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Furnas
LINHAS DE TRANSMISSAO
CONSTRUÇÃO DE
LINHAS DE TRANSMISSÃO
NOÇÕES DE PROJETO E CONSTRUÇÃO
DACQ.E
Revisão: Ago/2012
S U M Á R IO
1 N O Ç Õ E S DE E L E T R I C I D A D E ...................................................................................................5
2.1. H IS T Ó R IC O ...................................................................................................................... 38
2.2. OBJETIVOS DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE P O T Ê N C IA ..................................................... 39
2.3. ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE P O T Ê N C IA ............................................. 40
2.3.1. Produção...................................................................................................................40
2.3.2. T ra n s p o rte ............................................................................................................... 40
2.3.3. D istribuição.............................................................................................................. 40
EX E R C ÍC IO S ............................................................................................................................. 42
3 P R O C E S S O S DE G E R A Ç Ã O DE E N E R G I A E L É T R I C A .......................................................... 43
4 R E E S T R U T U R A Ç Ã O D O S I S T E M A E L É T R IC O B R A S I L E I R O ............................................... 53
Sumário
Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
^ Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Eletrobras
Furnas
5 FA S E S DE P R O J E T O ............................................................................................................. 55
6 FA S ES DE C O N S T R U Ç Ã O ......................................................................................................93
7 A N E X O S ............................................................................................................................... 115
Sumário
1
NOÇÕES DE ELETRICIDADE
Desde 600 a.C. os gregos sabiam que o âmbar, friccionado com lã, adquiria a propriedade de
atrair pequenos objetos. Hoje em dia, para descrever essa propriedade dizem os que o âm bar está
eletrizado ou possui carga elétrica. É possível provocar o aparecim ento de cargas elétricas em
qualquer corpo sólido esfregando-o em outra substância.
Assim, um automóvel se torna carregado devido ao atrito do seu m ovimento com o ar. Numa
folha de papel que se move numa impressora aparecem cargas elétricas.
Somente no fim do século XIX é que se constatou que esse "algo" consistia de porções muito
pequenas de eletricidade negativa cham adas de elétrons.
Toda matéria é constituída de moléculas, essas por sua vez são constituídas de átomos.
Os prótons e os nêutrons formam o núcleo que possui carga positiva. Fora do núcleo, se
encontram os elétrons cujo número é igual ao número de prótons. Se o átomo não for
perturbado, de modo que não haja falta de elétrons em torno do núcleo, ele é eletricam ente
neutro. Caso se verifique a remoção de um ou mais elétrons, a estrutura de carga positiva que
resta é chamada íon positivo. íon negativo é um átom o ou grupo de átomos que possui um ou
mais elétrons além dos normais. O processo de perder ou ganhar elétrons é cham ado ionização.
ELETRONS
NÚCLEO
PRÓTONS E NÊUTRONS
Fig. 1.1
Condutores são substâncias que possuem cargas "livres" no seu interior e que se movem quando
sobre elas age uma força devido a um campo elétrico. As cargas livres em um condutor metálico
são os elétrons. Os metais em geral são bons condutores.
Os isolantes já não têm em seu interior elétrons livres, como exceção, aparecem apenas em
números reduzidos. São isolantes entre outras a borracha, o vidro, etc.
□ Prata
O uso da prata nos condutores de eletricidade é naturalmente limitado pelo seu preço mais
elevado. Entretanto, em alguns casos torna-se necessário seu emprego devido ao seu valor
altamente condutivo, superior ao do cobre e do alumínio.
□ Cobre
Devido à sua elevada condutividade e custo moderado o cobre tem seu uso mais generalizado.
Material maleável;
Facilidade de soldagem.
□ Alum ínio
O alumínio tem apenas 61% da condutividade do cobre, porém, é mais maleável, sua resistência
à tensão mecânica e sua facilidade de soldagem são inferiores quando comparados com o cobre.
1.4. ELETRIZAÇÃO
A eletrização de um corpo neutro pode ocorrer por simples aproximação de outro corpo
eletrizado, sem que haja o contato entre eles.
Considere, por exemplo, uma esfera inicialmente neutra e um bastão eletrizado negativamente.
Quando aproxim am os o bastão eletrizado da esfera neutra, as suas cargas negativas repelem os
elétrons livres da esfera para posições mais distantes possíveis, neste caso, para o lado oposto da
esfera, em relação à região de aproximação.
Dessa forma, surgem na esfera duas regiões distintas: no lado voltado para o bastão a esfera fica
com falta de elétrons, e, portanto, eletrizada com cargas positivas; no outro lado, a esfera fica
com excesso de elétrons, ou seja, eletrizada com cargas negativas.
Dizemos, então, que houve uma indução eletrostática cuja consequência é a eletrização de um
corpo.
Cham a-se indutor o corpo que provocou a indução. No nosso exemplo, o bastão eletrizado é o
corpo indutor.
Cham a-se induzido o corpo no qual ocorreu o fenôm eno da indução, no caso, a esfera que
estava, inicialmente, neutra.
INDUZIDO
INDUTOR
Se quiserm os obter no induzido uma eletrização com cargas de um só sinal, será suficiente ligá-lo
a terra, na presença do indutor.
ELÉTRON
Nessa situação, os elétrons livres do induzido, que estão sendo repelidos pela presença do
indutor, escoam para a terra.
Desfazendo-se esse contato, e logo após separando-se os corpos, a esfera ficará carregada
positivamente.
+ +
Fig. 1.7
Repetindo-se esse procedimento com um indutor eletrizado com cargas positivas, nota-se que o
induzido ficará carregado com cargas negativas.
Conclusão:
No processo da indução eletrostática, o corpo induzido se eletrizará sempre com carga de sinal
contrário à carga do indutor.
Vim os que, se de uma maneira qualquer o equilíbrio entre o número de elétrons e prótons for
quebrado, ficando o corpo com um excesso ou deficiência de elétrons, dizem os que o corpo está
carregado; falam os em corpos carregados ou sim plesm ente cargas.
Há vários processos pelos quais o equilíbrio entre as cargas pode ser alterado. Um deles é o
processo por atrito, como já visto, quando, por exemplo, uma borracha endurecida e pele de gato
são postas em contato há uma transferência de elétrons da pele para a borracha. Portanto, nesse
processo não há criação de cargas elétricas e sim uma transferência de elétrons de um corpo
para outro.
O Eletroscópio de Folhas é uns instrumentos para verificar se um corpo está carregado ou não.
O Eletroscópio de Folhas
É constituído de duas finas lâminas de alum ínio que são fixadas a uma haste metálica que
atravessa um suporte de vidro.
Quando se toca a placa com um corpo carregado, as folhas adquirem cargas do mesmo sinal e se
repelem, sendo sua divergência uma medida de maior ou m enor carga que elas receberam.
Em 1784, Charles Coulom b fez a primeira investigação quantitativa sobre a lei que rege a força
entre dois corpos eletrizados. Assim diz a Lei de Coulomb:
"A força de atração ou repulsão entre duas cargas puntiformes é diretam ente proporcional ao
produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas".
F = k .!LlJL- (N)
d2
A Lei de Coulom b, além de descrever as forças entre cargas elétricas, explica as forças que unem
os elétrons de um átom o ao seu núcleo, as forças que mantém juntos os átomos form ando as
moléculas e ainda as forças que ligam moléculas e átomos entre si para form ar os sólidos e
líquidos.
Assim, muitas forças têm origem elétrica, como por exemplo, as que unem as moléculas e os
átomos de nosso corpo, dando-nos uma configuração estável.
A força que impede uma corda ou um cabo de aço de se romper quando tracionado tem sua
origem nas interações elétricas entre as partículas que constituem o corpo.
18 , -19
Um Coulomb tem uma carga de 6 x 10 eletrons, ou um eletron tem carga de 1,6 x 10
Coulomb.
K = 9-109
sr
determinado experimental é:
K0= 9x 1 0 » ^
c
Vácuo = 1
Ar = 1,0006
Água - 8
Vidro = 4 a 10
Plástico = 6 a 12
Colocando-se uma carga de prova q próxima de outra carga Q, fixa, a uma distância d entre elas,
sobre cada uma delas agirá uma força F, podendo ser de repulsão ou atração.
Q (FIXA) q (MÓVEL)
— © --------------------- © -------- ►
Fig. 1.9
Isto mostra que existe uma influência de uma carga sobre a outra.
Conclui-se que existe uma região de influência, onde qualquer carga q colocada estará sob a ação
de uma força de origem elétrica.
A intensidade do campo elétrico num ponto qualquer, representada por E, é definida como o
quociente da intensidade da força F que atua sobre a carga de prova pela grandeza dessa carga.
F Newton
E =
Coulomb
Como foi visto, um isolante (dielétrico) é uma substância na qual os elétrons estão presos ao
núcleo, não havendo, portanto, cargas livres no interior do material. Entretanto, suponha que
colocamos um dielétrico em um campo elétrico, por exemplo, entre duas placas carregadas com
cargas contrárias figura 1.10. O campo elétrico atuará sobre os elétrons do isolante, exercendo-
lhes uma força que tende a arrancá-los dos respectivos átomos.
Se o valor do cam po aplicado não for suficientem ente elevado os elétrons continuarão ligados ao
núcleo (haverá apenas a polarização do dielétrico), mas se aum entarm os gradualm ente a
intensidade do campo externo, chegarem os a um ponto no qual os elétrons serão arrancados de
seus átomos, transform ando-se em elétrons livres.
O maior valor do campo elétrico que um dielétrico suporta sem se tornar um condutor denomina-
se rigidez dielétrica. Esta varia de um material para outro. Para o ar, em condições normais, a
rigidez dielétrica vale 30 kV/cm.
RESISTÊNCIA DIELÉTRICA
+ MATERIAIS kV / cm
+
+ Ar 30
+ Óleo 75
+
SF6 75
+
Parafina 350
£
+ Papel encerado 400
-r-r-r-Ô-r-r-!
Mica 500
BATERIA
Vidro 1000
Fig. 1.10
Quando dam os carga a um condutor, esta carga se distribui na superfície do corpo. Essa
distribuição não é uniforme, pois as cargas se aglomeram mais nas regiões onde o condutor
apresenta pontas. A densidade superficial de cargas é maior próximo às pontas, por isso o campo
elétrico será mais intenso nestas regiões. Esse poder das pontas encontra aplicação, por
exemplo, em pára-raios.
Abandonando-se uma carga de prova fl, neste campo elétrico, atuará sobre ela uma força de
natureza elétrica F, que tende a deslocá-la, espontaneam ente na sua direção e sentido.
© ©
Fig. 1.11
A força elétrica realizará um trabalho que vamos representar por WAB, onde WAB representa o
trabalho feito pelo campo elétrico sobre g.
1.5.5. Capacitância
A capacidade de um condutor arm azenar cargas elétricas depende da sua dimensão, da sua
forma e do meio que o envolve.
► *
Onde:
C = Capacitância
V = Tensão
C (coulomb)
1 farad (F) = l-
(volt)
O conjunto, assim constituído, de dois condutores, ou por um condutor e a terra (no caso de uma
LT) separados por uma pequena distância relativam ente às suas dim ensões é cham ado de
Capacitor.
Vim os que um condutor é uma substância que no seu interior há cargas "livres" que se movem
quando sobre elas agem uma força devida a um campo elétrico. As cargas livres em um condutor
metálico são elétrons. Em um eletrólito as cargas livres são íons positivos ou negativos.
Quando desejam os m anter continuam ente uma corrente em um condutor, devem os m anter um
campo elétrico no seu interior. Se o campo possui sempre o mesmo sentido, mesmo que sua
intensidade varie, a corrente é chamada contínua. Quando o campo muda de sentido
periodicamente, o sentido de circulação de cargas também muda, e a corrente é chamada
alternada.
Considerando a carga total dq que atravessa a seção de um condutor num intervalo de tempo t, a
corrente será:
q (coulomb) J .
z= — ------------ = A (ampere)
t (segundo)
Assim, quando em um fio tem uma corrente i = 1 (A), em cada 1 s passa uma carga q = 1 C
através de uma seção do fio.
Forma de Onda:
► t ► t
i = CONSTANTE
As cargas móveis que constituem a corrente elétrica, aceleradas pela voltagem, realizarão
colisões contra os átom os do condutor, havendo, então, uma determ inada oposição oferecida
pelo fio à passagem da corrente através dele.
V V
A sua expressão é dada por : R = -^ ~ VAB = R i l — = \ohm=\Q
i A
*1 V2 _ V1 _ V = R = Constante
Fig. 1.15
Se um material não for ôhmico, o gráfico V x i não será retilíneo, como na figura abaixo.
Fig. 1.16
Podemos citar, por exemplo, a lâmpada incandescente onde sua resistência não é constante
variando grandem ente com a temperatura do filamento, e o pára-raios (equipamento) onde a
resistência do elemento ativo é inversamente proporcional ao valor da tensão aplicada.
MATERIAL p ( q xm )
Alumínio 2,6 x 10 8
Carbono 3500 x 10 8
Cobre 1,7 x 10 8
Chumbo 22 x 10 8
Ferro 10 x IO -8
Mercúrio 94 x 1 0 '8
Prata 1,5 x 10 8
Tungsténio 5,5 x 10 8
Tabela 1.1
Observando a figura a seguir, vemos que haverá uma corrente i de A para B. À medida que as
cargas passam de A para B, elas estão indo de um ponto onde o potencial é maior para onde ele
é menor, pois VA > VB.
O tipo de energia que aparece dependerá do dispositivo que estiver ligado entre A e B. Se
tivermos um motor ligado entre A e B aparecerá energia mecânica.
P = R - i 2 ou p = ^ -
R
Parte da Física que estuda os fenôm enos magnéticos originados por correntes elétricas e suas
consequências.
Nessa época, já se utilizavam certas pedras que tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro,
na orientação da rota a seguir nas grandes viagens. Tais pedras, quando suspensas por seus
centros de massa, orientavam -se sempre no sentido norte-sul. Eram constituídas de óxido de
ferro e denom inadas de magnetita. Atualmente, recebem o nome genérico de ímã natural.
Posteriormente, descobriu-se a possibilidade de fabricar ímãs artificiais.
Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço, às quais se transm ite a propriedade
magnética.
Levam vantagem sobre os ímãs naturais por terem uma maior atração e poderem receber a
forma mais conveniente ao seu uso.
Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas pólos, que possuem comportamentos
opostos: pólo norte e pólo sul.
Fig. 1.21
Um exemplo dessa propriedade é a bússola, que foi inventada pelos chineses. Constitui-se de um
pequeno ímã em forma de losango, denom inado, agulha magnética, com possibilidade de girar
em torno de seu centro de massa.
Verifica-se que um dos pólos aponta aproxim adam ente para o norte geográfico e o outro para o
sul geográfico.
N
Fig. 1.22
Isso ocorre porque a terra se comporta como um enorme ímã com pólos magnéticos norte e sul.
Deve se lembrar que os eixos geográficos e m agnéticos da terra não coincidem e que o pólo norte
magnético corresponde ao pólo sul geográfico e vice-versa.
Somente no início do século XIX se descobriu a relação existente entre os fenôm enos magnéticos
e os elétricos. Experim entalmente, em 1820, o físico dinam arquês Hans C. Oersted verificou que
as correntes elétricas criam ao seu redor campos magnéticos.
Esse fato pode ser observado facilmente, colocando-se uma bússola próxima a um fio condutor,
por onde circula uma corrente elétrica. Nessas condições, a agulha da bússola muda para uma
posição perpendicular ao fio condutor, deixando de orientar o sentido norte-sul. Ver figura 1.24.
A experiência de Oersted marcou o início de estudos mais profundos, que visaram a determinação
das características desse campo magnético.
Este item trata do estudo das características da corrente elétrica que é induzida a aparecer
devido a presença de um campo magnético.
(A) (B)
Fig. 1.25
À medida que o condutor desce entre os pólos do ímã, observa-se um desvio momentâneo da
agulha do galvanôm etro, indicando uma corrente. Figura 1.25 (A).
A agulha não apresenta desvio quando o condutor está imóvel no campo magnético, o que leva à
conclusão de que a corrente induzida está relacionada com o movimento do condutor no campo.
Quando o condutor sobe entre os pólos do ímã, note-se outro desvio momentâneo do
galvanôm etro, figura 1.25 (B), desta vez na direção oposta, o que permite concluir que a direção
da corrente induzida no condutor está relacionada com a direção do movimento do condutor no
campo.
Mantendo-se o condutor fixo e fazendo o ímã subir, resulta num desvio idêntico ao da figura 1.25
(A). Quando o ímã desce, resulta num desvio idêntico ao da figura 1.25 (B).
O movimento relativo entre o condutor e o fluxo magnético é o mesmo, quer o condutor seja
levantado no campo estacionário ou o cam po seja abaixado e o condutor fique estacionário.
Quando um condutor corta as linhas de fluxo, o fluxo magnético que o atravessa varia, mas um
condutor que se mova paralelamente ao fluxo não sofre mudança alguma no fluxo que o
atravessa.
Fig. 1.26
Isto leva a observação de que o movimento relativo entre um condutor e um campo magnético,
que produz uma mudança do fluxo magnético que atravessa o condutor, resulta numa f.e.m.
induzida no condutor. Vam os supor que o condutor seja enrolado de modo que várias espiras se
coloquem no campo magnético conforme a figura abaixo.
Fig. 1.27
Quando a bobina desce entre os pólos do ímã, como na figura anterior, surge maior desvio no
galvanômetro.
Em cada um desses casos, o efeito é o de aum entar o número de linhas de fluxo cortadas pelas
espiras do condutor em determ inado período de tempo.
