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LUCAS PORTO CAMPOS

FATOR DE POTÊNCIA
Baixo fator de potência: consequências para instalações
elétricas industrias.

NITERÓI

2023
LUCAS PORTO CAMPOS

FATOR DE POTÊNCIA
BAIXO FATOR DE POTÊNCIA: CONSEQUÊNCIAS PARA
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAS

Projeto apresentado ao Curso de Engenharia elétrica da


Instituição Centro Universitário Anhanguera de Niterói –
UNIAN.

Orientador: Bruno Souza.

Niterói
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
1.1 O PROBLEMA.......................................................................................................4
2 OBJETIVOS..............................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO.......................................................................5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS................................................5
3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................6
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................7
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 14
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO...........................................................15
REFERÊNCIAS.........................................................................................................16
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1 INTRODUÇÃO

O fator de potência é um conceito fundamental no estudo das instalações


elétricas, especialmente em instalações industriais. Ele se refere à relação entre a
potência ativa (que é a potência efetivamente utilizada para realizar trabalho) e a
potência aparente (que é a potência total fornecida pela rede elétrica). Um baixo
fator de potência indica que a instalação está utilizando uma quantidade excessiva
de energia para realizar o trabalho desejado.
Os problemas causados por um baixo fator de potência são numerosos e
podem levar a prejuízos financeiros e à perda de eficiência energética. Entre as
consequências mais comuns estão o aumento do consumo de energia elétrica,
queda de tensão, sobrecarga de transformadores e aquecimento excessivo dos
equipamentos. Além disso, um baixo fator de potência pode resultar em multas e
penalidades financeiras impostas pelas concessionárias de energia elétrica.
Diante dessas consequências, a correção do fator de potência é uma medida
importante para aumentar a eficiência energética e reduzir os custos operacionais
em instalações elétricas. Existem diversas técnicas e equipamentos disponíveis para
corrigir o fator de potência e melhorar a qualidade do fornecimento de energia
elétrica. Por isso, é importante compreender as causas e consequências de um
baixo fator de potência, para que possam ser implementadas soluções eficazes e
sustentáveis para o problema.

1.1 O PROBLEMA

Como mitigar os impactos financeiros e materiais causados às instalações


elétricas provenientes de um baixo fator de potência?
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO

Este trabalho tem como objetivo geral analisar as consequências de um baixo


fator de potência para instalações elétricas industriais, bem como propor soluções
para corrigir o problema.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

 Identificar as causas mais comuns do baixo fator de potência em


instalações elétricas industriais.
 Analisar as consequências do baixo fator de potência para o consumo
de energia elétrica, queda de tensão, sobrecarga de transformadores e
aquecimento excessivo dos equipamentos.
 Avaliar as técnicas e equipamentos disponíveis para corrigir o fator de
potência e melhorar a eficiência energética das instalações elétricas
industriais.
 Propor medidas eficazes e sustentáveis para corrigir o problema do
baixo fator de potência em instalações elétricas industriais,
considerando aspectos econômicos, ambientais e de segurança.
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3 JUSTIFICATIVA

A questão do fator de potência é de extrema importância para as empresas


que dependem de instalações elétricas para a realização de suas atividades
produtivas. Isso porque o baixo fator de potência pode levar a consequências como
o aumento no consumo de energia elétrica, queda de tensão, sobrecarga de
transformadores e aquecimento excessivo de equipamentos, o que pode prejudicar
a eficiência energética e a segurança dessas instalações. Assim, é necessário
compreender as causas do baixo fator de potência e as técnicas disponíveis para
corrigir o problema, de modo a garantir uma operação mais eficiente e sustentável.

Diante desse contexto, a pesquisa se apresenta como relevante para o


aprofundamento do conhecimento sobre a temática. A análise das causas e
consequências do baixo fator de potência em instalações elétricas industriais pode
auxiliar as empresas a tomar decisões mais conscientes em relação à gestão de
seus recursos energéticos. Além disso, a identificação de soluções para corrigir o
fator de potência pode contribuir para a redução dos custos operacionais das
empresas e para a preservação do meio ambiente, por meio do uso mais eficiente
de energia elétrica.

