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Professores:

Vicente de Paulo Nicolau


Saulo Güths

2001

Laboratório de Ciências Térmicas - Departamento de Engenharia Mecânica


Universidade Federal de Santa Catarina - 88010-970 – Florianópolis – SC
Introdução e Conceitos:

O Tubo de Pitot é um instrumento utilizado para a medição de velocidades de escoamentos,


tanto internos quanto externos, para líquidos ou gases. O instrumento foi apresentado em 1732 por
Henry de Pitot - “A idéia deste instrumento era tão simples e natural que no momento que eu o
concebi, corri imediatamente a um rio para fazer o primeiro experimento com um tubo de vidro”,
(Benedict, 1984). Os conceitos básicos necessários para o entendimento e para o uso do Tubo de
Pitot estão associados às pressões do escoamento, as quais são introduzidas na seqüência, através
das definições e das figuras.
Pressão Estática – é a pressão real ou a pressão termodinâmica que atua no fluido. Pode
também ser definida como a pressão acusada por um sensor que acompanha o fluido, com a
mesma velocidade deste. É medida através do uso de um pequeno orifício executado na parede da
tubulação ou de outra superfície alinhada com o escoamento, tendo-se o cuidado de que esta
medição altere o mínimo possível o movimento do fluido.
Pressão Dinâmica – é a pressão decorrente da transformação da energia cinética do fluido
em pressão, através de uma desaceleração isoentrópica do mesmo.
Pressão Total, de Impacto ou de Estagnação – é a soma da pressão estática com a pressão
dinâmica. A sua medição é feita através de uma tomada de pressão voltada contra o escoamento e
alinhada com as linhas de corrente, de forma a receber o impacto do fluido.
Na Figura 1, considera-se uma linha de corrente de um escoamento horizontal, contendo os
pontos 1 e 2. O ponto 2 se encontra justamente no interior do sensor de pressão e o fluido neste
ponto está em repouso. Utilizando-se a Equação de Bernoulli, tem-se que as energias potenciais
dos pontos 1 e 2 são idênticas e não necessitam ser consideradas. Assim, tem-se do lado esquerdo
da equação (1), respectivamente, a energia cinética e a “energia de pressão” ou trabalho de
escoamento do ponto 1. Do lado direito tem-se os mesmos termos relativos ao ponto 2. Como a
velocidade no ponto 2, v2, é nula, tem-se do lado direito apenas o termo relativo à pressão, no caso,
à pressão total ou de estagnação. Esta pressão é igual a pressão estática no ponto 1, adicionada à
energia cinética do escoamento no ponto 1, equação (2). Nestas equações ρ é a massa específica
do fluido em escoamento.

2 2
v1 + p1 = v2 + p2 (1)
2 ρ 2 ρ
1 2
p2 = pTotal = p1 + ρv1 (2)
2
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1 2
● ●

ha hb hc

(a) (b) (c)


Figura 1 – Leituras de pressões estática, total e dinâmica.

h=v2/2g
h=v2/2g h=pest/ρg

(a) (b)
Figura 2 – Pressões estática, total e dinâmica em um canal aberto (a) e em uma tubulação (b).

Considerando-se ainda as definições apresentadas, pode-se acompanhar os sensores


indicados na Figura 1. O sensor (a), mede a pressão estática por estar conectado à tubulação. O
sensor (b) mede a pressão estática pois também está conectado à tubulação como (a), e recebe o
impacto do fluido, medindo adicionalmente a pressão dinâmica. Portanto o sensor (b) acusa a
pressão total do escoamento. Pela forma de sua montagem, o sensor (c) indica no lado direito a
pressão estática juntamente com a dinâmica e do lado esquerdo indica apenas a pressão estática.
Em conseqüência (c) indica apenas a pressão dinâmica.

