elétrica útil.

Fig. 1.45

É de se observar que, após algum tempo, se não renovarmos os produtos quím icos da bateria,
eles se deterioram e a energia obtida desses elementos se esgotará.

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Fig. 1.46

Considerem os que a máquina anterior seja para moer trigo e que a quantidade de água contida
no reservatório dê para moer 100 kg de trigo e o tempo necessário para esta operação aconteça
em 10 horas, ou seja, a energia disponível d'água para moer 100 kg de trigo em 10 horas. A
capacidade de potência será então de 10 kg/h. Neste caso, tem os a ideia de um trabalho
efetuado num determ inado tempo. Isto representa a potência.

Potência = Trabalh0(energia>
tempo

Imagine a bateria, através da reação de seus produtos quím icos ela produz o trabalho necessário
para acender a lâmpada, ou seja, a energia suficiente para manter a lâmpada acesa. A esse
trabalho que a bateria realiza num determ inado tempo denom inam os potência elétrica da bateria.

Resumo:

Poderíam os resumir da seguinte maneira a analogia feita:

Q = (quantidade de água) - análogo à energia elétrica (E)

q = (quantidade de água/seg) - análogo à corrente elétrica (I)

h = (diferença de altura) - análogo à tensão elétrica (V)

Podemos ainda afirm ar que, da mesma maneira que o cano dificulta a passagem da água o fio,
também , dificulta a passagem da corrente. Essa dificuldade nós expressam os como a resistência
elétrica "R". Com relação à potência elétrica, poderíamos dizer que é um trabalho realizado
(energia despendida) num determ inado tempo:

„ „ , . Trabalho / ou I energia
Potência Elétrica = ------------------------—
Tempo

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1.14. EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA

A carga elétrica em movimento possui certas propriedades que a carga elétrica em repouso não
possui:

□ Efeito Térmico

Devido aos sucessivos choques que as cargas elétricas sofrem em seu movimento, há a
transformação de energia cinética em calor, aumentando a temperatura do condutor. Esse efeito
é também conhecido como efeito joule. Um exemplo comum desse efeito é o ferro elétrico onde a
corrente provoca um aquecimento da resistência devido ao efeito Joule.

□ Efeito Luminoso

A simples presença de uma corrente elétrica por um condutor gasoso pode provocar a emissão de
luz. É o caso das lâmpadas de neon. Deve-se notar que basta haver a corrente para haver luz.
Nas lâmpadas de filam ento é necessário haver o aquecimento para então haver luz.

□ Efeito Químico

Fazendo-se passar uma corrente elétrica por um eletrólito (por exemplo: ácido sulfúrico em
água), observa-se a decomposição do eletrolítico (no exemplo desprende-se H2 e 0 2 da solução).
Esse fenômeno recebe o nome de eletrólise.

□ Efeito Magnético ou Efeito Oersted

Quando a corrente elétrica passa em um condutor, ao redor do mesmo se produz um campo


magnético. A corrente elétrica com porta-se como um ímã. Esse campo magnético pode ser
com provado pelo desvio de uma agulha magnética.

□ Efeito Fisiológico

Passando a corrente elétrica pela matéria viva, acarreta contrações musculares mais ou menos
violentas e sensações parestésicas (formigamento), que é o choque. Quanto maior for a corrente,
maior será a intensidade do choque.

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1.15. TERM OS E SÍM BOLOS

Por vezes é conveniente em pregarm os valores muito grandes ou muito pequenos. Assim, ao usar,
por exemplo, um valor de 1000 watts é mais simples dizer 1 quilowatt; o prefixo quilo significa,
portanto, 1000. Segue, abaixo, outros termos.

Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada

yotta Y i o 24 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000

zetta Z i o 21 = 1 000 000 000 000 000 000 000

exa E i o 18 = 1 000 000 000 000 000 000

peta P i o 15 = 1 000 000 000 000 000

tera T i o 12 = 1 000 000 000 000

giga G 109 = 1 000 000 000

mega M 106 = 1 000 000

quilo k 103 = 1 000

hecto h 102 = 100

deca da 10 = 10

deci d IO 1 = 0,1

centi c io " 2 = 0,01

mili m io " 3 = 0,001

micro M io " 6 = 0,000 001

nano n i o ‘9 = 0,000 000 001

pico P 10 12 = 0,000 000 000 001

femto f i o ' 15 = 0,000 000 000 000 001

atto a io " 18 = 0,000 000 000 000 000 001

yocto y io " 21 = 0,000 000 000 000 000 000 001

zepto z io " 24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001

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EXERCÍCIOS

1. A capacidade de um condutor arm azenar cargas elétricas depende:

a) Da sua constante eletrostática

b) Da sua deflexão

c) Do seu efeito Joule

© Da sua forma

2. Assinale a afirmativa correta:

a) Os materiais condutores não são utilizados na eletrônica

b) Os materiais sem icondutores não são utilizados na eletrônica

^ ) O s materiais sem icondutores são utilizados na eletrônica

d) O alumínio é um material mais condutor que o cobre

3. A lei de joule expressa:

a) O valor da corrente no resistor

b) O valor da tensão no resistor

^ ) A potência dissipada no resistor


d) O campo elétrico no resistor

4. A corrente elétrica que passa por um condutor:

a) Só produz campo elétrico

b) Só produz campo magnético no interior do fio

Sempre produz campo magnético ao redor do fio


d) Produz campo magnético somente se a corrente for variável

5. Quando um condutor movimenta-se entre dois pólos de um ímã é produzida uma f.e.m
induzida:
a) Sempre

b) Nunca

Se o movimento for transversal

d) Se o movimento for longitudinal

6. Utilizando-se a regra da mão esquerda, o dedo indicador indica o sentido do(a):

a) Movimento do condutor

b) Corrente
^ F lu x o magnético
d) F.e.m. induzida

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7. A indutância é análoga, na mecânica, à:

a) Potência

^ Inércia

c) Energia
d) Força

& 8. Num circuito resistivo:

a) A tensão está adiantada da corrente


b) A tensão está atrasada da corrente

Çc) Corrente e tensão estão em fase


d) Não podemos afirm ar nada

9. No triângulo de potências, a hipotenusa é representada pela:

a) Potência ativa

© Potência aparente

c) Potência reativa

d) Potência capacitiva

^ 10. A correção do fator de potência é para aproximar:

§ N d e P
b) P de N

c) N de Q

d) P de Q

1 1 .0 efeito joule é conhecido como:

a) Efeito luminoso

0 Efeito térmico

c) Efeito químico

d) Efeito magnético

12. Um microvolt é representado por:

a) IO'3 volt

b) IO '12 volt

10~6 volt
d) 10'9 volt

Noções de Eletricidade 33 / 125


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13. Num circuito elétrico, uma resistência de 100 ohms é alimentada por uma bateria de 20 volts.
O valor da corrente é:
a) 5 A Y :t*

b) 0,5 A ^ : , J$r : 1
c) 2 A í1 /0 §
@ 0 ,2 A

4 14. Quando melhoramos o fator de potência de uma instalação industrial, o ângulo formado pela
defasagem entre as potências ativa e aparente:

a) Aumenta

Diminui
*/
c) Não se altera

d) Independe do valor do banco de capacitores \ W


ív h
^ 15. Num circuito indutivo, em relação à corrente, a tensão está: ^
a) Atrasada

Adiantada

c) Depende do valor da carga

d) Depende do valor da geração

16. Nos geradores, a f.e.m pode ser produzida:

a) Apenas com a rotação da armadura

b) Apenas com a rotação do campo magnético

^ Com a rotação da armadura ou^ do campo magnético


d) Com a rotação da armadura e do campo magnético

17. Assinale a afirmativa verdadeira:

Há mais f.e.m. quando mais espiras atravessam o campo magnético


b) Há menos f.e.m. quando mais espiras atravessam o campo magnético

c) A f.e.m. independe do número de espiras

d) A f.e.m. depende do campo elétrico

18. Assinale a afirmativa verdadeira:

a) Existem 2 efeitos da corrente elétrica

b) Existem 3 efeitos da corrente elétrica

c) Existem 4 efeitos da corrente elétrica

Existem 5 efeitos da corrente elétrica

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19. Pólos m agnéticos de mesmo nome se:


a) Atraem

Repelem

c) Coincidem

d) Não se coincidem

2 0 .0 eletroscópio de folhas é um instrumento para verificar:

a) Se um material é condutor

b) A isolação de um material elétrico

^ Se um material está com carga elétrica

d) A ionização de um material isolante

'Ük 21. Quando melhoramos o fator de potência de uma instalação industrial, o ângulo form ado pela
defasagem entre as potências ativa e reativa:
a) Aumenta .

b) Diminui

© Não se altera

d) Depende do valor do banco de capacitores

22. Com parando-se o alum ínio com o cobre verificam os que o primeiro possui maior:

a) Condutividade elétrica

b) Resistência à tensão mecânica

c) Facilidade de soldagem

^ M a le a b ilid a d e

23. A transform ação da energia mecânica em energia elétrica é realizada:


a) Nos motores elétricos

b) Nos transform adores

c) Nas turbinas

Nos geradores

24. Quando aproxim am os as pontas de dois imãs:


a) Sempre há atração

b) Sempre há repulsão

c) Não há atração nem repulsão

^ 'P o d e haver atração ou repulsão

Noções de Eletricidade 35 / 125


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25. Assinale a alternativa correta:

O alumínio possui 61% da condutividade do cobre

b) O cobre possui 61% da condutividade do alumínio


c) A prata possui 61% da condutividade do cobre

d) O alumínio possui 61% da condutividade da prata

26. A distância entre duas cargas elétricas pontuais é d, sendo a intensidade da força de atração
eletrostática entre as cargas igual a F. Para que a intensidade da força aumente para 2 F, a
distância entre as cargas deve ser:

a) d 2

b) d /2
ÍIÁ

c) 2d/y[2

27. Se um condutor eletrizado positivamente for aproximado de um condutor tocá-lo,


pode-se afirm ar que o condutor neutro:
Ç)
Conserva sua carga total nula, mas é atraído pelo condutor eletrizado (1
b) Conserva sua carga total nula, mas não é atraído pelo condutor eletrizado

c) Fica com metade da carga do condutor eletrizado


d) Eletriza-se negativamente e é atraído pelo condutor eletrizado

28. Duas lâmpadas de 60 W e 100 W são subm etidas a uma fonte de tensão dom iciliar de 127 V.
Podemos afirmar que:

^ A resistência elétrica da lâmpada de 60 W é maior do que a da lâmpada de 100 W

b) A resistência elétrica da lâmpada de 100 W é maior do que a da lâmpada de 60 W

c) A corrente elétrica que passa através da lâmpada de 60 W é maior que a de 100 W

d) O filamento da lâmpada de 100 W é mais comprido do que a de 60 W, se forem de mesmo


material e espessura.

2 9 .Três bolas metálicas A, B e C podem ser carregadas eletricamente. Observa-se que cada uma
das três bolas atrai uma das outras duas. Assinale a alternativa correta:

a) Apenas uma das bolas está carregada

^fJ^Duas das bolas estão carregadas

c) As três bolas estão carregadas


d) Duas das três bolas estão com carga nula

30. O fator de potência de uma instalação industrial não pode ser corrigido com a utilização de:

a) Capacitores e motores síncronos


b) Com pensadores estáticos e capacitores
Capacitores e Indutores estáticos

d) Motores síncronos e com pensadores estáticos

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31. Uma instalação industrial com um baixo fator de potência significa:

a) Parcela pequena de corrente circulando no sistema

^ Cabos condutores inutilm ente carregados

c) Perdas desprezíveis nos cabos condutores

d) Níveis de tensão sem redução

32. Considere as seguintes situações:


I - Um corpo condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica

II - Um transform ador em funcionam ento

III - Um feixe de elétrons m ovim entando-se com velocidade constante

IV - Um feixe de elétrons m ovim entando-se com velocidade variável

Em quais alternativas são form ados campos magnéticos?

a) I, II e III

b) I, II e IV

c) I, III e IV

33. Um fio condutor retilíneo e muito longo é percorrido por uma corrente elétrica constante que
cria um campo magnético em torno do fio. Esse campo magnético:

a) Tem o mesmo sentido da corrente elétrica

b) É uniforme

Diminui à medida que a distância em relação ao condutor aumenta

d) É paralelo ao fio

34. Assinale a afirmativa que ordena corretam ente os valores condutivos dos metais:
a) Cobre > Prata> Alum ínio

^ Prata > Cobre > Alum ínio

c) Cobre > Alum ínio > Prata

d) Prata> Alum ínio > Cobre

Noções de Eletricidade 37 / 125


2
SISTEMAS ELÉTRICOS

2.1. HISTÓRICO

A Indústria de energia elétrica é a primeira sob muitos aspectos em muitos países. O progresso
industrial de um país pode ser medido pelo grau de aproveitam ento de suas fontes de energia. O
descobrim ento dessas fontes na natureza, o transporte da energia de um lugar a outro e a
conversão dessa energia bruta para formas mais úteis de utilização, são partes essenciais de uma
economia industrial.

Ao final do século XIX, quando a atividade econômica do Brasil era significativam ente agrária, a
participação da eletricidade como fonte de energia era inexpressiva. Com o início da
industrialização, fatores como a concentração em centros urbanos e o surgimento de uma classe
média impulsionaram seu uso.

A partir de 1920 o Brasil foi tendo o seu número de usinas hidrelétricas instaladas aumentado,
num crescim ento constante. Estas usinas estavam geralm ente associadas a regiões de atividade
industrial ou atendiam às localidades definidas por concessão municipal. Com o crescimento da
atividade e a necessidade de executar projetos de maior tamanho, iniciou-se um processo de
fusões e incorporações entre as em presas do setor.

Desde esta época, já se verificava a primazia da hidroeletricidade, que representava 80% da


potência total instalada, de aproxim adam ente 779MW. Esta característica própria diferenciou a
evolução da economia da energia no Brasil dos outros países de vanguarda industrial, onde
predominava a term oeletricidade, com base no carvão mineral.

Seguindo uma tendência mundial, durante as décadas de 1940 e 1950 as usinas passaram a ser
cada vez maiores para que se reduzissem os custos de instalação e de geração. A concentração
do setor nas mãos de poucas em presas privadas dava-lhes poder para cobrar caro e influir nas
diretrizes de crescimento econômico do país.

Um sistema de potência, nada mais é que um dos instrumentos utilizados para a conversão e
transporte da energia. O fornecim ento de energia elétrica, em bases comerciais, foi constituído
inicialmente, por geradores de corrente contínua alimentando cargas específicas como iluminação
pública, galeria, etc., e logo em seguida para consumidores residenciais.

Contudo, surgiram inúmeros problemas com o transporte e a distribuição de energia elétrica,


gerada e consumida em corrente contínua. O crescimento dos sistemas e o uso da energia
hidráulica eram dificultados devido aos fenôm enos da queda de tensão e das perdas por efeito
joule. Eram exigidos condutores de seções maiores tornando inviável novas extensões, sendo
necessário construir novas centrais, próximas umas das outras.

O grande potencial hidroelétrico não podia ser utilizado devido as grandes distâncias. O problema
foi resolvido com a invenção do transformador, após o surgimento da corrente alternada. Isso
possibilitou a transmissão de energia elétrica a grandes distâncias, pois ele permite elevar a
tensão gerada, o que diminui as perdas na Linha, e depois reduzi-la novamente para utilização
industrial e doméstica com grande rendimento, desde que, a energia seja em corrente alternada.

Após a invenção dos motores de indução tiveram ainda maior impulso os sistemas de corrente
alternada que foram substituindo, gradativamente, os de corrente contínua.

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0 GERAÇÃO

Usin.) Hi<li oeleti ic.i

Subestação
Distiibuklora

© C O N S U M ID O R E S COMERCIAIS
E INDUSTRIAIS Q DISTRIBUIÇÃO

DISPOSITIVOS DE
AUTOMAÇÃO DA
DISTRIBUIÇÃO

COMSUMIDORES RESIDENCIAIS

Fig. 2.1

A linha de transm issão não pode arm azenar energia, logo toda a energia gerada é enviada aos
consumidores. A única energia arm azenada é a primária (água, carvão, urânio, óleo, etc.).

Um sistema elétrico de potência consiste em três com ponentes principais, as estações geradoras,
as linhas de transm issão e os sistemas de distribuição. Um sistema bem projetado, abrange um
grande número de estações geradoras interligadas de maneira que a energia total gerada, possa
ser utilizada em toda região coberta pelo sistema.

Uma das funções dos sistem as de potência é prever a demanda futura de energia de tal maneira
que centrais geradoras adequadam ente situadas e sistem as de transm issão bem coordenados,
flexíveis e eficazes, possam atender a uma determ inada região. À medida que o sistema cresce,
novas fontes de energia devem ser procuradas para satisfazer à crescente demanda, assim como,
novas linhas devem ser construídas.

2.2. OBJETIVOS DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

O objetivo básico de um sistema de energia elétrica é fornecer essa energia às várias cargas
existentes numa dada área de serviço. Quando adequadam ente projetado, construído e operado,
ele deve atender aos seguintes requisitos:

Gerar energia elétrica em quantidades suficientes e se possível nos locais apropriados.

Transm iti-la em grandes quantidades aos centros de cargas.

Deve fornecer energia praticamente em todos os locais exigidos pelo consum idor na forma
apropriada.

Sistemas Elétricos 39 / 125


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A carga alimentada consome potência ativa e reativa variável com o tempo. O sistema deve
estar apto a fornecer essa demanda variável.

- A energia fornecida deve obedecer a certas condições mínimas, relacionadas com as


qualidades quais sejam: frequência constante, tensão constante, alta confiabilidade.

O sistema deve fornecer energia com custos mínimos, tanto econômicos como ecológicos.

2.3. ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

Um sistema elétrico de potência com preende basicamente três partes principais: produção,
transporte e distribuição.

2.3.1. Produção

A energia elétrica é produzida nas Centrais Elétricas, também chamada de estações geradoras.
Estas Centrais utilizam-se de outras formas de energia existente na natureza para obtenção de
energia elétrica. Podemos classificá-las em:

■ Centrais Termelétricas: quando utilizam com bustíveis fósseis. (Ex.: óleo, carvão, gás, etc.).

■ Centrais Nucleares: quando utilizam a energia do átomo.

■ Centrais Hidrelétricas: quando utilizam o potencial energético das águas.

Toda a tecnologia de geração de energia elétrica é baseada no fato de que é possível transform ar
as formas primitivas de energia disponível na natureza, em energia elétrica. Essa energia é então
finalm ente de novo transformada em outras e variadas formas úteis. Essas transform ações de
energia frequentem ente ocorrem de uma maneira um tanto complexa, sendo que praticamente
100% da energia elétrica, hoje produzida, são obtidas em sua transformação última da mecânica
para elétrica.

Grandes esforços estão compreendidos na pesquisa de métodos de conversão direta de energia,


isto é, tenta-se elim inar a etapa mecânica intermediária, procurando obter energia elétrica
diretamente, ou de energia térmica ou da solar ou da química.

Embora muitos equipamentos de conversão direta de energia tenham encontrado importantes


aplicações no setor de baixas potências, é muito difícil que eles venham a com petir com o
gerador convencional no campo das altas potências nas próximas décadas. Enfocaremos
características da energia já na sua forma elétrica, não importando como ela chegou a essa
forma.

2.3.2. Transporte

É feito através das linhas de transmissão, levando grandes blocos de energia, geralmente, com
tensão elevada e distâncias longas.

2.3.3. Distribuição

É a parte do sistema elétrico que distribui a energia para os consumidores (residenciais ou


industriais), em tensões mais baixas que a da transmissão, geralmente, 13,8 kV e tensão
secundária de consumo 110 V a 440 V. Para consumidores industriais estes níveis chegam até
138 kV.

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PRODUÇÃO CO N SU M O

Fig. 2.2

A energia elétrica é produzida nas usinas geradoras, em média tensão. Através de


transform adores, situados, logo após, na saída dos cabos do gerador, eleva-se a tensão (SE
elevadora) ao nível desejado de transmissão. No final da linha, a tensão é reduzida (SE
abaixadora) a níveis de distribuição, visando atender os diversos consumidores.

SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA


(DIAGRAMA SIMPLIFICADO)

GERAÇAO

N/S/M/X/V SUBESTAÇAO O
ELEVADORA i<
(A
U
H>
l
2
(A
z
«
LINHA DE V 0£
TRANSMISSÃO '
I-
1U
O
<
2
LU
H
SUBESTAÇAO (A
ABAIXADORA

DISTRIBUIÇÃO

CONSUMIDOR
- INDUSTRIAL
- COMERCIAL
- RESIDENCIAL
- OUTROS

Fig. 2.3

Sistemas Elétricos 41 / 125


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EXERCÍCIOS

1. Assinale a afirmativa correta:

a) O fornecim ento de energia elétrica foi constituído, inicialmente, por geradores de corrente
alternada

b) Os consumidores residenciais receberam energia elétrica antes da iluminação pública

c) O crescim ento dos sistemas era dificultado devido à queda de corrente


^ Os motores de indução impulsionaram os sistemas de corrente alternada

2. Um sistema elétrico de potência compreende:

a) Produção, transporte e transformação


b) Produção, transform ação e distribuição

^ P r o d u ç ã o , transporte e distribuição

d) Geração, transform ação e distribuição

3. Assinale a afirmativa falsa:


a) Centrais hidrelétricas não utilizam o potencial energético dos ventos

b) Centrais eólicas não utilizam a energia do átomo

^ £ e n t r a is term elétricas -não utilizam com bustíveis fósseis


d) Centrais nucleares não utilizam o potencial energético das águas

4. Um dos objetivos do sistema elétrico de potência é transm itir energia elétrica em:

a) Grandes quantidades aos centros de geração


b) Grandes quantidades aos centros de produção
quantidades aos centros de cargas

d) Pequenas quantidades aos centros de cargas

5. A participação da eletricidade como fonte de energia ao final do século XIX, tornou-se


expressiva pelos seguintes fatores, menos:

a) No surgimento de uma classe média

r.^>No crescimento da atividade agrária

c) Na concentração em centros urbanos

d) No início da industrialização

42 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


3
PROCESSOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.1. CENTRAIS HIDRELÉTRICAS

A localização das centrais hidrelétricas é definida pela presença de quedas d'água, exigindo,
geralmente, a transm issão de grandes quantidades de energia a grandes distâncias.
Provavelmente a forma mais antiga de conversão de energia é a utilização da potência hídrica.

Sob o aspecto técnico-econôm ico, a vantagem mais evidente é que a energia obtida tem seu
custo de geração reduzido, possui boa flexibilidade de operação, alto nível de confiabilidade,
eficiente controle e regularização da vazão dos rios. Apesar desses aspectos positivos, a energia
hidrelétrica tem seus inconvenientes: a usina é construída junto à fonte e não junto à carga, não
há flexibilidade para deslocá-la.

Custo inicial da instalação elevado, devido principalmente às vultosas obras de engenharia civil,
exigindo grande investim ento para a construção da usina e do reservatório de acumulação
(desapropriação de terra). Alto custo de transporte desta energia pois terá que cobrir longas
distâncias e possui tensão alta para m inimizar perdas. Interferências no sistema ecológico e com
a estrutura sócio-econôm ica da área, pode às vezes destruir muita beleza natural. Atualm ente, o
custo do quilowatt, instalado nas usinas hidrelétricas, ainda tem sido muito menor que as de
outro tipo de geração.

RESERVATÓRIO

TUBULAÇÃO LINHA DE
TRANSMISSÃO

TURBINA GERADOR

Fig. 3.1

Processos de Geração de Energia Elétrica 43 / 125


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Infelizmente, as condições geográficas necessárias para a geração hidrelétrica não são


encontradas comumente. Nos países desenvolvidos praticamente todos os recursos hídricos estão
explorados. No Brasil existem ainda grandes reservas que, indubitavelmente, serão explorados
com o crescimento da demanda.

Para regiões onde a utilização convencional da energia hidráulica disponível foi esgotada,
desenvolveu-se um processo de aplicação relativamente recente, foram criados reservatórios de
bombeamento, que permitem a utilização da água em condições que seriam impraticáveis nos
esquemas convencionais.

Ela é basicamente hidrelétrica, constituída por dois reservatórios em níveis diferentes (um
superior e outro inferior), uma casa de máquinas onde se localizam as turbinas hidráulicas, os
geradores e os motores-bombas. Nos intervalos de pouca carga no sistema, os excedentes de
energia são utilizados para bombear água do reservatório inferior para o superior. E, quando a
demanda aumenta (horário de pico) a água do reservatório superior é liberada, passando pelas
turbinas e gerando energia.

A ELETROBRAS FURNAS CONTA COM UM COMPLEXO DE 12 USINAS HIDRELÉTRICAS E 2


TERMELÉTRICAS, TOTALIZANDO UMA POTÊNCIA NOMINAL DE 10.050 MW.
ENTRADA EM MÁQUINAS
USINAS POTÊNCIA
OPERAÇÃO (MW)
HIDRELÉTRICAS
Furnas 1963 8 X 152 1.216
Luis Carlos B. de Carvalho 1969 6 X 175 1.050
Funil 1969 3 X 72 216
Porto Colômbia 1973 4 X 80 320
Mascarenhas de Morais 1973 2 x 40 + 2 x 4 8 + 4 x 4 9 + 2 x 52 476
Marimbondo 1975 8 X 180 1.440
Itumbiara 1980 6 X 347 2.082
Corumbá 1997 3 X 125 375
Serra da Mesa * 1998 3 X 425 1.275
Manso * 2000 4 X 53 212
Peixe Angical * 2006 2 X 150 + 1 X 152 452
Baguari* 2009 4 X 35 140
Subtotal 9.254
TERMELÉTRICAS
Santa Cruz** 1967 2 X 82 + 2 X 218 + 1 X 166 766
Campos 1977 2 X 15 30
Subtotal 796

TOTAL 10.050 MW

* Sociedade de Propósito Específico


** Em ampliação para 950 MW
Tabela 3.1

44 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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3.2. CENTRAIS TERM ELÉTRICAS

A localização das centrais term elétricas utilizando com bustíveis fósseis é "bastante flexível". Elas
são distribuídas em geral pelo sistema de tal maneira que, haja pelo menos uma próxima de cada
grande centro de carga, logo, usualmente, requerem a transm issão de energia a "pequenas"
distâncias. Os tipos de centrais térm icas mais usadas são mostrados a seguir:

3.2.1. Centrais com Turbinas a Vapor

A combustão de carvão ou a queima de óleo em caldeiras produz vapor a alta tem peratura, a
pressão resultante vai acionar as turbinas a vapor. O óleo apresenta a vantagem de poder ser
bombeado, através de um oleoduto, diretam ente da refinaria para a caldeira da usina
termoelétrica.