Podemos então afirm ar que o valor da f.e.m induzida, ou da corrente induzida num circuito
fechado, está relacionado com a velocidade com que o fluxo, que atravessa o condutor, varia.
Vim os que se induz uma f.e.m num condutor sempre que varia o fluxo que o atravessa e surge,
também, uma corrente induzida quando o condutor faz parte de um circuito fechado.
Como, segundo a lei de Lenz, deve ser realizado um trabalho para induzir uma corrente em um
circuito condutor, o processo é uma fonte prática de energia elétrica.
Porém, mover-se um condutor para cima e para baixo num campo magnético não é o método
conveniente para se induzir uma corrente. Um modo mais prático é dar ao condutor a forma de
espira, que pode girar no campo magnético, com suas extremidades ligadas ao circuito externo
por meio de anéis coletores, como na figura abaixo.
MOVIMENTO
Fig. 1.28
Segundo a lei de Lenz, a direção de uma corrente induzida deve ser contrária ao movimento que
a produz. A direção da corrente induzida na espira da armadura de um gerador pode ser
facilm ente determinada pelo uso de uma regra de mão esquerda conhecida como a regra do
gerador, que toma em consideração a lei de Lenz e o fato de que uma corrente elétrica num
condutor metálico consiste de um movimento de elétrons (ver figura abaixo).
Fig. 1.29
A regra do gerador: Estenda o polegar, o indicador e o dedo médio da mão esquerda em ângulos
retos entre si. Deixe que o indicador aponte na direção do fluxo magnético e o polegar aponte na
direção em que o condutor está se movendo; então o dedo médio aponta na direção da corrente
elétrica induzida.
1.9.5. Indutância
Uma força eletrom otriz pode ser induzida em uma bobina, quando a corrente da própria bobina é
alterada. Portanto a propriedade de uma bobina que provoca a indução de uma f.e.m. através de
si, pela variação na corrente é conhecida como auto-indutância, ou sim plesm ente indutância. A
auto-indutância L, de uma bobina é a razão da f.e.m. induzida nela para a velocidade de
variações de sua corrente.
Um aumento na corrente sofre oposição pela indutância e a energia é armazenada em seu campo
magnético. Uma dim inuição de corrente sofre oposição da indutância, e a energia é retirada do
seu campo, tendendo a sustentar a corrente.
É aquela que passa por uma série de valores diferentes, positivos e negativos em um período T,
após o qual se repete, continuam ente, esta mesma série de valores de maneira cíclica.
Fig. 1.30
1
Frequência: é o número de ciclos por segundo, /
'In
Velocidade Angular: (o = — -2 n j
Uma onda, realmente, senoidal está sendo mostrada na figura. A equação para ela é:
í ~ I m S Í n ( ® 7 ) — > I m — I máxim o
LU
H
aí
tL
O
U
Fase: é a fração de um período do qual o tempo ou ângulo de tempo associado wt, está avançado
em relação a uma referência arbitrária.
Fig. 1.32
□ Diferença de Fase
O ângulo de fase é um meio muito importante para determ inar convenientemente diferentes
quantidades alternadas umas em relação às outras. Por exemplo, se a tensão aplicada é:
v = Vmsin(cTí)
E sendo conhecido pela natureza e grandeza dos parâmetros do circuito que a corrente alcança
um determ inado ponto em sua onda 0 graus antes da onda de tensão, a corrente pode ser
expressa por: i = I msen(mt + 6 )
Fig. 1.33
A corrente que percorre um circuito, como um resultado da aplicação de uma tensão senoidal, é
governada em grandeza e fase pelos parâmetros do circuito (R, L, C, M), Resistência, Indutância,
Capacitância e Indutância Mútua, e pela velocidade angular ou frequência da tensão aplicada.
□ Impedância
Relaciona a tensão e a corrente em um circuito de C.A. A função impedância deve manifestar dois
importantes fatores:
As equações que exprimem as potências ativas (P), aparentes (N) e reativas (Q) podem ser
desenvolvidas em um triângulo retângulo cham ado triângulo de potências.
p = vi cos e
Fig. 1.34
IMas aplicações industriais as cargas são indutivas. A potência ativa fornecida à carga é uma
medida do trabalho útil por unidade de tempo que a carga pode executar.
Com relação ao triângulo de potências, a hipotenusa N dá uma indicação da carga, enquanto que
o cateto P mede a potência útil fornecida. É desejável que N se aproxime o mais possível de P,
isto é, que o ângulo se aproxime de zero, ou seja, que o fator de potência cos 0 se aproxime da
unidade.
No caso de uma carga indutiva é quase sempre possível aum entar o fator de potência colocando
capacitores em paralelo com a carga. Como a tensão na carga permanece a mesma, a potência
útil não varia.
Este é um tema bastante em pregado e usado nos estudos de conservação de energia elétrica.
Um baixo fator de potência significa que precisamos fornecer muitos kvar para cada kW de
potência ativa. Terem os uma grande parcela de corrente total, circulando no sistema de
transm issão e distribuição, sem produzir qualquer trabalho. Portanto, significa que terem os cabos
inutilmente sobrecarregados, perdas no cobre elevadas (I2R), reduções nos níveis das tensões e
multas das concessionárias.
O fator de potência pode ser corrigido com a utilização de capacitores, motores síncronos ou
compensadores estáticos.
Resumindo:
Potência Aparente = N = V l ( V A )
□ Exemplo
□ Resolução:
P = 1200 W
■ Situação atual
■ Situação desejada
Então:
Seja um reservatório d'água natural (natural ou artificial) com um desnível (h) qualquer entre o
nível superior e o ponto de escoamento. Consideram os ainda uma canalização para escoam ento
dessa água a fim de m ovim entar uma roda d'água que, por sua vez, através de um sistema de
eixos de transmissão, acionará uma máquina qualquer.
Onde:
h = desnível do reservatório
Vim os que a corrente elétrica em um fio é o movimento de pequenas partículas, denom inadas
elétrons.
A quantidade dessas pequenas partículas que passam, por segundo, no fio, denom inam os
intensidade de corrente elétrica, representamos por "I" e medimos em ampère.
Fig. 1.38
A corrente é exatamente análoga à quantidade de água que escoa por segundo no cano que
representamos por "q" e medimos em m3/s. Corrente "I" (A) ou (C/s) análoga à vazão m3/s.
Observando a figura abaixo, verificam os que para a água escoar é necessário que exista a
diferença de altura. Da mesma maneira, é necessário que exista uma grandeza que force a
passagem da corrente. Essa grandeza denom ina-se tensão ou diferença de potencial e a
representamos por "V" ou D.D.P., e a medimos em Volts da mesma maneira que convencionamos
denom inar de "h" a altura e a medimos em metro.
Fig. 1.39
■ Observação
Se observarmos a figura anterior, verem os que os sinais + e - que se costuma dizer pólo positivo
e pólo negativo, nada mais são que uma convenção de potencial mais alto e mais baixo, ou seja,
uma "altura elétrica".
Na figura anterior, poderíamos cham ar de + o ponto mais alto e de - o ponto mais baixo. Como
se nota a água escoa do ponto mais alto + para o mais baixo O mesmo acontece com a
corrente, escoa do ponto mais alto para o ponto mais baixo - (convencionalmente).
Considere que a "roda" da figura abaixo necessite para seu perfeito funcionam ento 5 litros d'água
por segundo. Sendo o cano relativam ente fino, ele não pode suportar a passagem de toda água
necessária para "tocar" a roda. Seria necessário trocá-lo por um mais grosso.
Fig. 1.40
Observam os então que a passagem dessa quantidade de água que se necessita para m ovim entar
a roda d'água, o cano da figura acima (lado esquerdo da folha) seria insuficiente, pois sendo mais
fino, permitiria uma passagem menor (exemplo 4 l/s) o que provocaria um m ovimento não
eficiente na roda.
A lâmpada abaixo necessita de 5 am pères de corrente para seu funcionamento. Sendo o fio muito
fino, pode acontecer que ele não com porte esta corrente. Para o bom funcionam ento da lâmpada,
seria conveniente trocá-io por um fio de diâm etro maior para perm itir a passagem de 5 ampères.
Fig. 1.41
Quanto à quantidade total de água "Q" do reservatório, ela pode realizar um trabalho que no caso
seria tocar a roda d'água. Para isso, seriam necessários uma diferença de altura "h" e um cano.
Essa quantidade de água quando não utilizada (imagine uma válvula instalada no cano, não
deixando a água passar), representa uma capacidade de produzir um trabalho o qual
denom inam os energia disponível.
Se agora abrirm os a válvula, isto é, fizerm os com que a água escoe pelo cano, esta movimentará
a roda, ou seja, a "energia" estará sendo utilizada. É agora, portanto, energia útil. É fácil
perceber que se não for renovada a água do reservatório (energia útil), ela se esgotará após um
determ inado tempo.
Falemos, agora de bateria. Ela possui produtos quím icos que podem reagir e produzir um
trabalho que, no caso, poderia ser pela bateria estar fornecendo através de seus bornes "A" e "B"
uma tensão "V" (12 volts, por exemplo) e estarem ligados por fios à lâmpada.
Fig. 1.43
Esta capacidade de produzir trabalho, também chamada de energia da bateria, quando não
utilizada, representa energia disponível.
Fig. 1.44
Se agora procedermos a ligação do fio acionando a chave "S", a lâmpada acenderá. A energia da
bateria passou a ser utilizada pela lâmpada. É agora, portanto, energia elétrica útil.
Fig. 1.45
É de se observar que, após algum tempo, se não renovarmos os produtos quím icos da bateria,
eles se deterioram e a energia obtida desses elementos se esgotará.
Fig. 1.46
Considerem os que a máquina anterior seja para moer trigo e que a quantidade de água contida
no reservatório dê para moer 100 kg de trigo e o tempo necessário para esta operação aconteça
em 10 horas, ou seja, a energia disponível d'água para moer 100 kg de trigo em 10 horas. A
capacidade de potência será então de 10 kg/h. Neste caso, tem os a ideia de um trabalho
efetuado num determ inado tempo. Isto representa a potência.
Potência = Trabalh0(energia>
tempo
Imagine a bateria, através da reação de seus produtos quím icos ela produz o trabalho necessário
para acender a lâmpada, ou seja, a energia suficiente para manter a lâmpada acesa. A esse
trabalho que a bateria realiza num determ inado tempo denom inam os potência elétrica da bateria.
Resumo:
Podemos ainda afirm ar que, da mesma maneira que o cano dificulta a passagem da água o fio,
também , dificulta a passagem da corrente. Essa dificuldade nós expressam os como a resistência
elétrica "R". Com relação à potência elétrica, poderíamos dizer que é um trabalho realizado
(energia despendida) num determ inado tempo:
„ „ , . Trabalho / ou I energia
Potência Elétrica = ------------------------—
Tempo
A carga elétrica em movimento possui certas propriedades que a carga elétrica em repouso não
possui:
□ Efeito Térmico
Devido aos sucessivos choques que as cargas elétricas sofrem em seu movimento, há a
transformação de energia cinética em calor, aumentando a temperatura do condutor. Esse efeito
é também conhecido como efeito joule. Um exemplo comum desse efeito é o ferro elétrico onde a
corrente provoca um aquecimento da resistência devido ao efeito Joule.
□ Efeito Luminoso
A simples presença de uma corrente elétrica por um condutor gasoso pode provocar a emissão de
luz. É o caso das lâmpadas de neon. Deve-se notar que basta haver a corrente para haver luz.
Nas lâmpadas de filam ento é necessário haver o aquecimento para então haver luz.
□ Efeito Químico
Fazendo-se passar uma corrente elétrica por um eletrólito (por exemplo: ácido sulfúrico em
água), observa-se a decomposição do eletrolítico (no exemplo desprende-se H2 e 0 2 da solução).
Esse fenômeno recebe o nome de eletrólise.
□ Efeito Fisiológico
Passando a corrente elétrica pela matéria viva, acarreta contrações musculares mais ou menos
violentas e sensações parestésicas (formigamento), que é o choque. Quanto maior for a corrente,
maior será a intensidade do choque.
Por vezes é conveniente em pregarm os valores muito grandes ou muito pequenos. Assim, ao usar,
por exemplo, um valor de 1000 watts é mais simples dizer 1 quilowatt; o prefixo quilo significa,
portanto, 1000. Segue, abaixo, outros termos.
deca da 10 = 10
deci d IO 1 = 0,1
zepto z io " 24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001
EXERCÍCIOS
b) Da sua deflexão
© Da sua forma
5. Quando um condutor movimenta-se entre dois pólos de um ímã é produzida uma f.e.m
induzida:
a) Sempre
b) Nunca
a) Movimento do condutor
b) Corrente
^ F lu x o magnético
d) F.e.m. induzida
a) Potência
^ Inércia
c) Energia
d) Força
a) Potência ativa
© Potência aparente
c) Potência reativa
d) Potência capacitiva
§ N d e P
b) P de N
c) N de Q
d) P de Q
a) Efeito luminoso
0 Efeito térmico
c) Efeito químico
d) Efeito magnético
a) IO'3 volt
b) IO '12 volt
10~6 volt
d) 10'9 volt
13. Num circuito elétrico, uma resistência de 100 ohms é alimentada por uma bateria de 20 volts.
O valor da corrente é:
a) 5 A Y :t*
b) 0,5 A ^ : , J$r : 1
c) 2 A í1 /0 §
@ 0 ,2 A
4 14. Quando melhoramos o fator de potência de uma instalação industrial, o ângulo formado pela
defasagem entre as potências ativa e aparente:
a) Aumenta
Diminui
*/
c) Não se altera
Adiantada
Repelem
c) Coincidem
d) Não se coincidem
a) Se um material é condutor
'Ük 21. Quando melhoramos o fator de potência de uma instalação industrial, o ângulo form ado pela
defasagem entre as potências ativa e reativa:
a) Aumenta .
b) Diminui
© Não se altera
22. Com parando-se o alum ínio com o cobre verificam os que o primeiro possui maior:
a) Condutividade elétrica
c) Facilidade de soldagem
^ M a le a b ilid a d e
c) Nas turbinas
Nos geradores
b) Sempre há repulsão
26. A distância entre duas cargas elétricas pontuais é d, sendo a intensidade da força de atração
eletrostática entre as cargas igual a F. Para que a intensidade da força aumente para 2 F, a
distância entre as cargas deve ser:
a) d 2
b) d /2
ÍIÁ
c) 2d/y[2
28. Duas lâmpadas de 60 W e 100 W são subm etidas a uma fonte de tensão dom iciliar de 127 V.
Podemos afirmar que:
2 9 .Três bolas metálicas A, B e C podem ser carregadas eletricamente. Observa-se que cada uma
das três bolas atrai uma das outras duas. Assinale a alternativa correta:
30. O fator de potência de uma instalação industrial não pode ser corrigido com a utilização de:
a) I, II e III
b) I, II e IV
c) I, III e IV
33. Um fio condutor retilíneo e muito longo é percorrido por uma corrente elétrica constante que
cria um campo magnético em torno do fio. Esse campo magnético:
b) É uniforme
d) É paralelo ao fio
34. Assinale a afirmativa que ordena corretam ente os valores condutivos dos metais:
a) Cobre > Prata> Alum ínio
2.1. HISTÓRICO
A Indústria de energia elétrica é a primeira sob muitos aspectos em muitos países. O progresso
industrial de um país pode ser medido pelo grau de aproveitam ento de suas fontes de energia. O
descobrim ento dessas fontes na natureza, o transporte da energia de um lugar a outro e a
conversão dessa energia bruta para formas mais úteis de utilização, são partes essenciais de uma
economia industrial.
Ao final do século XIX, quando a atividade econômica do Brasil era significativam ente agrária, a
participação da eletricidade como fonte de energia era inexpressiva. Com o início da
industrialização, fatores como a concentração em centros urbanos e o surgimento de uma classe
média impulsionaram seu uso.
A partir de 1920 o Brasil foi tendo o seu número de usinas hidrelétricas instaladas aumentado,
num crescim ento constante. Estas usinas estavam geralm ente associadas a regiões de atividade
industrial ou atendiam às localidades definidas por concessão municipal. Com o crescimento da
atividade e a necessidade de executar projetos de maior tamanho, iniciou-se um processo de
fusões e incorporações entre as em presas do setor.
Seguindo uma tendência mundial, durante as décadas de 1940 e 1950 as usinas passaram a ser
cada vez maiores para que se reduzissem os custos de instalação e de geração. A concentração
do setor nas mãos de poucas em presas privadas dava-lhes poder para cobrar caro e influir nas
diretrizes de crescimento econômico do país.
Um sistema de potência, nada mais é que um dos instrumentos utilizados para a conversão e
transporte da energia. O fornecim ento de energia elétrica, em bases comerciais, foi constituído
inicialmente, por geradores de corrente contínua alimentando cargas específicas como iluminação
pública, galeria, etc., e logo em seguida para consumidores residenciais.
O grande potencial hidroelétrico não podia ser utilizado devido as grandes distâncias. O problema
foi resolvido com a invenção do transformador, após o surgimento da corrente alternada. Isso
possibilitou a transmissão de energia elétrica a grandes distâncias, pois ele permite elevar a
tensão gerada, o que diminui as perdas na Linha, e depois reduzi-la novamente para utilização
industrial e doméstica com grande rendimento, desde que, a energia seja em corrente alternada.
Após a invenção dos motores de indução tiveram ainda maior impulso os sistemas de corrente
alternada que foram substituindo, gradativamente, os de corrente contínua.