Nesse sentido, a pesquisa terá uma importante contribuição para a sociedade


e para a comunidade acadêmica. Os resultados da pesquisa poderão ser utilizados
por empresas de diversos setores para melhorar a eficiência energética de suas
instalações elétricas, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a
sustentabilidade do planeta. Além disso, a pesquisa pode fomentar o debate
acadêmico sobre a gestão de recursos energéticos e a importância da eficiência
energética na produção industrial, contribuindo para o desenvolvimento de novas
técnicas e tecnologias na área.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para que a obra possa ser compreendida de forma mais clara, faz-se
necessário a abordagem dos conceitos teóricos acerca do tema em questão. Nesse
sentido, conhecimentos como potência elétrica em CA (corrente alternada), potência
ativa, potência aparente, potência reativa e o próprio fator de potência são conceitos
que estão intimamente ligados e são de suma importância para a abordagem da
obra.
Também será abordado nesse tópico questões sobre o que causa um baixo
fator de potência, as consequências que o mesmo traz para as instalações
industriais e a penalidade que pode incidir, por parte da concessionária de energia,
no faturamento mensal.

Corrente Alternada (CA)

Os princípios da corrente alternada (CA) são fundamentais para a


compreensão de como a eletricidade é gerada, transmitida e utilizada na sociedade
moderna. De acordo com Hélio Creder (2016, p.38) “Corrente alternada é uma
corrente oscilatória que cresce de amplitude em relação ao tempo, segundo uma lei
definida”.

Figura 1 – Onda Senoidal

Fonte: Creder (2016, p.40)

A figura retratada acima representa a forma como é descrita uma onda


senoidal. Por meio dela pode-se observar como a corrente alternada se comporta, à
esquerda da figura temos uma analogia ao gerador de energia CA. Na medida em
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que o mesmo desloca-se no sentido anti-horário, os vetores – que representam a


força eletro motriz (fem) e ou corrente induzida – assumem valores de amplitudes
diferentes. Onde o valor máximo obtido encontra-se geometricamente na posição de
90°, que também é conhecido como valor de pico positivo, logo após a amplitude
decresce até atingir a posição de 180° onde tem sua amplitude zerada e sua
polaridade alternada. A partir desse ponto, o vetor de fem cresce com a polaridade
negativa até atingir o seu pico negativo na posição 270°, logo após decresce até
zerar novamente seu valor em 360°, onde tem-se uma volta completa do gerador e a
partir daí o ciclo se repete. Os valores da força eletromotriz induzida são
representados pela seguinte equação trigonométrica, segundo Robert L. Boylestad
(2018, p.594):

e=E m sen ωt
Onde:
e = Força eletromotriz induzida;
Em = Valor de pico da fem;
ωt = velocidade angular, representado por: ωt=2 πft ;
f = frequência;
t = período em segundos.

Dadas as características da corrente alternada, conceitos como período e


frequência são comuns e podem ser definidos segundo Creder (2016, p.39) como:
“Período é o tempo necessário à realização de um ciclo” e é descrito pela seguinte

equação: T = .
ω
Onde:
T = período em segundos;
⫪ = 3,14;
ω = radianos por segundo (velocidade angular).
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Já a frequência é definida por Creder (2016, p.39) como “o número de ciclos


por segundo, sendo a frequência o inverso do período”. Logo, é representada pela
1
equação: f = .
T

Características de um circuito resistivo, indutivo e capacitivo:

As características de um circuito resistivo são apresentadas no gráfico da


forma de onda, na figura abaixo:

Figura 2 – Circuito Resistivo

Fonte: Boylestad (2018, p.642)

A figura acima representa um circuito puramente resistivo onde a forma


de onda da corrente elétrica é uma onda senoidal que está em fase com a tensão
elétrica. Isso significa que a corrente elétrica e a tensão elétrica estão em sincronia,
o que é característico de um circuito resistivo puro. Na prática, os níveis de
frequência utilizados pela rede elétrica não causam nenhuma influência nos circuitos
resistivos.
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Já as características de um circuito puramente indutivo são representadas


pela figura 3:

Figura 3 – Circuito Indutivo.

