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Correção do Fator de Potência: A importância da eficiência energética nas

instalações elétricas.

Anne Caroline Rodrigues dos Santos 1


Francidenis Galvão Soares2
Wilson Araújo Gonçalves3
RESUMO: Atualmente as cargas elétricas alimentadas pelo sistema de proteção, não
possuem as mesmas características de tempos atrás onde haviam poucas cargas não lineares.
Com o avanço da tecnologia e com o aumento das cargas não lineares nas instalações
elétricas, a correção do fator de potência passa a exigir alguns cuidados especiais. O Fator de
potência interfere diretamente na qualidade da energia distribuída pela rede elétrica. Quando
o aproveitamento dessa energia é feito de modo a produzir a menor instabilidade possível no
transporte das cargas, ocorre um ganho em eficiência na entrega do produto. No seguimento
industrial tem uma quantidade significativa de equipamentos que apresentam características
com dinâmica operacional, trabalhando alternadamente em operação a vazio e solicitação em
trabalho em alta carga ou plena carga. O presente trabalho apresenta conceitos teóricos
básicos sobre o fator de potência e eficiência energética, aplicando em campo em uma
empresa no pólo industrial de Manaus baseando-se nas normativas vigentes, resolução
normativa 414/2010, com as causas e consequências dos seus efeitos. A empresa estava
pagando um valor alto reativo, foi instalado um analisador de energia, verificou-se um baixo
fator de potência, com esse resultado conseguimos chegar a correção do fator com a
instalação de banco de capacitores. Com a correção do fator de potência temos benefícios
nas instalações elétricas e nas indústrias, com uma redução significativa do custo da energia
e aumento da eficiência energética.

Palavras Chave: Fator de potencia; eficiencia energética; energia.

ABSTRACT: Currently, since the electric charges fed by the protection system do not have
characteristics characteristic of times past, they are not linear. With the advancement of
technology and increase of non-linear loads in electrical installations, the correction of the
resistance factor goes through some special care. The power factor directly interferes with
the quality of the power distributed by the power grid. When the utilization of this energy is
made in order to produce as little instability as possible, there is no cargo transportation,
there is a gain in efficiency in the delivery of the product. No industrial movement had the
possibility to deviate from the night in which the company operated in alternative movement
in operation and payment in high load or full load. This paper presents basic concepts about
power factor and energy efficiency, applying in a non-profit industrial company, with
normative resolution 414/2010, with the causes and consequences of its acts. The company
was paying a high value, but it was with an energy rating, the same with the power factor,
with the output for the correction of the factor with the installation of the capacitor bank.
With a correction of risk factors for electric power and in industries, with a significant
reduction of energy consumption and increased energy efficiency.

Keywords: Power factor; Energy Efficiency; Energy.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação da
UNINORTE e constará nos anais do II Encontro De Trabalhos Científicos de Engenharia Elétrica Engenharia de Controle e
Automação Uninorte Laureate- II ETCEECAU 2019.
1
Aluno finalista de Engenharia Elétrica- UNINORTE – email: carollidrigues@gmail.com
2
Aluno finalista de Engenharia Elétrica- UNINORTE – email: francidenissoares@gmail.com
3 Engenheiro de Distribuição da Eletrobrás Amazonas e Docente da Uninorte Laureate. Mestrado em
Automação Industrial pela UFAM em 2008. Engenheiro Eletricista formado pela UFPB em 1990.–email:
wilsonga2@gmail.com
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Introdução