VAPOR

COMBUSTÍVEL

AR

ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UMA CENTRAL COM TURBINA A VAPOR

Fig. 3.2

O custo específico dessas centrais decresce com o aumento da potência, portanto unidades de
maior potência levam a uma redução de custo. Como resultado disso, atualm ente, constroem -se
centrais geradoras acima de 500 MW.

3.2.2. Centrais com Turbinas a Gás

A utilização de turbinas a gás como motores primários tem algum as vantagens sobre as turbinas
a vapor. Em operação normal, entretanto, são menos econôm icas e, sua principal vantagem
reside na capacidade de partir e tom ar carga rapidamente. Assim, as turbinas a gás estão sendo
introduzidas no sistema como um método para atender aos picos da carga.

Com relação a economia, provavelmente é mais vantajoso atender os picos de carga, ligando
uma turbina a gás que, para ser levada de fria à condição de trabalho necessita de,
aproxim adam ente, dois minutos, ao invés de se manter, continuam ente, em funcionam ento uma
usina term oelétrica de outro tipo.

Fig. 3.3

Processos de Geração de Energia Elétrica 45 / 125


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3.2.3. Centrais com Motores a Diesel

Sua aplicação se restringe as baixas potências e aos locais isolados e de baixo consumo. No
Brasil, as centrais com motores a diesel são muito utilizadas em regiões pouco desenvolvidas e
de localidades isoladas, tais como: regiões do Mato Grosso, Amazonas, Acre, Rondônia, etc.

Fig. 3.4

3.3. CENTRAIS NUCLEARES

O emprego de energia resultante da fissão atômica está se ampliando progressivamente na


geração de energia elétrica. Aqui também a energia básica é utilizada na produção de vapor para
o acionam ento de turbina.

CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO


ANGRA 1 - 600 MW /// ANGRA 2 - 1.300 MW

Fig. 3.5

Numa usina nuclear, um reator nuclear controlado substitui a caldeira tradicional como fonte de
calor. O calor liberado no processo de fissão é levado, através de um circuito primário, a um
"gerador a vapor", que é essencialm ente um trocador de calor. O vapor é então usado da
maneira "convencional" para produzir eletricidade.

46 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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Na fissão nuclear, a partícula nêutron (usada no processo por ter carga elétrica nula, o que evita
repulsão com o núcleo que é positivo), é acelerada em direção ao núcleo do átomo, que
geralm ente é de U-235 (urânio de número de massa 235), o que o deixa instável em U-236
(urânio de número de massa 236).

Com isso ele se divide em dois núcleos menores e mais leves, no caso, Ba-144 (bário de número
de massa 144) e Kr-89 (criptônio de número de massa 89), havendo a liberação nuclear,
radiação gama e mais nêutrons, que por sua vez, irão de encontro com novos núcleos atômicos,
desintegrando-os novamente em energia, radiação e outros nêutrons que seguirão o mesmo
caminho, numa verdadeira reação em cadeia.

Vaso d «
c o n te n ç ã o

Torre d e
tra n s m is s ã o

B o m b a p rin c ip a l de
re frig e ra ç ã o d o re a to r
Tanque de á g u a
d e a lim e n ta ç ã o
C -J C irc u ito p r im á r io
Q B C ircuito s e c u n d á rio
€ ■ * S iste m a d e á g u a d e re frig e ra ç ã o

Fig. 3.6

A energia nuclear para geração de energia elétrica, é uma opção que se tem quando os potenciais
hidrelétricos já estão praticam ente esgotados e os potenciais térm icos tais como, carvão,
petróleo, etc. apresentam custos muito elevados.

As usinas nucleares requerem altos investim entos iniciais e seus custos de operação e
manutenção são também muito altos.

Apresentam a vantagem de poderem ser construídas próximas ao local de consumo, porém, nos
últimos anos, devido aos problemas de segurança, elas tem sido localizadas distante de regiões
muito povoadas.

Até o momento, ainda não foi totalm ente equacionado o problema do lixo atômico, que é formado
dos resíduos radioativos resultantes do uso de combustível.

Até que se viabilizem econom icam ente o uso das outras fontes de energia em pesquisa, a energia
nuclear continuará sendo utilizada, principalmente, naqueles países em que já estão saturadas as
fontes de energia convencionais.

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3.4. OUTROS PROCESSOS DE GERAÇÃO

3.4.1. Energia Eólica

A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável e limpa, está disponível em
todos os lugares. A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala
comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria
aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de ideias e
conceitos preliminares para produtos de alta tecnologia.

Fig. 3.7

As hélices de uma turbina de vento são diferentes das lâminas dos antigos moinhos porque são
mais aerodinâm icas e eficientes. As hélices têm o formato de asas de aviões e usam a mesma
aerodinâmica. Na central eólica as hélices em movimento ativam um eixo que está ligado à caixa
de mudança. Através de uma série de engrenagens a velocidade do eixo de rotação aumenta. O
eixo de rotação está conectado ao gerador de eletricidade que com a rotação em alta velocidade
gera energia.

Um aerogerador consiste num gerador elétrico movido por uma hélice, que por sua vez é movida
pela força do vento. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cuja quantidade de energia
elétrica que pode ser gerada pelo vento depende de quatro fatores:

Da quantidade de vento;

Do diâmetro da hélice;

Da dimensão do gerador;

Do rendimento de todo o sistema.

Existem, cerca de 30.000 turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo, com
capacidade instalada da ordem de 13.500 MW. No âmbito do Comitê Internacional de Mudanças
Climáticas, está sendo projetada a instalação de 30.000 MW, por volta do ano 2030, podendo tal
projeção ser estendida em função da perspectivas de venda dos "Certificados de Carbono".

Na Dinamarca, a contribuição da energia eólica é de 12% da energia elétrica total produzida; no


norte da Alemanha (região de Schleswig Holstein) a contribuição eólica já passou de 16%; e a
União Européia tem como meta gerar 10% de toda eletricidade a partir do vento até 2030.

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No Brasil, embora o aproveitam ento dos recursos eólicos tenha sido feito tradicionalm ente com a
utilização de cata-ventos multipás para bombeamento d'água, algumas medidas precisas de
vento, realizadas recentemente em diversos ponto do território nacional, indicam a existência de
um imenso potencial eólico ainda não explorado.

Grande atenção tem sido dirigida para o Estado do Ceará por este ter sido um dos primeiros
locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico através de medidas de vento
com modernos anem ógrafos computadorizados.

Entretanto, não foi apenas na costa do Nordeste que áreas de grande potencial eólico foram
identificadas. Em Minas Gerais, por exemplo, a Central Eólica Experimental do Morro do
Carmelinho, no município de Gouveia, possui uma capacidade de 1MW. Ela é constituída por 4
turbinas de 250 KW de 30 metros de altura.

3.4.2. Energia Solar

O aproveitam ento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre de tempo, tanto
como fonte de calor quanto de luz, é hoje, sem sombra de dúvidas, uma das alternativas
energéticas mais promissoras para enfrentarm os os desafios do novo milênio. E quando se fala
em energia, deve-se lem brar que o Sol é o responsável pela origem de praticam ente todas as
outras fontes de energia. Em outras palavras, as fontes de energia são, em última instância,
derivadas da energia solar.

Fig. 3.8

É a partir da energia do Sol que se dá a evaporação, origem do ciclo das águas, que possibilita o
represamento e a consequente geração de eletricidade (hidroeletricidade). A radiação solar
também induz a circulação atmosférica em larga escala, causando ventos. Petróleo, carvão e gás
natural foram gerados a partir de resíduos de plantas e anim ais que, originalmente, obtiveram a
energia necessária ao seu desenvolvim ento, da radiação solar.

A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade
(efeito fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel, em 1839, é o
aparecim ento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material
sem icondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade fundam ental do
processo de conversão.

Inicialmente, o desenvolvim ento da tecnologia apoiou-se na busca, pro em presas do setor de


telecom unicações, de fontes de energia para sistemas instalados em localidades remotas. O
segundo agente im pulsionador foi a "corrida espacial". A célula solar era, e continua sendo o meio
mais adequado (menor custo e peso) para fornecer a quantidade de energia necessária para
longos períodos de permanência no espaço. Outro uso espacial que impulsionou o
desenvolvim ento das células solares foi a necessidade de energia para satélites.

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A crise energética de 1973 renovou e ampliou o interesse em aplicações terrestres. Porém, para
tornar econom icam ente viável essa forma de conversão de energia, seria necessário, naquele
momento, reduzir em até 100 vezes o custo de produção das células solares em relação ao
daquelas células usadas em explorações espaciais. Modificou-se, também, o perfil das empresas
envolvidas no setor. Nos Estados Unidos, as empresas de petróleo resolveram diversificar seus
investimentos, englobando a produção de energia a partir da radiação solar.

3.4.3. Bioenergia

O mercado da bioenergia está crescendo rápido em todo o mundo. Bioenergia é a energia gerada
a partir de material vegetal (biomassa).

Podemos pensar então em:

Biomassa arborícola (troncos, galhos e folhas);

Sobra de madeira da indústria (serragem por exemplo);

Vegetais e frutas;

Resíduos agrícolas, como o bagaço da cana.

As técnicas de conversão da biomassa em energia são:

3.4.3.1. Combustão

A combustão da biomassa libera calor que pode gerar eletricidade. Então podemos ter:

Produção de eletricidade através da combustão de biomassa em usinas de carvão;

Combustão de restos de madeira para geração simultânea de eletricidade e calor, ambos


aproveitáveis nas indústrias de madeira;

Combustão é a técnica mais desenvolvida, pois a biomassa já é consumida em muitas usinas de


carvão nos EUA.

3.4.3.2. Gaseificação

Gaseificação é a conversão de biomassa em combustível gasoso. Os principais produtos são


hidrogênio e monóxido de carbono.

São usados na geração de energia e na indústria química. A maioria das técnicas ainda está em
processo de desenvolvimento.

3.4.3.3. Fermentação

Fermentação é a desintegração da biomassa por uma bactéria anaeróbica para form ar uma
mistura de metano e dióxido de carbono.

Esse biogás é usado para a geração de eletricidade. A ferm entação é muito útilem indústrias,
pois elas aplicam esse processo no seu lixo e esgoto para purificá-los.

É possível que esse gás atinja a qualidade do gás natural, podendo então ser usado de várias
formas.

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EXERCÍCIOS

1. Com relação às centrais hidrelétricas, é correto afirmar:

A energia obtida tem seu custo de geração reduzido

b) A flexibilidade de operação é ruim

c) A confiabilidade é de baixo nível

d) A regularização dos rios não é eficiente

2. A energia fotovoltaica:

a) É obtida da conversão de baterias

b) É obtida da conversão do calor


^ jÉ obtida da conversão da luz

d) É obtida da conversão de pilhas

3. A energia eólica só é eficiente no litoral,


a) Certo

Errado

c) Certo, mas depende da sazonalidade

d) Certo, mas depende da potência dos aerogeradores

4. A usina do sistema Eletrobras Furnas que apresenta a maior capacidade instalada é:

a) Corumbá

b) Furnas

c) Marimbondo

Itumbiara

tf 5. As usinas da Eletrobras Furnas construídas em sociedade de propósito específico são:


(a) Serra da Mesa, Corumbá e Peixe Angical
Serra da Mesa, Manso e Peixe Angical <

c) Serra da Mesa, Manso e Corumbá

d) Serra da Mesa, Manso e Mascarenhas

■tf 6. Assinale a única usina do sistema Eletrobras Furnas que possui dez geradores de energia:
^ M a s c a r e n h a s éz ^

b) Marimbondo

c) Itumbiara

d) Porto Colômbia

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7. Assinale as técnicas de conversão da biomassa em energia:

a) Combustão, gaseificação e regeneração

b) Combustão, destilação e ferm entação


ípj) Combustão, gaseificação e fermentação

d) Combustão, regeneração e fermentação

8. Na fissão nuclear, a partícula nêutron é usada no processo para evitar:

a) Atração com o núcleo que é negativo


b) Repulsão com o núcleo que é negativo

c) Atração com o núcleo que é positivo

Q) Repulsão com o núcleo que é positivo

9. Na central eólica, a quantidade de eletricidade gerada independe de que fator?

Diâmetro do aerogerador

b) Diâmetro da hélice

c) Dimensão do gerador

d) Quantidade de vento

^rlO.A ferm entação é a desintegração da biomassa por uma bactéria anaeróbica para formar uma
mistura de:

a) Metano e dióxido de carbono

b) Hidrogênio e dióxido de carbono


^ Metano e monóxido de carbono

d) Hidrogênio e monóxido de carbono

j ^ l l . O s principais produtos da conversão da biomassa em combustível gasoso são:

a) Hidrogênio e dióxido de carbono


b) Nitrogênio e dióxido de carbono

"^ H id ro g ê n io e.monóxido de carbono

d) Nitrogênio e monóxido de carbono

52 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


4
REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

Na década de 90, houve uma reestruturação geral no setor elétrico brasileiro. Toda a legislação
brasileira sobre o setor elétrico foi modificada visando, principalmente, a privatização das
empresas de energia elétrica. No período de 1996 a 2000 foram privatizadas diversas empresas.
Atualm ente o setor elétrico está vinculado ao Ministério das Minas e Energia que é o órgão
executor da política energética nacional.

A regulação que antes era feita pela Eletrobrás e DNAEE, hoje, é feita pela Aneel. O controle da
operação que antes era feito pelo GCOI, hoje, é feito pelo ONS. As políticas e diretrizes que eram
definidas pela Eletrobrás, hoje, são feitas pelo CNPE. Foi criada também a ASMAE -
Adm inistradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia Elétrica, que define o preço de
mercado. Abaixo mostramos as entidades participantes do setor elétrico antes e depois da
reestruturação, o significado das siglas e o papel dessas entidades.

Antes: MME

DNAEE

Eletrobrás

GCOI

Subsidiárias

Concessionárias

Atual: MME

Aneel

CNPE

CCPE

ONS

EPE

CBEE

MAE

Eletrobrás (estruturada)

Subsidiárias, Concessionárias e Associações.

Reestruturação do Sistema Elétrico Brasileiro 53 / 125


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AGENTE NOME LEGISLAÇÃO PAPEL


MME Ministério de Minas e Lei n° 3.782 - Zelar pelo equilíbrio conjuntural e
Energia 22/07/60 estrutural entre a oferta e a demanda de
www.mme.aov.br energia elétrica no país.

Aneel Agência Nacional de Lei n° 9.427 - Autarquia, vinculada ao MME, assegura e


Energia Elétrica 26/12/96 fiscaliza a produção, transmissão,
distribuição e comercialização de energia
www.aneel.aov.br elétrica em conformidade com políticas e
diretrizes do governo federal.
CNPE Conselho Nacional de Lei n° 9.478 - Promover aproveitamento racional dos
Política Energética 06/08/97 recursos energéticos, assegurar o
suprimento dos insumos, rever matrizes
energéticas estabelecer diretrizes para
programas específicos.

CCPE Comitê Coordenador do Portaria MME - Planejamento a longo prazo (decenais),


(Extinto Planejamento da 150 planos indicativos e determinativos,
em Expansão dos Sistemas 10/05/99 informações técnicas, investimentos de
Mar/2005) Elétricos capital, condições de atendimento e propor
www.ccDe.aov.br à Aneel critérios e normas.

ONS Operador Nacional do Lei n° 9.648 - Operar o Sistema Interligado Nacional


Sistema Elétrico 27/05/98 (SIN) e administrar a rede básica de
www.ons.ora.br transmissão de energia no país.
EPE Empresa de Pesquisa Lei n° 10.847 - Prestar serviços na área de estudos e
(substituiu Energética 15/03/2004 pesquisas destinadas a subsidiar o
o CCPE) planejamento do setor energético.

CBEE Comercializadora MP 2.209 de - Aquisição, arrendamento e a alienação de


Brasileira de Energia 29/08/2001 e bens e direitos, celebração de contratos e a
Emergencial Decreto 3.900 prática de atos destinados à viabilização do
www.cbee.aov.br de aumento da capacidade de geração e da
29/08/2001 oferta de energia elétrica e à superação da
crise de energia elétrica.
CCEE Câmara de Lei n° 10.433 - Comercialização de energia elétrica,
Comercialização de 24/04/02 compra, importação e exportação e venda
Energia Elétrica para outros comercializadores e/ou
www.ccee.ora.br consumidores que têm livre opção de
escolha.

Eletrobras Centrais Elétricas Lei n° 3.890-A - Estudos de projetos, construção e


Brasileiras S.A. 25/04/61 operação de usinas produtoras e LTs.
www.eletrobras.aov.br Distribuição de energia elétrica, bem como,
a celebração dos atos do comércio
decorrentes dessas atividades.

Tabela 4.1

54 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


5
FASES DE PROJETO

5.1. FINALIDADE DE UMA LINHA DE TRAN SM ISSÃO

Uma LT tem por finalidade transportar em forma de energia elétrica a energia proveniente de
fontes diversas, tais como: hidráulicas, nuclear, térmica, etc., até o ponto em que é convertida na
forma desejada, seja luz, calor, energia mecânica ou química.

Num sistema de transm issão, uma LT pode ter as seguintes funções:

- Transm itir a energia da fonte de geração até o centro de carga;

Interligar vários sistem as de transm issão, permitindo o intercâmbio de energia e, em caso de


emergência, m anter em condições de suprim ento a parte afetada;

Perm itir a otim ização da geração das diversas usinas de um sistema interligado.

Fig. 5.1

Fases de Projeto 55 / 125


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5.2. TIPOS DE LINHAS DE TRANSM ISSÃO

5.2.1. Quanto ao Isolam ento

Quanto ao isolam ento dos cabos condutores, as LTs podem ser subterrâneas ou aéreas.

Nas LTs subterrâneas, os cabos condutores são isolados e instalados em dutos. Por terem seu
custo cerca de até 10 vezes o custo de uma LT aérea, para uma mesma tensão e potência
transm itida, têm sua utilização limitada a regiões onde haja impedimento da instalação aérea,
por exemplo, em regiões urbanas.

Nas LTs aéreas, os cabos condutores são nus, suspensos e mantidos a uma distância mínima de
segurança do solo. Nestas LTs os condutores são isolados, do solo, através do ar.

No presente trabalho serão enfocadas somente as Linhas Aéreas de Transmissão.

5.2.2. Quanto à Forma de Transm issão

Quanto à forma de transmissão, as LTs podem ser de corrente alternada ou de corrente contínua.

■ LTs de corrente alternada (CA) - são as mais utilizadas tendo em vista a flexibilidade
apresentada por este sistema que permite gerar, transmitir, distribuir e utilizar a energia
elétrica na tensão mais econômica e/ou mais segura para cada caso. As LTs CA são trifásicas
com 1 (um) ou vários subcondutores por fase (8 subcondutores na LT 1200 kV, na ex-URSS).

* LTs de corrente contínua (CC) - apesar de apresentarem menores perdas na transm issão e
menores custos de implantação para uma mesma potência transmitida, somente são
utilizadas para transportar grandes blocos de potência a grandes distâncias ou para interligar
sistemas de frequências diferentes, face aos elevados custos dos equipam entos terminais. As
LTs CC são bipolares com vários subcondutores por pólo (4 subcondutores nas LTs ±600 kV
de Itaipu).

A seguir, são mostrados tipos de estruturas para LTs CA e CC.

ESTRUTURA CA ESTRUTURA CC

Fig. 5.2

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5.3. COM POSIÇÃO DE UMA LINHA AÉREA DE TRANSM ISSÃO

Basicamente, uma LT é constituída por cabos condutores por meio dos quais é transportada a
energia. Os condutores são nus (sem isolamento), e são suspensos do solo através de estruturas.
Os condutores são isolados das estruturas por meio de cadeias de isoladores, i * ,
JvpU
■ M - 1* m ; iv / i
AMORTECEDOR , ... r f C-/ l X i aI^Ü / ( A O Ò 3
DE VIBRAÇÃO ESFERA DE SINALIZAÇAO
tA Ç m

FAIXA DE SERVIDÃO OU
SISTEMA DE ATERRAMENTO DE SEGURANÇA

Fig. 5.3

5.3.1. Função Básica dos Com ponentes

- Transporte de energia pelos cabos condutores.

Isolam ento da tensão para a estrutura através de cadeias de isoladores.

Suporte do conjunto condutora-cadeia de isoladores através das estruturas. Os


carregam entos resultantes da ação do vento nas estruturas e nos condutores, peso próprio
dos condutores, cadeias de isoladores e estruturas são transm itidos ao solo pelas fundações.

Proteção contra descargas atm osféricas evitando quedas de raios diretam ente nos condutores
por meio de cabos pára-raios em conjunto com um sistema de aterram ento para permitir
escoam ento das correntes associadas a raios e curtos-circuitos. O sistema de aterramento,
normalmente, utilizado na Eletrobras Furnas, é constituído por fios ou cabos contrapesos.

Proteção mecânica à ação do vento pelo emprego de amortecedores, espaçadores,


espaçadores-am ortecedores, arm aduras ou varetas pré-formadas, etc.

Sinalização de advertência para aeronaves através da instalação de esferas nas cores laranja
ou verm elha e lâm padas de sinalização.

De modo a lim itar as perturbações nas vizinhanças de uma LT ao longo de seu traçado, não
só quanto ao balanço transversal dos condutores sob a ação do vento, mas também quanto
aos efeitos elétricos que podem causar ruído audível e interferências em TVs, as LTs ocupam
uma faixa de terreno conhecida como faixa de servidão ou de segurança, com largura
variável em função da tensão da LT.

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Resumindo, os principais componentes de uma LT são:

Cabos condutores;

Cabos pára-raios e contrapeso;

Estruturas e Fundações;

Isoladores;

Ferragens das cadeias de isoladores e acessórios;

Faixa de servidão ou de segurança.

5.3.2. Materiais e Tipos de Com ponentes

5.3.2.1. Cabos Condutores

As primeiras linhas de transmissão utilizaram o cobre como matéria-prima dos cabos condutores
devido a sua elevada condutividade. Entretanto, devido ao alto custo deste material as LTs têm
atualm ente seus condutores constituídos basicamente de alumínio, tanto em forma de liga ou
associados com aço.

Os cabos utilizados nas LTs são formados por fios encordoados, em camadas concêntricas em
torno de um fio central.

5.3.2.1.1. Tipos de cabos condutores

Cabos de Alum ínio com Alma de Aço (CAA) - compostos de uma ou mais camadas de fios de
alumínio encordoados em torno de um fio ou cabo de aço, denom inado alma. A função da alma
de aço é aum entar a resistência mecânica do cabo.

Cabos de Alum ínio (CA) - constituídos por fios de alumínio.

Cabos de Alum ínio-Liga (CAL) - constituídos por fios de alumínio-liga. Estes cabos possuem
resistência mecânica superior aos Cabos de Alum ínio (CA).

26/7 30/7 7 19

30/19 54/7 37 61

FORMAÇÃO ALUMÍNIO/AÇO TOTAL DE FIOS

Fig. 5.4 Fig. 5.5

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CAA - CABO DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO CA - CABO DE ALUMÍNIO

Fig. 5.6 Fig. 5.7

Exemplo:

□ ORCHID - ORQUÍDEA

Cabo CA, composto de 37 fios de diâm etro 3,33 (mm) com uma área total de 322 (mm2) /636
MCM.

Diâmetro do cabo = 23,31 (mm)

Massa nominal = 888,4 kg/km

Carga de ruptura = 5080,5 kgf (49,84 KN)

? i
Resistência elétrica em CC a 20°C = 0,08546 (ohm/km)
/ &
□ No caso dos cabos CA há uma particularidade.
/ 3
O número de fios é dado pela expressão: (N = 3x__+ 3 x + 1 J ? 7

Onde:
AJ —3. •»3. 6 4 J
N = número de fios
^ ~ z .% + i ^ *J
X = número de coroas
aJ - 10 2 * <if * j
Logo, para:

1 coroa -» n = 7 fios

2 coroas -> n= 19fios

3 coroas -» n= 37fios

4 coroas -> n= 61fios

5 coroas n= 91fios

Obs.: 1 CM (Circular Mil) = área de um círculo cujo diâm etro é um milésimo da polegada.

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Outros Exemplos:

□ GROSBEAK - BICUDO

CABO CAA, composto de 7 fios de aço e 26 de alumínio 26/7.

Bitola de 374,3 mm2/ 636 kCM

Diâmetro de fio de aço = 3,09 mm

Diâmetro de fio de alum ínio = 3,97 mm

Diâmetro normal do cabo = 25,15 mm

Peso do cabo = 1,302 kgf por metro

Carga de ruptura = 111,9 KN

□ BLUE JAY - GAIO AZUL

CABO CAA, com posto de 7 fios de aço e 45 de alumínio 45/7

Bitola = 603,2 mm2 / 1.113 kCM

Diâmetro do fio de aço = 2,66 mm

Diâmetro do fio de alumínio = 4,0 mm

Diâmetro nominal do cabo = 31,98 mm

Peso do cabo = 1,871 kgf por metro

Carga de ruptura = 132,7 KN

5.3.2.2. Cabos Para-raios

Os materiais usados nos cabos pára-raios, em geral são aço, alumínio e alumínio-liga.

5.3.2.2.1. Tipos de Cabos Para-raios

■ Cabos de aço galvanizado - composto de fios de aço galvanizado encordoados, de alta ou


extra alta resistência mecânica.

■ Cabos CAA - compostos de uma ou mais camadas de fios de alumínio encordoados em torno
de um fio ou cabo de aço denominado alma. São utilizados quando a LT apresenta elevada
corrente de curto-circuito.

■ Cabos OPGW (Optical Ground Wire) - Os cabos OPGW são constituídos por fios de alumínio-
liga e/ou aço alumínio, encordoados em torno de um núcleo onde se encontram as fibras
óticas. As fibras óticas permitem a transmissão de dados por meio digital, aumentando a
confiabilidade e facilitando o gerenciam ento do sistema de transmissão. Figura seguinte.

Tendo em vista a alta capacidade de transmissão de dados do cabo OPGW, em geral utilizada
apenas parcialmente pelas empresas de energia elétrica, o sistema com partilhado de transmissão
já vem sendo utilizado com empresas de telecomunicações.

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5.3.2.3. Seleção do Condutor

A seleção do condutor é uma das mais importantes e complexas decisões, que deve ser tomada
antes que uma LT seja construída. Esta importância se dá não só por ser o condutor um
com ponente com significativo custo, mas considerando que sua bitola, peso e tipo de material
afetam os custos das estruturas e fundações, bem como os custos das perdas ao longo da vida
útil da LT.

O custo de uma LT ao longo de sua vida útil consiste na soma do custo de implantação com o
custo de operação (manutenção e perdas elétricas). Em geral, estes dois com ponentes podem ser
relacionados conforme mostrado na figura abaixo, para um tipo particular e formação do
condutor.