0 GERAÇÃO
Subestação
Distiibuklora
© C O N S U M ID O R E S COMERCIAIS
E INDUSTRIAIS Q DISTRIBUIÇÃO
DISPOSITIVOS DE
AUTOMAÇÃO DA
DISTRIBUIÇÃO
COMSUMIDORES RESIDENCIAIS
Fig. 2.1
A linha de transm issão não pode arm azenar energia, logo toda a energia gerada é enviada aos
consumidores. A única energia arm azenada é a primária (água, carvão, urânio, óleo, etc.).
Um sistema elétrico de potência consiste em três com ponentes principais, as estações geradoras,
as linhas de transm issão e os sistemas de distribuição. Um sistema bem projetado, abrange um
grande número de estações geradoras interligadas de maneira que a energia total gerada, possa
ser utilizada em toda região coberta pelo sistema.
Uma das funções dos sistem as de potência é prever a demanda futura de energia de tal maneira
que centrais geradoras adequadam ente situadas e sistem as de transm issão bem coordenados,
flexíveis e eficazes, possam atender a uma determ inada região. À medida que o sistema cresce,
novas fontes de energia devem ser procuradas para satisfazer à crescente demanda, assim como,
novas linhas devem ser construídas.
O objetivo básico de um sistema de energia elétrica é fornecer essa energia às várias cargas
existentes numa dada área de serviço. Quando adequadam ente projetado, construído e operado,
ele deve atender aos seguintes requisitos:
Deve fornecer energia praticamente em todos os locais exigidos pelo consum idor na forma
apropriada.
A carga alimentada consome potência ativa e reativa variável com o tempo. O sistema deve
estar apto a fornecer essa demanda variável.
O sistema deve fornecer energia com custos mínimos, tanto econômicos como ecológicos.
Um sistema elétrico de potência com preende basicamente três partes principais: produção,
transporte e distribuição.
2.3.1. Produção
A energia elétrica é produzida nas Centrais Elétricas, também chamada de estações geradoras.
Estas Centrais utilizam-se de outras formas de energia existente na natureza para obtenção de
energia elétrica. Podemos classificá-las em:
■ Centrais Termelétricas: quando utilizam com bustíveis fósseis. (Ex.: óleo, carvão, gás, etc.).
Toda a tecnologia de geração de energia elétrica é baseada no fato de que é possível transform ar
as formas primitivas de energia disponível na natureza, em energia elétrica. Essa energia é então
finalm ente de novo transformada em outras e variadas formas úteis. Essas transform ações de
energia frequentem ente ocorrem de uma maneira um tanto complexa, sendo que praticamente
100% da energia elétrica, hoje produzida, são obtidas em sua transformação última da mecânica
para elétrica.
2.3.2. Transporte
É feito através das linhas de transmissão, levando grandes blocos de energia, geralmente, com
tensão elevada e distâncias longas.
2.3.3. Distribuição
PRODUÇÃO CO N SU M O
Fig. 2.2
GERAÇAO
N/S/M/X/V SUBESTAÇAO O
ELEVADORA i<
(A
U
H>
l
2
(A
z
«
LINHA DE V 0£
TRANSMISSÃO '
I-
1U
O
<
2
LU
H
SUBESTAÇAO (A
ABAIXADORA
DISTRIBUIÇÃO
CONSUMIDOR
- INDUSTRIAL
- COMERCIAL
- RESIDENCIAL
- OUTROS
Fig. 2.3
EXERCÍCIOS
a) O fornecim ento de energia elétrica foi constituído, inicialmente, por geradores de corrente
alternada
^ P r o d u ç ã o , transporte e distribuição
4. Um dos objetivos do sistema elétrico de potência é transm itir energia elétrica em:
d) No início da industrialização
A localização das centrais hidrelétricas é definida pela presença de quedas d'água, exigindo,
geralmente, a transm issão de grandes quantidades de energia a grandes distâncias.
Provavelmente a forma mais antiga de conversão de energia é a utilização da potência hídrica.
Sob o aspecto técnico-econôm ico, a vantagem mais evidente é que a energia obtida tem seu
custo de geração reduzido, possui boa flexibilidade de operação, alto nível de confiabilidade,
eficiente controle e regularização da vazão dos rios. Apesar desses aspectos positivos, a energia
hidrelétrica tem seus inconvenientes: a usina é construída junto à fonte e não junto à carga, não
há flexibilidade para deslocá-la.
Custo inicial da instalação elevado, devido principalmente às vultosas obras de engenharia civil,
exigindo grande investim ento para a construção da usina e do reservatório de acumulação
(desapropriação de terra). Alto custo de transporte desta energia pois terá que cobrir longas
distâncias e possui tensão alta para m inimizar perdas. Interferências no sistema ecológico e com
a estrutura sócio-econôm ica da área, pode às vezes destruir muita beleza natural. Atualm ente, o
custo do quilowatt, instalado nas usinas hidrelétricas, ainda tem sido muito menor que as de
outro tipo de geração.
RESERVATÓRIO
TUBULAÇÃO LINHA DE
TRANSMISSÃO
TURBINA GERADOR
Fig. 3.1
Para regiões onde a utilização convencional da energia hidráulica disponível foi esgotada,
desenvolveu-se um processo de aplicação relativamente recente, foram criados reservatórios de
bombeamento, que permitem a utilização da água em condições que seriam impraticáveis nos
esquemas convencionais.
Ela é basicamente hidrelétrica, constituída por dois reservatórios em níveis diferentes (um
superior e outro inferior), uma casa de máquinas onde se localizam as turbinas hidráulicas, os
geradores e os motores-bombas. Nos intervalos de pouca carga no sistema, os excedentes de
energia são utilizados para bombear água do reservatório inferior para o superior. E, quando a
demanda aumenta (horário de pico) a água do reservatório superior é liberada, passando pelas
turbinas e gerando energia.
TOTAL 10.050 MW
A localização das centrais term elétricas utilizando com bustíveis fósseis é "bastante flexível". Elas
são distribuídas em geral pelo sistema de tal maneira que, haja pelo menos uma próxima de cada
grande centro de carga, logo, usualmente, requerem a transm issão de energia a "pequenas"
distâncias. Os tipos de centrais térm icas mais usadas são mostrados a seguir:
A combustão de carvão ou a queima de óleo em caldeiras produz vapor a alta tem peratura, a
pressão resultante vai acionar as turbinas a vapor. O óleo apresenta a vantagem de poder ser
bombeado, através de um oleoduto, diretam ente da refinaria para a caldeira da usina
termoelétrica.
VAPOR
COMBUSTÍVEL
AR
Fig. 3.2
O custo específico dessas centrais decresce com o aumento da potência, portanto unidades de
maior potência levam a uma redução de custo. Como resultado disso, atualm ente, constroem -se
centrais geradoras acima de 500 MW.
A utilização de turbinas a gás como motores primários tem algum as vantagens sobre as turbinas
a vapor. Em operação normal, entretanto, são menos econôm icas e, sua principal vantagem
reside na capacidade de partir e tom ar carga rapidamente. Assim, as turbinas a gás estão sendo
introduzidas no sistema como um método para atender aos picos da carga.
Com relação a economia, provavelmente é mais vantajoso atender os picos de carga, ligando
uma turbina a gás que, para ser levada de fria à condição de trabalho necessita de,
aproxim adam ente, dois minutos, ao invés de se manter, continuam ente, em funcionam ento uma
usina term oelétrica de outro tipo.
Fig. 3.3
Sua aplicação se restringe as baixas potências e aos locais isolados e de baixo consumo. No
Brasil, as centrais com motores a diesel são muito utilizadas em regiões pouco desenvolvidas e
de localidades isoladas, tais como: regiões do Mato Grosso, Amazonas, Acre, Rondônia, etc.
Fig. 3.4
Fig. 3.5
Numa usina nuclear, um reator nuclear controlado substitui a caldeira tradicional como fonte de
calor. O calor liberado no processo de fissão é levado, através de um circuito primário, a um
"gerador a vapor", que é essencialm ente um trocador de calor. O vapor é então usado da
maneira "convencional" para produzir eletricidade.
Na fissão nuclear, a partícula nêutron (usada no processo por ter carga elétrica nula, o que evita
repulsão com o núcleo que é positivo), é acelerada em direção ao núcleo do átomo, que
geralm ente é de U-235 (urânio de número de massa 235), o que o deixa instável em U-236
(urânio de número de massa 236).
Com isso ele se divide em dois núcleos menores e mais leves, no caso, Ba-144 (bário de número
de massa 144) e Kr-89 (criptônio de número de massa 89), havendo a liberação nuclear,
radiação gama e mais nêutrons, que por sua vez, irão de encontro com novos núcleos atômicos,
desintegrando-os novamente em energia, radiação e outros nêutrons que seguirão o mesmo
caminho, numa verdadeira reação em cadeia.
Vaso d «
c o n te n ç ã o
Torre d e
tra n s m is s ã o
B o m b a p rin c ip a l de
re frig e ra ç ã o d o re a to r
Tanque de á g u a
d e a lim e n ta ç ã o
C -J C irc u ito p r im á r io
Q B C ircuito s e c u n d á rio
€ ■ * S iste m a d e á g u a d e re frig e ra ç ã o
Fig. 3.6
A energia nuclear para geração de energia elétrica, é uma opção que se tem quando os potenciais
hidrelétricos já estão praticam ente esgotados e os potenciais térm icos tais como, carvão,
petróleo, etc. apresentam custos muito elevados.
As usinas nucleares requerem altos investim entos iniciais e seus custos de operação e
manutenção são também muito altos.
Apresentam a vantagem de poderem ser construídas próximas ao local de consumo, porém, nos
últimos anos, devido aos problemas de segurança, elas tem sido localizadas distante de regiões
muito povoadas.
Até o momento, ainda não foi totalm ente equacionado o problema do lixo atômico, que é formado
dos resíduos radioativos resultantes do uso de combustível.
Até que se viabilizem econom icam ente o uso das outras fontes de energia em pesquisa, a energia
nuclear continuará sendo utilizada, principalmente, naqueles países em que já estão saturadas as
fontes de energia convencionais.
A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável e limpa, está disponível em
todos os lugares. A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala
comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria
aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de ideias e
conceitos preliminares para produtos de alta tecnologia.
Fig. 3.7
As hélices de uma turbina de vento são diferentes das lâminas dos antigos moinhos porque são
mais aerodinâm icas e eficientes. As hélices têm o formato de asas de aviões e usam a mesma
aerodinâmica. Na central eólica as hélices em movimento ativam um eixo que está ligado à caixa
de mudança. Através de uma série de engrenagens a velocidade do eixo de rotação aumenta. O
eixo de rotação está conectado ao gerador de eletricidade que com a rotação em alta velocidade
gera energia.
Um aerogerador consiste num gerador elétrico movido por uma hélice, que por sua vez é movida
pela força do vento. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cuja quantidade de energia
elétrica que pode ser gerada pelo vento depende de quatro fatores:
Da quantidade de vento;
Do diâmetro da hélice;
Da dimensão do gerador;
Existem, cerca de 30.000 turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo, com
capacidade instalada da ordem de 13.500 MW. No âmbito do Comitê Internacional de Mudanças
Climáticas, está sendo projetada a instalação de 30.000 MW, por volta do ano 2030, podendo tal
projeção ser estendida em função da perspectivas de venda dos "Certificados de Carbono".
No Brasil, embora o aproveitam ento dos recursos eólicos tenha sido feito tradicionalm ente com a
utilização de cata-ventos multipás para bombeamento d'água, algumas medidas precisas de
vento, realizadas recentemente em diversos ponto do território nacional, indicam a existência de
um imenso potencial eólico ainda não explorado.
Grande atenção tem sido dirigida para o Estado do Ceará por este ter sido um dos primeiros
locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico através de medidas de vento
com modernos anem ógrafos computadorizados.
Entretanto, não foi apenas na costa do Nordeste que áreas de grande potencial eólico foram
identificadas. Em Minas Gerais, por exemplo, a Central Eólica Experimental do Morro do
Carmelinho, no município de Gouveia, possui uma capacidade de 1MW. Ela é constituída por 4
turbinas de 250 KW de 30 metros de altura.
O aproveitam ento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre de tempo, tanto
como fonte de calor quanto de luz, é hoje, sem sombra de dúvidas, uma das alternativas
energéticas mais promissoras para enfrentarm os os desafios do novo milênio. E quando se fala
em energia, deve-se lem brar que o Sol é o responsável pela origem de praticam ente todas as
outras fontes de energia. Em outras palavras, as fontes de energia são, em última instância,
derivadas da energia solar.
Fig. 3.8
É a partir da energia do Sol que se dá a evaporação, origem do ciclo das águas, que possibilita o
represamento e a consequente geração de eletricidade (hidroeletricidade). A radiação solar
também induz a circulação atmosférica em larga escala, causando ventos. Petróleo, carvão e gás
natural foram gerados a partir de resíduos de plantas e anim ais que, originalmente, obtiveram a
energia necessária ao seu desenvolvim ento, da radiação solar.
A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade
(efeito fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel, em 1839, é o
aparecim ento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material
sem icondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade fundam ental do
processo de conversão.
A crise energética de 1973 renovou e ampliou o interesse em aplicações terrestres. Porém, para
tornar econom icam ente viável essa forma de conversão de energia, seria necessário, naquele
momento, reduzir em até 100 vezes o custo de produção das células solares em relação ao
daquelas células usadas em explorações espaciais. Modificou-se, também, o perfil das empresas
envolvidas no setor. Nos Estados Unidos, as empresas de petróleo resolveram diversificar seus
investimentos, englobando a produção de energia a partir da radiação solar.
3.4.3. Bioenergia
O mercado da bioenergia está crescendo rápido em todo o mundo. Bioenergia é a energia gerada
a partir de material vegetal (biomassa).
Vegetais e frutas;
3.4.3.1. Combustão
A combustão da biomassa libera calor que pode gerar eletricidade. Então podemos ter:
3.4.3.2. Gaseificação
São usados na geração de energia e na indústria química. A maioria das técnicas ainda está em
processo de desenvolvimento.
3.4.3.3. Fermentação
Fermentação é a desintegração da biomassa por uma bactéria anaeróbica para form ar uma
mistura de metano e dióxido de carbono.
Esse biogás é usado para a geração de eletricidade. A ferm entação é muito útilem indústrias,
pois elas aplicam esse processo no seu lixo e esgoto para purificá-los.
É possível que esse gás atinja a qualidade do gás natural, podendo então ser usado de várias
formas.
EXERCÍCIOS
2. A energia fotovoltaica:
Errado
a) Corumbá
b) Furnas
c) Marimbondo
Itumbiara
■tf 6. Assinale a única usina do sistema Eletrobras Furnas que possui dez geradores de energia:
^ M a s c a r e n h a s éz ^
b) Marimbondo
c) Itumbiara
d) Porto Colômbia
Diâmetro do aerogerador
b) Diâmetro da hélice
c) Dimensão do gerador
d) Quantidade de vento
^rlO.A ferm entação é a desintegração da biomassa por uma bactéria anaeróbica para formar uma
mistura de:
Na década de 90, houve uma reestruturação geral no setor elétrico brasileiro. Toda a legislação
brasileira sobre o setor elétrico foi modificada visando, principalmente, a privatização das
empresas de energia elétrica. No período de 1996 a 2000 foram privatizadas diversas empresas.
Atualm ente o setor elétrico está vinculado ao Ministério das Minas e Energia que é o órgão
executor da política energética nacional.
A regulação que antes era feita pela Eletrobrás e DNAEE, hoje, é feita pela Aneel. O controle da
operação que antes era feito pelo GCOI, hoje, é feito pelo ONS. As políticas e diretrizes que eram
definidas pela Eletrobrás, hoje, são feitas pelo CNPE. Foi criada também a ASMAE -
Adm inistradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia Elétrica, que define o preço de
mercado. Abaixo mostramos as entidades participantes do setor elétrico antes e depois da
reestruturação, o significado das siglas e o papel dessas entidades.
Antes: MME
DNAEE
Eletrobrás
GCOI
Subsidiárias
Concessionárias
Atual: MME
Aneel
CNPE
CCPE
ONS
EPE
CBEE
MAE
Eletrobrás (estruturada)
Tabela 4.1
Uma LT tem por finalidade transportar em forma de energia elétrica a energia proveniente de
fontes diversas, tais como: hidráulicas, nuclear, térmica, etc., até o ponto em que é convertida na
forma desejada, seja luz, calor, energia mecânica ou química.
Perm itir a otim ização da geração das diversas usinas de um sistema interligado.
Fig. 5.1
Quanto ao isolam ento dos cabos condutores, as LTs podem ser subterrâneas ou aéreas.
Nas LTs subterrâneas, os cabos condutores são isolados e instalados em dutos. Por terem seu
custo cerca de até 10 vezes o custo de uma LT aérea, para uma mesma tensão e potência
transm itida, têm sua utilização limitada a regiões onde haja impedimento da instalação aérea,
por exemplo, em regiões urbanas.
Nas LTs aéreas, os cabos condutores são nus, suspensos e mantidos a uma distância mínima de
segurança do solo. Nestas LTs os condutores são isolados, do solo, através do ar.
Quanto à forma de transmissão, as LTs podem ser de corrente alternada ou de corrente contínua.
■ LTs de corrente alternada (CA) - são as mais utilizadas tendo em vista a flexibilidade
apresentada por este sistema que permite gerar, transmitir, distribuir e utilizar a energia
elétrica na tensão mais econômica e/ou mais segura para cada caso. As LTs CA são trifásicas
com 1 (um) ou vários subcondutores por fase (8 subcondutores na LT 1200 kV, na ex-URSS).