Quando se trata de qualidade de energia elétrica, ligamos custo com eficiência


na hora do uso dos equipamentos das indústrias e edifícios comerciais. Com isso há um
aumento na preocupação com a qualidade e eficiência energética. Para a movimentação
de equipamentos elétricos como, motores e transformadores, necessário que tenha o
trabalho da energia ativa e reativa. A energia reativa é responsável pela geração dos
campos magnéticos e elétricos nas bobinas dos equipamentos, já a energia ativa é aquela
que executa as tarefas, a que produz o torque, a ação e o efeito do equipamento de se
movimentar para executar suas atividades. Mas além da energia reativa ser
indispensável no processo de geração de energia para rotação e funcionamento das
máquinas, seu uso deve ser a menor possivel, para uma boa qualidade e eficiencia
energética.
A qualidade de energia é o grau no qual tanto a utilização quanto a distribuição
de energia elétrica afetam o desempenho dos equipamentos elétricos e podem ser
considerados como distúrbios na qualidade de energia (TAMIETTI, 2007:4).
Quando o consumidor tem um fator de potência baixo, multas da concessionária
são cobradas por excedentes de consumo de energia reativa, para que se tenha um fator
de potência adequado evitar um baixo fator de potência e uma baixa qualidade de
energia, é preciso que o consumidor corrija o fator de potência.
A Resolução Normativa N° 414/2010, diz que o fator de potência de referência
indutivo ou capacitivo tem como limite mínimo permitido, para as unidades
consumidoras do grupo A, o valor de 0,92. Além disso, outro ponto importante fica
definido, a tarifação horasazonal. Das 6h da manhã às 24h o fator de potência deve ser
no mínimo 0,92 para a energia e demanda de potência reativa indutiva fornecida, e das
24h até as 6h no mínimo 0,92 para energia e demanda de potência reativa capacitiva
recebida. Um valor abaixo que 0,92 o consumidor estará pagando reativo precisando da
correção do fator de potência.
Hoje no mercado brasileiro de energia elétrica a questão de eficiência energética
é muito visada. A eficiência energética está agregada a vários fatores para que a energia
seja utilizada da melhor e mais econômica maneira possível.
O presente estudo visa a importância da correção do fator de potência para os
consumidores industriais e comerciais, é um método de eficiência energética, quando
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sendo realizada de maneira correta, garante não só ao cliente como também a
concessionária que lhe fornece a energia elétrica resultados satisfatórios e econômicos.
O fator de potência é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. Ele
indica a eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência alta e
inversamente, um fator de potência baixo indica baixa eficiência energética. Um triângulo
retângulo é frequentemente utilizado para representar as relações entre (Kw), (kVAr) e (kVA).
(WEG-MANUAL PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA)

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado a partir de um estudo em cima da correção do


fator de potência em instalações elétricas, pincipalmente industriais, onde aborda as
causas do baixo fator de potência, consequências e como o cliente final chegar a uma
eficiência energética na sua indústria e comercio.

Eficiência Energética

Quando tratamos de energia elétrica em um consumidor final, o principal


objetivo é que a energia por ele contratada seja usada adequadamente com qualidade e
que tenha a melhor economia possível.
A eficiência energética engloba vários fatores, porém o mais visado e estudado é
a economia das empresas nas contas de energia. Como uma empresa, mesmo que seja
de pequeno porte necessita de máquinas e equipamentos um estudo é realizado para que
elas possam ter um menor consumo de energia.
As instalações elétricas são normalmente consideradas a partir do ponto de acoplamento
comum (PAC), entre a concessionária e o consumidor. Note-se que, apesar de não se interferir
em cargas e nos processos, o consumo de energia nas instalações é diretamente afetado e
alterado pela qualidade da energia entregue às próprias cargas, equipamentos e componentes
elétricos. (O SETOR ELÉTRICO- EDIÇÃO 89-IV,2013)
Alguns aspectos estão relacionados diretamente a qualidade de energia na
eficiência energética, como perdas nas instalações elétricas e aqueles ligados as
máquinas e equipamentos. Regulação de tensão, compensação reativa, e redução de
perdas em relação a compensação reativa são alguns aspectos relacionados. Quando a
tensão nominal trabalha próxima a tensão de operação, há um melhor rendimento e com
isso a operação dos equipamentos e iluminação. Não haverá sobretensões e
sobrecorrentes.

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A instalação de capacitores ajuda na redução da compensação reativa, com a
redução de correntes elétricas, melhora no rendimento de motores e máquinas e Isenção
de pagamento de excedente de energia reativa para as concessionárias.

Conceitos sobre o fator de potência

No Sistema Elétrico atual é constituído por cargas não lineares, ou seja,


distorcem as formas de ondas de corrente e tensão, conforme figura 1. Essas cargas são
denominadas como: motores, geradores, transformadores, reatores de iluminação,
reguladores, dentre vários outros, bem como pelas linhas de alimentação e seus
condutores.
Figura 1: Ângulo de defasagem entre tensão e corrente.