TOTAL IMPLANTAÇÃO

Fig. 5.9

Fases de Projeto 61 / 125


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Como se pode observar no gráfico anterior, a utilização de um cabo com um diâmetro maior, com
menores perdas, implica num custo de implantação maior. A decisão de se obter o mínimo custo
total faz com que se tenha um desembolso inicial maior do que se teria adotando-se um condutor
com diâmetro menor, porém com maiores custos futuros. Essa opção poderá ser do interesse da
empresa proprietária da LT, na falta de recursos para investimento ou quando se disponha de
condutor em estoque.

5.3.2.4. Estruturas

As estruturas de linhas de transm issão podem ser metálicas, de concreto armado ou madeira.

□ Estruturas metálicas - as estruturas metálicas podem ser de aço ou alumínio.

O aço permite que se obtenha uma maior variedade de tipos e formas de estruturas, desde
treliçadas convencionais formadas por perfis metálicos até as tubulares. As estruturas de aço são,
normalmente, protegidas contra a corrosão por meio de galvanização a quente (banho de zinco
fundido).

O alumínio tem sido muito pouco usado devido ao seu elevado custo. As estruturas de alumínio
são mais leves que as de aço ou concreto, o que facilita o seu transporte e montagem. Estas
estruturas apresentam ainda alta resistência à corrosão.

■ Concreto armado - o concreto armado tem se apresentado como alternativa para estruturas
de LTs de até 230 kV. Sua utilização, devido ao comprim ento e peso das estruturas, depende
das condições de acesso e do local onde serão montadas.

- Madeira - tem seu uso restrito, no Brasil, a LTs com tensão até 138 kV.

□ Tipos de Estruturas

As estruturas, quanto à transferência para o solo dos esforços a que são submetidas, podem ser
autoportantes ou estaiadas.

Nas estruturas autoportantes a transferência é feita diretamente através de fundações que são
partes da própria estrutura.

Nas estruturas estaiadas, os esforços se transm item ao solo, principalmente, através das
fundações dos cabos de estais que lhes dão resistência às cargas de tração, ficando, as fundações
dos mastros, sujeitas às cargas de compressão.

Nas estruturas treliçadas, os componentes das fundações podem ser em grelhas ou "stubs". As
grelhas são montadas diretamente em cavas abertas no solo e os "stubs", que são cantoneiras
metálicas, em butidos nas fundações em concreto (tubulão, sapata, etc.).

Quanto a disposição dos condutores nas estruturas, podemos ter circuitos com disposição
vertical, horizontal ou triangular.

As estruturas são em geral projetadas para circuito simples ou circuito duplo.

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Eletrobras K v x
Furnas

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Z mc
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Win fc
h^

TORRE AUTOPORTANTE - TIPO A62 TORRE AUTOPORTANTE - TIPO E1DC (COMPACTA)


138 kV - CIRCUITO DUPLO 138 kV - CIRCUITO DUPLO

Fig. 5.10 Fig. 5.11

TORRE AUTOPORTANTE - TIPO S2 TORRE AUTOPORTANTE - TIPO D34


230 kV - CIRCUITO SIMPLES 345 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.12 Fig. 5.13

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Furnas

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TORRE AUTOPORTANTE - TIPO BT33 TORRE AUTOPORTANTE - TIPO A56


TRANSPOSIÇÃO - 345 kV - CIRCUITO SIMPLES 500 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.14 Fig. 5.15

TORRE AUTOPORTANTE - TIPO D54D TORRE AUTOPORTANTE - TIPO C55 (RAQUETE)


500 kV - CIRCUITO DUPLO 500 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.16 Fig. 5.17

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28,00 m

TORRE ESTAIADA - TIPO G81 TORRE AUTOPORTANTE - TIPO RA70


± 600 kV (CORRENTE CONTÍNUA) 750 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.18 Fig. 5.19

TORRE ESTAIADA - TIPO T71 (TRAPÉZIO)


750 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.20

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TORRE ESTAIADA - TIPO RG72/RG73


750 kV - CIRCUITO SIMPLES

Fig. 5.21
□ Partes de uma estrutura autoportante

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□ Estruturas de Transposição

Sabe-se que a configuração assimétrica das fases de uma linha de transm issão traz, como
consequência, indutâncias diferentes correspondentes a cada fase. Não existe simetria elétrica
entre as mesmas e, mesmo com cargas equilibradas, as quedas de tensão nas três fases são
desequilibradas.

A tensão residual ou resultante induz tensões em linhas de com unicações adjacentes. Essas
características inconvenientes podem ser superadas, alternando-se as posições entre os
condutores em intervalos regulares ao longo da linha. Tal troca de posições é chamada de
transposição. Essa rotação consiste em dividir a linha em trechos de três lances e igual
comprim ento, transpondo-se o condutor no final de cada lance, efetuando assim um ciclo
completo de transposição, ou seja, a corrente de uma fase percorre 1/3 do com prim ento da linha,
em cada uma das três posições das estruturas.

Os condutores de fase são designados por 0 A , 0 B e 0 C e as posições dos pontos de suspensão


dos cabos nas estruturas numeradas: 1, 2 e 3. A corrente da fase A fluirá num condutor suspenso
na posição 1 na distância 1/6 L, na posição 3 em 1/3 L e na posição 2, 1/3 L e retorna à posição
1 em 1/6 L. Assim consegue-se uma simetria elétrica e evitam-se as tensões residuais.

Fig. 5.23

TORRE
TRANSP. 2

TORRE
TRANSP. 1

DET. 1 - SEÇÃO DE TRANSPOSIÇÃO COM DUAS ESTRUTURAS

Fig. 5.24

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5.3.2.5. Isoladores

Os isoladores de linhas de transmissão, quanto ao material dielétrico utilizado, podem ser


cerâmicos e não cerâmicos.

Os isoladores cerâm icos são fabricados de porcelana vitrificada ou vidro temperado.

Os isoladores não cerâmicos ou compostos são formados de uma haste de fibra de vidro ou
carbono revestida por sais a base de composto polimérico (silicone, EPDM, etc.).

5.3.2.6. Tipos de Isoladores

O tipo de isolador mais usado em LTs é o de suspensão, podendo ser classificado em monocorpo
e disco.

Os isoladores de suspensão monocorpo podem ser de porcelana ou compostos, com


com prim ento adequado ao nível de isolamento. Os isoladores de porcelana têm seu
com prim ento limitado a tensão de 230 kV, podendo-se para tensões maiores em pregar duas
ou mais peças ligadas em cascatas umas às outras. Os isoladores compostos são fabricados
numa só peça para qualquer classe de tensão, porém face ao seu custo, sua utilização se
restringe a regiões sujeitas a vandalismo, regiões com alto grau de poluição e em projetos de
linhas compactas.

Os isoladores de suspensão do tipo disco são de vidro ou porcelana. São fabricados em


unidades em forma de disco, as quais podem ser montadas form ando um conjunto de
qualquer comprim ento para obtenção do nível de isolamento necessário, permitindo grande
flexibilidade em sua aplicação.


ISOLADOR DE SUSPENSÃO TIPO DISCO ISOLADOR DE SUSPENSÃO MONOCORPO

Fig. 5.25 Fig. 5.26

5.3.2.7. Ferragens e Acessórios

CO

ISOLADOR COMPOSTO ISOLADOR DE VIDRO OU PORCELANA

Fig. 5.27 Fig. 5.28

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O aço e o alum ínio são os m ateriais mais em pregados para a fabricação das ferragens utilizadas
em linhas de transmissão.

As ferragens são projetadas para resistir aos esforços eletrom ecânicos e têm forma e acabam ento
projetados de modo a reduzir os efeitos elétricos, tais como rádio interferência (RIV) e corona.

5.3.2.8. Tipos de Ferragens dos Condutores e Para-raios

São constituídas de elementos m etálicos que fazem a conexão mecânica da cadeia de isoladores
à estrutura.

As ferragens são previstas para serem utilizadas em suspensão e ancoragem.

■ Cadeias de suspensão - sustentam os condutores, transm itindo à estrutura o peso dos cabos
e as cargas devidas ao vento, como disposição vertical "I" ou em "V".

■ Cadeias de ancoragem - transm item para à estrutura a carga de tração dos cabos e cargas
devido ao vento, tendo, por isso, disposição horizontal.

5.3.2.9. Acessórios

Uma linha de transm issão utiliza vários acessórios para limitar os efeitos mecânicos da ação do
vento sobre os cabos condutores e pára-raios:

Espaçadores - permitem manter as distâncias entre os subcondutores, evitando que os


mesmos se choquem.

Am ortecedores - absorvem a vibração dos cabos evitando que os mesmos se danifiquem por
fadiga. Existem inúmeros tipos de amortecedores, sendo o mais utilizado o Stockbridge.

Espaçadores-am ortecedores - conjugam as funções dos espaçadores e am ortecedores num


mesmo acessório.

As figuras a seguir ilustram alguns tipos de ferragens e acessórios citados acima.

CADEIA DE SUSPENSÃO "I CADEIA DE SUSPENSÃO "V

Fig. 5.29 Fig. 5.30

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AMORTECEDOR STOCKBRIDGE ESPAÇADOR TRIPLO

Fig. 5.32 Fig. 5.33

5.3.2.10. Fundações para LTs

As características peculiares de uma obra de Linha de Transm issão fazem com que o projeto de
fundação das estruturas seja norteado por uma série de condições bastante distintas das demais
obras de engenharia. Dentre essas características, ressalta-se o número elevado de fundações a
serem executadas, as grandes distâncias entre essas fundações, as dificuldades de acesso, a
inexistência de uma estrutura de apoio logístico em cada local de torre, etc.

Além desses aspectos, que pareciam ser consideradas como gerais, ou seja, comuns a que todas
as Linhas de Transmissão, há que se destacar as características específicas de cada
empreendimento, as quais dependerão da região atravessada pela Linha.

As fundações somam uma parcela considerável do custo total de uma LT, chegando a
corresponder até a 30% deste valor, conforme o critério de dimensionamento. Ressalta-se que, a
confiabilidade operacional de uma LT está intimamente ligada à segurança oferecida pelas
fundações.

Adotam os fundações padronizadas (normais).

Exemplo:

(Grelha, tubulão, etc.) que atendem a grande maioria das condições de solos e de carregamento
(peso de estrutura, cabos, força do vento, etc.) encontradas ao longo da LT. Para os casos
atípicos são projetadas fundações especiais.

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FUNDAÇAO EM GRELHA METALICA

Fig. 5.34

CONCRETO
MAGRO “

FUNDAÇÃO EM SAPATA 230 kV FUNDAÇÃO EM TUBULÃO

Fig. 5.35 Fig. 5.36

FUNDAÇÃO DIRETAMENTE ENGASTADA P/


ESTRUTURAS EM POSTES DE CONCRETO 230 kV FUNDAÇÃO ESTAQUEADA

Fig. 5.37 Fig. 5.38

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FUNDAÇÃO EM ESTACA RAIZ

Fig. 5.39

5.3.3. Sistema de Aterram ento (Contrapeso)

Proteção da LT

Numa Linha de Transm issão é muito comum encontrar isoladores danificados por terem sido
submetidos a descargas atmosféricas. Nestes casos, há uma redução de sua eficiência, podendo
haver inclusive form ação de arco elétrico entre a estrutura e o condutor ou, até mesmo, o
desligam ento da LT.

As medidas de proteção utilizadas para este caso são:

■ Utilização de cabos pára-raios;

■ Redução da resistência de aterramento utilizando-se fio contrapeso e hastes.

No caso de Linhas de Transm issão, o valor da resistência de aterram ento no pé da torre é


determ inado levando em consideração as condições de segurança das pessoas e animais que
circulam nas suas proximidades, de forma que, não sofram consequências devido aos choques
elétricos provocados pela circulação de uma corrente de uma descarga elétrica ou de defeito no
sistema de aterramento.

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5.4. COM POSIÇÃO DOS CUSTOS

O conhecim ento da com posição dos custos, dos vários com ponentes de uma LT, é de grande valia
na identificação das áreas onde se deve atuar de modo a reduzir custos. A seguir, é apresentada
a composição de custos para vários níveis de tensão e características de LTs obtida em pesquisa
de âmbito internacional publicada pelo Cigre.

RESUMO DOS CUSTOS DOS COMPONENTES DE UMA LT


Percentual do Custo percentual dos materiais
Tipos de LTs Mat. Constr. Para­
Cond. Isolad. Estrut. Fund.
(>) (ii) ra ios
LTs entre 150 kV e 300 kV 65.0 35.0 31.0 3.5 9.3 36.0 19.7
LTs acima de 300 kV 62.6 37.4 34.1 3.9 6.9 36.4 18.7
LTs circuito simples 63.6 36.4 33.1 4.2 8.2 35.6 18.8
LTs circuito duplo 63.8 36.2 32.0 3.3 8.1 36.6 19.6
LTs com torres autoportantes 64.1 35.9 31.9 3.9 8.1 36.6 19.6
LTs com torres estaiadas 59.6 40.4 32.8 3.2 8.3 36.0 19.8
LT c/ 1 cond. por fase 64.4 35.6 32.2 4.2 8.5 36.3 18.8
LT c/ 2 cond. por fase 64.6 35.4 32.3 4.0 8.1 36.2 19.4
LT c/ 3 cond. por fase 60.8 39.2 35.1 3.7 7.0 40.3 13.8
LT c/ 4 cond. por fase 61.4 38.6 33.4 2.7 7.6 33.4 22.9
LT c/ cond. CAA 150 kV a 65.1 34.9 31.5 3.7 9.3 35.7 19.8
LT c/ cond. CAL 150 kV a 62.7 37.3 30.9 0.5 10.1 41.3 17.2
LT c/ cond. CAA acima 300 kV 64.3 35.3 34.1 4.0 7.2 35.3 19.3
LT c/ cond. CAL acima 300 kV 57.0 43.0 34.0 3.2 6.0 40.0 16.7
(i) Material / (ii) Construção

Tabela 5.1

Da tabela acima, se verifica que os componentes, condutores, estruturas e fundações merecem


uma análise mais apurada, quando da sua definição.

5.5. ESTUDOS E PARÂM ETROS BÁSICOS PARA PROJETO

5.5.1. Estudos e Projetos para Im plantação de uma Linha de Transm issão

5.5.1.1. Estudos de Planejamento

A decisão para im plantação de uma linha de transm issão é tomada quando da realização de
Estudos de Planejamento, onde se define a tensão de transm issão, potência a ser transmitida,
local de saída e chegada da LT, bem como, da época necessária de sua implantação.

5.5.1.2. Projeto Básico

Esta etapa consiste no detalham ento da série de torres a serem utilizadas, tipos e bitolas dos
condutores e cabos pára-raios, isoladores, etc., permitindo a elaboração dos docum entos para
licitação de compra de materiais, contratação de projetista para elaboração de Estudos
Am bientais, quando necessário, e do projeto de detalham ento para construção da LT.

5.5.1.3. Projeto Executivo

O Projeto de Detalham ento ou Projeto Executivo é a etapa em que se processa a elaboração dos
desenhos de detalham ento, especificações e instruções necessárias à execução da obra e
montagem dos equipamentos, ou seja, a construção da LT.

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5.5.2. Parâmetros Básicos para Projeto

5.5.2.1. Parâmetros Elétricos

5.5.2.1.1. Descargas Eletrom agnéticas

Definidas a tensão e a potência a ser transmitida pela LT, são analisadas para os condutores em
estudo, diversos aspectos relativos às perturbações causadas pelas descargas parciais em torno
do condutor.

Estas descargas irradiam ondas eletromagnéticas que irão afetar a recepção de rádio e televisão,
construindo uma forma de interferência, ondas luminosas sob a forma de corona visível e ondas
sonoras denom inadas ruído audível. Estas descargas consomem uma quantidade de energia ativa
que circula na linha, denom inadas perdas por efeito corona.

Estas interferências, dependendo do nível de tensão da LT, podem vir a determ inar a largura da
faixa de servidão.

A partir dos estudos, ficam então definidos os níveis máximos admissíveis, nos limites da faixa de
servidão, de rádio interferência, TV interferência e ruído audível.

São analisados, ainda, os efeitos eletrostáticos sobre o homem e seu bem estar sobre as
instalações existentes, sendo definidas as distâncias de segurança que são os espaçamentos
verticais e horizontais entre a LT e os obstáculos atravessados.

5.5.2.1.2. Coordenação de Isolamento

Os estudos de coordenação de isolamento consistem na análise do desempenho do isolamento da


LT para as condições normais de operação (isolamento a 60 Hz), surtos de manobras e descargas
atmosféricas, definindo distâncias mínimas entre o condutor e a estrutura, distância entre fases,
que irão determ inar a geometria das estruturas. Fica estabelecida, também, a quantidade de
isoladores por cadeia.

Na figura abaixo, é mostrada a variação da quantidade do número de isoladores 146 x 254 mm


para diversos níveis de tensão, valores estes obtidos de LTs em operação de até 750 kV
(publicação General Eletric). Esta variação reflete, entre outros fatores, o nível da intensidade e
frequência de queda de raios, o grau de contam inação atmosférica e a importância da LT. Por
exemplo, para LT 500 kV a quantidade de isoladores por cadeia varia de 22 a 26 unidades.

O
z
DIÂMETRO
(254 mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80

TENSÃO NOMINAL FASE-FASE, EM kV

Fig. 5.40

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5.5.2.1.3. Definição do Cabo Para-raios

Em função das perdas de energia e da corrente de curto-circuito a ser escoada é definido o tipo e
a bitola do cabo pára-raios, levando em consideração sua característica elétrica e mecânica com
destaque ao limite máximo de tem peratura admissível.

5.5.2.2. Parâmetros Mecânicos

5.5.2.2.1. Escolha do Tipo de Série de Estruturas

A avaliação da área acidentada do terreno, aspectos de transporte ao local, acessos, área de


montagem e meios de içamento são itens a serem considerados na definição do tipo de estrutura,
que poderá ser estaiada ou autoportante.

A definição da série ou família de estruturas a ser utilizada é função do com prim ento e do traçado
da LT. Uma série de estruturas bem definida, seria aquela que atendendo a todas as situações
possíveis ao longo do perfil, tivesse suas estruturas utilizadas em vãos com com prim ento próximo
daquele para o qual foram projetadas. O número de estruturas em uma série resulta da avaliação
do custo para projetar, detalhar, fabricar e m ontar uma grande variedade de estruturas.

5.5.2.2.2. Carga e Condições de Carregam ento

As cargas de projeto para as estruturas de LTs classificam -se em 3 grupos:

Cargas transversais - são resultantes da pressão do vento nas estruturas, cadeias de isoladores,
condutores e pára-raios, e pela com ponente transversal da tensão mecânica nas estruturas
localizadas em deflexão.

Cargas verticais - são devidas ao peso dos condutores e pára-raios, isoladores e ferragens, bem
como de carga resultantes de certas atividades de construção e manutenção e do peso próprio da
estrutura.

Cargas longitudinais - resultam de diversas condições que podem ocorrer em uma LT, por
exemplo: ruptura de condutor ou pára-raios, carga de lançamento do condutor ou pára-raios,
O
vento a 45 ou paralelo a LT, falha na estrutura adjacente, etc. Assim sendo, a determ inação da
carga longitudinal do projeto das estruturas dependerá da segurança requerida para a LT,
probabilidade de falha adm itida e da experiência adquirida nos projetos e construções de
estruturas.

As cargas transversais, verticais e longitudinais definidas deverão ser com binadas procurando
sim ular todas as condições de construção e operação da LT. Estas diversas com binações são as
cham adas hipóteses de carga.

Os fatores de sobrecarga utilizados na determ inação das cargas dependerão da segurança


requerida para a LT. Sua aplicação irá refletir nos pesos das estruturas e consequentem ente nos
custos de montagem. Em geral, as normas definem condições básicas para o cálculo dos
carregam entos, cabendo ao proprietário da LT definir os níveis de confiabilidade em cada projeto
de linha de transmissão. Ver anexo D.

5.5.2.2.3. Flechas e Tensões Mecânicas dos Condutores

É importante limitar-se as tensões mecânicas nos condutores, sob determ inadas condições, de
modo a atender os aspectos de custo e desem penho durante o período de vida útil da LT.

A limitação da condição EDS (Every Day Stress) é particularmente importante para evitar a
ocorrência de danos causados por fadiga provocada pelas vibrações eólicas no condutor.

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Na Eletrobras Furnas tem sido adotado como condição EDS, o valor de 18% da carga de ruptura
do condutor, à tem peratura ambiente, sem vento, após um "creep" de 10 anos.

A flecha máxima do condutor em condição normal de operação da LT é definida para uma dada
tem peratura do condutor. Para este valor de flecha é mantida uma distância mínima de
segurança para o solo, distância esta considerada para efeito de plotação das estruturas no perfil.

É definida, além da temperatura normal de operação, a temperatura em condição de emergência.


São valores usuais de temperatura do condutor, 60°C em condição normal e 90°C em condição
de emergência.

5.6. ETAPAS PRINCIPAIS PARA A IM PLANTAÇÃO DA LINHA DE TRANSM ISSÃO

Para a elaboração dos Estudos Am bientais e dos Projetos Básico e Executivo necessários à
implantação de uma Linha de Transm issão, são realizados diversos levantamentos de campo, tais
como, levantamento dos meios físicos, biótico e antrópico, levantamento topográfico para
elaboração dos desenhos de Planta de Traçado e Planta e Perfil, dados meteorológicos e
geotécnicos, etc.

A seguir é apresentada descrição sucinta destes levantamentos.

5.6.1. Levantam ento de Cam po

5.6.1.1. Escolha e Im plantação do Traçado

O traçado de uma LT é escolhido a partir de estudos de corredores alternativos levando em


consideração os aspectos técnicos, econôm icos e ambientais. Para a definição destes corredores,
são utilizadas cartas geográficas, imagens de satélites e investigações "in loco", visando o
conhecim ento de eventuais projetos a serem implantados na região. Os estudos a serem
desenvolvidos deverão considerar entre outros aspectos, o tipo de solo, desapropriações,
travessias, aproxim ações de áreas densam ente populosas, etc.

Definido o corredor preferencial, é feita a implantação do traçado dentro deste corredor e emitido
o desenho de planta do traçado da LT. Estes serviços e outros necessários para a elaboração dos
desenhos de planta e perfil, a seguir descritos, são contratados a firm as especializadas.

5.6.1.2. Levantamentos Topográficos e Desenhos de Planta e Perfil

A partir do desenho da Planta do Traçado é feito o levantamento planialtimétrico do eixo da LT e


elaborados os desenhos da Planta e Perfil onde serão plotadas as estruturas em pontos
adequados (veja anexo A).

Neste desenho são indicados, em planta, na sua parte inferior, os limites das propriedades
atravessadas, os obstáculos encontrados na faixa de servidão, tais como rios, matas, LTs,
rodovias, ferrovias, etc., e em perfil, na parte superior do desenho, o eixo levantado da LT onde
serão também localizados os mesmos elem entos indicados em planta.

A plotação das estruturas se dá em etapas. Inicialm ente é feita uma plotação prelim inar a partir
da qual são locadas as estruturas no campo e levantadas as seções diagonais para a definição
dos com prim entos das pernas ou com prim ento dos estais. Em seguida é feita a plotação final.

5.6.1.3. Dados Meteorológicos

Para subsidiar o projeto básico é realizada a coleta dos dados m eteorológicos da região como:
precipitação pluvial, tem peraturas máximas e mínimas ocorridas, tem peraturas médias anuais,
nível isoceráunico, velocidade média e máxima de ventos, nível de poluição salina ou industrial,
etc.

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Estes fatores são necessários na definição de nível de isolamento, cálculo probabilístico do


número de saídas de operação, definição do tipo de isoladores, carregam entos nas estruturas
devido a pressão de vento, limite térmico dos condutores e condições de lançamento do pára-
raios e condutor. Na ausência de dados específicos da região onde será implantada a LT, parte
destes dados m eteorológicos podem ser obtidos de normas técnicas.

5.6.1.4. Dados Geotécnicos

Inicialmente, é realizado o levantamento das características do solo através de sondagens,


ensaios locais e de laboratório, de modo a definir as características e tipos de fundações, como
por exemplo, sapata, grelha, tubulão, etc. Esta etapa, quando se trata de LTs em regiões onde as
características do solo já são conhecidas, se torna dispensável.

Quando da locação das estruturas no campo, é feito o levantamento de dados do solo de cada
estrutura de modo a se escolher o projeto específico da fundação a ser utilizado. Obtêm-se ainda
os valores de resistência elétrica do solo para definição do aterram ento das estruturas.

5.6.2. Estudos Am bientais

São estudos realizados por consultoras, para os diversos corredores alternativos de passagem da
LT, considerando os meios físico, biótico e antrópico, indicando para cada uma deles as medidas
m itigatórias a serem adotadas nas fases de construção e operação da LT.

A obrigatoriedade da realização de Estudos Am bientais, pela legislação brasileira, é para Linhas


de Transm issão acima de-20£) kV.
j £ ? k y j^clus' re-
Após a análise dos Estudos Am bientais, o órgão Am biental responsável pela região atravessada,
em ite a licença prévia, de instalação e de operação necessárias à implantação da LT.

5.6.2.1. Estudos de Impacto Am biental (EIA)

É realizado por uma equipe m ultidisciplinar que elabora seus estudos de forma a apresentar os
aspectos técnicos do em preendim ento, o diagnóstico das condições am bientais das áreas direta e
indiretam ente afetadas, a avaliação dos impactos sócio-am bientais provenientes das intervenções
propostas e por fim a proposição de medidas de controle e mitigação dos impactos negativos e
maximização dos impactos positivos.

A elaboração deste um docum ento tem por base as Resoluções 001/86, 006/87 e 237/97 do
CONAMA, bem como o termo de referência elaborado pelo respectivo órgão ambiental
responsável pela condução do licenciamento.

5.6.2.2. Relatório de Impacto Am biental (RIMA)

É o relatório de impacto am biental que apresenta as informações contidas no EIA de forma


resumida e de fácil entendimento, visando permitir o acesso popular aos dados e dem ais
inform ações do projeto.

5.6.3. Providências Jurídicas

5.6.3.1. Autorização para Construção

Esta autorização é obtida através do órgão governam ental após exame do projeto das
características básicas da LT, incluindo também a planta do traçado, cronograma, orçamento,
relação de travessias e cálculo da largura da faixa de servidão da LT.

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5.6.3.2. Liberação da Faixa de Servidão

Atividade desenvolvida junto aos proprietários ao longo da LT de modo a obter a permissão de


passagem da LT pelas propriedades atravessadas.

5.6.4. Projeto Executivo

São serviços de engenharia, contratados com as empresas projetistas, para elaboração dos
desenhos de detalhamento, especificações e instruções necessárias à construção de uma Linha de
Transmissão.