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Na Figura 2 são mostradas duas
montagens em que o fluido manométrico é o
mesmo fluido em escoamento. No caso (a)
trata-se de um escoamento em um canal
pest aberto, sendo que a altura obtida com o tubo
estático praticamente coincide com o nível da
ptotal
superfície livre do líquido, sendo que
pequenas diferenças podem ocorrer em
h
Manômetro virtude dos erros cometidos na própria leitura
desta pressão. O tubo de pressão total acusa
Figura 3 – Tubo de Pitot ou Sonda de Prandtl. uma altura acima da superfície livre,
correspondendo à pressão dinâmica, que
transformada em unidades de comprimento, fornece a altura que atinge uma partícula sólida em
movimento vertical, possuindo velocidade inicial idêntica à velocidade do fluido em escoamento.
No caso (b) trata-se do escoamento em uma tubulação e a altura no primeiro tubo indica o valor
correspondente à pressão estática do escoamento. O segundo tubo indica a pressão total, sendo que
a diferença entre os dois corresponde à pressão dinâmica ou à energia cinética do escoamento. A
altura do segundo tubo também indica toda a energia disponível no escoamento naquele ponto (no
caso trata-se de energia mecânica, conforme os termos presentes na Equação de Bernoulli).
A montagem da Figura 1(c), constitui um tubo de Pitot, com a pressão estática sendo
medida na parede do tubo. Outra possibilidade de montagem é apresentada na Figura 3, sendo
também conhecida como Sonda de Prandtl (Doebelin, 1990). Neste caso a leitura da pressão
estática ocorre no tubo externo e a da pressão total, no tubo interno. Para a leitura da primeira é
necessário que a tomada de pressão esteja colocada em uma superfície plana, paralela ao
escoamento. No caso da Figura 3, usou-se como superfície a própria parede da sonda, enquanto
que na Figura 2, usou-se a própria parede da tubulação.

Para a montagem da Figura 3 ou da própria Figura 1(c), a velocidade obtida através da


Equação de Bernoulli será dada pela Equação (3).

ρ m - ρf
v = 2g h , (3)
ρf
sendo que ρf e ρm são as massas específicas do fluido em escoamento e do líquido manométrico,
respectivamente, g é a aceleração gravitacional e h a altura lida no manômetro. A diferença entre
as massas específicas apresentada na Equação (3) ocorre em função da contraposição das duas
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colunas no manômetro, uma preenchida com o fluido em escoamento e a outra com o líquido
manométrico.

Medição da Pressão Estática:


A pressão estática pode ser medida através de tomadas de pressão instaladas na parede da
tubulação ou através de uma sonda como a representada pelo tubo externo da Figura 3. No
primeiro caso, considera-se que um simples orifício efetuado na parede da tubulação venha a
fornecer o valor correto da pressão estática. Em princípio considera-se também que o menor
orifício seja o de menor influência, tendo em mente ainda que orifícios muito pequenos são
difíceis de serem executados e podem entupir facilmente. A Figura 4 sugere um tipo de montagem,
indicando que a conexão com o instrumento de leitura da pressão seja acoplada à parede da
tubulação, que tenha um diâmetro interno duas vezes superior ao diâmetro do furo (d). Um
comprimento L deve separar a extremidade da conexão e a superfície interna da parede,
recomendando-se que 1,5 <L/d<6,0 (Benedict, 1984).

Na Figura 5 apresenta-se uma série de

L acabamentos para a tomada de pressão estática,


com desvios relativos ao caso padrão, que seria
d o caso de orifício com acabamento em canto
vivo, a 90°. Os desvios são indicados em
parede da valores percentuais do valor da pressão
2d tubulação
dinâmica. Casos como o da presença de
rebarbas na execução da furação, ou casos em
ao manômetro
que a extremidade da conexão de leitura da
Figura 4 – Tomada de pressão
pressão passa para o interior da tubulação
1,5 < L/d < 6,0
devem simplesmente ser evitados.

Também é comum usar mais de uma tomada de pressão estática em uma mesma seção da
tubulação, de forma a se obter o valor médio da pressão reinante. Montagens são mostradas na
Figura 6, sendo a montagem (a) a mais comum. Entretanto a montagem (b) é considerada melhor
para as diversas situações de medição (Benedict, 1984).

