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VENTILAÇÃO NATURAL

É recomendada para temperaturas entre 20 e 32C, pois a partir daí os ganhos térmicos por
convecção funcionam mais como aquecimento do ambiente que com resfriamento. A
ventilação só é eficiente se a umidade relativa do ar estiver entre 15 e 75%.

O sol incide de formas diferentes no globo terrestre, devido a isso à parte com mais
insolação e outras com menos. Áreas quentes são áreas de altas pressões, áreas frias de
baixa pressão. O vento sempre se desloca da área de maior pressão para a área de menor
pressão, da área fria para a área quente. O planeta está sempre buscando igualar a
temperatura.

O vento possui movimento predominantemente horizontal. Em alguns casos ele pode ser
condicionado para agir de forma vertical.

A velocidade do vento aumenta à medida que a altitude aumenta. Portanto o vento vai ter
uma menor velocidade próximo ao chão, e vai aumentando de velocidade quanto mais nos
afastamos do chão. Na baixa altitude perto da terra costumam ter muitos obtaculos, como a
topografia, vegetação, edificações que costumam dar uma desacelerada na velocidade do
vento.

A topografia também é uma variável que possui grande influência sobre a direção e
velocidade dos ventos. Ela pode facilitar o caminho do vento, ou pode funcionar como um
obstáculo. Se a topografia está seguindo a direção dos ventos, ela vai estar condicionando
o vento e canalizando ele dentro do desenho da topografia. Quando ele funciona como um
obstáculo, ela impede que o vento atinja a região mais atrás, fazendo com que o vento
passe por cima e não chegue na parte de baixo, e acaba deixando a área mais quente.
Ventilação natural por diferença de temperatura

Baseia-se na diferença entre as temperaturas do ar interior e exterior provocando um


deslocamento da massa de ar da zona de maior para a de menor pressão. Quando, nestas
condições, existem duas aberturas em diferentes alturas, se estabelece uma circulação de
ar da abertura inferior para a superior, denominada efeito chaminé.

Efeito de sucção causado pelo aquecimento do ar

À medida que o ar se aquece, ele fica menos denso e sobe. Cria-se assim uma zona de
sucção que irá puxar o ar mais frio que por ser mais denso tende a descer. Esse fenômeno
ocorre devido a diferença de temperatura entre o ar dentro e fora de um ambiente. Quando
o ar interno está mais quente, ele se torna mais leve e sobe, criando uma área de baixa
pressão no topo. Ao mesmo tempo, o ar mais frio do lado de fora, sendo mais denso, desce
para ocupar o espaço deixado pelo ar quente que subiu. Essa movimentação de ar, devido
à diferença de densidade causada pela variação de temperatura, gera um fluxo ascendente
de ar quente e um fluxo descendente de ar frio. Esse movimento de ar ascendente cria uma
espécie de efeito chaminé, onde o ar quente é naturalmente expelido para fora do ambiente.

Simplificando:
Imagine um ambiente onde esta mais quente dentro do que fora. O ar quente sobe
naturalmente, como se fosse uma fumaça subindo por uma chaminé. Isso cria um tipo de
sucção que puxa o ar mais frio de fora para dentro, criando uma circulação de ar. Então,
quando o ar dentro do lugar está quente, ele sobe e puxa o ar fresco de fora para dentro,
ajudando a ventilar o ambiente. É como se o calor criasse uma espéciede aspirador de ar
natural

Área útil de Ventilação


Barreiras de vento:Barreiras de vento referem -se a estruturas projetadas para reduzir ou
impedir a passagem do vento. Quanto mais alta a barreira, maior a sombra de vento.
Vegetação ou superfícies edificadas podem servir de barreiras de vento. Quanto mais alta a
barreira, maior a sombra de vento que ela produz. Sombra do vento em função da altura da
barreira.

De forma semelhante, quanto mais larga a barreira, mais extensa a sombra de vento
produzida por ela. Sombra do vento em função da largura da barreira.
Ventilação Urbana

A configuração das cidades pode influenciar na velocidade e direção dos ventos. O


aumento da densidade construtiva pode ocasionar uma diminuição da velocidade do ar,
pelo aumento da superfície de atrito" significa que, quanto mais objetos estiverem presentes
em uma área, mais difícil será para o ar se mover. A densidade construtiva é uma medida
da quantidade de massa em uma área. Quanto maior a densidade construtiva, mais objetos
estão presentes em uma área.

Densidade construtiva:Refere à quantidade de desenvolvimento ou construção em uma


determinada área, geralmente expressa entre área construída e área total disponível. Em
termos simples, é medida de quão intensivamente essa área está sendo utilizada para
atividades construtivas, como edifícios, infraestrutura e outros desenvolvimentos.