As atividades principais são as seguintes:

5.6.4.1. Plotação Prelim inar e Final

Estando concluídos os trabalhos de levantamento topográfico e também os desenhos de perfil e


planta o projetista prepara o gabarito de plotação para posterior locação das estruturas do perfil.
A essa altura, ele já sabe qual o cabo escolhido e as características das estruturas. Conhecida a
flecha no estado final, à temperatura máxima, desenha-se a curva do cabo nas mesmas escalas
do desenho topográfico, isto é, o vão na mesma escala das distâncias horizontais e a flecha na
escala das distâncias verticais. Para calcular a flecha no intervalo final à temperatura máxima,
respeitando as normas vigentes, são levadas em conta as seguintes condições de cálculo:

Condição de trabalho de maior duração (EDS): onde se considera uma porcentagem da carga de
ruptura do cabo (entre 16 e 20%, dependendo do tipo do cabo) e temperatura média da região.

Condição de máximo carregamento: considera-se a linha submetida a ventos de máxima


intensidade à temperatura mais provável de sua ocorrência, podendo atingir 50% da carga de
ruptura.

Condição de flecha mínima: considera-se a linha sujeita à menor temperatura absoluta, sem
ocorrência de ventos, podendo atingir no máximo 33% da carga de ruptura.

Condição de flecha máxima: é a condição correspondente à temperatura mais elevada dos cabos
acrescidos do efeito térmico das correntes dos cabos.

A condição do máximo deslocam ento dos cabos e das cadeias de isolamento é também
respeitada, sendo sua pior circunstância com temperatura mínima do vento. Estas condições
devem ser consideradas para que não sejam transgredidas as normas que determinam a tensão
máxima que o condutor pode ficar sujeito, que é igual a 40% da carga de ruptura para cabos
CAA.

Utilizando a condição de flecha máxima que limita a distância mínima do condutor ao solo e,
consequentemente a altura das estruturas, constrói-se o "gabarito" do cabo, que será usado para
plotar as estruturas. Este gabarito, que reproduz a curvas do cabo nas condições de projeto, é
normalmente construído em celulóide e possui três curvas, curvas de flecha mínima (na
temperatura mínima da região), curva de flecha máxima (na temperatura máxima do projeto) e
curva de linha de terra (altura do cabo ao solo). A seguir um exemplo de gabarito de cabos de LT
500 kV.

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Eletrobras K v
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x = eixo das abscissas


_. .-\Vv - ___!_____ jJJ. _ _ x

y = eixo das ordenadas

1 = curva final a 0°C ■ i'W

2 = curva de linha de terra - .... ©

3 = curva final a 60°C Fig. 5.41

h = espaçamento vertical mínimo cabo condutor 954 MCM 45/7 "RAIL" tensão 19% da carga de
ruptura do cabo a 20°C sem vento. Vão básico 500 m.

□ Escala:

Horizontal = 1:5.000 (no original)

Vertical = 1:500 (no original)

Como utilizar o gabarito apresentado:

Após o levantamento do perfil do terreno, obtém-se um desenho do corte longitudinal referente


ao eixo da LT com seus respectivos perfis secundários, levantados segundo sua classe de tensão.
Este desenho deverá estar em escala correspondente ao gabarito. Aproveitando o máximo a
topografia do terreno, são plotadas as estruturas que levam as menores alturas de suspensão dos
cabos.

As estruturas são locadas marcando-se a altura adotada do ponto de suspensão do cabo. Todos
os pontos de vértice terão obrigatoriam ente uma estrutura.

Fig. 5.42

Fases de Projeto 79 / 125


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Eletrobras
Furnas

A partir da primeira estrutura, fazemos com que a curva 1 do gabarito coincida com o ponto de
suspensão do cabo, mantendo-se o eixo das ordenadas sobre as linhas verticais do papel
milimetrado. Procura-se, por deslocam entos verticais e horizontais, fazer a curva da linha de
terra 2 tangenciar o terreno sem a curva do condutor 1 deixar o ponto de suspensão do cabo na
estrutura locada, isto sem que o eixo das ordenadas do gabarito saia da vertical com relação ao
papel milimetrado.

Conseguidas as 3 coincidências, com lápis guiado pela curva recortada 1, traça-se a curva dos
condutores sobre o papel milimetrado. Com a régua ou escala, procura-se o ponto entre esta
curva cuja distância à linha do perfil do terreno seja igual à altura do ponto de suspensão dos
cabos da estrutura. Neste local marca-se a posição da 2a estrutura. Para locar as outras
estruturas repete-se o procedimento.

Observações:

O processo de distribuição de estruturas não é feito uma única vez no projeto e sim, mais vezes,
procurando uma melhor uniformidade de vãos.

Na distribuição das estruturas no perfil, deve-se tom ar o cuidado de fazer a linha de terra
tangenciar ou ficar um pouco acima do perfil do solo. Na distribuição das estruturas no desenho,
verifica-se sempre o efeito de arrancamento. Essa verificação é feita com a curva 3 do gabarito
(temperatura mínima).

□ Escolha das estruturas

Fazemos a escolha das mesmas considerando os valores de vão de vento, vão de peso e
deflexão. Para isso, utilizam-se os gráficos de aplicação das estruturas já dimensionadas e
padronizadas para a LT correspondente.

□ Vão de Vento (Vv)

É a soma dos semivãos adjacentes à estrutura.

T2

V +v
V v = — — —- (m) para torre 2

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□ Vão de peso (Vp)

É a distância entre os pontos mais baixos do cabo nos vãos adjacentes à estrutura.

Tl T2 T3

Vp3 = VÃO DE PESO DA TORRE 3

Fig. 5.44

□ Gráfico de aplicação:

Os gráficos de aplicação traduzem os limites de resistência das estruturas padronizadas.

250 500 535 750

VÃO DE VENTO (m)

Fig. 5.45

Exemplo de utilização do Gráfico de Aplicação:

No trecho da linha mostrado, querem os definir se é possível utilizar a torre tipo 5A no ponto 2 do
perfil cuja carta de aplicação está definida na figura anterior.

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Eletrobras

Fig. 5.46

São conhecidos os seguintes valores:

T 0 = 2.150 kgf a 60 °C; p = 1,6 kgf/m

V i -2 = 490 m (vão entre torres 1 e 2)

V 2 -3 = 580 m (vão entre torres 2 e 3)

B i -2 = 20 m (desnível entre torres 1 e 2)

B2 -3 = 5 m (desnível entre torres 2 e 3)

Vejamos, então, a solução:

a) Cálculo do vão de vento: a fórmula que nos dá o vão de vento é:

V ,+ V 7 490 + 580
V„ =535 m , logo
2 2

b) Cálculo do vão de peso: a fórmula que nos dá o vão de peso, é a seguinte:

V ,+ V 2 T
, onde
Vp =

490 + 580 2150 - 2 0 -5


V„ +■
1,6 490 580

V p = 535 -1343,75 [- 0,0408 - 0,0086]

V p = 535 -1343,75 (-0,0494)

V p =535 + 66,38.'. V p = 601,38 m

c) Temos, então, V v = 535 m e V p = 601,38 m e como a estrutura está em alinhamento, o ângulo


de deflexão é nulo, ou seja, 0o. Com estes dados, entramos no gráfico de utilização da torre,
encontramos o ponto P l, concluím os que esta torre pode ser utilizada, já que o ponto PI caiu
dentro da área de aplicação dessa torre. O mesmo não ocorreria se existisse um ângulo de 4 o.

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□ Resolva os seguintes exercícios:

12. Explicar para que serve o gabarito de cabos:


riir y.N p io /Uô ^ / W { .'

13. Para que servem as cartas de aplicação?


o? ,
, ! • , f /
\ l t ^ A v S W ij x i'f* i ■-ejs /_5 <^1 hr e Sl-ytu ri-

14. Calcular o vão de peso e vão de vento das torres T l a T3:

y c ^ Q i SiD + 2)0*■ _ / <<rv* \f


\p - JlO 4 üú ~ 5
C
1

- 140* \ l f »^047^o -3 5o
V *-

240 m 310 m 210 m 470 m 330 m 650 m 280 m 420 m

Fases de Projeto 83 / 125


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Furnas

15. Verificar se as torres T l a T3 suportarão os esforços a que estarão submetidas, sabendo-se


que estão em tangente (0o).

V i* * . * - ,A

) j. w s

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□ Torre A72 - Região B - Vento de 170 km/h

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Fumas

□ Torre A73 - Região A - Vento de 150 km/h

5.6.4.2. Projeto de Travessias

As distâncias mínimas do cabo ao solo ou a obstáculos no eixo da LT são determ inadas em função
de estudos que levem em consideração as várias solicitações elétricas que a LT será submetida,
devidamente coordenadas com as condições de vento que ocorrem sim ultaneam ente com cada
uma das solicitações, de acordo com as normas.

Para a execução de travessias sobre LTs e outros obstáculos devem ser previamente solicitada
licença ao órgão responsável. Essa licença será concedida mediante a apresentação do projeto da
travessia feito pela concessionária. Esse projeto tem todas as informações necessárias, tais
como: ângulo de cruzamento, altura dos cabos ao solo e outros, de acordo com as normas
específicas. A figura a seguir mostra os espaçam entos adotados na Eletrobras Furnas.

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Furnas

VERTICAL

VALORES MÍNIMOS (m)


ESPAÇ.
ITEM

SOBRE CORRENTE ALTERNADA (CA) CC


138 230 345 500 750 ± 600
kV kV kV kV kV kV
1 A Locais acessíveis somente a pedestres 7,0 7,5 8,0 9,5 13,0 13,0

2 A Locais acessíveis a máquinas agrícolas 7,5 8,0 9,0 10,0 15,0 13,0

Rodovias federais e rodovias estaduais


3 B 8,7 9,7 10,8 12,4 20,0 17,0
de primeira classe (tráfego intenso)

Demais rodovias estaduais e rodovias


4 B 8,7 9,7 10,8 12,4 20,0 17,0
municipais muito utilizadas

Demais rodovias estaduais e rodovias


5 B municipais, ruas, avenidas, estradas, 8,2 9,2 10,3 11,9 16,0 17,0
fazenda e carroçáveis

6 C Ferrovias não eletrificadas 9,7 10,7 11,8 13,4 16,0 17,0

Ferrovias eletrificadas ou com previsão


7 C 12,7 13,7 14,8 16,4 19,0 17,0
de eletrificação

Linhas de Distribuição,
8 D 3,0 4,0 5,0 7,0 8,7 6,2
Telecomunicação e Transmissão

Estruturas pertencentes a ferrovias


9 D 4,7 5,7 6,8 8,4 11,0 10,7
eletrificadas

10 E Edificações 4,7 5,7 6,8 8,4 10,0 10,7

11 H + F Águas navegáveis h+2,7 h+3,7 h+4,8 h+6,4 h+9,0 h+7,0

12 G Águas não navegáveis 7,0 7,5 8,0 9,5 13,0 13,0

Futuras Linhas de Distribuição ou


13 A Comunicação (sem indicação de altura 14,0 15,0 16,0 18,0 19,7 17,2
no perfil)

Tabela 5.2

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5.6.4.3. Desenhos e Fundações Normais e Especiais

São enviados à obra os projetos executivos dos diferentes tipos de fundações conforme citados
no item 5.3.2.11.

5.6.4.4. Desenhos de Construção e Montagem

São os desenhos diversos de acessórios, ferragens, aterramento, montagem para execução.

5.6.4.5. Especificações, Instruções e Lista de Construção

Para apoiar os trabalhos de construção da LT são fornecidas as especificações e instruções. Elas


indicam os cuidados, a serem tomados, tolerâncias e outras informações. Outro documento
importante é a lista de construção, onde constam muitos dados de projeto como: número da
torre, tipo, altura, comprim ento das pernas e extensões, comprim ento do vão, tipo de fundação,
arranjo de cadeias, etc. No Anexo E é mostrado um modelo.

Tabela de Flechas

Depois de concluída a distribuição das estruturas sobre o perfil e planta, o projetista faz os
cálculos dos valores iniciais de flechas e tensões para diversos vãos em função da temperatura e
considerando ainda o vão equivalente do trecho para nivelamento dos cabos.

Define-se como vão equivalente ou vão regulador, o vão fictício isolado equivalente à sucessão de
vãos contínuos numa mesma seção de tensionam ento (trecho de uma LT situado entre duas
ancoragens consecutivas).

Vão equivalente =

V^,-23 + ^2-33 + - + ^ 3

V\-2+ V 2-l + - + V n-m

SEÇÃO DE TENSIONAMENTO

Fig. 5.48

Para cada tipo de cabo e cada condição de projeto se faz uma tabela de flechas e tensões. No
anexo B, mostramos um exemplo.

Tabela Off-set:

Normalmente, o gram peam ento (substituição das roldanas pelos acessórios de fixação) em
terrenos planos e pouco desnivelados é feito pelo processo chamado grampeamento no prumo.
Em regiões onde o terreno for muito desnivelado ou acidentado, o processo de grampeamento
dos cabos, poderá ser chamado "grampeamento deslocado" (clipping off-set).

Nesses terrenos, com aclive ou declive acentuado, onde os cabos tendem a se acum ular nos
pontos mais baixos, resultam em flechas maiores nos vãos maiores e flechas menores nos vãos
menores. Para isso, é elaborada a tabela em off-set. O Anexo C mostra um exemplo.

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EXERCÍCIOS

1. Nas LTs subterrâneas, os cabos condutores são isolados e instalados em dutos. Seu custo em
relação ao de uma LT aérea é cerca de até:

a) 5 vezes

c) 15 vezes

d) 30 vezes

2. Assinale a afirm ativa falsa:


(fel
a) As estruturas de corrente continua apresentam menores custos que as de corrente
alternada, para uma mesma potência transmitida c

b) A transm issão de pequenos blocos de potência em corrente contínua, deve ser preterida

/c) Os custos dos equipam entos term inais de uma LT de corrente contínua são bem elevados
A largura da faixa de servidão é definida pelas cartas de aplicação

3. As cores das esferas de sinalização de advertência para aeronaves podem ser:

a) Som ente laranja

b) Som ente vermelha

ic^ Laranja ou vermelha

d) Laranja, vermelha ou amarela

4. O fio contrapeso é utilizado:

a) Para aum entar a proteção mecânica de uma LT

b) Para m inim izar o carregam ento da estrutura de uma LT

-éjrPara facilitar o escoam ento das descargas atm osféricas

d) Para dim inuir a tração mecânica dos cabos condutores

5. O n° de fios de um cabo condutor do tipo CA com 6 coroas é:

a) 61

b) 91

d) 137

6. Escolha a afirmativa correta:

a) Os cabos CA possuem alma de aço

-\bjrOs cabos CAA são utilizados como pára-raios quando a LT apresenta elevada corrente de
curto-circuito

c) Os cabos CA possuem resistência mecânica superior aos cabos CAL

d) Os cabos CAL possuem alma de aço^

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)S
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7. Escolha a afirmativa correta:

a) O custo de uma LT consiste somente no encargo da sua implantação

b) O custo de uma LT consiste somente no encargo da sua manutenção

£) O custo de uma LT consiste na soma dos encargos da sua implantação e manutenção


'"d}-O custo de uma LT consiste na soma dos encargos da sua implantação, manutenção e
perdas

8. Escolha a afirmativa correta:


a) Os cabos com diâmetros maiores implicam em menores perdas e custo de implantação
menor

b) Os cabos com diâmetros menores implicam em maiores perdas e custo de implantação


maior

Os cabos com diâmetros maiores implicam em menores perdas e custo de implantação


maior
d) O custo total mínimo faz com que se tenha um desembolso inicial menor

9. Escolha a afirmativa correta:

a) Estruturas de concreto são utilizadas até 345 kV


b^ Estruturas de concreto são utilizadas até 230 kV

c) Estruturas de madeira são utilizadas até 345 kV

d) Estruturas de madeira são utilizadas até 230 kV

10. Quanto à disposição dos condutores nas estruturas, ela pode ser:

Pâ) Somente vertical

vrn Somente vertical ou horizontal

i Somente vertical, horizontal ou triangular

d) Vertical, horizontal, triangular ou circular

11. Escolha a afirmativa correta:

a) Nas estruturas autoportantes, os esforços são transm itidos ao solo através das fundações e
dos cabos estais
b) Nas estruturas estaiadas, as fundações dos mastros são subm etidas à tração

c) Nas estruturas autoportantes, as fundações não ficam subm etidas à compressão

Nas estruturas estaiadas, os cabos de estais são submetidos à tração

12. Escolha a afirmativa correta:


a) Os isoladores cerâmicos podem ser de vidro, porcelana ou polimérico

b) Os isoladores não cerâm icos podem ser de vidro ou porcelana

c) Os isoladores cerâmicos ou compostos são chamados de poliméricos

'd). Os isoladores compostos são mais indicados para regiões muito poluídas

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13. Escolha a afirmativa correta:

a) As cadeias de ancoragem podem ter disposição I ou V

b) As cadeias de suspensão podem ter disposição I, V ou H


As cadeias de suspensão-podem ter disposição I ou V

d) As cadeias de ancoragem podem ter disposição circular

14. Como medida de proteção elétrica em uma LT podemos citar:


a) Utilização de am ortecedores nos cabos condutores

b) Redução de resistência elétrica dos cabos condutores

t X Redução da resistência de aterramento


d) Redução da resistência mecânica do pé da torre

<^15. Escolha a afirmativa correta:

a) As cargas transversais são resultantes do peso dos condutores e pára-raios, isoladores e


ferragens

b) As cargas longitudinais são devidas à pressão do vento nas estruturas, cadeia de


isoladores, condutores e pára-raios

'è) As cargas longitudinais resultam da ruptura de cabos condutores ou pára-raios

d) As hipóteses de carga são form adas somente pelas cargas longitudinais e transversais

16. Na Eletrobras Furnas, a condição EDS (Every Day Stress) tem sido adotada como:

a) 16% da carga de ruptura do condutor

18% da carga de ruptura do condutor

c) 20% da carga de ruptura do condutor

d) 30% da carga de ruptura do condutor

17. Para o cálculo das flechas e tensões m ecânicas dos cabos condutores, a Eletrobras Furnas
utiliza como valores usuais de temperatura em condição normal e emergência, respectivamente:
a) 50 OC e 60 °C

b) 50 °C e 90 <>c
c) 60 oc e 80 °C

jrf 60 OC e 90 oc

18. O vão de vento é calculado como:

a) A soma dos vãos adjacentes à estrutura

b) A soma dos pontos mais baixos do cabo nos vãos adjacentes à estrutura

çí) A soma dos sem ivãos adjacentes à estrutura

d) A soma dos vãos das estruturas

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19. Os gráficos (cartas) de aplicação demonstram os limites de resistência das estruturas e seus
valores de vão de peso são apresentados no eixo da:

a) Abscissa

'b^Ordenada

c) Tanto faz

d) Abscissa, desde que haja balanço da cadeia

20. Deflexão é:

a) A distribuição das estruturas no desenho de perfil

b) A diferença da altura de duas estruturas adjacentes

fc^A alteração da direção da LT

d) A inversão das fases da LT

21. No desenho de perfil e planta utilizamos:

a) Escala horizontal = 1 : 500

b) Escala vertical = 1 : 5000

Escala horizontal = 1 : 5000

d) Escala horizontal e vertical = 1 : 500

22. Uma estrutura estaiada é constituída de:


à^Dois mastros, uma viga e quatro estais

b) Quatro mastros, duas vigas e um estai

c) Um mastro, duas vigas e quatros estais


d) Um mastro, quatro vigas e dois estais

23. O gram peamento é uma atividade da construção de LTs que consiste na substituição:

a) Dos isoladores pelos acessórios de fixação

b) Dos espaçadores pelos acessórios de fixação

c) Dos amortecedores pelos acessórios de fixação

"tl} Das roldanas pelos acessórios de fixação

24. Os materiais mais em pregados para a fabricação das ferragens utilizadas em LTs são:

a) Aço e cobre

'h) Aço e alum ínio

c) Aço e ferro

d) Aço e tungsténio

92 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


6
FASES DE CONSTRUÇÃO

6.1. ESTRADA DE ACESSO

Para construir uma Linha de Transm issão é necessário que exista uma forma de acessar os locais
de todas as estruturas. Acessos são necessários para transportar os materiais, mão-de-obra e
muitos equipam entos pesados necessários à construção da LT. Devem ser construídos somente
se necessário. Interligam as estradas já existentes às estruturas.

Na abertura de estradas de acesso deve haver uma preocupação em construí-las tom ando uma
série de cuidados e m edidas para evitar danos significativos ao meio am biente e transtornos para
os proprietários de terras nas suas proximidades. Além dos acessos é necessário construir
algumas obras de apoio, como pontes, mata-burros, etc.

São necessárias medidas de proteção, preservação e segurança de encostas, torres e da própria


estrada, tais como, colocação de dispositivos de drenagem, recomposição da camada vegetal,
contenções, etc. Existem meios de transporte alternativos que podem ser utilizados quando
necessários ou quando for proibida a abertura de estradas. Exemplos: mulas, helicópteros,
balsas, teleféricos, etc.

Fig. 6.1

Fases de Construção 93 / 125


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6.2. LIMPEZA DE FAIXA DE SERVIDÃO

Atualmente, a limpeza das faixas tem nova denominação que chamamos de "supressão da faixa".
Procura-se cortar o mínimo possível de árvores. Em geral se retiram apenas as árvores numa
extensão de 3 metros no eixo da LT, que é para passagem do cabo piloto no lançamento de
cabos. Na região onde houver cultura que periodicamente se processe queimadas, esta deverá
ser erradicada. A faixa a ser erradicada deverá possuir largura tal que não comprometa a
segurança da LT. Tam bém deverão ser erradicadas as árvores de altura elevada e crescimento
rápido (exemplo: eucalipto).

Fig. 6.2

6.3. FUNDAÇÕES

As fundações somam uma parcela considerável do custo total de uma LT, chegando a
corresponder até a 30% deste valor, conforme o critério de dimensionamento. Ressalta-se que a
confiabilidade operacional de uma LT está intimamente ligada à segurança oferecida pelas
fundações.

Todo serviço de execução das fundações, no que tange a serviços preliminares, locação, abertura
de cavas, posicionamento, nivelamento, tolerâncias, concretagem, reaterro, compactação e
proteções, deverá ser conduzido atendendo às indicações e exigências das especificações técnicas
para construção pelo projetista.

6.3.1. Escavações

As escavações são atividades que têm significativa influência na conclusão dos serviços
relacionados à execução das fundações. Antes de serem iniciadas deverão ser tomados os
devidos cuidados, providenciando a limpeza do local numa área suficiente para que, a terra
escavada que mais tarde servirá para o reaterro das cavas, fique livre de detritos.

94 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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Fig. 6.3

6.3.2. Nivelam ento

Uma vez feita a escavação, a ferragem da fundação deve ser posicionada e nivelada para receber
então o reaterro e/ou concretagem . Esse nivelam ento da fundação deverá ser m inuciosamente
realizado, através de aparelhos topográficos, pois qualquer diferença quanto ao correto
posicionam ento da fundação acarretará em danos para a estrutura. Será necessário, caso se
cometa qualquer erro, ter que escavar novamente, perdendo-se o trabalho realizado, acarretando
atraso na obra e, consequentem ente, aum ento no custo da LT.

Fig. 6.4

6.3.3. Concretagem e Reaterro

Quando há utilização do concreto deve-se fazer um controle de sua qualidade verificando os


materiais aplicados: cimento, água e agregados, ferragens, etc. Deve-se verificar também a
consistência do concreto através do slump e por fim retirar corpos de prova para verificação de
sua resistência, em laboratório.

Fases de Construção 95 / 125


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O reaterro deve também ser muito bem controlado, pois dele depende a estabilidade da
fundação. A com pactação deve ser de acordo com o projeto, isto é, em cam adas sucessivas de 20
cm de altura. Quando o solo que deverá sustentar uma estrutura for de má qualidade, há
necessidade de executar um projeto de fundação especial, utilizando-se estacas que podem ser
metálicas ou de concreto.

REATERRO DE CAMADA UTILIZANDO CONCRETAGEM DE UM TUBULAO


COMPACTADOR MECÂNICO

Fig. 6.5 Fig. 6.6

100m
lOOm
lOOm

ENSAIO DE CONSISTÊNCIA (SLUMP TEST)

Fig. 6.7

96 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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5 /8 "

E
Ex-

®
100 mm

100 mm

100 mm

0 150 mm 1

RETIRADA DE CORPO DE PROVA

Fig. 6.8

6.4. INSTALAÇÃO DO SISTEM A DE ATERRAM EN TO

A instalação do sistema de aterram ento deverá ser iniciada após a abertura das cavas e antes da
montagem das torres. Os contrapesos deverão ser instalados em valetas, na profundidade
determinada pelo projetista (normalmente em torno de 0,50 m para terrenos normais e 0,90 m
para terrenos com agricultura) reaterrados e com pactados convenientemente.

O com prim ento do fio contrapeso a ser instalado em cada estrutura é fornecido na lista de
construção indicando-se normalmente o esquema adotado. Esse esquema estabelece o arranjo
dos fios contrapeso e respectivos com prim entos em função da resistência de aterram ento
requerida para a linha e do valor de resistividade do solo medida durante a execução dos serviços
preliminares.

Fig. 6.9 Fig. 6.10

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□ Aterramento de cercas

Todas as cercas que cruzarem a LT ou dela se aproximarem deverão ser aterradas, tendo em
vista a segurança de pessoas e anim ais que possam tocá-las. Uma vez aterrada a cerca, o efeito
da indução da corrente elétrica não poderá causar perigo, pois toda e qualquer energização que a
cerca pudesse ter seria descarregada para a terra através do aterramento, não havendo
propagação ao longo desta cerca.

Pode-se, portanto concluir que as conexões do aterramento deverão ser bem feitas para maior
facilidade do escoamento da energia "induzida" na cerca para a terra.

Fig. 6.11

ITEM DESCRIÇÃO DO MATERIAL


1 Mourão
2 Haste p/ aterramento de aço galvanizado em cantoneira 1" x 1" x 3/16" x 2.000 mm
3 Arame de aço galvanizado n.° 8 BWG
4 Arame farpado
5 Grampo de aço galvanizado p/ cercas
6 Presilha de aço galvanizado p/ arame n° 8 BWG
7 Seccionador pré-formado de material isolante

Tabela 6.1

6.5. MONTAGEM DAS ESTRUTURAS

6.5.1. Estruturas Autoportantes

A montagem é dividida em três etapas:

□ Escalamento e pré-montagem

Consiste no espalham ento das peças da torre segundo uma lógica, para facilitar a montagem.

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Em seguida são pré-montados no solo vários conjuntos da torre para facilitar também a
montagem, tais como: mísulas, suportes de pára-raios e outros. Normalmente, essa atividade é
executada por uma equipe específica.

Fig. 6.12

A montagem de bases deve ser iniciada após a escavação e acertos das cavas nas referidas cotas
de posicionamento das grelhas.