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Figura 5 – Efeito da forma de entrada do orifício e sua inclinação na leitura da pressão.

Manômetro

P1 P4
P1 P4 Fluido
Fluido P4 P3
P2 P3

Tomada de
pressão estática Manômetro

(a) (b)
Figura 6 – Ligação entre as tomadas de pressão estática. (a) forma convencional; (b) – montagem
tipo triplo-T (Benedict, 1984).

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A leitura da pressão estática também pode ser feita através do uso de uma sonda individual
ou conforme a montagem da Figura 3. O posicionamento das tomadas de pressão na sonda deve
considerar afastamentos com relação à haste e também com relação à extremidade. A influência
dos afastamentos no valor da pressão lida está representada na Figura 7. Sabe-se que a
extremidade do tubo causa uma aceleração do escoamento nas proximidades da sonda, reduzindo a
pressão lida. Por sua vez o efeito de estagnação da pressão junto à haste causa um aumento da
pressão. O equilíbrio destes dois efeitos pode ser obtido com o posicionamento da tomada de
pressão a 5 diâmetros da extremidade e a 15 diâmetros da sonda, contados à partir do centro da
haste.

+4
Efeito da haste
+3

+2

+1
28 24 20 16 12 8 4 h
0 4 8 12 16 20 24 28 e
x (diâmetros)

-1

-2 Efeito da extremidade

-3
h

e
Figura 7 – Diferencial de pressão observado na medição da pressão estática com uma sonda
(Benedict, 1984).

Medição da Pressão Total

- Tubo de Pitot:
A pressão total, de estagnação ou de impacto pode ser medida através de uma tomada de
pressão colocada diretamente contra o escoamento. O modo mais usado é o indicado nas Figuras 1

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a 4, através de um pequeno tubo com abertura na parte frontal. Esta abertura pode ser executada de
diversas maneiras, conforme indicado na Figura 8, que indica o valor a diferença entre as pressões
totais lidas com o tubo alinhado ao escoamento e o tubo desalinhado de um ângulo chamado
ângulo de ataque. Esta diferença de pressão dinâmica é tornada adimensional através da divisão
pelo valor da pressão dinâmica. Em princípio todas as formas de acabamento fornecem o mesmo
valor de pressão, se o ângulo de ataque em relação à direção do escoamento ficar restrito a 5°. Para
ângulos maiores, cada tipo de extremidade apresenta um comportamento diferenciado, sendo que a
extremidade com o exterior cilíndrico e entrada cônica é a que sofre a menor influência do ângulo
de ataque.

0 b

0,1

0,2
d in

d
/p

0,3 Ângulo de
ataque
t o ta l

Tubo de Pitot
0,4 Direção do
f
∆p

Escoamento
0,5 a

0,6 c

0,7 e
Ângulo de ataque (graus)
0,8
2 0 º
15º

c d
a 2 2 1 /2 º b 1 5 º
20º

6 ,4 m m
f

Figura 8 – Influência do ângulo de ataque na leitura da pressão dinâmica, para diferentes tipos de
extremidade (Benedict, 1984).

O coeficiente de pressão Cp, definido como a razão entre a pressão dinâmica indicada pelo
Tubo de Pitot e a pressão dinâmica real do escoamento no ponto medido, tem sido considerado
como tendo um valor unitário nas aplicações usuais. Entretanto alguns estudos foram realizados
para escoamentos com baixos Números de Reynolds, este sendo calculado com base no raio
externo do Tubo de Pitot. Os resultados estão dispostos na Figura 9, observando-se um forte
aumento de Cp para Re abaixo de 50. Para Re superiores a 50, pode-se considerar um valor de Cp
unitário.
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1,6

Cp
1,4

1,2

1,0

0,8
2 10 100 1000 5000
Número de Reynolds
Figura 9 – Coeficiente de pressão (pressão dinâmica indicada/pressão dinâmica real), baixos Re
(Benedict, 1984).