Fonte: (SIEMENS, 2005) – figura traduzida

Assim, equipamentos como os motores e geradores, por dependerem de campos


eletromagnéticos para o seu funcionamento, agregam ao sistema a característica denominada
“indutiva”, pois, em seu funcionamento, a energia elétrica que os alimenta, por “indução”, é
convertida em outro tipo de energia, no caso dos motores, por exemplo, em energia motriz
(SENA, 2005).
Cargas com características indutivas necessitam de campos magnéticos e para
que tenha funcionamento elas operam em duas potências: a reativa e a ativa. A potência
ativa, realiza trabalho, é medida em (kW). Já a potência reativa é usada para manter e
criar campos magnéticos das cargas indutivas. A potência reativa não produz trabalho,
medida em (kVAr), percorre entre a fonte de alimentação e a carga, ocupando um
espaço onde poderia ser utilizado pela potência ativa. A potência ativa e a potência

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reativa, juntas, constituem a potência aparente, medida em (kVA), que é a potência total
gerada e transmitida à carga (MARTINS, 2008).
Um triângulo retângulo é utilizado para representar a relação entre as potências
ativa, reativa e aparente, chamado Triangulo das Potências conforme figura 2 abaixo.

Figura 2: Triângulo das Potências.

Fonte: Weg-Manual Para Correção Do Fator De Potência.

O fator de potência (1) é a razão da potência ativa em (kW) com a potência


aparente em (kVA). Ele indica a eficiência no uso de energia elétrica.
𝐾𝑊
𝐹𝑃 = 𝐾𝑉𝐴 = 𝐶𝑂𝑆 Φ (1)

Um alto fator de potência indica que o uso de energia está eficiente,


inversamente, quando se tem um baixo fator de potência, indica que não há um
aproveitamento adequado da energia elétrica fornecida, podendo sobrecarregar o
sistema elétrico, desgaste nos equipamentos da empresa etc. Esse fato acarreta grandes
preocupações com a qualidade da energia elétrica e com a eficiência dos métodos
tradicionalmente utilizados para o gerenciamento do sistema elétrico a 60 Hz. (O
SETOR ELÉTRICO- EDIÇÃO 89-IV,2013)
Segundo a Resolução Normativa N° 414/2010 da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) especifica como sendo 0,92 o fator de potência de referência mínimo
aceitável. E por meio dos decretos n. 62.724, de 1968, n. 75.887, de 1975, e n. 479, de
1992, determinam a forma e o critério de avaliação de faturamento da energia reativa
que exceder o valor mínimo aceitável. Com isso o consumidor que tiver um fator de
potência inadequado, a concessionária penaliza com uma sobretaxa (consumo de
energia reativa excedente) ou multas. Sendo assim, o fator de potência deve sempre

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permanecer entre 0,92 indutivo até 0,92 capacitivo, conforme figura 3.

Figura 3: Faixa permissível para o fator de potência pela atual legislação

Fonte: CODI, 2004.

Causas e Consequências do baixo Fator de Potência.

O baixo fator de potência pode ser gerado por várias causas, podemos citar:
Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados (operando com pouca
carga); Transformadores operando em vazio ou superdimensionados; Grande
quantidade de motores de pequena potência em operação durante um longo período;
Lâmpadas de descarga; Cargas especiais com consumo reativo; Tensão acima da
nominal (CODI, 2004).
Os motores elétricos operando em vazio ou em plena carga necessitam da
mesma quantidade de energia reativa, por serem indutores de campo magnético, com
isso necessitam de um fator de potência baixo. Os transformadores quando operado
superdimensionados ou a vazio, assim como os motores de indução, consomem energia
reativa grande, pois necessita da mesma para a magnetização dos transformadores. As
lâmpadas de descargas (aquelas que necessitam de reator) também contribuem para a
redução do fator de potência. Atualmente, as lâmpadas de Led apresentam inversão da
característica do fator de potência de indutivo para capacitivo, quanto maior for a
distorção de corrente no LED, menor será o fator de potência, ou mais capacitiva será a
carga. (O SETOR ELÉTRICO- EDIÇÃO 153- OUT-2018)
Outra causa que interfere no fator de potência é a relação da tensão nominal e a
tensão de operação. Quanto maior for a diferença entre elas, menor será o fator de
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potência. Quanto mais próximo da tensão nominal for o comportamento da tensão de
operação melhor será o rendimento e comportamento dos motores e acionamentos, além
disso, interfere diretamente com a iluminação pois o sistema começará a funcionar
adequadamente, e os sistemas de sincronismos, e transformadores não apresentarão
fator de potência baixo operando normalmente sem anormalidades.
O baixo fator de potência interfere diretamente no aumento nas perdas de
energia elétrica nas redes que ocorrem em forma de calor, a corrente cresce com o
excesso de energia reativa, estabelecendo uma relação entre as perdas e o baixo fator de
potência. Com essa relação ocorre o aquecimento de condutores e equipamentos
elétricos. A queda de tensão também é devido ao aumento da corrente, ocasionando
interrupção da energia elétrica e a sobrecargas de componentes da rede elétrica. Além
disso a queda de tensão pode ocasionar a diminuição da luminosidade e o aumento da
corrente nos motores elétricos.

