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Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia Industrial e Metalúrgica de Volta Redonda


Departamento de Engenharia Mecânica

Roteiro de Experimento – Tubo de Pitot-estático


Aula Prática da disciplina de Mecânica dos Fluidos I – VEM00010

Autoria: Gabriel Vieira Mariano, Letícia Nunes Ferreira

Suporte técnico: Bonifácio Fialho

Docente reponsável: Fabio José Bento Brum

Volta Redonda
2022
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

1. Sumário

2. OBJETIVO DO EXPERIMENTO..............................................................................3

3. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................5

5. APARATO EXPERIMENTAL...................................................................................6

TÚNEL DE VENTO.........................................................................................................................................7
TUBO DE PITOT-ESTÁTICO........................................................................................................................7
MANÔMETRO EM U......................................................................................................... 7
SENSOR PIEZOELÉTRICO..........................................................................................................................7

6. DAS EQUAÇÕES GOVERNANTES NOS EQUIPAMENTOS.................................8

VAZÃO VOLUMÉTRICA Q AO LONGO DO TÚNEL [M3/S].........................................................8


VELOCIDADE NO TUBO DE PITOT [M/S].............................................................................8
DIFERENÇA DE PRESSÃO MEDIDA PELO MANÔMETRO EM U [PA].........................................8
DIFERENÇA DE PRESSÃO MEDIDA PELO SENSOR PIEZOELÉTRICO [MMCA]............................9

7. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................................................9

ANÁLISE DOS DISPOSITIVOS PARA MEDIDA DE PRESSÃO...................................................................9


COLETA DOS DADOS EXPERIMENTAIS....................................................................................................9

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................9

9. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... 10
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

2. Objetivo do experimento

Aplicação da equação de Bernoulli na determinação da velocidade


média de escoamentos utilizando um tubo de Pitot-estático.

3. Introdução

Dispositivos para determinação da velocidade são desafiadores em


alguns tipos de aplicação. O exemplo mais representativo são as aeronaves,
pela falta de algum elemento referencial. Os velocímetros automotivos, por
outro lado, contam com a velocidade de rotação da roda como referência para
determinar a velocidade do veículo. No caso das aeronaves, por exemplo, o ar
se movendo ao seu redor é a melhor referência para a determinação da
velocidade. O tubo de Pitot-estático é um dispositivo hidrodinâmico que faz uso
da medida de pressão em dois pontos para, com o auxílio da Equação de
Bernoulli, determinar a velocidade do escoamento. Um tubo de Pitot-estático
está apresentado na Figura 1.

( (
a b
) )
Figura 1 – (a) Tubo de Pitot-estático utilizado na determinação da velocidade de aeronaves. (b)
Imagem esquemática de um tubo de Pitot-estático.

O tubo de Pitot-estático pode ser utilizado em qualquer aplicação onde


se deseja determinar a velocidade de movimentação de um fluido. No caso do
presente experimento, o tubo e Pitot-estático é utilizado para a determinação
da velocidade do escoamento em um túnel de vento.
Túneis de vento são dispositivos utilizados na etapa de projeto de
dispositivos aerodinâmicos, como carros e aeronaves. De forma geral,
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

grandezas fundamentais na análise desses dispositivos (do ponto de vista da


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Mecânica dos Fluidos), como força de arrasto e força de sustentação são


avaliados em túneis de vento antes do produto ser lançado no mercado. Por
exemplo, o projeto de um novo modelo de veículo precisa ser testado em um
túnel de vento para avaliar sua eficiência aerodinâmica. Caso a força de arrasto
esteja alta, é necessário retornar à fase de desenvolvimento do perfil
aerodinâmico para melhorias. Da mesma forma, aeronaves são testadas para
obter a máxima sustentação com o menor arrasto. O peso da aeronave mais a
dos ocupantes precisa ser sustentado pela aeronave, com o mínimo de
resistência com o ar. Os túneis de vento possuem diversas configurações, cada
uma adequada para uma aplicação específica. Algumas configurações estão
mostradas na Figura 2.

(
a
) (
b
)

( (
c d
) )
Figura 2 – Túnel de vento testando (a) um automóvel e (b) uma aeronave. Ambos
são industriais. (c) e (d) são túneis de vento didáticos, de pequena escala.
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

Como motivação às aplicações de túnel de vento na etapa de


desenvolvimento, assista ao vídeo https://youtu.be/wWNjRYOHZts, onde é
possível ver um túnel de vento da Mercedes-Benz testando o protótipo de um
carro com diversos elementos aerodinâmicos sendo operados com o intuito da
redução do arrasto aerodinâmico.

4. Fundamentação teórica

A determinação da velocidade do escoamento utilizando o tubo de


Pitot- estático se baseia na Equação de Bernoulli. Essa equação descreve a
relação entre a energia de pressão, cinética e potencial ao longo da linha de
corrente de um escoamento. Essa relação é apresentada na Eq. (1). Os termos
z1 e z2 ,p1 e p2, v1 e v2 representam a elevação, pressão e velocidade
respectivamente em dois pontos 1 e 2 do escoamento.