Fonte: Boylestad (2018, p.643)

Em resumo, em um circuito indutivo a corrente elétrica flui através de


um componente chamado indutor, que armazena energia em forma de campo
magnético. A forma de onda da corrente elétrica é senoidal e atrasada de 90° em
relação à tensão elétrica, devido a oposição do indutor à mudança de corrente. A
potência elétrica é a soma das potências ativa e reativa, e o fator de potência é
geralmente menor que 1, devido à presença da potência reativa. Esta oposição
ocasionada pelo indutor é conhecida como reatância indutiva, sendo a mesma
diretamente proporcional à frequência da corrente alternada e à indutância do
componente. A seguinte equação descreve a reatância indutiva:

X L =2 πfL
Onde:

XL = Reatância indutiva dada em ohms;


f = Frequência da corrente alternada dada em hertz (Hz);
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L = Indutância dada Henry (H).

As principais características de um circuito puramente capacitivo são


representadas a seguir:

Figura 4 – Circuito Capacitivo

Fonte: Boylestad (2018, p.644)

Um circuito capacitivo é um circuito elétrico que contém um capacitor, que


armazena energia em forma de campo elétrico. A forma de onda da corrente elétrica
é senoidal e adiantada de 90° em relação à tensão elétrica, devido à aceleração da
carga armazenada no capacitor. A potência elétrica é a soma das potências ativa e
reativa, e o fator de potência é geralmente maior que 1, devido à presença da
potência reativa. Esta oposição ocasionada pelo capacitor é chamada de reatância
capacitiva, sendo a mesma inversamente proporcional à frequência da corrente
alternada e a capacitância do componente. A seguinte equação descreve a
reatância capacitiva:
1
XC=
2 πfC
Onde:

XC = Reatância capacitiva dada em ohms;


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f = frequência da corrente alternada dada em hertz (Hz);


C = Capacitância dada em micro Faraday (µF).

Potência Elétrica:

A potência elétrica em corrente alternada é definida como a taxa de energia


elétrica transferida por unidade de tempo. Essa potência pode ser medida em watts
(W) e é calculada usando a tensão (V) e a corrente (I) da corrente alternada. Na
corrente alternada, a direção e a magnitude da corrente elétrica mudam
constantemente ao longo do tempo.
Existem três formas de potência elétrica em corrente alternada: a potência
aparente, que é a potência total fornecida pelo circuito, a potência ativa, que é a
parte da potência aparente que é usada para fazer trabalho real e a potência reativa,
que é a parte da potência aparente que é usada para fornecer energia na forma de
campo magnético e/ou campo elétrico ao circuito.
A potência aparente é dada pela equação S = VI, onde S é a potência
aparente em volt-ampere (VA). A potência ativa é dada pela equação P = VI cos(θ),
onde P é a potência ativa em watts (W), θ é o ângulo de fase entre a tensão e a
corrente. A potência reativa é dada pela equação Q = VI sin(θ), onde Q é a potência
reativa em volt-ampere reativo (VAR).

Figura 5 – Triângulo das Potências

Fonte: Gussow (2009, p.353)


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A relação entre a potência ativa, reativa e aparente pode ser expressa através
do triângulo de potência, que é uma representação gráfica das três formas de
potência elétrica. A hipotenusa do triângulo representa a potência aparente, a
projeção horizontal da hipotenusa representa a potência ativa, e a projeção vertical
da hipotenusa representa a potência reativa.