Correção do Fator de Potência

Para correção do fator de potência é necessário o estudo para a análise das


causas que provocam a utilização excessiva da energia reativa. Na análise das causas
são utilizados equipamentos de medições, elaborações de relatórios técnicos e
verificação das cargas existentes nas instalações elétricas.
A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso de equipamentos –
desligar motores em vazio, redimensionar equipamentos superdimensionados,
redistribuir cargas pelos diversos circuitos etc. – e pode, eventualmente, solucionar o
problema de excesso de reativo nas instalações (CODI, 2004).
A energia reativa indutiva é necessária para a magnetização das bobinas de
equipamento indutivos, porém seu uso deve ser limitado ao mínimo.
Para a correção é instalado junto às cargas indutivas capacitores que passam a
trabalhar apenas para esses equipamentos. A energia reativa é fornecida pelos
capacitores que libera parte da capacidade do sistema elétrico, sendo chamada de
compensação de energia, conforme figura 4.

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Figura 4: Demonstração da correção do fator de potência através de capacitor

Fonte: CODI, 2004.

Quando há consumo de energia reativa, caracterizando uma situação de


compensação insuficiente, o fator de potência é chamado de indutivo. Quando está
havendo um fornecimento de energia reativa à rede, caracterizando uma situação de
compensação excessiva, o fator de potência é chamado capacitivo. (CODI, 2004)
Para a o dimensionamento e cálculo do banco de capacitor ou células capacitivas
é utilizada a seguinte equação. (2)

𝑄 = 𝑃 × (𝑇𝑔𝐶𝑂𝑆 −1 Φ1 − 𝑇𝑔𝐶𝑂𝑆 −1 Φ2 ) (2)


Onde:
− P é a potência ativa instalada;
− ϕ1 é o ângulo de defasagem antes da correção do FP ;
− ϕ2 é o ângulo de deslocamento de fase a ser obtido;
− Q é a capacidade do banco de FP − Fator K (kvar/kW instalado).

A correção do fator de potência pode ocorrer de 04 maneiras: na entrada de


energia em alta tensão, na entrada de energia de baixa tensão, nos grupos de cargas, nas
cargas localizadas, e a correção combinada.

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Na entrada de energia de alta tensão (AT) é feita a correção vista pela
concessionária, permanecendo assim o baixo fator de potência internamente nas
instalações do consumidor conforme figura 5.

Figura 5: Demonstração da correção do fator de potência na entrada de energia de alta tensão (AT)

Fonte: CODI, 2004.

Na entrada de energia de baixa tensão (BT) é feita a correção com bancos


automáticos de capacitores em instalações elétricas com cargas com potências diferentes
e modo de utilização uniforme, conforme figura 6.

Figura 6: Demonstração da correção do fator de potência na entrada de energia de alta tensão (BT)

Fonte: CODI, 2004.

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Nos grupos de cargas o capacitor é instalado no quadro de distribuição para
corrigir um setor ou um conjunto de pequenas máquinas com potencias menores que 10
cv. Essa correção não diminui a corrente nos circuitos de cada equipamento, conforme
figura 7.

Figura 7: Demonstração da correção do fator de potência no grupo de cargas.

Fonte: CODI, 2004.

A correção nas cargas localizadas, a correção é feita instalando o capacitor junto


a máquina ou equipamento que se pretende corrigir o fator de potência. Essa correção
gera potência reativa somente onde é necessário, conforme figura 8.

Figura 8: Demonstração da correção do fator de potência através de capacitor

Fonte: CODI, 2004.

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A correção combinada, ou correção mista a instalação do capacitor é feita ao
lado do secundário do transformador. Para motores maiores que 10 cv a correção é feita
localmente. Para os menores de 10 cv ele é corrigido por grupos. Quando se usa reatores
nas iluminações de baixo fator de potência, é corrigido na entrada da rede.

Vantagens da correção do fator de potência

Corrigindo o fator de potencia da instalação elétrica seja ela industrial, comercial,


é possível reduzir o valor da corrente e, consequentemente a energial total absorvida no lado
de carga da instalação. Isso implica em numerosas vantagens, sendo uma delas a melhor
utilização das máquinas e equipamentos elétricos, fazendo com que o consumidor tenha uma
eficiencia energética e economia adequada.