𝑝 + qv12 + 𝜌𝑔𝑧 (1)

= 𝑝 + qv22 + 𝜌𝑔𝑧
1 2 1 2 2 2

Na Eq. (1), ρ é a massa específica do fluido em análise e g é a


aceleração local da gravidade. Se os pontos 1 e 2 estiverem localizados em um
tubo de Pitot-estático, conforme apresentado na Figura 1, é possível realizar
algumas simplificações na equação de Bernoulli. Primeiro, observa-se que a
elevação é a mesma, ou seja, z1 = z2. Além disso, como o ponto 1 é um ponto
de estagnação,
𝑣1 = 0. A equação de Bernoulli pode então ser simplificada para a forma
apresentada na Eq. (2).

𝑝1 2
= 𝑝2 + qv2 (2)
2

Pode-se observar pela Eq. (2) uma relação entre a diferença de pressão
e a velocidade do escoamento. Ou seja, medindo-se a diferença de pressão
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entre os pontos 1 e 2, é possível determinar a velocidade do escoamento.


Isolando o termo de velocidade da equação (2), obtém-se expressão para a
velocidade do escoamento, mostrada na Eq. (3).
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

𝑣2 = J2(p1–p2) (3)
q

A medida do diferencial de pressão pode ser realizada por diferentes


formas, dentre as quais por medidores mecânicos (manômetros em U) ou
eletrônicos (sensores piezoelétricos). O manômetro em U consiste em um tubo
em U, com cada uma das pernas conectadas ao processo que se deseja
analisar. Um fluido manométrico dentro do tubo altera seu nível em função do
diferencial de pressão em cada perna. A relação entre a diferença de nível de
cada perna e a diferença de pressão é dada por conceitos de manometria, ou
seja, P = ρgh onde P é uma certa diferença de pressão medida pela diferença h
de altura entre as pernas do manômetro.
Por outro lado, os sensores piezoelétricos se baseiam na relação entre a
deformação de um diafragma e uma corrente elétrica gerada pelo um circuito
do sensor. A voltagem medida e o diferencial de pressão se relacionam de
maneira linear, ou seja, ao obter-se um valor de tensão, é necessário resolver
uma equação do tipo P = a V + b, onde P é a pressão calculada para uma certa
voltagem V medida com um multímetro.
Enquanto o manômetro em U depende de uma leitura visual, e por vezes
imprecisa, o sensor piezoelétrico possui medida confiável e precisa (quando
devidamente calibrado) e pode ser conectado a um sistema de aquisição de
dados para o armazenamento e tratamento dos dados de pressão. Ambos os
dispositivos estão instalados no túnel de vento do laboratório e serão
demonstrados na atividade experimental ora proposta.

5. Aparato experimental.

Com intuito de determinar a velocidade do escoamento em um túnel de


vento utilizando um tubo de Pitot-estático, o Laboratório de Fluidos e
Termociências da EEIMVR conta com diversos equipamentos, que serão
descritos a seguir.
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

Túnel de vento

O túnel de vento possui a seção transversal retangular, com 332 mm de


altura e 340 mm de largura. O ventilador utilizado para induzir o escoamento é
de configuração centrífugo da marca Ventisilva, modelo EC2-TN, com vazão de
30 m3/min quando operando a 60 Hz. O túnel de vento conta também com um
inversor de frequência, que permite alterar a velocidade de rotação do motor do
ventilador, consequentemente alterando a velocidade do escoamento no túnel.
Tubo de Pitot-estático

Um tubo de Pitot-estático está disponível para as medidas de velocidade


do escoamento no túnel de vento.
Manômetro em U

É usado para medir o diferencial de pressão estática em dois pontos,


pressão estas que são canalizadas do tubo de Pitot-estático. O túnel de vento
conta com um manômetro em U da marca Salcas, modelo MCU de escala 200-
0-200, ou seja, cada perna possui uma amplitude de 400 mm de coluna de
fluido hidrostático. A Figura 3 apresenta o exemplo de um manômetro em U.

Figura 3 – Manômetro em U.

Sensor Piezoelétrico

O sensor piezoelétrico disponível no laboratório é da marca HOMIS, e a


voltagem lida está numa escala de 0 a 5V. Neste caso, 0 volt corresponde a
uma altura de -25,4mmca e 5 volts a uma altura de 25,4mmca (mm de coluna
de água). A partir desses parâmetros, resolve-se uma equação linear para
obter os valores de P e V da relação P(V) = a V + b. Observe que o valor
fornecido por essa conversão será em milímetros de coluna de água, portanto
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

a pressão
Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

dada com dimensão de comprimento. Por isso, mais à frente, a pressão lida
pelo sensor piezoelétrico será denominada de hpiezo. A Figura 4 apresenta o
gráfico da relação entre a voltagem lida pelo multímetro e a diferença de
pressão medida com o sensor piezoelétrico.