* LTs de corrente contínua (CC) - apesar de apresentarem menores perdas na transm issão e
menores custos de implantação para uma mesma potência transmitida, somente são
utilizadas para transportar grandes blocos de potência a grandes distâncias ou para interligar
sistemas de frequências diferentes, face aos elevados custos dos equipam entos terminais. As
LTs CC são bipolares com vários subcondutores por pólo (4 subcondutores nas LTs ±600 kV
de Itaipu).
ESTRUTURA CA ESTRUTURA CC
Fig. 5.2
Basicamente, uma LT é constituída por cabos condutores por meio dos quais é transportada a
energia. Os condutores são nus (sem isolamento), e são suspensos do solo através de estruturas.
Os condutores são isolados das estruturas por meio de cadeias de isoladores, i * ,
JvpU
■ M - 1* m ; iv / i
AMORTECEDOR , ... r f C-/ l X i aI^Ü / ( A O Ò 3
DE VIBRAÇÃO ESFERA DE SINALIZAÇAO
tA Ç m
FAIXA DE SERVIDÃO OU
SISTEMA DE ATERRAMENTO DE SEGURANÇA
Fig. 5.3
Proteção contra descargas atm osféricas evitando quedas de raios diretam ente nos condutores
por meio de cabos pára-raios em conjunto com um sistema de aterram ento para permitir
escoam ento das correntes associadas a raios e curtos-circuitos. O sistema de aterramento,
normalmente, utilizado na Eletrobras Furnas, é constituído por fios ou cabos contrapesos.
Sinalização de advertência para aeronaves através da instalação de esferas nas cores laranja
ou verm elha e lâm padas de sinalização.
De modo a lim itar as perturbações nas vizinhanças de uma LT ao longo de seu traçado, não
só quanto ao balanço transversal dos condutores sob a ação do vento, mas também quanto
aos efeitos elétricos que podem causar ruído audível e interferências em TVs, as LTs ocupam
uma faixa de terreno conhecida como faixa de servidão ou de segurança, com largura
variável em função da tensão da LT.
Cabos condutores;
Estruturas e Fundações;
Isoladores;
As primeiras linhas de transmissão utilizaram o cobre como matéria-prima dos cabos condutores
devido a sua elevada condutividade. Entretanto, devido ao alto custo deste material as LTs têm
atualm ente seus condutores constituídos basicamente de alumínio, tanto em forma de liga ou
associados com aço.
Os cabos utilizados nas LTs são formados por fios encordoados, em camadas concêntricas em
torno de um fio central.
Cabos de Alum ínio com Alma de Aço (CAA) - compostos de uma ou mais camadas de fios de
alumínio encordoados em torno de um fio ou cabo de aço, denom inado alma. A função da alma
de aço é aum entar a resistência mecânica do cabo.
Cabos de Alum ínio-Liga (CAL) - constituídos por fios de alumínio-liga. Estes cabos possuem
resistência mecânica superior aos Cabos de Alum ínio (CA).
26/7 30/7 7 19
30/19 54/7 37 61
Exemplo:
□ ORCHID - ORQUÍDEA
Cabo CA, composto de 37 fios de diâm etro 3,33 (mm) com uma área total de 322 (mm2) /636
MCM.
? i
Resistência elétrica em CC a 20°C = 0,08546 (ohm/km)
/ &
□ No caso dos cabos CA há uma particularidade.
/ 3
O número de fios é dado pela expressão: (N = 3x__+ 3 x + 1 J ? 7
Onde:
AJ —3. •»3. 6 4 J
N = número de fios
^ ~ z .% + i ^ *J
X = número de coroas
aJ - 10 2 * <if * j
Logo, para:
1 coroa -» n = 7 fios
3 coroas -» n= 37fios
5 coroas n= 91fios
Obs.: 1 CM (Circular Mil) = área de um círculo cujo diâm etro é um milésimo da polegada.
Outros Exemplos:
□ GROSBEAK - BICUDO
Os materiais usados nos cabos pára-raios, em geral são aço, alumínio e alumínio-liga.
■ Cabos CAA - compostos de uma ou mais camadas de fios de alumínio encordoados em torno
de um fio ou cabo de aço denominado alma. São utilizados quando a LT apresenta elevada
corrente de curto-circuito.
■ Cabos OPGW (Optical Ground Wire) - Os cabos OPGW são constituídos por fios de alumínio-
liga e/ou aço alumínio, encordoados em torno de um núcleo onde se encontram as fibras
óticas. As fibras óticas permitem a transmissão de dados por meio digital, aumentando a
confiabilidade e facilitando o gerenciam ento do sistema de transmissão. Figura seguinte.
Tendo em vista a alta capacidade de transmissão de dados do cabo OPGW, em geral utilizada
apenas parcialmente pelas empresas de energia elétrica, o sistema com partilhado de transmissão
já vem sendo utilizado com empresas de telecomunicações.
A seleção do condutor é uma das mais importantes e complexas decisões, que deve ser tomada
antes que uma LT seja construída. Esta importância se dá não só por ser o condutor um
com ponente com significativo custo, mas considerando que sua bitola, peso e tipo de material
afetam os custos das estruturas e fundações, bem como os custos das perdas ao longo da vida
útil da LT.
O custo de uma LT ao longo de sua vida útil consiste na soma do custo de implantação com o
custo de operação (manutenção e perdas elétricas). Em geral, estes dois com ponentes podem ser
relacionados conforme mostrado na figura abaixo, para um tipo particular e formação do
condutor.
TOTAL IMPLANTAÇÃO
Fig. 5.9
Como se pode observar no gráfico anterior, a utilização de um cabo com um diâmetro maior, com
menores perdas, implica num custo de implantação maior. A decisão de se obter o mínimo custo
total faz com que se tenha um desembolso inicial maior do que se teria adotando-se um condutor
com diâmetro menor, porém com maiores custos futuros. Essa opção poderá ser do interesse da
empresa proprietária da LT, na falta de recursos para investimento ou quando se disponha de
condutor em estoque.
5.3.2.4. Estruturas
As estruturas de linhas de transm issão podem ser metálicas, de concreto armado ou madeira.
O aço permite que se obtenha uma maior variedade de tipos e formas de estruturas, desde
treliçadas convencionais formadas por perfis metálicos até as tubulares. As estruturas de aço são,
normalmente, protegidas contra a corrosão por meio de galvanização a quente (banho de zinco
fundido).
O alumínio tem sido muito pouco usado devido ao seu elevado custo. As estruturas de alumínio
são mais leves que as de aço ou concreto, o que facilita o seu transporte e montagem. Estas
estruturas apresentam ainda alta resistência à corrosão.
■ Concreto armado - o concreto armado tem se apresentado como alternativa para estruturas
de LTs de até 230 kV. Sua utilização, devido ao comprim ento e peso das estruturas, depende
das condições de acesso e do local onde serão montadas.
- Madeira - tem seu uso restrito, no Brasil, a LTs com tensão até 138 kV.
□ Tipos de Estruturas
As estruturas, quanto à transferência para o solo dos esforços a que são submetidas, podem ser
autoportantes ou estaiadas.
Nas estruturas autoportantes a transferência é feita diretamente através de fundações que são
partes da própria estrutura.
Nas estruturas estaiadas, os esforços se transm item ao solo, principalmente, através das
fundações dos cabos de estais que lhes dão resistência às cargas de tração, ficando, as fundações
dos mastros, sujeitas às cargas de compressão.
Nas estruturas treliçadas, os componentes das fundações podem ser em grelhas ou "stubs". As
grelhas são montadas diretamente em cavas abertas no solo e os "stubs", que são cantoneiras
metálicas, em butidos nas fundações em concreto (tubulão, sapata, etc.).
Quanto a disposição dos condutores nas estruturas, podemos ter circuitos com disposição
vertical, horizontal ou triangular.
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28,00 m
Fig. 5.20
Fig. 5.21
□ Partes de uma estrutura autoportante
□ Estruturas de Transposição
Sabe-se que a configuração assimétrica das fases de uma linha de transm issão traz, como
consequência, indutâncias diferentes correspondentes a cada fase. Não existe simetria elétrica
entre as mesmas e, mesmo com cargas equilibradas, as quedas de tensão nas três fases são
desequilibradas.
A tensão residual ou resultante induz tensões em linhas de com unicações adjacentes. Essas
características inconvenientes podem ser superadas, alternando-se as posições entre os
condutores em intervalos regulares ao longo da linha. Tal troca de posições é chamada de
transposição. Essa rotação consiste em dividir a linha em trechos de três lances e igual
comprim ento, transpondo-se o condutor no final de cada lance, efetuando assim um ciclo
completo de transposição, ou seja, a corrente de uma fase percorre 1/3 do com prim ento da linha,
em cada uma das três posições das estruturas.
Fig. 5.23
TORRE
TRANSP. 2
TORRE
TRANSP. 1
Fig. 5.24
5.3.2.5. Isoladores
Os isoladores não cerâmicos ou compostos são formados de uma haste de fibra de vidro ou
carbono revestida por sais a base de composto polimérico (silicone, EPDM, etc.).
O tipo de isolador mais usado em LTs é o de suspensão, podendo ser classificado em monocorpo
e disco.
►
ISOLADOR DE SUSPENSÃO TIPO DISCO ISOLADOR DE SUSPENSÃO MONOCORPO
CO
O aço e o alum ínio são os m ateriais mais em pregados para a fabricação das ferragens utilizadas
em linhas de transmissão.
As ferragens são projetadas para resistir aos esforços eletrom ecânicos e têm forma e acabam ento
projetados de modo a reduzir os efeitos elétricos, tais como rádio interferência (RIV) e corona.
São constituídas de elementos m etálicos que fazem a conexão mecânica da cadeia de isoladores
à estrutura.
■ Cadeias de suspensão - sustentam os condutores, transm itindo à estrutura o peso dos cabos
e as cargas devidas ao vento, como disposição vertical "I" ou em "V".
■ Cadeias de ancoragem - transm item para à estrutura a carga de tração dos cabos e cargas
devido ao vento, tendo, por isso, disposição horizontal.
5.3.2.9. Acessórios
Uma linha de transm issão utiliza vários acessórios para limitar os efeitos mecânicos da ação do
vento sobre os cabos condutores e pára-raios:
Am ortecedores - absorvem a vibração dos cabos evitando que os mesmos se danifiquem por
fadiga. Existem inúmeros tipos de amortecedores, sendo o mais utilizado o Stockbridge.
As características peculiares de uma obra de Linha de Transm issão fazem com que o projeto de
fundação das estruturas seja norteado por uma série de condições bastante distintas das demais
obras de engenharia. Dentre essas características, ressalta-se o número elevado de fundações a
serem executadas, as grandes distâncias entre essas fundações, as dificuldades de acesso, a
inexistência de uma estrutura de apoio logístico em cada local de torre, etc.
Além desses aspectos, que pareciam ser consideradas como gerais, ou seja, comuns a que todas
as Linhas de Transmissão, há que se destacar as características específicas de cada
empreendimento, as quais dependerão da região atravessada pela Linha.
As fundações somam uma parcela considerável do custo total de uma LT, chegando a
corresponder até a 30% deste valor, conforme o critério de dimensionamento. Ressalta-se que, a
confiabilidade operacional de uma LT está intimamente ligada à segurança oferecida pelas
fundações.
Exemplo:
(Grelha, tubulão, etc.) que atendem a grande maioria das condições de solos e de carregamento
(peso de estrutura, cabos, força do vento, etc.) encontradas ao longo da LT. Para os casos
atípicos são projetadas fundações especiais.
Fig. 5.34
CONCRETO
MAGRO “
Fig. 5.39
Proteção da LT
Numa Linha de Transm issão é muito comum encontrar isoladores danificados por terem sido
submetidos a descargas atmosféricas. Nestes casos, há uma redução de sua eficiência, podendo
haver inclusive form ação de arco elétrico entre a estrutura e o condutor ou, até mesmo, o
desligam ento da LT.
O conhecim ento da com posição dos custos, dos vários com ponentes de uma LT, é de grande valia
na identificação das áreas onde se deve atuar de modo a reduzir custos. A seguir, é apresentada
a composição de custos para vários níveis de tensão e características de LTs obtida em pesquisa
de âmbito internacional publicada pelo Cigre.
Tabela 5.1
A decisão para im plantação de uma linha de transm issão é tomada quando da realização de
Estudos de Planejamento, onde se define a tensão de transm issão, potência a ser transmitida,
local de saída e chegada da LT, bem como, da época necessária de sua implantação.
Esta etapa consiste no detalham ento da série de torres a serem utilizadas, tipos e bitolas dos
condutores e cabos pára-raios, isoladores, etc., permitindo a elaboração dos docum entos para
licitação de compra de materiais, contratação de projetista para elaboração de Estudos
Am bientais, quando necessário, e do projeto de detalham ento para construção da LT.
O Projeto de Detalham ento ou Projeto Executivo é a etapa em que se processa a elaboração dos
desenhos de detalham ento, especificações e instruções necessárias à execução da obra e
montagem dos equipamentos, ou seja, a construção da LT.
Definidas a tensão e a potência a ser transmitida pela LT, são analisadas para os condutores em
estudo, diversos aspectos relativos às perturbações causadas pelas descargas parciais em torno
do condutor.
Estas descargas irradiam ondas eletromagnéticas que irão afetar a recepção de rádio e televisão,
construindo uma forma de interferência, ondas luminosas sob a forma de corona visível e ondas
sonoras denom inadas ruído audível. Estas descargas consomem uma quantidade de energia ativa
que circula na linha, denom inadas perdas por efeito corona.
Estas interferências, dependendo do nível de tensão da LT, podem vir a determ inar a largura da
faixa de servidão.
A partir dos estudos, ficam então definidos os níveis máximos admissíveis, nos limites da faixa de
servidão, de rádio interferência, TV interferência e ruído audível.
São analisados, ainda, os efeitos eletrostáticos sobre o homem e seu bem estar sobre as
instalações existentes, sendo definidas as distâncias de segurança que são os espaçamentos
verticais e horizontais entre a LT e os obstáculos atravessados.
O
z
DIÂMETRO
(254 mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Fig. 5.40
Em função das perdas de energia e da corrente de curto-circuito a ser escoada é definido o tipo e
a bitola do cabo pára-raios, levando em consideração sua característica elétrica e mecânica com
destaque ao limite máximo de tem peratura admissível.
A definição da série ou família de estruturas a ser utilizada é função do com prim ento e do traçado
da LT. Uma série de estruturas bem definida, seria aquela que atendendo a todas as situações
possíveis ao longo do perfil, tivesse suas estruturas utilizadas em vãos com com prim ento próximo
daquele para o qual foram projetadas. O número de estruturas em uma série resulta da avaliação
do custo para projetar, detalhar, fabricar e m ontar uma grande variedade de estruturas.
Cargas transversais - são resultantes da pressão do vento nas estruturas, cadeias de isoladores,
condutores e pára-raios, e pela com ponente transversal da tensão mecânica nas estruturas
localizadas em deflexão.
Cargas verticais - são devidas ao peso dos condutores e pára-raios, isoladores e ferragens, bem
como de carga resultantes de certas atividades de construção e manutenção e do peso próprio da
estrutura.
Cargas longitudinais - resultam de diversas condições que podem ocorrer em uma LT, por
exemplo: ruptura de condutor ou pára-raios, carga de lançamento do condutor ou pára-raios,
O
vento a 45 ou paralelo a LT, falha na estrutura adjacente, etc. Assim sendo, a determ inação da
carga longitudinal do projeto das estruturas dependerá da segurança requerida para a LT,
probabilidade de falha adm itida e da experiência adquirida nos projetos e construções de
estruturas.
As cargas transversais, verticais e longitudinais definidas deverão ser com binadas procurando
sim ular todas as condições de construção e operação da LT. Estas diversas com binações são as
cham adas hipóteses de carga.
É importante limitar-se as tensões mecânicas nos condutores, sob determ inadas condições, de
modo a atender os aspectos de custo e desem penho durante o período de vida útil da LT.
A limitação da condição EDS (Every Day Stress) é particularmente importante para evitar a
ocorrência de danos causados por fadiga provocada pelas vibrações eólicas no condutor.
Na Eletrobras Furnas tem sido adotado como condição EDS, o valor de 18% da carga de ruptura
do condutor, à tem peratura ambiente, sem vento, após um "creep" de 10 anos.
A flecha máxima do condutor em condição normal de operação da LT é definida para uma dada
tem peratura do condutor. Para este valor de flecha é mantida uma distância mínima de
segurança para o solo, distância esta considerada para efeito de plotação das estruturas no perfil.
Para a elaboração dos Estudos Am bientais e dos Projetos Básico e Executivo necessários à
implantação de uma Linha de Transm issão, são realizados diversos levantamentos de campo, tais
como, levantamento dos meios físicos, biótico e antrópico, levantamento topográfico para
elaboração dos desenhos de Planta de Traçado e Planta e Perfil, dados meteorológicos e
geotécnicos, etc.
Definido o corredor preferencial, é feita a implantação do traçado dentro deste corredor e emitido
o desenho de planta do traçado da LT. Estes serviços e outros necessários para a elaboração dos
desenhos de planta e perfil, a seguir descritos, são contratados a firm as especializadas.
Neste desenho são indicados, em planta, na sua parte inferior, os limites das propriedades
atravessadas, os obstáculos encontrados na faixa de servidão, tais como rios, matas, LTs,
rodovias, ferrovias, etc., e em perfil, na parte superior do desenho, o eixo levantado da LT onde
serão também localizados os mesmos elem entos indicados em planta.