Fator de Potência:

O fator de potência é um conceito importante em eletricidade que indica a


eficiência do uso da energia elétrica em um circuito. Ele é a relação entre a potência
real e a potência aparente de um circuito elétrico.
A potência real é a quantidade de energia elétrica que é efetivamente utilizada
para fazer um trabalho em um circuito, como ligar uma lâmpada ou um motor
elétrico. Já a potência aparente é a quantidade total de energia elétrica que está
sendo fornecida ao circuito, levando em conta a potência real e a potência reativa,
que é a energia que é armazenada e liberada pelos componentes indutivos ou
capacitivos do circuito. O fator de potência pode ser calculado pelas seguintes
equações:

kW (W ) kWh kvarh
FP= ou , FP= ou , FP=cos arctg
kVA (S ) √ kWh +kvarh
2 2 kWh

O fator de potência varia de 0 a 1, sendo que um fator de potência de 1 indica


que toda a energia elétrica fornecida ao circuito está sendo efetivamente utilizada
para realizar um trabalho útil. Valores menores que 1 indicam que parte da energia
elétrica fornecida está sendo desperdiçada, enquanto valores negativos indicam que
o circuito está fornecendo energia de volta à rede elétrica, o que pode levar a
problemas de instabilidade no sistema.
O uso eficiente da energia elétrica é importante não apenas para reduzir o
desperdício de energia, mas também para evitar problemas como a sobrecarga do
sistema elétrico e os custos associados à energia reativa. Para isso, é necessário
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monitorar e corrigir o fator de potência em circuitos elétricos, utilizando


equipamentos como capacitores ou dispositivos de correção de fator de potência.
Em resumo, o fator de potência é uma medida da eficiência do uso da energia
elétrica em um circuito, indicando a relação entre a potência real e a potência
aparente. Valores menores que 1 indicam que parte da energia elétrica está sendo
desperdiçada, enquanto valores negativos indicam que o circuito está fornecendo
energia de volta à rede elétrica. É importante monitorar e corrigir o fator de potência
em circuitos elétricos para evitar problemas e reduzir o desperdício de energia.

5 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa a ser realizada será uma revisão de literatura, onde serão
pesquisados livros, dissertações e artigos científicos selecionados através de busca
nas seguintes bases de dados “Eletricidade Básica – Milton Gussow”, “Análise de
Circuitos – Robert L. Boylestad”, “Instalações Elétricas – Hélio Creder”, “Capacitores
de Potência e Filtros Harmônicos – João Roberto Cogo; José Batista Siqueira Filho”,
“Artigo – Eficiência Energética: Correção de Fator de Potência por Meio da
Utilização de Banco de Capacitores ”, “Artigo – Eficiência Energética: Como Corrigir
o Fator de Potência” e “Módulo 8 do PRODIST – Qualidade do Fornecimento de
Energia Elétrica”. O período dos artigos pesquisados serão os trabalhos publicados
nos últimos “15” anos As palavras-chave utilizadas na busca serão: “Fator de
Potência”, “Potência Ativa”, “Potência Aparente”, “Potência Reativa”, “Banco de
Capacitores”, “Causas” e “Consequências”.
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

Cronograma de execução das atividades do Projeto e do


Trabalho de Conclusão de Curso.
2023/1 2023/2
ATIVIDADES MA
JAN FEV ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R
Escolha do tema. Definição do
problema de pesquisa X X X
Definição dos objetivos,
justificativa. X X X
Pesquisa bibliográfica e elaboração
da fundamentação teórica. X X

Definição da metodologia. X
Entrega da primeira versão do
projeto. X

Entrega da versão final do projeto.

Revisão das referências para


elaboração do TCC.

Elaboração da Introdução

Revisão e reestruturação da
Introdução e elaboração do
Desenvolvimento
Revisão e reestruturação do
Desenvolvimento

Elaboração da Conclusão
Reestruturação e revisão de todo o
texto. Verificação das referências
utilizadas.
Elaboração de todos os elementos
pré e pós-textuais.

Entrega do TCC-Artigo
Fonte: O Autor (2022).
Defesa do TCC-Artigo
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REFERÊNCIAS

BOYLESTAD, Robert L. Análise de circuitos. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2018.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. Porto Alegre: Bookman, 2009.

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