Figura 4: Relação entre voltagem e pressão para o sensor piezoelétrico.

Para converter a leitura do sensor piezoelétrico (dada em mm de coluna


de água) para Pascal, basta multiplicá-lo pela aceleração local da gravidade
(9,807 m/s2) e pela massa específica da água (999 kg/m 3). Para a leitura da
voltagem fornecida pelo sensor é necessário um multímetro de bancada, que
no nosso caso se trata de um ICEL MD-6601.

6. Das equações governantes nos equipamentos

Vazão volumétrica Q ao longo do túnel [m3/s]

Q = vA onde v é a velocidade do escoamento e A é a área da seção


transversal no local da determinação da vazão volumétrica.
Velocidade no Tubo de Pitot [m/s]

𝑣= 2 (p2–p1)
onde p pressões nos
pontos indicados
e p são as na
1 Jq Pitot
2 1

Figura 1 e ρPitot é a massa específica do fluido, nesse caso o ar à pressão


atmosférica.
Diferença de pressão medida pelo manômetro em U [Pa]

p2 - p1 = ρfluidogh onde h é a diferença de altura entre as pernas do


manômetro e ρfluido é a massa específica do fluido manométrico no manômetro,
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no nosso caso, a água.


Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

Diferença de pressão medida pelo sensor piezoelétrico [mmca]

ℎ altura relativa à pressão


piezo 5
50,8
= 𝑉 − 25,4 onde hpiezo é a diferença de
fornecida pelo sensor em mm de coluna de água. V é a voltagem lida pelo
multímetro. Esta é a equação da reta apresentada na Figura 4. Fazendo
Ppiezo=ρáguaghpiezo obtemos a diferença de pressão em Pascal.

7. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Análise dos dispositivos para medida de pressão

Para a determinação da velocidade pelo tubo de Pitot-estático, a medida


do diferencial de pressão deve ser feita de maneira precisa. Como já descrito
ao longo deste roteiro, no laboratório temos duas opções de medida de
pressão: o manômetro em U e o sensor piezoelétrico. Para a escolha da
melhor maneira de realizar a medida, anote qual o valor a diferença de pressão
do manômetro com o túnel de vento desligado, bem como a voltagem medida
pelo multímetro digital nesta condição. Na sequência o túnel será ligado na
velocidade máxima (60 Hz no inversor de frequência). Anote novamente os
valores de diferença de altura do manômetro em U e o valor da voltagem no
multímetro. De posse desses valores, diga qual dos dois você escolheria para
realizar a medida.
Coleta dos dados experimentais

Após a escolha do dispositivo usado na medição de pressão, comece a


coleta dos dados experimentais. O inversor de frequência possui um
controlador de velocidade de rotação do motor do ventilador. Girando este
botão, será indicado no display do inversor de frequência a frequência atual.
No laboratório, colete os dados completando a tabela abaixo.
Frequência (Hz) Voltagem multímetro (V) Deflexão manômetro em U (mm) Velocidade Média (m/s)
10Hz 2,526V 0,9m/s
20Hz 2,586V 1,9m/s
30Hz 2,616V 2,9m/s
40Hz 2,654V 3,8m/s
50Hz 2,706V 4,7m/s
60Hz 2,764V 5,6m/s
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8. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base nos dados experimentais coletados, determine:


Tubo de Pitot-estático – Mecânica dos Fluidos I – VEM

a) O valor da pressão medida pelo sensor piezoelétrico e pelo manômetro


em U, em mm de coluna de água e em Pascal, para cada frequência
analisada;
b) A velocidade do túnel de vento medida pelo Pitot-estático para cada
frequência analisada;
c) A vazão volumétrica para cada frequência analisada;

9. BIBLIOGRAFIA

CRISTINE, Aline et. al. Tubo de Pitot. UNESP. 2013. Disponível em: <
https://www.sorocaba.unesp.br/ > Acesso em 2022

DE SOUZA, Lucas; RIBEIRO, Rosa. Sensores Piezoresistivos e Sensores


Piezoelétricos.EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica. Maringá -PR.
Disponível em: < http://www.cesumar.br/ > Acesso em 2022.

IBARRA, Alejandro. Desenvolvimento de transmissores de pressão


diferencial baseados em sensores piezoresistivos e saída analógica de 4-20mA.
USP. São Paulo. 2014. Disponível em: < www.teses.usp.br > Acesso em 2022.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Túnel de vento. Disponível em


< http://www.ipt.br/ >

SENSORS, A. A. D. Differential pressure sensing: an ambiguous term.2008,


2008a. Disponínel em : < https://www.amsys-sensor.com/services/application-notes/ >.
Acesso em: 2022

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