A plotação das estruturas se dá em etapas. Inicialm ente é feita uma plotação prelim inar a partir
da qual são locadas as estruturas no campo e levantadas as seções diagonais para a definição
dos com prim entos das pernas ou com prim ento dos estais. Em seguida é feita a plotação final.
Para subsidiar o projeto básico é realizada a coleta dos dados m eteorológicos da região como:
precipitação pluvial, tem peraturas máximas e mínimas ocorridas, tem peraturas médias anuais,
nível isoceráunico, velocidade média e máxima de ventos, nível de poluição salina ou industrial,
etc.
Quando da locação das estruturas no campo, é feito o levantamento de dados do solo de cada
estrutura de modo a se escolher o projeto específico da fundação a ser utilizado. Obtêm-se ainda
os valores de resistência elétrica do solo para definição do aterram ento das estruturas.
São estudos realizados por consultoras, para os diversos corredores alternativos de passagem da
LT, considerando os meios físico, biótico e antrópico, indicando para cada uma deles as medidas
m itigatórias a serem adotadas nas fases de construção e operação da LT.
É realizado por uma equipe m ultidisciplinar que elabora seus estudos de forma a apresentar os
aspectos técnicos do em preendim ento, o diagnóstico das condições am bientais das áreas direta e
indiretam ente afetadas, a avaliação dos impactos sócio-am bientais provenientes das intervenções
propostas e por fim a proposição de medidas de controle e mitigação dos impactos negativos e
maximização dos impactos positivos.
A elaboração deste um docum ento tem por base as Resoluções 001/86, 006/87 e 237/97 do
CONAMA, bem como o termo de referência elaborado pelo respectivo órgão ambiental
responsável pela condução do licenciamento.
Esta autorização é obtida através do órgão governam ental após exame do projeto das
características básicas da LT, incluindo também a planta do traçado, cronograma, orçamento,
relação de travessias e cálculo da largura da faixa de servidão da LT.
São serviços de engenharia, contratados com as empresas projetistas, para elaboração dos
desenhos de detalhamento, especificações e instruções necessárias à construção de uma Linha de
Transmissão.
Condição de trabalho de maior duração (EDS): onde se considera uma porcentagem da carga de
ruptura do cabo (entre 16 e 20%, dependendo do tipo do cabo) e temperatura média da região.
Condição de flecha mínima: considera-se a linha sujeita à menor temperatura absoluta, sem
ocorrência de ventos, podendo atingir no máximo 33% da carga de ruptura.
Condição de flecha máxima: é a condição correspondente à temperatura mais elevada dos cabos
acrescidos do efeito térmico das correntes dos cabos.
A condição do máximo deslocam ento dos cabos e das cadeias de isolamento é também
respeitada, sendo sua pior circunstância com temperatura mínima do vento. Estas condições
devem ser consideradas para que não sejam transgredidas as normas que determinam a tensão
máxima que o condutor pode ficar sujeito, que é igual a 40% da carga de ruptura para cabos
CAA.
Utilizando a condição de flecha máxima que limita a distância mínima do condutor ao solo e,
consequentemente a altura das estruturas, constrói-se o "gabarito" do cabo, que será usado para
plotar as estruturas. Este gabarito, que reproduz a curvas do cabo nas condições de projeto, é
normalmente construído em celulóide e possui três curvas, curvas de flecha mínima (na
temperatura mínima da região), curva de flecha máxima (na temperatura máxima do projeto) e
curva de linha de terra (altura do cabo ao solo). A seguir um exemplo de gabarito de cabos de LT
500 kV.
h = espaçamento vertical mínimo cabo condutor 954 MCM 45/7 "RAIL" tensão 19% da carga de
ruptura do cabo a 20°C sem vento. Vão básico 500 m.
□ Escala:
As estruturas são locadas marcando-se a altura adotada do ponto de suspensão do cabo. Todos
os pontos de vértice terão obrigatoriam ente uma estrutura.
Fig. 5.42
A partir da primeira estrutura, fazemos com que a curva 1 do gabarito coincida com o ponto de
suspensão do cabo, mantendo-se o eixo das ordenadas sobre as linhas verticais do papel
milimetrado. Procura-se, por deslocam entos verticais e horizontais, fazer a curva da linha de
terra 2 tangenciar o terreno sem a curva do condutor 1 deixar o ponto de suspensão do cabo na
estrutura locada, isto sem que o eixo das ordenadas do gabarito saia da vertical com relação ao
papel milimetrado.
Conseguidas as 3 coincidências, com lápis guiado pela curva recortada 1, traça-se a curva dos
condutores sobre o papel milimetrado. Com a régua ou escala, procura-se o ponto entre esta
curva cuja distância à linha do perfil do terreno seja igual à altura do ponto de suspensão dos
cabos da estrutura. Neste local marca-se a posição da 2a estrutura. Para locar as outras
estruturas repete-se o procedimento.
Observações:
O processo de distribuição de estruturas não é feito uma única vez no projeto e sim, mais vezes,
procurando uma melhor uniformidade de vãos.
Na distribuição das estruturas no perfil, deve-se tom ar o cuidado de fazer a linha de terra
tangenciar ou ficar um pouco acima do perfil do solo. Na distribuição das estruturas no desenho,
verifica-se sempre o efeito de arrancamento. Essa verificação é feita com a curva 3 do gabarito
(temperatura mínima).
Fazemos a escolha das mesmas considerando os valores de vão de vento, vão de peso e
deflexão. Para isso, utilizam-se os gráficos de aplicação das estruturas já dimensionadas e
padronizadas para a LT correspondente.
T2
V +v
V v = — — —- (m) para torre 2
É a distância entre os pontos mais baixos do cabo nos vãos adjacentes à estrutura.
Tl T2 T3
Fig. 5.44
□ Gráfico de aplicação:
Fig. 5.45
No trecho da linha mostrado, querem os definir se é possível utilizar a torre tipo 5A no ponto 2 do
perfil cuja carta de aplicação está definida na figura anterior.
Fig. 5.46
V ,+ V 7 490 + 580
V„ =535 m , logo
2 2
V ,+ V 2 T
, onde
Vp =
- 140* \ l f »^047^o -3 5o
V *-
V i* * . * - ,A
) j. w s
As distâncias mínimas do cabo ao solo ou a obstáculos no eixo da LT são determ inadas em função
de estudos que levem em consideração as várias solicitações elétricas que a LT será submetida,
devidamente coordenadas com as condições de vento que ocorrem sim ultaneam ente com cada
uma das solicitações, de acordo com as normas.
Para a execução de travessias sobre LTs e outros obstáculos devem ser previamente solicitada
licença ao órgão responsável. Essa licença será concedida mediante a apresentação do projeto da
travessia feito pela concessionária. Esse projeto tem todas as informações necessárias, tais
como: ângulo de cruzamento, altura dos cabos ao solo e outros, de acordo com as normas
específicas. A figura a seguir mostra os espaçam entos adotados na Eletrobras Furnas.
VERTICAL
2 A Locais acessíveis a máquinas agrícolas 7,5 8,0 9,0 10,0 15,0 13,0
Linhas de Distribuição,
8 D 3,0 4,0 5,0 7,0 8,7 6,2
Telecomunicação e Transmissão
Tabela 5.2
São enviados à obra os projetos executivos dos diferentes tipos de fundações conforme citados
no item 5.3.2.11.
Tabela de Flechas
Depois de concluída a distribuição das estruturas sobre o perfil e planta, o projetista faz os
cálculos dos valores iniciais de flechas e tensões para diversos vãos em função da temperatura e
considerando ainda o vão equivalente do trecho para nivelamento dos cabos.
Define-se como vão equivalente ou vão regulador, o vão fictício isolado equivalente à sucessão de
vãos contínuos numa mesma seção de tensionam ento (trecho de uma LT situado entre duas
ancoragens consecutivas).
Vão equivalente =
V^,-23 + ^2-33 + - + ^ 3
SEÇÃO DE TENSIONAMENTO
Fig. 5.48
Para cada tipo de cabo e cada condição de projeto se faz uma tabela de flechas e tensões. No
anexo B, mostramos um exemplo.
Tabela Off-set:
Normalmente, o gram peam ento (substituição das roldanas pelos acessórios de fixação) em
terrenos planos e pouco desnivelados é feito pelo processo chamado grampeamento no prumo.
Em regiões onde o terreno for muito desnivelado ou acidentado, o processo de grampeamento
dos cabos, poderá ser chamado "grampeamento deslocado" (clipping off-set).
Nesses terrenos, com aclive ou declive acentuado, onde os cabos tendem a se acum ular nos
pontos mais baixos, resultam em flechas maiores nos vãos maiores e flechas menores nos vãos
menores. Para isso, é elaborada a tabela em off-set. O Anexo C mostra um exemplo.
EXERCÍCIOS
1. Nas LTs subterrâneas, os cabos condutores são isolados e instalados em dutos. Seu custo em
relação ao de uma LT aérea é cerca de até:
a) 5 vezes
c) 15 vezes
d) 30 vezes
b) A transm issão de pequenos blocos de potência em corrente contínua, deve ser preterida
/c) Os custos dos equipam entos term inais de uma LT de corrente contínua são bem elevados
A largura da faixa de servidão é definida pelas cartas de aplicação
a) 61
b) 91
d) 137
-\bjrOs cabos CAA são utilizados como pára-raios quando a LT apresenta elevada corrente de
curto-circuito
10. Quanto à disposição dos condutores nas estruturas, ela pode ser:
a) Nas estruturas autoportantes, os esforços são transm itidos ao solo através das fundações e
dos cabos estais
b) Nas estruturas estaiadas, as fundações dos mastros são subm etidas à tração
'd). Os isoladores compostos são mais indicados para regiões muito poluídas
d) As hipóteses de carga são form adas somente pelas cargas longitudinais e transversais
16. Na Eletrobras Furnas, a condição EDS (Every Day Stress) tem sido adotada como:
17. Para o cálculo das flechas e tensões m ecânicas dos cabos condutores, a Eletrobras Furnas
utiliza como valores usuais de temperatura em condição normal e emergência, respectivamente:
a) 50 OC e 60 °C
b) 50 °C e 90 <>c
c) 60 oc e 80 °C
jrf 60 OC e 90 oc
b) A soma dos pontos mais baixos do cabo nos vãos adjacentes à estrutura
19. Os gráficos (cartas) de aplicação demonstram os limites de resistência das estruturas e seus
valores de vão de peso são apresentados no eixo da:
a) Abscissa
'b^Ordenada
c) Tanto faz
20. Deflexão é:
23. O gram peamento é uma atividade da construção de LTs que consiste na substituição:
24. Os materiais mais em pregados para a fabricação das ferragens utilizadas em LTs são:
a) Aço e cobre
c) Aço e ferro
d) Aço e tungsténio
Para construir uma Linha de Transm issão é necessário que exista uma forma de acessar os locais
de todas as estruturas. Acessos são necessários para transportar os materiais, mão-de-obra e
muitos equipam entos pesados necessários à construção da LT. Devem ser construídos somente
se necessário. Interligam as estradas já existentes às estruturas.
Na abertura de estradas de acesso deve haver uma preocupação em construí-las tom ando uma
série de cuidados e m edidas para evitar danos significativos ao meio am biente e transtornos para
os proprietários de terras nas suas proximidades. Além dos acessos é necessário construir
algumas obras de apoio, como pontes, mata-burros, etc.
Fig. 6.1
Atualmente, a limpeza das faixas tem nova denominação que chamamos de "supressão da faixa".
Procura-se cortar o mínimo possível de árvores. Em geral se retiram apenas as árvores numa
extensão de 3 metros no eixo da LT, que é para passagem do cabo piloto no lançamento de
cabos. Na região onde houver cultura que periodicamente se processe queimadas, esta deverá
ser erradicada. A faixa a ser erradicada deverá possuir largura tal que não comprometa a
segurança da LT. Tam bém deverão ser erradicadas as árvores de altura elevada e crescimento
rápido (exemplo: eucalipto).
Fig. 6.2
6.3. FUNDAÇÕES
As fundações somam uma parcela considerável do custo total de uma LT, chegando a
corresponder até a 30% deste valor, conforme o critério de dimensionamento. Ressalta-se que a
confiabilidade operacional de uma LT está intimamente ligada à segurança oferecida pelas
fundações.
Todo serviço de execução das fundações, no que tange a serviços preliminares, locação, abertura
de cavas, posicionamento, nivelamento, tolerâncias, concretagem, reaterro, compactação e
proteções, deverá ser conduzido atendendo às indicações e exigências das especificações técnicas
para construção pelo projetista.
6.3.1. Escavações
As escavações são atividades que têm significativa influência na conclusão dos serviços
relacionados à execução das fundações. Antes de serem iniciadas deverão ser tomados os
devidos cuidados, providenciando a limpeza do local numa área suficiente para que, a terra
escavada que mais tarde servirá para o reaterro das cavas, fique livre de detritos.
Fig. 6.3
Uma vez feita a escavação, a ferragem da fundação deve ser posicionada e nivelada para receber
então o reaterro e/ou concretagem . Esse nivelam ento da fundação deverá ser m inuciosamente
realizado, através de aparelhos topográficos, pois qualquer diferença quanto ao correto
posicionam ento da fundação acarretará em danos para a estrutura. Será necessário, caso se
cometa qualquer erro, ter que escavar novamente, perdendo-se o trabalho realizado, acarretando
atraso na obra e, consequentem ente, aum ento no custo da LT.
Fig. 6.4
O reaterro deve também ser muito bem controlado, pois dele depende a estabilidade da
fundação. A com pactação deve ser de acordo com o projeto, isto é, em cam adas sucessivas de 20
cm de altura. Quando o solo que deverá sustentar uma estrutura for de má qualidade, há
necessidade de executar um projeto de fundação especial, utilizando-se estacas que podem ser
metálicas ou de concreto.
100m
lOOm
lOOm
Fig. 6.7
5 /8 "
E
Ex-
®
100 mm
100 mm
100 mm
0 150 mm 1
Fig. 6.8
A instalação do sistema de aterram ento deverá ser iniciada após a abertura das cavas e antes da
montagem das torres. Os contrapesos deverão ser instalados em valetas, na profundidade
determinada pelo projetista (normalmente em torno de 0,50 m para terrenos normais e 0,90 m
para terrenos com agricultura) reaterrados e com pactados convenientemente.
O com prim ento do fio contrapeso a ser instalado em cada estrutura é fornecido na lista de
construção indicando-se normalmente o esquema adotado. Esse esquema estabelece o arranjo
dos fios contrapeso e respectivos com prim entos em função da resistência de aterram ento
requerida para a linha e do valor de resistividade do solo medida durante a execução dos serviços
preliminares.
□ Aterramento de cercas
Todas as cercas que cruzarem a LT ou dela se aproximarem deverão ser aterradas, tendo em
vista a segurança de pessoas e anim ais que possam tocá-las. Uma vez aterrada a cerca, o efeito
da indução da corrente elétrica não poderá causar perigo, pois toda e qualquer energização que a
cerca pudesse ter seria descarregada para a terra através do aterramento, não havendo
propagação ao longo desta cerca.
Pode-se, portanto concluir que as conexões do aterramento deverão ser bem feitas para maior
facilidade do escoamento da energia "induzida" na cerca para a terra.
Fig. 6.11
Tabela 6.1
□ Escalamento e pré-montagem
Consiste no espalham ento das peças da torre segundo uma lógica, para facilitar a montagem.
Em seguida são pré-montados no solo vários conjuntos da torre para facilitar também a
montagem, tais como: mísulas, suportes de pára-raios e outros. Normalmente, essa atividade é
executada por uma equipe específica.
Fig. 6.12
A montagem de bases deve ser iniciada após a escavação e acertos das cavas nas referidas cotas
de posicionamento das grelhas.
Primeiramente, são montadas as grelhas (caso seja este tipo de fundação), as quais podem ser
niveladas independentemente ou em conjunto com a base da torre.
No primeiro caso, a montagem da base se dá juntam ente com a montagem da torre, partindo os
pontos de saída da grelha que, na ocasião, deverá estar nivelada e reaterrada.
No segundo caso, é feita a montagem da base (com ou sem extensão) sobre as grelhas
previamente posicionadas para o nivelamento de todo conjunto.
O processo é idêntico para a estrutura com fundação em concreto onde as grelha é substituída
pelos stub.
A montagem da estrutura pode partir dos stubs posicionados e fixados às fundações ou da base
nivelada e fixada à fundação através dos stubs.
■ Montagem Manual
A montagem é iniciada com o içamento e posicionamento dos m ontantes conforme indicado nos
desenhos de montagem. Após o posicionam ento dos montantes são feitos os entreliçados ou
somente parte destes entreliçam entos que garantam a sustentação do posicionam ento das peças
seguintes.
Nas repetidas operações de içamento de peças para montagem utiliza-se um "falcão". Trata-se de
uma peça metálica treliçada que trabalha como um pau de carga, que vai na vertical a medida
que as seções da estrutura vão sendo aprontadas. O falcão trabalha preso à estrutura através de
um gancho na parte inferior e amarrado por cordas.
Por meio de uma roldana presa a um gancho na parte superior do falcão as peças são içadas até
os pontos de encaixe de montagem. O ajuste dos furos das peças para introdução dos parafusos
é feito com auxílio de uma espina.
As peças para montagem são içadas por intermédio de cordas de sisal ou nylon que, uma vez
passadas pelos gornes de uma roldana fixada ao "falcão", possibilitam o içamento das posições
puxadas do solo, manual ou mecanicamente.