Primeiramente, são montadas as grelhas (caso seja este tipo de fundação), as quais podem ser
niveladas independentemente ou em conjunto com a base da torre.

No primeiro caso, a montagem da base se dá juntam ente com a montagem da torre, partindo os
pontos de saída da grelha que, na ocasião, deverá estar nivelada e reaterrada.

No segundo caso, é feita a montagem da base (com ou sem extensão) sobre as grelhas
previamente posicionadas para o nivelamento de todo conjunto.

O processo é idêntico para a estrutura com fundação em concreto onde as grelha é substituída
pelos stub.

A montagem da estrutura pode partir dos stubs posicionados e fixados às fundações ou da base
nivelada e fixada à fundação através dos stubs.

□ Montagem Propriam ente Dita

Normalmente, são utilizados dois processos de montagem de estruturas autoportantes, dentro da


técnica de construção de LTs. O emprego destes processos dependerá basicamente das condições
locais para montagem. Os métodos são: montagem manual, montagem com guindaste e
montagem mista.

■ Montagem Manual

A montagem é iniciada com o içamento e posicionamento dos m ontantes conforme indicado nos
desenhos de montagem. Após o posicionam ento dos montantes são feitos os entreliçados ou
somente parte destes entreliçam entos que garantam a sustentação do posicionam ento das peças
seguintes.

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Nas repetidas operações de içamento de peças para montagem utiliza-se um "falcão". Trata-se de
uma peça metálica treliçada que trabalha como um pau de carga, que vai na vertical a medida
que as seções da estrutura vão sendo aprontadas. O falcão trabalha preso à estrutura através de
um gancho na parte inferior e amarrado por cordas.

Por meio de uma roldana presa a um gancho na parte superior do falcão as peças são içadas até
os pontos de encaixe de montagem. O ajuste dos furos das peças para introdução dos parafusos
é feito com auxílio de uma espina.

Fig. 6.13 Fig. 6.14

As peças para montagem são içadas por intermédio de cordas de sisal ou nylon que, uma vez
passadas pelos gornes de uma roldana fixada ao "falcão", possibilitam o içamento das posições
puxadas do solo, manual ou mecanicamente.

O processo mecânico para içamento praticamente não é usado salvo para elevar posições em
torres altas, onde o esforço humano tornaria o trabalho penoso e inseguro. Na maioria das vezes,
se usa um guincho acoplado a um veículo (jeep ou caminhão).

Fig. 6.15

100 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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- Montagem com Guindaste

Utilizando o processo manual, primeiramente é feita a pré-montagem. São pré-m ontados no solo
os conjuntos para içamento com o guindaste. O posicionamento do guindaste deve ser o mais
próximo possível do eixo da torre. Os conjuntos vão sendo içados e os montadores os aparafusam
na torre.

Fig. 6.16

■ Montagem Mista - Manual e com Guindaste

Dependendo da altura da torre a lança do guindaste não alcança os pontos mais altos. Nesses
casos, a partir desses pontos se faz a montagem manual.

■ Cuidados Quanto a Montagem

Todas as peças ou seções deverão ser m anuseadas de modo a evitar o em penam ento e
avarias à galvanização.

Deverão ser colocados apoios de madeira para as seções das torres montadas no solo, a fim
de evitar aderência de lama, sujeira, etc.

As partes a serem justapostas deverão estar perfeitam ente limpas no momento da


montagem, porém, não se deve utilizar escova metálica ou qualquer outro material que possa
danificar a galvanização.

As peças ou seções estruturais não poderão ser movim entadas com "estropos" metálicos nus
(pedaços de cabos de aço).

Os parafusos, arruelas, porcas e contraporcas, deverão ser protegidos das intem péries e
mantidas de preferência em caixas de madeira, de resistência adequada para estoque,
transporte e manuseio.

Os parafusos só deverão ser apertados, em definitivo, após o nivelamento correto das torres.
Esses apertos deverão ser dados com os torques fornecidos nos desenhos.

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Deverão ser usadas chaves apropriadas e no tam anho padrão, a fim de não subm eter os
parafusos e porcas a esforços excessivos que venham a deform á-los ou danificar a
galvanização.

Após a colocação dos parafusos e feito mais um aperto, cada porca deverá ser travada por
meio de palnut ou puncionamento.

Quando for encontrado qualquer erro de fabricação, furação ou dano das peças, tal fato
deverá ser comunicado ao pessoal da Concessionária, que decidirá o procedimento a adotar.
As furações abertas ou alargadas deverão ser retocadas com uma camada de cromato de
zinco ou de tinta a base de zinco, antes das conexões serem executadas.

As peças das pernas com furos para colocação de parafusos degrau, deverão ser instaladas
na mesma posição relativa em todas as torres, segundo orientação da operação.

A tolerância quanto a verticalidade da torre, será fixada pelo projetista de acordo com as
especificações (para se ter uma ideia da ordem de grandeza para um tipo de torre
autoportante de uma linha de 500 kV, é permitido até 10 cm para uma torre de 35 m de
altura nominal, medida no topo da mesma).

□ Revisão da Torre

Antes do lançamento dos cabos como também na entrega final da LT deverá ser feita revisão
completa em todas as torres para verificação do atendimento dos requisitos de projeto e
especificação.

Fig. 6.17

6.5.2. Estruturas Estaiadas

As torres estaiadas podem ser pré-montadas no solo apoiadas em madeira para corrigir as
irregularidades do terreno e evitar a aderência de sujeira. Os parafusos e porcas deverão ter seu
aperto final ainda no solo, antes do içamento e com o torque indicado nos desenhos dos
fabricantes. A montagem em seções também é recomendada em casos especiais, porém,
recomenda-se o conjunto formado pelos mastros, vigas e estais no local da instalação da torre.
As cruzetas e os suportes dos cabos pára-raios poderão ser montados em separado e colocados
na torre após o levantamento do conjunto mastros + viga + estais. A figura abaixo mostra a
montagem manual de uma torre estaiada.

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Fig. 6.18

6.6. INSTALAÇÃO DE CABOS

6.6.1. Lançam ento dos Cabos

O lançamento dos cabos (pára-raios e condutor), só poderá ser executado após confecção e
aprovação do "Plano de Lançamento", preparado com base na lista de bobinas fornecidas pela
concessionária (relação das bobinas a disposição da empreiteira). Esse "Plano de Lançamento"
consiste basicam ente na distribuição das bobinas ao longo do traçado da LT (praças de
lançamento), levando em consideração a favorabilidade do perfil e as normas e especificações
técnicas.

O lançamento do cabo pára-raios deverá anteceder o lançamento dos condutores, pois estes se
situam num plano mais alto. Quanto ao método de lançamento, são dois os utilizados, um é o
lançamento sob tensão controlada, usado normalmente em LTs igual ou acima de 138 kV e o
outro é o lançamento sem controle de tensionam ento, usado normalmente em LTs abaixo de 138
kV.

O lançam ento sem controle de tensão é feito pelo arraste do cabo ao longo da LT por um trator
de esteira ou agrícola e não há medição da tensão de puxamento.

O lançamento sob tensão controlada é realizado com o puxamento de um cabo de aço


denom inado piloto. Em seguida se conecta os cabos condutores a esse piloto por meio de um
balancim (arraia) e os cabos são puxados por um guincho que fica localizado numa extrem idade
do tramo. Na outra extrem idade os cabos saem das bobinas e passam pelo freio onde é feito o
controle da tensão de lançamento.

Tram o é a denom inação do trecho da linha em que está sendo executado o lançamento.
Normalmente o tramo varia de 2.000 m a 6.000 m. A extrem idade do tramo onde fica o freio é
denominada praça do freio e a outra onde fica o guincho, praça do guincho. Cada bobina tem um
com prim ento aproxim ado de 2.000 m.

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CABO PILOTO ARRAIA OU CABOS


(AÇO) BALANCIM CONDUTORES (CAA)

FREIO

Fig. 6.19

ROLDANA OU BANDOLA BALANCIM (ARRAIA)

Fig. 6.20 Fig. 6.21

PRAÇA DO GUINCHO (PULLER) PRAÇA DO FREIO (TENSIONER)

Fig. 6.22 Fig. 6.23

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PRAÇA DE LANÇAMENTO

Fig. 6.24

6.6.2. Emendas

Após o lançamento de um ou mais tramos faz-se as em endas dos cabos condutores e pára-raios.
Para a emenda do condutor existem duas luvas: uma interna, para alma de aço, feita do mesmo
material e outra externa, feita de alumínio. Primeiramente se faz a prensagem da luva interna
(de aço) e em seguida a externa (de alumínio) tendo o cuidado de colocar uma pasta
antioxidante para anular os efeitos da oxidação do aço.

ALMA DE AÇO PRENSADA PRENSAGEM DA LUVA DE ALUMÍNIO

Fig. 6.25 Fig. 6.26

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VERIFICAÇÃO DAS MEDIDAS FINAIS

Fig. 6.27

6.6.3. Flechamento

Os serviços de regulagem dos cabos condutores e pára-raios consistem em fazer verificar nos
vãos de cabos lançados os valores das flechas de suas catenárias previamente determinados. Os
vãos de controle de flechamento são definidos no plano de lançamento e os critérios para
determ inação destes vãos constam nas especificações de construção de LTs.

6.6.3.1. Definição de Flecha

É a distância vertical entre a linha que liga os suportes dos cabos e o ponto de tangência do colo
do cabo com a paralela à linha que liga os suportes e passa por este ponto.

Tl

V - Vão horizontal P - Ponto de tangência

B - Desnível entre suportes S - Catenária do cabo

C - Distância inclinada entre T l e T2 T l - Suporte do cabo da torre 1

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D - Paralela a C que passa pelo cabo T2 - Suporte do cabo da torre 2

f - Flecha

6.6.3.2. Métodos de Flechamento

Existem 3 (três) métodos de nivelamento, conforme abaixo descrito:

□ Visada Direta

Consiste em instalar o instrumento de visada a uma distância "d", a partir de um dos suportes do
condutor e o outro ponto também fica a uma distância "d" a partir do outro suporte.

Fig. 6.29

Pela própria definição de flecha assim que o cabo tangenciar a linha de visada, este estará
flechado.

□ Visada horizontal ou D l

Consiste em instalar o aparelho (neste caso recomenda-se o nível) em um ponto P, definido no


terreno ou estrutura, calculado pela seguinte fórmula:

D l +B

d :

Fig. 6.30

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B - Desnível entre suportes

D l - Distância vertical entre o ponto de fixação (Si) do cabo e a linha de visada

f - Flecha (tabela)

V - Vão (medido na horizontal)

S i e S2 - Pontos de fixação dos cabos

Esse processo dá um melhor rendimento que o anterior.

É usado quando o ponto de tangência estiver abaixo da base da torre oposta e quando a relação
B/f for m enor ou igual a 2,75.

O cabo estará em flecha quando tangenciar a linha de visada horizontal.

□ Visada em Ângulo

Consiste em instalar o instrumento de visada (teodolito) a uma distância vertical "T" de um dos
suportes do condutor.

O ângulo de visada fica determinado pela fórmula:

tg f =
V

Fig. 6.31

0 - Ângulo de visada

f - Flecha tabela

V - Vão horizontal

B - Desnível (se o suporte da frente for mais baixo, ele será negativo)

Esse processo é usado quando o ponto de tangência se encontra abaixo da base do suporte
oposto.

É o mais fácil de ser usado, mas deve ser evitado, pois os cálculos só poderão ser feitos no
campo após obter a distância T.

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6.6.4. Gram peação

A gram peação dos cabos consiste em substituir as roldanas utilizadas para o lançamento
(suspensão provisória), pelos gram pos de suspensão (suspensão definitiva).

As torres de ancoragens, diferindo das de suspensão, suportam basicam ente os esforços de


tração dos cabos no sentido horizontal. Os seccionam entos dos cabos para a ancoragem têm a
sua continuidade elétrica por meio dos "jumpers".

Conhecendo-se todas as determ inações e critérios adotados pela concessionária, dá-se início à
gram peação ou a ancoragem.

Existem dois processos, o convencional e o através do off-set. O primeiro deles é normalmente


usado em regiões planas e quando se tem um cabo por fase; o segundo é o tipo de
gram peam ento usado na maioria das vezes para LTs com estruturas em terrenos desnivelados e
mais de um subcondutor por fase.

GRAMPEAÇÃO DE CABOS CONDUTORES - 4 COND. POR FASE

Fig. 6.32

6.6.5. Ancoragem de Cabos

Os cabos condutores após o lançamento têm as suas ancoragens provisórias no solo, em


"mortos". Para ancoragem definitiva, tem-se que transferir esses cabos do solo para a torre de
ancoragem, obedecendo a flecha desse vão. Esta operação é trabalhosa e perigosa,
principalmente, porque os cabos estão tensionados.

A passagem da ancoragem dos cabos do solo para a torre de amarre exige uma perfeita
coordenação dos esforços de tensão destes cabos.

Uma vez atracadas as pontas dos cabos na torre, aplica-se tensão por intermédio de catracas, de
modo a aliviar os esforços sobre ancoragem provisória.

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6.7. EXECUÇÃO DA SINALIZAÇÃO DA LT

Após o térm ino da instalação dos cabos executa-se a etapa de sinalização. As esferas de
sinalização são instaladas nos cabos pára-raios conforme projeto e são espaçadas, no máximo, de
30 metros, tendo um número mínimo de 3 esferas e seu diâmetro é de 600 mm. Na realização
desse trabalho, os montadores devem se apoiar nos cabos condutores e, por meio de uma corda,
puxar o cabo pára-raios para baixo para, então, aparafusar as esferas.

A pintura das torres é realizada nas deflexões para prevenir acidentes nas inspeções aéreas.

INSTALAÇÃO DE ESFERA DE SINALIZAÇÃOE

Fig. 6.33

Fig. 6.34

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6.8. INSTALAÇÃO DOS ACESSÓRIOS

Após o flecham ento e gram peação dos cabos executam -se a instalação de am ortecedores de
vibração e espaçadores, conforme indicado no projeto. A equipe pode aproveitar para instalar
ambos os dispositivos, conform e figuras abaixo.

Fig. 6.35 Fig. 6.36

6.9. REVISÃO FINAL

A revisão da LT é a última fase de construção, e é exatam ente nela que procuramos dar o
"acabamento" da obra e verificar as condições da mesma. Normalmente, essa "fase de
complementação" se inicia quando boa parte da construção LT já está pronta. A equipe de
operários que executa este trabalho é a mais variada possível, pois deverá existir aí pessoal
capaz de corrigir toda e qualquer falha que porventura for observada.

É dedicada uma atenção especial na inspeção das cadeias de isoladores e acessórios, pois estes
pontos são considerados críticos devido ao difícil acesso com a LT energizada. De maneira geral,
podemos dizer que tudo é verificado. Ex.: peças faltantes, defeitos de galvanização, reaterro,
contrapeso, limpeza de faixa, estradas de acesso, aterram ento de cercas, verticalidades das
cadeias, etc.

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EXERCÍCIOS

1. Assinale a afirmativa correta:

a) As estradas de acesso devem ser duplicadas por segurança

b) Na supressão de faixa são retiradas árvores numa extensão de 8 m no eixo da LT


c) Os eucaliptos que estão no eixo da LT deverão ser preservados
As árvores de altura elevada, que comprometem o clearance no eixo da LT, deverão ser
derrubadas, com permissão do órgão do meio ambiente

2. Assinale a ordem correta das atividades:


a) Nivelamento da fundação, escavação, reaterro, montagem de estruturas e lançamento

b) Escavação, reaterro, nivelamento da fundação, montagem de estruturas e lançamento

c) Escavação, nivelamento da fundação, reaterro, lançamento e montagem de estruturas

, Escavação, nivelamento da fundação, reaterro, montagem de estruturas e lançamento

3. De acordo com as especificações da Eletrobras Furnas, assinale a afirmativa correta:

^Ç|2)A confiabilidade de uma LT está relacionada com suas fundações

b) Após o reaterro, a ferragem da fundação deve ser posicionada e nivelada

c) As escavações não têm influência na execução das fundações


d) O nivelamento das fundações pode ser feito sem equipamento topográfico

4. A instalação do contrapeso deverá ser iniciada:

a) Logo após a locação das fundações, para execução da escavação


b) Antes da abertura das cavas das fundações e não depois da montagem das torres

ç c) Após a abertura das cavas das fundações e não depois da montagem das torres

d) Antes da concretagem da fundação

5. Para a emenda do cabo:

a) Condutor CAA, só se utiliza luva de aço

b) Para-raios tradicional, só utilizamos uma luva de alumínio

- ^ C o n d u t o r C A A, utilizamos uma luva de alumínio e uma de aço

d) Condutor CA, utilizamos uma luva de alum ínio e uma de aço

6. Escolha a afirmativa correta:

a) O lançamento de cabos condutores deverá ser executado logo após a montagem das
estruturas
b) O lançamento de cabos condutores poderá anteceder o lançamento dos cabos para-raios

- t ^ O lançamento sob tensão controlada é usado normalmente para LTs de 138 kV e acima

d) O lançamento sob tensão controlada só é usado para LTs acima de 345 kV

112 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


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, ^ Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
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is
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7. De acordo com a Norma vigente, as esferas de sinalização de uma LT são espaçadas no


máximo de:

a) 40 m

(£}) 30 m
c) 20 m

d) 10 m

8. De acordo com a Norma vigente, na sinalização das LTs com 2 cabos para-raios, o n° mínimo
de esferas é de:

b) 4

c) 5
d) 6

9. O diâmetro das esferas de sinalização é de:

a) 300 mm

b) 500 mm

sc^.600 mm

d) 900 mm

10. Assinale a alternativa falsa:

a) A pintura das torres indica que há deflexão na LT

b) Os espaçadores dos condutores de LT são instalados após o flecham ento

c) Os seccionadores pré-form ados de cercas devem ser de material isolante

^ O cabo contrapeso é utilizado no aterram ento de cercas

11. Em terrenos com agricultura, os contrapesos devem ser instalados na profundidade de:

a) 0,50 m

b) 0,60 m

c) 0,80 m

5 ^ 0 ,9 0 m

12. Assinale a alternativa correta:

a) No lançamento sem tensão controlada os cabos são arrastados pelo solo e logo que chegam
na praça do freio se faz a gram peação

b) No lançamento com tensão controlada as bobinas ficam na praça do guincho e quando uma
acaba se faz a emenda dos cabos e reinicia o lançamento

c) No lançamento com tensão controlada o guincho puxa os condutores e ainda rebobina o


cabo piloto

d) No lançamento sem tensão controlada sempre quando term ina o lançamento do tramo se
faz sim ultaneam ente a regulagem e a grampeação

Fases de Construção 113 / 125


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13. Assinale a alternativa correta:

a) Quando a LT tem mais de um condutor por fase o puxamento dos cabos é feito pelo
método com tensão controlada e deve-se puxar um cabo por vez
* b) No lançamento com tensão controlada usa-se a arraia para puxar os condutores quando se
tem mais de um condutor por fase

c) No lançamento com tensão controlada o controle da tensão de puxamento é feito no


guincho
d) No lançamento com tensão controlada pode-se puxar de uma só vez com o cabo piloto as
três fases

^14. Assinale o item que não corresponde a um dos métodos de regulagem de cabos condutores:

a) Visada direta
o b) Visada invertida

c) Visada horizontal

d) Visada em ângulo

15. Assinale a alternativa que possui uma informação que não é fornecida pelo desenho de perfil e
planta:
a) Natureza da vegetação e do terreno

b) Nome do proprietário e número das estruturas

c) Natureza da vegetação e nome do município


Ç 5 >d) Natureza da vegetação e tipo da fundação das estruturas

16. Nas estruturas de ancoragem, os cabos condutores têm as suas continuidades elétricas
realizadas pelos:
a) Para-raios

b) Contrapesos

c) Isoladores

^ d) Jumpers

17. A denominação do trecho da linha em que está sendo executado o lançamento de cabos de
uma LT chama-se:

a) Traçado

b) Corredor

c) Tramo

d) Faixa

114 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


7
ANEXOS
7.1. ANEXO A: DESENHO DE PERFIL E PLANTA

LINHA DE TRANSMISSÃO DE
rURNAS
500 kV
ESCALA
H -1 :5 0Q 0
ANGRA - LOÜr SAU JUÏ>t/UKAJAU
V - 1:500 PERFIL E PLANTA

AL/TOR/DESCMHO DTL.T
m^or/ projcto
VrSTO/RESP/CREA DTL.T-011/97
FETTO \A5T0 POR ORG FETTO VISTO APfKN
REVj PARA DESCRICÄO
FURNAS PROJETISTA
1

Anexos 115 / 125


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7.2. ANEXO B: TABELA DE ESTICAMENTO

/ a . _____________________________
MARTE ENGENHARIA

TRAMO ENTRE AS ESTRUTURAS 256 E 286


VAO EQUIVALENTE : 511.78 [«]

TEMPERATURA [oC] 0. 5. 10. 15. 20 . 25. 30. 35 . 40. 45 . 50 .

TRACAO HZ. [K g f] 645. 641. 638 . 634. 630. 626. 62 3. 619. 61 6. 612. 609.

ESTR. VAO[m] FLECHAS I N I C I A I S EM METROS PARA OS VAOS DE CONFERENCIA

272 4 5 5 .0 0 1 6 .3 5 1 6 .4 5 1 6 .5 5 1 6 .6 5 1 6 .7 5 1 6 .8 5 1 6 .9 5 1 7 .0 5 1 7 .1 5 1 7 .2 4 1 7 .3 4

273 4 3 0 .0 0 1 4 .6 6 1 4 .7 6 1 4 .8 5 1 4 .9 3 1 5 .0 2 1 5 .1 1 1 5 .2 0 1 5 .2 9 1 5 .3 8 15. 46 1 5 .5 5

274 3 6 5 .0 0 1 0 .5 5 1 0 .6 1 1 0 .6 8 1 0 .7 4 1 0 .8 1 1 0 .8 7 1 0 .9 4 1 1 .0 0 1 1 .0 6 1 1 .1 2 1 1 .1 9

275 2 3 5 .0 0 4 .3 6 4 .3 9 4 .4 2 4 .4 4 4 .4 7 4 .5 0 4 .5 2 4 .5 5 4 .5 8 4 .6 0 4 .6 3

276 4 2 5 .0 0 1 4 .2 7 1 4 .3 6 1 4 .4 5 1 4 .5 4 1 4 .6 2 1 4 .7 1 1 4 .8 0 1 4 .8 8 1 4 .9 7 1 5 .0 5 1 5 .1 4

277 2 8 0 .0 0 6 .1 8 6 .2 2 6 .2 6 6 .3 0 6 .3 4 6 .3 7 6 .4 1 6 .4 5 6 .4 8 6 .5 2 6 .5 6

278 5 9 0 .0 0 2 7 .5 2 2 7 .6 9 2 7 .8 6 2 8 .0 3 2 8 .2 0 2 8 .3 7 2 8 .5 3 2 8 .7 0 2 8 .8 6 2 9 .0 3 2 9 .1 9

279 3 9 8 .9 5 1 2 .5 9 1 2 .6 7 1 2 .7 5 1 2 .8 2 1 2 .9 0 1 2 .9 8 1 3 .0 5 1 3 .1 3 1 3 .2 0 1 3 .2 8 1 3 .3 5

280 6 6 4 .2 4 3 4 .9 1 3 5 .1 3 3 5 .3 4 3 5 .5 6 3 5 .7 7 3 5 .9 8 3 6 .1 9 3 6 .4 0 3 6 .6 1 3 6 .8 2 3 7 .0 3

281 3 7 7 .9 0 1 1 .3 5 1 1 .4 2 1 1 .4 9 1 1 .5 6 1 1 .6 3 1 1 .7 0 1 1 .7 7 1 1 .8 3 1 1 .9 0 1 1 .9 7 1 2 .0 4

282 5 7 8 .5 0 2 6 .4 6 2 6 .6 3 2 6 .7 9 2 6 .9 5 2 7 .1 1 2 7 .2 8 2 7 .4 4 2 7 .5 9 2 7 .7 5 2 7 .9 1 2 8 .0 7

283 1 6 0 .0 0 2 .0 2 2 .0 3 2 .0 4 2 .0 6 2 .0 7 2 .0 8 2 .0 9 2 .1 0 2 .1 2 2 .1 3 2 .1 4

284 5 6 1 .9 0 2 5 .1 2 2 5 .2 7 2 5 .4 3 2 5 .5 8 2 5 .7 4 2 5 .8 9 2 6 .0 4 2 6 .1 9 2 6 .3 4 2 6 .4 9 2 6 .6 4

285 1 3 7 .2 4 1 .4 9 1 .5 0 1 .5 1 1 .5 2 1 .5 3 1 .5 4 1 .5 5 1 .5 6 1 .5 6 1 .5 7 1 .5 8

TRAMO INTRI AS ESTRUTURAS 286 E 288

VAO EQUIVALENTE : 356.06 [■]

TEMPERATURA [oC] 0. 5. 10. 15. 20. 25 . 30. 35 . 40. 45. 50.

TRACAO HZ. [K g f) 660. 652. 645. 637. 630. 623. 616. 60 9. 603. 59 7. 59 1.

ESTR. VAO[m] FLECHAS I N I C I A I S EM METROS PARA OS VAOS DE CONFERENCIA

286 3 4 6 .7 9 9 .2 9 9 .4 0 9 .5 1 9. 63 9 .7 4 9 .8 5 9 .9 6 1 0 .0 7 1 0 .1 8 1 0 .2 8 1 0 .3 9

287 3 6 4 .2 4 1 0 .2 4 1 0 .3 7 1 0 .4 9 1 0 .6 1 1 0 .7 4 1 0 .8 6 1 0 .9 8 1 1 .1 0 1 1 .2 2 1 1 .3 4 1 1 .4 6

NOTA: VAO AVANTE DA ESTRUTURA CORRESPONDENTE.

AAI t ^
N - DE PU N

LT 500kV CACHOEIRA PAUUSTA - ADRIANÓPOUS III


LT-006-163
REV. 1
TABELA DE ESTICAMENTO PARA O CABO PÁRA-RAIOS 3/8” EHS
FOLHA 25/34

116 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


Superintendência de Em preendim entos de Transm issão - ST.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas

7.3. ANEXO C: TABELA DE GRAMPEAMENTO DESLOCADO

00 +
l *
+
O*
< +
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* Z
512

0.

9.
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3.
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Anexos 117 / 125


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas

7.4. ANEXO D: CARGAS DE PROJETO

118 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


Superintendência de Em preendim entos de Transm issão - ST.E
* Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas

7.5. ANEXO E: LISTA DE CONSTRUÇÃO

Anexos 119 / 125


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
* Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Fumas

ANEXO E (continuação)

120 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


Superintendência de Em preendim entos de Transm issão - ST.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas

7.6. ANEXO F: ÁREA RESPONSÁVEL POR CADA ATIVIDADE

DESCRIÇÃO ÁREA RESPONS.