A concentração e a altura das edificações em zonas urbanas originam movimentos locais


(microclima)" significa que a concentração de edifícios altos em áreas urbanas pode criar
condições climáticas locais diferentes das condições climáticas gerais da região.Isso ocorre
porque os edifícios altos podem bloquear o vento e criar áreas de sombra. Isso reduz a
quantidade de ar que pode fluir pela área e pode levar a um aumento da temperatura e da
umidade.

O modo como se implanta edificação pode criar problemas para as outras edificações.
Sempre se atentar ao formato da edificação, a posição como ela é implantada no terreno,
posicionamento das aberturas.
A forma como a edificação é implantada na rede urbana determina maior ou menor
possibilidade de ventilação.

A forma e a orientação da edificação exercem forte influência em relação ao movimento do


ar. O edifício, como volume, gera fluxos de ar ao redor de si.
As diferentes formas das construções produzem vários efeitos aerodinâmicos no
vento:

Os efeitos aerodinâmicos são fenômenos que ocorrem quando o ar interage com objetos
sólidos, como edifícios, veículos, estruturas, entre outros. Essa interação pode resultar em
diversos padrões de fluxo de ar, turbulências e variações de pressão ao redor dos objetos, o
que pode afetar sua estabilidade, resistência e o ambiente ao seu redor.

Efeito de Pilotis - Os pilotis são pilares que sustentam uma construção, deixando o espaço
abaixo livre, esse efeito pode causar uma redução da velocidade do vento na área abaixo
dos pilotis, pois o ar é forçado a passar por um espaço menor.

Efeito Venturi - Ocorre quando o ar passa por uma abertura estreita. Utiliza prédios
inclinados condicionando o ar a passar entre eles.

Efeito Esquina - Ocorre quando o vento passa por uma esquina.Ele desvia o vento,
provavelmente a outro prédios que ele quer que receba vento.
Efeito Retorno - Uma barreira na qual parte do vento é desviado por cima do prédio, e outra
volta para o local de origem.

Efeito Corredor/Canalizador - O vento é condicionado a passar por entre as edificações.

Efeito Barreira - Canalização do vento para a parte de trás das edificações.

Obs: Sempre considerar de onde estão vindo os ventos predominantes e a velocidade em


que ele está vindo.

Efeito de Zona de Sucção - o vento pode criar uma zona de baixa pressão atrás da
estrutura, puxando da direção oposta ao vento. Quando o vento bate em uma estrutura, ele
pode criar uma área de sucção na parte de tras. É como se o vento puxasse a estrutura na
direção oposta, criando uma pressão mais baixa atrás dela. Essa pressão mais baixa pode
exercer uma força extra, tentando sugar a estrutura na direção do vento.
Efeito das zonas de pressão diferentes - Quando o vento atinge uma estrutura, ele pode
criar zonas de pressão diferentes ao redor dela. Isso porque o vento se move de regiões de
alta pressão para baixa pressão. Dependendo da forma e orientação da estrutura, podem
se formar zonas de alta e baixa pressão, afetando a distribuição de forças na estrutura. Ou
seja, quando o vento bate em uma casa ou prédio, algumas partes recebem um empurrão
mais forte, enquanto outras sentem um puxão mais suave. Isso acontece porque o vento
não afeta todas as partes da mesma maneira, criando uma área de pressão diferente ao
redor da estrutura.
Implantação x Zonas de pressão

As zonas mais quentes vão atuar como sucção, puxando o vento.

Elementos direcionadores e filtrantes de ventilação natural

Os beirais, podem direcionar o fluxo de ar para o interior, além de servirem como uma
proteção solar horizontal. Um beiral maior pode aumentar a zona de pressão do lado
externo à abertura, aumentando o fluxo de ar para o interior. Proteções solares horizontais
podem provocar o mesmo efeito.
De forma semelhante a platibanda também aumenta a zona de pressão anterior à janela,
aumentando o fluxo de ventilação para o interior.
A ´área de pressão` refere-se à região ao redor de uma abertura, como uma janela. Quando
o vento sopra, ele cria uma pressão na superfície externa dessa abertura. Aumentar a área
de pressão significa manipular as condições ao redor da abertura para favorecer um fluxo
de ar mais direcionado para dentro do ambiente. Portanto, esses elementos são estratégias
para guiar o vento de maneira que provoque uma circulação de ar no interior do edifício.

Simplificando:
Quando o vento atinge um beiral/platibanda ( ou qualquer cobertura acima de uma abertura
ou parede) ele é forçado para baixo. Esse movimento cria uma área onde o vento está
pressionando mais contra o prédio. Chamamos essa área de Área de alta de pressão. Se
houver uma abertura, nessa área de alta pressão, o vento será direcionado através dessa
abertura para dentro da edificação. Isso ocorre devido ao vento se mover de regiões onde o
vento está pressiona mais (alta pressão) para regiões onde ele está pressionando menos (
baixa pressão). Assim, o beiral, ao criar essa área de alta pressão, direciona o vento para
dentro do prédio através da cobertura, o que ajuda na ventilação natural.