O processo mecânico para içamento praticamente não é usado salvo para elevar posições em
torres altas, onde o esforço humano tornaria o trabalho penoso e inseguro. Na maioria das vezes,
se usa um guincho acoplado a um veículo (jeep ou caminhão).
Fig. 6.15
Utilizando o processo manual, primeiramente é feita a pré-montagem. São pré-m ontados no solo
os conjuntos para içamento com o guindaste. O posicionamento do guindaste deve ser o mais
próximo possível do eixo da torre. Os conjuntos vão sendo içados e os montadores os aparafusam
na torre.
Fig. 6.16
Dependendo da altura da torre a lança do guindaste não alcança os pontos mais altos. Nesses
casos, a partir desses pontos se faz a montagem manual.
Todas as peças ou seções deverão ser m anuseadas de modo a evitar o em penam ento e
avarias à galvanização.
Deverão ser colocados apoios de madeira para as seções das torres montadas no solo, a fim
de evitar aderência de lama, sujeira, etc.
As peças ou seções estruturais não poderão ser movim entadas com "estropos" metálicos nus
(pedaços de cabos de aço).
Os parafusos, arruelas, porcas e contraporcas, deverão ser protegidos das intem péries e
mantidas de preferência em caixas de madeira, de resistência adequada para estoque,
transporte e manuseio.
Os parafusos só deverão ser apertados, em definitivo, após o nivelamento correto das torres.
Esses apertos deverão ser dados com os torques fornecidos nos desenhos.
Deverão ser usadas chaves apropriadas e no tam anho padrão, a fim de não subm eter os
parafusos e porcas a esforços excessivos que venham a deform á-los ou danificar a
galvanização.
Após a colocação dos parafusos e feito mais um aperto, cada porca deverá ser travada por
meio de palnut ou puncionamento.
Quando for encontrado qualquer erro de fabricação, furação ou dano das peças, tal fato
deverá ser comunicado ao pessoal da Concessionária, que decidirá o procedimento a adotar.
As furações abertas ou alargadas deverão ser retocadas com uma camada de cromato de
zinco ou de tinta a base de zinco, antes das conexões serem executadas.
As peças das pernas com furos para colocação de parafusos degrau, deverão ser instaladas
na mesma posição relativa em todas as torres, segundo orientação da operação.
A tolerância quanto a verticalidade da torre, será fixada pelo projetista de acordo com as
especificações (para se ter uma ideia da ordem de grandeza para um tipo de torre
autoportante de uma linha de 500 kV, é permitido até 10 cm para uma torre de 35 m de
altura nominal, medida no topo da mesma).
□ Revisão da Torre
Antes do lançamento dos cabos como também na entrega final da LT deverá ser feita revisão
completa em todas as torres para verificação do atendimento dos requisitos de projeto e
especificação.
Fig. 6.17
As torres estaiadas podem ser pré-montadas no solo apoiadas em madeira para corrigir as
irregularidades do terreno e evitar a aderência de sujeira. Os parafusos e porcas deverão ter seu
aperto final ainda no solo, antes do içamento e com o torque indicado nos desenhos dos
fabricantes. A montagem em seções também é recomendada em casos especiais, porém,
recomenda-se o conjunto formado pelos mastros, vigas e estais no local da instalação da torre.
As cruzetas e os suportes dos cabos pára-raios poderão ser montados em separado e colocados
na torre após o levantamento do conjunto mastros + viga + estais. A figura abaixo mostra a
montagem manual de uma torre estaiada.
Fig. 6.18
O lançamento dos cabos (pára-raios e condutor), só poderá ser executado após confecção e
aprovação do "Plano de Lançamento", preparado com base na lista de bobinas fornecidas pela
concessionária (relação das bobinas a disposição da empreiteira). Esse "Plano de Lançamento"
consiste basicam ente na distribuição das bobinas ao longo do traçado da LT (praças de
lançamento), levando em consideração a favorabilidade do perfil e as normas e especificações
técnicas.
O lançamento do cabo pára-raios deverá anteceder o lançamento dos condutores, pois estes se
situam num plano mais alto. Quanto ao método de lançamento, são dois os utilizados, um é o
lançamento sob tensão controlada, usado normalmente em LTs igual ou acima de 138 kV e o
outro é o lançamento sem controle de tensionam ento, usado normalmente em LTs abaixo de 138
kV.
O lançam ento sem controle de tensão é feito pelo arraste do cabo ao longo da LT por um trator
de esteira ou agrícola e não há medição da tensão de puxamento.
Tram o é a denom inação do trecho da linha em que está sendo executado o lançamento.
Normalmente o tramo varia de 2.000 m a 6.000 m. A extrem idade do tramo onde fica o freio é
denominada praça do freio e a outra onde fica o guincho, praça do guincho. Cada bobina tem um
com prim ento aproxim ado de 2.000 m.
FREIO
Fig. 6.19
PRAÇA DE LANÇAMENTO
Fig. 6.24
6.6.2. Emendas
Após o lançamento de um ou mais tramos faz-se as em endas dos cabos condutores e pára-raios.
Para a emenda do condutor existem duas luvas: uma interna, para alma de aço, feita do mesmo
material e outra externa, feita de alumínio. Primeiramente se faz a prensagem da luva interna
(de aço) e em seguida a externa (de alumínio) tendo o cuidado de colocar uma pasta
antioxidante para anular os efeitos da oxidação do aço.
Fig. 6.27
6.6.3. Flechamento
Os serviços de regulagem dos cabos condutores e pára-raios consistem em fazer verificar nos
vãos de cabos lançados os valores das flechas de suas catenárias previamente determinados. Os
vãos de controle de flechamento são definidos no plano de lançamento e os critérios para
determ inação destes vãos constam nas especificações de construção de LTs.
É a distância vertical entre a linha que liga os suportes dos cabos e o ponto de tangência do colo
do cabo com a paralela à linha que liga os suportes e passa por este ponto.
Tl
f - Flecha
□ Visada Direta
Consiste em instalar o instrumento de visada a uma distância "d", a partir de um dos suportes do
condutor e o outro ponto também fica a uma distância "d" a partir do outro suporte.
Fig. 6.29
Pela própria definição de flecha assim que o cabo tangenciar a linha de visada, este estará
flechado.
□ Visada horizontal ou D l
D l +B
d :
Fig. 6.30
f - Flecha (tabela)
É usado quando o ponto de tangência estiver abaixo da base da torre oposta e quando a relação
B/f for m enor ou igual a 2,75.
□ Visada em Ângulo
Consiste em instalar o instrumento de visada (teodolito) a uma distância vertical "T" de um dos
suportes do condutor.
tg f =
V
Fig. 6.31
0 - Ângulo de visada
f - Flecha tabela
V - Vão horizontal
B - Desnível (se o suporte da frente for mais baixo, ele será negativo)
Esse processo é usado quando o ponto de tangência se encontra abaixo da base do suporte
oposto.
É o mais fácil de ser usado, mas deve ser evitado, pois os cálculos só poderão ser feitos no
campo após obter a distância T.
A gram peação dos cabos consiste em substituir as roldanas utilizadas para o lançamento
(suspensão provisória), pelos gram pos de suspensão (suspensão definitiva).
Conhecendo-se todas as determ inações e critérios adotados pela concessionária, dá-se início à
gram peação ou a ancoragem.
Fig. 6.32
A passagem da ancoragem dos cabos do solo para a torre de amarre exige uma perfeita
coordenação dos esforços de tensão destes cabos.
Uma vez atracadas as pontas dos cabos na torre, aplica-se tensão por intermédio de catracas, de
modo a aliviar os esforços sobre ancoragem provisória.
Após o térm ino da instalação dos cabos executa-se a etapa de sinalização. As esferas de
sinalização são instaladas nos cabos pára-raios conforme projeto e são espaçadas, no máximo, de
30 metros, tendo um número mínimo de 3 esferas e seu diâmetro é de 600 mm. Na realização
desse trabalho, os montadores devem se apoiar nos cabos condutores e, por meio de uma corda,
puxar o cabo pára-raios para baixo para, então, aparafusar as esferas.
A pintura das torres é realizada nas deflexões para prevenir acidentes nas inspeções aéreas.
Fig. 6.33
Fig. 6.34
Após o flecham ento e gram peação dos cabos executam -se a instalação de am ortecedores de
vibração e espaçadores, conforme indicado no projeto. A equipe pode aproveitar para instalar
ambos os dispositivos, conform e figuras abaixo.
A revisão da LT é a última fase de construção, e é exatam ente nela que procuramos dar o
"acabamento" da obra e verificar as condições da mesma. Normalmente, essa "fase de
complementação" se inicia quando boa parte da construção LT já está pronta. A equipe de
operários que executa este trabalho é a mais variada possível, pois deverá existir aí pessoal
capaz de corrigir toda e qualquer falha que porventura for observada.
É dedicada uma atenção especial na inspeção das cadeias de isoladores e acessórios, pois estes
pontos são considerados críticos devido ao difícil acesso com a LT energizada. De maneira geral,
podemos dizer que tudo é verificado. Ex.: peças faltantes, defeitos de galvanização, reaterro,
contrapeso, limpeza de faixa, estradas de acesso, aterram ento de cercas, verticalidades das
cadeias, etc.
EXERCÍCIOS
ç c) Após a abertura das cavas das fundações e não depois da montagem das torres
a) O lançamento de cabos condutores deverá ser executado logo após a montagem das
estruturas
b) O lançamento de cabos condutores poderá anteceder o lançamento dos cabos para-raios
- t ^ O lançamento sob tensão controlada é usado normalmente para LTs de 138 kV e acima
a) 40 m
(£}) 30 m
c) 20 m
d) 10 m
8. De acordo com a Norma vigente, na sinalização das LTs com 2 cabos para-raios, o n° mínimo
de esferas é de:
b) 4
c) 5
d) 6
a) 300 mm
b) 500 mm
sc^.600 mm
d) 900 mm
11. Em terrenos com agricultura, os contrapesos devem ser instalados na profundidade de:
a) 0,50 m
b) 0,60 m
c) 0,80 m
5 ^ 0 ,9 0 m
a) No lançamento sem tensão controlada os cabos são arrastados pelo solo e logo que chegam
na praça do freio se faz a gram peação
b) No lançamento com tensão controlada as bobinas ficam na praça do guincho e quando uma
acaba se faz a emenda dos cabos e reinicia o lançamento
d) No lançamento sem tensão controlada sempre quando term ina o lançamento do tramo se
faz sim ultaneam ente a regulagem e a grampeação
a) Quando a LT tem mais de um condutor por fase o puxamento dos cabos é feito pelo
método com tensão controlada e deve-se puxar um cabo por vez
* b) No lançamento com tensão controlada usa-se a arraia para puxar os condutores quando se
tem mais de um condutor por fase
^14. Assinale o item que não corresponde a um dos métodos de regulagem de cabos condutores:
a) Visada direta
o b) Visada invertida
c) Visada horizontal
d) Visada em ângulo
15. Assinale a alternativa que possui uma informação que não é fornecida pelo desenho de perfil e
planta:
a) Natureza da vegetação e do terreno
16. Nas estruturas de ancoragem, os cabos condutores têm as suas continuidades elétricas
realizadas pelos:
a) Para-raios
b) Contrapesos
c) Isoladores
^ d) Jumpers
17. A denominação do trecho da linha em que está sendo executado o lançamento de cabos de
uma LT chama-se:
a) Traçado
b) Corredor
c) Tramo
d) Faixa
LINHA DE TRANSMISSÃO DE
rURNAS
500 kV
ESCALA
H -1 :5 0Q 0
ANGRA - LOÜr SAU JUÏ>t/UKAJAU
V - 1:500 PERFIL E PLANTA
AL/TOR/DESCMHO DTL.T
m^or/ projcto
VrSTO/RESP/CREA DTL.T-011/97
FETTO \A5T0 POR ORG FETTO VISTO APfKN
REVj PARA DESCRICÄO
FURNAS PROJETISTA
1
/ a . _____________________________
MARTE ENGENHARIA
TRACAO HZ. [K g f] 645. 641. 638 . 634. 630. 626. 62 3. 619. 61 6. 612. 609.
272 4 5 5 .0 0 1 6 .3 5 1 6 .4 5 1 6 .5 5 1 6 .6 5 1 6 .7 5 1 6 .8 5 1 6 .9 5 1 7 .0 5 1 7 .1 5 1 7 .2 4 1 7 .3 4
273 4 3 0 .0 0 1 4 .6 6 1 4 .7 6 1 4 .8 5 1 4 .9 3 1 5 .0 2 1 5 .1 1 1 5 .2 0 1 5 .2 9 1 5 .3 8 15. 46 1 5 .5 5
274 3 6 5 .0 0 1 0 .5 5 1 0 .6 1 1 0 .6 8 1 0 .7 4 1 0 .8 1 1 0 .8 7 1 0 .9 4 1 1 .0 0 1 1 .0 6 1 1 .1 2 1 1 .1 9
275 2 3 5 .0 0 4 .3 6 4 .3 9 4 .4 2 4 .4 4 4 .4 7 4 .5 0 4 .5 2 4 .5 5 4 .5 8 4 .6 0 4 .6 3
276 4 2 5 .0 0 1 4 .2 7 1 4 .3 6 1 4 .4 5 1 4 .5 4 1 4 .6 2 1 4 .7 1 1 4 .8 0 1 4 .8 8 1 4 .9 7 1 5 .0 5 1 5 .1 4
277 2 8 0 .0 0 6 .1 8 6 .2 2 6 .2 6 6 .3 0 6 .3 4 6 .3 7 6 .4 1 6 .4 5 6 .4 8 6 .5 2 6 .5 6
278 5 9 0 .0 0 2 7 .5 2 2 7 .6 9 2 7 .8 6 2 8 .0 3 2 8 .2 0 2 8 .3 7 2 8 .5 3 2 8 .7 0 2 8 .8 6 2 9 .0 3 2 9 .1 9
279 3 9 8 .9 5 1 2 .5 9 1 2 .6 7 1 2 .7 5 1 2 .8 2 1 2 .9 0 1 2 .9 8 1 3 .0 5 1 3 .1 3 1 3 .2 0 1 3 .2 8 1 3 .3 5
280 6 6 4 .2 4 3 4 .9 1 3 5 .1 3 3 5 .3 4 3 5 .5 6 3 5 .7 7 3 5 .9 8 3 6 .1 9 3 6 .4 0 3 6 .6 1 3 6 .8 2 3 7 .0 3
281 3 7 7 .9 0 1 1 .3 5 1 1 .4 2 1 1 .4 9 1 1 .5 6 1 1 .6 3 1 1 .7 0 1 1 .7 7 1 1 .8 3 1 1 .9 0 1 1 .9 7 1 2 .0 4
282 5 7 8 .5 0 2 6 .4 6 2 6 .6 3 2 6 .7 9 2 6 .9 5 2 7 .1 1 2 7 .2 8 2 7 .4 4 2 7 .5 9 2 7 .7 5 2 7 .9 1 2 8 .0 7
283 1 6 0 .0 0 2 .0 2 2 .0 3 2 .0 4 2 .0 6 2 .0 7 2 .0 8 2 .0 9 2 .1 0 2 .1 2 2 .1 3 2 .1 4
284 5 6 1 .9 0 2 5 .1 2 2 5 .2 7 2 5 .4 3 2 5 .5 8 2 5 .7 4 2 5 .8 9 2 6 .0 4 2 6 .1 9 2 6 .3 4 2 6 .4 9 2 6 .6 4
285 1 3 7 .2 4 1 .4 9 1 .5 0 1 .5 1 1 .5 2 1 .5 3 1 .5 4 1 .5 5 1 .5 6 1 .5 6 1 .5 7 1 .5 8
TRACAO HZ. [K g f) 660. 652. 645. 637. 630. 623. 616. 60 9. 603. 59 7. 59 1.
286 3 4 6 .7 9 9 .2 9 9 .4 0 9 .5 1 9. 63 9 .7 4 9 .8 5 9 .9 6 1 0 .0 7 1 0 .1 8 1 0 .2 8 1 0 .3 9
287 3 6 4 .2 4 1 0 .2 4 1 0 .3 7 1 0 .4 9 1 0 .6 1 1 0 .7 4 1 0 .8 6 1 0 .9 8 1 1 .1 0 1 1 .2 2 1 1 .3 4 1 1 .4 6
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ANEXO E (continuação)
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Leica Surveying and Photogram m etry System s Group - Revista geodésia, topografia e
fotogram etria - Edição 2006
Fuchs, R.D. - Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transm issão de Energia Elétrica
Seves Electrovidro - Isoladores de Vidro e Poliméricos para Transm issão de Energia - Catálogo
FICAP S.A. - Fios e Cabos Nus de Alum ínio para Linhas Aéreas - Catálogo
GRUBB M.J; MEYER, N.Y - Wind Energy; Resources, System s and Regional Strategies -
2006
DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO"
J Superintendência de Empreendimentos de Transm issão - ST.E
Eletrobras Divisão de Apoio e Controle de Qualidade - DACQ.E
Furnas
E n g 0 F e r n a n d o L u iz G o ld m a n
06 / 08/2012
Mercado
Competição
Inteligência
Competitiva
Tecnologi
i
Eletrobras
__ ____________
Quem é o palestrante?
Fernando Goldman - pesquisador da Dinâmica do
Conhecimento Organizacional, da Inovação e da
Competitividade, doutorando em Políticas Públicas, Estratégias
e Desenvolvimento pelo PPED/IE/UFRJ, mestre em Engenharia
de Produção da UFF, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e
engenheiro eletricista pela UFRJ.