Orçamento geral do empreendimento Plan/constr.
Definição do esquema financeiro Financ.
tA Recursos
LU
Negociação com as fontes Financ.
O Contratação dos financiamentos Financ.
< (A
O m Contratação de projetistas e/ou atividade interna Jurid./eng.
5 tf
> < Coleta de informações topográficas disponível Eng.
j_ Z Definição
<« do traçado Escolha de traçados alternativos Eng./constr.
e projeto Estudos geológicos e geotécnicos preliminares Eng./constr.
Wm básico Estudos das alternativas e definição do traçado Eng.
§ £
D a Preparo do projeto básico Eng.
1—
CA Benfeitorias (levantamento/avaliação/indenização) Patr./juríd.
IU

Indenizações Liberação da faixa de servidão Patr./juríd.


Danos durante a construção (levant / avalia / inden) Eng./supr.
Contratação do fornecimento Forne.
Preparação do projeto Eng.
Estruturas Aprovação de desenhos e documentos Eng./supr.
Ensaios De Projeto Supr.
Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
Contratação do fornecimento Eng.
Condutores Aprovação do desenho da bobina Supr.
Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
Contratação do fornecimento Eng.
(A Cabos para-
o Aprovação do desenho da bobina Supr.
r- raios
z Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
S Fios ou cabos Contratação do fornecimento Supr.
tf condutores Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
3 Contratação do fornecimento Supr.
(A
Preparação do projeto Eng.
Ferragens e
Aprovação de desenhos e documentos Eng./supr.
acessórios
Ensaios de projeto Supr.
Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
Contratação do fornecimento Forn.
Preparação do projeto Eng.
Isoladores Aprovação de desenhos e documentos Eng./supr.
Ensaios de projeto Supr.
Fabricação, inspeção e entrega Eng./supr.
O Contratação dos serviços Eng./constr
a
z Reconhecimento preliminar (ver nota 2) Eng./constr
u Topografia Levantamento cadastral Patr.
LU
Q Locação das estr. no campo / levant. das seções diag. Eng./constr
(A Contratação dos serviços Eng./supr.
o
a- Execução das sondagens Eng./constr
M Sondagens
tf Contratação dos serviços Eng./supr.
LU
(A Resist. do solo Execução das medições de resistividade Eng./constr

Anexos 121 / 125


Superintendência de Em preendimentos de Transm issão - ST.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas

DESCRIÇÃO ÁREA RESPONS.


Condições de governo tracionamento dos cabos Eng.
Parâmetros
Gabaritos e espaçamentos mínimos Eng.
básicos
Gráficos de utilização das estruturas Eng.
Análise e verificação da topografia Eng.
Projeto de Locação inicial das estruturas Eng.

o locação das Seleção de pontos para sondagem Eng.


> estruturas Locação final das estruturas (ver nota) Eng.
H
H Eng.
D Revisão projeto "como construído"
U Eng.
UJ Preparo dos projetos
X Travessias
UI Envio/ aprovação Eng.
O Fundações normais Eng
h
UJ
i“ i Fundações especiais Eng.
O
tf Desenhos Cadeia, aterramento, transposição, etc. (ver nota 4) Eng.
a
de Tabela de nivelamento dos cabos e entradas nas SEs Eng.
construção Planos de lançamento dos cabos Eng.
Tabela de grampeamento deslocado Eng.
Lista de materiais Eng.
Contratação de empreiteira Eng.
Preliminares
Instalação do canteiro de obras Eng./constr.
Limpeza da faixa abertura de estradas de acesso Constr.

o Cravação de estacas Constr.


!< Execução das fundações Constr.
ü1 Construção Civil
D Instalação do sistema de aterramento Constr.
tf e
H Montagem Montagem das estruturas Constr.
tf)
Z Eletromecânica Constr.
O Instalação de isoladores e ferragens
u Lançamento, nivelamento e grampeamento dos cabos Constr.
Instalação de acessórios Constr.
Revisão final e limpeza Constr./oper.
Ensaios
Ensaios / recepção Oper.

122 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


m
CRONOGRAMA EXECUTIVO -nÃ
OBRA: LT 345 kV Rio de Janeiro - São Paulo Qj CT
QJ
EMPRESA: Ajax Engenharia Ltda. in
DISTRIBUIÇÃO MENSAL
ITEM DESCRIÇÃO PESO % 2004 2005
FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN

1 SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO E ACESS 5,00

2,00 6,24 6,39 35,01 27,21 23,51 1,64


1.1 Supressão de Vegetação e Acessos

Estrada de Acesso 3,00 6,25 14,77 29,68 25,54 22,16 1,60


1.2

2 FUNDAÇÕES E ATERRAMENTO 33,00

12,00 11,52 17,96 17,63 22,04 17,63 13,22


2.1 Escavação

18,00 10,88 16,27 25,72 20,58 18,42 8,13 (/)


22 Concretagem e Reaterro
c
7.73 10,30 25,62 20,49 20,49 15,37 T3
23 Instalação de Contrapeso 3,00 fl>

3 MONTAGEM DE ESTRUTURAS 30,00


tt>
3.1 Torres Autoportantes 30,00 1,88 7,22 14,79 17,90 19,81 23,48 12,30 2,62 ZD
° s-
4 CABOS 30,00 <: s*
w n
4.1 INSTALAÇÃO DE PÁRA-RAIOS 5,00
ÛJ! qj'
13,88 14,12 30,00 24,00 15,00 3,00
4.1.1 Lançamento 3,00 ro
10,58 14,12 30,00 24,00 14,30 7,00
4.2,2 Regulagem 2,00 > 33
T3
o ■-ïa
4.2 INSTALAÇÃO DE CONDUTORES 25,00 o ro
Lançamento 13,00 3,64 14,24 25,12 24,00 21,00 12,00 ro ro
Z3
4.2.1
n Q.
12,00 22,00 24,00 23,00 19,00 0
4.2.2 Grampeação 10,00 D 3'
rf ro
12,50 10,00 12,50 10,00 10,00 12,50 10,00 10,00 12,50 -I u
4 .2 3 Aterramento/Seccionamento de cercas 2,00 O ri-
ro o
U1
5 REVISÃO FINAL E ENTREGA 2,00 o.
Q.
ro ro
5.1 Solo 0,70 30,77 30,77 38,46
<o
30,77 30,77 38,46 c -i'
5.2 Estruturas 0,70 ai q j
= 3
5.3 Cabos 0,60 31,15 30,77 35,08 3,00 Q. W
qj q
cl 2.
TOTAL 100
* æ
1 01!
LEGENDA
PREVISTO ■ ■ ■ ■ ■ ■ °
> 0I
n en
fO H
Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
* Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Etetrobras
Furnas

7.8. ANEXO H: ATIVIDADES DE TOPOGRAFIA E CONSTRUÇÃO

V)
ui
V) et
O<
2
MM
O- w
111_l
Ifl UI
£
... .OU.

124 / 125 LT - Noções de Projeto e Construção (Ago/2012)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alvarenga, Antônio Máximo e Beatriz - Física - Volum e 3

Relatórios de Obras de Linhas de Transm issão

Leica Surveying and Photogram m etry System s Group - Revista geodésia, topografia e
fotogram etria - Edição 2006

Incotep - Injection Anchors System - Catálogo

Fuchs, R.D. - Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transm issão de Energia Elétrica

Isoelectric Isoladores em Com postos de Silicone - Catálogo

Seves Electrovidro - Isoladores de Vidro e Poliméricos para Transm issão de Energia - Catálogo

Cerâmica Santa Terezinha S.A. - Isoladores de Porcelana e Vidros - Catálogo

PLP - Produtos Preform ados para Linhas Ltda. - Catálogo

Nexans - Condutores Nus de Alum ínio para Linhas Aéreas - Catálogo

SADE - Ferragens para Linhas de Transm issão - Catálogo

Quintas & Quintas - Condutores Elétricos S.A. - Catálogo

FICAP S.A. - Fios e Cabos Nus de Alum ínio para Linhas Aéreas - Catálogo

GRUBB M.J; MEYER, N.Y - Wind Energy; Resources, System s and Regional Strategies -
2006

Centro Brasileiro de Energia Eólica - CBEE/UFPE - 2007

Goldenberg, José - Energia no Brasil. São Paulo - 2006

Referências Bibliográficas 125 / 125


PALESTRA
Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro

DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO"
J Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Palestra "Modelo do Sistema


Elétrico Brasileiro":
Marco Regulatório do Setor
Elétrico Brasileiro, Cenários,
Desafios e Oportunidades

E n g 0 F e r n a n d o L u iz G o ld m a n

06 / 08/2012

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 1 / 2 2


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

Por que estudar Regulação?

Mercado

Competição
Inteligência
Competitiva

Tecnologi

Curso de Regulação da Transmissão

1° Dia 2oDia 3oDia


Conteúdo Conteúdo
8:00-9:45 Goldman Marcos Regulatórios na Apuração Mensal de
Novo Modelo - Livre Transmissão Serviços
Acesso
C.Break C.Break

10:00-11:45 Goldman Marcos Regulatórios na Apuração Mensal de


Lei 10848 Transmissão Serviços
Almoço Almoço Almoço

13:00-14:45 Goldman Acesso de Consumidores Custos e Tarifas


Rede Básica aos Sistemas
14:45-15:00 r'-».Di
*D cats.
o L' C.Break

15:00-16:20 Goldman Acesso de Consumidores Custos e Tarifas


Mercado Livre aos Sistemas
Curso C onstrução de Linhas de Transmissão
Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 2 / 2 2


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Obs. : Os pontos de vista aqui apresentados


são exclusivamente do autor e não
representam necessariamente os da
Eletrobras Furnas, da SBGC, do PPED/UFRJ
ou de qualquer instituição com a qual ele
esteja - ou tenha estado - ligado por
qualquer laço de afiliação, prestação de
serviços o

i
Eletrobras
__ ____________

Quem é o palestrante?
Fernando Goldman - pesquisador da Dinâmica do
Conhecimento Organizacional, da Inovação e da
Competitividade, doutorando em Políticas Públicas, Estratégias
e Desenvolvimento pelo PPED/IE/UFRJ, mestre em Engenharia
de Produção da UFF, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e
engenheiro eletricista pela UFRJ.

Ex-diretor regional(Rio de Janeiro) da SBGC - Sociedade


3rasileira de Gestão do Conhecimento (2007-2011).
Engenheiro da Eletrobras Furnas

S
Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão
_______ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 3 / 2 2


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

Nossa Agenda

sP o r que reestruturar o SEB?


SO conceito de Livre Acesso;
SAs mudanças no modelo - Lei 10848/2004;
sComo funciona o SEB hoje;
sCenários do Setor - Desafios/ oportunidades;
sExercícios e Debate.

spara entender o Marco Regulatório é


preciso entender o Modelo do Setor;

spara que serve um modelo?

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 4 / 2 2


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Etetrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Qual o paradigma de planejamento do SEB?

J.
Eletrobras
___EilEDiüS -

sSetor Elétrico é intensivo em capital e de


longo tempo de maturação dos
investimentos;
sDiferentes modelos de investimento ao
longo do tempo:
MODELO PERÍODO

1- Investimento Estrangeiro 1900-1950

2 - Investimento Público 1950-1990

3 - Privatização Pura 1990-2002

4 - Parceria Estratégica Público-Privada Após 2002

t L

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 5 / 2 2


4 Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Por que a mudança do modelo em 1990?

Contexto Nacional

O modelo anterior
estava falido, porque
o único investidor
estava falido

Eletrobras
___mas. _

Por que mudar o modelo?

Contexto Mundial - A perspectiva no início dos anos


2000 - Horizonte 2020

Previsão de 8 bilhões de habitantes (60% no


meio urbano)
Necessidade de construir 3000 GW nos 20 anos
seguintes(50% nos países em vias de
desenvolvimento)
Dobrar as capacidades de produção em 20 anos

Fonte: IEA - World Energy Investment outlook 2003

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
____022__ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 6 / 2 2


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

Por que mudar o modelo?

Contexto Mundial - Horizonte 2030

Os investimentos necessários no Setor Elétrico no


período 2001-2030 seriam da ordem de 10
trilhões de €( 50% em produção e 50% em
transporte/distribuição)
Seria necessária a produção de 4700 GW para
atender ao horizonte de 2030

Fonte: IEA - World Energy Investment outlook 2003

Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão

------------ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Por que mudar o modelo?

Contexto Mundial - Questões

Tipos de Geração?
Como financiar esta geração?__________________

Caminhávamos para uma descontinuidade?

Por que em 1990 o pressuposto básico era


competição?

Qual a condição básica para haver competição?

Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão

____ !____ Noções de Projeto e Cons tru ção - Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 7 / 2 2


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

A reestruturação do setor

s Reestruturar significa mudar o modelo do setor

Eletrobras
__ ____

A reestruturação do setor

sNeste novo modelo a Rede de Transmissão


exerce importante papel.

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 8 / 2 2


J» Superintendência de Em preendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

A reestruturação do setor

y No novo modelo surgem novos agentes.

ANEEL

ONS

SPE

r \
CCEE Agentes
( antigo MAE) de
v. J

4
Curso Construção de Linhas de Transmissão
Eletrobras
_______ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012

O que mudou no modelo nos anos 1990?

Modelo Cooperativo
Falido-esgotado o papel *- ]____ Modelo Competitivo
do Estado investidor

Concessão de empreendimentos
o modelo de "áreas de
isolados
concessão"

Regime de licitação por leilão

Grandes empresas Sociedades de Propósito


Especializadas Específico na Transmissão
G +T +PIE

4
Curso Construção de Linhas de Transmissão
Eletrobras
________ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012

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Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

O que mudou?

Impedimento das
estatais investirem

Abandonado o
Planejamento do
setor

Elevado risco do
investidor privado

S
Eletrobras
_____ % __

>Toda legislação relativa ao SEB, atualizada, está


disponível em http://www.anee!.aov.br

>Ver principais referências legais no link:


http://www.antt.qov.br/index.php/content/view/11
564/Sistem a Elétrico Brasileiro e seu Funcio
namento.html

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 10 / 22


Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Aspectos legais

□ Constituição Federal
"Art. 21. Compete à União:

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,


concessão ou permissão:

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o


aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;"

Surge o Livre Acesso

A lei 9.074/95 separou:

O produto energia O serviço de transm issão e


elétrica, alvo da chamada distribuição, calculados com
"Medição de base em critérios fixados
Faturamento", computada pelo Poder Concedente.
em kWh Surgia o conceito de tarifa-
fio

Distribuidoras X Grandes Consumidores!


Legitimidade do Livre Acesso à Rede Básica pelos grandes
consumidores.

Eletrobras
________

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 11 / 22


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Insuficiência de
investimento na
Racionamento de 2001
expansão da geração e
da transmissão

Causas:
Impedimento das
estatais investirem
Elevado risco do
investidor privado

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Novo Marco Regulatório

Medidas Provisórias (MPv)


n° 144 e 145
encaminhadas ao
Congresso Nacional em
dezembro de 2003

Lei no 10.847, de 15 Lei no 10.848, de 15 de


de março de 2004, março de 2004,
conversão da MPv n° conversão da MPv n°
145, de 2003, autoriza 144, de 2003, dispõe
a criação da Empresa sobre a comercialização
de Pesquisa Energética de energia elétrica, altera
- EPE e dá outras as Leis ..., e dá outras
providências. providências.

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
______ !___ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

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4 Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Novo Marco Regulatório

Principais leis alteradas pela 10.848, de 15 de


___________m arço de 2004____________

s 5.655, de 20 de maio de 1971,


s 8.631, de 4 de março de 1993,
v' 9.074, de 7 de julho de 1995,
s 9.427, de 26 de dezembro de 1996,
s 9.478, de 6 de agosto de 1997,
s 9.648, de 27 de maio de 1998,
✓ 9.991, de 24 de julho de 2000,
✓ 10.438, de 26 de abril de 2002

Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão


________ Noções de Projeto e Cons trução- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

As mudanças no modelo do setor - Lei 10848/2004

Apesar de alguns pontos


Praticamente não
ainda a serem
afetaram o modo de
equacionados, vem
operar do segmento de
funcionando de forma
transm issão
aceitável desde 1998.

A criação da EPE - Uma melhor


Retomada do programação dos
planejam ento da investimentos
expansão a longo prazo necessários

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 13 / 22


Superintendência de Empreendimentos de Transmissão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

Novo marco regulatório

Combina planejamento
Brazilian Hybrid Model
com competição e
Investimento estatal e (Modelo Híbrido
privado
Brasileiro) _

Ações da Eletrobras
Eletrobras sai do PND passam a ser
negociadas naJ3NY

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
____ !____ ___ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando Goldman- 06/08/2012

O que mudou?

Ambiente propício a Fusões,


SPE __ Aquisições e Developers

Ter participações societárias em diversas


_______ outras empresas do setor_____
Empresas Públicas
Compartilham instalações
____ passam a:
Lutar por novas concessões

Há um emaranhado de situações em que parceiros, fornecedores,


consumidores, concorrentes, investidores e etc. constantemente
____________________ mudam de papéis.___________________

Parceria público-privada

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Eletrobras
________ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando Goldman- 06/08/2012

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4 Superintendência de Em preendim entos de T ransm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Novo pressuposto básico a partir de 2002:

Oferta de energia com qualidade, segurança


e modicidade tarifária.

I
modicidade tarifária X continuidade no
suprimento

Eletrobras
________

Baseados em estudos e projeções da demanda de acordo com a


análise de cenários futuros (alto crescimento, de referência e
______________________ baixo crescimento)____________________

Ordem de Grandeza dos valores envolvidos


(um exemplo)
M nvestim entos previstos da ordem de R$ 125,7
bilhões;Geração(85)/Transmissão(40,7) vaiores de 2006/2015

>PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2020 -


Disponível em
http://www.epe.qov.br/PDEE/Forms/EPEEstudo.aspx

Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão


____ OãS__ ___ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

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4 Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

M ercado Livre e Medição de Faturam ento

E nergia cu rto prazo

E n erg ia v e rificad a

Energia co n tra ta d a

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
___ 1225__ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Curso Construção de Linhas de Transmissão

Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

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* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Como funciona a "Estrutura"

Políticas [ CONGRESSO I \ CASA C IV IL /P R I í

Regulação e AGENCIAS
Fiscalização ESTADUAIS

CONSELHOS DE

M e rc a d o Entidades d* do
Consumidor

MJ

Agentes
CMSE EPE BNDE*
Institucionais

http://www.tavbrasil.gov.br/imagens/tbl_sistema_eletrico.jpg

Qual a tendência atual?

Hoje, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)


regula um setor composto por mais de 64
distribuidoras, 1.104 geradoras, 46 transmissoras, e
47 comercializadoras;

Fusões e Aquisições Developers

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
___ ,_____ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

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4 Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Fumas

Novos Cenários

XXSNPTEE
XXI SNPTEE
SEMINÁRIO NACIONAL Versão 1.0
DE PRODUÇÃO E 23 a 26 de Outubro de 2011
TRANSMISSÃO DE Florianópolis - SC
ENERGIA ELÉTRICA

GRUPO •GET
GRUPO DE ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GESTÃO DA TECNOLOGIA. DA INOVAÇÃO E DA
EDUCAÇÃO •GET

INOVAÇÃO E SUSTENTAIILIDADE NA TRANSIÇÃO DO SETOR ELÉTRICO PARA UMA ECONOMIA DE


BAIXO CARBONO

Em escala global, se deverá pensar:

Sna troca dos combustíveis fósseis utilizados;


Sna forma de gerar e distribuir energia;
Sem como transportar cargas e pessoas;
,
^em como aquecer resfriar e iluminar residências ,
escritórios e áreas públicas; e
Sem como fazer funcionar as instalações industriais.

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 18 / 22


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Etetrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

A transição para uma economia de baixo carbono é


uma oportunidade de catching-up para o Brasil?

Etetrobras

SRESOLUÇÃO NORMATIVA N 67, DE 8 DE JUNHO DE


2004

Estabelece critérios para a composição da Rede Básica


do Sistema Interligado Nacional, e dá outras
providências.

Eletrobras
______ i__

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 19 / 22


* Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

Dúvidas ?

Fernando Luiz Goldman


fernandoaoldman@ vahoo.com.br
Eletrobras Furnas
Superintendência de Empreendimentos de Transmissão
ST.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Conhecimento e Inovação Tecnológica
Estrada do Pau da Fome, 839 - Jacarepaguá
CEP: 22723-497 - Rio de Janeiro - RJ
SIT 899472 ou Tel.: (21) 2446-9472
FAX: M.O. 899474 ou Tel.: (21) 2446-9474

Muito obrigado

4 Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobras
______ Noções de Projeto e Construção- Enq° Fernando G oldm an- 06/08/2012

Anexos:

• Resolução 67/2004;
•Artigo do SNPTEE;

S
Eletrobras
___ -'as_

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 20 / 22


Superintendência de Em preendim entos de T ransm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Q ualidade - DACQ.E
Furnas

QUESTÕES

1) Qual o paradigma ainda predominante no planejamento do SEB?


a) Geração Distribuída e Independência Operativa;
-V Geração Centralizada e Otimização Energética;
c) Geração Distribuída e Otimização Energética;
d) Geração Centralizada e Independência Operativa.

2) Qual das afirmações abaixo não se aplica ao atual Modelo de


Investimento do SEB?
a) O Setor Elétrico é intensivo em capital e de longo tempo de maturação dos
investimentos;
b) O SEB teve diferentes modelos de investimento ao longo do tempo;
c) O atual modelo de investimento do SEB é o de Parceria Público Privada;
-í> d) O atual modelo de investimento do SEB é o de Privatização Pura, em que se
busca a Modicidade Tarifária, aliada à máxima
continuidade no suprimento.

3) Com relação à mudança do modelo do SEB ocorrida nos anos 1990, o


que não seria válido afirmar?
) O modelo anterior estava falido, porque o único investidor, que era o Estado

! rasileiro, estava falido;

) A política de privatização de empresas estatais era uma das características do


eoliberalismo, um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que
j(efende a não participação do estado na economia;
O modelo de Investimento Público até então adotado tinha se mostrado
dequado à formação de um grande sistema interligado nacional;
O modelo de Investimento Público até então adotado tinha distorções técnicas
|úeQual
4) impediam a formação
o principal de um
objetivo da grande
mudançasistema interligado
do modelo nacional.
do SEB ocorrida nos
anos 1990?
9)Estimular a competição;
b)Estimular a cooperação entre as grandes empresas responsáveis pela operação
do Sistema Interligado Nacional;
c)Propiciar a criação de uma Rede Básica
d)Criar uma agência reguladora para o setor.

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 21 / 22


w Superintendência de Em preendim entos de T ransm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas

QUESTÕES

5} Em 1995, o RESEB :
segmentou as atividades do Setor Elétrico em Geração, Transmissão, Distribuição e
Comercialização;
b) combinou planejamento com competição, assim como investimento estatal e privado;
c) tirou a Eletrobras do PND;
d) estabeleceu uma política de modicidade tarifária, pois o mercado por si só não teria esta
capacidade.

6) O conceito de Livre Acesso no SEB está corretamente relacionado a qual dos conceitos
abaixo?
a) Todo cidadão indistintamente tem direito à sua liberdade, ao direito de ir e vir, só podendo ter a
sua liberdade cerceada, em decorrência de prisão em flagrante delito ou por mandado judicial,
devidamente fundamentada por autoridade judiciária competente;
A lei 9.074/95 separou o produto energia elétrica, alvo da chamada "Medição de Faturamento",
computada em kWh, dos custos do serviço de transmissão e distribuição, calculados com base em
critérios fixados pelo Poder Concedente, dando origem assim ao conceito de tarifa-fio;
c) As atividades de geração e de comercialização de energia elétrica, inclusive sua importação e
exportação, deverão ser exercidas em caráter competitivo, assegurado aos agentes econômicos
interessados o livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição, sem necessidade de
pagamento dos encargos correspondentes e independente das condições gerais estabelecidas pela
ANEEL;
d) Livre Acesso significa que a comercialização de energia elétrica será feita em bases livrementg
ajustadas exclusivamente entre o agente de geração e o consumidor, sem custos de transnjí ou
buição.

Curso Construção de Linhas de Transmissão


s de Projeto e Construção- Enq° Fernando Goldman- 06/08/2012
__

7) As insuficiências de investimento na expansão da geração e da transmissão, que


conduziram ao racionamento de 2001, popularmente denominado de "Apagão",
pode ser atribuída principalmente:
a) à crise financeira que se iniciou nos EUA e se alastrou pelos mercados financeiros da
Europa;
Q) ao elevado risco que o modelo vigente trazia para o investidor privado, juntamente com o
impedimento das empresas estatais Investirem;
c) à dificuldade de operadonalizar o Ambiente de Contração Uvre;
d) à dificuldade de operadonalizar o Ambiente de Contração Regulada.

8) Pode-se afirmar que a Rede Básica de Transmissão do Sistema Nacional


Interligado é definida por:
a) um processo natural que leva em conta as diferentes opiniões e necessidades dos agentes
de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização;
b) um processo natural que leva em conta as diferentes opiniões e necessidades apenas dos
agentes de Geração e Transmissão;
c) padrões internacionais definidos pelo Cigré (uma associação internacional sem fins
lucrativos para promover a colaboração com especialistas de todo o mundo sobre Grandes
Sistemas Elétricos);
uma resolução da A N EE L

Curso Construção de Linhas de Transmissão


Eletrobra'
____ jeto e Construção - Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012

Palestra - Modelo do Sistema Elétrico Brasileiro(Ago/2012) 22 / 22


ARTIGO
INOVAÇAO E SUSTENTABILIDADE NA TRANSIÇÃO
DO SETOR ELÉTRICO PARA UMA ECONOMIA DE
BAIXO CARBONO

Consultar a vigência do documento quando da

DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO'
XXlSNPTEE
j(IMHtH) HAfiflttfii Of MtOOUÇÀO
( MNSMSHOOE EHWGUElHWU XXI SNPTEE
SEMINÁRIO NACIONAL Versão 1.0
DE PRODUÇÃO E 23 a 26 de Outubro de 2011
TRANSMISSÃO DE Florianópolis - SC
ENERGIA ELÉTRICA

GRUPO - GET
GRUPO DE ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GESTÃO DA TECNOLOGIA, DA INOVAÇÃO E DA
EDUCAÇÃO - GET

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA TRANSIÇÃO DO SETOR ELÉTRICO PARA UMA ECONOMIA DE


BAIXO CARBONO

Fernando Luiz Goldman (*)


Eletrobras Fumas

RESUM O

O objetivo central deste informe técnico é analisar como a transição mundial para uma nova economia de baixo
carbono afetará os diferentes tipos de arranjos organizacionais do SEB. Descreve como eles precisarão - para
adaptar-se em tempo hábil a esta transição - promover processos cada vez mais dinâmicos de inovação.
Processos estes dialéticos, a fim de melhor lidar com a contradição da modicidade tarifária e a continuidade no
suprimento. O artigo conclui propondo a necessidade de pesquisar uma contínua e adequada criação de
conhecimento organizacional, tanto no nível das empresas, como no nível interorganizacional, propiciando ao SEB
sua tão desejada sustentabilidade.