- Sondas Cilíndricas
Para a medição da pressão total pode-se lançar mão de outras formas além do Tubo de
Pitot descrito. Uma das possibilidades ocorre com o uso de uma sonda cilíndrica, que consiste em
um tubo colocado transversalmente ao escoamento, com um pequeno orifício colocado na posição
de ataque. Esta tomada de pressão passa a receber o impacto do fluido transmitindo-o ao
instrumento indicador da pressão. A sua indicação vai depender do ângulo de ataque, formado
entre a tomada de pressão e a direção de incidência do escoamento. Alguns resultados são
colocados na Figura 10, para diferentes relações entre o diâmetro da tomada de pressão e o
diâmetro da sonda. A influência do ângulo é maior para um menor valor desta relação. Embora
seja de simples montagem, este tipo de sonda resulta em um maior bloqueio da área de escoamento
quando comparado com o Tubo de Pitot e seu uso é mais restrito.

Obtenção da Vazão:
O Tubo de Pitot ou a sonda cilíndrica podem ser usados para a medir a velocidade do
escoamento em diversos pontos da seção transversal de uma tubulação, sendo que estes valores
podem ser usados para o cálculo da vazão nesta seção. Em princípio bastaria realizar uma
integração do tipo dado na Equação (4), sendo Q a vazão do escoamento. Como esta integração
pressupõe o conhecimento do perfil de velocidade, ou melhor, de uma função matemática que

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represente tal perfil, pode-se aproximar a integração de um somatório, conforme o último termo da
Equação (4).
N
Q = ∫ vdA ≅ ∑ vi Ai (4)
A i =1

1 ,0 0

0 ,9 9

0 ,9 8 d / D = 0 ,2 0 8

d / D = 0 ,1 3 9
0 ,9 7 d / D = 0 ,1 2 0
d / D = 0 ,0 7 2

0 ,9 6

0 ,9 5
10 20 30

d
α
D

Figura 10 – Influência do ângulo de ataque na medição da pressão dinâmica para sondas


cilíndricas (Benedict, 1984).

O somatório da Equação (4) considera a discretização da seção transversal do escoamento,


dividindo-a em N elementos de área Ai. Em cada um destes elementos será medida a velocidade vi
e o produto vi Ai fornece a vazão no próprio elemento de área. O somatório destas vazões parciais
fornece a vazão total na seção. Em princípio a divisão da seção transversal em vários elementos de
área pode ser feita de qualquer modo, desde que toda a seção transversal da tubulação seja
considerada e que não haja sobreposição entre os elementos de área Ai. Entretanto alguns métodos

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de divisão já foram empregados e estão colocados na Tabela 1. Quatro métodos para a distribuição
dos pontos de medição e os respectivos pesos são apresentados, para tubulações circulares (r) e
retangulares (x). O peso wi representa o valor da área Ai em relação à área total. Assim o cálculo
da vazão pode ser feito através da Equação (5).
N N
Q = A ∑ vi Ai = A ∑ vi w i (5)
i =1 A i =1

De acordo com a Equação (5), o peso wi, representa uma fração de área e a soma dos
mesmos deve se igualar à unidade; para verificação, basta usar um perfil de velocidade constante
na própria Equação (5), retirando-se vi do somatório.