S
Eletrobras Curso Construção de Linhas de Transmissão
_______ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando Goldman- 06/08/2012
Nossa Agenda
J.
Eletrobras
___EilEDiüS -
t L
Contexto Nacional
O modelo anterior
estava falido, porque
o único investidor
estava falido
Eletrobras
___mas. _
Tipos de Geração?
Como financiar esta geração?__________________
____ !____ Noções de Projeto e Cons tru ção - Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012
A reestruturação do setor
Eletrobras
__ ____
A reestruturação do setor
A reestruturação do setor
ANEEL
ONS
SPE
r \
CCEE Agentes
( antigo MAE) de
v. J
4
Curso Construção de Linhas de Transmissão
Eletrobras
_______ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012
Modelo Cooperativo
Falido-esgotado o papel *- ]____ Modelo Competitivo
do Estado investidor
Concessão de empreendimentos
o modelo de "áreas de
isolados
concessão"
4
Curso Construção de Linhas de Transmissão
Eletrobras
________ Noções de Projeto e Construção- Eng° Fernando G oldm an- 06/08/2012
O que mudou?
Impedimento das
estatais investirem
Abandonado o
Planejamento do
setor
Elevado risco do
investidor privado
S
Eletrobras
_____ % __
Aspectos legais
□ Constituição Federal
"Art. 21. Compete à União:
Eletrobras
________
Insuficiência de
investimento na
Racionamento de 2001
expansão da geração e
da transmissão
Causas:
Impedimento das
estatais investirem
Elevado risco do
investidor privado
Combina planejamento
Brazilian Hybrid Model
com competição e
Investimento estatal e (Modelo Híbrido
privado
Brasileiro) _
Ações da Eletrobras
Eletrobras sai do PND passam a ser
negociadas naJ3NY
O que mudou?
Parceria público-privada
I
modicidade tarifária X continuidade no
suprimento
Eletrobras
________
E n erg ia v e rificad a
Energia co n tra ta d a
Regulação e AGENCIAS
Fiscalização ESTADUAIS
CONSELHOS DE
M e rc a d o Entidades d* do
Consumidor
MJ
Agentes
CMSE EPE BNDE*
Institucionais
http://www.tavbrasil.gov.br/imagens/tbl_sistema_eletrico.jpg
Novos Cenários
XXSNPTEE
XXI SNPTEE
SEMINÁRIO NACIONAL Versão 1.0
DE PRODUÇÃO E 23 a 26 de Outubro de 2011
TRANSMISSÃO DE Florianópolis - SC
ENERGIA ELÉTRICA
GRUPO •GET
GRUPO DE ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GESTÃO DA TECNOLOGIA. DA INOVAÇÃO E DA
EDUCAÇÃO •GET
Etetrobras
Eletrobras
______ i__
Dúvidas ?
Muito obrigado
Anexos:
• Resolução 67/2004;
•Artigo do SNPTEE;
S
Eletrobras
___ -'as_
QUESTÕES
QUESTÕES
5} Em 1995, o RESEB :
segmentou as atividades do Setor Elétrico em Geração, Transmissão, Distribuição e
Comercialização;
b) combinou planejamento com competição, assim como investimento estatal e privado;
c) tirou a Eletrobras do PND;
d) estabeleceu uma política de modicidade tarifária, pois o mercado por si só não teria esta
capacidade.
6) O conceito de Livre Acesso no SEB está corretamente relacionado a qual dos conceitos
abaixo?
a) Todo cidadão indistintamente tem direito à sua liberdade, ao direito de ir e vir, só podendo ter a
sua liberdade cerceada, em decorrência de prisão em flagrante delito ou por mandado judicial,
devidamente fundamentada por autoridade judiciária competente;
A lei 9.074/95 separou o produto energia elétrica, alvo da chamada "Medição de Faturamento",
computada em kWh, dos custos do serviço de transmissão e distribuição, calculados com base em
critérios fixados pelo Poder Concedente, dando origem assim ao conceito de tarifa-fio;
c) As atividades de geração e de comercialização de energia elétrica, inclusive sua importação e
exportação, deverão ser exercidas em caráter competitivo, assegurado aos agentes econômicos
interessados o livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição, sem necessidade de
pagamento dos encargos correspondentes e independente das condições gerais estabelecidas pela
ANEEL;
d) Livre Acesso significa que a comercialização de energia elétrica será feita em bases livrementg
ajustadas exclusivamente entre o agente de geração e o consumidor, sem custos de transnjí ou
buição.
DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO'
XXlSNPTEE
j(IMHtH) HAfiflttfii Of MtOOUÇÀO
( MNSMSHOOE EHWGUElHWU XXI SNPTEE
SEMINÁRIO NACIONAL Versão 1.0
DE PRODUÇÃO E 23 a 26 de Outubro de 2011
TRANSMISSÃO DE Florianópolis - SC
ENERGIA ELÉTRICA
GRUPO - GET
GRUPO DE ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GESTÃO DA TECNOLOGIA, DA INOVAÇÃO E DA
EDUCAÇÃO - GET
RESUM O
O objetivo central deste informe técnico é analisar como a transição mundial para uma nova economia de baixo
carbono afetará os diferentes tipos de arranjos organizacionais do SEB. Descreve como eles precisarão - para
adaptar-se em tempo hábil a esta transição - promover processos cada vez mais dinâmicos de inovação.
Processos estes dialéticos, a fim de melhor lidar com a contradição da modicidade tarifária e a continuidade no
suprimento. O artigo conclui propondo a necessidade de pesquisar uma contínua e adequada criação de
conhecimento organizacional, tanto no nível das empresas, como no nível interorganizacional, propiciando ao SEB
sua tão desejada sustentabilidade.
PA LA V R A S -C H A V E
1.0- IN TRO D U ÇÃ O
Hoje, os arranjos organizacionais, os setores econômicos e os países, bem como seus diferentes blocos, precisam
adaptar-se constantemente e, em tempo hábil, às mudanças nos macro e microambientes, implicando no
estabelecimento de processos cada vez mais dinâmicos de inovação. Esses processos dinâmicos de inovação não
ocorrem espontaneamente, sendo frutos do processamento de conhecimento, o qual por sua vez é alavancado
pela Gestão do Conhecimento Organizacional (Knowledge Management - KM), uma atividade que,
conscientemente ou não, sempre existiu e continuará existindo. (GOLDMAN, D’ AVIGNON, 2010)
Uma das principais abordagens da KM se apoia no trabalho de Nonaka (1991,1994) que, sozinho ou com seus
diversos coautores, em mais de vinte anos de pesquisa acadêmica, em sua Teoria da Criação do Conhecimento
Organizacional, procura explicar tanto o processo de criação do conhecimento organizacional, como também as
condições que facilitam sua criação. Para Nonaka, a organização de uma empresa cria novos conhecimentos por
meio da síntese, um processo dialético, contínuo e dinâmico, convertendo o conhecimento tácito em explícito e
vice-versa.
Segundo Nonaka, o que possibilita a inovação é a criação de conhecimento organizacional - processo pelo qual o
conhecimento criado por indivíduos é disponibilizado e amplificado, sendo integrado a um sistema de conhecimento
da organização. A criação de conhecimento organizacional deve assim ser entendida como a capacitação de uma
organização de criar conhecimento, disseminá-lo em sua organização, incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas
e até mesmo modificar a própria organização.
Uma importante abordagem de KM diz respeito às redes interorganizacionais de criação de conhecimento, ou seja,
não apenas dentro das empresas, mas também a partir dos relacionamentos entre empresas diferentes.
(AHMADJIAN, 2004, p. 227-245)
(*) Estrada do Pau da Fome 839 - Jacarepaguá - CEP: 22723-497 - Rio de Janeiro - R J - Brasil
Tel.: (+55 21) 2446-9478 FAX: (+55 21) 2446-9474 - E-mail: fgoldman@furnas.gov.br
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Por outro lado, como é largamente sabido, a sustentabilidade vem sendo reconhecida em todas suas dimensões -
ambiental, social, cultural, econômica etc. - como condição sine qua non para o desenvolvimento das empresas e
demais arranjos organizacionais.
Assim, é natural que as questões relacionadas à sustentabilidade, em especial as de ordem ambiental e social,
venham tendo cada vez mais impacto na definição de estratégias empresariais em negócios de toda espécie, como
também na formulação, planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas. Hoje, não há mais como
pensar em um empreendimento, de qualquer natureza ou ordem de grandeza, sem levar em conta sua
sustentabilidade, bem como a forma como ele afeta a sustentabilidade de todas as possíveis partes interessadas.
Tal tipo de avaliação, tão ampla, afeta cada nível de criação de valor no curto e longo prazo.
A s empresas que buscam a longevidade já perceberam que suas estratégias devem levar em conta a
sustentabilidade em toda sua rede de valor para poder gerar resultados reais, criando valor para os acionistas em
uma perspectiva de longo prazo, pelo real aproveitamento de oportunidades aliado ao adequado gerenciamento
dos riscos. A chave do real sucesso, ou seja, o de longo prazo, reside na capacidade de adotar estratégias
empresariais e ações que visem atender às necessidades e interesses das empresas e suas relações com: o meio
ambiente, suas partes interessadas (stakeholders) e a sociedade em geral. No presente e no futuro.
No entanto, a simples aceitação da importância dos princípios da sustentabilidade, como ferramenta da gestão de
riscos ou elemento de aumento da competitividade e de criação de valor de longo prazo, não é suficiente, se não
for acompanhada de uma KM que possibilite as inovações demandadas pela sustentabilidade, para viabilizar a
adaptação proativa aos mais modernos conceitos sobre o assunto. Há que se considerar que não basta repetir
discursos sem uma ampla discussão sobre o significado dos conceitos utilizados. Trata-se de definir problemas e
tomar decisões em um cenário de alta incerteza e racionalidade limitada. É preciso ir além da legislação e
instrumentos aplicáveis, antecipando-se às novas demandas de consumidores e colaboradores, assim como aos
diferentes eventos no cenário internacional, o que exige real capacidade de ação efetiva, ou seja, conhecimento.
Destaca-se nesse contexto, a transição mundial para uma nova economia de baixo carbono, que envolverá, em
escala global, não só a troca dos combustíveis fósseis utilizados, mas também a forma de pensar sobre como gerar
e distribuir energia; transportar cargas e pessoas; aquecer, resfriar e iluminar residências, escritórios e áreas
públicas; e fazer funcionar as instalações industriais.
Hoje, é cada vez mais evidente que sem uma adequada KM, seja no nível das empresas ou no nível
interorganizacional, empresas e outros arranjos organizacionais de setores que passam por profundas
transformações, como é o caso, por exemplo, do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), não alcançarão as inovações
demandadas pela tão desejada sustentabilidade.
Por isso, neste artigo são focados os sistemas de energia na análise da transição mundial e brasileira para uma
nova economia de baixo carbono.
3.0 - A T R A N S IÇ Ã O NO M UND O
Ideal seria que todas as mudanças na forma de pensar o uso da energia aconteçam objetivando-se a equidade,
sem comprometer um crescimento global necessário para erradicar a pobreza dos países em desenvolvimento e,
ao mesmo tempo, diminuir a sede de consumo de recursos naturais e energéticos das sociedades mais avançadas.
No entanto, a história mostra que como, acontece em qualquer transição de paradigmas tecnológicos, haverá os
que se adaptarão a tempo e os que não.
Os capitais envolvidos na transição para uma nova economia de sistemas de energia com baixas emissões de
carbono são significativos, mas comprometem pouco o crescimento do PIB mundial. Há diferentes estimativas
quanto ao valor exato do investimento necessário. Fala-se em custos da ordem de 1% do PIB mundial para limitar
os gases de efeito estufa a uma concentração de 550ppm C02-eq até 2050, o que equivaleria a cerca de US$ 500
bilhões por ano atualmente, se considerando um PIB mundial de US$ 54 trilhões, registrado em 2007. (FÓ R U M
E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009)
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Quanto mais longo o atraso na tomada de medidas decisivas, maior o custo de mitigação, pois não se pode
desconsiderar que continua havendo investimentos novos em antigas fontes poluidoras, em especial termelétricas
convencionais a combustíveis fósseis, para fazer frente ao crescimento da demanda de energia atualmente
previsto.
A s estimativas da Agência Internacional de Energia do World Energy Outlook (WEO) 2008 (apud FÓ R U M
E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009) são de que cerca de US$ 550 bilhões devem ser investidos em energia renovável
e eficiência energética isoladamente, a cada ano, até 2030, para limitar as concentrações em 450ppm C02-eq,
enquanto as análises da New Energy Finance's Global Futures (apud F Ó R U M E C O N Ô M IC O MUNDIAL, 2009)
apontam para uma média de investimentos de US$ 515 bilhões anualmente até 2030.
Já Nicholas Stern (HERZOG, 2010) corrige esta estimativa para 3% do PIB mundial devido avelocidade das
transformações que hoje as mudanças climáticas vem impondo às sociedades humanas.
Embora os fatos até aqui elencados sejam preocupantes, há boas novas. O processo de transição e o aumento dos
investimentos associados já começaram, pelo menos em muitos países, que estão desenvolvendo novas
tecnologias.
O investimento em energias limpas - definidas no relatório citado como o investimento em energias renováveis e
tecnologias de eficiência energética, porém excluindo a energia nuclear e as grandes centrais hidrelétricas -
aumentou de US$ 33 bilhões para US$ 148 bilhões entre 2004 e 2007, sendo responsável por cerca de 10% dos
gastos em infra-estrutura global de energia.
Na geração de eletricidade, a rápida expansão das energias renováveis foi ainda mais notória, com um acréscimo
da capacidade de geração de energia de 42GW em 2007, pouco menos de um quarto do total do acréscimo da
capacidade de geração de energia mundial, 190GW.
Graças ao aumento dos investimentos em energia limpa nos últimos anos começou a surgir uma nova configuração
da infra-estrutura energética, com menos emissão de carbono.
Embora não seja possível prever como será a energia do mundo em 2050, provavelmente uma proporção
substancial da energia consumida será, sem dúvida, ainda fornecida por combustíveis fósseis. Porém, parece ser
bastante certo também que um futuro com baixas emissões de carbono pelos sistemas de energia incluirá
contribuições significativas das seguintes fontes de energia renováveis: eólica onshore e offshore; solar fotovoltaica
e térmica; energia a partir de biomassa e resíduos sólidos urbanos; etanol a base de açúcar; celulósicas e uma
próxima geração de biocombustíveis; e energia geotérmica (não comumente encontrada no Brasil).
Embora estas tecnologias energéticas - que representam apenas um subconjunto de toda a gama de
oportunidades possíveis - possam ainda não estar totalmente competitivas em custo com combustíveis fósseis,
economias obtidas pelo aprendizado tecnológico, o esgotamento do petróleo e gás e o aumento das condições de
segurança em instalações nucleares contribuirão fortemente para criar igualdade de oportunidades.
Há uma percepção de que as tecnologias de energias renováveis estão cada vez mais baratas, à medida que
alcançam escala e experiência operacional. Acredita-se que os custos da eletricidade solar fotovoltaica, por
exemplo, podem tornar-se comparáveis com os preços diurnos de varejo da eletricidade nas partes mais
ensolaradas do mundo nos próximos anos, mesmo sem subsídios e em determinados locais, como resultado de
pesquisas tecnológicas e desenhos institucionais adequados, a energia elétrica de origem eólica já é competitiva
com os custos da geração de eletricidade a base de gás natural, sem subsídios.
Outro aspecto importante, diz respeito ao fato de que as energias renováveis não são geralmente sujeitas a riscos
relacionados com os custos de combustível. Um aumento dos preços dos combustíveis em 20%, por exemplo,
aumenta os custos da geração de 16% para o gás e 6% para o carvão, deixando as tecnologias de energias
renováveis praticamente intocadas. A volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis deverá por si só incentivar
os responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica a buscar uma proporção de energias renováveis nas suas
matrizes, reforçando assim a ideia da maior aceitação de fontes renováveis.
Há ainda a expectativa de que possíveis reduções nas taxas de financiamento, fruto da crise mundial, beneficiarão
mais as tecnologias de energias renováveis, as quais têm maiores custos iniciais de capital, porém não tem custos
de combustíveis. Isto significará que aquelas instalações terão maiores reduções de custos do que às instalações a
gás natural ou carvão.
Também é esperado um renascimento da energia nuclear, em muitos países ao redor do mundo. A participação da
energia nuclear na produção total de eletricidade tem-se mantido estável em cerca de 16%, desde a década de
1980. Esse aguardado crescimento a médio e a longo prazo, porém, será sempre limitado por questões de custos,
armazenamento, segurança e resistência pública, em especial, após o terremoto de 2011 no Japão.
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Como exemplo de tudo que foi dito neste item, pode-se citar que os custos dos sistemas solares fotovoltaicos têm
diminuído regularmente ao longo de décadas. Há a perspectiva de que eles caiam ainda mais nos próximos 10
anos. Enquanto isso, os custos projetados para a construção de novas usinas nucleares, que já vinham crescendo
continuamente na última década, continuarão a subir. Em 2009, na Carolina do Norte, as curvas dos preços se
cruzaram e a eletricidade obtida a partir de novas instalações de sistemas de energia solar fotovoltaicos já está
mais barata que a eletricidade obtida a partir das novas usinas nucleares a serem construídas. (B LA C KBU R N ;
C U NNING HAM , 2010)
Isto tem profundas implicações para a energia da Carolina do Norte e seu futuro econômico, devendo aquele
momento ser reconhecido como decisivo.