PA LA V R A S -C H A V E

Inovação, Conhecimento Organizacional, Economia de Baixo Carbono, Sustentabilidade, Aprendizado

1.0- IN TRO D U ÇÃ O
Hoje, os arranjos organizacionais, os setores econômicos e os países, bem como seus diferentes blocos, precisam
adaptar-se constantemente e, em tempo hábil, às mudanças nos macro e microambientes, implicando no
estabelecimento de processos cada vez mais dinâmicos de inovação. Esses processos dinâmicos de inovação não
ocorrem espontaneamente, sendo frutos do processamento de conhecimento, o qual por sua vez é alavancado
pela Gestão do Conhecimento Organizacional (Knowledge Management - KM), uma atividade que,
conscientemente ou não, sempre existiu e continuará existindo. (GOLDMAN, D’ AVIGNON, 2010)

Uma das principais abordagens da KM se apoia no trabalho de Nonaka (1991,1994) que, sozinho ou com seus
diversos coautores, em mais de vinte anos de pesquisa acadêmica, em sua Teoria da Criação do Conhecimento
Organizacional, procura explicar tanto o processo de criação do conhecimento organizacional, como também as
condições que facilitam sua criação. Para Nonaka, a organização de uma empresa cria novos conhecimentos por
meio da síntese, um processo dialético, contínuo e dinâmico, convertendo o conhecimento tácito em explícito e
vice-versa.

Segundo Nonaka, o que possibilita a inovação é a criação de conhecimento organizacional - processo pelo qual o
conhecimento criado por indivíduos é disponibilizado e amplificado, sendo integrado a um sistema de conhecimento
da organização. A criação de conhecimento organizacional deve assim ser entendida como a capacitação de uma
organização de criar conhecimento, disseminá-lo em sua organização, incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas
e até mesmo modificar a própria organização.

Uma importante abordagem de KM diz respeito às redes interorganizacionais de criação de conhecimento, ou seja,
não apenas dentro das empresas, mas também a partir dos relacionamentos entre empresas diferentes.
(AHMADJIAN, 2004, p. 227-245)

(*) Estrada do Pau da Fome 839 - Jacarepaguá - CEP: 22723-497 - Rio de Janeiro - R J - Brasil
Tel.: (+55 21) 2446-9478 FAX: (+55 21) 2446-9474 - E-mail: fgoldman@furnas.gov.br
2

A KM caracteriza-se também como importante precursora de inovações tecnológicas, tanto as dependentes de


conhecimento técnico (novos produtos, serviços e processos), como as de mudanças organizacionais e
institucionais.

Por outro lado, como é largamente sabido, a sustentabilidade vem sendo reconhecida em todas suas dimensões -
ambiental, social, cultural, econômica etc. - como condição sine qua non para o desenvolvimento das empresas e
demais arranjos organizacionais.

Assim, é natural que as questões relacionadas à sustentabilidade, em especial as de ordem ambiental e social,
venham tendo cada vez mais impacto na definição de estratégias empresariais em negócios de toda espécie, como
também na formulação, planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas. Hoje, não há mais como
pensar em um empreendimento, de qualquer natureza ou ordem de grandeza, sem levar em conta sua
sustentabilidade, bem como a forma como ele afeta a sustentabilidade de todas as possíveis partes interessadas.

Tal tipo de avaliação, tão ampla, afeta cada nível de criação de valor no curto e longo prazo.

A s empresas que buscam a longevidade já perceberam que suas estratégias devem levar em conta a
sustentabilidade em toda sua rede de valor para poder gerar resultados reais, criando valor para os acionistas em
uma perspectiva de longo prazo, pelo real aproveitamento de oportunidades aliado ao adequado gerenciamento
dos riscos. A chave do real sucesso, ou seja, o de longo prazo, reside na capacidade de adotar estratégias
empresariais e ações que visem atender às necessidades e interesses das empresas e suas relações com: o meio
ambiente, suas partes interessadas (stakeholders) e a sociedade em geral. No presente e no futuro.

No entanto, a simples aceitação da importância dos princípios da sustentabilidade, como ferramenta da gestão de
riscos ou elemento de aumento da competitividade e de criação de valor de longo prazo, não é suficiente, se não
for acompanhada de uma KM que possibilite as inovações demandadas pela sustentabilidade, para viabilizar a
adaptação proativa aos mais modernos conceitos sobre o assunto. Há que se considerar que não basta repetir
discursos sem uma ampla discussão sobre o significado dos conceitos utilizados. Trata-se de definir problemas e
tomar decisões em um cenário de alta incerteza e racionalidade limitada. É preciso ir além da legislação e
instrumentos aplicáveis, antecipando-se às novas demandas de consumidores e colaboradores, assim como aos
diferentes eventos no cenário internacional, o que exige real capacidade de ação efetiva, ou seja, conhecimento.

Destaca-se nesse contexto, a transição mundial para uma nova economia de baixo carbono, que envolverá, em
escala global, não só a troca dos combustíveis fósseis utilizados, mas também a forma de pensar sobre como gerar
e distribuir energia; transportar cargas e pessoas; aquecer, resfriar e iluminar residências, escritórios e áreas
públicas; e fazer funcionar as instalações industriais.

Hoje, é cada vez mais evidente que sem uma adequada KM, seja no nível das empresas ou no nível
interorganizacional, empresas e outros arranjos organizacionais de setores que passam por profundas
transformações, como é o caso, por exemplo, do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), não alcançarão as inovações
demandadas pela tão desejada sustentabilidade.

2.0 - A IM PO RTÂN CIA DA E N E R G IA P A R A U M A N O V A E C O N O M IA DE BAIXO C A R B O N O


A produção de energia é responsável por mais de 60% do C 0 2 emitido para a atmosfera a cada ano. (FÓ R U M
E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009) A limitação das emissões para uma concentração de 450ppm C02-eq exigirá ao
longo das próximas décadas uma completa reestruturação das infra-estruturas energéticas utilizadas.

Por isso, neste artigo são focados os sistemas de energia na análise da transição mundial e brasileira para uma
nova economia de baixo carbono.

3.0 - A T R A N S IÇ Ã O NO M UND O
Ideal seria que todas as mudanças na forma de pensar o uso da energia aconteçam objetivando-se a equidade,
sem comprometer um crescimento global necessário para erradicar a pobreza dos países em desenvolvimento e,
ao mesmo tempo, diminuir a sede de consumo de recursos naturais e energéticos das sociedades mais avançadas.

No entanto, a história mostra que como, acontece em qualquer transição de paradigmas tecnológicos, haverá os
que se adaptarão a tempo e os que não.

Os capitais envolvidos na transição para uma nova economia de sistemas de energia com baixas emissões de
carbono são significativos, mas comprometem pouco o crescimento do PIB mundial. Há diferentes estimativas
quanto ao valor exato do investimento necessário. Fala-se em custos da ordem de 1% do PIB mundial para limitar
os gases de efeito estufa a uma concentração de 550ppm C02-eq até 2050, o que equivaleria a cerca de US$ 500
bilhões por ano atualmente, se considerando um PIB mundial de US$ 54 trilhões, registrado em 2007. (FÓ R U M
E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009)
3

Quanto mais longo o atraso na tomada de medidas decisivas, maior o custo de mitigação, pois não se pode
desconsiderar que continua havendo investimentos novos em antigas fontes poluidoras, em especial termelétricas
convencionais a combustíveis fósseis, para fazer frente ao crescimento da demanda de energia atualmente
previsto.

A s estimativas da Agência Internacional de Energia do World Energy Outlook (WEO) 2008 (apud FÓ R U M
E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009) são de que cerca de US$ 550 bilhões devem ser investidos em energia renovável
e eficiência energética isoladamente, a cada ano, até 2030, para limitar as concentrações em 450ppm C02-eq,
enquanto as análises da New Energy Finance's Global Futures (apud F Ó R U M E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009)
apontam para uma média de investimentos de US$ 515 bilhões anualmente até 2030.

Já Nicholas Stern (HERZOG, 2010) corrige esta estimativa para 3% do PIB mundial devido avelocidade das
transformações que hoje as mudanças climáticas vem impondo às sociedades humanas.

Embora os fatos até aqui elencados sejam preocupantes, há boas novas. O processo de transição e o aumento dos
investimentos associados já começaram, pelo menos em muitos países, que estão desenvolvendo novas
tecnologias.

O investimento em energias limpas - definidas no relatório citado como o investimento em energias renováveis e
tecnologias de eficiência energética, porém excluindo a energia nuclear e as grandes centrais hidrelétricas -
aumentou de US$ 33 bilhões para US$ 148 bilhões entre 2004 e 2007, sendo responsável por cerca de 10% dos
gastos em infra-estrutura global de energia.

Na geração de eletricidade, a rápida expansão das energias renováveis foi ainda mais notória, com um acréscimo
da capacidade de geração de energia de 42GW em 2007, pouco menos de um quarto do total do acréscimo da
capacidade de geração de energia mundial, 190GW.

Graças ao aumento dos investimentos em energia limpa nos últimos anos começou a surgir uma nova configuração
da infra-estrutura energética, com menos emissão de carbono.

Embora não seja possível prever como será a energia do mundo em 2050, provavelmente uma proporção
substancial da energia consumida será, sem dúvida, ainda fornecida por combustíveis fósseis. Porém, parece ser
bastante certo também que um futuro com baixas emissões de carbono pelos sistemas de energia incluirá
contribuições significativas das seguintes fontes de energia renováveis: eólica onshore e offshore; solar fotovoltaica
e térmica; energia a partir de biomassa e resíduos sólidos urbanos; etanol a base de açúcar; celulósicas e uma
próxima geração de biocombustíveis; e energia geotérmica (não comumente encontrada no Brasil).

Embora estas tecnologias energéticas - que representam apenas um subconjunto de toda a gama de
oportunidades possíveis - possam ainda não estar totalmente competitivas em custo com combustíveis fósseis,
economias obtidas pelo aprendizado tecnológico, o esgotamento do petróleo e gás e o aumento das condições de
segurança em instalações nucleares contribuirão fortemente para criar igualdade de oportunidades.

Há uma percepção de que as tecnologias de energias renováveis estão cada vez mais baratas, à medida que
alcançam escala e experiência operacional. Acredita-se que os custos da eletricidade solar fotovoltaica, por
exemplo, podem tornar-se comparáveis com os preços diurnos de varejo da eletricidade nas partes mais
ensolaradas do mundo nos próximos anos, mesmo sem subsídios e em determinados locais, como resultado de
pesquisas tecnológicas e desenhos institucionais adequados, a energia elétrica de origem eólica já é competitiva
com os custos da geração de eletricidade a base de gás natural, sem subsídios.

Outro aspecto importante, diz respeito ao fato de que as energias renováveis não são geralmente sujeitas a riscos
relacionados com os custos de combustível. Um aumento dos preços dos combustíveis em 20%, por exemplo,
aumenta os custos da geração de 16% para o gás e 6% para o carvão, deixando as tecnologias de energias
renováveis praticamente intocadas. A volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis deverá por si só incentivar
os responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica a buscar uma proporção de energias renováveis nas suas
matrizes, reforçando assim a ideia da maior aceitação de fontes renováveis.

Há ainda a expectativa de que possíveis reduções nas taxas de financiamento, fruto da crise mundial, beneficiarão
mais as tecnologias de energias renováveis, as quais têm maiores custos iniciais de capital, porém não tem custos
de combustíveis. Isto significará que aquelas instalações terão maiores reduções de custos do que às instalações a
gás natural ou carvão.

Também é esperado um renascimento da energia nuclear, em muitos países ao redor do mundo. A participação da
energia nuclear na produção total de eletricidade tem-se mantido estável em cerca de 16%, desde a década de
1980. Esse aguardado crescimento a médio e a longo prazo, porém, será sempre limitado por questões de custos,
armazenamento, segurança e resistência pública, em especial, após o terremoto de 2011 no Japão.
4

Como exemplo de tudo que foi dito neste item, pode-se citar que os custos dos sistemas solares fotovoltaicos têm
diminuído regularmente ao longo de décadas. Há a perspectiva de que eles caiam ainda mais nos próximos 10
anos. Enquanto isso, os custos projetados para a construção de novas usinas nucleares, que já vinham crescendo
continuamente na última década, continuarão a subir. Em 2009, na Carolina do Norte, as curvas dos preços se
cruzaram e a eletricidade obtida a partir de novas instalações de sistemas de energia solar fotovoltaicos já está
mais barata que a eletricidade obtida a partir das novas usinas nucleares a serem construídas. (B LA C KBU R N ;
C U NNING HAM , 2010)

Isto tem profundas implicações para a energia da Carolina do Norte e seu futuro econômico, devendo aquele
momento ser reconhecido como decisivo.

4.0 - O U T R O S F A T O R E S DA TR A N S IÇ Ã O
A transição para um sistema de energia com baixas emissões de carbono não poderá ser alcançado apenas
através da adição de novas fontes de energia renováveis. Também será necessário fazer uma total mudança no
modo como a energia é distribuída, armazenada e consumida. Mais uma vez, os contornos destas mudanças, os
investimentos e as oportunidades implícitas, já podem ser vistos. Quatro áreas se mostram promissoras:

4.1. Eficiência Energética


Tem sido frequentemente dito que a fonte de energia mais barata é a energia não utilizada. Há enormes
oportunidades para melhorar a eficiência da infra-estrutura energética do mundo, tanto do lado da oferta como do
da demanda - e muitas delas até podem produzir retornos acima do custo de capital das grandes empresas. Num
relatório recente, a McKinsey Global Institute estima que existem oportunidades de investimento em nova
tecnologias para eficiência energética da ordem de US$ 170 bilhões que produziriam uma TIR de 17% ou mais
(apud F Ó R U M E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009).

4.2. Redes Inteligentes fSmart Grids)


A s atuais redes de eletricidade foram pensadas para distribuir energia barata e confiável a partir de usinas grandes
e centralizadas, com alto grau de previsibilidade. A rede do futuro terá de lidar com abastecimento descentralizado
e flutuante. Espera-se também uma mais sofisticada gama de serviços para ajudar na gestão da energia do lado da
demanda. Somente uma nova arquitetura de rede, totalmente digitalizada e tirando partido de dispositivos
inteligentes de alta velocidade, será capaz de satisfazer essas necessidades. Segundo a New Energy Finance
(apud F Ó R U M E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009), os investimentos estimados são da ordem de US$ 8,6 trilhões
(incluindo US$ 6,8 trilhão para modificar ou substituir as atuais redes de transmissão e distribuição).

4.3. Armazenamento da energia


A necessidade de armazenamento da energia está aumentando - seja para alimentar os veículos elétricos
híbridos, suavizar flutuações de oferta e demanda, ou para estender a funcionalidade de dispositivos. Os custos de
armazenagem de 1MWh de eletricidade variam entre US$ 50 a US$180, dependendo da tecnologia utilizada. Como
estes custos vêm caindo, o armazenamento de energia poderá cada vez mais ser utilizado para facilitar o
fornecimento de energia ou para diminuir a distância no consumo de eletricidade entre dentro e fora do horário de
pico. Melhor armazenamento de energia também é exigido por cada vez mais avançados aparelhos móveis e
ubíquas comunicações.

4.4. Captura e Seoüestro de Carbono


Nenhuma discussão da futura infra-estrutura energética pode ser completa sem considerar Captura e
Armazenamento de Carbono (Carbon Capture and Storage - C C S ) como um elemento transitório de redução das
emissões de G EE. Há quase 200 projetos em diferentes fases em torno do globo. Com tantos países - incluindo a
China e os Estados Unidos - muito dependentes do carvão para a sua eletricidade, a C C S precisa fazer parte da
solução, se realmente se pretende restringir as concentrações a 450ppm C02-eq. Embora possa por vezes não
parece ser o caso, há um avanço inexorável para um mundo em que todas as grandes economias colocam um
preço sobre emissões de gases de efeito estufa e um sistema global mais forte deverá surgir em breve.

É possível perceber também o surgimento de um sistema interligado de mercados financeiros de cotações,


semelhante à dos mercados cambiais. Um único preço para o carbono em todo o mundo provavelmente não é
exequível, mas também não é necessário. À medida que cada um desses mercados de carbono cresce em
liquidez, suas regras mostram-se firmes e tornam-se bem compreendidas, se revelará uma gama de preços globais
de carbono - e esta será uma das forças motrizes significativas para alterações comportamentais.

O preço de Carbono por si só, no entanto, não será suficiente - pelo menos para as próximas décadas - para criar
em larga escala uma onda de energia renováveis, nem serão suficientes para promover a captura e sequestro de
carbono. Os preços serão estabelecidos por muitos anos por fontes mais baratas de crédito - a eficiência
energética e mecanismos baseados em projetos no mundo em desenvolvimento. Portanto, um preço de carbono é
um vetor indispensável para uma menor emissão de carbono, mas outras intervenções políticas ainda serão
necessários.
5

5.0 - A T R A N S IÇ Ã O NO BRASIL
No mundo há a necessidade de políticas e estratégias empresariais inteligentes para apoiar a transição para uma
infra-estrutura de energia limpa. A s indústrias precisarão de bem concebidos conjuntos de mecanismos de apoio.
Uma vez que os formuladores de políticas públicas no mundo criem incentivos para tornar as energias limpas um
elemento chave de sua resposta à atual crise financeira, haverá ainda a necessidade de medidas adicionais. Todo
um ecossistema de tecnologia e prestadores de serviços de apoio será fundamental para o crescimento saudável
de um setor de energia limpa - e isso está intimamente ligado à capacidade dos empresários e das empresas de
criar novos e inovadores empreendimentos.

Apesar do argumento muito utilizado de que a matriz energética brasileira ser ainda fortemente baseada em
energia hidrelétrica, podendo assim ser entendida como em sua maioria renovável, o Brasil não poderá ficar alheio
à transição para uma nova economia de baixo carbono, que está em curso no mundo, sob pena de ficar alijado dos
frutos das inovações tecnológicas advindas de tal transição.

Há também o desafio da necessidade de estar constantemente avaliando novas soluções para a área de energias
limpas, pois algumas tecnologias vistas no passado recente apenas como ficção agora se apresentam com maior
viabilidade.

Em contrapartida, soluções antes consideradas ideais, rapidamente, mostram-se inadequadas em um ambiente de


negócios ágil, competitivo, dinâmico, globalizado e complexo, exigindo adaptação constante, tendo como palavra
de ordem a “sustentabilidade”, vista em todos os seus aspectos. Esse processo se acelera e não pode mais ser
desconsiderado.

O Brasil precisará decidir se participará desse processo como ator ou como espectador.

Resulta daí a percepção de que o Brasil e os diferentes arranjos organizacionais ligadas ao setor energético
precisam estar dispostos a novos desafios, pois precisarão inovar, buscando não só a adaptação e o
aperfeiçoamento de suas culturas aos novos modelos estruturais e regulatórios do setor de energia mundial, como
também o respeito às especificidades do Brasil, sob pena de não o fazendo se tornarem obsoletas.

6.0 - A LG U M A S C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E O A PR E N D IZ A D O TE C N O L Ó G IC O

O aprendizado tecnológico aumenta a capacidade de ação efetiva, ou seja, o conhecimento dos diferentes agentes
de um mercado. É um vetor importante para entender a dinâmica da mudança tecnológica.

Tecnologias emergentes são geralmente caras e capturam apenas pequenos nichos de alto valor em possíveis
mercados. No entanto, à medida que as vendas vão acontecendo e se acumula experiência, as diferentes formas
de aprendizado tecnológico (learning by doing, learning by using, learning by interacting etc.) levam à redução de
custos e a um melhor desempenho técnico.

Empiricamente, observa-se que, para uma determinada tecnologia, em um mercado em equilíbrio competitivo, há
uma relação logarítmica linear entre o preço, entendido como desempenho, e a produção acumulada para aquele
mercado (W ENE, 2008). Esta relação logarítmica é conhecida como curva de experiência ou de aprendizado, e foi
relatada pela primeira vez, segundo W ene por Wright (1936 apud W E N E ,2007).

A relação entre redução de custos/ melhorias de desempenho e a produção acumulada mostra que o aprendizado
tecnológico é um processo recursivo, circular, que é mantido pelo volume crescente de mercado. Em outras
palavras, a tecnologia sempre aperfeiçoa a ela própria na medida que é usada. Idealmente, um produtor de
tecnologia de sucesso encontra continuamente novos mercados a medida que a tecnologia se torna mais barata,
atingindo mercados de massa,o que lhe possibilita exercer preços cada vez mais competitivos, em um circulo
virtuoso, até que um novo paradigma venha a criar um novo tipo de desequilíbrio.

Naturalmente, o aprendizado tecnológico medido pelas curvas de experiência e de aprendizado deveria fazer parte
da estratégia de tecnologia das empresas, setores econômicos e países.

No nível de um setor econômico, uma nova tecnologia mais cara, como, por exemplo aconteceu com os televisores
de tela plana, se destinará inicialmente a mercados de alto valor, mas conforme os custos se reduzem, pelos
diferentes tipos de aprendizado, os preços se reduzem e a nova tecnologia começa a desafiar as tecnologias
estabelecidas competindo em segmentos cada vez maiores dos mercados de massa, até que o domínio da
tecnologia em questão provoque assimetrias de informação e de conhecimento realmente compensadoras.

Em outro exemplo bastante conhecido, a telefonia móvel mostra como que uma tecnologia inicialmente muito cara,
através do aprendizado tecnológico, pode criar novos mercados de massa. O exemplo da telefonia móvel destaca o
papel das empresas estatais para reduzir a incerteza, estabelecer padrões e manter o processo de aprendizado
(M O ELLE R YD , 1997 apud W E N E ,2007)
6

Para W ene (2007) a política ativa de implantação de telefonia móvel executado pela Suécia e os países nórdicos e,
finalmente, pelas estatais européias de telecomunicações no período 1956 -1990, tem a sua contrapartida hoje na
arena da energia. Muitas das tecnologias de energia necessárias para lidar com as mudanças climáticas e
aumentar a segurança energética são hoje ainda muito caras. A implantação de programas de Governo pode criar
os mercados necessárias para estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e manter seu aprendizado
tecnológico (IEA/ O ECD, 2000, 2003 apud W E N E ,2007).

O objetivo seria derrubar os preços e aumentar o desempenho, tornando novas tecnologias eficientes em custo
possibilitando-lhes alcançar mercados de massa (IEA / O ECD, 2006 apud W E N E ,2007), ou seja exatamente o
contrário do que é feito no Brasil, onde se subsidia tecnologias amadurecidas na área de energia.

Um foco em real aprendizado tecnológico , seja em novas fontes renováveis de energia, seja em eficiência
energética, nos proporcionaria, assim, a oportunidade para a mudança tecnológica endógena no sistema de
energia brasileiro, nos tirando condição de usuários de tecnologias desenvolvidas por outros países no século XIX
e da tirania de estar sempre buscando atender uma demanda estimada segundo os critérios ditados por estas
mesmas tecnologias, além de poder contribuir drástica e efetimente para a redução das estimativas de custos para
a estabilização de C 02.

A s políticas públicas na área energética brasileira talvez devessem levar em conta o aprendizado tecnológico e os
outros fatores dele derivados, tais como os possíveis transbordamentos de conhecimento e a dinâmica do
mercado, ao definir o direcionamento de P & D, influenciando de forma mais realista e objetiva as decisões sobre
os grandes investimentos em tecnologias energéticas do futuro.

7.0 - C O N C L U S Õ E S E C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E PE S Q U IS A S FU T U R A S
O caminho para um futuro energético sustentável não será simples, mas certamente será inovador (GOLDMAN, D’
AVIGNON, 2010) e demandará muito aprendizado tecnológico, o que demandará criação de conhecimento
organizacional. O desafio para os formuladores de políticas públicas no Brasil, como no mundo, será manter o
extraordinário dinamismo da indústria de energia limpa nestes tempos difíceis e projetar pacotes de estímulos a um
sistema energético realmente sustentável.

Desenvolver tecnologias de energias renováveis, diminuir as fragilidades dos grandes sistemas centralizados,
implantando uma rede totalmente digital capaz de isolar devidamente algumas cargas, quando necessário, e
educar uma nova geração de engenheiros, técnicos e cientistas para estas novas realidades deveriam fazer parte
de qualquer programa brasileiro de crescimento.

A KM, entendida como um metaprocesso, uma reflexão crítica sobre os processos de criação de conhecimento
pode contribuir para a definição de estratégias empresariais inovadoras, alinhadas com as melhores práticas de
gestão socioambiental da atualidade. A transição em tempo hábil e com sucesso para uma nova economia de
baixo carbono no Brasil será fator primordial na determinação do papel que o país desempenhará no setor
energético mundial nas próximas décadas.

Esta transição dependerá de um sistema de conhecimento diversificado e multifacetado, capaz de lidar com novas
formas de competição, globalização dos mercados e das redes de valores, avanços tecnológicos, emergência de
novas indústrias, tendências demográficas, modificações na força de trabalho e jogos geopolíticos de poder, entre
outros fatores que exigirão que as técnicas sejam continuamente atualizadas, considerando-se as especificidades
nacionais, não se limitando à adaptação de técnicas desenvolvidas em outros países. Um sistema de
conhecimento conceitualmente correto é fundamental na busca de estratégias de catching-up adequadas à atual
sociedade do conhecimento, que irão caracterizar o Brasil como um definidor de tecnologias, ou um mero usuário
delas.

Há um desafio em minimizar o tempo necessário entre detectar uma necessidade e as inovações correspondentes,
mas no caso do S EB o desafio maior é criar um ambiente propício ao fluxo de conhecimento entre pesquisadores,
formuladores de políticas públicas e gestores empresariais.

Não é possível se pensar em um ambiente deste tipo se ele não estiver alinhado com as estratégias empresariais,
que deverão considerar adequadamente as dimensões tácitas e explícitas do conhecimento. Embora não se possa
deixar de destacar a importância da dimensão tácita do conhecimento, verdadeiro diferenciador entre as empresas,
não se pode deixar de notar também que a espiral da criação do conhecimento organizacional só se completa com
os processos que dão ênfase ao conhecimento explícito (combinação e internalização).

A correta compreensão do processo de criação de conhecimento organizacional, como proposta por Nonaka,
possibilita compreender também que o conceito de transferência de conhecimento, um conceito no mínimo
duvidoso, deveria ser substituído pela "co-produção" de conhecimento através da aprendizagem colaborativa entre
diferentes tipos de "especialistas" e de "usuários". Esta seria uma abordagem mais adequada para a construção de
7

um sistema de conhecimento voltado à transição em tempo hábil e com sucesso para uma nova economia de baixo
carbono no Brasil.