Ventilação X Vegetação

A vegetação pode ser utilizada para barrar o vento ou canalizar. A velocidade do vento pode
aumentar com a presença de grandes áreas de vegetação rasteira e pode diminuir com a
presença de bosques densos.
Quanto o controle do vento, a vegetação pode:

Obstruir; utilizar vegetação mais baixa e mais densa.

Defletir; Desviar o vento.


Filtrar; reduz a velocidade em que o vento entra na construção. Quando o vento entra com
muita velocidade ele causa muito resfriamento. Utilizar uma vegetação menos densa.

Direcionar / Conduzir. utilizar vegetação mais alta.

Sua eficiência está ligada à sua permeabilidade e suas dimensões, se são árvores de
grande ou menor porte, se é muito denso, se tem muitas folhas ou poucas. São
características que vão contribuir com cada um desses efeitos.

Ventilação nos espaços internos

Abertura na direção vento predominante, e uma abertura para esse vento sair. Dependendo
da posição das aberturas e da divisão interna se tem o comportamento dos ventos dentro
da edificação
Os esquemas 1 e 2 são os que permitem maiores velocidades do vento através do
ambiente, porém o esquema 2 provoca uma curvatura no curso da ventilação. Os
esquemas 3 e 4 mostram aberturas em paredes adjacentes, provocando uma ventilação
mais efetiva. O esquema 6 mostra que janelas muito próximas podem provocar um curto
circuito na ventilação do ar no ambiente. Afastando um pouco as janelas ( esquema 5), tem
se melhor distribuição do ar no ambiente.

Nos esquemas 1 e 3, o fluxo de ar é semelhante, porém no esquema 3 existe um ambiente


com ar estagnado. O esquema 2 mostra que o fluxo de ar dividido reduz a ventilação e o
consequentemente resfriamento advindo dela. O desenho 4 mostra que, embora com a
redução do ar, a ventilação dividida pode ser adequada dependendo do ambiente e de suas
necessidades de resfriamento. O esquema 5 ilustra uma divisão interceptando a zona do
fluxo de ar incidente( refere -se ao movimento de ar que se aproxima ou atinge determinada
área ou superfície), prejudicando a ventilação. O esquema 5 mostra outra divisão possível
diminuindo o fluxo de ar num ambiente importante.
A ventilação natural pode ser dividida em:

Térmica: Ocorre quando há diferença térmica entre duas massas de ar. Ar frio descendo ar
quente subindo.

Dinâmica: Efetua-se por ação dos ventos. O vento está passando dentro da edificação.

Elementos direcionadores e filtradores da ventilação natural

Estrategias bioclimáticas

Ventilação cruzada
São utilizados os efeitos de pressão negativa e positiva exercidos pelo vento sobre a
construção. Para que a ventilação natural seja adequada, é necessário que as aberturas
estejam dispostas em paredes opostas ou adjacentes permitindo que o ar entre por ambos
os lados, atravesse o espaço e saia na direção oposta . Ao agilizar as trocas térmicas por
convecção, a ventilação cruzada favorece a retirada de calor do ambiente.
Efeito chaminé
A movimentação do ar é causada pela diferença de densidade presente no ar, ou seja, o ar
quente tende a subir, enquanto o mais frio tende a permanecer na parte de baixo. Quando
existem aberturas de entrada e saída em diferentes alturas, ocorre um fluxo de ar para o
alto, o ar mais quente é retirado do ambiente através da abertura de cima, enquanto o ar
fresco entra pela abertura mais baixa. Geralmente, o efeito chaminé é mais eficiente em
ambientes onde a temperatura interna é mais quente do que a temperatura externa, pois o ar
quente tende a subir naturalmente. Isso cria uma diferença de densidade entre o ar interno e
externo, impulsionando o movimento ascendente do ar no interior da estrutura.

Portanto, o efeito chaminé pode ser utilizado em uma ampla faixa de temperaturas, desde
que exista uma diferença térmica que permita o movimento ascendente do ar dentro da
estrutura. No entanto, em climas mais frios, a diferença de temperatura entre o ar interno e
externo pode ser menor, o que pode limitar a eficácia do efeito chaminé.
Ambas estratégias podem ser usadas de forma isolada ou conjunta em ambientes dentro de
uma edificação, no entanto é preciso que haja um estudo criterioso para evitar a soma de
forças do vento, o que pode acabar prejudicando a ventilação do ambiente.