4.0 - O U T R O S F A T O R E S DA TR A N S IÇ Ã O
A transição para um sistema de energia com baixas emissões de carbono não poderá ser alcançado apenas
através da adição de novas fontes de energia renováveis. Também será necessário fazer uma total mudança no
modo como a energia é distribuída, armazenada e consumida. Mais uma vez, os contornos destas mudanças, os
investimentos e as oportunidades implícitas, já podem ser vistos. Quatro áreas se mostram promissoras:
O preço de Carbono por si só, no entanto, não será suficiente - pelo menos para as próximas décadas - para criar
em larga escala uma onda de energia renováveis, nem serão suficientes para promover a captura e sequestro de
carbono. Os preços serão estabelecidos por muitos anos por fontes mais baratas de crédito - a eficiência
energética e mecanismos baseados em projetos no mundo em desenvolvimento. Portanto, um preço de carbono é
um vetor indispensável para uma menor emissão de carbono, mas outras intervenções políticas ainda serão
necessários.
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5.0 - A T R A N S IÇ Ã O NO BRASIL
No mundo há a necessidade de políticas e estratégias empresariais inteligentes para apoiar a transição para uma
infra-estrutura de energia limpa. A s indústrias precisarão de bem concebidos conjuntos de mecanismos de apoio.
Uma vez que os formuladores de políticas públicas no mundo criem incentivos para tornar as energias limpas um
elemento chave de sua resposta à atual crise financeira, haverá ainda a necessidade de medidas adicionais. Todo
um ecossistema de tecnologia e prestadores de serviços de apoio será fundamental para o crescimento saudável
de um setor de energia limpa - e isso está intimamente ligado à capacidade dos empresários e das empresas de
criar novos e inovadores empreendimentos.
Apesar do argumento muito utilizado de que a matriz energética brasileira ser ainda fortemente baseada em
energia hidrelétrica, podendo assim ser entendida como em sua maioria renovável, o Brasil não poderá ficar alheio
à transição para uma nova economia de baixo carbono, que está em curso no mundo, sob pena de ficar alijado dos
frutos das inovações tecnológicas advindas de tal transição.
Há também o desafio da necessidade de estar constantemente avaliando novas soluções para a área de energias
limpas, pois algumas tecnologias vistas no passado recente apenas como ficção agora se apresentam com maior
viabilidade.
O Brasil precisará decidir se participará desse processo como ator ou como espectador.
Resulta daí a percepção de que o Brasil e os diferentes arranjos organizacionais ligadas ao setor energético
precisam estar dispostos a novos desafios, pois precisarão inovar, buscando não só a adaptação e o
aperfeiçoamento de suas culturas aos novos modelos estruturais e regulatórios do setor de energia mundial, como
também o respeito às especificidades do Brasil, sob pena de não o fazendo se tornarem obsoletas.
6.0 - A LG U M A S C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E O A PR E N D IZ A D O TE C N O L Ó G IC O
O aprendizado tecnológico aumenta a capacidade de ação efetiva, ou seja, o conhecimento dos diferentes agentes
de um mercado. É um vetor importante para entender a dinâmica da mudança tecnológica.
Tecnologias emergentes são geralmente caras e capturam apenas pequenos nichos de alto valor em possíveis
mercados. No entanto, à medida que as vendas vão acontecendo e se acumula experiência, as diferentes formas
de aprendizado tecnológico (learning by doing, learning by using, learning by interacting etc.) levam à redução de
custos e a um melhor desempenho técnico.
Empiricamente, observa-se que, para uma determinada tecnologia, em um mercado em equilíbrio competitivo, há
uma relação logarítmica linear entre o preço, entendido como desempenho, e a produção acumulada para aquele
mercado (W ENE, 2008). Esta relação logarítmica é conhecida como curva de experiência ou de aprendizado, e foi
relatada pela primeira vez, segundo W ene por Wright (1936 apud W E N E ,2007).
A relação entre redução de custos/ melhorias de desempenho e a produção acumulada mostra que o aprendizado
tecnológico é um processo recursivo, circular, que é mantido pelo volume crescente de mercado. Em outras
palavras, a tecnologia sempre aperfeiçoa a ela própria na medida que é usada. Idealmente, um produtor de
tecnologia de sucesso encontra continuamente novos mercados a medida que a tecnologia se torna mais barata,
atingindo mercados de massa,o que lhe possibilita exercer preços cada vez mais competitivos, em um circulo
virtuoso, até que um novo paradigma venha a criar um novo tipo de desequilíbrio.
Naturalmente, o aprendizado tecnológico medido pelas curvas de experiência e de aprendizado deveria fazer parte
da estratégia de tecnologia das empresas, setores econômicos e países.
No nível de um setor econômico, uma nova tecnologia mais cara, como, por exemplo aconteceu com os televisores
de tela plana, se destinará inicialmente a mercados de alto valor, mas conforme os custos se reduzem, pelos
diferentes tipos de aprendizado, os preços se reduzem e a nova tecnologia começa a desafiar as tecnologias
estabelecidas competindo em segmentos cada vez maiores dos mercados de massa, até que o domínio da
tecnologia em questão provoque assimetrias de informação e de conhecimento realmente compensadoras.
Em outro exemplo bastante conhecido, a telefonia móvel mostra como que uma tecnologia inicialmente muito cara,
através do aprendizado tecnológico, pode criar novos mercados de massa. O exemplo da telefonia móvel destaca o
papel das empresas estatais para reduzir a incerteza, estabelecer padrões e manter o processo de aprendizado
(M O ELLE R YD , 1997 apud W E N E ,2007)
6
Para W ene (2007) a política ativa de implantação de telefonia móvel executado pela Suécia e os países nórdicos e,
finalmente, pelas estatais européias de telecomunicações no período 1956 -1990, tem a sua contrapartida hoje na
arena da energia. Muitas das tecnologias de energia necessárias para lidar com as mudanças climáticas e
aumentar a segurança energética são hoje ainda muito caras. A implantação de programas de Governo pode criar
os mercados necessárias para estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e manter seu aprendizado
tecnológico (IEA/ O ECD, 2000, 2003 apud W E N E ,2007).
O objetivo seria derrubar os preços e aumentar o desempenho, tornando novas tecnologias eficientes em custo
possibilitando-lhes alcançar mercados de massa (IEA / O ECD, 2006 apud W E N E ,2007), ou seja exatamente o
contrário do que é feito no Brasil, onde se subsidia tecnologias amadurecidas na área de energia.
Um foco em real aprendizado tecnológico , seja em novas fontes renováveis de energia, seja em eficiência
energética, nos proporcionaria, assim, a oportunidade para a mudança tecnológica endógena no sistema de
energia brasileiro, nos tirando condição de usuários de tecnologias desenvolvidas por outros países no século XIX
e da tirania de estar sempre buscando atender uma demanda estimada segundo os critérios ditados por estas
mesmas tecnologias, além de poder contribuir drástica e efetimente para a redução das estimativas de custos para
a estabilização de C 02.
A s políticas públicas na área energética brasileira talvez devessem levar em conta o aprendizado tecnológico e os
outros fatores dele derivados, tais como os possíveis transbordamentos de conhecimento e a dinâmica do
mercado, ao definir o direcionamento de P & D, influenciando de forma mais realista e objetiva as decisões sobre
os grandes investimentos em tecnologias energéticas do futuro.
7.0 - C O N C L U S Õ E S E C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E PE S Q U IS A S FU T U R A S
O caminho para um futuro energético sustentável não será simples, mas certamente será inovador (GOLDMAN, D’
AVIGNON, 2010) e demandará muito aprendizado tecnológico, o que demandará criação de conhecimento
organizacional. O desafio para os formuladores de políticas públicas no Brasil, como no mundo, será manter o
extraordinário dinamismo da indústria de energia limpa nestes tempos difíceis e projetar pacotes de estímulos a um
sistema energético realmente sustentável.
Desenvolver tecnologias de energias renováveis, diminuir as fragilidades dos grandes sistemas centralizados,
implantando uma rede totalmente digital capaz de isolar devidamente algumas cargas, quando necessário, e
educar uma nova geração de engenheiros, técnicos e cientistas para estas novas realidades deveriam fazer parte
de qualquer programa brasileiro de crescimento.
A KM, entendida como um metaprocesso, uma reflexão crítica sobre os processos de criação de conhecimento
pode contribuir para a definição de estratégias empresariais inovadoras, alinhadas com as melhores práticas de
gestão socioambiental da atualidade. A transição em tempo hábil e com sucesso para uma nova economia de
baixo carbono no Brasil será fator primordial na determinação do papel que o país desempenhará no setor
energético mundial nas próximas décadas.
Esta transição dependerá de um sistema de conhecimento diversificado e multifacetado, capaz de lidar com novas
formas de competição, globalização dos mercados e das redes de valores, avanços tecnológicos, emergência de
novas indústrias, tendências demográficas, modificações na força de trabalho e jogos geopolíticos de poder, entre
outros fatores que exigirão que as técnicas sejam continuamente atualizadas, considerando-se as especificidades
nacionais, não se limitando à adaptação de técnicas desenvolvidas em outros países. Um sistema de
conhecimento conceitualmente correto é fundamental na busca de estratégias de catching-up adequadas à atual
sociedade do conhecimento, que irão caracterizar o Brasil como um definidor de tecnologias, ou um mero usuário
delas.
Há um desafio em minimizar o tempo necessário entre detectar uma necessidade e as inovações correspondentes,
mas no caso do S EB o desafio maior é criar um ambiente propício ao fluxo de conhecimento entre pesquisadores,
formuladores de políticas públicas e gestores empresariais.
Não é possível se pensar em um ambiente deste tipo se ele não estiver alinhado com as estratégias empresariais,
que deverão considerar adequadamente as dimensões tácitas e explícitas do conhecimento. Embora não se possa
deixar de destacar a importância da dimensão tácita do conhecimento, verdadeiro diferenciador entre as empresas,
não se pode deixar de notar também que a espiral da criação do conhecimento organizacional só se completa com
os processos que dão ênfase ao conhecimento explícito (combinação e internalização).
A correta compreensão do processo de criação de conhecimento organizacional, como proposta por Nonaka,
possibilita compreender também que o conceito de transferência de conhecimento, um conceito no mínimo
duvidoso, deveria ser substituído pela "co-produção" de conhecimento através da aprendizagem colaborativa entre
diferentes tipos de "especialistas" e de "usuários". Esta seria uma abordagem mais adequada para a construção de
7
um sistema de conhecimento voltado à transição em tempo hábil e com sucesso para uma nova economia de baixo
carbono no Brasil.
Este artigo traz a questão se o atual modelo estrutural do setor energético no Brasil, em especial a área de
pesquisa de seu setor elétrico - de inspiração neoliberal (GOLDMAN; C A S TR O , 2008) - restringe o papel da
agência reguladora do setor.
Em linha com as considerações acima, valerá a pena analisar o papel que vem sendo desempenhado pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e se:
A partir de tais análises, será possível refletir se a A N E E L vem ou não deixando de tirar partido de um mecanismo
de governança híbrido, a regulação, como elemento de estímulo a uma concorrência, capaz de alavancar o
desenvolvimento nacional através da criação de um ambiente propício à inovação e, portanto, de incentivos a
práticas eficientes de gestão, à expansão do produto e à redução das tarifas.
Assim, há importantes elementos para pesquisas futuras, buscando responder se a A N E E L atua realmente como
elemento de defesa e estímulo da concorrência e, ainda, se há a necessidade de questionar se o programa de
pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental (P&D) da A N E E L tem sido realmente capaz de contribuir para o
aprendizado tecnológico, propiciando inovações técnicas ou de mudança organizacional, que realmente garantam
maior bem estar da sociedade ou se melhor seria, por exemplo, investir os recursos de P&D na formação de redes
interorganizacionais de criação do conhecimento em resposta a um contexto de mudanças climáticas, que exige
ênfase em tecnologias limpas e busca de sustentabilidade.
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DACQ.E
Divisão de Apoio e Controle de Qualidade
" DESDE 1974 DISSEMINANDO CONHECIMENTO E CAPACITANDO
PESSOAL NA CONSTRUÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO"
AGÊNCIA N A CIO N A L DE EN ERG IA ELÉTRICA - ANEEL
Texto Original
Relatório e Voto
existe a necessidade de aprim oram ento da regulam entação do sistem a de transm issão,
visando assegurar que a expansão das instalações, localizadas na fronteira entre as linhas de
transm issão e as redes de distribuição, efetivam ente ocorra nos tem pos requeridos, em consonância
com os critérios do planejam ento setorial; e
em função da A udiência Pública n° 034, realizada no dia 4 de dezem bro de 2003, foram
recebidas sugestões de diversos agentes do setor de energia elétrica, bem como da sociedade em
geral, que contribuíram para o aperfeiçoam ento deste ato regulam entar, resolve:
Art. I o Estabelecer, na forma desta Resolução, os critérios para a com posição da Rede
Básica do Sistem a Interligado Nacional.
Art. 2o Para os fins e efeitos desta Resolução são considerados os seguintes term os e
respectivas definições:
I - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipam entos de
subestação em tensão igual ou superior a 230 kV; e
II - transform adores de potência com tensão prim ária igual ou superior a 230 kV e
tensões secundária e terciária inferiores a 230 kV, bem como as respectivas conexões e demais
equipam entos ligados ao terciário, a partir de I o de julho de 2004.
I - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipam entos de
subestação, em qualquer tensão, quando de uso de centrais geradoras, em caráter exclusivo ou
com partilhado, ou de consum idores livres, em caráter exclusivo;
III - linhas de transm issão, barram entos, transform adores de potência e equipamentos
de subestação, em tensão inferior a 230 kV, localizados ou não em subestações integrantes da Rede
Básica.
Art. 5o A Tarifa de Uso do Sistem a de Transm issão - TU ST será constituída por duas
com ponentes, conform e a seguir:
§ 3o Para fins de acesso de consum idores livres, centrais geradoras, im portadores e/ou
exportadores de energia, as instalações descritas no art. 4 o, inciso III, desta Resolução, deverão ser
consideradas como instalações de transm issão de âmbito próprio da distribuição, vinculadas à área
de concessão em que se localizem, devendo a concessionária ou perm issionária de distribuição local
responder pela totalidade dos M U ST contratados por esses usuários, visando o rateio a que se refere
o parágrafo anterior.
“ § 6o O ONS fica autorizado a adm inistrar a cobrança diretam ente por meio de
encargos de uso quando forem iguais a zero os M USTs contratados por concessionárias ou
perm issionárias de distribuição que utilizem as instalações descritas no art. 3o, inciso II, em caráter
exclusivo ou com partilhado, ou que se conectem às instalações a que se refere o art. 4o, inciso III,
em caráter com partilhado.”
“Art. 7o A conexão à Rede Básica por meio de seccionamento de linha de transm issão
deverá ter a im plem entação das respectivas instalações precedida da celebração do Contrato de
Conexão à Transmissão - CCT e do Contrato de Uso do Sistem a de Transm issão - C U ST.”
“I - o A cessante responder pelo pagam ento, por meio de CCT, do valor correspondente
à rem uneração do investim ento e respectiva depreciação anual referentes às instalações autorizadas;
e”
“a) os custos da aquisição de equipam entos para m odificações nas entradas da linha
seccionada e da im plem entação das entradas e extensões de linhas associados ao seccionamento
serão alocados como custo do em preendim ento licitado, sendo estas instalações de seccionamento
im plem entadas pelo vencedor da licitação e transferidas para a concessionária de transm issão
proprietária da linha seccionada;”
“b) os equipam entos necessários para modificações nas entradas da linha seccionada
serão adquiridos pelo vencedor da licitação e transferidos para a concessionária de transm issão
proprietária da linha seccionada;”
§ 4 o Além das condições técnicas para a conexão à Rede Básica, o CCT deverá dispor
sobre os direitos e as obrigações entre as partes e, especialm ente, que a desconexão antes do
térm ino do prazo contratual determ inará o ressarcim ento, pelo Acessante, dos encargos de conexão
associados ao tempo restante do contrato.
“Art. 7°-B A A NEEL, tendo em vista a m odicidade tarifária e com base em estudo de
alternativas realizado pelo ONS ouvida a EPE, poderá optar por licitar nova subestação em
substituição à im plem entação do reforço na subestação existente definido no art. 7°-A, § 2o.”
II - a data limite de 30 de junho de 2005 para entrada em operação dos transform adores
de instrum entos, com a classe de precisão requerida.
“ § 5o A Câm ara de Com ercialização de Energia Elétrica - CCEE deverá disciplinar, nos
Procedim entos de M ercado, as condições para aplicação de penalidade à concessionária ou
perm issionária de distribuição que não observar as datas limite estabelecidas no parágrafo anterior,
independente da ação fiscalizadora da A N EEL.”
“Art. 18...........................................................................................................................................
Art. 21. A leitura para fim de faturamento será efetuada pela autorizada,
perm issionária ou concessionária responsável pela instalação do respectivo sistem a
de medição, devendo ocorrer em intervalos de integralização de 15 minutos.
Art. 11. Excepcionalm ente, pelo prazo de até 180 dias, a contar da data de publicação
desta Resolução, as instalações de transm issão im plem entadas diretam ente pelos Acessantes, nos
term os do art. 7o da Resolução n° 433, de 10 de novem bro de 2000, poderão ser integradas à Rede
Básica por meio de Contrato de Cessão de Uso - CCU, após o qual deverá ser aplicado o
procedim ento de transferência disposto no § 5o, art. 7o, desta Resolução.
Este texto não substitui o publicado no D.O. de 11.06.2004, seção l , p . 82, v. 141, n. 111.
Üi W Eletrobras
Furnas
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Ministério de