Este artigo traz a questão se o atual modelo estrutural do setor energético no Brasil, em especial a área de
pesquisa de seu setor elétrico - de inspiração neoliberal (GOLDMAN; C A S TR O , 2008) - restringe o papel da
agência reguladora do setor.

Em linha com as considerações acima, valerá a pena analisar o papel que vem sendo desempenhado pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e se:

• a A N E E L limita da concorrência apenas à fase de disputa pelas concessões de empreendimentos;

• a A N E E L insiste em avaliar a modicidade tarifária na ponta da geração e não na ponta do consumidor,


onde as tarifas em muitos casos são superiores às de países sem as fontes naturais de energia aqui
presentes;

• no S EB há um monopólio do planejamento do setor a um único agente estatal, a E PE , que insiste no


paradigma de planejamento de grandes empreendimentos (geração centralizada) e em otimização
hidroenergética entre diferentes bacias - através de grandes sistemas de transmissão e se este
posicionamento é ou não concentrador de renda;

• a A N E E L ao deixar às empresas a decisão de onde e como investir em P&D, perde a oportunidade de um


comportamente mais alinhado ao de uma agência reguladora em um país em desenvolvimento, perdendo
a oportunidade de formular políticas focadas nas inovações de enfrentamento das mudanças climáticas
esperadas;

• a A N E E L foca o atendimento do lado da oferta em detrimento do controle da demanda; e

• a A N E E L deixa de criar mecanismos de apropriação dos bens intangíveis afetados às concessões do


setor elétrico, em especial nas concessões de empresas estrangeiras.

A partir de tais análises, será possível refletir se a A N E E L vem ou não deixando de tirar partido de um mecanismo
de governança híbrido, a regulação, como elemento de estímulo a uma concorrência, capaz de alavancar o
desenvolvimento nacional através da criação de um ambiente propício à inovação e, portanto, de incentivos a
práticas eficientes de gestão, à expansão do produto e à redução das tarifas.

Assim, há importantes elementos para pesquisas futuras, buscando responder se a A N E E L atua realmente como
elemento de defesa e estímulo da concorrência e, ainda, se há a necessidade de questionar se o programa de
pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental (P&D) da A N E E L tem sido realmente capaz de contribuir para o
aprendizado tecnológico, propiciando inovações técnicas ou de mudança organizacional, que realmente garantam
maior bem estar da sociedade ou se melhor seria, por exemplo, investir os recursos de P&D na formação de redes
interorganizacionais de criação do conhecimento em resposta a um contexto de mudanças climáticas, que exige
ênfase em tecnologias limpas e busca de sustentabilidade.

8.0 - R E F E R Ê N C IA S BIBLIOG RÁFICAS

AHM ADJIAN, C. L. Interorganizational knowledge creation: Knowledge and networks. In H. Takeuchi , & I. Nonaka
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Innovations for a Low Carbon Economy: Economic, Institutional and Management Approaches, Edward Elgar,
London, pp. 15-46, 2008

9.0 - DADOS BIO G R ÁFICO S


Fernando Luiz Goldman é engenheiro da Eletrobrás Fumas, doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e
Desenvolvimento pelo PPED/IE/UFRJ e mestre em Engenharia de Produção da UFF. Foi diretor regional da SBGC
- Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento de 2007 a 2011.
ANEXO
RESOLUÇÃO NORMATIVA N° 67, DE 8 DE JUNHO DE 2004

DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO"
AGÊNCIA N A CIO N A L DE EN ERG IA ELÉTRICA - ANEEL

RESO LU ÇÃO N O R M A TIV A N ° 67, DE 8 DE JUNHO DE 2004

Estabelece critérios para a com posição


da Rede Básica do Sistem a Interligado
N acional, e dá outras providências.

Texto Original

Relatório e Voto

0 DIRETO R-G ERA L DA A G ÊN CIA N ACIO N AL DE EN ERG IA ELÉTRICA -


A NEEL, no uso de suas atribuições regim entais, de acordo com deliberação da Diretoria, tendo em
vista o disposto no art. 17 da Lei n° 9.074, de 7 de julho de 1995, no art. 3o da Lei n° 9.427, de 26
de dezembro de 1996, nos arts. 9o e 12 do D ecreto n° 1.717, de 24 de novem bro de 1995, nos arts.
3o, incisos II e III, 4 o, incisos IV e VII, e 21, Anexo I, do D ecreto n° 2.335, de 6 de outubro de
1997, nos arts. 6o e 7o do Decreto n° 2.655, de 2 de julho de 1998, no D ecreto n° 4.932, de
dezembro de 2003, com redação dada pelo Decreto n° 4.970, de 30 de janeiro de 2004, nas
Resoluções n° 166 e 167, am bas de 31 de maio de 2000, o que consta do Processo n°
48500.003812/00-67, e considerando que:

a Resolução n° 166, de 2000, relaciona as instalações de transm issão com ponentes da


Rede Básica do Sistem a Interligado N acional, e a Resolução n° 167, de 2000, define as receitas
dessas instalações e tam bém das Dem ais Instalações de Transm issão, conform e consta do Processo
n° 48500.000610/99-21;

existe a necessidade de aprim oram ento da regulam entação do sistem a de transm issão,
visando assegurar que a expansão das instalações, localizadas na fronteira entre as linhas de
transm issão e as redes de distribuição, efetivam ente ocorra nos tem pos requeridos, em consonância
com os critérios do planejam ento setorial; e

em função da A udiência Pública n° 034, realizada no dia 4 de dezem bro de 2003, foram
recebidas sugestões de diversos agentes do setor de energia elétrica, bem como da sociedade em
geral, que contribuíram para o aperfeiçoam ento deste ato regulam entar, resolve:

Art. I o Estabelecer, na forma desta Resolução, os critérios para a com posição da Rede
Básica do Sistem a Interligado Nacional.

Art. 2o Para os fins e efeitos desta Resolução são considerados os seguintes term os e
respectivas definições:

1 - Acessante: concessionária ou perm issionária de distribuição, concessionária ou


autorizada de geração, autorizada de im portação e/ou exportação de energia elétrica, bem com o o
consum idor livre; e

II - Instalações de Transmissão: instalações para prestação do serviço público de


transm issão de energia elétrica, abrangidas pelas Resoluções n° 166 e 167, de 2000, acrescidas das
instalações de transm issão autorizadas por resolução específica da A NEEL, aquelas integrantes de
concessões de serviço público de transm issão outorgadas desde 31 de maio de 2000 e, ainda, as
instalações de transm issão que tenham sido cedidas, doadas ou transferidas a concessionária de
transm issão.

Art. 3o Integram a Rede Básica do Sistem a Interligado N acional - SIN as Instalações de


Transmissão, definidas conform e inciso II do artigo anterior, que atendam aos seguintes critérios:

I - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipam entos de
subestação em tensão igual ou superior a 230 kV; e

II - transform adores de potência com tensão prim ária igual ou superior a 230 kV e
tensões secundária e terciária inferiores a 230 kV, bem como as respectivas conexões e demais
equipam entos ligados ao terciário, a partir de I o de julho de 2004.

“Art. 3o-A N ão integram a Rede Básica e são classificadas como instalações de


transm issão de energia elétrica destinadas a interligações internacionais aquelas definidas conforme
art. 21 do Decreto n° 7.246, de 28 de julho de 2010.”

(Incluído pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 442 de 26.07.2011)

Art. 4o N ão integram a Rede Básica e são classificadas como D em ais Instalações de


Transm issão, as Instalações de Transm issão que atendam aos seguintes critérios:

I - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipam entos de
subestação, em qualquer tensão, quando de uso de centrais geradoras, em caráter exclusivo ou
com partilhado, ou de consum idores livres, em caráter exclusivo;

“II - instalações e equipam entos associados, em qualquer tensão, quando de uso


exclusivo para im portação e/ou exportação de energia elétrica e não definidos como instalações de
transm issão de energia elétrica destinadas a interligações internacionais; e”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 442 de 26.07.2011)

III - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipamentos
de subestação, em tensão inferior a 230 kV, localizados ou não em subestações integrantes da Rede
Básica.

Art. 5o A Tarifa de Uso do Sistem a de Transm issão - TU ST será constituída por duas
com ponentes, conform e a seguir:

I - TU STrb : aplicável a todos os usuários do SIN; e

II - T U ST fr: aplicável apenas à concessionária ou perm issionária de distribuição que


utilize as instalações descritas no art. 3o, inciso II, em caráter exclusivo ou com partilhado, ou que se
conecte às instalações a que se refere o art. 4o, inciso III, em caráter com partilhado.

“§ I o A TUSTRB será calculada de acordo com a m etodologia descrita no anexo da


Resolução n° 281. de I o de outubro de 1999, e levará em conta as parcelas da Receita Anual
Perm itida - RAP associadas às instalações citadas no art. 3o, inciso I, e no art. 3°-A, desta
Resolução.”

(Redação dada pela Resolução Normativa ANEEL n° 442 de 26.07.2011)


“ § 2 o A TU STFR levará em conta as parcelas da RAP associadas às instalações citadas
no inciso II deste artigo, e será rateada pelos M ontantes de Uso do Sistem a de Transm issão - M UST
contratados pela respectiva concessionária ou perm issionária de distribuição nos horários de ponta e
fora de ponta” .

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 399 de 13.04.2010)

§ 3o Para fins de acesso de consum idores livres, centrais geradoras, im portadores e/ou
exportadores de energia, as instalações descritas no art. 4 o, inciso III, desta Resolução, deverão ser
consideradas como instalações de transm issão de âmbito próprio da distribuição, vinculadas à área
de concessão em que se localizem, devendo a concessionária ou perm issionária de distribuição local
responder pela totalidade dos M U ST contratados por esses usuários, visando o rateio a que se refere
o parágrafo anterior.

§ 4 o Os encargos de uso do sistem a de transm issão, obtidos a partir da aplicação da


TU ST fr, deverão considerar o valor pleno dos M UST contratados em cada ponto de conexão.

“ § 5o O O perador N acional do Sistem a Elétrico - ONS será o responsável pela


apuração, adm inistração da cobrança e liquidação dos serviços e encargos de uso das instalações
de transm issão a que se referem as parcelas TU ST rb e TUST fr.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 6o O ONS fica autorizado a adm inistrar a cobrança diretam ente por meio de
encargos de uso quando forem iguais a zero os M USTs contratados por concessionárias ou
perm issionárias de distribuição que utilizem as instalações descritas no art. 3o, inciso II, em caráter
exclusivo ou com partilhado, ou que se conectem às instalações a que se refere o art. 4o, inciso III,
em caráter com partilhado.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 399 de 13.04.2010)

Art. 6o As novas instalações a serem integradas à Rede B ásica deverão estar


recom endadas por estudos de planejam ento, projetadas em observância aos Procedim entos de Rede
e respaldadas pelos respectivos estudos técnicos e econôm icos da Em presa de Pesquisa Energética -
EPE e do Operador N acional do Sistem a Elétrico - ONS, visando subsidiar o correspondente
processo de licitação de concessão ou de autorização de reforços.

“Art. 7o A conexão à Rede Básica por meio de seccionamento de linha de transm issão
deverá ter a im plem entação das respectivas instalações precedida da celebração do Contrato de
Conexão à Transmissão - CCT e do Contrato de Uso do Sistem a de Transm issão - C U ST.”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 1° O barram ento, as entradas e as extensões de linhas associados ao seccionam ento e


tam bém os eventuais reforços e modificações na própria linha de transm issão e nas respectivas
entradas de linhas serão classificados como integrantes da Rede B ásica.”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 2 ° Quando o seccionamento destinar-se à conexão de instalações de consum idor


livre, de central geradora ou de im portadores e/ou exportadores de energia, atendidos por
intermédio da concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada, as instalações
definidas no § I o, ressalvado o disposto no § 5o, serão autorizadas em favor da referida
concessionária de transm issão, devendo:”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“I - o A cessante responder pelo pagam ento, por meio de CCT, do valor correspondente
à rem uneração do investim ento e respectiva depreciação anual referentes às instalações autorizadas;
e”

(Inciso acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“II - ser estabelecida parcela adicional da RAP, em favor da concessionária de


transm issão proprietária da linha seccionada, destinada a cobrir os custos de referência para a
operação e manutenção das instalações autorizadas, a ser considerada no cálculo da TU ST rb.”

(Inciso acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § 3o N os casos em que o seccionamento destinar-se ao atendim ento de concessionária


ou perm issionária de distribuição, o CCT será celebrado em até 90 (noventa) dias após a expedição
do ato de outorga m ediante:”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

“I - licitação para im plem entar o barram ento associado ao seccionam ento, o


transform ador de potência e equipam entos classificados nos term os do art. 3o, inciso II, bem como
o barram ento e equipam entos desta subestação integrantes das Demais Instalações de Transmissão,
sendo que:”

(Inciso acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“a) os custos da aquisição de equipam entos para m odificações nas entradas da linha
seccionada e da im plem entação das entradas e extensões de linhas associados ao seccionamento
serão alocados como custo do em preendim ento licitado, sendo estas instalações de seccionamento
im plem entadas pelo vencedor da licitação e transferidas para a concessionária de transm issão
proprietária da linha seccionada;”

(A línea acrescentada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“b) os equipam entos necessários para modificações nas entradas da linha seccionada
serão adquiridos pelo vencedor da licitação e transferidos para a concessionária de transm issão
proprietária da linha seccionada;”

(A línea acrescentada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“c) o em preendedor das instalações licitadas deverá elaborar os projetos básico e


executivo, além de especificar os equipamentos a serem integrados à Rede Básica, em
conform idade com o edital de licitação e os Procedim entos de Rede, devendo também, em relação
às instalações e equipam entos referidos nas alíneas “a” e “b ”, observar as norm as e padrões técnicos
da concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada;”

(Alínea acrescentada pela Resolução Normativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)


“d) o vencedor da licitação será responsável pelo fornecim ento de sobressalentes,
ferram entas e acessórios necessários à operação e m anutenção, incluindo respectivo treinam ento à
concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada, referentes às instalações e
equipam entos descritos nas alíneas “a” e “b” , antes da correspondente entrada em operação;”

(A línea acrescentada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“e) a concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada deverá verificar a


conform idade das especificações e dos projetos relacionados às instalações e equipamentos
referidos nas alíneas “a” e “b”, de acordo com o edital de licitação, participar do com issionam ento
das instalações transferidas e instalar os equipam entos descritos na alínea “b” ;

(A línea acrescentada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“f) o em preendedor das instalações licitadas receberá a integralidade da RAP resultante


da licitação e a concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada fará ju s a parcela
adicional da RAP para cobertura de custos das atividades descritas na alínea “e” de até 1,5% (um e
meio por cento) do orçam ento constante do contrato de concessão, referente às instalações licitadas
descritas neste inciso, e dos correspondentes custos de referência para a operação e manutenção das
instalações transferidas descritas na alínea “a”, a ser considerada no cálculo da T U S T rb .”

(A línea acrescentada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

‘‘II - autorização, em favor da concessionária de transm issão proprietária da linha


seccionada, para im plem entar, no todo ou em parte, as instalações definidas no § I o, o
transform ador de potência e equipam entos classificados nos term os do art. 3o, inciso II, bem como
o barram ento e equipam entos desta subestação integrantes das Demais Instalações de Transmissão,
quando o m ontante de investim ento referente às instalações descritas no inciso I for inferior aos
custos descritos na sua respectiva alínea “a” .

(Inciso acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

§ 4 o Além das condições técnicas para a conexão à Rede Básica, o CCT deverá dispor
sobre os direitos e as obrigações entre as partes e, especialm ente, que a desconexão antes do
térm ino do prazo contratual determ inará o ressarcim ento, pelo Acessante, dos encargos de conexão
associados ao tempo restante do contrato.

“ § 5o O A cessante a que se refere o § 2 o poderá, a seu critério e m ediante manifestação


formal em até 90 (noventa) dias após a em issão do Parecer de Acesso, im plem entar o barram ento,
as entradas e as extensões de linhas associados ao seccionamento, devendo, neste caso, transferi-los
à concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada, para fins de vinculação à
respectiva concessão e integração à Rede Básica, definindo no respectivo CCT, entre outros
aspectos, a responsabilidade do A cessante pela transferência de sobressalentes, ferram entas e
acessórios necessários à operação e m anutenção, incluindo treinam ento correspondente.”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 6o As transferências previstas no § 5o não geram direito à indenização ao Acessante


em preendedor das instalações.”

(Redação dada pela Resolução Normativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)


§ 7o N a hipótese prevista no § 5o, o A cessante deverá elaborar o projeto básico e o
executivo, além de especificar os equipam entos a serem integrados á Rede Básica, em estrita
observância aos Procedim entos de Rede e às normas e padrões técnicos da concessionária acessada.

“ § 8o A concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada deverá verificar


a conform idade das especificações e dos projetos referidos no § 7o e participar do respectivo
com issionam ento, de form a a não com prom eter o cum primento do cronogram a de im plantação das
citadas instalações, sendo os custos dessas atividades ressarcidos pelo A cessante no valor de 3,0%
(três por cento) do custo de construção efetivam ente realizado, por este inform ado, referente às
instalações transferidas.”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § 9 ° Para a situação prevista no § 5o, será estabelecida parcela adicional da RAP em


favor da concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada, destinada a cobrir os custos
de referência para a operação e manutenção das instalações transferidas, a ser considerada no
cálculo da T U S T r b .”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § 10. As transferências previstas na alínea “a” , inciso I, do § 3o e no § 5o, ocorrerão


pelo custo de construção efetivam ente realizado e as previstas na alínea “b”, inciso I, do § 3o pelo
custo de aquisição, sendo estes custos inform ados pelo cedente.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 11. As transferências de que trata o § 10 dar-se-ão de form a não onerosa para a


concessionária de transm issão proprietária da linha seccionada, devendo ser registradas no ativo
imobilizado da cessionária, tendo como contrapartida O brigações V inculadas à Concessão do
Serviço Público de Energia Elétrica (Obrigações Especiais).”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § 12. Os encargos relativos ao CCT referido no § 3o, e os encargos do correspondente


CU ST somente serão considerados no cálculo da tarifa do consum idor final da concessionária ou
perm issionária de distribuição a partir da respectiva prestação do serviço, sem efeitos retroativos.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302, de 26.02.2008)

“Art. 7°-A A conexão à Rede Básica em subestação existente deverá ter a


im plem entação das respectivas instalações precedida de celebração do CCT, observado o disposto
no art. 7o, § 4o, e do CUST, atribuindo-se à concessionária de transm issão proprietária da subestação
existente a responsabilidade pela im plem entação de eventuais reforços na própria subestação,
observado o disposto na Resolução N orm ativa n° 158, de 23 de maio de 2005.”

(Artigo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“ § I o Quando a conexão referida no “caput” destinar-se à conexão de instalações de


consum idor livre, de central geradora ou de im portadores e/ou exportadores de energia, atendidos
por intermédio da concessionária de transm issão proprietária da subestação existente, o Acessante
será responsável pelo pagam ento, por meio de CCT, do valor correspondente à rem uneração e
respectiva depreciação anual de eventuais adequações, específicas ao acesso, referentes aos
sistemas de telecom unicação, proteção, com ando e controle, além dos encargos definidos na
Resolução N orm ativa n° 158, de 2005, facultando-se acordo entre as partes a fim de que seja
im plem entada a referida conexão.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § 2o N o caso de a conexão referida no “caput” destinar-se ao atendim ento de


concessionária ou perm issionária de distribuição por meio de reforço na subestação existente, o
CCT será celebrado em até 90 (noventa) dias após a expedição do ato de outorga, mediante
autorização em favor da concessionária de transm issão proprietária da subestação existente para
im plem entação do transform ador de potência e equipam entos classificados nos term os do art. 3o,
inciso II, bem como do barram ento e equipam entos desta subestação integrantes das Demais
Instalações de Transm issão.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § 3o Os encargos relativos ao CCT de que trata o § 2o e ao correspondente CUST


somente serão considerados no cálculo da tarifa do consum idor final da concessionária ou
perm issionária de distribuição a partir da respectiva prestação do serviço, sem efeitos retroativos.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“Art. 7°-B A A NEEL, tendo em vista a m odicidade tarifária e com base em estudo de
alternativas realizado pelo ONS ouvida a EPE, poderá optar por licitar nova subestação em
substituição à im plem entação do reforço na subestação existente definido no art. 7°-A, § 2o.”

(Artigo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

“ § I o O vencedor da licitação im plem entará as instalações necessárias à conexão da


nova subestação definidas no art. 3o, inciso I, o transform ador de potência e equipam entos
classificados nos term os do art. 3o, inciso II, e o barram ento e equipam entos desta subestação
integrantes das Demais Instalações de Transm issão, devendo elaborar o projeto básico e o
executivo, além de especificar os equipam entos, em estrita observância ao edital de licitação e aos
Procedim entos de R ede.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302, de 26.02.2008)

“§ 2o O CCT será celebrado em até 90 (noventa) dias após a expedição do ato de


outorga para im plem entação da nova subestação, sendo que os respectivos encargos, juntam ente
com os encargos do correspondente CUST, somente serão considerados no cálculo da tarifa do
consum idor final da concessionária ou perm issionária de distribuição a partir da respectiva
prestação do serviço, sem efeitos retroativos.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 302. de 26.02.2008)

Art. 8o A concessionária ou perm issionária de distribuição deverá instalar, em sua área


de atuação, sistem a de m edição para faturam ento de energia elétrica, nos barram entos com tensão
inferior a 230 kV, ligado aos transform adores de potência integrantes da Rede Básica, conform e o
art. 3o, inciso II, desta Resolução.

§ I o A concessionária ou perm issionária de distribuição que com partilhe as Demais


Instalações de Transm issão a que se refere o art. 4o, inciso III, desta Resolução, tam bém deverá
instalar, em cada ponto de conexão com as referidas instalações, sistem a de m edição para
faturam ento de energia elétrica.

“ § 2o O diferencial de perdas elétricas entre o sistem a de medição a que se refere o


“caput” e o disposto no § I o deverá ser atribuído, proporcionalm ente, a cada Acessante, conforme
definido em Regras de Com ercialização” .

(Redação dada pela Resolução N orm ativa A NEEL n° 210 de 13.02.2006)

§ 3o O ONS, para fins de m onitoram ento dos indicadores de continuidade da Rede


Básica, deverá considerar como pontos de controle aqueles utilizados para instalação do sistem a de
m edição para faturamento de energia elétrica a que se refere o “caput” deste artigo.

§ 4o N o que se refere aos pontos de m edição existentes na data de publicação desta


Resolução, além das especificações técnicas constantes da Resolução n° 344. de 25 de junho de
2002, a concessionária ou perm issionária de distribuição deverá observar:

I - a data limite de 31 de dezembro de 2004 para entrada em operação dos m edidores; e

II - a data limite de 30 de junho de 2005 para entrada em operação dos transform adores
de instrum entos, com a classe de precisão requerida.

“ § 5o A Câm ara de Com ercialização de Energia Elétrica - CCEE deverá disciplinar, nos
Procedim entos de M ercado, as condições para aplicação de penalidade à concessionária ou
perm issionária de distribuição que não observar as datas limite estabelecidas no parágrafo anterior,
independente da ação fiscalizadora da A N EEL.”

(Redação dada pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 302. de 26.02.2008)

§ 6o Ficam validados, inclusive para fins do disposto no § 3o deste artigo, os sistem as de


m edição para faturam ento de energia elétrica da concessionária ou perm issionária de distribuição
que tenham sido instalados, em observância ao disposto na Resolução n° 344, de 2002, no lado de
alta tensão dos transform adores integrantes da Rede Básica.

“ § 7o A concessionária de transm issão acessada poderá efetuar a com pra dos


equipam entos de m edição para faturamento e cobrar o valor da concessionária ou perm issionária de
distribuição, via encargo de conexão, hipótese em que a propriedade do equipam ento será da
concessionária que foi acessada.”

(Parágrafo acrescentado pela Resolução N orm ativa ANEEL n° 248 de 23.01.2007)

Art. 9o Ficam alterados os arts. 18 e 21 da Resolução n° 281. de I o de outubro de 1999,


que passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 18...........................................................................................................................................

§ 3 o Em se tratando de unidades consum idoras, o sistem a de m edição para


faturamento de energia elétrica, necessário à conexão, será instalado:

I - pela concessionária de transm issão, para os casos de acesso a instalações


integrantes da Rede Básica; ou
II - pela concessionária ou perm issionária de distribuição local, nos casos de acesso
às dem ais instalações de transm issão, não integrantes da Rede Básica, ou às
instalações de distribuição.

§ 4 o O sistem a de medição a que se refere o parágrafo anterior será de


responsabilidade financeira dos consum idores que exercerem a opção prevista nos
arts. 15 e 16 da Lei n° 9.074, de 7 de julho de 1995, com redação dada pelas Leis n°
9.648, de 27 de maio de 1998, e n° 10.848, de 15 de março de 2004, bem como
daqueles a que se refere o § 5o do art. 26 da Lei n° 9.427, de 26 de dezembro de
1996, com redação dada pela Lei n° 10.762, de 11 de novem bro de 2003.

Art. 21. A leitura para fim de faturamento será efetuada pela autorizada,
perm issionária ou concessionária responsável pela instalação do respectivo sistem a
de medição, devendo ocorrer em intervalos de integralização de 15 minutos.

Parágrafo único. O ONS deverá acessar a central de aquisição de dados do M AE para


obter as inform ações necessárias ao cálculo dos m ontantes de uso do sistem a de
transm issão efetivam ente medidos, conform e disposto nos Procedim entos de Rede.”

Art. 10. Os Contratos de Prestação de Serviços de Transm issão - CPST, os CCT e os


CUST deverão ser aditados de modo a contem plar o disposto nesta Resolução, no prazo de até 90
dias, a contar de I o de julho de 2004.

Art. 11. Excepcionalm ente, pelo prazo de até 180 dias, a contar da data de publicação
desta Resolução, as instalações de transm issão im plem entadas diretam ente pelos Acessantes, nos
term os do art. 7o da Resolução n° 433, de 10 de novem bro de 2000, poderão ser integradas à Rede
Básica por meio de Contrato de Cessão de Uso - CCU, após o qual deverá ser aplicado o
procedim ento de transferência disposto no § 5o, art. 7o, desta Resolução.

Art. 12. Fica revogada a Resolução n° 433, de 10 de novem bro de 2000.

Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ M ÁRIO M IRAN D A ABDO

Este texto não substitui o publicado no D.O. de 11.06.2004, seção l , p . 82, v. 141, n. 111.
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Furnas

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Ministério de

Furnas Eletrobras Minas e Energia UM P A l S OE


GO VERNO FEDERAL
T O D O S

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