Resultado e Discussão
O estudo foi desenvolvido em uma subestação localizada em uma fábrica da cidade
de Manaus. A empresa no momento está desativada. A subestação existente na mesma é
de 900 kVA, composta por dois transformadores a seco um de 150 kVA, tensão
trifásica 220 V em e outro de 750 kVA, tensão trifásica 380 V respectivamente, porém
quando chega no período da noite a mesma paga reativo.
Foram instalados nos QGBT’s dos mesmos analisadores de energia. No QGBT 01
do transformador de 150 kVA, o fator de potência apreseno um valor de 0,90 ind,
estando de acordo com a resolução da ANEEL.
No QGBT 02 foi feita a mesma análise com o analisador de energia, porém o valor
obtido foi de 0,10 transformador rodando a vazio. Não estando de acordo com a
resolução da ANEEL.
Fizemos a medição em cada QGBT para saber quanto cada um pede correção em
KVAr. Conforme os dados das medições coletadas, tem-se que apenas o QGBT 2, de
380 V está precisando de correção.
De acordo com os estudos feitos e dados coletados, foi calculado um banco de
capacitor de 30 kVAr em 380 V fixo e um banco de 10 kVAr em 220 V automático.
Dados necessários para a confecção dos quadros de banco de capacitores para a
correção do fator de potência.

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Tabela 1: Comparativo entre as vantagens da correção do fator de potência para a consumidor
e para a concessionária.

Benefícios da correção do fator de potencia

Consumidor Concessionária

Redução dos custos de energia; O bloco de potência reativa deixa de circular no


sistema de transmissão e distribuição;

Aumento da eficiencia energética do Evita as perdas pelo efeito Joule;


consumidor;
Aumenta a capacidade do sistema de transmissão
Melhoria na tensão;
e distribuição para conduzir o bloco de potência
ativa;

Aumento da capacidade dos equipamentos; Aumenta a capacidade de geração com intuito


de atender mais consumidores;

Aumento da vida útil das instalações e Diminuir os custos de geração;


equipamentos;

Redução do efeito Joule; -

Fonte: Autoria própria.

Conclusões

Cada vez mais se acentua o aumento da produtividade do sistema elétrico


através de otimizações englobando a eficiência energética. Com o aumento das cargas
não lineares, a correção do fator de potência passou a ter um rigor maior da ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica), através da resolução nº 414/ANEEL de 9 de
novembro de 2010, onde estabelece um valor mínimo de referência de 0,92.
Através da correção do fator de potência, há uma redução nas perdas de energia
em cabos e transformadores, pois aumenta a capacidade dos equipamentos, melhorando
assim a vida útil das instalações e máquinas elétricas.
Com o crescente avanço das tecnologias nas indústrias e o aumento das multas
por excedentes reativos, melhorar o fator de potência com a compensação de energia
significa tomar medidas necessárias para aumentar o fator de potência em uma seção
definida da instalação elétrica. Isso permite melhorias na qualidade de energia elétrica,
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para a instalação, garantindo assim, uma eficiência energética e a redução dos custos de
energia elétrica pela eliminação do ajuste na tarifa imposto pela concessionária.

Referências Bibliográficas

CASA, Darci. Manual de correção do fator de potência. Porto Alegre: DICEL


Engenharia, 2014.
CODI – Manual de orientação aos consumidores: Energia Reativa Excedente,
Comitê de Distribuição de Energia Elétrica. Rio de janeiro, 2004.
WEG- Manual para correção do fator de potência. Disponível em:
<https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hea/h8b/WEG-correcao-do-fator-de-
potencia-958-manual-portugues-br.pdf> Acesso em 6 de Maio de 2019
Resolução ANEEL N° 414/2010- Condições Gerais para Fornecimento de Energia
Elétrica.
Revista O SETOR ELÉTRICO, São Paulo: Atitude. Edição 89, 2013.
Revista O SETOR ELÉTRICO, São Paulo: Atitude. Edição 153, 2018.
MARTINS, Alexandre. Entendendo o fator de potência. Porto Alegre: CP
Eletrônica, 2008.
SENA, Carlos. Combate ao desperdício de energia elétrica: Fator de potência.
Espírito Santo, 2005.
TAMIETTI, Ricardo. Compensação reativa e a correção do fator de potência.
Belo Horizontal: Engeweb, 2007.

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