Tabela 1 – Métodos de divisão da seção transversal, para diferentes números de divisão (x são as
posições de medição para uma seção retangular, r, para uma seção circular e w é o peso associado
a cada posição) (Delmée, 1983; Abramowitz e Stegun, 1970; Chandrasekhar, 1960)
Método de Divisão
Áreas Iguais Newton Chebyshef Gauss
N x r w x r w x r w x r w
2 0,2500 0,5000 1/2 0 0 1/2 0,2113 0,4597 1/2 0,2113 0,4597 1/2
0,7500 0,8660 1 1 0,7887 0,8881 0,7887 0,8881
3 0,1667 0,4082 1/3 0 0 0,1667 0,1464 0,3827 1/3 0,1127 0,3357 0,2778
0,5000 0,7071 0,5 0,7071 0,6667 0,5000 0,7071 0,5000 0,7071 0,4444
0,8333 0,9129 1 1 0,1667 0,8536 0,9239 0,8873 0,9420 0,2778
4 0,1250 0,3536 1/4 0 0 0,1250 0,1027 0,3203 1/4 0,0694 0,2635 0,1739
0,3750 0,6124 1/3 0,5774 0,3750 0,4072 0,6382 0,3300 0,5745 0,3261
0,6250 0,7906 2/3 0,8165 0,3750 0,5928 0,7699 0,6700 0,8185 0,3261
0,8750 0,9354 1 1 0,1250 0,8973 0,9473 0,9306 0,9647 0,1739
5 0,1 0,3162 1/5 0 0 0,0778 0,0838 0,2891 1/5 0,0469 0,2166 0,1185
0,3 0,5477 0,25 0,5000 0,3556 0,3127 0,5592 0,2308 0,4804 0,2393
0,5 0,7071 0,50 0,7071 0,1333 0,5000 0,7071 0,5000 0,7071 0,2844
0,7 0,8367 0,75 0,8660 0,3556 0,6873 0,8290 0,7692 0,8771 0,2393
0,9 0,9487 1 1 0,0778 0,9162 0,9572 0,9531 0,9763 0,1185

Conforme a Tabela 1, os métodos de divisão da seção transversal são os seguintes:

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- Método de áreas iguais - divide-se a seção conforme indica o nome e, em conseqüência, os pesos
são todos iguais. A grande vantagem do método reside na facilidade do cálculo da vazão, uma vez
que basta achar a média das velocidades medidas e multiplicar esta média pela área da tubulação.
- Método de Newton (Cotas de Newton) - as posições de medição são uniformemente espaçadas na
seção transversal da tubulação, usando-se os pesos correspondentes às divisões adotadas;
- Método de Chebyshef – medidas com o mesmo peso entre si, espaçadas apropriadamente na
seção da tubulação;
- Método de Gauss – espaçamentos e pesos escolhidos adequadamente, de forma a se ter um
menor erro.
Dos métodos descritos acima, o último fornece o menor erro. Os erros são decrescentes
com a ordem de apresentação acima, com o método de área iguais sendo o de maior erro. A
vantagem relativa deste último, quanto à facilidade de cálculo, fica reduzida no momento atual
com os recursos disponíveis pela informática. Basta montar uma planilha de cálculo, e deste ponto
de vista, todos os métodos passam a se equivaler. O método de Newton possui uma peculiaridade,
no tocante ao posicionamento da primeira e da última leitura. Estas são colocadas sobre as
fronteiras, de modo que em escoamentos são pontos onde já se conhece as velocidades, que são
nulas. Portanto estes pontos não representam informações sobre o escoamento.
O valor do raio indicado na Tabela 1 representa um raio adimensional, calculado como a
razão entre a coordenada radial e o raio interno da tubulação. A seção transversal é “varrida” da
parede até o centro e deste até a parede, ao longo de uma direção apenas. Pode-se repetir esta
varredura para outras direções, recomendando-se 3 direções defasadas de 60° entre si ( a seção é
dividida em 6 fatias iguais). Para uma tubulação retangular o valor de x indicado na Tabela 1,
representa o valor da coordenada dividida pela dimensão da seção na direção da varredura. O
mesmo procedimento deve ser aplicado à varredura na outra dimensão.

Referências Bibliográficas
-Benedict, R. P., 1984, Fundamentals of Temperature, Pressure and flow Measurements, 3rd Ed.,
John Wiley & Sons, New York.
-Doebelin, E.O.,1990, Measurement Systems –Application and Design, 4thEd., McGraw-Hill, N.Y.
-Delmée, G. J., 1983, Manual de Medição de Vazão, Edgard Blücher, São Paulo.
-Chandrasekhar, S., 1960, Radiative Transfer, Dover Publications, New York.
-Abramowitz, M. and Stegun, I., 1970, Handbook of Mathematical Functions, Dover Publ., N. Y.

Agradecimentos: Ao Aluno Luiz Eduardo Silva Daniele, pelo auxílio na confecção das figuras.

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