Antes de adotar essas estratégias como refrigeração natural devem considerar as


atividades que serão desenvolvidas no ambiente, as características climáticas do local, a
frequência e a velocidade predominante dos ventos, o relevo e as construções do entorno.

A quantidade de ar que atravessa o ambiente depende do tamanho das aberturas de


entradas e saídas de ar, com a direção e velocidade do vento.

Primeiramente, é necessário conhecer a direção predominante dos ventos no qual o projeto


será feito; deve se posicionar as aberturas de entrada de ar, de modo que elas captem o
vento para dentro do ambiente e também é necessário que haja aberturas de saída em
paredes opostas ou adjacentes a da entrada. A ventilação cruzada é otimizada em
ambiente em que haja abertura nas três fachadas diferentes.

Quando o vento incide perpendicular à parede, alinhada à abertura da entrada, podem


ocorrer duas situações:
As aberturas de entrada e saída estão alinhadas entre si e em relação ao vento incidente,
embora haja menor perda de energia e maior homogeneidade do fluxo de ar ( fluxo de ar
mais uniforme), percebesse que ele passa apenas pela área entre as janelas.
Enquanto isso na segunda situação, em que abertura de entrada está alinhada com a
corrente de ar externa e desalinhada em relação a abertura de saída, o vento é induzido a
mudar de direção dentro do ambiente para que encontre a saída, ocorrendo nesse caso, a
ventilação de uma área maior do espaço interno. O movimento do ar é alterado no interior
do ambiente é e velocidade do vento diminui.

Para aberturas de entrada e saídas de ar desalinhadas, o vento perpendicular às aberturas


parece produzir uma área ventilada maior que o vento em ângulo.

Em ambientes cujas aberturas de entrada e saída são de tamanhos iguais, a velocidade


interna do ar vai variar de acordo com a porosidade da construção. Portanto, a velocidade
do ar dentro desse ambiente vai depender da permeabilidade (poroso) e do material de
construção.Ou seja, a facilidade com que o ar pode passar através das paredes ou outros
elementos da construção afetará a velocidade do ar no interior. Quanto mais poroso o
material, mais o ar pode circular, influenciando a velocidade do vento dentro do espaço.

Em relação às aberturas as horizontais são mais eficientes, em todos os ângulos de


incidência do vento, se comparadas às verticais e às quadradas.
Ventilação por Efeito Chaminé

No efeito chaminé o ar mais quente, menos denso, tende a subir, enquanto o ar mais frio,
que é mais denso, tende a ocupar uma posição mais baixa do ar mais leve, o que gera
correntes de convecção. Dessa forma, o ar passa a se movimentar dentro do ambiente e,
se houver aberturas próximas ao piso e ao teto, o ar interno, mais quente sairá pelas
aberturas no alto, enquanto o ar externo, mais frio, entra pelas aberturas baixas, havendo,
assim, a troca do ar mais aquecido pelo mais fresco.

O volume do fluxo de ar varia de acordo com a distância vertical entre as entradas e saídas
de ar, com sua dimensão e com a diferença entre a temperatura externa e interna. Quanto
maior a distância entre as aberturas inferiores e superiores, maior será a eficiência da
ventilação.

A melhor ventilação alcançada pelo efeito chaminé ocorre se a dimensão da entrada e


saída de ar forem iguais, pois, dessa forma, a abertura de saída oferece pouca ou nenhuma
resistência ao fluxo de ar ascendente( refere-se ao movimento do ar que se desloca para
cima), permitindo que ele flua para o exterior livremente.

Quanto maior for a diferença entre a temperatura externa (mais baixa), e a interna (mais
alta) , maior será a velocidade e o fluxo de ar que atravessa o ambiente.

As saídas do ar quente podem estar localizadas tanto nas paredes, bem próximo do teto,
quanto no nível do telhado ou cima dele. Os tipos de aberturas mais utilizados são os
lanternins, sheds, aberturas zenitais, exaustores eólicos, janelas basculantes, dentre outros.

Mansardas - telhado de águas quebradas de duas inclinações, que permite um boa


aproveitamento sotão.

Peitoril ventilado - permite a entrada de ventilação abaixo da abertura. Telas contra


mosquitos e outros animais devem ser instaladas.

Captadores de vento - são utilizados para levar a ventilação natural para ambientes.

Caso as aberturas para a ventilação localizadas no nível do telhado ou acima dele


estiverem voltadas para o vento predominante, elas funcionarão como captores de vento,
ou seja, o ar entra pelas aberturas superiores e saíra pelas inferiores e ocorrerá a ventilação
cruzada.
A presença de elementos arquitetônicos e vegetação na área externa, próximo às
aberturas, podem atuar como barreiras, filtro ou direcionador do vento.

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